Be With Me Now 10 Novembro 2015 be with me now © vincent beaume terça, 21:00h Grande Auditório MUSICA.GULBENKIAN.PT Nova produção estreada por ocasião do 5.º aniversário da rede enoa Coprodução: Fundação Calouste Gulbenkian, Festival d’Aix-en-Provence, Aldeburgh Music, Bayerische Theaterakademie August Everding, Chapelle Musicale Reine Elisabeth, Dutch National Opera & Ballet, LOD muziektheater e Teatr Wielki – Polish National Opera. enoa tem o apoio do Programa Cultura da União Europeia Com o apoio da Opera Academy Verona e da Verona Film Commission del Comune di Verona para as filmagens em Verona. O coprodutores, membros da enoa, agradecem a todas as pessoas que participaram nas filmagens em vários países da Europa. mecenas rising stars mecenas música de câmara mecenas concertos de domingo mecenas ciclo piano mecenas coro gulbenkian mecenas grandes intérpretes terça 10 Novembro 2015 21:00h — Grande Auditório 10 11 Be With Me Now Um percurso amoroso através da ópera europeia Espetáculo musical para cinco cantores e quatro instrumentistas Julien Fišera / Isabelle Kranabetter conceção e dramaturgia MaNOj Kamps direção musical e transcrições Julien Fišera encenação Samal Blak cenários e guarda-roupa Kévin Briard luzes Jérémie Scheidler instalação de vídeo Pascal Poissonnier filmagem vídeo Sophie van der Stegen assistente de encenação Rannveig Káradóttir soprano Maartje Rammeloo soprano Kinga Borowska meio-soprano Gwilym Bowen tenor Tomasz Kumiega ˛ barítono Fanglei Liu violino Sébastien Van Kuijk violoncelo Ana Filipa Lima flauta MaNOj Kamps piano Rita Gonzaga assistência ao guarda-roupa Espetáculo estreado em julho de 2015 no Festival d’Aix-en-Provence Duração: c. 1h 20 min. (sem intervalo) A Fundação Calouste Gulbenkian agradece o apoio da Art of Travel 03 Be With Me Now é uma proposta musical realizada a partir das seguintes peças, transcritas, quando aplicável, por MaNOj Kamps Wolfgang Amadeus Mozart (1756-91) A flauta mágica (1791) . Abertura . Zu Hilfe! Zu Hilfe! Vincenzo Bellini (1801-35) I Capuleti e i Montecchi (1830) . Vieni, ah! vieni, in me riposa Maartje Rammeloo, Kinga Borowska Benjamin Britten (1913-76) Cabaret Songs (1937-39) . Tell me the truth about love (1879-1942) El niño judio (Zarzuela, 1918) . De España vengo Kinga Borowska (n. 1958) Im Sturm (2004-2007) . Halt 04 Maartje Rammeloo Richard Wagner (1813-83) Tannhäuser (1845) . O du, mein holder Abendstern Tomasz Kumiega ˛ (1685-1759) Giulio Cesare (1724) . Piangerò la sorte mia Rannveig Káradóttir Wolfgang Amadeus Mozart A flauta mágica . Tamino mein! o welch ein Glück! Rannveig Káradóttir, Gwilym Bowen Vasco Mendonça Tutti (1610-96) Airs de cour (1689) . Par mes chants tristes et touchants Maartje Rammeloo (1882-1971) The Rake’s Progress (1951) . I go to him What the Night brings Tomasz Kumiega ˛ Michel Lambert Igor Stravinsky Georg Friedrich Händel Tomasz Kumiega ˛ Wolfgang Mitterer (n. 1983) Tristia Kinga Borowska, Tomasz Kumiega ˛ Gwilym Bowen, Maartje Rammeloo, Rannveig Káradóttir, Kinga Borowska Pablo Luna Daan Janssens (n. 1977) be with me now © vincent beaume Reencontra-se a música como se reencontra o amor Reencontra-se a música como se reencontra o amor. Em diferentes idades e circunstâncias que gostamos de achar únicas. Certas músicas, como certas relações, tomam conta de nós, assombram-nos. Não conseguiríamos viver sem elas. E eis que surge um novo amor que arreda o primeiro. Abre-se em nós um espaço desconhecido e essa paisagem desconhecida encanta-nos. Mas essa relação amorosa, ou essa descoberta musical, não anula o que existia, mas parece completá-lo. O que nos parecia inultrapassável ajusta-se ao novo. Não ficamos senão mais enriquecidos. A noite musical que propomos é uma viagem pela história da ópera. As árias alimentam-se umas às outras, respondem umas às outras sem se oporem: passado e presente lado a lado. É uma colagem, uma versão moderna daquilo a que na época barroca se chamava pasticcio: uma montagem compósita de árias de natureza diferente. Wagner, Bellini, Stravinsky, Britten… mas também de encomendas feitas aos jovens compositores Daan Janssens e Vasco Mendonça. O todo foi arranjado por MaNOj Kamps. O ponto de partida encontra-se nessa Flauta Mágica de Mozart que mistura os diferentes estilos operáticos e teatrais, mergulhando no teatro popular tanto como na opera seria. Do ponto de vista da fábula, Be With Me Now é uma história de amor a ser reajustada. Uma jovem deixa o seu amante e ambos têm de reencontrar o caminho do seu amor. O jovem parte em busca dos momentos que tornaram esta história tão única. Esta viagem ao passado faz ressurgir memórias que acompanham as árias de ópera que foram importantes para eles. Como o seu duplo Tamino, na Flauta Mágica, empreende uma busca de múltiplos desafios à procura daquela que, na sua convicção, o poderá salvar. E reencontramos aqui um outro aspeto essencial na obra de Mozart: a fé do compositor no poder da música. O jovem Tamino dá-se conta que a sua flauta encanta os animais selvagens e o ajuda a atravessar as chamas, e em Be With Me Now é a própria música que conduz aos reencontro dos dois protagonistas. A música aqui transporta-nos não somente dum ponto de vista metafórico, mas literalmente: no tempo e no espaço. Se a proposta de vídeo joga em diferentes estratos temporais (O que é que foi filmado no passado? O que é que é contemporâneo?), 05 be with me now © vincent beaume ela segue a partitura que se desenrola em palco, lembrando-nos que a música é a arte do imediatamente presente, abarcando todos os passados. Se os dois heróis procuram, antes de tudo, estar juntos e se reencontram no término do seu périplo, é com a consciência que o caminho percorrido, e