CONFERÊNCIAS POPULARES DA FREGUESIA DA GLÓRIA
(1873-1890)1
Maria Helena Camara Bastos
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
O estudo
realiza uma primeira aproximação com as Conferências Populares da
Freguesia da Glória, realizadas entre 1873 e 1890 –, as quais permitiram uma fecunda
discussão de idéias científicas e educacionais na cidade do Rio de Janeiro. O objetivo do
trabalho é analisar o significado político-educacional desse espaço privilegiado para discussão
e circulação de idéias, significativo para a história da educação brasileira.
As conferências públicas – pedagógicas2, literárias3 ou populares -, realizadas entre
1873 e 1890, caracterizam-se pela reunião de pessoas interessadas em ouvir e/ou discutir
temas da atualidade. Possuem caráter educativo e de vulgarização do conhecimento, com a
intenção de difundir as luzes e as modernidades científicas. Delas participam professores ou
outros intelectuais, figuras proeminentes da sociedade, que objetivam discutir diversas
questões vinculadas à profissão, à educação e ao ensino. Reconhecidas como fator relevante
para o progresso e melhoramento da instrução pública, tiveram por objeto de estudo tanto
questões relativas à política educacional do período como questões relativas à escola - as
matérias e os métodos de ensino.
1
O presente ensaio integra a pesquisa “Desenhando a Educação Brasileira à Francesa. Um estudo da apropriação
das idéias educativas e das práticas escolares da França (1870-1900)” - CNPQ (2001-2003).
2
Alguns autores consideram as conferências pedagógicas tão antigas como a própria escola. A Prússia parece ter
sido a primeira a institui-las, em 1763. Mas somente no século XIX, divulga-se e vulgariza-se, decorrente da
exigência de formação dos professores primários, da disseminação das escolas normais, da constituição de um
sistema de instrução pública em vários países. Na França, há uma primeira referência em 1829, mas, a partir de
1835, elas se generalizam. No Brasil, as conferências pedagógicas são estabelecidas pelo Regulamento de 3 de
agosto de 1872 (anexo ao Decreto n. 1331, de 7 de fevereiro de 1854), pelo Inspetor Geral J. C. Figueiredo, que
estabelece que “todos os professores públicos das escolas primárias do Município da Corte, serão convocados
com oito dias de antecedência pela Inspetoria Geral da Instrução Pública, para se reunirem nas férias de
Páscoa e nas do mês de Dezembro, a fim de conferenciarem sobre todos os pontos que interessarem: regime
interno das escolas; métodos de ensino; sistema de recompensas e punições para os alunos, expondo as
observações que hajam colhido de sua prática e das leituras das obras que tenham consultado” Em 1873, já se
realizam várias conferências pedagógicas. Felipe da Motta de Azevedo Corrêa, presidente das Conferências,
assim se expressa: “do exposto torna-se claro que a primeira Conferência Pedagógica deu bom resultado, que
foi concentrar a atenção dos professores da Corte para o estudo do assunto de alto interesse para a escola”.
(Primitivo, 1937, p.500) Sobre as conferências pedagógicas no Município da Corte, ver BASTOS, M.H.C.
Permuta de Luzes e Idéias. As conferências pedagógicas dos professores públicos primários do Município da
Corte (1873-1886?)
3
“As conferências literárias eram freqüentes no Rio de Janeiro, na década de setenta, nas lojas maçônicas, clubes
e sociedades literárias, e muitas tinham como finalidade a divulgação das idéias abolicionistas e republicanas”
(Collichio, 1987, p.12).
2
As conferências públicas – pedagógicas, literárias ou populares – também estão
intimamente vinculadas com a ampliação do mercado editorial, especialmente no campo
educativo, e com o estímulo às bibliotecas públicas/populares e às bibliotecas pedagógicas.
As conferências podem ser consideradas como uma modernização intelectual que procurava
corresponder às mudanças sócio-econômicas.
Alguns autores consideram as conferências públicas tão antigas como a própria escola.
No entanto, no século XIX divulgam-se e vulgarizam-se, visando à popularização do
conhecimento na perspectiva de uma instrução popular gratuita e permitindo o acesso à
informação de um maior número de pessoas sócio-culturalmente diferenciadas.4
Em 1865, Luiz Agassiz realizou duas conferências, em francês, no salão nobre do
Externato Colégio Pedro II. Sobre elas, assim manifesta-se: “Representa atestado não só de
cultura, como de importância do Colégio (...). Estas conferências, a dar crédito aos próprios
brasileiros, foram para eles novidade desconhecida e até certo ponto revolução de hábitos.
Trabalho científico ou literário é apresentado ao público no Rio em condições especiais e
diante de seleto auditório, na presença do Imperador, ante o qual o autor procede
solenemente à leitura do seu trabalho. O ensino popular, consistindo em admitir livremente,
todos quantos querem ouvir e aprender, foi causa até aqui desconhecida. (...) Julgou-se
muito feliz por poder assim introduzir neste país, um meio de educação popular cuja
influência é das mais salutares. (...)A princípio a presença das senhoras foi tida por
impossível como inovação demasiado grande nos costumes nacionais; mas o preconceito em
breve foi vencido e as portas ficaram abertas para todos, à verdadeira moda da Nova
Inglaterra. (...) A presença se senhoras nessas tardes científicas não provoca mais
comentários, nas quais a presença feminina constituía novidade”. (Escragnolle Doria, 1937,
p. 107-108) A essas seguiram-se outras, como a do Barão de Capanema, do Conde Hure, de
Vieira de Castro.
Em Aracajú, em 19 de julho de 1871, Antonio Cândido da Cunha Leitão - considerado
o pioneiro na adoção dessa prática - cria as Conferências Populares do Atheneu Sergipense,
como meio prático de instruir o povo. J. F. Castillo assim expressa-se sobre essa iniciativa:
“As conferências populares são um pensamento civilizador , que nos países mais prósperos
da Europa dão de si aprimorados frutos. Vós, porém, talhastes as conferências em Sergipe
com feição de ensino popular, e sendo o primeiro que iniciastes no país tão robusta
4
Auguste Comte ministra gratuitamente um curso de astronomia popular destinados aos operários , em 1831, em
Paris. Prosseguiu-o durante dezessete anos consecutivos (1831-1847-8). Considerava que “a aptidão dos
operários para receber tal ensino era superior à das pessoas de sociedade. (P.A.B., In: COMTE,1990, p.XII-XIII)
3
concepção, aproprias tê-la aos costumes, instituições e índole do povo. Nisto, além de muita
sagacidade, revelastes talento de estadista e administrador. É por isso que as conferências
em Aracajú excitaram estímulos, ascenderam brios, acordaram inteligências que se perdiam
na inércia, e o povo correu a ouvir a palavra de oradores, ainda moços, ainda inexperientes,
mas robustecidos de fé e alimentados pelo fogo sagrado do patriotismo”. Apesar dessa fala
elogiosa, Castillo lastima que as conferências populares não tenham-se propagado no Brasil,
descritas como o gosto daquele discursar ameno, fácil e instrutivo. (Santos, 1880, p53).
