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Domingo, 9 DE Agosto DE 2015
HHH
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série especial primeira infância 5
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Enzo Barbosa, 1
ano e 6 meses
Devo dar o máximo
possível de brinquedos
para a criança?
Não se deve exagerar.
É mais interessante a
criança explorar cada
brinquedo. Muitos estímulos concomitantes podem gerar mais ansiedade do que benefícios.
Brincar com celular,
tablet e computador
é prejudicial para a
criança pequena?
Não há grande proveito em usar essas tecnologias nos dois primeiros
anos de vida. O importante aqui é o contato
com pessoas, não com
telas. Será por meio da
interação com adultos
que a criança vai estabelecer o contato afetivo e
iniciar o desenvolvimento da linguagem e a convivência com regras, lidando com o que pode
ou não pode.
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Fotos Raquel Cunha
Meu filho se
interessa por letras,
palavras e números.
Devo incentivar?
Sim, mas sem excessos. Esse interesse não
reflete uma genialidade;
mais adiante haverá uma
fase de vida mais adiante
em que esse incentivo será de maior utilidade.
Helena, 9 meses, e
seu pai, o designer
Thiago Capanema, 29
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Devo ensinar outras línguas para meu filho nessa fase?
As opiniões são diversas. O mais recomendado é que a
criança aprenda bem uma língua, para que, depois, uma
segundo seja incluída. Mas há crianças capazes de dar
conta de dois idiomas. Outras ficam confusas, e podem
até apresentar dificuldades na aquisição da linguagem.
Nesses casos, é indicada a busca de um profissional para
avaliar a melhor conduta.
Giovana de
Souza, 1 ano
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Quais são os indícios de
que o bebê recebeu
excesso de estimulação?
Irritação, choro, cansaço, agressividade, passividade e problemas para
pegar no sono são alguns
sinais dados pelas crianças quando há excesso de
estimulação. O excesso
ocorre, muitas vezes,
quando o bebê é exposto
a atividades inadequadas
para seu estágio de desenvolvimento, como a exposição ao computador. “O
bebê até dois anos está
em fase sensório-motora.
Precisa de estimulação
sensorial e de afeto”, diz
Adriana Fóz, especialista
em neuropsicologia.
A criança deve entrar
em contato com diversos
materiais e explorá-los pegando, cheirando, levando à boca. Também é bom
estimular o bebê com brincadeiras, músicas e caretas, sempre prestando
atenção à resposta.
Isaque Melo,
9 meses
Que tipo de atividade
os pais devem fazer
com bebês?
O ideal é que o bebê tenha contato com a natureza: no início, em passeios
de carrinho (entre as 9h e
as 11h ou entre as 15h e as
16h) e, mais tarde, em
parquinhos e locais onde
possa ver animais (aquário, “fazendinhas”).
Quando a criança for brincar em tanque de areia, os
pais deverão verificar se a
areia está limpa e se os
brinquedos ao redor não
oferecem risco com lascas, pontas etc. A criança
leva tudo à boca; por isso,
o olhar permanente do
adulto e a adequação do
entorno são essenciais. A
criança precisa de estímulos, mas sem exageros.
Por isso não é adequado o
ambiente de shopping
centers e outros lugares
barulhentos e lotados,
que deixam os bebês irritados. Espaços de convivência menores, seguros e
sem barulho demais são
os melhores.
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Dá para fazer uma divisão de tarefas entre pai
e mãe que seja mais benéfica para a criança?
O melhor é pensar mais
em incluir do que dividir.
Isso significa a mãe envolver o pai nos momentos
em que, aparentemente,
ele está de fora, como na
hora de amamentar. Nessa tarefa, o pai ajuda a
mãe levantando-se à noite
para pegar o bebê e levar
até a mãe na cama (nos
primeiros meses, dois minutos a mais de sono fazem diferença) e o coloca
no berço depois. O mesmo
pode ser feito com as trocas de fraldas à noite.
É bom que a divisão de
tarefas dê chance de o pai
ficar sozinho cuidando do
bebê, como dar banho,
por exemplo, enquanto a
mãe vai às compras. Isso
ajuda a ultrapassar a relação simbiótica mãe/bebê
em direção a uma relação
a três: mãe, pai e filho.
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De que adianta contar histórias para bebês?
Com base em pesquisas, a Academia de Pediatria Americana recomenda que pais leiam para os filhos desde o nascimento, porque o ato contribui para aquisição de linguagem
no futuro e o estreitamento das relações entre bebês e pais.
C ri a r u m a c ri a n ça n ão é
u m a c i ê n ci a , é u m a a rt e .
Jack P. Shonkoff
Di retor do Centro de Desenvolvimento
da Criança da Universidade de Harvard
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O COMEÇO
Direção de
Estela Renner
DA VIDA
Um filme essencial para todas
as mães, pais e cuidadores
Estr ei a em ma r ç o de 2 016
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Criar uma criança não é uma ciência, é uma arte.