as suas errâncias, constituem na totalidade aquilo que eles são hoje. Mas o futuro reserva outras surpresas e é preciso estar preparado. É esse o sentido pleno do final da peça que parece ultrapassar a história íntima. Com efeito, Mozart e o seu libretista põem em equilíbrio dois tipos de amor: um amor romântico entre os dois heróis, mas também um amor mais universal que atravessa todos os homens e todas as mulheres. Em Be With Me Now, a viagem dos heróis que seguimos no écran é trazida ao palco pelos músicos. São eles que personificam esse amor coletivo. O que mais nos agradou pôr em foco foi o poder da música como agente de ligação: ela é ao mesmo tempo a expressão de uma comunidade e aquilo que a funda. Num tempo em que a afirmação do eu, para muitos, passa pela ligação a uma comunidade, pensamos que é salutar lembrar que uma herança, em primeiro lugar cultural e musical, é partilhada por todos. A emoção sentida ao ouvir uma ária aproxima-nos e apaga por algum tempo as nossas diferenças. Este efémero ensemble criado por ocasião deste espetáculo é disso testemunha. Trabalhando para trazer ao presente estas árias de origens e épocas diferentes, tomamos consciência de que o que nos liga é uma emoção partilhada. Nós, jovens criadores vindos dos quatro cantos da Europa, estamos convencidos que juntos, e graças ao poder da música, saberemos atravessar as chamas. julien fišera e isabelle kranabetter 06 Entrevista com o compositor Daan Janssens Fale-nos do seu percurso. Nasci em Bruges e comecei por estudar violino e piano. Compus as minhas primeiras peças aos onze anos sem ainda imaginar que um dia poderia vir a ser compositor. Aos dezanove anos ingressei no Conservatório de Gent para estudar teoria musical e contraponto. Então, encorajado pelo compositor flamengo Frank Nuyts, retomei a composição. A minha música começava a ser tocada em vários festivais na Bélgica. Há quase dez anos fundei, com um amigo violoncelista, um ensemble de música contemporânea, o Nadar, que desde o seu início foi convidado a tocar no festival Strasbourg Musica e no Festival de Música Contemporânea de Darmstadt, cidade onde participei em sessões de composição, da mesma forma que no festival IRCAM ManiFeste. Estas sessões proporcionaram a minha entrada na vida musical internacional, um aspeto que acredito ser indispensável na carreira de um compositor. Há oito anos, iniciei um doutoramento no Conservatório de Gent que ainda não concluí, mas que me confere o espaço para refletir. Como definiria a sua estética? Vejo-me como um herdeiro dos marcadores firmados pela Segunda Escola de Viena e pelo serialismo. Karlheinz Stockhausen, György Ligeti e Pierre Boulez são grandes influências para mim. Descobri também Helmut Lachenmann, Gérard Grisey e, de uma forma mais geral, a Escola Espectral, cuja pesquisa focada no som considero particularmente interessante: o som não é pensado como uma simples nota, mas como um elemento dotado de múltiplas qualidades. Esta corrente aborda a noção de uma fronteira, ainda que ténue, entre o som e o ruído, com Gérard Grisey pensando ainda em termos de um limiar. Ao longo dos últimos dez anos, concentrei-me mais sobre o timbre e a articulação do que sobre as próprias notas, privilegiando nas minhas peças um ritmo harmónico muito lento. O que representa para si a Rede Europeia de Academias de Ópera (enoa)? Enquanto compositor, enoa trouxe-me muito. Esta rede europeia de academias de ópera proporciona a oportunidade de participar em workshops e promove encontros entre artistas de diferentes disciplinas: encenadores, maestros, cantores, argumentistas, etc. É também um fórum para discussões intensas e debates excitantes sobre a forma da ópera nos nossos dias e no futuro. Como é que se envolveu em Be With Me Now? Na verdade, não sei! Tinha anteriormente participado em vários projetos enoa, nomeadamente workshops organizados em Aix-en-Provence com Peter Eötvös em 2011, mas também em Lisboa com a Orquestra Gulbenkian, para a qual escrevi uma peça que foi dirigida pelo compositor Luca Francesconi. Sou também compositor em residência no LOD muziektheater, uma companhia de produção com sede em Gent, especializada em ópera e teatro musical. Essas atividades provavelmente contribuíram para que o meu nome fosse sugerido para este projeto. Por outro lado, já anteriormente conhecera, num workshop em Gent, Julien Fišera e Isabelle Kranabetter, responsáveis pela conceção e dramaturgia de Be With Me Now. Como vê este projeto? Embora repouse sobre A Flauta Mágica de Mozart e junte a tradicional equipa artística 07 be with me now © vincent beaume de uma ópera – cantores, instrumentistas, encenador, argumentista, maestro – e se projete ao longo de quatrocentos anos de música, vejo Be With Me Now como algo que é eminentemente contemporâneo. Os excertos selecionados, pertencentes a vários estilos, quando se juntam formam uma nova entidade, particularmente porque são transpostos para quatro instrumentos: violino, violoncelo, flauta e piano. Justifica-se assim associar as estas peças criações de compositores vivos entre os quais me incluo, juntamente com Vasco Mendonça e Wolfgang Mitterer. a questão do exílio, tema de grande atualidade, através de cartas dirigidas à sua mulher que ficou no país natal que ele não voltará a ver. Este tema captou imediatamente a minha imaginação. Com Tristia, Julien Fišera tinha a ideia de fazer ecoar a ária “O du, mein holder Abendstern” de Tannhäuser – uma peça incluída em Be With Me Now – quando Wolfram contempla as estrelas enquanto pensa no amor que perdeu. Em Tristia, o poeta está também a olhar para o céu e para uma estrela em particular que lhe permite comunicar com a sua mulher. Como é que a