UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
PROGRAMA DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO
Wagner Pagliato
Educação Financeira: a percepção dos alunos do Ensino Médio
sobre a relação entre gestão das finanças pessoais e vida
financeira saudável
São Paulo
2015
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
PROGRAMA DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO
Wagner Pagliato
Educação Financeira: a percepção dos alunos do Ensino Médio
sobre a relação entre gestão das finanças pessoais e vida
financeira saudável
Dissertação apresentada como exigência parcial
para obtenção do Titulo de Mestre em Educação na
Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, sob a
orientação do Professor Dr. Julio Gomes Almeida.
São Paulo
2015
BANCA EXAMINADORA
Agradecimentos
Agradecemos primeiramente à Deus e Nossa Senhora por nos ter permitido chegar
onde estamos.
Ao professor Dr. Julio Gomes Almeida, meu orientador, pela enorme ajuda e por
transformar este processo em ampliação de nosso conhecimento e também aos
professores Dr. Mariano Yoshitake e Dr. Osmar Coronado por auxiliar e nos
direcionar na conclusão de uma grande etapa de nossa vida.
E as nossa família que é nosso pilar e a principal razão para a conquista de nossos
objetivos.
Dedicatória
Este trabalho é dedicado à minha família. Com muito amor, ofereço esta obra à
minha amada esposa Rose, que, ao longo de todos estes anos casados, nunca
fraquejou no seu irrestrito apoio ao meu trabalho acadêmico, com infinita
paciência, amor e compreensão. Dedico também ao meu querido filho, Wagner,
que sempre compreendeu as horas de ausência do pai, e que ainda muito jovem,
também já esta escrevendo e editando seus artigos
RESUMO
O tema a ser pesquisado concentra energias para resolver o problema: “Qual
percepção dos alunos do Ensino Médio sobre a relação entre gestão das finanças
pessoais e vida financeira saudável ?”. Para isso buscou identificar entre os alunos
entrevistados o conceito pessoal a respeito da importância da gestão de recursos
pessoais, detectar entre esses alunos o grau de conhecimento e familiaridade com e
sobre finanças pessoais e economia e finalmente pontuar fatos históricos marcantes
envolvendo o valor e a origem do dinheiro e das trocas monetárias. No
desenvolvimento da pesquisa optou-se pela abordagem quanti-qualitativa e como
procedimentos de coleta de dados revisão de literatura, completada proposição de
um questionário e entrevista semiestruturada com um aluno de cada curso. Como
referencia teórica recorreu-se aos estudos de GITMAN (2004) CERBASI, (2008)
CERBASI (2003), CAMARGO (2007), entre outros. Os dados até aqui analisados
permitem afirmar que os estudantes atribuem grande relevância ao ensino da
educação financeira pessoal. Outro dado que emerge da pesquisa é que grande
parte dos estudantes pesquisados nunca teve uma aula sobre o tema e, mesmo
assim, considera que a escola seria o ambiente adequado para o ensino de finanças
pessoais. Na conclusão os estudantes, também em sua maioria, pensam em ser
independente financeiramente dos seus responsáveis o mais rápido possível, o que
demonstra urgência no ensino da educação financeira pessoal suficiente para que
sejam capazes de administrar suas finanças. Por fim, com relação a
comportamentos, 97% dos estudantes assinalaram que consideram importante ter
uma vida financeiramente saudável.
Palavras chave: Educação. Finanças pessoais. Consumo. Qualidade de vida.
ABSTRACT
The topic being researched focuses energies to solve the problem: "What perception
of high school students about the relationship between personal finance management
and healthy financial life?". For that sought to identify among the students interviewed
the personal concept of the importance of personal resource management, detect
between these students the degree of knowledge and familiarity with and about
personal finance and economics and finally score important historical facts
surrounding the value and origin money and monetary exchange. The development
of research we opted for the quantitative and qualitative approach and how data
collection procedures literature review, completed proposal of a questionnaire and
semi-structured interview with a student from each course. As theoretical reference I
used to study GITMAN (2004) Cerbasi, (2008) Cerbasi (2003), CAMARGO (2007),
among others. The data analyzed so far allow us to state that students attach great
importance to the teaching of personal financial education. Another fact that emerges
from the research is that most of the students surveyed never had a lesson on the
subject and still considers that the school would be the appropriate environment for
personal finance education. On completion students also mostly think about being
financially independent of their parents as soon as possible, demonstrating urgency
in the teaching of sufficient personal financial education to enable them to manage
their finances. Finally, with respect to behavior, 97% of students indicated that they
consider important to have a financially healthy life.
