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“(...) nossa história é bem outra
e aconteceu numa determinada
madrugada”
Ubiratan Teixeira,
na coluna Hoje É Dia de
O ESTADO DO MARANHAO · SAO LUIS, 21 de janeiro de 2011 - Sexta-feira
Fotos/Divulgação
Liderados por Neto Peperí (ao centro), o grupo maranhense Espinha de Bacalhau tocará, no Zig Bar (Lagoa da Jansen), o melhor do samba de raiz na comemoração de seus 25 anos de fundação
25 anos de samba na espinha
Em uma festa que reunirá 11 atrações, o grupo Espinha de Bacalhau
comemorará suas bodas de prata no Zig Bar (Lagoa da Jansen)
Carla Melo
Do Alternativo
“Q
uem não gosta de
samba, bom sujeito
não é: é ruim da cabeça ou doente do pé”, já diz a
letra do samba composto por
Dorival Caymmi e imortalizado na voz da marrom Alcione.
Os bambas do grupo Espinha
de Bacalhau seguem de perto o
conselho do baiano e trazem o
samba não apenas no pé ou na
cabeça mas, principalmente,
no coração.
Amantes do bom e velho
samba de raiz o grupo maranhense celebra hoje o aniversário de 25 anos de fundação fazendo o que sabem de melhor:
a boa batucada. A roda será
montada às 21h, no Zig Bar (Lagoa da Jansen) e, como toda festa de aniversário, esta também
será cheia de convidados. Argumento, Trem das Onze, Ébano,
Estação Primeira, Sindicato do
Samba, Sambaceuma, Moleque
Travesso, Serrinha, Lena Machado, Roberto Brandão e Inácio Pinheiro farão a festa de bodas de
prata do Espinha de Bacalhau,
que encerará o encontro.
Encerará por enquanto, já
que o grupo manterá o projeto,
batizado de “Capital do Samba”,
durante todas as sextas-feiras,
até o início do reinado de Momo,
sempre com um convidado.
Composto pelos partideiros
Chico Chinês (voz), Vadeco (surdo), Neto Peperí (voz e cavaco),
Benivaldo (tantan e voz) e Luís
Júnior (violão sete cordas e direção musical), o Espinha de Bacalhau traz ainda em sua formação atual o que os bambas chamam de “perpetuação do Espinha”. “Hoje estão no grupo meu
filho, Lucas Peperí (pandeiro) e
o filho do Chico Chinês, Robertinho (bandolim)”, diz, orgulhoso, Neto Peperí.
O grupo, criado na década de
80 entre amigos de infância do
bairro Olho d’Água, nasceu sem
muitas pretensões. Neto Peperí
conta que foi apenas a vontade
de tocar samba e se reunir com
os amigos que motivou a formação do Espinha, que em seus
primeiro anos se chamava Os
Amigos do Samba. “Nesta época, tocávamos sem cachê, apenas para fazer a festa”, relembra
Peperí. O nome Espinha de Bacalhau foi uma sugestão de Vadeco e faz referência ao choro
homônimo, de autoria de Severino Araújo.
Mas, na trajetória dos bambas do Olho d’Água nem tudo
foi festa. No fim da década de 80,
o Brasil viu a explosão do chamado Pagode. O que até então
era sinônimo de samba, transformou-se em outro ritmo, com
letras melosas e uma batida uniformizada que fez nascer diversos grupos país afora. “Naquela
época, quando chegávamos para tocar, logo alguém perguntava se não tocávamos algo do Raça Negra ou de outro grupo e
sempre dizíamos que não, que
nosso negócio era o samba de
raiz”, recorda Neto Peperí.
Foi essa época, segundo Peperí, o único momento em que
o grupo pensou em parar. “Depois de uns anos, houve a revalorização do samba em vários
estados brasileiros e aqui também ressurgiu com força total e
nós sempre estivemos nesse
movimento”, diz o sambista.
Influências – Não se pode falar em Espinha de Bacalhau sem
citar sambistas e compositores
maranhenses, em especial os da
velha guarda. Espécies de guardiões da batucada local, o grupo bebe de fontes como Fuzileiros da Fuzarca, Cristóvão Alô
Brasil, Antonio Vieira, Lopes Bogéa e tantos outros. Acreditando que o samba não tem fronteiras, os maranhenses têm ainda em seu repertório sucessos
de Cartola, Chico Buarque, Noel
Rosa, entre oustros.
As composições próprias
também integram o repertório
do grupo que, apesar dos 25
anos, não tem registro fonográfico. O primeiro CD está sendo
preparado e deverá ser lançado
ainda durante o Carnaval. Serão
15 faixas de músicas assinadas
por Neto Peperí e Chico Chinês
e ainda César Teixeira, Josias Sobrinho e Eudes Américo, além
de uma parceria entre Fernando Abreu e Neto Peperí. O álbum dedicará um espaço para
um pout-pouri de Noel Rosa
(por homenagem a seu centenário) e o maestro João Carlos
(pai de Alcione).
Para Luiz Júnior, diretor musical da trupe, o som produzido
pelo grupo traduz o samba maranhense de qualidade. “Temos
uma inserção ainda na cultura
popular, com sonoridades locais
a exemplo do tambor de crioula, da batida dos blocos tradicionais, dos Fuzileiros. O Maranhão
tem uma identidade forte quando se fala de samba”, assinala
Luiz Júnior.
Para ele, elementos como letras que falam sobre o cotidiano, o meio ambiente e a realidade local e uma batida mais cadenciada, com uso de instrumentos cobertos de couro e
mais rústicos caracterizam o
samba maranhense.
Serviço
• O quê
Aniversário do grupo Espinha
de Bacalhau, com convidados
• Quando
Hoje, às 21h
• Ingressos
R$ 20,00 (à venda na Visótica
do Tropical Shopping e no local)
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