sua peça, Tristia, se inscreve no esquema geral da peça? Inspirada em A Flauta Mágica, Be With Me Now conta a história de Tamino que procura a sua Pamina, da qual foi separado. Embora muito afastados, estes dois personagens querem encontrar-se a qualquer preço. A minha peça surge depois de Airs de Cour do compositor barroco francês Michel Lambert, a obra mais antiga no programa, e antes da melodia “I go to him”, retirada de The Rake’s Progress de Stravinsky. Na dramaturgia, corresponde ao momento em que Pamina decide partir para procurar Tamino. A minha peça encerra a primeira parte do espetáculo, antes do início de uma série de peças curtas, nomeadamente de Wagner. Desde o início, Julien Fišera e Isabelle Kranabetter pediramme para colocar em música um excerto de Tristia de Ovídeo. O poeta romano aborda Como é a música de Tristia? Tristia é cantada por um meio-soprano e um barítono. Na altura da encomenda, Isabelle Kranabetter insistiu no facto de a figura masculina ser central, ficando a personagem feminina à distância. A peça inicia-se com uma breve intervenção da cantora, seguindose a entrada do barítono e depois um eco distante da voz feminina. Tristia usa silêncios – muito presentes nas partes cantadas, ao contrário dos quatro instrumentos que tocam continuamente – para refletir esta ausência evocada por Ovídeo. Os cantores intervêm através de pequenos fragmentos, mas sem dialogarem, na medida que o outro nunca chega. 08 entrevista conduzida por anne le nabour – 27 de abril de 2015 / excerto do programa do festival d’aix-en-provence Entrevista com o compositor Vasco Mendonça Como se desenvolveu a sua carreira musical? Formei-me em composição em Lisboa antes de ir para Amesterdão para preparar um mestrado com Klaas de Vries. Em seguida viajei para Londres para estudar com o compositor George Benjamin, tendo concluído o meu doutoramento. A peça Be With Me Now foi criada para assinalar o 5.º aniversário da Rede Europeia de Academias de Ópera (enoa). Na sua opinião, o que é que uma rede deste tipo traz de novo à música? enoa desempenha um papel crucial no mundo lírico dos nossos dias. Encoraja a mobilidade entre os jovens artistas no início das suas carreiras, apoia os jovens talentos e participa na organização de numerosos encontros artísticos. Pessoalmente, devo à enoa a minha ligação com o Festival d’Aix-en-Provence. Por exemplo, The House Taken Over pode ser considerada, até um certo ponto, o produto desse encontro. Como descreve a peça que compôs para Be With Me Now? É a peça que conclui o espetáculo, o que representa um certo desafio. Não é particularmente fácil compor uma obra contemporânea que será ouvida depois da Flauta Mágica. A minha peça usa os cinco cantores, no entanto sem pretender ser um coro final – um momento tradicionalmente reservado na ópera para a resolução do enredo. Pelo contrário, privilegiei um final aberto que coloca questões, mesmo se Be With Me Now, ainda que veiculando a ideia de uma Europa da cultura, não inclua uma mensagem política propriamente dita. Para isso, escolhi um poema do poeta inglês Philip Larkin (1922-1985), This Was Your Place of Birth, escrito em 1945. Embora seja possível estabelecer uma ligação entre este texto e a intriga global neste momento da representação, é suficientemente vaga para poder colocar questões mais gerais sobre o nosso futuro comum como europeus. Por fim, em termos da sua estética, a escrita é semelhante à do madrigal. Como é que se envolveu em Be With Me Now? Be With Me Now foi o tema para um convite à apresentação de propostas. Este foi ganho pelo encenador Julien Fišera que eu conhecera no Festival d’Aix-en-Provence em 2010 e com o qual me mantive em contacto. Assim que soube que iria ser o responsável pelo projeto, Julien Fišera contactou-me de imediato: além dos excertos retirados do repertório estabelecido, queria também incluir peças de compositores vivos. Fiquei absolutamente empolgado com este pedido. Qual é a relação entre a sua peça e a outras obras do programa? Apesar de estar incluída em Be With Me Now, esta peça destina-se também, no futuro, a poder ser interpretada autonomamente. Não me preocupei demasiado com a presença de outros compositores. Na verdade, não penso que se deva procurar uma coerência a qualquer preço entre as diferentes partes de Be With Me Now, que é, na sua essência, uma combinação de vários repertórios que enfatizam diferenças de estilos e nacionalidades. 09 be with me now © vincent beaume Que lugar ocupa a música vocal no seu repertório? Nos últimos anos, a música vocal ocupou um espaço considerável e assim vai continuar. Depois de Be With Me Now vou compor um ciclo de canções para barítono e piano e em seguida uma nova ópera. É um género do qual me sinto naturalmente muito próximo. A voz é o meu instrumento preferido, um instrumento incrível e muito diferente! Mesmo se, por vezes, me afasto dele, o que é sempre benéfico, acabo sempre por regressar com grande prazer. 