Keywords: Education. Personal finance. Consumption. Quality of life.
Sumário
INTRODUÇÃO
9
CAPITULO I – ENSINO TÉCNICO NA REDE ESTADUAL DE SÃO PAULO
15
1.1.
CENTRO PAULA SOUZA
15
1.2.
HISTÓRICO
16
1.3.
QUEM FOI PAULA SOUZA
16
1.4.
ESCOLA TÉCNICA DE VILA FORMOSA
17
1.5.
CURSOS OFERECIDOS
18
1.5.1.
Administração Integrada ao Ensino Médio.
18
1.5.2.
Informatica Integrado ao Ensino Médio.
18
1.5.3.
Informatica
19
1.5.4.
Comunicação Visual
19
1.5.5.
Contabilidade
19
1.6.
ETEC DE VILA FORMOSA - EXTENSÃO EE PROF. JAMIL PEDRO SAWAYA
20
1.6.1.
Curso Técnico de Administração
20
1.6.2.
Curso Técnico de Contabilidade
20
CAPITULO II - FINANÇAS
21
2.1.
CONCEITOS
21
2.2.
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA PARA O CONSUMO CONSCIENTE
22
2.3.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
24
2.4.
O APRENDIZADO
25
2.4.1.
Escolas Públicas x Privadas
29
2.5.
PLANEJAMENTO FINANCEIRO
30
2.6.
ORÇAMENTO PESSOAL
32
2.7.
BENEFÍCIOS
32
2.8.
CONSUMISMO
33
2.9.
CONSUMO RESPONSÁVEL
34
CAPITULO III – SOCIEDADE DE CONSUMO
36
3.1.
DISCUTINDO A DESTINAÇÃO DO DINHEIRO
37
3.2.
CONTROLE DA VONTADE, UM DESAFIO
41
3.3.
O PAPEL DOS PAIS
42
3.4.
POUPAR: CAMINHO PARA ESTABILIDADE FINANCEIRA
45
3.5.
TIPOS DE INVESTIMENTOS
46
3.6.
APOSENTADORIA: UMA SITUAÇÃO PLANEJADA.
50
3.7.
DESEQUILÍBRIO FINANCEIRO
56
3.8.
ENDIVIDAMENTO
57
3.9.
CONSUMO CONSCIENTE
58
CAPITULO IV - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA
62
4.1. PERFIL DOS ESTUDANTES ENSINO MÉDIO TÉCNICO
63
4.2. RELEVÂNCIA DO ENSINO DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA PESSOAL
69
4.3. DOMÍNIO DE CONTEÚDOS DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA PESSOAL
70
4.4. COMPORTAMENTOS QUE INDICAM GESTÃO ADEQUADA DOS RECURSOS FINANCEIROS
PESSOAIS
73
4.5. COMPORTAMENTOS QUE INDICAM GESTÃO INADEQUADA DOS RECURSOS FINANCEIROS
PESSOAIS
75
4.6. COMPORTAMENTOS QUE INDICAM ESTRATÉGIAS DE LONGO PRAZO PARA AS FINANÇAS
PESSOAIS
76
4.7. PERCEPÇÃO INDIVIDUAL DE ALUNOS SOBRE EDUCAÇÃO FINANCEIRA PESSOAL
77
CONSIDERAÇÕES FINAIS
79
CONCLUSÃO
80
SUGESTÕES DE NOVAS PESQUISAS
81
REFERENCIAS
82
APÊNDICE
91
9
INTRODUÇÃO
O presente estudo pretende elaborar uma proposta de metodologia de ensino
de Finanças Pessoais para estudantes da Escola Técnica Vila Formosa . Desta
forma, o tema a ser pesquisado concentra energias para resolver o problema: “Qual
percepção dos alunos do Ensino Médio sobre a relação entre gestão das finanças
pessoais e vida financeira saudável ?”
