QUÍMICA QUÂNTICA E ESPECTROSCOPIA Igor Khmelinskii, FCT, DQBF Modulo IV, ano lectivo 2007-2008 T7 Macromoléculas e automontagem Cap. 11 Peter Atkins, Julio de Paula Physical Chemistry for Life Sciences Recursos (Living graphs): http://www.oup.com/uk/orc/bin/9780199280957/01st udent/graphs/ch11/ Recursos (Web links): http://www.oup.com/uk/orc/bin/9780199280957/01st udent/weblinks/part3/ Determinação de tamanho e forma • Ultracentrifugação – Acelera a sedimentação – Até 105 g • Constante de sedimentação S – medida da velocidade de migração no campo centrífugo; “Svedberg” – 1 Sv = 10-13s 3 Constante de sedimentação s meff rw 2 f bm rw 2 f Const.sedim. S s rw 2 m M / NA bm S fN A kT Eq. Stokes Einstein f D bMD S com R N A k RT • Força de atrito: fs • Força centrífuga: meffrw2 com meff = bm • Velocidade (constante) de deriva s 4 Massa molar SRT M bD b 1 rv s vs – volume específico do soluto; cm3/g r – densidade do solvente; g/cm3 • Para saber a massa molar M, basta determinar S e D, medindo sedimentação e difusão 5 Exemplo • Massa molar de Hb humana, – S = 4,48 Sv – D = 6,910-11 m2s-1 – b = 0,748 – T = 293 K SRT M bD • M = 63 kg mol-1 6 Distribuição no equilíbrio • Velocidades mais reduzidas • Pode ser necessário esperar muito tempo 2 RT c2 M 2 2 ln 2 r2 r1 bw c1 7 Exemplo: massa molar de proteína a partir das experiências de ultracentrifugação • T=300 K; Gráfico do ln(c) vs r2 é uma recta com declive de 0,729 cm-2; 50000 r.p.m., b=0,70; Calcular a massa molar 2 RT ln c2 ln c1 M 2 bw r22 r12 2 RT 2 M declive (ln c vs r ) 2 bw w 2 50000/ 60 s 1 M 2,3 104 g mol1 8 Espectrometria de massa • MALDI – matrix-assisted laser desorption/ionization (desorção/ionização por laser assistida pela matriz) • Electrospray ionization (ionização em gotículas criadas por campo eléctrico) • TOF – time-of-flight (tempo em voo) • MALDI-TOF 9 Espectrometria de massa • Matriz: ácido orgânico • As unidades: normalmente deixam-se de fora; m/z = 9912 1/ 2 m t l 2 zeEd m t 2eEd z l 2 10 Dedução • Ião de carga ze, massa m, acelerado pelo campo eléctrico E ao longo da distância d Ek mv / 2 zeEd 2 11 Dedução • Zona de deriva l, tempo de voo t; assim v = l/t 2 ml zeEd 2 t 12 MALDI-TOF: Albumina Teste: o espectro MALDI-TOF tem 2 picos; m/z = 9912 e 4554. Será que a amostra tem 2 biopolímeros diferentes? 13 Cristalografia de raios X • Sólidos moleculares • Podemos escolher as células unitárias de infinitas maneiras diferentes; escolha-se uma com as arestas mais curtas e mais perpendiculares • As células unitárias são classificadas numa das 7 sistemas cristalinas em função de simetrias em relação da rotação 14 Sistemas cristalinas • Sistema cúbico • Sistema monoclínico 15 Elementos de simetria essenciais 16 Variedades de sistemas cristalinas 14 Redes de Bravais diferentes 17 Células unitárias • Para definir uma célula, precisamos de saber os comprimentos das arestas • Podemos designar cada conjunto pelas distâncias mais curtas de intersecção: (1a,1b); (3a,2b); (-1a,1b); (a,1b) • Por convenção: (1,1); (3,2); (1,1); (,1) • Então em 3D, supondo esta – uma vista de cima: (1,1,); (3,2,); (-1,1,); (,1,) 18 Células unitárias • Para eliminar , usam-se os valores inversos, eliminando fracções: índices de Miller hkl • (1,1,) (110) • (3,2,)(1/3,1/2,0) (2,3,0) • (-1,1,)( 1 10) • (,1,)(010) 19 Alguns planos em 3D 20 Exemplo • O membro representativo de um conjunto de planos num cristal intersecta os eixos