10 De uma forma geral, como define a sua filosofia estética? É uma pergunta difícil. Na minha opinião, o mais importante é o facto de compor, de cada vez, uma peça única, mas no entanto mantendo um olhar crítico sobre o meu trabalho. Até um certo ponto, concordo com Philip Larkin quando ele diz que a “originalidade está em se distinguir de si próprio e não dos outros”. entrevista conduzida por anne le nabour – 30 de abril de 2015 / excerto do programa do festival d’aix-en-provence Daan Janssens Vasco Mendonça compositor compositor vasco mendonça © dr daan janssens © isabelle franáaix Notas Biográficas Depois de concluir a sua formação em violino, piano e teoria musical, Daan Janssens estudou composição e direção de orquestra no Conservatório de Gent com Frank Nuyts, Filip Rathé e Godfried-Willem Raes. Prosseguiu a sua formação em composição com Bruno Mantovani, Peter Eötvös, Magnus Lindberg e Luca Francesconi. Em simultâneo, aperfeiçoou-se em direção com o Ensemble Modern e Johannes Kalitzke. Em 2006 recebeu o primeiro prémio de composição da Semana da Música Contemporânea de Gent com o seu quarteto para cordas …Passages... (2005). As suas composições (...nuit cassée.), (es), (étude scénographique), (Paysages - études) I, (...en paysage de nuit...), Les Aveugles e (...revenir dans l’oubli...) foram selecionadas para a secção flamenga da Sociedade Internacional para a Música Contemporânea (ISCM-Vlaanderen). Algumas das suas obras foram tocadas durante os festivais TRANSIT, Ars Musica, Musica em Estrasburgo, Internationale Ferienkurse fur Neue Musik (Darmstadt) e ISCM World Music Days, bem como no Kaaitheater em Bruxelas, no Concertgebouw de Bruges e na Fundação Calouste Gulbenkian. Daan Janssens colabora com vários agrupamentos, incluindo Spectra, Ensemble intercontemporain, Neue Vocalsolisten Stuttgart, Ensemble Orchestral Contemporain, Musiques Nouvelles e Silbersee. Dirige o ensemble Nadar, formação com a qual se apresentou nos Ferienkurse de Darmstadt, no Festival Musica de Estrasburgo e no Festival de Donaueschingen. Desde 2007, é investigador assistente no Conservatório de Gent. Vasco Mendonça formou-se em Composição na Escola Superior de Música de Lisboa. Mudou-se depois para Amesterdão, onde estudou com Klaas de Vries e George Benjamin. Recebeu numerosas distinções, entre as quais o Prémio de Composição Lopes Graça (2004). Representou Portugal na Tribuna Internacional de Compositores da UNESCO (2010). Colaborou com companhias europeias de vanguarda no que respeita ao teatro musical contemporâneo, entre as quais Music Theatre Wales, Muziektheater Transparant e LOD muziektheater. Recebeu encomendas de diversas salas e festivais: Festival d’Aix-en-Provence – que apresentou, em estreia mundial, a sua ópera The House Taken Over (2013) –, Festival de Aldeburgh, Festival de Verbier, Musica Nova Helsinki, Música em Estrasburgo, Semana Musical Gaudeamus, Concertgebouw de Amsterdão, deSingel, De Doelen, Grand Théâtre de Luxembourg, Philharmonie de l’Elbe, Philharmonie de Colónia e Salle Gaveau. A música de Vasco Mendonça tem sido interpretada por toda a Europa por grupos como Asko/Schönberg, Nieuw Ensemble, Remix Ensemble, International Contemporary Ensemble, Orquestra Gulbenkian, Orquestra Sinfónica do Porto, Drumming, Sond’Arte ou Nederlands Vocaal Laboratorium. Recebeu encomendas de obras de várias instituições, incluindo Casa da Música, Aldeburgh Music, MuziekTheater Transparant, Festival de Verbier, Gaudeamus Music Week, Fundação Calouste Gulbenkian e Culturgest. A sua música é editada pela Classic Concert Records. 11 Isabelle Kranabetter encenação, conceção e dramaturgia conceção e dramaturgia Após estudos de Literatura e História da Arte na Sorbonne, na Royal Holloway University de Londres e na Universidade do Texas, Julien Fišera criou em 2004 a companhia Espace Commun, especializada em textos contemporâneos. Os valores do encontro, da partilha e da transmissão estão no cerne da sua abordagem da encenação. Sediado em Paris, apresentou o seu trabalho em Marrocos, no México, no Brasil, nos E.U.A. e ultimamente no Teatro de Arte de Moscovo, onde encenou Don Juan de Molière. Com a preocupação de promover o encontro entre diferentes disciplinas artísticas, multiplica as trocas com o meio da dança contemporânea, do cinema e sobretudo da ópera e da música contemporânea. Em 2010 participou no Atelier Opéra en Création da Academia do Festival d’Aix-en-Provence e juntou-se à rede enoa. Colaborou com o compositor Pascal Dusapin (O Mensch!) e com os encenadores Robert Cantarella (Werther de Massenet), Joël Pommerat (Thanks to My Eyes de Oscar Bianchi) e Richard Brunel (L’Empereur d’Atlantis de Ullmann). Em 2014 encenou o concerto do 75.º aniversário da Chapelle Musicale Reine Elisabeth no Palácio de Belas Artes de Bruxelas. Encenou peças de Michel Vinaver, Martin Crimp, Harold Pinter, Lars Norén, Caryl Churchill e Jean Genet e dirigiu as criações de Belgrade (Angélica Liddell) em 2013 e de Eau sauvage (Valérie Mréjen) em 2015. Para 2016 tem em preparação o espetáculo musical Blackbird, inspirado na primeira digressão americana dos Beatles em 1964. 12 Isabelle Kranabetter estudou canto na Universidade de Música de Dresden antes de estudar dramaturgia de ópera na Bayerische Theaterakademie August Everding com Klaus Zehelein. Teve o apoio do departamento alemão de intercâmbio universitário (DAAD) para prosseguir a sua formação na Universidade de Paris 8. Como dramaturga, trabalhou obras redescobertas do século XVIII, tais como Didone abbandonata de Hasse e La Dirindina de D. Scarlatti. Além disso, trabalhou também a ópera A raposinha matreira de Janácek ˇ e participou em dois projetos do compositor alemão Manos Tsangaris. Com as empresas de produção Sophiensäle e Radialsystem V, em Berlim, envolveu-se em inovadoras criações musicais e líricas de um género novo, nomeadamente a versão cénica de Um Requiem Alemão, de Brahms, pela Companhia Sasha Waltz & Guests. Em 2014, na qualidade de membro do coletivo teatral Quid Pro Quo, participou em Die großen Utopien sind zuruck!, sobre as utopias sociopolíticas do nosso tempo. Dramaturga independente e depois responsável pela secção de Ópera da Bayer Kultur, contribuiu para a revalorização de várias óperas dos séculos XVIII e XX, além de outras criações contemporâneas. Proximamente, irá colaborar com o coreógrafo espanhol Juan Kruz Diaz de Garaio Esnaola num conceito coreográfico em torno das canções