REAPROVEITAMENTO DA LAMA DO BENEFICIAMENTO DE
ROCHAS ORNAMENTAIS PARA A PRODUÇÃO DE ARGAMASSA
Fabrício Athayde Rocha1 e Michel Adriano Rabbi2
1Associação
Ambiental Monte Líbano / APL de - Cachoeiro de Itapemirim/Sudeste, ES, Brasil.
2Instituto Capixaba de Gestão / APL de - Cachoeiro de Itapemirim/Sudeste, ES, Brasil.
Sobre o APL
O APL de Rochas Ornamentais do Espírito Santo tem como referência o Município de Cachoeiro de Itapemirim e outros dos eu entorno. Apresentando área geográfica
de 892 km2 e com uma população de 189.889 habitantes, Cachoeiro funciona como pólo de desenvolvimento local que abrange outros quatorze municípios (IBGE
2004). Diretamente envolvidas com o setor de rochas de ornamentais – que é a principal atividade econômica de toda esta região – estão cerca de 1.200 empresas (em
sua maioria, micro ou pequenas empresas), que por sua vez geram mais de 100.000 empregos diretos e muita inovação industrial (fortalecendo inclusive outras cadeias
suplementares, como a do setor metal-mecânico, originalmente desenvolvido para atender o setor de rochas, mas atualmente focado em novos mercados como o da
Mineração).
Descrição da Melhor Prática
A AAMOL – Associação Ambiental Monte Líbano procurou potencializar o reaproveitamento da Lama do Beneficiamento de Rochas Ornamentais - LBRO com a
implantação de uma Fábrica de Argamassa. Assim, deu início ao projeto ARGAAMOL – Qualidade e Sustentabilidade. Um projeto original e inovador porque utiliza a
lama específica do tipo de beneficiamento que é realizado no Estado do Espírito Santo (ou seja, incluindo elementos como a granalha) para fabricar argamassa, além de
unir e potencializar outras ações relevantes como geração de emprego e renda com promoção de cidadania (envolvendo detentos do sistema prisional), bem como a criação
de um selo socioambiental que não apenas vai diferenciar as empresas associadas à AAMOL, como valorizar, junto a todos os públicos destas, as iniciativas ambientais.
Resultados da Aplicação da Melhor Prática
• Desenvolvimento de uma argamassa de qualidade que utiliza em sua formulação 30% da lama do
beneficiamento de rochas ornamentais realizado no Estado do Espírito Santo (ou seja, com elementos como a
granalha);
• Consumo de 8.400 toneladas/mês, o que representa 56% do total de lama que a AAMOL recebe;
• Conquista do Prêmio “Ressocialização do Trabalho” 2011, do Governo do Estado do Espírito Santo, devido ao
aproveitamento da mão-de-obra prisional;
• Financiamento do BNDES para instalação da fábrica;
• Início do desenvolvimento do projeto também na Associação das Indústrias de Rochas Ornamentais de Atílio
Vivácqua, uma associação semelhante à AAMOL;
• Interesse do Centro de Tecnologia Mineral - CETEM em firmar parceria para implementar projeto semelhante
na Região do Bege Bahia e na Região do Seridó na Paraíba;
• Interesse da Associação de Empresas de Rochas do Frade – ASSERFRA em desenvolver projeto semelhante;
•Criação do selo Socioambiental, a ser usado pelas 75 empresas filiadas à AAMOL, para
manifestar a atitude socioambiental e despertar o interesse de todos os públicos
diretamente relacionados a essas empresas para essas mesmas ações;
•Sensibilização de 1400 crianças em torno da preocupação ambiental em Parceria com a
Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Secretaria Municipal de Educação e Ministério
Público;
•Assinatura do Termo de Parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo – UFES
para projeto piloto de recuperação de áreas degradadas com utilização de forma de plantio
com espécies nativas da nossa região (regeneração natural);
•Assinatura do Termo de Parceria com o Centro de Tecnologia Mineral para
desenvolvimento de novos produtos.
Conclusões
O projeto “ARGAAMOL – Qualidade e Sustenbilidade” promove a inovação que o setor de
rochas ornamentais de Cachoeiro de Itapemirim espera há muito tempo. Uma iniciativa que
consuma a lama abrasiva em grande quantidade. Com este resíduo caracterizado, o projeto
servirá de base para outras iniciativas procurando consumir a lama abrasiva depositada e a
que está sendo produzida. O Projeto proporciona confiabilidade e segurança na
comercialização dos produtos, uma vez que eles foram avaliados e aprovados de acordo com
normas técnicas e serão reavaliados, continuamente, no laboratório interno da fábrica. O
projeto estimula ainda a participação de outras empresas da região, visando a geração de
novos empregos e cuidado com o Meio Ambiente, em uma iniciativa sustentável e lucrativa,
gerando desenvolvimento regional.
Agradecimentos
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Associação Ambiental Monte Líbano