em 3a, 3b e 2c; quais os índices de Miller destes planos? R: (223) 21 Índices de Miller (hkl) • Os planos (0kl) são paralelos ao eixo dos a • (h0l) - ao eixo dos b • (hk0) - ao eixo dos c • Separação de planos: 2 2 2 1 h k l 2 2 2 2 d a b c 22 Separação de planos da rede cristalina: dedução (2D) planos (hk0) d hd sin ( a / h) a d kd cos (b / k ) b e h2d 2 k 2d 2 2 1 ou 2 a b 1 h2 k 2 2 2 2 d a b 23 Exemplo • Calcular a separação de planos (a) (123) e (b) (246) de uma célula ortorômbica com a = 0,82 nm; b = 0,94 nm e c = 0,75 nm • Regra geral: aumentando os índices n vezes, a separação diminui n vezes 1 12 22 32 22 2 2 2 2 d (0,82 nm) (0,94 nm) (0,75 nm) nm2 duplicando os índices d 0,21nm 1 22 (2 2) 2 (2 3) 2 22 4 2 2 2 2 d (0,82 nm) (0,94 nm) (0,75 nm) nm2 d 0,11nm 24 A Lei de Bragg • As ondas podem interferir • Os raios X são difractados pelos cristais, pois os seus c.d.o. são comparáveis com distâncias interatómicas (100 pm) 25 Formação de raios X • Cu Ka: 154 pm • Difracção (DNA): 26 A Lei de Bragg AB BC 2d sin quando AB BC interferência construtiva : λ 2d sin ou nλ 2d sin , n 1, 2, 27 Exemplo: Usar a lei de Bragg Reflexão do plano (111) de um cristal cúbico foi observada a um ângulo de 11,2º usando radiação Cu Ka de 154 pm. Qual o tamanho da célula unitária? • Podemos achar d, usando os dados • Célula cúbica, a = b = c 1 h2 k 2 l 2 2 d a2 a d (h 2 k 2 l 2 )1/ 2 assim d 2 sin h k l 1 154pm 2 sin 11,2º 154pm a 31/ 2 687pm 2 sin 11,2º 28 Estrutura da DNA pela difracção dos raios X • Rosalind Franklin • Usou uma fibra de DNA com muitas moléculas • Estrutura de grande escala é cerca de 10 vezes maior que a estrutura de pequena escala; os períodos são de 340 pm e de 3400 pm 29 Estrutura da DNA pela difracção dos raios X 30 Estrutura da DNA pela difracção dos raios X • Cada volta da espiral define 2 planos, um virado de a ao horizontal, e outro de –a. • Molécula é espiral; a = 40º • tan a = p/r • r = (3,4 nm) / tan 40º = 4,1 nm 31 Estrutura da DNA pela difracção dos raios X • Espaçamento entre as bases h 2h sin h 340pm 32 Cristalização de biopolímeros • Aumento da força iónica – e.g. (NH4)2SO4 • Diálise • Difusão de vapores 33 Aquisição e análise de dados • Debye, Sherrer; Hull: raios X monocromáticos • Amostra em pó • Análise qualitativa • Cada conjunto de planos (hkl) dá uma reflecção a um ângulo diferente 34 Difractómetro de raios X • Bragg e Bragg • Monocristal • Dados iniciais: conjunto de intensidades Ihkl • Vamos considerar as reflexões Ih – planos (h00) 35 Análise de dados • As intensidades devem ser transformadas em amplitudes, para obter factores structurais Fh = Ih½ • Sinais? Problema da fase. • Densidade electrónica – síntese Fourier: • Os h menores correspondem a maiores entidades estruturais • Em função do sinal dos Fh surgem estruturas diferentes 1 r ( x) F0 2 Fh cos(2hx) V h 1 36 Ilustração h Ih Fh 0 256 16 1 100 10 2 5 2.2 3 1 1 4 50 7.1 5 100 10 6 8 2.8 7 10 3.2 8 5 2.2 9 10 3.2 10 40 6.3 11 25 5 12 9 3 13 4 2 14 4 2 15 9 3 37 Análise de dados • Problema da fase – Substituição isomórfica: introduzidos os átomos pesados, a interpretação fica muito simplificada – Validade química da estrutura – Ausência de densidades electrónicas negativas – Etc. • Tipicamente a qualidade dos resultados é limitada pela qualidade do cristal – Proteínas: 200 pm, no melhor caso 38 Cristalografia de raios X com resolução temporal • • • • Sincrotrão Pulsos 