com alaúde do séc. XVII e com o compositor Stefan Hanke no libreto de um espetáculo musical para crianças encomendado pela Filarmónica de Colónia. isabelle kranabetter © dr julien fišera © jean-louis fernandez Julien Fišera Samal Blak direção musical, transcrições e piano cenários e guarda-roupa samal blak © dr manoj kamps © chantal bekker MaNOj Kamps O compositor, maestro e diretor de coro cingalês MaN0j Kamps recebeu as suas primeiras lições de música de Sureka Amerasinghe. Apoiado pela Kersjes Fonds, estudou direção de orquestra com Jac van Steen e Kenneth Montgomery no Conservatório de Haia, onde se formou igualmente em composição e em direção coral. Graças ao apoio da Fundação Ars Lunga, trabalhou em seguida com Daniel Reuss. Dirigiu concertos e representações cénicas ou semicénicas com a Nationale Reisopera, o Coro de Câmara da Holanda, a Cappella Amsterdam, a Academia de Ópera da Holanda, o Coro da Rádio Nacional da Holanda, o Asko/Schönberg Ensemble, o Silbersee e a Orquestra de Câmara Telemann de Tóquio. Trabalhou como primeiro assistente no Coro da Rádio de Berlim, na Ópera da Holanda, na Sociedade Bach da Holanda e na Orquestra Sinfónica de Praga. Dirigiu várias estreias mundiais e holandesas de obras de Louis Andriessen, Michel van der Aa, Karlheinz Stockhausen, Boudewijn Tarenskeen, Klaas de Vries e Rodion Chtchedrine. Apresentou-se em numerosos festivais, incluindo a Semana Musical Gaudeamus, o Festival da Holanda e o Festival AAA do Concertgebouw de Amsterdão. MaNOj Kamps participa em projetos multidisciplinares e é também arranjador musical e compositor. Além disso, desenvolve atividade pedagógica, nomeadamente no Centro Musical da Rádio Nacional da Holanda e na Ópera da Holanda. Originário das Ilhas Faroé, Samal Blak estudou no Central Saint Martins College of Art and Design de Londres, onde obteve um diploma em cenografia. Recebeu o prémio Thorvald Poulsen av Steinum em 2007 e o Prémio Linbury em 2009. Em 2010 encenou Otello (Verdi) na Ópera de Birmingham, produção nomeada para os Prémios de Música da Royal Philharmonic Society na categoria de Ópera e Teatro Musical. Entre os espetáculos nos quais Samal Blak trabalhou como cenógrafo, destacam-se: Ghost Patrol (MacRae), que recebeu em 2013 o Prémio South Bank Sky Arts na categoria de ópera; In the Locked Room (Huw Watkins), para a Ópera da Escócia e o Music Theatre Wales; Khovantchina (Mussorgsky), que recebeu o prémio para Melhor Nova Produção nos Prémios Internacionais de Ópera 2015 e que foi nomeado para o Prémio South Bank Sky Arts no mesmo ano; Life is a Dream (Jonathan Dove) na Ópera de Birmingham; Les mamelles de Tirésias (Poulenc) no Festival d’Aix-en-Provence, no Festival de Aldeburgh e no Théâtre Royal de la Monnaie; Il Giasone (Cavalli), Agrippina (Händel), Simon Boccanegra (Verdi), L’Incoronazione di Poppea (Monteverdi) e Così fan tutte (Mozart), com a English Touring Opera; Most of the Boys (Sasha Siem) no Linbury Studio Theatre; The Importance of Being Earnest (Gerald Barry) nos Riverside Studios de Londres; Antoine and the Paper Aeroplane no Festival de Edimburgo Afenginn-Decenniale em Copenhaga; Tosca (Puccini) na Opéra d’Ostfold; Falstaff (Verdi) na Ópera Nacional de Bucareste. 13 Jérémie Scheidler luzes instalação de vídeo kévin briard © dr jérémie scheidler © dr Kévin Briard Kévin Briard diplomou-se pela École Nationale Supérieure des Arts et Techniques du Théâtre de Lyon, onde participou em criações de Michel Raskine, Emmanuel Daumas, Richard Brunel e Christian Von Treskow. Integrou a equipa da Comédie de Valence a convite do encenador Christophe Perton, tendo realizado a iluminação de L’annonce faite à Marie (Paul Claudel) e Le Procès de Bill Clinton (Lancelot Hamelin). Para Olivier Werner, artista permanente do grupo, realizou a iluminação de Saint Elvis (Serge Valletti), Par les Villages (Peter Handke) e Rien d’humain (Marie Ndiaye). Entre 2009 e 2012, colaborou com a companhia em diversas produções: Hércules (Eurípedes) no Théâtre du Vieux Colombier; Les Grandes Personnes (Marie Ndiaye) no Théâtre National de la Colline; Souterrain Blues e La Femme Gauchère, díptico de Peter Handke, no Théâtre du Rond-Point. Paralelamente, assegurou a iluminação dos espetáculos de Olivier Werner Occupe-toi du bébé (Dennis Kelly), no Théâtre National de la Colline, e La Pensée, concebido a partir de um romance de Leonid Andreiev. Em 2013 regressou ao Théâtre du Vieux Colombier para Oblomov (Ivan Gontcharov), adaptado e encenado por Volodia Serre, e também à Comédie de Valence para trabalhar em Avant que j’oublie, escrito e interpretado por Vanessa Van Durme e encenado por Richard Brunel. Com o apoio do Jerome Robbins Trust, colaborou com outros artistas e coreógrafos, tais como Caroline Lhuillier (bailarina nas Óperas de Berlim, Lyon e Nancy) e Flavia Tapias (Grupo Tapias, Brasil). 14 O videasta, realizador e encenador Jérémie Scheidler concluiu uma pós-graduação em filosofia, vertente de estética (2006). Desde 2008, a sua investigação, que incide sobre as formas não narrativas no cinema e no teatro, levou-o a criar instalações de vídeo para diversos espetáculos, em colaboração com os encenadores Julien Fišera, David Geselson, Marie Charlotte Biais, Nicolas Fagart e Olivier Coyette. Colaborou com diversos teatros e festivais, como a Comédie de Béthune, o Festival 360, a Comédie de Saint-Étienne, o Théâtre de Vanves, o Théâtre du Grand-Rond (Toulouse) e o Théâtre de Poche (Bruxelas). Diversos projetos seus beneficiaram do apoio do “Dispositif d’aide pour la création artistique multimédia et numérique” (DICRéAM), nomeadamente Belgrade (Angélica Liddell), Eau Sauvage (Valérie Mréjen) e La Bohemia electrónica, espetáculo transdisciplinar