MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO
DIFERENÇAS DE DESEMPENHO DAS RAÇAS NAS PROVAS DE
VELOCIDADE E POTÊNCIA DENTRO DO HIPISMO CLÁSSICO
1° Ten Cav RODRIGO DILL PINTO
Rio de Janeiro
2010
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MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO
DIFERENÇAS DE DESEMPENHO DAS RAÇAS NAS PROVAS DE VELOCIDADE E
POTÊNCIA DENTRO DO HIPISMO CLÁSSICO
RODRIGO DILL PINTO – 1° Ten Cav
Monografia apresentada à Escola de Equitação do
Exército como requisito parcial à obtenção do
título de Pós-graduação (latu sensu) em Equitação.
Orientador: Alisson Maia Bila – Cap Cav.
Rio de Janeiro
2010
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, aos meus pais, que desde a minha infância me incentivaram
a dedicar-me em todos os aspectos.
A minha esposa Candida, que por inúmeras vezes dedicou horas da sua atenção para
ajudar-me, pela sua paciência nos momentos difíceis e principalmente pelo seu amor
incondicional a minha pessoa que é ponto culminante para minha motivação dentro do curso.
Ao Cap Bila, meu orientador, pela amizade e por ter mostrado quais eram os caminhos
corretos a serem percorridos.
Ao nobre amigo cavalo, grande companheiro, o qual compartilha há anos todos os
momentos da minha vida, bons e ruins. A minha válvula de escape que me auxilia nesses
vários momentos.
Aos cavalos Zeus, Sansão, Faísca e égua Geada, meus maiores companheiros na arte
eqüestre, que me deram condições de hoje estar cursando a Escola de Equitação do Exército e
realizando este sonho.
4
RESUMO
O desejo pelos melhores animais de salto, leva cavaleiros investirem milhões de euros para
aquisição desses cavalos. A quantidade de raças eqüinas é imensa. Dessa forma, torna-se uma
tarefa muito complexa adequar as melhores características, temperamento, potência e
velocidade ao tipo de cavaleiro que deseja resultados expressivos em competições nacionais e
mundiais. O objetivo do presente estudo foi proporcionar ferramentas para auxiliar a
complicada tarefa de identificar o melhor cavalo, assim como dar subsídio a Coudelaria do
Rincão e ao Exército Brasileiro, para verificar qual seria a melhor raça, proporcionando
melhores cruzas entre garanhões e matrizes. Além disso, auxiliando na compra de sêmen de
animais consagrados para inseminação artificial, gerando assim, um melhor desenvolvimento
dos cavalos de salto do Exército Brasileiro. Foram avaliadas as raças Brasileiro de Hipismo,
Puro Sangue Inglês e Hanoveriano, sendo elas as principais raças formadoras de produtos na
Coudelaria do Rincão. Avaliou-se as características, formação da raça, linhagem de salto e
resultados em competições. O Brasileiro de Hipismo é uma raça em formação, entretanto,
destaca-se na maioria das provas nacionais. Em competições internacionais coloca-se em
posições medianas. O Puro Sangue Inglês é uma raça onde, sua principal característica, é
proporcionar animais belos e rápidos. Entretanto não é considerada uma raça de salto pela
FEI. Porém, o PSI é a grande refinadora das principais raças de salto, assim torna-se
importantíssima para o desenvolvimento da modalidade. Verificou-se nas provas nacionais e
internacionais avaliadas, que o PSI não possui grandes resultados. O Hanoveriano é uma raça
disseminadora de cavalos no mundo. Destaca-se por produzir animais fortes e potentes, sendo
uma das mais importantes raças de salto. Verificou-se que o Hanoveriano em competições
nacionais não se destacou, entretanto nota-se poucos animais da raça competindo no Brasil.
Internacionalmente é comprovado ser superior, quando comparado as demais raças
estudadas, obtendo resultados positivos, principalmente em provas de potência. Dessa forma,
comparando as raças estudas, nota-se a supremacia do Hanoveriano, principalmente pelos
resultados obtidos em competições com maiores exigências técnicas e pelo ranking do World
Breeding for Sport Horses.
Palavras chave: Cavalo – Salto – Competições - Resultados
5
ABSTRACT
The desire by the best animals jump takes riders invests million for the acquisition of these
horses. The amount of equine breeds is immense. Thus, it becomes a very complex task to
match the best features, temperament, power and speed to the type of rider who want
expressive results in national and international competitions. The aim of this study is to
provide tools to assist the complicated task of finding the best horse and give subsidy to the
Coudelaria de Rincão and to Brazilian Army, to see what would be the best breed crosses
between stallions and mare stocks. Also with the purchase of semen from devoted animals to
artificial insemination, thus generating a development of jumping horses of the Brazilian
Army. The study has evaluated the breeds Brasileiro de Hipismo, English Thoroughbred and
Hanoverian, which are the main breeds forming products in the Coudelaria de Rincão. We
evaluated their characteristics, breeds creation, jumping lineage and results in competitions.
The Brasileiro de Hipismo is a breed in generation. However, it is destached in most national
tests. In international competition, it places oneself in middle positions. The English
Thoroughbred is a breed which its main characteristic is to provide fast and beautiful animals.
But it is not considered a jumping breed by the FEI. However, the PSI is the leading refiner of
the main jumping breeds, so it is very important for the development of the sport. Evidences
were found in national and international tests evaluated that the Thoroughbred does not have
great results. The Hanoverian is a disseminator breed of horses in the world. It stands out for
producing strong and powerful animals, being one of the most important jumping breeds. It
was found that the Hanoverian in national competitions was not significant, however it was
noted few animals from this breed competing in Brazil. Internationally is demonstrably
superior to other studied breeds, getting positive results, especially in Power Jumping Events.
Thus, comparing the breeds researched, note the supremacy of Hanoverian, mainly by results
obtained in competitions with greater technical requirements and by the ranking of the World
Breeding for Sport Horses.
Key words: Horse – Jumping – Competitions - Results
6
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO..............................................................................................
7
2
A RAÇA BRASILEIRO DE HIPISMO......................................................
9
2.1
Formação da raça..............................................................................................
9
2.2
Características da raça.......................................................................................
12
2.3
Linhagem da raça para o salto...........................................................................
14
3
A RAÇA PURO SANGUE INGLÊS..............................................................
20
3.1
Formação da raça..............................................................................................
20
3.2
Características da raça........................................................................................
21
3.3
Linhagem da raça para o salto.............................................................................
22
4
A RAÇA HANOVERIANA..........................................................................
27
4.1
Formação da raça..............................................................................................
27
4.2
Características da raça.......................................................................................
27
4.3
Linhagem da raça para o salto.............................................................................
27
5
ESTUDO COMPARITIVO ENTRE AS RAÇAS ESTUDADAS...............
34
5.1
O Stud Books das raças......................................................................................
34
5.2
Avaliação em competições.................................................................................
37
6
CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................
41
7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................
43
7
1. INTRODUÇÃO
O cavalo sempre ocupou lugar de destaque na vida cotidiana do homem,
pois representou auxílio em atividades em que só o esforço humano seria insuficiente.
Primeiro a locomoção por grandes distâncias, as quais os pés humanos não suportariam.
Depois como fiel soldado em batalhas das mais variadas, ou no trabalho com a terra
auxiliando na produção. Hoje, depois de ser meio de transporte, soldado e trabalhador do
campo, ele representa para o homem o companheiro no esporte, o auxílio para tratamento
terapêutico e um bom companheiro para as horas de descanso.
A história do hipismo se confunde com a história da civilização com o
adestramento dos animais pelo homem e sua utilização como meio de transporte. A
modalidade de salto é tão antiga que esteve entre os esportes disputados nos Jogos Olímpicos
da Antiguidade na Grécia.
O primeiro registro de uma competição de hipismo no Brasil foi em abril de
1641, coordenada por um holandês. A prova foi realizada em território nacional por Maurício
de Nassau em Recife, com presença de cavaleiros holandeses e brasileiros, mas foi somente
na primeira metade da década de 20 que o esporte ganhou nova dimensão no Brasil, com a
chegada de uma missão militar francesa
Hoje em dia o salto cresceu em número de praticantes, surgiram centenas de
clubes e escolinhas de hipismo que se espalham por todas as regiões do País. Atualmente, a
Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) congrega 20 federações estaduais além da
Comissão de Desportos do Exército (CDE) A CDE é uma entidade co-irmã da CBH que se
enquadra no mesmo nível, sem subordinação e localizada no Forte São João na Urca, a Escoa
de Equitação do Exército (EsEqEx) é uma agência desportiva da CDE responsável pelo
Hipismo, palco das provas dos Jogos Panamericanos de 2008, Jogos Mundiais Militares 2011
e também das Olimpíadas de 2016.
Dessa forma, podemos constatar a grande evolução do hipismo no Brasil e
também verificamos que existe a necessidade de obtermos os melhores cavalos para que
tenhamos melhores rendimentos em provas de salto dentro e fora do Exército Brasileiro (EB).
O presente estudo tem por finalidade avaliar os diferentes raças de cavalos
de salto, entre elas Brasileiro de Hipismo (BH), Puro Sangue Inglês (PSI) e Hanoveriano, pois
são essas as três principais raças na formação de cavalos do Exército Brasileiro, na Coudelaria
de Rincão. Serão observadas suas características físicas e morais bem como seus
desempenhos em provas de velocidade e potência dentro do hipismo clássico para que
8
possamos adequar as melhores raças encontradas neste estudo, a fim de realizar o cruzamento
de corretos garanhões com as melhores matrizes da Coudelaria de Rincão e, dessa forma,
aperfeiçoar o plantel de cavalos de salto do Exército Brasileiro.