100-200 ps Método de Laue (sem rotação) Faz-se uma média por vários pulsos resolução na ordem do 10 ms • Tem que iniciar a reacção simultaneamente para todas as moléculas – Variar a temperatura – Usar o laser para estudar processos iniciados pela absorção de fotões 39 Cristalografia de raios X com resolução temporal • Exemplo: proteína amarelo de Ectothiorhodospira halophila. • Fotão a 446 nm; dentro de 1 ns acontece isomerização cis-trans, seguida por outros processos – Resposta fototáctica negativa 40 Controlo da forma • Forças de atracção: interacções de van der Waals, e outras • Interacção entre cargas parciais • Energia potencial: q1q2 V 4 0 r q1q2 V 4r r 0 vácuo meio 41 Interacção entre cargas parciais • Depende do meio – Água: r = 78 • Água, cadeias de biopolímeros; vários modelos – o mais simples: r = 3,5 42 Exemplo: efeito do meio • • • • • q1 = -0,36 e; q2 = 0,45 e; r = 3,0 nm 0 = 8,854 10-2 J-1 C2 m-1 V = -1,2 10-20 J = -7,5 kJ mol-1 r = 3,5 V = -2,1 kJ mol-1 r = 78 V = -0,096 kJ mol-1 43 Dipolos eléctricos • • • • Duas cargas, -q e q, separadas de l O produto ql = m – momento dipolar eléctrico 1 D (Debye) = 3,33564 10-30 C m Moléculas pequenas: m ca. 1 D 44 • Muito aproximado: – m/D = Dc • Exemplo: HBr – 2,1 e 2,8 – Previsto: 0,7 D – Experim.: 0,8 D 45 Momento dipolar: NO • Orb. Antiligante – o N é o átomo com d• m.d. m = 0,07 D 46 Simetria molecular e momento dipolar • Moléculas poliatómicas – Homonucleares podem ser apolares – Heteronucleares podem ser apolares • Exemplo: polaridade de CH4 e H2O? 47 T8 Cálculo do momento dipolar • Grandeza vectorial m (m m m ) 2 x m x q J xJ 2 y 2 z 1 2 etc. J 48 M.d. do grupo péptido m x (0,36e) (132pm) (0,45e) (0pm) (0,18e) (182pm) (0,38e) (62pm) 8,8e pm 1,4 1030 C m 0,42 D m y (0,36e) (0pm) (0,45e) (0pm) (0,18e) (87pm) (0,38e) (107pm) 56e pm 9,11030 C m 2,7 D mz 0 m 2,7 D 49 Interacção entre dipolos q2 m1 V 4 0 r 2 m1q2 cos V 4 0 r 2 50 Interacção entre dipolos m1m2 (1 3 cos ) V 4 0 r 3 2 51 Interacção entre dipolos • Rotação “livre” de duas moléculas; aplicável quando pelo menos uma pode rodar livremente 2m1 m2 V 3(4 0 ) 2 kTr 6 2 2 52 Interacção entre dipolos • Exemplo: molécula H2O e grupo péptido – – – – m1 = 1,85 D r = 1,0 nm m2 = 2,7 D T = 25ºC (298 K) 2m1 m2 V 3(4 0 ) 2 kTr 6 2 2 • V = -4,04 10-23 J = -24 J mol-1 – Incluir as unidades nos cálculos 53 Dipolos induzidos • m* a E • a - polarizabilidade da molécula • Átomos, moléculas tetraédricas, octaédricas e icosaédricas têm polarizabilidades isotrópicas (independentes da sua orientação) 54 Volume de polarizabilidade a a 4 0 • Têm as mesmas unidades • É comprável ao volume da molécula 55 Interacção dipolo – dipolo induzido m12a 2 V 4 0 r 6 • Mais uma contribuição para a interacção de van der Waals • Exemplo: m = 1 D (HCl); r = 0,3 nm; a’ = 1,0 10-29 m3 (C6H6); V = -0,8 kJ mol-1 56 Interacções de dispersão • Fórmula de London 2 a1a 2 I1I 2 V 3 r 6 I1 I 2 57 Exemplo: interacções de dispersão entre dois grupos fenilo • r = 3,0 nm 2 1 a2 V I 6 3 r • V = - 4,6 10-12 I – I = 5 eV – V = - 3 mJ mol-1 58 Pontes de hidrogénio • XH…Y dois átomos muito electronegativos com H entre eles; X e Y são N, O ou F. – Modelo de interacção electrostática d-XHd+…:Yd– Modelo de formação de complexo entre ácido e base de Lewis XH + :Y XH…:Y 59 Pontes de hidrogénio • A energia depende do ângulo • Fica a energia <0 apenas dentro de 12º da estrutura linear 60 Pontes de hidrogénio • Teoria das orbitais moleculares – – – – Ligante Quase não ligante Antiligante O efeito global pode ser ligante, dependendo da posição da orbital não ligante – Pontes de H no gelo têm carácter covalente c1 X c2 H c3 Y 61 Pontes de hidrogénio • Dominam outras interacções entre moléculas neutras • Tipicamente 20 kJ/mol (calor de vaporização: 40,7 kJ/mol; tem que partir 2 pontes por molécula) • São responsáveis pelas propriedades de vários sistemas. 