As Conferências Populares da Freguesia da Glória iniciam-se em 1873, quando
realizam-se nove conferências. Em 1º de janeiro de 1874, funda-se a Sociedade Promotora da
Instrução Pública, estimulada pelo Conselheiro Manoel Francisco Correia5, em uma das salas
da Escola Pública da Glória, na presença de numerosa assembléia de adesão. A partir de
1875, as conferências transferiram-se da Escola Pública da Glória para a Escola de São José,
também na Glória.
A Sociedade teve por meta expandir, no Município Neutro, o ensino primário,
secundário, e mesmo a educação superior, simultaneamente ou gradualmente conforme os
seus recursos. Organizou-se, inicialmente, em duas seções: uma para a educação dos meninos
indigentes, e outra para as meninas indigentes. Em 1881, foram fundidas em uma só.
Imediatamente foram criadas três classes em diferentes bairros - que nos seus primeiros anos
alcançaram a inscrição de 800 alunos. Os estatutos previam a fundação de classes de ensino
primário, de classes de ensino secundário, de cursos de ensino profissional e superior, de
publicações úteis, de conferências e de leituras públicas, de uma biblioteca, de museus, de
laboratórios e de gabinetes de ciências naturais; de uma exposição de objetos. Também
pretendia dar a ajuda necessária aos estudantes pobres para que freqüentassem a escola. Em
1884, na Escola Senador Correia, a Sociedade funda, uma biblioteca, por iniciativa do sócio
Dr. Antonio da Cunha Barbosa, com 6.000 volumes, contendo muitas obras de pedagogia,
5
Manuel Francisco Correia (1831-1905), filho primogênito do Comendador Manoel Francisco Correia Jr e Dona
Francisca Pereira Correira, nasceu em 1 de novembro de 1831 na cidade de Paranaguá. O pai era comerciante e
coronel da Guarda Nacional. Com doze anos, vai para Nova Friburgo/RJ, onde cursa as aulas do Instituto Freese,
até 1945. Em 1946, é admitido como aluno do quarto ano do Colégio Pedro II, onde diploma-se em Bacharel em
Letras (1849). Posteriormente, faz o curso de Direito em São Paulo. Em 1862 é Presidente da Província de
Pernambuco. Em 1871, preside o primeiro recenseamento do Brasil, quando ocupa o cargo de Diretor Geral da
Estatística. De 1869 a 1877, é deputado pelo Paraná, na Assembléia Geral. Em 1877, é senador do Império e
Ministro de Estado dos Negócios Estrangeiros. Em 1886, é nomeado Conselheiro de Estado. Entre 1893 e 1894,
assume a Presidência do Tribunal de Contas. Cria a primeira Escola Normal da Capital do Império, em 25 de
março de 1874, iniciativa particular, subvencionada com auxílio de donativos. Funcionou até dezembro de 1875.
Em 1883, instala a Associação Mantenedora do Museu Escolar Nacional. Foi presidente da Sociedade Amante
da Instrução, da Associação Protetora da Infância Desamparada, da Sociedade Auxiliadora da Indústria
Nacional, vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Foi um apologista da emancipação dos
escravos. Era um adepto das idéias de Darwin, mas contrário ao positivismo. Defendia a monarquia.
4
livros clássicos e d’agrément. Freitas (1891), apresenta a Associação Promotora da Instrução
do Rio de Janeiro, como um dos exemplos significativos dos resultados que pode obter a
iniciativa privada em expandir o ensino das classes menos favorecidas. Destaca que a
sociedade atua com recursos particulares, sem a subvenção do Estado.
As Conferências Populares, como parte do programa da Sociedade, foram organizadas
a partir de 1873, pelo Presidente Conselheiro Manoel Francisco Correia - um espaço
privilegiado de instrução e ensino, transformando-se em uma verdadeira “instituição” de
ensino.6 O sucesso dessas conferências pode ser aquilato pela freqüente presença do
Imperador Pedro II7.
Na primeira conferência proferida em 23 de novembro de 1873, Correia afirma que a
objetivo da realização das conferências populares foi “entreter-vos com assuntos que vos
possam interessar, sem transpor a região serena que se debatem as questões que a todos
tocam , mas extremas das paixões políticas e de outras que se agitam no seio da sociedade e
a perturbam pela divisão de crenças e princípios, tive a fortuna de vê-la benevolentemente
acolhida pelo augusto protetor de todos os cometimentos úteis, que veio honrar com sua
presença os esforços que fazemos a bem da causa pública, e a quem devo, assim como a Sua
Majestade a Imperatriz por seu animador comparecimento, a minha primeira palavra de
gratidão”. (Conferências Populares, 1876, p.59)
Na obra do Conselheiro Manoel Francisco Correia - Conferência e outros trabalhos
(1885), encontram-se compiladas suas principais conferências. No prólogo, encontra-se a
seguinte referência às Conferências Populares - uma instituição bem recebida pelo público e
que dura há 11 anos. Onde se tem tratado de muitos e importantes assuntos, com elevação da
palavra e solidez de doutrina. O objetivo foi “nacionalizar no Brasil as preleções públicas,
que entre os povos mais adiantados constituem um poderoso estímulo intelectual; (...)
despertar o espírito”. Informa que foram criadas sob o influxo da livre iniciativa e por elas
nutridas. Inúmeras vezes, no uso da tribuna, Manoel Correia faz ardorosa defesa à iniciativa
particular em matéria de ensino: “Aqui, onde as circunstâncias são outras, o brado a erguer é
bem diverso para colher-se idêntico resultado: é para que a iniciativa particular traga
eficazmente o seu concurso para o desenvolvimento da Instrução no Brasil, condição
indispensável para seu rápido caminhar na senda do progresso” (22 de agosto de 1875).
6
Moreira de Azevedo (1900, p.36), biógrafo do Conselheiro Manoel Correia, assim o exalta: “Paladino da
instrução, apóstolo do ensino, como o ministro Guizot, imprimiu à instrução do povo um impulso ingente e forte.
Doutrinar o povo, criar escolas, eis a sua missão”.