Muitas são as frentes onde se pode agir para desenvolver as bases de
educação para um consumidor consciente. A escola é um local privilegiado para se
descobrir, conhecer, criticar e transformar a sociedade de consumo.
A educação do consumidor se baseia na relação entre consumo e qualidade
de vida, entendendo-se esta última como o desenvolvimento pleno, criativo, solidário
e livre do ser humano.
Esta pesquisa assume como objeto de estudo a percepção dos alunos de
uma escola de ensino médio sobre o gestão das finanças pessoais e vida financeira
saudável. De acordo com Silva (2004), a realidade no Brasil é que as pessoas não
foram educadas para pensar sobre dinheiro na forma de administração. A maioria
gasta aleatoriamente sem refletir sobre seu contexto financeiro e os impactos
futuros.
A pesquisa surge da necessidade de compreender a importância da
administração das finanças pessoais e do comportamento do consumidor no
mercado para a realização pessoal dos indivíduos. Desta forma será possível
desenvolver práticas educativas que motivem o foco na racionalidade do uso do
dinheiro tanto para o consumo como para acumulação de capital. Espera-se com a
pesquisa encontrar elementos que permitam proporcionar às pessoas experiências
na rotina de gerir as finanças, para que assim possam vivenciar seus benefícios,
verificando o dinheiro se capitalizar, evitar dívidas e oportunizar a realização de
sucessos através da educação financeira.
Desta forma, trata-se de um tema que tem relevância pessoal e social. A
relevância pessoal se dá pela necessidade de aprofundamento no tema com esta
pesquisa e assim poder imprimir estes conhecimentos as minhas atividades como
professor com maior eficiência e eficácia, conforme relata Macedo Junior. (2007), as
10
pessoas têm dificuldades para administrar suas dívidas, dificuldades para adquirir
bens e despreparo para enfrentar momentos de desemprego.
A abundância dos bens de consumo, continuamente produzidos pelo sistema
industrial, é considerada, frequentemente, um símbolo do sucesso pessoal nas
sociedades capitalistas modernas, levando muitas pessoas a se endividarem para
adquirirem coisas das quais não precisam. No entanto, esse tipo de comportamento,
passou a receber uma conotação negativa, sendo objeto de críticas que consideram
o consumismo um dos principais problemas das sociedades industriais modernas.
Os bens, em todas as culturas, funcionam como manifestação concreta dos
valores e da posição social de seus usuários. Na atividade de consumo se
desenvolvem as identidades sociais e sentimos que pertencemos a um grupo e que
fazemos parte de redes sociais. O consumo envolve também coesão social,
produção e reprodução de valores. Desta forma, não é uma atividade neutra,
individual e despolitizada.
Ao contrário, trata-se de uma atividade que envolve a tomada de decisões
políticas e morais praticamente todos os dias. Quando consumimos, de certa forma
manifestamos a forma como vemos o mundo. Há, portanto, uma conexão entre
valores éticos, escolhas políticas, visões sobre a natureza e comportamentos
relacionados às atividades de consumo.
Com a expansão da sociedade de consumo no Brasil, amplamente
influenciada pelo estilo de vida norte-americano, o consumo se transformou em uma
compulsão e um vício, estimulados pelas forças do mercado, da moda e da
propaganda. Conforme Manual de Educação para o Consumo Sustentável (MMA
2005) “A sociedade de consumo produz carências e desejos (materiais e simbólicos)
incessantemente”. Os indivíduos passam a ser reconhecidos, avaliados e julgados
por aquilo que consomem, aquilo que vestem ou calçam, pelo carro e pelo telefone
celular que exibem em público.
O próprio indivíduo passa a se auto avaliar pelo que tem e pelo que consome.
Assim é muito difícil estabelecer o limite entre consumo e consumismo, pois a
definição de necessidades básicas e supérfluas está intimamente ligada às
características culturais da sociedade e do grupo a que pertencemos. O que é básico
para uns pode ser supérfluo para outros e vice-versa.