9
2. A RAÇA BRASILEIRO DE HIPISMO
2.1 Formação da raça.
A raça BH é oriunda da Associação Brasileira de Criadores do Cavalo de
Hipismo (ABCCH), fundada em 1977, que é reconhecida pelo Ministério da Agricultura
como entidade responsável pelo Serviço de Registro Genealógico (SRG) das raças de eqüinos
utilizadas para a prática do hipismo no Brasil. Este serviço é denominado “Stud Book”
Brasileiro do Cavalo de Hipismo (SBBCH). Os fundadores da ABCCH, com o objetivo de
formar e promover a raça Brasileira de Hipismo, iniciaram cruzamentos entre garanhões de
fora do país ou nacionais, registrados em outras associações, com aptidão reconhecida para
esportes do hipismo clássico (modalidades de salto, adestramento, concurso completo de
equitação ou CCE), denominados animais de raças formadoras e, éguas nacionais com ou sem
genealogia conhecida, que apresentassem características funcionais e morfológicas
necessárias para esportes hípicos, denominadas éguas base (ABCCH, 1998; SBBCH, 1999).
O animal para ser registrado como Brasileiro de Hipismo deve resultar do
cruzamento de garanhões aprovados pelo “Stud Book” Brasileiro do Cavalo de Hipismo de
uma das raças formadoras ou de garanhões da raça Brasileira de Hipismo (BH) com éguas de
outras raças formadoras, ou com éguas base e, ainda, com éguas Brasileiras de Hipismo. São
feitos, também, registros especiais por mérito de conformação, desempenho ou reprodução
(ABCCH, 1998; SBBCH, 1999).
Atualmente, o cavalo Brasileiro de Hipismo é reconhecido mundialmente,
pelas suas vitórias conquistadas em vários eventos internacionais, além de fazer parte do
World Breeding for Sport Horses (WBFSH), entidade internacional que reúne as associações
de raças de cavalos utilizados para a prática de esportes hípicos em todo mundo. Entretanto,
foram realizados poucos estudos sistemáticos sobre a raça BH, tornando pouco conhecida sua
formação, evolução e caracterização como raça de eqüinos em relação a outras raças mais
conhecidas e renomadas.
Existem dados que foram obtidos a partir dos registros do Stud Book
Brasileiro do Cavalo de Hipismo, mantidos pela Associação Brasileira de Criadores do
Cavalo de Hipismo, desde a sua fundação, em 1977, até setembro de 1998, (Dias et al, 2000).
10
Deste arquivo originou-se 19.303 registros, 11.508 animais Brasileiro de
Hipismo e 7.795 animais de raças formadoras, que foram recodificados, em ordem
decrescente, de acordo com a data de nascimento. Foram mantidas informações de cada
animal como: número de registro, raça, número do criador, número do proprietário, sexo,
número de registro e raça do pai, número de registro e raça da mãe, data de nascimento,
pelagem, data de registro definitivo; animal resultante de transferência de embrião.
Dos registros verificou-se que diversas raças de eqüinos têm sido utilizadas
na formação da raça Brasileira de Hipismo. As principais raças de garanhões foram Puro
Sangue Inglês (20,9%), Hanoveriana (16,1%), Westfalen (10,5%), Holsteiner (9,6%) e
Trakehner (8,2%), além de machos da própria raça Brasileira de Hipismo com contribuição de
8,7%. Já as principais raças de fêmeas foram éguas base (42,8%), que são éguas nacionais
com ou sem genealogia conhecida, Puro Sangue Inglês (10,8%) e éguas da própria raça
Brasileira de Hipismo (36,2%), (Dias et al, 2000).
Dessa forma, ficou evidente, como em outras raças de eqüinos utilizadas
para o hipismo no mundo, a grande influência do Puro Sangue Inglês. Segundo o Ranking do
World Breeding for Sport Horses (WBFSH, 2010), a raça Sela Francesa, que ocupa o quarto
lugar no ranking mundial de salto, possui aproximadamente 52 % de Puro Sangue Inglês
(Moureaux et al. 1995). A Hanoveriana, também uma das oito melhores raças no ranking
mundial de salto nos últimos anos, segundo WBFSH (2010), tem em sua constituição,
aproximadamente 15% de PSI (Verbandhannovercher Warmblutzüchter, 1997). Também
tiveram forte influência do Puro Sangue Inglês as raças Holsteiner, Trakehner, Oldenburger e
Zangersheide (Massone, 1993; Goodman, 1997; OHBS, 1999; WBFSH, 1998).
Podemos também identificar a grande diferença entre a utilização de
garanhões (8,7%) e éguas (36%) da raça Brasileira de Hipismo como reprodutores (Dias et al,
2000). O baixo percentual de garanhões pode ser explicado pela dificuldade de aprovação de
garanhões da raça pela Associação de Criadores do Cavalo de Hipismo e pelo uso, da
inseminação artificial, em virtude da crescente facilidade de importação de sêmen de
garanhões das raças formadoras. A maior porcentagem de éguas Brasileiras Hipismo
certamente foi devido ao desenvolvimento da raça com boa seleção nas éguas e ao alto custo
de importação das fêmeas de raças européias.
A influência de garanhões da raça Puro Sangue Inglês na formação do
Brasileiro de Hipismo começou a diminuir em 1982, e voltou a intensificar em 1988,
conforme (Dias, 2000), Devido o crescimento e desenvolvimento da raça BH, outras raças,
11
além do Brasileiro de Hipismo, ganharam espaço, como os garanhões Holsteiner,
Hanoverianos e Westfalen, raças que se destacaram recentemente no ranking de salto do
WBFSH (2010).
Ficou evidenciado a menor utilização das éguas base a partir de 1989,
segundo (Dias et al, 2000) provavelmente, em função da dificuldade de sua aprovação como
reprodutoras pela Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Brasileiro de Hipismo nos
últimos anos (SBBCH, 1999). Éguas Puro Sangue Inglês também têm sido menos utilizadas,
da mesma forma que os garanhões, seguindo a tendência mundial das raças de salto
(Moureaux et al.,1995; Verbandhannovercher Warmblutzüchter,
1997; Massone, 1993;
Goodman, 1997; OHBS, 1999; WBFSH, 1998). Tem-se observado também maior uso de
éguas da raça Brasileira de Hipismo, fato este que evidencia o crescimento da raça (Dias et al,
2000).
Os cruzamentos entre raças para formação da população de animais da raça
Brasileira de Hipismo são bastante diversificados. O cruzamento com a maior porcentagem
foi de garanhões PSI com éguas Base (15,95%) seguido, com freqüência bem menor por:
garanhões Hanoverianos com éguas Base (6,65%), garanhões Hanoverianos com éguas BH
(5,74%), garanhões Holsteiner com éguas BH (4,86%), garanhões Westfalen com éguas BH
(4,76%), garanhões e éguas BH (4,38%), garanhões PSI com éguas BH (3,48%) e garanhões
Trakehner com éguas Base (3,30%). Os demais tiveram freqüência inferior a 3,0%, (Dias et
al, 2000).
Foram calculadas as porcentagens de contribuição das diversas raças para a
formação do cavalo Brasileiro de Hipismo. O próprio BH contribuiu com 22,45%, animais
Base, sem genealogia conhecida, com 21,90% e a raça Puro Sangue Inglês com 15,85%. As
contribuições de 2,67% da raça Sela Francesa e de 1,04% da Sela Holandesa, quarta e
segunda pela classificação da WBFSH (2009), respectivamente, foram baixas. Já a
porcentagem de contribuição das raças Holsteiner (4,80%), Hanoveriana (8,05%) e Westfalen
(5,23%), primeira, oitava e quinta, respectivamente, pela classificação da WBFSH (2010),
tiveram contribuições um pouco maiores. Contribuíram ainda as raças Trakehner (4,11%),
Sela Argentina (1,91%), Oldenburger (1,80%), Anglo-Árabe (1,40%) e Sela Belga (1,24%).
As raças Andaluz, Árabe, Hackney, Anglo-Normanda, Sela Dinamarquesa, Zangersheide e
Bayern tiveram contribuição menor que 1% e juntas representam 2,9% de contribuição na
formação da raça. Estes resultados demonstram que a Brasileira de Hipismo ainda se encontra
em formação e está distante de ser fixada. Outro dado interessante que cabe ressaltar seria a
idade média dos pais ao nascimento dos filhos (intervalo médio de gerações) que foi de 9,86
12
anos, sendo a dos garanhões ao nascimento de sua progênie de 10,42 e a das éguas de 9,31
anos (Dias et al, 2000). Entretanto os valores são semelhantes aos encontrados por diversos
autores, em estudos com raças de mesma finalidade esportiva, como Trakehner, Hanoveriana
e Árabe. Tal fato deveu-se, possivelmente é devido aos métodos reprodutivos utilizados por
essas raças (inseminação artificial e transferência de embrião) e no momento em que os
garanhões entram em reprodução, ou seja, após aprovados pelas Associações de Criadores
(Schwark & Scheiber, 1968; Uphaus & Kalm, 1994;Moureaux et al., 1996).