5
No sentido de ampliar essa iniciativa8, são inauguradas as Conferências Populares na
cidade de Niterói, em 5 de junho de 1874. No discurso de abertura, o Conselheiro Correia, faz
suas considerações sobre o significado da participação em conferências públicas como “em si
pouca coisa. Não deveis crer que, acompanhando as Conferências Populares, vos tornareis
sábios; mas nunca se deixa uma destas reuniões sem o desejo de estudar as questões que
nelas se falou, e de comprar os livros em que estas questões são tratadas. Os países em que
há Conferências Populares são também aqueles em que se vende maior número de livros e
em que mais se lê. (...) o país em que mais se lê é o em que mais avulta a preciosa riqueza
intelectual, pela qual se pode aferir o grau de desenvolvimento de um povo. Significam a
marcha ascendente do Brasil na escola da civilização”.
Nos primeiros dez anos, foram realizadas 465 conferências com 114 oradores. Até 16
de março de 1890, quando a Associação é extinta para dar origem ao Pedagogium9, foram
realizadas 600 conferências – 141 voltaram-se à vulgarização da instrução; outras versaram
sobre temas variados. Dentre os conferencistas, destacam-se o Conselheiro Correia (61); Dr.
Feliciano Pinheiro Bittencourt (87); Ferreira da Silva (47). Para Freitas (1891, p.450), um
total de seiscentas conferências em dezoito anos é um exemplo único na história das
instituições científicas do gênero da Sociedade Promotora da Instrução.
No quadro I, observa-se o número de conferências proferidas a cada ano. No primeiro
ano de funcionamento, foram proferidas mais de 100 conferências - o maior número
verificado em dezessete anos (anexo 1). Há uma pequena diminuição em 1875 (50), um
aumento em 1876 (70), sem nunca mais atingir o grande número de conferências. Cabe
assinalar que, no ano 1877, houve apenas uma conferência, não sendo possível ainda aquilatar
a causa desse fato. Ainda em 1899, temos indicação da realização das Conferências
Populares. O Jornal do Comércio, de 20 de março, noticia que realizou-se, no dia anterior, na
Escola Barão do Rio Doce, a conferência de número 642, na qual o Conselheiro Correia
discorreu sobre Sócrates.
7
Collichio (1987, p.11) assinala que D. Pedro II faz inúmeras referências ao seu comparecimento às
conferências populares na correspondência mantida com a Condessa de Barral. Sobre ver MAGALHÃES Jr,
Raimundo. D. Pedro II e a Condessa de Barral. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1956.
8
Enquanto Diretor Geral da Estatística, Manoel Francisco Correia envia correspondência às Províncias, no
sentido de verificar se conferências públicas, populares e/ou pedagógicas tinham sido implementadas. Em 12 de
abril de 1876, o Diretor Geral da Instrução Pública do Rio Grande do Sul, Dr. Rodrigo de Azambuja Villanova,
responde ofício dirigido ao então Diretor Geral da Estatística, informando-lhe que até a presente data não haviam
sido instituídas conferências públicas nesta província.
9
Sobre o Pedagogium, ver: BASTOS, M.H.C. Pro Patria Laboremus. Joaquim José de Menezes Vieira (18481897)
6
Quadro I. Número de conferências proferidas a cada ano nas Conferências Populares da
Freguesia da Glória (1873-1890)
ANO
NUMERO de CONFERÊNCIAS
1873
9
1874
95
187510
50
1876
71
1877
1
1878
44
1879
38
1880
47
1881
50/30
1882
30
1883
30
1884
35
1885
21
1886
17
1887
25/22
1888
13
1889
17
1890*
7
TOTAL
603
* Até 16 de março de 1890
O Conselheiro Correia deixa a direção das conferências em 16 de dezembro de 1883,
ficando estas a cargo da Associação Promotora da Instrução. No relatório que apresenta ao
afastar-se dos trabalhos em 1884, informa que, em dez anos, foram realizadas 465
conferências com 114 oradores (anexo 2) - ele próprio proferira 50 delas11, o Conselheiro
10
Em 1875, foram conferencistas Carlos Fred Hartt, José Palmello, Carlos Vitor Boisson, João Baptista da Silva
Gomes Barata, João da Costa Lima e Castro, Francisco Ignacio de Carvalho Rezende, Antonio Herculano de
Souza Bandeira Jr., Antonio José Pereira da Silva Araújo, Manoel Francisco Correia Jr., Galdino Emiliano das
Neves, Manoel Hilário Pires Ferrão, Gustavo José Alberto.
11
Algumas das conferências proferidas pelo Conselheiro Correia: Batalha Naval de Riachuelo (11de junho
1882); Direção do Ensino. Importância dos destinos da humanidade. Convém não esquecer as conferências
morais (21 de novembro de 1875); Não é monopólio do Estado o ensino superior. Competências das associações.
Os cidadãos podem também cuidar desse ensino (2 de janeiro de 1876); Educação da nacionalidade. A Igreja e a
Escola. Liberdade de consciência ( 22 de novembro de 1874); A Educação na família e na escola. Os edifícios
escolares. Proscrição dos castigos corporais ( 4 de junho de 1876); Educação das crianças das ruas (15 de
outubro de 1876); Ensino Moral: a instrução deve ser o bálsamo e não veneno para a alma. Religião. Família.
Positivismo. Materialismo (3 de outubro de 1875); Necessidade das escolas normais (11 de janeiro de 1874);
Concurso dos cidadãos a bem do ensino (22 de agosto de 1875); Conferência do elemento municipal a bem do
ensino (29 de agosto de 1875); Estabelecimentos de instrução que devem de preferência criar as Assembléias
Legislativas Provinciais (30 de janeiro de 1876); Graus científicos ou literários concedidos em virtudes de leis
provinciais (20 de fevereiro de 1876); Da competência em matéria de colação de graus (9 de abril de 1876); As
Assembléias provinciais legislando sobre a instrução pública podem impor penas administrativas e disciplinares
(23 de abril de 1876); Caridade e Instrução (7 de julho de 1878); A Instrução ministrada nos estabelecimentos
devidos à iniciativa particular não é esmola (7 de abril de 1878); Necessidade de um museu escolar (30 de
setembro de 1883); Anatomia, Astronomia, Filosofia, laço divino que as prende (11 de dezembro de 1881);
Educação Física (1° de setembro e 22 de novembro de 1878); Conveniência da criação de Associações
Promotoras da Instrução (17 de março de 1878); Criação de uma Universidade (19 de novembro de 1876);
Congresso de Instrução (27 de março de 1881); Ensino Universitário, Congresso de Instrução (18 de dezembro
7
João Manoel Pereira da Silva, 45; o Dr. Feliciano Pinheiro de Bittencourt12, 42; Dr. Antonio
Ferreira Viana13, 20.