62 Interacção total • Atracção entre moléculas que rodam: V = -C/r6 • Repulsões tornam-se predominantes à distâncias mais curtas; uma das maneiras: V = +C*/rn; tipicamente usase n = 12 63 Interacção total • Potencial de LennardJones – – profundidade – – distância de V=0 12 6 V 4 r r 64 Potencial de Lennard-Jones • Mínimo (demonstrar): com r = 21/6 • A forma mais correcta, e mais difícil de calcular, da parte repulsiva: e-/r 65 Exemplo: reconhecimento molecular e design de drogas • Interacções anfitrião – convidado (host-guest): – Enzimas – substratos – Antigeno – anticorpo – Droga – receptor • Tipicamente formam-se várias ligações; assim a interacção torna-se específica, ligando-se um guest aos host quimicamente semelhantes • Ex.: a droga intercalando ente as bases altera o funcionamento da ADN 66 Exemplo: reconhecimento molecular e design de drogas • Ex.: a droga Crixivan é um inibidor competitivo da protease, cujo funcionamento é necessário para a montagem do vírus da SIDA: 1. O grupo OH substitui a molécula H2O necessária para hidrolisar o substrato; 2. C tetraédrico assemelha-se à estrutura do estado de transição da reacção de hidrólise da péptida, mas este C não pode ser clivado pela protease; 3. O inibidor está ligado por uma rede de pontes de hidrogénio, envolvendo os grupos C=O, uma molécula da H2O e grupos N-H da enzima 67 Níveis da estrutura • A configuração pode ser alterada partindo ligações • A conformação diz respeito ao arranjo da cadeia do polímero no espaço, e pode ser alterada rodando uma parte da cadeia em relação a outra 68 A ordem mínima: gases e líquidos Função de distribuição radial 69 Ex.: água e gelo Os anéis parecem os do ciclohexano em cadeira Átomos O em H2O 70 Rolos aleatórios • Uma estrutura desorganizada de uma cadeia flexível • A probabilidade de as extremidades de uma cadeia com N resíduos, cada um de comprimento l, estarem a uma distância nl é: 1/ 2 2 P e N n2 2N 71 Rolos aleatórios • Probabilidade f(r)dr de estarem no intervalo entre r e r+dr: 3 1/ 2 a 2 a r 3 f (r ) 4 1/ 2 r e a 2 2 Nl 2 2 72 Medir o rolo aleatório • Rrms= N1/2l; o volume aumenta como N3/2 • Comprimento de contorno Rc = Nl • Raio de giração: raio de uma casca esférica vazia com a mesma massa e o mesmo momento de inércia da molécula: 1/ 2 N Rg l 6 73 Ex.: comprimento de uma molécula ADN • Cumprimento l = 45 nm (130 pares de bases) • N = 200 • Na realidade – depende do solvente: num bom solvente fica um rolo menos justo e maior Rc 200 45 nm 9,0 mm Rrms (200)1/ 2 45 nm 0,64mm 1/ 2 200 Rg 6 45 nm 0,26 mm 74 Estrutura secundária de proteínas • Regras de Corey-Pauling 1. Os 4 átomos do elemento peptídico ficam num plano relativamente rígido: deslocalização dos electrões pelos átomos O, C, N, e a sobreposição máxima das suas orbitais p. 2. O átomos N, H, O da ponte de hidrogénio ficam numa recta (as deslocações do H não podem ser fora dos 30º do vector N – O). 