Portanto, podemos concluir que a raça Brasileira de Hipismo encontra-se no
início de sua formação. No período de julho de 1977 a setembro de 1998 as raças que tiveram
maior influência na formação do cavalo Brasileiro de Hipismo foram Puro Sangue Inglês,
Hanoveriana, Westfalen, Holsteiner e Trakehner (Dias, et al 2000). A grande variabilidade
genética do cavalo Brasileiro de Hipismo é uma característica que possibilita a implantação de
futuros programas de melhoramento genético da raça.
2.2 Características da raça.
A raça Brasileiro de Hipismo possui as seguintes características que podem
definí-la como raça eqüestre:
- Altura em geral: 1,65m - 1,75 m.
- Altura média para: macho de 1,68; fêmea de 1,65.
- Temperamento: enérgico, vivaz, dócil, de temperamento ardente e ágil.
- Porte: médio para grande.
- Pelagem: tordilha, baia, branca, preta, alazã, castanha e variedades. Aptidões: cavalo de
sela, com grande facilidade para adestramento, salto, concurso completo de equitação (CCE),
enduro e até mesmo atrelagem.
- Características: lombo sólido, subconvexo, médio, largo, bem musculado, harmoniosamente
ligado ao dorso e à garupa. Garupa arredondada, comprida, larga, oblíqua, bem musculada; ao
sentido transversal deve ter forma elíptica; a altura da garupa é igual ou levemente inferior a
altura da cernelha. Cernelha bem destacada, comprida, seca e musculosa, harmoniosamente
ligada ao pescoço e ao dorso, sem depressões. Tórax profundo com linha inferior ascendente,
extenso, de forma elíptica; flanco curto, cheio e arredondado (Pereira, 2009).
13
Cabeça de comprimento médio, descarnada e de forma retangular, perfil de
fronto-nasal a reto ou subconvexo. Olhos grandes com vivacidade. Orelhas de tamanho
médio. Narinas grandes e de forma elíptica. Pescoço piramidal bem destacado do peito com
espáduas de comprimento médio e bem musculadas. Cauda, de base forte, com inserção
média e perfeita continuidade com a linha superior da garupa; levemente destacada do corpo,
quando em movimento. Possuem excelente mecânica de salto, coragem, inteligência e
elegância nos movimentos. É um cavalo mediolíneo, de estrutura forte, linhas harmoniosas,
temperamento bom, grande facilidade para a reunião e andamentos briosos, ágeis, elásticos e
extensos, (Pereira, 2009).
Membros Anteriores: braços fortes, potentes, compridos, bem musculados,
formando ângulo médio de 90º com a espádua. Codilho comprido, destacado do tórax, bem
definido, paralelo ao plano médio do corpo. Antebraço comprido, potente, bem musculado,
paralelo ao plano médio do corpo e aprumado. Joelho volumoso, harmonioso, com ótima
estrutura, bem definido, descarnado, com tendões e ligamentos fortes. Canela com estrutura
sólida, curta, espessos, de contornos bem definidos e tendões fortes e destacados, (Pereira,
2009).
Quartela de comprimento médio, espessa, inclinada, mais comprida nos
anteriores do que nos posteriores; a inclinação das quartelas em relação à horizontal deve ser
aproximadamente entre 55 e 60º nos anteriores e entre 60 e 65º nos posteriores. Cascos
sólidos, flexíveis, de boa textura, grandes e proporcionais à corpulência, bem conformados.
Lateralmente as paredes devem acompanhar a inclinação das quartelas, (Romulo, 2009).
Membros Posteriores: Coxa comprida, bem definida, bem musculada,
relativamente oblíqua permitindo a formação de um triângulo eqüilátero entre a anca, a ponta
da nádega e a rótula. Soldra tendo como base óssea a rótula deve estar situada abaixo e para
fora do ventre. Pata comprida, bem musculada, bem definida, aproximando-se levemente ao
plano médio do corpo, em direção ao curvilhão e com inclinação de 65 a 70º com a
horizontal, (Pereira, 2009).
Curvilhão de estrutura forte, comprido, largo, possibilitando uma boa
inserção de tendões e ligamentos; íntegro e bem aprumado, deve ser dirigido paralelamente ao
plano médio do corpo. Aprumos corretos estaticamente e em movimento, mantendo
verticalidade e paralelismo em relação ao plano médio do corpo, (Pereira, 2009).
14
Dessa forma, podemos observar que o cavalo BH é desenvolvido e
selecionado visando à participação com sucesso nos esportes hípicos, predominantemente os
olímpicos. Atualmente existem muitas éguas BH na reprodução, e alguns garanhões BH
também já se posicionam ao lado dos importados. Linhagens de sucesso internacional são
constantemente incorporadas ao criatório, como por exemplo, a francesa. A ABCCH
congrega 250 sócios ativos, produzindo o cavalo BH e teve reconhecida mundialmente a
qualidade de seus produtos ao conquistar a Medalha de Bronze por equipe na Olimpíada de
Atlanta, nesta equipe, composta por quatro conjuntos, três cavalos são nacionais, registrados
na ABCCH: dois Holsteiners puros (brasileiros) e um BH, este último ficando em oitavo na
disputa individual, entre os quarenta melhores conjuntos do mundo o melhor resultado
individual da equipe brasileira. Por ultimo, podemos verificar que o BH acompanha as
tendências mundiais do hipismo, que privilegiam cavalos mais leves e ágeis que
proporcionam melhores resultados em competições.
.
Fig.01. Cavalo BH – Fonte: site www.hipismobrasileiro.com.br
2.3 Linhagem da raça para o salto.
No Brasil, a raça Brasileira de Hipismo está fazendo avanços em seu
sistema de aprovação de reprodutores, tendendo a partir do ano de 2009 equiparar-se ao
mesmo rigor da linha européia, permitindo apenas aos melhores expoentes da raça o direito de
reprodução. Anteriormente a aprovação era mais relaxada, onde muitos garanhões de nível
inferior eram apresentados à comissão e obtinham permissão para cobertura, sob condições
restritas, mas eram aprovados. No ano de 2009 o Regulamento foi modificado, buscando
15
aproximar a aprovação do cavalo Brasileiro de Hipismo dos licenciamentos europeus, com
novas exigências de cunho veterinário e morfológico, aumentando o peso da performance do
animal no teste do candidato à garanhão, (Busato, 2009).
Uma boa égua pode produzir em toda a sua vida uma média de 10 a 12 crias
gestadas por ela. Pode-se duplicar ou triplicar esse total com o advento da transferência de
embriões, permitida na maioria das raças desportivas. Mas um garanhão com boa fertilidade
pode ter milhares de produtos em qualquer lugar do mundo através do congelamento de
sêmen a da inseminação artificial. Essa á uma importante razão para que os garanhões
utilizados sejam muito bem escolhidos e controlados, (Busato, 2009).
Dessa forma, através de pesquisas pode-se verificar que o maior garanhão
registrado pela Associação Brasileira de Criadores do Cavalo de Hipismo, vencedor dos
últimos cinco anos do Ranking BH de garanhões é o incrível Holsteiner Landritter. Para
resultados nas pistas, não há argumentos. No ranking BH de cavalos atletas, aparecem dois
filhos de Landritter nas três primeiras posições, Long Neck HV e Nucleon 3K. E ainda em
sétimo lugar outro filho de Landritter, o garanhão LandMax do Feroleto. Os resultados
continuam demonstrados através do Ranking BH de garanhões que está na sua sexta edição,
todas vencidas por larga margem por Landritter, (Busato, 2009).
O criador Benedito Nicotero Filho se emociona ao falar de Landritter.
[...] Está muito forte, apesar de decorridos 15 anos, na minha memória
o dia em que Landritter chegou em Viracopos. Apareceu, depois de
uma eternidade burocrática, no pátio, puxado pelo nosso tratador.
Cabeça erguida, orelhas alertas, olhos espertos, logo iniciou um trote
decidido e elástico em torno do tratador. Livre enfim do container,
relinchava seguidamente como saudando o seu novo país. Chegando
ao Haras resolvemos soltá-lo num piquetinho ao lado de sua futura
cocheira. Foi questão de segundos. [...] Landritter olhou as éguas
pastando e num elegante movimento saltou a cerca e saiu galopando
pela estradinha de terra. Apavorados fomos todos correndo atrás dele
e para nossa surpresa, o mesmo tratador já voltava tranqüilamente,
segurando-o pelo cabresto. Era primeira demonstração de sua boa
índole que se confirmaria na sua enorme prole.
Falar sobre os filhos de Landritter com sucesso é uma tarefa difícil, pois
parece nunca terminar. Seja nas provas fortes, como nas provas de amadores, são vários os
resultados. As irmãs próprias LandHarmony do Feroleto e LandGraceful do Feroleto
impressionaram em 2005 no Brasileiro de Sênior Top em Brasília, (Nicotero, 2008).
16
Night Lover da Mata nos encantou antes de compor a equipe da amazona
Luciana Diniz. Salamandra Just Wonderful arrebatou os dois campeonatos brasileiros de 7
anos, levando seu proprietário Adauto Freire a loucura. Bernardo Alves e o ágil Bucarest
"cansaram" de ir ao pódio. O Campeonato Mundial de Cavalos Novos de Lanaken, nas
edições passadas, colocou o BH em posição privilegiada com Lord Ritter (5º lugar - categoria
7 anos), Just Wonderful (7º lugar - categoria 5 anos em 2002) e Lancelot HV (11º lugar categoria 7 anos em 2005). Não podemos deixar de citar a montaria de Samantha Mcintosh no
WEG em Aachen 2006, Loxley, um filho de Lennon em matriz Landritter, (Nicotero, 2008).