Dentre os conferencistas destacam-se doze médicos14, professores da Faculdade de
Medicina, que realizaram 42 conferências, correspondendo a 10% do total em dez anos. Para
o Conselheiro Correia, os benefícios que resultaram das conferências foram a melhoria do
ensino médico, a organização do Congresso de Instrução e a fundação do Museu Escolar
Nacional15. Ubaldino do Amaral (1906) também afirma que as reformas das faculdades de
medicina foram gestadas nas Conferências da Glória, graças aos discursos de Pertence, Nuno
de Andrade e outros.
Não encontra-se entre os conferencistas nenhuma mulher, caracterizando os homens
como os porta-vozes privilegiados para a divulgação científica e pedagógica16. No entanto,
pelos jornais da época, a presença de jovens e senhoras era crescente.
Visando registrar as conferências proferidas, J. M. de Almeida e H. Chaves resolveram
publicar mensalmente - Conferências Populares. Na introdução do primeiro número, de
janeiro de 1876, apresentam esta iniciativa das conferências como “uma instituição que,
durando há mais de dois anos, tem encontrado o melhor acolhimento da parte do público”.
Ressaltam, no entanto, que de muitas das principais conferências não existem senão resumos
publicados nos jornais, o que é uma lástima, pois a publicação integral serviria para
“patentear o adiantamento intelectual do país, o talento oratório de seus filhos, e, pela
variedade de assuntos tratados, a extensão dos estudos entre nós”. Para sanar essa falta, os
editores pretendem estenografar as conferências, registrando resumos, excertos ou a íntegra
de 1881); Conveniência de manter a Escola de Humanidades criada pelo Instituto Farmacêutico (17 de março de
1878); Inauguração das Conferências no Asilo das Orfãs da Sociedade Amante da Instrução (19 de outubro de
1884).
12
Feliciano Pinheiro de Bittencourt (1854-?) Natural do Rio Grande do Sul, formou-se em Medicina, no Rio de
Janeiro. Foi sócio benemérito da Associação Promotora da Instrução, onde dava aulas gratuitamente; do I.H.H.B;
do Liceu de Artes e Ofícios. Professor concursado de História e Corografia do Brasil, no Colégio de Pedro II.
Edita as Conferências efetuadas na Escola da Glória: Uso e abuso do Tabaco (15.11.1881), Espiritualismo e
Materialismo; Positivismo, ou o materialismo disfarçado; Darwinismo ou doutrina evolutiva; Curso de Higiene
Elementar – fisiologia e patologia interna (tuberculose pulmonar, afecções do coração)
13
Antonio Ferreira Vianna (1834-?) Natural do Rio Grande do Sul, cursa Direito em São Paulo. Diretor geral
das aulas municipais, advogado dos auditórios da corte. Represetou a corte e a província do Rio de Janeiro na
câmara temporária nas legislaturas de 1869 a 1877 e na primeira feita pela eleição direta. Redige o “Diário do
Rio” (1868-69). Tem uma extensa obra. (Sacramento Blake,1899 p.164-166)
14
Dr. Fort (15), Luiz Coty (3), Joaquim Monteiro Caminhóa (12), José Martins da Cruz Jobim (8), Nuno Ferreira
de Andrade (8), Francisco Praxedes de Andrade Pertence (4), João Pizarro Gabiz (3), Benjamin Franklin de
Ramiz Galvão (1), João Martins Teixeira (1), Cypriano de Freitas (1), João Baptista Koseut Vinelli (1), Hilário
Gouveia (1), João Paulo de Carvalho e Lima e Castro (1).
15
Sobre museu escolar nacional, ver BASTOS, M.H.C. Pedagogium. O templo da modernidade republicana
brasileira. In: BASTOS, M.H.C. Pro Patria Laboremus. Joaquim José de Menezes Vieira (1848-1897).
16
Almeida (1989, p. 238) informa que, em 1888, houve 12 conferências, sendo uma delas feita por uma dama,
mas não informa quem.
8
das falas e teses defendidas. O periódico aceita assinaturas - anual, semestral, trimestral -, e
são vendidos volumes avulsos pelo preço de 2$500.17
Os temas abordados eram sobre atualidade científica, liberdade do ensino,
obrigatoriedade do ensino, pedagogia, filosofia, instrução pública, educação da mulher,
geografia, história, literatura. Consta que havia plena liberdade de temas nas conferências,
qualquer tema podia ser tratado, excluídos os assuntos religiosos e políticos, rigorosamente
proibidos. No entanto, parece que essa liberdade não era total. Collichio (1987, p.13) destaca
a explicação dada ao público, pelo Cons. Manoel Francisco Correia, em 2 de janeiro de 1876,
“lamentando o uso inconveniente feito por alguns conferencistas para difundir idéias e
princípios condenáveis”. Esse fato permite caracterizar que o conjunto dos conferencistas
reflete uma triagem de nomes, homens cujas idéias não representavam perigo à ordem
constituída. Também possibilita explicar o grande número de conferências proferidas pelo
Conselheiro Manoel Correia, bem como a progressiva escassez de auditório, que afugentava
os conferencistas, obrigando-o a substituí-los muitas vezes. Nos últimos anos, parece que
praticamente ocupou a tribuna.
***
Essa primeira aproximação com as Conferências Populares da Freguesia da Glória e
com o papel desempenhado por seu mentor e grande incentivador – Conselheiro Manoel
Francisco Correia - permite avaliar o significado político-educacional desse evento, como
divulgador de idéias educacionais e práticas educativas, que gradativamente vão impor-se no
contexto brasileiro. Como fórum privilegiado de discussão e circulação de idéias e posturas,
as conferências expressam o universo de idéias e de leituras que os intelectuais, juntamente
17
O volume relativo ao mês de janeiro de 1876 inicia com a 157 conferência proferida em 2 de janeiro, pelo
Conselheiro Manoel Correia sobre Se é monopólio do Estado o Ensino Superior, com o resumo de suas
conferências proferidas em 22 e 29 de agosto de 1875, e com a conferência integral de 21 de novembro de 1875
(n.151). Também são publicadas as conferências de: Visconde do Uruguai - São linhas paralelas que nunca se
cruzam: províncias e centro; Dr. A. C. Miranda de Azevedo – Darwinismo, seu passado, seu presente e seu
futuro, Águas Minerais em geral I e II; Affonso Celso Jr. – Exposições Industriais. O volume número 2, relativo
ao mês de fevereiro de 1876, traz as seguintes conferências: Instrução Pública. Estabelecimentos de instrução
pública que devem de preferência criar as Assembléias Legislativas Provinciais, Manoel Francisco Correia (30
de janeiro de 1876); discurso proferido pelo Conselheiro Correia na inauguração das Conferências Populares de
Niterói (5 de junho de 1874); Poesia Épica. Homero e Virgílio I, J.M. Pereira da Silva (20 de setembro de 1874);
História Pátria como cumpre escrevê-la, Conselheiro Tristão de Alencar Araripe ( n.162, 7 de fevereiro de
1876); Os aerostados, Manoel F. Correia Jr. (n.141, 5 de setembro de 1875); Pensamentos, Joaquim José
Teixeira (8 de fevereiro de 1874); Águas minerais do Brasil, Dr. A. C. de Miranda Azevedo (n.160, 23 de janeiro
1876). No volume 3, de março de 1876, são publicadas as conferências: Patriarcas da independência,
Conselheiro Tristão de Alencar Araripe (n. 167, 12 de março de 1876); Riqueza Intelectual, Cons. Correia (8 de
março de 1874); Poesia Épica II. Dante Alighieri, Luiz de Camões, J.M. Pereira da Silva (4 de outubro de 1874);
Instrução Pública: graus científicos ou literários concedidos em virtude das leis provinciais, Conselheiro
Correia (n.164, 20 de fevereiro de 1876); Aclimamento dos europeus nos países quentes, Dr. Nuno de Andrade
(2 de abril de 1876); Competência em matéria de colação de grau, Cons. Correia (n.171, 9 de abril de 1876); Da
moda em relação à Higiene, Dr. Antonio Felicio dos Santos (n.172, 16 de abril de 1876).