11
Para entender o comportamento consumidor é preciso compreender alguns
conceitos básicos sobre o consumo.
LIMEIRA (2008) define o conceito de
necessidade, como um estado de carência, privação ou sensação de falta de algo
essencial para a pessoa. Para o autor, as necessidades são de dois tipos: inata ou
adquiridas. Para esse autor as necessidades inatas são entendidas como aquelas
ligadas à vida humana, como as necessidades fisiológicas e de sobrevivência, e as
necessidades adquiridas são aquelas originada pelo contexto cultural e convívio
social.
Ainda segundo Limeira (2008; p 5) existem outras maneiras de classificar as
necessidades: “biogênicas [decorrentes de fatores fisiológicos], psicogênicas [de
origem psicológica, como poder, status, reconhecimento, auto realização] e
hedônicas [necessidade de prazer, emoção e fantasia]”.
Limeira (2008) conclui que o consumo é definido como ato ou efeito de consumir,
ou seja, o comportamento de escolha compra uso e descarte de produtos e serviços
para a satisfação de necessidades e desejos humanos.
Quando tratamos de consumismo, é essa visão que Campbel (2001)
desenvolve em seu livro A ética romântica e o espírito do consumismo moderno.
Este autor retroage o nascimento do consumismo em dois séculos. Bem antes da
explosão da produção em massa no início do século XX, já desde o século XVII,
podia-se identificar a produção e consumo de produtos que poderiam ser
considerados supérfluos. Afirmando, o autor, que era a ética romântica e a
sensibilidade provocada que auxiliava os gastos, fazendo o capitalismo girar e
funcionar, proporcionando a dinâmica necessária ao consumismo moderno. Esse
homem sensível e romântico tinha como característica a busca pelo prazer e
felicidade na aquisição de bens.
A felicidade e a qualidade de vida têm sido cada vez mais associadas e
reduzidas às conquistas materiais. Isto acaba levando a um ciclo vicioso, em que o
indivíduo trabalha para manter e ostentar um nível de consumo, reduzindo o tempo
dedicado ao lazer e a outras atividades e relações sociais.
Até mesmo o tempo livre e a felicidade se tornam mercadorias que alimentam
este ciclo, vale refletir:
12
As necessidades individuais de autonomia pessoal, auto
definição, vida autêntica ou perfeição pessoal são todas traduzidas na
necessidade de possuir e consumir bens oferecidos no mercado. Essa
tradução, no entanto, faz parte da aparência de valor de uso de tais bens, e
não do próprio valor de uso; como tal, é intrinsecamente inadequada e em
última análise conduz à autoderrota, levando ao alívio momentâneo dos
desejos e à frustração duradoura das necessidades… O abismo entre as
necessidades humanas e os desejos individuais é produzido pela
dominação do mercado, o abismo é, ao mesmo tempo, uma condição de
sua reprodução. O mercado se nutre da infelicidade que gera – os medos,
ansiedades e sofrimentos da inadequação pessoal que induz liberam o
comportamento consumidor indispensável à sua continuidade (BAUMAN,
2002: p.183).
Em suas atividades de consumo, os indivíduos acabam agindo centrados em
si mesmos, sem perceber com as consequências de suas escolhas. O cidadão é
reduzido ao papel de consumidor, sendo cobrado por uma espécie de “obrigação
moral e cívica de consumir”.
As nossas identidades se definem também pelo consumo, poderíamos
vincular o exercício da cidadania e a participação política às atividades de consumo,
é nessas atividades que sentimos, pertencemos e fazemos parte de redes sociais.
O consumo é o lugar onde desigualdade entre as classes, originados pela
falta de equidade na estrutura produtiva, ganham continuidade, através da
distribuição injusta da produção social, cultural e econômica e apropriação dos bens.
Assim, consumir é participar de um cenário de disputas pelo que a sociedade produz
e pelos modos de usá-lo. Sob certas condições, a busca pela possibilidade de
consumir pode se tornar motivo de conflitos que se traduzem em situação de
violência, assumindo um caráter político de consumo.