O Brasileiro de Cavalos Novos de 2007 foi um marco importante, pois
destacou seus filhos aprovados garanhões, o campeão Landritter do Feroleto, conhecido na
intimidade como "Salamandra" Landinho, na categoria 6 anos e seu irmão Landritter II do
Feroleto, terceiro lugar na categoria 4 anos de julgamento subjetivo, (Nicotero, 2008).
José Roberto Reynoso e LongNeck HV é talvez o conjunto de maior
sucesso dos últimos anos. Além de várias vitórias, este conjunto é representante certo no
pódio das principais provas. A coroação desta dupla de sucesso talvez tenha sido no Athina
2007, já que venceram a prova de 1,50m. Filhos de Landritter são reconhecidos pela
competitividade. Não importa a categoria, estão sempre disputando lugar de destaque no
pódio (Nicotero, 2008).
Não é coincidência o resultado de Landritter. Ele é um holsteiner puro, foi
aprovado garanhão no rigoroso sistema alemão, o Korung. É filho direto do ilustre Landgraf I,
pai de inúmeros garanhões e chefe de linhagem consagrada. Sua mãe é filha direta de Calypso
I, e, portanto apresenta outro "monstro" da criação alemã, Cor de La Bryere, (Nicotero,
2008).
17
Fig.02. Cavalo Landritter – Fonte: site www.matrizproducoes.com.br
Dentro da linhagem de salto dos cavalos Brasileiro de Hipismo existem
vários animais que vem destacando-se como excelentes garanhões como, por exemplo, o
animal Acland Joter que tem como filiação Accord III/ Ahorn Z/ Alme x Lajana/ Landgraf /
Ladykiller, este animal foi Campeão da aprovação de Garanhões BH 2001.
Fig.03. Cavalo Acland Joter Fonte: Haras Joter temporada 2009/2010
Podemos citar também os seguintes animais: Singular Joter II, que possui a
filiação de Silvestre / Silvester / Silversee X Ravella / Rinaldo / Ramiro. Este animal foi o
campeão da Aprovação de Garanhões BH e medalhista de ouro nos Jogos Pan Americanos
Rio 2007.
18
Fig.04. Cavalo Singular Joter II. Fonte: Haras Joter temporada 2009/2010
Singulord Joter que tem como filiação: Singular Joter II/ Silvestre/ Silvéster
x Asleika/ Aspen Joter/ Adelfos Joter- Lord. Este animal foi aprovado como garanhão BH em
2002, assim como na Alemanha pela Holsteiner e Oldenburg, cobrindo mais de 200 éguas na
Europa por ano.
Fig.05. Cavalo Singulord Joter. Fonte: Haras Joter temporada 2009/2010.
19
Sir Calei Joter que tem como filiação: Singulord Joter/ Singular Joter
II/Silvestre x Caleika/ Calandus/ Calando I-Lord.
Fig.06. Cavalo Sir Calei Joter. Fonte: Haras Joter temporada 2009/2010
20
3. A RAÇA PURO SANGUE INGLÊS
3.1 Formação da raça.
Para as pessoas que são amantes do cavalo é difícil definir um Puro Sangue
Inglês. Seja pela sua forma atlética, ou pelo olhar eletrizante, essa raça atravessa os séculos
adquirindo cada vez mais seguidores. Seu andar, desperta a atenção por sua elegância e
delicadeza mostrando dessa forma uma de suas várias qualidades como cavalo, (Netto, 2007).
Durante os séculos, o Puro Sangue Inglês foi um dos grandes colaboradores
para a formação de ouras raças. Seja para corrida, para salto, adestramento ou CCE, essa raça
está presente de alguma forma. É impossível dizer que o mundo eqüestre seria o mesmo sem a
presença do PSI, pois ele colaborou muito para a formação das melhores linhagens de cavalos
de salto no mundo inteiro, comprovado pelos resultados atuais, (Netto, 2007).
O Puro Sangue Inglês, é uma forma relativamente nova, com não mais de 250
anos. Os primeiros exemplares do PSI datam mais ou menos do século III, onde já aconteciam
corridas regulares nas periferias de York, Inglaterra, com apoio popular. Mas a raça na forma
que é hoje só veio aparecer nas primeiras décadas do século XVIII, nos tempos da Rainha
Ana. A base para essa nobre raça deu-se a partir de três garanhões: Byerley Turk, Godolphin
Barb e Darley Arabian, que se mostraram ótimos corredores. A presença desses animais foi
muito marcante segundo relatos da história. Alguns estudiosos afirmam que a preponderância
deste garanhão foi o fator determinante dos registros genealógicos escritos; que, mais tarde,
levariam ao estabelecimento do Stud Book da raça. É destas três linhagens que, até hoje,
derivam todos os animais da raça PSI. Em 1727, foi publicado o número inaugural do Racing
Calendar. Mais tarde, em 1756, houve a primeira tentativa de se organizar um Stud Book.
Mas foi quase cem anos mais tarde, em 1891, que se fundou o "General Stud Book”, contendo
todos os pedigrees de cavalos da raça (Neto, 2007).
No Brasil, a história do PSI começa em 1874, ano em que nasceu o primeiro
PSI brasileiro, chamado "Brasil". Ele possuía uma bela pelagem escura, filho de Zephyro e
Hierogliph, veio a ser o primeiro garanhão nacional de sua raça. Sua campanha, era bastante
interessante, aponta provas de que o animal foi várias vezes campeão, representando muito
bem o pedigree de sua nova e nobre raça de cavalos Puro Sangue (Neto, 2007).
21
Podemos dividir a história do Puro Sangue Inglês em três cavalos principais:
Eclipse - o cavalo do século XVIII, Saint Simon do século XIX e Ribot - do século XX.
Esses três animais são verdadeiros ícones dentro da história da raça PSI. Foram cavalos que,
na reprodução, deram origem a linhagens de cavalos vencedores, que geraram mais
vencedores Até hoje, nas pistas mais rápidas, existem herdeiros desses animais (Neto, 2007).
3.2 Características da raça.
A cabeça do Puro Sangue Inglês é bem delineada, esguia e bem delicada. Sua
pele, extremamente fina, propicia que se vejam as veias que correm por debaixo dela. Suas
orelhas são pequenas, proporcionais à cabeça. Os olhos dessa raça são grandes e atentos,
revelando vida e expressão. As narinas são grandes, pois para uma raça de corredores, quanto
menor esforço para se respirar, melhor. O casco é delicado, não apresentando uma base muito
grande. O PSI apresenta um corpo bem conformado, com pescoço, dorso e garupa
proporcionais, mostrando um cavalo de linhas harmoniosas. As articulações desses animais
são delicadas e suas canelas são finas. O PSI possui características de um perfeito corredor,
foi desenvolvido para a velocidade. É importante também salientar algo sobre seu
temperamento, forte e corajoso, porém é fácil encontrar exemplares dessa raça tensos ou
nervosos (Neto, 2007).
Esta raça possui uma altura média entre 1,62m, sendo possível um mínimo
de 1,44m e máximo de 175m, sendo assim seu porte de médio para grande. O Puro Sangue
Inglês admite as pelagens castanha, alazã ou tordilha, de preferência uniforme, (Netto, 2007).
Fig.07. Cavalo Puro sangue Inglês. Fonte: www.imagenspsi.com.br
3.3 Linhagem da raça para o salto.
22
A linhagem da raça Puro Sangue Inglês para o salto é atualmente muito
importante, pois ela é a grande responsável pelo refinamento de todas as principais raças do
hipismo no mundo. Existem registros dentro dos Stud Books das raças BH, Holsteiner, Sela
Francesa, Hanoveriano, Sela Holandesa entre outras. Na atualidade, dentro do hipismo
clássico, alguns animais destacaram-se. Touch of Class, medalha de Ouro na Olimpíada de
1984. Em 1988, esta posição ficou com o Sela Francês Jappeloup de Louze, que apresentava
grande influência de sangue PSI. Na Olimpíada de Atlanta (1996), o PSI Eros, montado por
Anne Kurzinski, foi medalha de prata pela equipe norte americana. Isso é claro, falando de
animais históricos, porque se fossem examinadas outras linhagens de sangue chegaríamos à
conclusão que é muito difícil achar um cavalo de ponta, que não tenha pelo menos uma
pequena influência dessa raça (Neto, 2007).
Desse modo, se faz necessário lembrar que o Puro Sangue Inglês é uma das duas
únicas raças formadoras. A partir dela, originaram-se as outras. Quando se analisa um registro
de um cavalo e se analisa sua árvore genealógica, observa se o aparecimento de grande
quantidade de cavalos em uma quantidade muito grande com o "sobrenome" XX. Este
sobrenome representa um animal Puro Sangue Inglês. Um grande exemplo do sobrenome XX
pode-se citar o lendário PSI Ladykiller, (Netto, 2007).
Ladykiller foi um garanhão popular, nascido na Inglaterra e descendente de
uma linha paterna importantíssima – a linha de Dark Ronald, via Phalarys – Fairway – Blue
Peter– Sailing Light, combinada com a linha do importante Hyperion. Na linha materna existe
outra vez o aporte do sangue de Phalarys, assim como o de Son-In-Law, (Busato, 2008).