do duo eletroacústico Kristoff K. Roll, criado no Festival Musique Action (2014). Em 2013, os seus vídeos Nuit Blanche #1 e Odeur du temps #1 foram difundidos por ocasião das exposições coletivas Bruissements, na Galerie Isabelle Gounod (no quadro da temporada Nouvelles Vagues du Palais em Tóquio) e Friends & Family, na Galerie Eva Hober. Nesse mesmo ano, o seu filme La Cendre et la lumière foi projetado no Collège des Bernardins (Paris), no âmbito de uma sessão Jeune Création. Jérémie Scheidler colaborou igualmente na encenação em Un seul été (a partir de L’Été 80 de Marguerite Duras), criado pela Compagnie La Controverse no Théâtre de Vanves (2014). Rannveig Káradóttir filmagem vídeo soprano pascal poissonnier © dr rannveig káradóttir © dr Pascal Poissonnier O realizador, músico e performer belga Pascal Poissonnier formou-se na Académie Royale des Beaux-Arts de Gent (KASK) antes de concluir um mestrado em escrita (scriptwriting). No final dos seus estudos, realizou uma curta-metragem intitulada Dat Ben Ik (Sou eu): difundido na Bélgica e no estrangeiro, o filme foi selecionado e premiado em vários festivais internacionais. No ano seguinte, trabalhou pela primeira vez com o teatro Kopergietery de Gent, tendo então estabelecido uma longa e rica colaboração que continua ainda hoje. Desde então, dirigiu e produziu um grande número de anúncios publicitários, reportagens, curtas-metragens, clips vídeo e recebeu diversas encomendas de filmes. Além disso, criou uma instalação de vídeo e editou diversos discos. Com a sua empresa de produção, Savage Film, realizou dois documentários, Walking Back To Happiness e No Comment. É também pedagogo e conferencista convidado da Académie Royale des Beaux-Arts e do Lemmens Institute de Gent. A soprano islandesa Rannveig Káradóttir estudou piano e flauta desde os seis anos, antes de prosseguir a carreira de canto clássico. Depois de concluir a sua formação na Escola de Música de Reiquiavique, com Alina Dubik, prosseguiu os seus estudos em Itália, com Kristján Jóhannsson, e no Royal College of Music de Londres, nas classes de Janis Kelly e Christopher Glynn. Paralelamente, continuou a estudar flauta, mas também canto jazz, na Islândia e no Complete Vocal Institute de Copenhaga. Em 2008 venceu o Concurso Internacional de Canto Barry Alexander e participou no recital dos premiados no Carnegie Hall de Nova Iorque. Os seus primeiros passos no domínio da ópera incluíram os seguintes papéis: Lauretta (Gianni Schicchi de Puccini) no Estúdio de Ópera da Ópera da Islândia; A Condessa (Die Verschworenen de Schubert) na Escola de Música de Reiquiavique; Annina (La traviata de Verdi) na Ópera da Islândia; Zerlina (Don Giovanni de Mozart), com a Orquestra Sinfónica Juvenil da Islândia; Nero e Popea (L’Incoronazione di Poppea de Monteverdi) no Royal College of Music, em colaboração com a English Touring Opera, e no Festival de Aldeburgh, no quadro do Britten-Pears Young Artist Programme. Em 2014 interpretou Violetta (La traviata) no Rye Arts Festival. Entre outros projetos, destaque ainda para o lançamento de um disco de melodias islandesas em colaboração com a pianista Birna Hallgrímsdóttir. 15 Kinga Borowska soprano meio-soprano kinga borowska © dr maartje rammeloo © dr Maartje Rammeloo A soprano holandesa Maartje Rammeloo estudou canto no Conservatório Fontys de Tilburg, onde se diplomou em 2008 depois de se ter especializado em opereta e teatro musical. Complementou a sua formação nos cursos de aperfeiçoamento de Montserrat Caballé, Raúl Giménez, Elly Ameling, Bernarda Fink e Edith Wiens. Entre 2008 e 2013, foi premiada em vários concursos: Prémio Staetshuys Fonds do Concurso Internacional de Canto de Bois-le-Duc (2008); Prémio Jo Bollekamp do concurso Erna Spoorenberg Vocalisten Presentatie, atribuído ao solista mais prometedor (2009); Prémio do Concurso Hans Gabor Belvedere de Amesterdão (2013). Foi igualmente finalista do Concurso Internacional de Canto Montserrat Caballé (Espanha) e do Concurso internacional de Música Wilhelm Stenhammar (Suécia). Nos palcos de ópera, interpretou o papel principal de Alcina, de Händel, além dos papéis de Adina (L’elisir d’amore de Donizetti), Giulietta (Les contes d’Hoffmann de Offenbach), e Saffi (O Barão Cigano de J. Strauss). Participou igualmente na estreia da ópera The Tsar, his wife, her lover and his dead, de Monique Krüs, representada no Grachtenfestival de Amesterdão. Recentemente, estreou-se na Ópera da Holanda no papel da Sacerdotisa, em Iphigénie en Tauride de Gluck. Apresentou-se também como solista em concertos de ópera e oratória, sob a direção de maestros como Jac van Steen, Robbert van Steijn, Antony Hermus e Wouter Padberg. Trabalha atualmente com Ira Siff e Peter Nilsson. 16 A meio-soprano polaca Kinga Borowska estudou canto na Academia de Música de Lodz. Em 2010 ingressou na Chapelle Musicale Reine Elisabeth (Bélgica), onde foi aluna de José Van Dam. Em 2013 recebeu o 2.º Prémio e um Prémio Especial no Concurso Internacional de Canto Ada Sari em Nowy Sacz (Polónia) e foi finalista no 8.