A maneira como vemos as relações de consumo presentes em nosso
cotidiano determinam e refletem em grande parte os nossos valores, as nossas
preocupações com a sociedade em que vivemos e com o meio ambiente, embora
nem sempre nos apercebamos disso.
O desenvolvimento do mercado de consumo, a necessidade crescente de
ampliar as ofertas de produtos e serviços, alimentando assim o sistema, levou o
mercado a organizar seu funcionamento com base na oferta constante e crescente
13
de novas necessidades, interferindo direta ou indiretamente nos hábitos e nas
decisões do consumidor e criando, assim, novos valores e necessidades através de
campanhas publicitárias entre outros.
O
consumidor inconscientemente
passou
a
definir
seus
valores
e
necessidades pelo que lhe é "oferecido" e não pelas suas reais aspirações e
necessidades. Isso se dá não só em termos de produtos, mas também como
referência de modo de vida, de sucesso, de felicidade, de qualidade de vida.
A educação para o consumo se propõe a trabalhar com estes elementos. O seu
objetivo é capacitar os alunos/consumidores para que saibam discernir, escolher
com fundamento e propriedade os bens e serviços que vão utilizar e que tenham
consciência de seus direitos e responsabilidades.
Nesse contexto é importante investigar como os alunos do ensino médio
percebem a relação entre consumo e realização pessoal buscando assim encontrar
elementos que possibilitem o desenvolvimento de uma proposta de educação
voltada para o uso planejado dos recursos pessoais.
Para realização da pesquisa foi adotada abordagem quanti-qualitativa e como
procedimentos de coleta de dados foram utilizadas a análise documental,
completada com proposição de questionário a estudantes que pertencem ao sistema
de do ensino médio técnico.
O trabalho foi organizado em quatro capítulos: trataremos do ensino Técnico
na rede estadual de São Paulo, onde abordaremos a história localização e
importância.
No segundo tratamos de uma ideia ampla sobre a área de finanças, dividindoa em finanças de empresas, finanças públicas e finanças pessoais. Depois fazemos
um levantamento mais específico em educação financeira pessoal, considerando a
percepção dos principais autores sobre o tema. Outro tópico abordado foi a
educação e o ensino de finanças pessoais.
No terceiro Tratamos do consumo nas ciências sociais abordamos também a
sociedade de consumo. Depois fazemos um levantamento específico em educação
para o consumo, considerando a percepção dos principais autores sobre o tema.
Outro tópico que abordaremos é será a cultura e consumo.
No quarto foi apresentada a metodologia da pesquisa, os procedimentos de
14
coleta de dados e a análise dos dados obtidos junto aos alunos à luz dos teóricos
estudados nos capítulos anteriores.
Espera-se com a pesquisa encontrar elementos que permitam proporcionar às
pessoas experiências na rotina de gerir as finanças, para que assim possam
vivenciar seus benefícios, vendo o dinheiro se capitalizar, evitando dívidas e
oportunizando a realização de sucessos através da educação financeira.
Esta pesquisa assume como objeto de estudo compreender por meio da
pesquisa como alunos do ensino médio da Etec de Vila Formosa em seus diversos
cursos técnicos, percebem a relação entre gestão das finanças pessoais e vida
financeira saudável.
O presente estudo investigau como os alunos de uma escola de ensino médio
percebem a relação entre consumo e realização pessoal.
E tem como objetivos específicos, identificar entre os alunos entrevistados o
conceito pessoal a respeito da importância da gestão de recursos pessoais, detectar
o grau de conhecimento e familiaridade dos alunos sobre finanças pessoais e
economia, pontuar os fatos históricos marcantes envolvendo o valor e a origem do
dinheiro e das trocas monetárias, identificar os elementos básicos das finanças,
como por exemplo: juros, inflação, fluxo de caixa e previdência, de forma a
contextualizá-los com o método de planejamento financeiro a ser desenvolvido.