Jasper Nissen (2008) escreve sobre Ladykiller.
todos os filhos de LADYKILLER possuem cabeças nobres com olhos
grandes e expressivos, pescoço forte, boa ossatura, ótimas andaduras,
boa estatura, bom temperamento – apesar de alguns de seus produtos
serem considerados "quentes", especialmente as fêmeas, em geral
pelagem castanha e enorme capacidade de salto. Seus filhos alazões
são em geral mais nobres do que os castanhos.
Apesar de seu sangue sensacional, Ladykiller foi um fracasso nas pistas de
corrida. Ele obteve o handicap de 80,5 kg (índice GAG), apenas 0,5kg a mais do que o
mínimo requerido para um PSI ser aceito nos padrões alemães como reprodutor de cavalos de
esporte Warmblood (Busato, 2008).
23
A genética de performance do Ladykiller acabou emergindo para outras
características, que não foi a velocidade, sim a capacidade de salto, e ocasionalmente para o
Adestramento. Por ser um garanhão bastante prepotente, Ladykiller estampava em seus filhos
características facilmente reconhecidas. Seu filho Landgraf não foi exceção (Busato, 2008).
Entre 1960 e 1970 os criadores alemães de cavalos de esporte se voltaram
para a busca do refinamento e melhor forma atlética de suas linhagens, onde preponderava o
tipo mais pesado, com uma estrutura óssea pesada e muita força. Nenhum PSI foi mais
significante nessa época do que Ladykiller, (Busato, 2008).
Fig.07. Cavalo Ladykiller. Fonte: www. porforadaspistas.com.br
Com 35 filhos e 195 filhas aprovadas, Ladykiller foi o garanhão de maior
impacto na formação do moderno cavalo Holsteiner. Interessante ressaltar que sua melhor
produção foi com éguas mais leves e "perto do sangue", ou seja, com um aporte de pelo
menos 25-35% de PSI no pedigree. Tanto Landgraf quanto Lord, seus melhores produtos, são
nascidos de éguas com bastante sangue PSI. Enumerar seus filhos de alto nível no esporte
seria uma lista muito grande para esse estudo (Busato, 2008).
Enquanto os outros importantes PSI utilizados na época: Anblik e Marlon
influenciaram a raça na direção do modelo moderno do cavalo de equitação, Ladykiller se
direcionou para a produção de cavalos de salto. Em linhas gerais, como característica de salto
dos animais da linha de Ladykiller, temos cavalos bastante fortes e corajosos, com boa
báscula de salto. A técnica dos membros anteriores deixa a desejar, com joelhos altos, mas o
24
resto dos anteriores "soltos". Na maioria dos casos a técnica tende a melhorar bastante com
treinamento e maturidade dos potros, (Busato, 2008).
Apesar da proliferação da letra "C" na raça Holsteiner, a linha "L" de
Ladykiller mantém até hoje seu lugar de importância. Na Holanda, na raça Sela Holandesa
(KWPN), Ladykiller está presente através de seus filhos Heidelberg, Lorenz, Ladalco, Lagos
e Lamour, (Busato, 2008).
Outro exemplo de um Puro Sangue Inglês que deu origem a diversos
cavalos campeões foi o incrível Rantzau. Este animal foi um cavalo de corridas fundista de
qualidade e ficou ranqueado em 3º lugar no seu grupo de idade de 3 anos. Participou de 9
corridas entre 2.000 e 3.000 metros, vencendo 2 e com 5 colocações. Adquirido pelo Haras
National, chegou ao Stud de Saint-Lô em Janeiro de 1951. Entre 1951 e 1962, cobriu entre 40
a 49 éguas por ano. Naquela época, aos garanhões Estatais Franceses era permitida uma carta
de apenas 40 éguas por ano, mas em alguns anos esse número foi até mesmo extrapolado com
Rantzau. No ano de 1971 foi seu último ano de cobertura. Em 20 anos cobrindo, produziu 179
filhas e 194 filhos, com uma fertilidade de 50%, considerada normal na época, (Busato,
2008).
No ano de 1964, Rantzau atingiu o 3º lugar na listagem de garanhões
produtores de cavalos de salto, atrás de Lutter B e Kenavo D, mas no ano seguinte subiu para
o 2º lugar, com sua progênie saltando com sucesso por toda a Europa. Manteve-se em 2º
Lugar até 1969. Em 1970 ficou em 3º, atrás dos também famosos: Ibrahim e Furioso. Em
1971 chegou ao 1º lugar. Em 1976, cinco anos após a sua morte, Rantzau continuava em 3º no
Ranking de Garanhões produtores de Cavalos de Salto e em 1980 ainda estava em 4º lugar.
Também se posicionou por muitos anos como garanhão líder no Ranking de avôs maternos
(Busato, 2008). Rantzau também faz parte da árvore genealógica de Baloubet Du Rouet,
animal de um dos melhores cavaleiros brasileiros, Rodrigo Pessoa e do cavalo Cor de La
Bryère um dos melhores garanhões que geraram os principais cavalos Sela Francesa que
existem na atualidade, (Busato, 2008). Conforme podemos observar nos quadros abaixo:
25
Fig.08. Pedigree de Baloubet Du Rouet. Fonte: www.centauro.net.br
26
Fig.09. Cavalo Ratzau. Fonte: www.porforadaspistas.com.br
COR DE LA BRYERE
H, SELLE FRANCAIS, 1968
FOXLIGHT*
ch 1935
THOROUGHBRED
COR DE LA
BRYERE*
dkb/br 168
cm 1968
SELLE
FRANCAIS
RANTZAU*
ch 165 cm 1946
THOROUGHBRED RANCUNE
b 1940
THOROUGHBRED
LURIOSO*
b 1955
SELLE FRANCAIS
QUENOTTE*
b 170 cm 1960
SELLE FRANCAIS VESTALE DU BOIS
MARGOT
ch 1942
SELLE FRANCAIS
FOXHUNTER
ch 1929
CHOUIA
ch 1925
CAVALIERE
DARPINO
b 1926
ROCKELLA
ch 1936
FURIOSO*
b 165 cm 1939
RIQUETTE*
b 1939
LANDAU
ch 1933
KRISTINE DU
BOIS MARGOT
ch 1932
FOXLAW*
TRIMESTRAL
ST. JUST*
BARKA
HAVRESAC
CHUETTE
BISHOP'S ROCK*
COQUERELLE
PRECIPITATION*
MAUREEN
ITALIEN
MIGNONNE
EXTRAVAGANT
VICTOIRE
CLOVIS
CONCURRENTE DU
BOIS MARGOT
b 1922
b 1914
ch 1907
b 1918
dkb/br
1915
b 1916
ch 1929
1924
ch 1933
b 1931
br 1930
ch 1926
1921
1924
1924
Fig.10. Pedigree de Cor de La Bryere. Fonte: www.allbreedpedigree.com
27
4. A RAÇA HANOVERIANA
4.1 Formação da raça
Em 1735, o rei da Inglaterra George II, comprou garanhões para a
reprodução de cavalaria montada.
As éguas foram refinadas com as raças
Holsteiner,
Thoroughbred, Napolitano, Andaluza, da Prússia. Até o final do século 18, o Hanoveriano
tornou-se uma raça de cavalos de alta classe, (Raymooana, 2005).
Em 1844, criou-se uma comissão de criadores que só permitia que os
garanhões da raça fossem utilizados para fins de reprodução. Em 1867, a comissão criou uma
sociedade que visava produzir um cavalo militar. Já em 1888 foi publicado, o primeiro livro
genealógico da raça. Dessa forma, o Hanoveriano se tornou uma das raças mais populares na
Europa para o trabalho do Exército, (Raymooana, 2005).
Depois da II Guerra Mundial houve uma crescente procura de cavalos para o
desporto, assim, mais uma vez a reprodução da raça foi adaptada. A raça Puro Sangue Inglês
foi utilizada para refiná-la. A chave para o sucesso do Hanoveriano tem sido a seleção
rigorosa dos produtos, uma população grande da raça e disposição dos criadores para adaptarse às mudanças na procura. A seleção rigorosa garante aos Hanoverianos serem atléticos, bons
saltadores, versáteis, elásticos e muito potentes, (Raymooana, 2005).
4.2 Características da raça
Principais características dos Hanoverianos: Altura média para grande: para
macho de 1,72; fêmea de 1,68. Temperamento: enérgico, dócil, potente, robusto e elegante.
Porte: grande. Pelagem: preta, alazã, castanha e cinza. Principais Aptidões: cavalo de sela,
com grande facilidade para adestramento e salto, (Raymooana, 2005).
4.3 Linhagem da raça para o salto
Na Alemanha, as raças desportivas são separadas basicamente pelas regiões
do país. Dessa forma, existe a raça Hanoveriana na região de Hannover, a raça Holsteiner na
região de Holstein, a raça Westfalen na região da Westfalia, a raça Oldenburguer na região da
28
Baixa Saxônia, entre outros. A única raça que não possui um local específico de criação
dentro da Alemanha é a raça Trakehner, tendo criadores por toda a Alemanha, (Busato, 2009).
As aprovações de garanhões da raça Hanoveriana seguem um padrão similar
ao das outras raças. A busca por expoentes da raça inicia aos 6 meses de idade, em exposições
dentro do país. Potros com pedigree superior e que possuam características excelentes de
conformação são criados em locais específicos. Com 2 anos esses potros são apresentados à
uma comissão da raça, que faz uma pré-seleção e uma rigorosa triagem antes da aprovação
principal do ano, chamada na Alemanha de “Körung”, que dura 3 dias e ocorre aos 2 anos e
meio de idade do animal. Nesse Körung, os animais pré-selecionados são testados em sua
conformação, tipo, andaduras e no caso dos garanhões de salto – apresentação de salto em
liberdade - onde devem atingir um mínimo geral de 70% e não podem ter nenhuma nota
abaixo de 5. Estes animais passam por uma comissão veterinária que elimina qualquer potro
que possua doenças hereditárias, defeitos na genitália, defeitos nos dentes, problemas
respiratórios, vícios ou problemas de temperamento, (Busato, 2009).