º Concurso Internacional de Canto Stanisław Moniuszko de Varsóvia. Em 2014 fez parte da “Résidence Schubert” da Academia do Festival d’Aix-en-Provence. Em 2007 estreou-se no Grande Teatro de Lodz, como Marcelina, em As bodas de Figaro de Mozart. Colaborou com numerosos artistas, tais como os pianistas Helmut Deutsch, Ubaldo Fabbri, Maciej Pikulski, Julius Drake e Eytan Pessen, os contratenores Paul Esswood e Artur Stefanowicz, as sopranos Olga Pasichnyk, Ingrid Kremling-Domanski, Mireille Alcantara, Izabela Ktosinska e Mitsuko Shirai, as meios-sopranos Urszula Kryger e Anita Garanca, o tenor Peter Schreier e o barítono Udo Reinemann. No Théâtre Royal de la Monnaie de Bruxelas participou em produções de Matsukaze de Toshio Hosokawa, Édipo de Enesco, Romeu e Julieta de Gounod, Au Monde de Philippe Boesmans, no ballet Dance X Music e num recital de melodias polacas com a pianista Inge Spinette. Entre outros agrupamentos, colaborou com a Orquestra Nacional da Bélgica, a Filarmónica de Bruxelas, a Orquestra da Rádio Flamenga e a Orquestra Filarmónica do Luxemburgo, sob a direção de maestros como Christopher Warren-Green, Patrick Fournillier, Michel Tabachnik ou Richard Egarr. Gwilym Bowen barítono gwilym bowen © dr tomasz kumiega ¸ © dr tenor Tomasz Kumiega ¸ Gwilym Bowen nasceu em Hereford, em Inglaterra. Diplomou-se pela Universidade de Cambridge e estudou também na Royal Academy of Music. Ao longo a sua carreira, interpretou vários personagens de ópera, incluindo Pelléas (Pelléas et Mélisande de Debussy), Tom Rakewell (The Rake’s Progress de Stravinsky), Davey (Siren Song de Jonathan Dove), Dwight / Dieu (Jerry Springer: the Opera, de Richard Thomas e Stewart Lee), o Marinheiro (Dido e Eneias de Purcell), Intelletto (Rappresentatione di Anima, e di Corpo de Cavalieri) e Lisandro (Sonho de uma noite de verão de Britten). Cantou também L’Incoronazione di Poppea, de Monteverdi, no âmbito do Britten-Pears Young Artist Programme, do Festival de Ópera de Ryedale e da Academy of Ancient Music no Barbican Centre de Londres. Colaborou com a Oxford Philomusica na interpretação da Oratória de Natal de J. S. Bach, na Polónia, e com Die KölnerAkademie em Serenade, de Britten, no Festival de Amesterdão. Mais recentemente, cantou a Paixão segundo São Mateus (Evangelista) de Bach, sob a direção de Masaaki Suzuki, no Alice Tully Hall de Nova Iorque, Zaïs de Rameau, com a Orchestre de l’Âge des Lumières, no Queen Elizabeth Hall, o Messias de Händel e a Missa em Si menor de Bach, dirigida por Stephen Layton. Na temporada 2014-2015, juntou-se à Royal Academy Opera para interpretar Gherardo, em Gianni Schicchi de Puccini, e Sellem, em The Rake’s Progress de Stravinsky. Bolseiro do Ministério da Cultura e do Património Nacional da Polónia, Tomasz Kumiega ˛ estudou canto na Universidade de Música Fryderyk Chopin, em Varsóvia. Em 2014 integrou o “Atelier Lyrique” da Ópera Nacional de Paris. Foi premiado em vários concursos no seu país natal e recebeu o prémio HSBC da Academia do Festival d’Aix-en-Provence em 2012 com as suas interpretações de Papageno (A flauta mágica de Mozart) e Masetto (Don Giovanni de Mozart). Na qualidade de membro da Academia de Ópera do Grande Teatro – Ópera Nacional de Varsóvia – trabalhou com David Pountney na interpretação de Mr. Emmet, em Mr Emmet Takes a Walk de Peter Maxwell Davies. Trabalha atualmente com Eytan Pessen. O repertório de Tomasz Kumiega ˛ incluiu ainda Demetrius (Sonho de uma noite de Verão de Britten), Marullo (Rigoletto de Verdi), o Conde de Brabante (Lohengrin de Wagner) e Guglielmo (Così fan tutte de Mozart). Em 2014 estreou-se no Teatro Nacional de Miskolc (Hungria) como Junius, em The Rape of Lucretia de Britten, com a Filarmónica Nacional de Varsóvia, como Arlequim em Ariadne auf Naxos de R. Strauss, e na Ópera de Câmara de Varsóvia (Festival Mozart) no papel de Don Giovanni. Na presente temporada apresenta-se pela primeira vez na Ópera Nacional de Paris, onde interpretará os papéis de Príncipe Yamadori, em Madama Butterfly de Puccini, e de Orfeu, em L’Orfeo de Monteverdi. 17 violino violoncelo Fanglei Liu foi aluna de Kolja Blacher na Escola Superior de Música Hanns Eisler de Berlim e de Augustin Dumay na Chapelle Musicale Reine Elisabeth, em Waterloo. Participou nas master-classes da Kronberg Academy, de Itzhak Perlman, da Mendelssohn Summer School, do Encuentro de Música y Academia de Santander, do Menuhin Festival String Academy (Gstaad) e do Festival de Música Aurora (Suécia). Fanglei Liu conquistou vários prémios na China, nomeadamente o 1.º Prémio no Concurso Oriental de Música para Violino (Xangai, 2005), o Grande Prémio do Concurso Nacional de Violino (Tsingtao, 2006) e o 4.º Prémio no Concurso Nacional de Violino e Piano CCTV (Pequim, 2008). Recebeu também o 2.º Prémio no Concurso de Violino Ibolyka-Gyarfas (Berlim, 2013) e foi semifinalista do Concurso Internacional de Violino de Freiburg em 2014. Fanglei Liu foi 1.º violino da Orquestra do Festival de Música de Schleswig-Holstein (2008-2010) e também da Orquestra do Festival de Música do Pacífico, no Japão (2011). Como instrumentista de música de câmara, trabalhou com Christoph Eschenbach, Nobuko Imai, o Quarteto de Cordas de Tóquio, Hansjörg Schellenberger, David Gerlingas e Ivan Monighetti. Apresentou-se em recital no Shanghai Oriental Art Center, bem como em Espanha, na Alemanha e na Bélgica. Atualmente é membro do Menuhin Live Music Now, em Berlim, e do Villa Musica Rheinland-Pfalz. 18 Sébastien Van Kuijk formou-se em Paris antes de estudar com Maria Kliegel, Aldo Parisot, János Starker, David Geringas, Jens Peter Maintz, Gábor Takács-Nagy, Pieter Wispelwey, Gerhard Schulz e Günter Pichler. Segundo Prémio e Prémio Especial Gustav Mahler no Concurso Internacional de Música da Primavera de Praga, Prémio SACEM do Concurso Rostropovich e Prémio Pro Musicis, foi igualmente laureado pela Fundação do Groupe Banque Populaire, pela Fundação Meyer e pela Swiss Global Artistic Foundation. Apresentou-se como solista com a Filarmónica Bohuslav Martinu, ˚ a Sinfónica da Rádio de Frankfurt, a London Cello Orchestra, a Orquestra de Câmara de Paris, a Orchestre Lamoureux, a Orquestra Internacional de Genebra e a Real Orquestra Filarmónica de Liège. Entre os seus parceiros de concerto figuram, entre outros, Renaud Capuçon, Bertrand Chamayou, Augustin Dumay, Gary