Philippe Lhuillier abre curso de pintura no São Franciso Secma receberá projetos para o Carnaval até 4 de fevereiro Pintor trabalhará o hiper-realismo P. 2 Folia é planejada pelo Governo do Estado P. 6 Alternativo [email protected] “(...) nossa história é bem outra e aconteceu numa determinada madrugada” Ubiratan Teixeira, na coluna Hoje É Dia de O ESTADO DO MARANHAO · SAO LUIS, 21 de janeiro de 2011 - Sexta-feira Fotos/Divulgação Liderados por Neto Peperí (ao centro), o grupo maranhense Espinha de Bacalhau tocará, no Zig Bar (Lagoa da Jansen), o melhor do samba de raiz na comemoração de seus 25 anos de fundação 25 anos de samba na espinha Em uma festa que reunirá 11 atrações, o grupo Espinha de Bacalhau comemorará suas bodas de prata no Zig Bar (Lagoa da Jansen) Carla Melo Do Alternativo “Q uem não gosta de samba, bom sujeito não é: é ruim da cabeça ou doente do pé”, já diz a letra do samba composto por Dorival Caymmi e imortalizado na voz da marrom Alcione. Os bambas do grupo Espinha de Bacalhau seguem de perto o conselho do baiano e trazem o samba não apenas no pé ou na cabeça mas, principalmente, no coração. Amantes do bom e velho samba de raiz o grupo maranhense celebra hoje o aniversário de 25 anos de fundação fazendo o que sabem de melhor: a boa batucada. A roda será montada às 21h, no Zig Bar (Lagoa da Jansen) e, como toda festa de aniversário, esta também será cheia de convidados. Argumento, Trem das Onze, Ébano, Estação Primeira, Sindicato do Samba, Sambaceuma, Moleque Travesso, Serrinha, Lena Machado, Roberto Brandão e Inácio Pinheiro farão a festa de bodas de prata do Espinha de Bacalhau, que encerará o encontro. Encerará por enquanto, já que o grupo manterá o projeto, batizado de “Capital do Samba”, durante todas as sextas-feiras, até o início do reinado de Momo, sempre com um convidado. Composto pelos partideiros Chico Chinês (voz), Vadeco (surdo), Neto Peperí (voz e cavaco), Benivaldo (tantan e voz) e Luís Júnior (violão sete cordas e direção musical), o Espinha de Bacalhau traz ainda em sua formação atual o que os bambas chamam de “perpetuação do Espinha”. “Hoje estão no grupo meu filho, Lucas Peperí (pandeiro) e o filho do Chico Chinês, Robertinho (bandolim)”, diz, orgulhoso, Neto Peperí. O grupo, criado na década de 80 entre amigos de infância do bairro Olho d’Água, nasceu sem muitas pretensões. Neto Peperí conta que foi apenas a vontade de tocar samba e se reunir com os amigos que motivou a formação do Espinha, que em seus primeiro anos se chamava Os Amigos do Samba. “Nesta época, tocávamos sem cachê, apenas para fazer a festa”, relembra Peperí. O nome Espinha de Bacalhau foi uma sugestão de Vadeco e faz referência ao choro homônimo, de autoria de Severino Araújo. Mas, na trajetória dos bambas do Olho d’Água nem tudo foi festa. No fim da década de 80, o Brasil viu a explosão do chamado Pagode. O que até então era sinônimo de samba, transformou-se em outro ritmo, com letras melosas e uma batida uniformizada que fez nascer diversos grupos país afora. “Naquela época, quando chegávamos para tocar, logo alguém perguntava se não tocávamos algo do Raça Negra ou de outro grupo e sempre dizíamos que não, que nosso negócio era o samba de raiz”, recorda Neto Peperí. Foi essa época, segundo Peperí, o único momento em que o grupo pensou em parar. “Depois de uns anos, houve a revalorização do samba em vários estados brasileiros e aqui também ressurgiu com força total e nós sempre estivemos nesse movimento”, diz o sambista. Influências – Não se pode falar em Espinha de Bacalhau sem citar sambistas e compositores maranhenses, em especial os da velha guarda. Espécies de guardiões da batucada local, o grupo bebe de fontes como Fuzileiros da Fuzarca, Cristóvão Alô Brasil, Antonio Vieira, Lopes Bogéa e tantos outros. Acreditando que o samba não tem fronteiras, os maranhenses têm ainda em seu repertório sucessos de Cartola, Chico Buarque, Noel Rosa, entre oustros. As composições próprias também integram o repertório do grupo que, apesar dos 25 anos, não tem registro fonográfico. O primeiro CD está sendo preparado e deverá ser lançado ainda durante o Carnaval. Serão 15 faixas de músicas assinadas por Neto Peperí e Chico Chinês e ainda César Teixeira, Josias Sobrinho e Eudes Américo, além de uma parceria entre Fernando Abreu e Neto Peperí. O álbum dedicará um espaço para um pout-pouri de Noel Rosa (por homenagem a seu centenário) e o maestro João Carlos (pai de Alcione). Para Luiz Júnior, diretor musical da trupe, o som produzido pelo grupo traduz o samba maranhense de qualidade. “Temos uma inserção ainda na cultura popular, com sonoridades locais a exemplo do tambor de crioula, da batida dos blocos tradicionais, dos Fuzileiros. O Maranhão tem uma identidade forte quando se fala de samba”, assinala Luiz Júnior. Para ele, elementos como letras que falam sobre o cotidiano, o meio ambiente e a realidade local e uma batida mais cadenciada, com uso de instrumentos cobertos de couro e mais rústicos caracterizam o samba maranhense. Serviço • O quê Aniversário do grupo Espinha de Bacalhau, com convidados • Quando Hoje, às 21h • Ingressos R$ 20,00 (à venda na Visótica do Tropical Shopping e no local)