Para os potros aprovados, entretanto, o processo não termina. Após obterão a
permissão para cobrir efetivamente, se aos 4 anos, passarem por testes de performance de 70 a
100 dias, em um Centro criado para tal processo, onde esses cavalos montados por cavaleiros
profissionais, têm suas aptidões avaliadas para o Salto, avaliados por eles, obtendo um índice
mínimo para aprovação, (Busato, 2009).
Cavalos mais velhos que tem excelentes performances no esporte podem ser
aprovados por mérito esportivo, sem passarem por tal teste. Cavalos de raças que não são da
Associação Hanoveriana de origem do teste podem participar, mas nesse caso são exigidos
escores mais altos para sua aprovação. Cavalos das raças Puro Sangue Inglês e Arabizados em
geral, são considerados raças refinadoras e utilizados por vezes como padreadores nas raças
desportivas européias. Para estas raças os escores são um pouco diferentes, mas eles podem
participar dos testes também, (Busato, 2009).
Os machos aprovados nos testes dos 4 anos de idade recebem uma licença
temporária para cobrir no máximo 50 éguas em seu primeiro ano de cobertura e espera-se que
ele continue sendo treinado para se apresentar em competições oficiais. Aos 5 e 6 anos os
garanhões devem apresentar sua qualidade nas pistas e se classificar para as provas do
Campeonato Alemão. Se o cavalo conseguir se qualificar, ele recebe sua aprovação definitiva
para cobertura de número ilimitado de éguas. Caso não consiga, será avaliado aos 6 anos de
idade sob seus resultados no esporte e só depois receberá sua licença definitiva, (Busato,
2009).
29
Algumas Associações da Alemanha já estão instituindo testes similares não
obrigatórios, um pouco mais simplificados para as éguas, como é o caso dos Hanoverianos. A
idéia é reconhecer não só os garanhões, mas também as éguas elite da criação precocemente,
para aumentar mais ainda a possibilidade de produção de animais de primeira linha
desportiva, (Busato, 2009).
Dentro desta referência, podemos destacar os principais garanhões que
geraram os principais campeões na atualidade. O primeiro deles é o fantástico Gotthard. Por 7
anos, foi o líder das estatísticas de salto na Alemanha e sua influência continua até os dias
atuais. Ainda hoje, 20 anos após sua morte, Gotthard é o sinônimo do cavalo de salto
Hannoveriano. Ele produziu inúmeros saltadores internacionais, como Goya, Goldika,
Gonzales, Galipolis, Queensway Big Q, Goldfink, Golden Gate, Graf Sieno e Graf 2. Seu
filho Genever é o pai de Genius (Campeão da Copa do Mundo 1992), (Busato, 2008).
Um ponto que deve ser levado em consideração, na linhagem de Gotthard,
seria relacionado a animais que se apresentam mais tardios em desenvolvimento.
Normalmente, o "modelo final" desses cavalos somente é estabilizado após os 6 anos de
idade, (Busato, 2008).
Gotthard era um filho de Goldfish II (1939-1958), garanhão negro com 1.69
m de altura. Foi pai de 9 garanhões licenciados, sendo ainda avô de outro Chefe de Raça de
Hannover – o garanhão Grande, por seu filho Graf. Goldfish II pode ser encontrado nos
pedigrees de 23 dos Top 100 garanhões de salto dos anos 90, com alta incidência de
inbreeding sobre ele, entre os saltadores internacionais desta época. Ele também é o fundador
da famosa linha "G" da criação hannoveriana e tem a reputação de produzir cavalos bonitos e
de boa movimentação, apesar de nenhum de seus filhos apresentarem uma conformação
excepcional. Na linha materna, Gotthard descende da linha Árabe Shagya de Amurath, a
mesma linha materna de outro garanhão produtor de saltadores, no caso em Holstein, o
garanhão Ramzes, (Busato, 2008).
Gotthard foi aprovado em 1951, em uma época pós-guerra, onde grande
número de animais de qualidade havia morrido ou foram levados da Alemanha como espólio
de guerra, obrigando assim os haras estatais a escolherem seus reprodutores dentro dos
animais que acabaram disponíveis na época, mesmo que não fossem exatamente os modelos
mais ideais. Esta foi a razão, pela qual, um cavalo com o tipo de Gotthard conseguiu
30
permissão para cobrir. Basicamente ele foi aceito por ser um filho de Goldfish II, que, na
época, gozava de boa reputação, (Busato, 2008).
Nas palavras de Schockemöhle:
Naquela época GOTTHARD não estava realmente pronto. Parecia
fraco e sem expressão – não tinha suas espáduas suficientemente
desenvolvidas e tampouco o formato de seu pescoço estava definido.
Ninguém poderia adivinhar o quão adorável e expressivo ele se
tornaria 10 anos depois. O GOTTHARD completamente amadurecido
- anos depois - impressionava pela grande expressividade, por suas
espáduas perfeitas e um pescoço atrativo. Até mesmo sua cabeça,
antes considerada muito feia, havia se equilibrado, apesar das
ganachas excessivamente fortes, herdadas de seus ancestrais de
linhagem Árabe. Sua cabeça era limpa e seca, com testa larga e olhos
grandes e expressivos. Sua garupa poderia ter sido um pouco mais
inclinada e mais longa (outra influência da raça Árabe). Seus
posteriores, no geral, eram muito bons, mas deve-se admitir que, mais
especificamente, seus jarretes, poderiam ter sido melhore.
Após ser aprovado, Gotthard não foi particularmente popular entre os
criadores. Parecia um cavalo muito curto, insignificante e atarracado. De 1956 a 1960, ele não
foi utilizado como garanhão. Esse desprezo continuou até uma filha sua, Goldika 3 iniciar sua
sensacional carreira de saltadora com Gert Wiltfang. Depois deste produto espetacular, o
então desprezado Gotthard virou expoente, passou a atrair a atenção dos criadores e produziu
mais de 50 cavalos de nível internacional, tais como, Gonzales 3 (Lutz Merkel), Galipolis
(Gerd Wiltfang), Gonzales 18 (Georg Ahlmann), Queensway Big Q (Harvey Smith), Goldfink
10 (Gary Gillespie), Golden Gate 4 (Otto Becker), Graf Sieno (Ulrich Meyer zu Bexten),
Genius 2 e Goya 12 (ambos Fritz Ligges), Girl 2 (Bernd Kuwertz), Gerry 2 (Jürgen Ernst),
Godehard (Franke Sloothak) e Gotthardsen . O Haras de Hänigsen se tornou o centro da
criação de cavalos de salto em Hannover, (Busato, 2008).
Em 1975, foi publicada a lista dos garanhões top de salto e lá estava o nome
de Gotthard em 1º lugar, com 398 filhos em competição de alto nível, que somaram
premiações de mais de 2 milhões de marcos, (Busato, 2008). Abaixo está uma lista bastante
atual de cavalos de esporte internacionais que descendem de GOTTHARD em linha baixa ou
alta até a 4ª geração:
31
• Apricot D (1984) ZwB, Medalha de Prata Olímpica por Equipe
• Bonita (1989) Rhineland, Campeão Europeu por Equipe
• Butterfly Flip (1991) SWB, Vice-Campeão Mundial por Equipe, Bronze Olímpico por
• Corrada (1989) Old, Campeão Europeu por Equipe
• Curtis (1995) Holst, Campeão Mundial por Equipe
• Denizen (1984) Han, Salto Top 10 Mundial
• Finesse (1987) KWPN, Salto Top 10 Mundial
• For Pleasure (1986) Han, 2 Medalhas de Ouro Olímpicas por Equipe, Top 10 Mundial
• Gazelle (1981) West, Vice-Campeão Mundial por Equipe
• Genius (1980) Han, Campeão da Copa do Mundo Individual, Medalha de Prata Olímpica
• Gipfelstürmer (1982) Han, Top 10 Mundial
• Goldfever (1991) Han, Campeão Olimpico por Equipe
• Gran Corrado (1993) Old, Bronze - Campeonato Europeu por Equipe
• Lady Weingard (1987) Old, Campeão Mundial por Equipe
• Landdame (1991) Han, Vencedora do Derby de Hamburgo
• Portofino (1994) KWPN, Top 10 Mundial
• Royal Kaliber (1993) KWPN, Bronze Olímpico Individual
• Shutterfly (1993) Hanover, Vencedor de Copa do Mundo
• The Natural (1977) Hanover, Vencedor Copa do Mundo, Medalha de Ouro Olímpica • Top
Gun (1982) - Ouro Olímpico por Equipe e Ouro Campeonato Europeu por Equipe
Fig.11. Cavalo Gotthard. Fonte: www.porforadaspistas.com.br
32
Outro garanhão que merece destaque é Sandro Boy, um garanhão atlético e
um cavalo de salto brilhante. Em 2006, ele foi o primeiro colocado na Copa do Mundo com
Marcus Ehning e ganhou mais de 947 mil euros em prêmios. Depois de vencer o Grande
Prêmio de classes em Hannover e Bremen em 2007, ele continuou seu sucesso na carreira de
salto em 2008 ao ganhar o World Cup Qualifier em Hertogenbosch e os prêmios principais,
em Bruxelas, Lyon e Leipzig. Sandro Boy foi o garanhão a marcar um dez perfeito no
licenciamento. Apesar de produzir poucos descendentes até agora, eles já estão fazendo sua
marca no circuito de Saltos Internacional. Sabrina, montado por Marcus Ehning, já ganhou
oito categorias na altura de 1,50 metros e quase 80 mil euros em prêmios. Licenciado, os
filhos Júnior e Sandro Boy Saccor, também ganharam provas na altura de 1,50 metros, e
Saccor já produziu um filho licenciado que já é um cavalo de sucesso. Os potros de Sandro
Boy estão sempre em alta demanda em leilões. Seu pedigree especial combina três garanhões
e todos têm demonstrado qualidades como reprodutores de alto desempenho. Sandro, Grannus
e Argentinus, de quem herdou a sua atitude muito positiva para o trabalho e excelente
capacidade de salto, (Austin, 2009).