15
CAPITULO I – ENSINO TÉCNICO NA REDE ESTADUAL DE SÃO
PAULO
1.1. Centro Paula Souza
O Centro Paula Souza é uma autarquia do Governo do Estado de São Paulo,
vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e
Inovação (SDECTI). A instituição administra 218 Escolas Técnicas Estaduais (Etecs)
e 63 Faculdades de Tecnologia (Fatecs), reunindo mais de 283 mil alunos em cursos
técnicos de nível médio e superiores tecnológicos, em mais de 300 municípios.
As Etecs atendem 212 mil estudantes nos Ensinos Técnico, Médio e Técnico
Integrado ao Médio, com 135 cursos técnicos para os setores industrial,
agropecuário e de serviços, incluindo habilitações na modalidade semipresencial,
Educação de Jovens e Adultos (EJA) e especialização técnica.
Nas Fatecs, mais de 70 mil alunos estão matriculados em 71 cursos de
graduação tecnológica, em diversas áreas, como Construção Civil, Mecânica,
Informática, Tecnologia da Informação, Turismo, entre outras. Além da graduação,
são oferecidos cursos de pós-graduação, atualização tecnológica e extensão.
16
Complexo inaugurado em 2013 abriga a administração central do Centro
Paula Souza, a Etec Santa Ifigênia e o Centro de Capacitação
1.2.
Histórico
A instituição foi criada pelo decreto-lei de 6 de outubro de 1969, na gestão do
governador Roberto Costa de Abreu Sodré (1967 – 1971), como resultado de um
grupo de trabalho para avaliar a viabilidade de implantação gradativa de uma rede
de cursos superiores de tecnologia com duração de dois e três anos.
Em 1970, começou a operar com o nome de Centro Estadual de Educação
Tecnológica de São Paulo (CEET), com três cursos na área de Construção Civil
(Movimento de Terra e Pavimentação, Construção de Obras Hidráulicas e
Construção de Edifícios) e dois na área de Mecânica (Desenhista Projetista e
Oficinas). Era o início das Faculdades de Tecnologia do Estado. As duas primeiras
foram instaladas nos municípios de Sorocaba e São Paulo.
A trajetória do Centro Paula Souza vai além de seus 45 anos de fundação.
Sua memória mistura-se com a história centenária do ensino profissional público em
São Paulo. Em 1969, o órgão nasceu com a missão de organizar os primeiros cursos
superiores de tecnologia, mas no decorrer das décadas, acabou englobando
também a educação profissional do estado em nível médio, absorvendo unidades já
existentes e construindo novas Etecs e Fatecs para expandir o ensino profissional a
todas as regiões do Estado.
1.3.
Quem foi Paula Souza
Nascido em uma família de estadistas, no município paulista de Itu, o
engenheiro e professor Antonio Francisco de Paula Souza (1843 – 1917)
posicionava-se como um liberal, a favor da república e do fim da escravatura.
Estudou engenharia na Alemanha e na Suíça. Fundou a Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo (Poli-USP) e trabalhou diretamente no desenvolvimento
da infraestrutura do País, projetando obras e estradas de ferro. Na política, atuou
como deputado, presidente da câmara estadual e ministro das Relações Exteriores e
da Agricultura no mandato do presidente Floriano Peixoto (1891 – 1894).
17
Paula Souza era reconhecidamente um homem à frente de seu tempo e
caracterizou-se como um educador que sempre defendeu o papel da escola como
meio de formação de profissionais e não somente um local para discussões
acadêmicas. Mais de 40 anos após sua morte, os princípios idealizados por Paula
Souza começaram se concretizar com a criação do Centro Estadual de Educação
Tecnológica de São Paulo, em 6 de outubro de 1969, que posteriormente foi
rebatizado como Centro Paula Souza, em homenagem ao professor.
1.4.
Escola Técnica de Vila Formosa
A Escola Técnica de Vila Formosa foi criada por meio do decreto nº 53.453,
de 28 de setembro de 2008, e inaugurada no dia 02 de outubro do mesmo ano,
pelos Excelentíssimos Srs. José Serra, Governador do estado de São Paulo; Alberto
Goldman, Secretário de Estado; Laura Laganá, Superintendente do CEETEPS; e
Marcelo Peralli Broti, Diretor da Unidade. Localizada à Rua Bactória, nº 38, em um
antigo prédio da Secretaria Estadual das Relações de Trabalho, hoje totalmente
reformado, a escola iniciou suas atividades com os cursos de Informática,
Contabilidade e Design Gráfico.