3. Todos os grupos N-H e C=O são envolvidos em pontes de hidrogénio 75 Estrutura secundária de proteínas • Duas hipóteses: espiral a e folha b. • Cada volta da espiral tem 3,6 resíduos; o período tem 5 voltas (18 resíduos); o passo de uma volta é de 544 pm. • As ligações N – H … O são paralelos ao eixo, ligando i ao i+4 e i-4 • Os grupos R apontam para fora do eixo principal 76 Estrutura secundária de proteínas • A cadeia assuma a configuração correspondente ao mínimo de energia de Gibbs, dependente da energia de conformação, energia de interacção de várias partes da cadeia, e a energia de interacção entre a cadeia e o solvente. • Abordagem simples: apenas energia potencial de interacções entre os átomos não ligados • Além da interacções já descritas, mais algumas … 77 Interacções adicionais • Alongamento de ligações 1 2 Vstretch kstretch R Re 2 ex. : C C Re 152pm kstretch 400 Nm1 R 165pm V 20,3kJ mol-1 78 Interacções adicionais • Flexão de ligações 1 2 Vbend k bend e 2 ex. : lumiflavine e 15º V 8,5 kJ mol-1 30º k bend 75,6 J mol-1 deg -2 79 Interacções adicionais • Torção de ligações • Ângulos de dois grupos péptidos vizinhos fazem um com outro • Espiral direita: = -57º; = -47º Vtorsion A1 cos3 B1 cos3 A, B 1 kJ mol-1 80 Interacções adicionais • Interacções entre cargas parciais (Coulomb) • Interacções dispersivas e repulsivas (LennardJones) • Pontes de hidrogénio; outra abordagem: VH bonding E F 12 10 r r 81 Interacção total • Diagramas de Ramachandran para – Glycil – Alanil • I e II – a-espirais direita e esquerda, sendo I o mais fundo 82 b – sheets • Valores grandes de ângulos e • Folha b antiparalela = - 139º e = 113º; os átomos N-H-O das pontes de H formam rectas; NH de uma cadeia fica alinhada com CO da outra • Folha b paralela = - 119º e = 113º; os átomos N-H-O das pontes de H não são perfeitamente alinhados; NH de uma cadeia fica alinhada com NH da outra 83 Tipo de estrutura? 84 Estruturas de ordens mais elevadas • Em soluções aquosas os grupos R apolares podem ficar fora do solvente; pacote de 4 espirais a (citocroma b562) 85 Estruturas de ordens mais elevadas • Folhas b interligadas podem formar um b – barril, grupos apolares no interior 86 Outros factores • Ligações dissulfidas • Interacções de Coulomb entre os iões (dependentes do pH) • Pontes de hidrogénio • Forças de van der Waals • Interacções hidrofóbicas 87 T9 Agregados • Proteínas grandes, M > 50 kg mol-1, tipicamente são agregados de 2 ou mais cadeias – Ex: hemoglobina • Colágeno • Actina e miosina • Tubulina (polimerização ); consiste de 2 subunidades, que formam um dímero • Agregados de Hb (anemia falciforme) • Placas amilóides no cérebro (doença de Alzheimer) 88 Interacção entre proteínas e membranas biológicas • Membrana – estrutura viscosa, distância média de difusão de fosfolípido é proporcional a t½; tipicamente 1 mm por minuto. • Proteínas periféricas e proteínas internas 89 Aminoácidos hidrofóbicos • Mede-se a energia de Gibbs de transferência do aminoácido da solução aquosa para o interior da membrana • Ficam os hidrofóbicos no interior 90 Modelos de membranas • M. do mosaico fluido: proteínas são móveis, mais os coeficientes de difusão são reduzidos. • M. de jangada lipídica: moléculas de lípidos e colesterol formam estruturas ordenadas que transportam proteínas. 