Fig.12. Cavalo Sandro Boy. Fonte: www.superiorequinesires.com
33
Por ultimo destaca-se no cenário atual de garanhões o incrível Shutterfly.
No ano de 2005 Shutterfly já arrecadava 360.836 euros em prêmios, foi cavalo que mais
lucrou em prêmios naquele ano. Já tem uma soma de 2,6 milhões euros no total até o presente
momento. Entre seus maiores resultados fazem parte a vitória na Weltcupfinale no ano de
2005 em Las Vegas, 1º lugar no GP de Aix-la-Chapelle (Aachen) 2005, a vitória no top-10
finais em Genebra 2004 e 2006, assim como duas medalhas de bronze com nos Jogos
Eqüestres Mundiais em Aix-la-Chapelle (Aachen). No campeonato europeu em Manneim
ganhou a única medalha de ouro com Meredith após a prata por equipes igualmente. Além
destes títulos ainda ganhou os grandes prêmios de Arezzo, Lyon e Estugarda. Por ser muito
novo como reprodutor, ainda não possui filhos no cenário hípico internacional, entretanto seus
primeiros filhos possuem conformação e andaduras impressionantes e causa a Associação
Hanoveriana grandes esperanças para os cavalos de linhagem original deste garanhão popular
no futuro, (Taylor, 2009).
Fig.12. Cavalo Shutterfly. Fonte: www.horseandhound.co.uk
34
5. ESTUDO COMPARITIVO ENTRE AS RAÇAS ESTUDADAS
5.1 O Stud Books das raças de salto.
Atualmente, o ranking do World Breeding for Sport Horses (WBFSH), da
Federação Eqüestre Internacional (FEI), é geralmente aceito como um ingrediente essencial
do esporte e da indústria de criação de cavalos atletas. Ambos cavaleiros e criadores, dão
grande valor aos rankings como o padrão para comparar o desempenho dos concorrentes e
cavalos em competições pelo mundo no hipismo clássico. O WBFSH é a principal ligação
entre as organizações de criadores de cavalos e a Federação Eqüestre Internacional (FEI).
A partir de 2004, a Federação Eqüestre Internacional (FEI), produz o
ranking mundial de cavalos e livros genealógicos.
WBFSH fornece as informações
genealógicas dos cavalos envolvidos, baseada na correção do Stud Books de cada associação
de animais dentro das raças
.
O ranking inicia em primeiro de outubro de cada ano. Durante os primeiros
três meses, outubro, novembro e dezembro, os resultados finais do ano anterior são
publicados. Os resultados obtidos a partir de janeiro do ano de execução são publicadas e
atualizadas a cada mês. Os rankings são produzidos para as disciplinas salto, adestramento e
Concurso Completo de Equitação dentro das raças, além do ranking individual de cada
disciplina.
Ilustraremos um resumo do ranking das raças estudadas no presente estudo,
a partir do ano de 2004 até o ano de 2010, com o objetivo de elucidar como a Federação
Eqüestre Internacional avalia estas raças de cavalos no mundo, como segue abaixo.
35
Tabela 1 – Classificação das raças pela WBFSH.
Raça
Ano
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Classificação
Brasileiro de Hipismo
Puro Sangue Inglês
16 °
19°
15°
25°
19°
21°
41°
X
X
X
X
X
X
X
3°
4°
7°
8°
3°
3°
Hanoveriano
Fonte: World Breeding for Sport Horses.
6°
Podemos observar que desde sua criação até os dias de hoje, a raça
Hanoveriana destaca-se no cenário mundial como uma das mais importantes raças de salto,
colocando-se sempre entre as oito melhores. O Brasileiro de Hipismo dentro do ranking
ocupa uma posição intermediária tendo no ano de 2010 caído bastante como mostra a tabela
1. Pode-se dizer que esta raça ocupa essa posição por ainda ser muito nova, pois tem apenas
33 anos após sua formação, acredita-se que dentro de alguns anos ela possa se firmar como
uma das principais raças dentro hipismo clássico e principalmente do salto. O Puro Sangue
Inglês não aparece no ranking do WBFSH por ser considerada uma raça de cavalo de corrida
não classificada como de salto, entretanto como foi visto anteriormente, ela é de vital
importância para as outras raças de cavalos de salto, pois mostrou ser uma grande refinadora,
proporcionando grande desenvoltura, velocidade e leveza aos eqüinos das outras raças.
Observamos agora quais foram os principais animais que pontuaram pela
raça dos Hanoverianos bem como da raça Brasileiro de Hipismo, junto ao WBFSH 2010,
avaliando sua posição individual, nome do animal, pontuação final e raça.
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Tabela 2 – Comparativo entre as raças pelo WBFSH 2010.
Colocação
10°
Animal
Raça
GOTHA 18
Pontuação
1104
72°
LET’S FLY
586
HAN
128°
CHECKMATE 4
465
HAN
141°
AD ASHLEIGH DROSSEL DAN
449
HAN
164°
ADMIRABLE
415
HAN
168°
EVLI NANDELE
408
HAN
Total
HAN
3427
1692
ABYGAIL JMEN
35
BH
2461
LONG NECK HV
10
BH
2766
L. SILVER JOTER
5
BH
3362
ULTRA SON
3
BH
TOTAL
53
Fonte: World Breeding for Sport Horses 2010.
Ficou evidente pela tabela 2, que a pontuação obtida pelos animais da raça
Hanoveriano são muito superiores aos do Brasileiro de Hipismo. Grande parte desta diferença
deve-se pelo fato do BH ainda ser uma raça considerada em formação e principalmente
porque esse ranking da WBFSH avalia os resultados dos produtos dos garanhões de cada raça
em competições a nível mundial. Dessa forma, como boa parte dos produtos dos garanhões
BH ainda são novos, acredita-se que no futuro o BH suba bastante no ranking da WBFSH e
principalmente, pelo fato que a Associação Brasileira de Criadores do Cavalo de Hipismo
(ABCCH), está fazendo avanços em seu sistema de aprovação de reprodutores, tendendo a
partir do ano 2009 equiparado a linha européia de rigor, permitindo apenas aos melhores
expoentes da raça o direito de reprodução. Anteriormente a aprovação era mais relaxada, onde
muitos garanhões de nível inferior eram apresentados à comissão e obtinham permissão para
cobertura, sob condições restritas, mas eram aprovados. No ano de 2009 o Regulamento foi
modificado, buscando aproximar a aprovação do cavalo Brasileiro de Hipismo dos
37
licenciamentos europeus, com exigências novas de cunho veterinário e morfológico,
aumentando o peso da performance do animal no teste do candidato à garanhão (Busato,
2009).
5.2 Avaliação em competições.
Foram avaliadas as raças em estudo em diversas competições, a nível
nacional e internacional nos últimos dois anos, em provas na altura de 1,30 metros a 1,60
metros, verificando-se a potência, nas provas mais altas (altura de 1,5 e 1,6 metros) e a
velocidade através dos tipos de provas, sejam elas pela tabela “C” ou por desempates ao
cronômetro.
Dentro das provas de salto nacionais foram avaliadas as seguintes
competições:
- CSN V Festival do Cavalo BH – 2009. Série 1,45 metros, na data de: 06 / 12 / 2009;
- CSN* - XXII Torneio de Verão 2010. Série 1,40 metros, na data de: 28 / 02 / 2010;
- Concurso de Salto Nacional 22º Torneio de Verão no Clube Hípico de Santo Amaro. Série
1,5 metros, na data de: 07 / 03 / 2010;
- II Concurso de Salto Nacional (CSN) MD Horse Show Série 1,30 metros, na data de: 21 / 03
/ 2010;
- CSN – Sociedade Hípica de Ribeirão Pedro - 2010 Série 1,40 metros, na data de: 18 / 04 /
2010;
- CSN - VI Oi Serra & Mar - II Etapa – 2010. Série 1,45 metros, na data de: 21 / 05 /2010
- CSN ** - 6o. Grand Prix AlphaVille de Hipismo- - 2010. Série 1,35 metros, na data de: 28/
05 / 2010;
- CSN ** - 6o. Grand Prix AlphaVille de Hipismo- -2010 Série 1,40 metros, na data de: 30/
05 / 2010;
- CSN *** XXXIX Copa São Paulo – 2010. Série 1,50 metros, na data de: 19 / 06 / 2010;
- VII Concurso Hípico Haras Polana – AME Campos – 2010. Série 1,40 metros, na data de:
15 / 08 / 2010.