9
com o mercado editorial e a imprensa, colocam em circulação. Esse rico acervo documental
permite “inventariar e racionalizar uma prática – a leitura” (Chartier, 1994, p.11),
que
subsidia as falas da elite intelectual brasileira - como indivíduos e como homens públicos. O
próximo passo dessa pesquisa envolverá a análise das trajetórias intelectuais dos
conferencistas, dos temas, dos autores e das obras citadas, o que permitirá avaliar a influência
dos debates franceses na educação brasileira, no período que compreende a transição do
Império para a República no Brasil (1870-1900), e na França, no período que corresponde a
IIIª República18 (considerada a revolução dos republicanos pedagogos, liderada por Jules
Ferry, Ferdinand Buisson, Octave Gréard, Paul Bert, Louis Liard, Charles Zévort, e outros
tantos).
Carvalho (1998) salienta a necessidade de estudos dessa natureza, ao afirmar que “os
intelectuais, assíduos viajantes, leitores ávidos, de algum modo tomaram a si a tarefa de
remodelar o imaginário e as práticas pedagógicas no país, são personagens-chave na
elucidação dos processos materiais de produção, circulação e apropriação dos saberes
pedagógicos no Brasil. Em um período histórico em que, no país, as iniciativas editoriais são
escassas, dispersas, descontínuas e, na maior parte dos casos, voluntaristas, a intervenção
desses intelectuais não pode ser subestimada. Os crivos que configuraram a apropriação que
fizeram do que leram, viram, ouviram e vivenciaram, na sua privilegiada intinerância por
circuitos culturais estranhos à grande maioria das populações brasileiras, foi determinante
na configuração de suas estratégias de imposição de modelos pedagógicos”. Conclui,
dizendo que « para determinar a apropriação que educadores, editores e autores fazem dos
saberes pedagógicos que põem em circulação, em suas estratégias de difusão e imposição
desses saberes é questão de interesse para uma história cultural dos saberes pedagógicos ».
Berrio (2000) alerta para as tendências emergentes em história das idéias, com a
significativa influência da antropologia e da lingüística., pois tratam de um modo determinado
as relações entre linguagem e realidade, texto e contexto. A autor destaca o giro linguístico e
a teoria da recepção como elementos a serem considerados nos estudos de história das idéias.
Igualmente enfatiza a questão da recepção, cujo enfoque passa do autor, produtor para o
leitor, o receptor, a partir da premissa de que é o leitor, e não o autor, que dá significado ao
texto ao interpretá-lo. Para defender essa posição, apoia-se nas palavras de Viñao Frago – « é
o estudo dos contextos que condicionam a recepção e a interpretação. Outra é a comparação
entre o leitor implícito, incorporado ao texto pelo autor, ou o leitor modelo, com as
18
A IIIª República Francesa inicia-se com a queda do Império, em 4 de setembro de 1870, e vai até o início do
Governo Vich, na década de 30 do século XX.
10
apropriaçãoes e respostas dos leitores reais... Outro âmbito de estudo seria o relativo ao
papel jogado na recepção – ou não recepção – e efeitos de um texto ou autor pela censura e
persecuciones, assim como pelas práticas editoriais e comerciais – preços, modalidades,
publicidade, etc. – e pelas instituições culturais e educativas em tudo que se refere à seleção,
crítica, promoção, silêncios ou condenação de determinados textos, assim como na formação
e evolução dos cânones respectivos de cada matéria ou relação de autores e obras
privilegiadas em sua consideração e estima. E também, como não, o da formação e rasgos
das chamadas « comunidades textuais »... e « comunidades interpretativas ». Berrio defende
a necessidade de uma história das idéias pedagógicas, da análise do processo de elaboração,
de difusão e de recepção dos discursos no tempo; e chama a atenção da dupla direção que
existe entre teorias pedagógicas e práticas educativas.
É importante compreender que as idéias apropriadas pela elite brasileira não
permaneceram iguais e inertes: tomaram novas formas e traduções à realidade brasileira,
muitas vezes em sentido contrário àquele preconizado por seus autores. A viagem das idéias
pedagógicas, das práticas educativas e escolares insere-se como um dos padrões consistentes
da modernidade e da modernização buscada pela sociedade brasileira.
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11
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12
ANEXO 1
QUADRO DAS CONFERÊNCIAS POPULARES DA FREGUESIA DA GLÓRIA
1873-187419
DATA
23.11.1873
30.11.1873
4.12.1873
7.12.1873
11.12.1873
14.12.1873
18.12.1873
21.12.1873
Conselheiro João Manuel Pereira da
Silva
Bacharel Theophilo das Neves Leão
4.1.1874
8.1.1874
Conselheiro João Manuel Pereira da
Silva
Conselheiro Affonso Celso de Assis
Figueiredo
Dr. Joaquim José Teixeira
Dr. Antenor Augusto Ribeiro Guimarães
11.1.1874
15.1.1874
18.1.1874
Conselheiro Manuel Francisco Correia
Dr. Antenor Augusto Ribeiro Guimarães
Conselheiro José Liberato Barroso
22.1.1874
25.1.1874
Dr. Antenor Augusto Ribeiro Guimarães
Dr. Luiz Correia de Azevedo
29.1.1874
1.2.1874
5.2.1874
8.2.1874
12.2.1874
15.2.1874
19.2.1874
Dr. Antenor Augusto Ribeiro Guimarães
Dr. Luiz Alves Leite de Oliveira Bello
Dr. Soeiro Guarany
Conselheiro João Manuel Pereira da
Silva
Bacharel Teophilo das Neves Leão
Conselheiro José Liberato Barroso
Dr. Antenor Augusto Ribeiro Guimarães
22.2.1874
26.2.1874
1.3.1874
5.3.1874
Dr. Joaquim José Teixeira
Dr. Soeiro Guarany
Dr. José Antonio Fernandes Lima
Barão de Tautphoeus
8.3.1874
12.3.1874
15.3.1874
Conselheiro Manuel Francisco Correia
Dr. José de Oliveira Campos
Dr. Carlos Arthur Busch Varella
28.12.1873
19
ORADORES
Conselheiro Manuel Francisco Correia
Dr. Luiz Joaquim Duque-Estrada
Teixeira
Dr. Luiz Joaquim Duque-Estrada
Teixeira
Dr. Luiz Joaquim Duque-Estrada
Teixeira
Bacharel Theophilo das Neves Leão
ASSUNTOS
Ensino primário obrigatório.
Biblioteca em geral, bibliotecas populares em
particular.
Considerações sobre a importância do estudo da
geografia
Influência da educação sobre a moralidade e bem
estar das classes laboriosas.
Considerações gerais sobre a geografia e
corografia do brasil.
História e literatura pátria.
Estado geral da geografia nas três grandes épocas
históricas.
História e literatura pátria.
Em que condições pode ser instituído o ensino
obrigatório no Brasil.20
La Fontaine, o fabulista.
Meios preventivos contra a invasão de moléstias
pestilenciais.
Escolas normais.
Continuação da sua tese anterior.
A educação em geral e com especialidade em
relação a mulher.
Continuação da sua tese anterior.
De como da educação bem compreendida e
exercitada se depreende a teoria do ensino
obrigatório.
Continuação da sua tese anterior.
O espírito do século XIX.
Puericultura.
Consideração sobre a história e literatura pátria.
A terra e o Universo.
Continuação da sua tese anterior.
Medidas que, em ocasião de epidemias, devem
tomar e o governo e os particulares.
Seus pensamentos.
Continuação da sua tese anterior.
Mães de família.
História da economia política e relação desta
ciência com os princípios da moral e da justiça.
Riqueza intelectual.
A civilização na história.
Da instrução ao filho do proletário, ao enjeitado,
ao vagabundo e aos jovens delinqüentes, e meios
de torna-la efetiva.
Revista Conferências Populares, vol. IV, junho de 1876. IHGB 70 -2-16
AFONSO CELSO. Em que condições pode ser instituído no Brasil o ensino. Rio de Janeiro: Tipografia da
“Reforma”, 1873. 33p.
20
13
19.3.1874
22.3.1874
26.3.1874
29.3.1874
9.4.1874
12.4.1874
16.4.1874
19.4.1874
23.4.1874
26.4.1874
30.4.1874
3.5.1874
7.5.1874
10.5.1874
17.5.1874
21.5.1874
24.5.1874
28.5.1874
31.5.1874
4.6.1874
7.6.1874
11.6.1874
14.6.1874
18.6.1874
21.6.1874
25.6.1874
28.6.1874
2.7.1874
5.7.1874
9.7.1874
12.7.1874
16.7.1874
19.7.1874
23.7.1874
26.7.1874
30.7.1874
2.8.1874
6.8.1874
9.8.1874
13.8.1874
16.8.1874
20.8.1874
23.8.1874
Bacharel Theophilo das Neves Leão
Conselheiro José Liberato Barroso
Barão Tautphoeus
Conselheiro Manuel Francisco Correia
Conselheiro Manuel Francisco Correia
Dr. Manuel Jesuino Fereira
Barão de Tautphoeus
Dr. Carlos Arthur Busch Varella
A terra e o Universo.
Continuação da sua tese anterior.
Continuação da sua tese anterior.
Regimen das escolas.
Futuro do Brasil.
Instrução publica.
Colonização.
Meios de tornar efetiva a instrução dos filhos do
proletário, dos jovens criminosos, do vagabundo e
do enjeitado.
Dr. Amorim Carvalho.
A influência moralizadora do teatro.
Conselheiro João Manuel Pereira da
Sacrifícios que suportou a Europa com o
Silva
descobrimento. Posse e colonização da América.
Dr. Antenor Augusto Ribeiro Guimarães
Lazaretos e quarentenas.
Dr. Luiz Joaquim Duque-Estrada
Prometheo de Eschylo.
Teixeira
Dr. Amorim Carvalho
Mocidade brasileira, seus esforços, suas opiniões e
seu futuro.
Dr. Antonio Ferreira Vianna
Apreciação da escola politica de Machiavel e
justificação.
Dr. Carlos Arthur Bussch Varella
Continuação da sua tese anterior.
Bacharel Theopilo das Neves Leão
Formação dos continentes e das ilhas, sua
configuração e seus relevos.
Dr. Antonio Ferreira Vianna
Francisco Bacon.
Dr. Antenor Augusto Fibeiro Guimarães
Continuação da sua tese anterior.
Conselheiro Manuel Francisco Correia
Invasões no território do Brasil.
Dr. Nuno de Andrade
Vantagens da educação na família e conveniência
das escolas mistas.
Dr. Antonio Ferreira Vianna
Henrique F. dÁguessean.
Dr. Augusto Cesar de Miranda Azevedo
Necessidade e vantagens do estudo das ciências
naturais.
Conselheiro Manuel Francisco Correia
Mulheres celebres.
Bacharel Theophilo das Neves Leão
Nosso Planeta.
Dr. Luiz Joaquim Duque- Estrada
Continuação da sua tese anterior.
Teixeira
Dr. Antonio Ferreira Vianna
Curso de pedagogia; cosiderações gerais.
Dr Rozendo Muniz Barreto
Consideração sobre a nossa agricultura.
Dr. Antonio Ferreira Vianna
Curso de pedagogia; leis fundamentais da ciência.
Dr. Manuel Jesuino Ferreira
Instrução e meios de desenvolvê-la.
Dr. Antonio Ferreira Vianna
Curso de pedagogia; necessidade e liberdade.
Dr. Pedro Meireles
A Antígona de Sófocles.
Dr. Antonio Ferreira Vianna
Curso de pedagogia; ainda necessidade e
liberdade.
Dr. José Saldanha da Gama
Instinto dos vegetais.
Dr. Antonio Ferreira Vianna
Curso de pedagogia; unidade, 1º lei pedagógica,
Educação Cristã
Dr. Joaquim Momteiro Caminhoa
Influência da Mulher nas guerras modernas.
Dr. Joaquim Momteiro Caminhoa
Continuação da sua tese anterior.
Dr. Joaquim José de Menezes Vieira
O surdo-mudo, tanto pelo lado físico, como sob o
ponto de vista moral e intelectual.
Dr. Antonio Ferreira Vianna
Curso de pedagogia; variedade; 2º lei pedagógica.
Dr. Luiz de Alburque Araujo Cavalcanti
O providencialismo perante a história.
Feilx Belly
Historie des projets des percements de l´ishme
americain e des grandes tracés inter-océaniques.
Dr. José Saldanha da Gama
Legendas das plantas.
Dr. Antonio Ferreira Vianna
Curso de pedagogia; lei da harmonia.
Conselheiro José Manuel Pereira da
Exame dos escritos e monumentos históricos sobre
Silva
as coloniais americanas publicados na Europa
14
27.8.1874
30.8.1874
3.9.1874
6.9.1874
10.9.1874
13.9.1874
17.9.1874
20.9.1874
24.9.1874
27.9.1874
1.10.1874
2.10.1874
Dr. Antonio Ferreira Vianna
Conselheiro José Manuel Pereira da
Silva
Dr. Antonio Ferreira Vianna
Dr. Luiz Alves Leite de Oliveira Bello
Dr. Antonio Ferreira Vianna
Dr. Thomaz Alves Júnior
Dr. Antonio Ferreira Vianna
Conselheiro José Manuel Pereira da
Silva
Dr. Antonio Ferreira Vianna
22.10.1874
25.10.1874
Conselheiro Manuel Francisco Correia
Dr. Antonio Ferreira Vianna
Capitão-tenente Francisco José de
Freitas
Conselheiro José Manuel Pereira da
Silva
Dr. Antonio Ferreira Vianna
Conselheiro José Manuel Pereira da
Silva
Dr. Antonio Ferreira Vianna
Conselheiro José Manuel Pereira da
Silva
Dr. Antonio Ferreira Vianna
Conselheiro
29.10.1874
Bacharel Thephilo das Neves Leão
1.11.1874
5.11.1874
Dr. José Saldanha da Gama
Dr. Nicoláo Rodrigues dos Santos
França Leite
Dr. Luiz Joaquim Duque-Estrada
Teixeira
Dr. Misael Ferreira Penna
Dr. Joaquim Nabuco
Conselheiro Manuel Francisco Correia
Conselheiro Manuel Francisco Correia
4.10.1874
8.10.1874
11.10.1874
15.10.1874
18.10.1874
8.11.1874
12.11.1874
15.11.1874
19.11.1874
22.11.1874
durante os séculos XI, XII e XIII.
Curso de pedagogia; grandeza d´alma.
Continuação da sua tese anterior.
Curso de pedagogia; grandeza d´alma: exemplos.
América e sua civilização.
Curso de pedagogia; lei da gradação.
Mme. de Stael.
Curso de pedagogia; a linguagem.
Homero e Virgílio.
Curso de pedagogia; leis da conveniência e
progressão decrescente.
União do Brasil.
Curso de pedagogia; a família.
Batalha de Riachuelo.
Dante Alighieri e Luiz de Camões.
Curso de pedagogia; o enjeitado.
Torquato Tasso.
Curso de pedagogia; o Estado e a escola.
Milton, Paraíso Perdido.
Curso de pedagogia; a Igreja e a escola.
Natureza e contagiosidade da febre amarela, e
meios de a combater.
Rios e águas correntes em geral, sua origem,
trabalhos e operações.
Modo de viver das plantas.
Progresso material da província de S. Paulo.
Dante.
Presente e futuro da província do Espírito Santo.
Veneza e arte veneziana.
Industria marítima.
Educação da mocidade (1).
(1) Não houve conferências nas quintas-feiras, 25 de dezembro, 1 de janeiro, 2 de abril e 14 de maio por serem
dias santificados. Deixou de haver também no dia abril Domingo de Páscoa. Houve a
conferência
extraordinária de 2 de outubro.
15
ANEXO 2
CONFERENCISTAS NAS CONFERÊNCIAS POPULARES DA FREGUESIA DA
GLÓRIA (1873-1883)21
Nome
Manoel Francisco Correia
Dr. Feliciano Pinheiro de Bittencourt
Dr. Antonio Ferreira Vianna
Dr. Fort
Cons. Joaquim M. Caminhoá
Dr. Augusto Cesar de Miranda Azevedo
Dr. Luiz Joaquim Duque Estrada Teixeira
Dr. Francisco Miranda de Mendonça
Dr. Antenor Augusto Ribeiro Guimarães
João Braz da Silveira Caldeira
Dr. José M. Velho da Silva
Dr. Nuno Ferreira de Andrade
Senador José Martins da Cruz Jobim
Bacharel Theophilo das Neves Leão
Dr. Antonio Coelho Rodrigues
Dr. João Batista da Silva Gomes Barata
Barão de Tautphoeus
Dr. Carlos Vitor Boison
Dr. Francisco Marques de Araújo Góes
Dr. Licínio Chaves Barcellos
Des. Tristão de Alencar Araripe
Cons. Francisco Praxedes de Andrade Pertence
Sr. José Saldanha da Gama
Dr. Carlos Arthur Busch Varela
Julio Cesar Leal
Cons. José Liberato Barroso
Chefe de Divisão Ignácio Joaquim da Fonseca
Dr. José Agostinho dos Reis
Dr. Luiz Couty
Dr. Manoel Joaquim Fernandes Eiras
Dr. Augusto Limoeiro
Dr. Joaquim Murtinho
Cons. Antonio de Almeida e Oliveira
João Landesman
Dr. Miguel Antonio da Silva
Dr. Joaquim Aurélio Nabuco de Araújo
Dr. Francisco Ignacio de Carvalho Rezende
Dr. Antonio Herculano de Souza bandeira
Dr. João Pizarro Gabiso
Dr. José da Cunha Ferreira
Manoel Hilário Pires Ferrão
Dr. Affonso Celso de Assis Figueiredo Jr.
Gustavo José Alberto
Dr. Amaro Cavalcanti
Manoel Cyridião Buarque
Dr. Antonio Zeferino Candido
Dr. Antonio Maria de Miranda Castro
Dr. Joaquim José Teixeira
1. Tenente Francisco Carlton
Dr. Elyseu de Souza Martins
21
Número de conferências proferidas
50
42
20
15
12
11
9
8
7
6
5
4
3
2
LOBO, Francisco B. Os Professores de Medicina e as Conferências da Glória. Revista do IHGB. Rio de
Janeiro, n°328, p. 105-110, jul/set. 1980.
16
Dr. Luiz Alves Leite de Oliveira Bello
Sr. Soeiro Guarany
Dr. Manoel Justino Ferreira
Dr. José Joaquim Amorim de Carvalho
Dr. Clément Jobert
Dr. Manoel Francisco Correia Jr.