91 Ácidos nucleicos • B-ADN: espiral direita; diam. 2,37 nm; passo 3,54 nm (ADN) • A-ADN: espiral direita; diam. 2,55 nm; passo 2,53 nm (ARN ou ARNADN) • Z-ADN: espiral esquerda; diam. 1,84 nm; passo 4,56 nm • Interacções: pontes de H; energia de empilhagem (mais fortes entre pares G-C) 92 Estrutura terciária • Anel retorcido – cromossomas 93 ARN vs ADN b-D-ribose vs b-D-2deoxiribose • Uracilo em vez de Timina • ARN – cadeias únicas • t-ARN • 94 Polysaccarídeos • Polysaccarídeos são polímeros de carbohidratos – Armazenam glicose – Constroem paredes nas células de plantas – São mediadores de interacção entre células – São ligadas por ligações glicosídicas (C-O-C) – Orientação depende do grupo OH 95 Polysaccarídeos • Celulose • Amilose • Glicogénio, amilopectina 96 Simulação em computador • Cálculos de mecânica molecular • Minimiza-se a VC para achar a conformação • Procura-se o mínimo global • Utilidade limitada: não inclui contribuições de energia cinética, nem o solvente VC Vstretch Vbend Vtorsion VCoulomb VLJ VH bonding 97 Dinâmica molecular e simulações Monte Carlo • Vibrações atómicas e de cadeias laterais: 1500 pm; 1 fs até 0,1 s • Movimentos de espirais e subunidades: 0,1 – 1,0 pm; 1 ns até 1 s • Estrutura quaternária: > 0,5 nm; 100 ns até horas • Simulação: mov-to da molécula aquecida até certa temperatura; Dt ca. 1 fs xi xi 1 vi 1Dt dVC ( x) vi vi 1 m dx 1 Dt xi 1 98 Dedução • v1 – velocidade inicial • x1 e x2 – posições, inicial e final • F1 – força no ponto x1 • v1 e v2 – velocidades, inicial e final Dx Dt Dx x2 x1 v1 x2 x1 v1Dt * F1 m a1 Dv Dt Dv v2 v1 a1 v2 v1 a1Dt v1 F dVC ( x) dx v2 v1 m 1 F1 Dt m x1 dVC ( x) Dt * dx x1 99 Exemplo • Partícula de massa m ligada a uma parede pela mola, k • x0 - posição de equilíbrio • Expressão da velocidade? F x xi-1 x0 vi vi 1 k / mxi 1 x0 100 Dinâmica molecular e simulações Monte Carlo • A baixa “temperatura” são acessíveis poucas configurações • Com temperatura mais elevada, mais conf. • Simulação do efeito do solvente • Mov-to de distâncias pequenas e aleatórias • Calcula-se DVC • DVC 0 – aceita-se • DVC > 0 – confirmar se pode existir; factor de Boltzmann: razãode populações: e - ΔVC kT 101 Dinâmica molecular e simulações Monte Carlo DVC > 0 – confirmar se pode existir; factor de Boltzmann: • Compara-se com um número aleatório entre 0 e1 • Se o factor for maior – aceita-se a conformação • Senão – rejeita-se • e - ΔVC kT 102 Dinâmica molecular e simulações Monte Carlo • É difícil obter configuração correcta, pois é preciso testar imensas configurações diferentes • Podemos usar para prever alterações por causa duma pequena alteração na sequência de um biopolímero de estrutura conhecida 103 Cálculos QSAR • Pesquisa de drogas: relações quantitativas entre estrutura e reactividade • Correlação entre dados de actividade de compostos líderes e as suas propriedades moleculares, determinadas experimentalmente ou calculadas • Exemplo da expressão: Actividade c0 c1d1 c d c3d2 c4d2 2 2 1 2 • Fase final: avaliação de actividade do composto testado 104 3D QSAR • Avalia-se a estrutura em 3D, para ver se o composto candidato pode ligar-se ao alvo • Estudam-se as estruturas dos compostos líderes, procurando semelhanças • Coloca-se um átomo de carbono sp3 em cada ponto de uma grelha 3D, avaliando Eestérica e Eelectrostática • Constante de ligação ao alvo (r – pontos da grelha): log K bind c0 cS (r ) Eestérica (r ) cE (r ) Eelectrostática (r ) r 105 3D QSAR • Ligação de Esteróides ao proteína humano CBG • Estes métodos precisam de dados abundantes e de confiança 106