Nestas competições foram avaliados os cinco primeiros classificados entre
as raças Brasileiro de Hipismo (BH), Sela Francesa (SFR), Sela Belga (SBE), Holsteiner
(HOL), Hanoveriano (HAN), Puro Sangue Inglês (PSI), Sela Holandesa (SHL), Sem Raça
Definida (SRD) e Westfalen (WES) dentro das provas, verificando o número de vezes que
cada raça classificou-se nas competições, chegando ao seguinte resultado como mostrado o
gráfico abaixo:
38
7
6
5
1° Lugar
2° Lugar
3° Lugar
4° Lugar
5° Lugar
4
3
2
1
0
BH
SFR
SBE
HOL
HAN
PSI
SHL
SRD
WES
Gráfico 1- Comparativo entre as raças em provas de salto nível Nacional.
Fonte: Site www.hipismobr.com.br
A partir do Gráfico 1, pode-se verificar que a maior parte de classificações
atingidas foi da raça Brasileiro de Hipismo. Dentro das dez provas avaliadas e dos cinco
primeiros lugares, conseguiu um percentual de 50% das classificações, sendo 25 num total de
50. Em segundo lugar empatadas ficaram as raças Sela Holandesa e Holsteiner com 12%,
obtendo 6 classificações em 50 possíveis. A quarta colocação, também empatados, as raças
Sela Belga e Sela Francesa com 8%, obtendo 4 classificações das 50 possíveis. O sexto posto
é da raça Hanoveriana com 4%. A sétima colocação ficaram empatadas as raças Puro Sangue
Inglês, Westfalen e Sem Raça Definida com 2% do total.
Dessa forma, fica evidente o domínio da raça BH em provas nacionais, onde
mescla-se principalmente a velocidade com um certo grau de potência, haja vista que nestas
provas avaliadas, as alturas variaram basicamente de 1,30 metros até 1,45 metros.
Demonstrando que a raça BH obtém muito bons resultados em provas rápidas se
compararmos com as demais e principalmente com as raças Hanoveriana e Puro Sangue
Inglês. Cabe também ressaltar o amplo domínio de inscrições nas provas nacionais avaliadas
de animais BH, em torno de 40%, sendo hoje a principal raça brasileira em atividade no
esporte hípico. O número de inscrições de animais de raça HAN e PSI é muito inferior,
próximo de 2% e 1% respectivamente, sendo esse um dos fatores que influenciam nas vitórias
do BH e relação as demais raças estudadas.
39
Dentro do cenário de salto internacional foram analisadas 10 provas dos
anos de 2009 e 2010 do Global Champions Tour, verificando dentro das cinco primeiras
colocações, se existem animais das raças estudas. Foram as seguintes competições avaliadas:
- Grande Prêmio da Espanha em Valência -2009, GCT CSI5*, 1.60 m entre 08/05-10/05 de
2009;
- Grande Prêmio da Alemanha em Hamburgo - 2009, GCT CSI5*, 1.60 m entre 21/05-24/05
de 2009;
- Grande Prêmio do Brasil no Rio de Janeiro -2009, GCT-CN, 1.60 m entre 31/07-02/08 de
2009;
- Grande Prêmio da Holanda em Valkenswaard -2009, GCT-VDL, 1.60 m entre 20/08-23/08
de 2009;
- Grande Prêmio da França em Cannes -2009, GCT, 1.60 m entre 11/06-13/06 de 2009;
- Grande Prêmio da Espanha em Valência -2010, GCT CSI5*, 1.60 m entre 07/05-09/05 de
2010;
- Grande Prêmio da Alemanha em Hamburgo - 2010, GCT CSI5*, 1.60 m entre 13/05-16/05
de 2010;
- Grande Prêmio da França em Cannes -2010, CSI 5*, 1.60 m entre 10/06-12/06 de 2010;
- Grande Prêmio do Brasil no Rio de Janeiro -2010, CSI 5*, 1.60 m entre 26/08-29/08 de
2010;
- Grande Prêmio da Holanda em Valkenswaard -2010, GCT-VDL, 1.60 m entre 13/08-15/08
de 2010.
Observando os resultados verificou-se que os animais da raça Hanoveriana
apresentaram classificações em algumas provas, colocando-se uma vez em segundo, terceiro e
quinto lugares com os cavalos Shutterfly e Gotha 18. Podemos destacar também, com boas
classificações, os seguintes animais Hanoverianos: Checkmate 4, Let's Fly, AD Ashleigh
Drossel Dan e Souvenir 29. Ficou também constatado que os animais BH e PSI não constam
40
nas cinco primeiras classificações do Global Champions Tour nos anos de 2009 e 2010,
entretanto merece destaque o cavalo BH Premiere Xindoctro Método, que atualmente vem
conquistando excelentes resultados em âmbito nacional e internacional.
Portanto ficou evidenciado que nas provas internacionais existentes nos dias
atuais, onde a maior característica a ser alcançada é a potência alinhada com a velocidade, que
a raça Hanoveriana se sobressai ao Brasileiro de Hipismo e Puro Sangue Inglês. Fato este que
coincide com o ranking do WBFSH dos últimos seis anos.
41
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A busca pelos melhores animais de salto, leva muitos cavaleiros a
desprender até milhões de euros para aquisição dessas máquinas eqüinas. A quantidade de
raças de cavalos de salto é imensa, bem como a linhagem dentro das próprias raças. Dessa
forma, torna-se uma tarefa muito difícil e complexa adequar as melhores características,
temperamento, estrutura física, potência e velocidade ao tipo de condução do cavaleiro que
deseja possuir resultados expressivos em competições a nível nacional e internacional.
O presente estudo teve como objetivo proporcionar uma ferramenta para
auxiliar nesta complicada tarefa de adequar o melhor cavalo ou raça ao tipo de cavaleiro, bem
como dar subsídio a Coudelaria do Rincão como ao Exército Brasileiro, para verificar qual
seria a melhor raça ou linhagem de raça, proporcionando melhores cruzamentos entre
garanhões adquiridos ou até mesmo para a compra de sêmen de animais comprovadamente
consagrados para a realização de inseminação artificial, garantindo dessa forma, melhores
produtos e um conseqüente desenvolvimento do plantel de cavalos de salto do Exército
Brasileiro, buscando num futuro próximo, equiparar nossos animais ao melhores cavalos do
Brasil e do mundo.
Dentro deste contexto, o presente trabalho avaliou as raças Brasileiro de
Hipismo, Puro Sangue Inglês e Hanoveriana, pois verificou-se que elas seriam as principais
raças formadoras de produtos na Coudelaria do Rincão. Foram avaliadas suas características,
estruturas, formação da raça e principal linhagem de salto, bem como resultados em
competições em âmbito nacional e internacional chegando aos resultados mencionados a
seguir.
O Brasileiro de Hipismo é uma raça relativamente nova, sendo ainda
considerada em formação. Entretanto, ela vem se destacando em todas as provas de âmbito
nacional, principalmente em percursos que predominam a velocidade com certo grau de
potência onde foram avaliadas as alturas de 1,30 a 1,45 metros, com desempates ao
cronômetro. Ficou evidenciado o amplo domínio do BH perante as demais raças estudas, a
partir dos resultados obtidos, bem como no número de concorrentes inscritos nas
competições. Já em competições a nível internacional ainda não possui resultados tão
expressivos,
colocando-se
em
posições
medianas.
Portanto
nota-se
o
crescente
desenvolvimento da raça e a perspectiva que a mesma em um futuro próximo, equipare-se as
principais raças de salto no mundo.
42
O Puro Sangue Inglês é uma raça antiga e sua grande característica é
proporcionar animais belos e rápidos. Entretanto ela não é considerada como uma raça de
salto, pois dentro de suas características proporciona excelentes cavalos de corrida
direcionados ao turfe. Porém ficou provado que o PSI é a principal raça refinadora,
proporcionando às principais raças de salto no mundo grande leveza, agilidade e destreza, que
atualmente são fundamentais para o sucesso em competições. Também ficou evidente que a
grande maioria das raças refinam suas proles com animais PSI, sendo assim o Puro Sangue
importantíssimo para o desenvolvimento da modalidade. Verificou-se ainda que, o PSI tem
algum destaque em provas mais baixas onde se predomina a velocidade em detrimento da
potência, já nas provas nacionais e internacionais avaliadas no presente estudo ficou evidente
que o PSI não possui grandes resultados, sendo sua principal função atualmente, refinar as
principais raças de salto do mundo.
O Hanoveriano é uma raça comprovadamente antiga e uma das principais
disseminadoras de cavalos da Europa e do mundo. Sempre se destacou por produzir animais
fortes e potentes, sendo uma das mais importantes raças de salto do mundo como prova o
ranking do WBFSH. Nas avaliações feitas no presente estudo verificou-se que o Hanoveriano
em competições no âmbito nacional não se destacou como os animais BH, entretanto foi visto
que existem poucos animais da raça alemã competindo no Brasil. Já nas competições em nível
internacional, é comprovadamente superior as demais raças estudadas, obtendo diversos
resultados positivos, principalmente em provas com características de potência. Dessa forma,
fazendo uma avaliação geral entre as três raças estudas, nota-se a supremacia do Hanoveriano
sobre as demais raças, principalmente pelos resultados obtidos em competições com maiores
exigências técnicas e pelo ranking do World Breeding for Sport Horses (WBFSH).
43
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diferenças de desempenho das raças nas provas de velocidade