Dr. Silva Araújo
Dr. Antonio de Castro Lopes
Dr. Ennes de Souza
Senador A.C. de Assis Figueiredo
Dr. José Cardoso de Moura Brazil
Dr. Domingos José Bernardino de Almeida
Dr. João Barbosa Sobrinho
Dr. Benjamin F. Ramiz Galvão
Dr. João Martins Teixeira
Dr. Cypriano de Freitas
Dr. João Baptista Kossuth Vinelli
Dr. Hilário de Gouveia
Dr. João Paulo de Carvalho
Dr. Ramos de Queiroz
Francisco Carvalho Valdez
Gustavo Aimard
Comendador José de Almeida Soares
Dr. João dos Reis de Souza Dantas Sobr.
Alfredo da Silveira Bastos
Luiz Maria Vidal
Dr. Francisco Antonio de Carvalho Jr.
Augusto de Carvalho Hermam Gade
Dr. Thomaz Porciuncula
Dr. Lima Castro
José Palmelho
Dr. Luiz Correia de Azevedo
Dr. Fernandes Lima
Dr. Oliveira Campos
Dr. Rosenda Muniz Barreto
Dr. Pedro Soares de Meirelles
Dr. Joaquim José de Menezes Vieira
Luiz Almeida Araújo Cavalcanti
Dr. Thomaz Alves Jr.
Dr. Nicolau Rodrigues dos Santos França Leite
Dr. Galdino Emiliano das Neves
Dr. Antonio Felicio dos Santos
Dr. Bento Cruz
Dr. Rodrigo Otávio
Capitão-Tem. Freitas
Felix Belly
Carlos Fred Hartt
Baldomero Carqueja Fuentes
Julio Cesar Ribeiro de Souza
Francisco Rabello de Carvalho
Miguel de Pino
José Frederico de Freitas Jr.
Dr. João Cordeiro da Graça
Jorge Mirandola Filho
Henrique de Toledo Dodsworth
Dr. Pedro de Alcântara Nabuco de Araújo
Dr. Luiz Henrique Pereira Campos
Dr. Amaro José da Silveira
Dr. José carneiro de Campos
Capitão de mar e guerra José Marques Guimarães
1
17
Dr. José Pereira Rego Filho.
Total:
114
465
18
ANEXO 3
CONFERÊNCIAS DEDICADAS AO TEMA DA INSTRUÇÃO PÚBLICA22
CONFERENCISTA
Duque Estrada Teixeira
Cons. Manoel Francisco Correia
TÍTULO
Bibliotecas em geral e bibliotecas populares em
particular
Ensino Primário Obrigatório
Riqueza Intelectual
Direção do Ensino. Importância da instrução nos
destinos da Humanidade. Convém não esquecer as
ciências morais.
Não é monopólio do Estado o Ensino Superior.
Competências das Assembléias provinciais. Os cidadãos
podem também cuidar esse ensino.
Educação da mocidade. A Igreja e a escola. Liberdade de
Consciência
A educação na família e na escola. Os edifícios
escolares. Proscrição dos castigos corporais
Educação das crianças de rua
Ensino Moral. Materialismo. Religião, Família,
Positivismo. A educação deve ser bálsamo e não veneno
para a alma
Necessidade das Escolas Normais
Concurso dos cidadãos ao bem do ensino
Estabelecimentos de instrução que devem criar de
preferência as Assembléias legislativas Provinciais
Concorrência do elemento municipal a bem do ensino
Graus científicos e literários concedidos em virtude das
leis municipais
Da competência em matéria de colação de graus
As Assembléias provinciais, legislação sobre a Instrução
Pública; podem impor penas administrativas e
disciplinares
Competência das Assembléias Provinciais para a
concessão de jubilações
Caridade e Instrução
A
instrução
ministrada
gratuitamente
em
estabelecimentos devidos à iniciativa particular não é
esmola
Necessidade de um museu escolar
Anatomia, astronomia, filosofia. Laço divino que as
prende
Educação Física
Conveniência da criação da Associação Promotora da
Instrução
Criação de uma universidade
Congresso de Instrução
Ensino Universitário . Congresso de Instrução
Conveniência de manter a Escola de Humanidade criada
pelo Instituto Farmacêutico
Ainda ocupa a tribuna em
22
DATA
30/01/1876
23/12/1873
8/03/874
21/11/1875
2/01/1876
22/11/1874
4/06/1876
15/10/1876
3/10/1875
11/01/1874
22/08/1875
30/01/1876
29/08/1875
28/02/1976
9/04/1976
23/04/1976
21/05/1876
7/07/1878
7/04/1878
30/09/1883
11/12/1881
11/09/1878
20/11/1878
17/03/1878
19/11/1876
27/03/1881
18/12/1881
17/03/1878
Esse quadro encontra-se ainda em fase de elaboração, na medida em que as conferências são analisadas quanto
ao tema educação.
19
Manuel Cyridião Buarque
Antonio Zephirino Cândido
Antonio Ennes de Souza
Dr. Audano Antonio Gonçalves de
Almeida
Dr. Erico Marinho Gama Coelho
Dr. J. José de Menezes Vieira
17/24/31/07/
1881
21/05/1882
24/08/1884
1885
A utilidade das conferências
1887
Três grandes lições tiradas do Cristianismo para a 1884
Pedagogia
Métodos de Ensino
Reorganização da Escola Politécnica
Instrução Pública na Província do Rio de Janeiro
1884
1884
1884
Ensino médico na Faculdade do rio de Janeiro
Instituto dos surdos-mudos
1884
1885
Dr. Antão de Vasconcellos
Instrução Pública
1885
Dr. Luiz Henrique Pereira de Exames preparatórios e o Colégio Pedro II
1885
Campos
Ensino primário e ensino obrigatório
José Nogueira Jaguaribe Filho
A educação e o indivíduo
1887
1889
Dr. Luiz Henrique Pereira de A Reforma do ensino público
Campos
As escolas normais primárias
A Instrução secundária
1889
Dr. João Kopkel
Educação integral
Educação estética e cívica
Os museus escolares
Dr. João Pizarro Gabizo
Higiene Escolar I
27/02/ 1876
Dr. Manoel Jesuino Ferreira
Instrução Pública
12/04/1874
Instrução Pública II
05/07/1874
Cons. José Liberato Barroso
A educação em geral e com especialidade em relação a 18/01/1874
mulher.
15/02/1874
A Educação da Mulher II
22/03/1874
A Educação da Mulher III
Dr. Luiz Corrêa de Azevedo
A educação e o ensino obrigatório
25/01/1874
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CONFERÊNCIAS POPULARES DA FREGUESIA DA GLÓRIA (1873