Hoffman, Marie-Josèphe Jude, François Leleux, Cédric Tiberghien, Julia Migenes, Alexandre Tharaud e o Quarteto Ébène. Como artista convidado, apresentou-se na Salle Gaveau, na Cité de la Musique, no Théâtre des ChampsÉlysées e no Concertgebouw de Amesterdão. Apaixonado pela música contemporânea, trabalhou com os compositores G. Kurtág, P. Boulez e H. Dutilleux. Foram-lhe dedicadas peças para violoncelo de K. Beffa, N. Bacri e T. Eschaich. Fundou, com o seu irmão Nicolas (violino), o Quarteto Van Kuijk que ganhou em 2013 o Grande Prémio e o Prémio do Público no Concurso Internacional de Quartetos de Cordas de Trondheim, na Noruega. sébastian van kuijk © caterina zalewska Sébastien Van Kuijk fanglei liu © dr Fanglei Liu Ana Filipa Lima ana filipa lima © dr flauta Ana Filipa Lima iniciou os seus estudos musicais na Escola Profissional de Música de Viana do Castelo. Diplomou-se em flauta pela Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo do Porto (2014) e frequenta atualmente um mestrado em Performance na Hoschschule fur Musik und Theater Felix Mendelssohn-Bartholdy, em Leipzig, com Irmela Bossler. É bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian desde 2014. Em 2012 foi premiada pela Yamaha Music Foundation of Europe e selecionada para a World Orchestra. Em 2013 representou Portugal, como embaixadora, na World Peace Orchestra, tendo atuado na África do Sul. Em 2014 foi selecionada para o Ensemble Academy Freiburg e participou em concertos com a Internationale Junge Orchester Akademie, a Zoltán Kodály World Youth Orchestra, a International Youth Symphony Orchestra Bremen, a FIMM Orchestra Academy, a London Mahler Orchestra, a Penderecki Akademie Orchestra Westfalen, o Remix Ensemble e a Orquestra Gulbenkian. Em 2015 gravou duas peças escritas para ela: Flutuações Contemplativas, de Manuel Brásio, e A Menina dos Cabelos de Ouro - In Memoriam Rosalina Paredinha, de Miguel Oliveira. Foi selecionada para o Concurso ARD 2015, participou no Estágio Gulbenkian para Orquestra e na Moritzburg Festival Academy e colaborou ainda com a Orquestra de Guimarães, a Deutsche Staatskapelle Weimar e a Young Franco-German-Hungarian Philharmonic. Créditos benjamin britten “tell me the truth about love” música de benjamin britten texto de w.h. auden interpretada com autorização de faber music ltd, london pablo luna “de españa vengo” © 1921 de pablo luna, enrique garcía alvarez e antonio paso cano – unión musical ediciones, s.l., madrid todos os direitos reservados. protegidos pela regulamentação internacional dos direitos de autor. wolfgang mitterer “halt” com a amável autorização do compositor igor stravinsky “i go to him” com a amável autorização de boosey & hawkes music publishers limited vasco mendonça “what the night brings” sobre o poema de philip larkin “this was your place of birth” extraído da coleção © estate of philip larkin e reimpresso com permissão de faber and faber ltd. 19 european network of opera academies rede europeia de academias de ópera A rede enoa nasceu da vontade de várias instituições do mundo da ópera – academias, festivais, fundações e produtores de ópera – de colaborarem de forma mais estreita no apoio aos jovens artistas, ajudando-os no lançamento das suas carreiras e a alcançar as suas ambições artísticas. Com o apoio do Programa Cultura da União Europeia, desde 2011 a rede enoa trabalhou no âmbito da formação e da mobilidade dos artistas emergentes, encorajando a criação e a disseminação de novas criações operáticas através da Europa. A comunidade enoa é formada atualmente por onze instituições membros, catorze parceiros associados, mais de um milhar de jovens artistas e cerca de trezentos profissionais. Para celebrar o seu quinto aniversário, a rede enoa orgulha-se de apresentar Be With Me Now, uma criação musical emblemática dos seus valores e do seu sucesso. Esta ambiciosa produção resulta da colaboração entre artistas que se conheceram através da rede e é interpretada por jovens talentos descobertos pela enoa. Foi acompanhada no seu processo de criação e coproduzida por oito das instituições membros da rede. Estreada em Aix-en-Provence a 7 de julho de 20015, Be With Me Now estará em digressão europeia até ao verão de 2016. Celebremos juntos a vitalidade do mundo da ópera! www.enoa-community.com tem o apoio do Programa Cultura da União Europeia A informação contida nesta publicação vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela puder ser feita. 14 + 15 Novembro Concertos Participativos Messias händel Coro Participativo Coro e Orquestra Gulbenkian Paulo Lourenço Fundação Calouste Gulbenkian musica.gulbenkian.pt mecenas rising stars mecenas música de câmara mecenas concertos de domingo mecenas ciclo piano mecenas coro gulbenkian mecenas grandes intérpretes ensaio coro participativo © ana brígida sábado, 19:00h / domingo, 16:00h — M/6 19 Novembro quinta, 21:00h — M/6 Trauernacht Cantatas de J. S. Bach trauernacht – festival d’aix-en-provence 2014 © pascal victor /artcomart Ensemble Pygmalion Raphaël Pichon Katie Mitchell Fundação Calouste Gulbenkian musica.gulbenkian.pt mecenas rising stars mecenas música de câmara mecenas concertos de domingo mecenas ciclo piano mecenas coro gulbenkian mecenas grandes intérpretes Não é permitido tirar fotografias nem fazer gravações sonoras ou filmagens durante os concertos. Desligue o alarme do seu relógio ou telemóvel antes do início dos concertos. Programas e elencos sujeitos a alteração sem prévio aviso. direção criativa Ian Anderson design e direção de arte The Designers Republic design gráfico ah–ha tiragem 300 exemplares preço 2€ Lisboa, Novembro 2015 MUSICA.GULBENKIAN.PT FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN