A IMPORTÂNCIA E O USO DO SOFTWARE LIVRE NO GERENCIAMENTO DE
UNIDADES DE INFORMAÇÃO
Sérgio Barbosa dos Santos
Resumo
O objetivo deste artigo é discutir sobre a importância e o uso do software livre no
gerenciamento de unidades de informação. Aborda conceitos de software livre, tipos e
discute sobre a viabilidade de sua implantação. Apresenta-o como uma alternativa
econômica e tecnológica, demonstrando sua importância para ambientes que lidam com
uma grande massa documental como bibliotecas e arquivos e para a sociedade como um
todo.
Palavras-chave
Software livre. Gerenciamento. Unidades de Informação.
1 INTRODUÇÃO
Com o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação, é cada vez mais
crescente a quantidade de informação produzida e veiculada. Cresce também, cada vez
mais, a necessidade das organizações que lidam com grandes contingentes informacionais,
gerenciarem e organizarem tais informações. Nesse contexto, o software livre apresenta-se
como uma alternativa econômica e tecnológica para a automação dos processos de uma
unidade informacional, aumentando a qualidade dos serviços e agilizando o acesso à
informação por parte do usuário.
Este artigo discute sobre a importância e o uso do software livre no gerenciamento de
unidades de informação tais como bibliotecas e arquivos. Traz o conceito de software livre,
tipos e fala das vantagens de sua implantação para a gestão de unidades informacionais.
2 DOS FATOS
Muitas organizações que lidam diretamente com a informação, como órgãos públicos,
bibliotecas comunitárias, ONG’s, às vezes, têm dificuldades para a informatização de seus
serviços devido aos altos custos com softwares proprietários e suas licenças e royalties.
Sendo assim, os softwares livres podem representar uma alternativa econômica para as
unidades de informação que não podem ou não querem ter custos na automatização de
seus processos, mas necessitam gerenciar os seus serviços de maneira eficaz e eficiente.
Com a instalação de um software livre, processos que antes eram realizados manualmente
como os serviços de empréstimo, renovação, devolução, reserva, catalogação, aquisição,
controle de publicações seriadas e empréstimo entre bibliotecas podem ser automatizados,
aumentando a qualidade dos serviços prestados aos usuários.
A modernização das bibliotecas está diretamente ligada à automação de
rotinas e serviços, com o intuito de implantar uma infra-estrutura de
comunicação para agilizar e ampliar o acesso à informação pelo usuário,
tornando-se necessário haver uma ampla visão da tecnologia da informação
e sua aplicação nas organizações (CÔRTE et al., 1999, apud DAMASIO;
RIBEIRO, 2006).
Software Livre é todo programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado,
modificado e redistribuído sem nenhuma restrição. De acordo com o Serviço Federal de
Processamento de Dados – Serpro (2011), “o software livre tem seu modelo de
desenvolvimento baseado no compartilhamento, ou seja, uma empresa ou desenvolvedor
disponibiliza sua solução para a comunidade, que pode usá-la e aprimorá-la. Dessa forma
cria-se um ciclo virtuoso de desenvolvimento, favorecendo, ao criador, em particular, e a
todos que quiserem utilizar a ferramenta”. Nos últimos anos, o movimento do software livre
tem crescido, inclusive no Brasil, apoiado por estratégias de governo que promovem o seu
desenvolvimento.
O movimento do software livre é a maior expressão da imaginação
dissidente de uma sociedade que busca mais do que a sua mercantilização.
Trata-se de um movimento baseado no compartilhamento do conhecimento
e na solidariedade praticada pela inteligência coletiva conectada na rede
mundial de computadores. (SILVEIRA, 2003 apud NEVES; SALES, 2006).
Dentre as vantagens para a instalação e uso de um software livre destacam-se: baixo custo,
autonomia tecnológica, segurança, independência de fornecedores, possibilidade de
adequação e redistribuição, suporte gratuito e compartilhamento do conhecimento.
Dentre os softwares livres utilizados para o gerenciamento de unidades de informação,
destaca-se o Gnuteca, que é um sistema para automação dos processos de uma biblioteca,
desenvolvido com o apoio de bibliotecários e testado pela biblioteca do Centro Universitário
Univates. Está disponível na Internet no próprio site do Gnuteca. Por ser um software livre, o
mesmo pode ser copiado, distribuído e modificado livremente, sendo constantemente
atualizado. Além disso, ele utiliza o padrão MARC21 para a inserção de dados no sistema
bem como permite a importação de dados do Microisis, outro software de documentação,
porém, de código fechado.
É um sistema abrangente e genérico que pode moldar-se a diferentes
realidades de diferentes usuários, permitindo também a criação de uma
infra-estrutura de colaboração entre bibliotecários e demais funcionários das
bibliotecas, evitando a repetição desnecessária de trabalho: uma vez feita a
catalogação de um título em uma biblioteca, estes dados catalográficos
podem ser "importados" para o sistema de outra biblioteca que adquira o
mesmo título. (SALVI et al., 2005 apud DAMASIO; RIBEIRO, 2006).
Já para a gestão de documentos arquivísticos existem alguns softwares livres, na sua
maioria internacionais, como o ARCHIVISTA BOx19, OPENGED23, OWL INTRANET24,
dentre outros. Quanto aos nacionais existem poucas iniciativas.
3 CONCLUSÃO
Apoiado no discurso da chamada “Sociedade da Informação”, de uma maior democratização
da informação e do compartilhamento do conhecimento, o movimento do software livre tem
crescido, impulsionado, também, por medidas do governo para promover o seu
desenvolvimento. Ele pode representar não só uma alternativa econômica e tecnológica
para o gerenciamento de unidades de informação, automatizando seus processos e
aumentando a qualidade dos serviços prestados aos usuários, como também uma forma de
inclusão digital e social. Ele pode possuir não só vantagens como desvantagens. Cabe a
nós contribuirmos para o seu desenvolvimento e aprimoramento, estando, assim,
contribuindo também para a democratização do saber.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Maria Christina Barbosa de. Planejamento de bibliotecas e serviços de
informação. Brasília: Briquet de Lemos, 2005.
DAMASIO, Edílson; RIBEIRO, Carlos Eduardo Navarro. Software livre para bibliotecas, sua
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SERPRO. Desenvolvido pelo Serpro, 2011. Apresenta informações e serviços oferecidos
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Serviço
Federal
de
Processamento
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Dados
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(Serpro).
Disponível
em:
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