Atualmente,
Comunicação Visual,
já
oferece
Ensino
Contabilidade,
Médio
e
quatro
Informática
e
Logística
cursos
técnicos:
atendendo
240
estudantes por período, além de promover cursos de capacitação ao trabalhador. A
equipe responsável pela instituição acredita ser de suma importância a participação
da comunidade local em suas atividades. Para tanto, desenvolve projetos em que
também estão envolvidas a Polícia Militar do Estado, através da ronda escolar, a
Sociedade Amigos do Bairro, a Imprensa de Vila Formosa, Entidades Religiosas e de
classes.
Desde a sua inauguração, foram realizados projetos voltados para as
questões ambientais e sociais, como, por exemplo: plantio de mudas de árvores
pelas crianças do entorno (em parceria com a subprefeitura); declaração gratuita de
Imposto de Renda Pessoa Física para a comunidade (realizada pelos alunos de
Contabilidade, sob a orientação dos professores); participação (com time próprio) em
Campeonato de Futsal organizado pela Sociedade Amigos do Bairro, observação
astronômica para complementar as aulas de geografia; bem como visitas técnicas
18
importantes, promovendo e complementando a interdisciplinaridade – congressos,
exposições, Bovespa, Corpo de Bombeiros, museus e Parques Estaduais do
Jaraguá e da Cantareira. A escola tem apresentado um crescimento rápido e
eficiente, destacando-se e valorizando a região em que atua.
1.5.
Cursos Oferecidos
1.5.1. Administração Integrada ao Ensino Médio.
Duração 3 anos
Aulas: Manha e tarde
Para a educação profissional de nível técnico integrado ao médio, o aluno
cursa o nível médio concomitante as disciplinas do curso técnico. Permanecendo na
escola em período integral, ao final dos três anos o aluno recebe o certificado do
médio e do curso técnico profissionalizante.
O técnico em administração é o profissional que adota postura ética na
execução da rotina administrativa, na elaboração do planejamento da produção e
materiais, recursos humanos, financeiros e mercadológicos. Realiza atividades de
controles e auxilia nos processos de direção utilizando ferramentas da informática
básica. Fomenta ideias e práticas empreendedoras. Desempenha suas atividades
observando as normas de segurança, saúde e higiene do trabalho, bem como as de
preservação ambiental.
1.5.2. Informatica Integrado ao Ensino Médio.
Duração 3 anos
Aulas: Manha e tarde
O Técnico em Informática é o profissional que desenvolve e opera sistemas,
aplicações e interfaces gráficas, monta estruturas e banco de dados e codifica
programas. Projeta, implanta e realiza manutenção de sistemas e de aplicações.
Seleciona recursos de trabalhos, linguagens de programação, ferramentas e
metodologias para o desenvolvimento de sistemas.
O aluno cursa as disciplinas do ensino médio concomitante com as disciplinas
do curso técnico em período integral.
19
1.5.3. Informatica
Duração 3 semestres
Aulas: Tarde
O Curso modular Técnico em Informática é oferecido em nossa unidade na
parte da tarde. A duração é de 3 semestres.
O técnico em informática desenvolve e opera sistemas, aplicações e
interfaces gráficas, monta estruturas e banco de dados e codifica programas.
Projeta, implanta e realiza manutenção de sistemas e de aplicações. Seleciona
recursos de trabalhos, linguagens de programação, ferramentas e metodologias para
o desenvolvimento de sistemas.
1.5.4. Comunicação Visual
Duração 3 semestres
Aulas: Noturno
O Técnico em Comunicação Visual é o profissional que projeta e executa
projetos de comunicação visual de diferentes gêneros e formatos gráficos para peças
publicitárias como painéis, folders, livros, jornais, revistas e mídias online.
Desenvolve e emprega elementos criativos e estéticos de comunicação visual
gráfica. Cria ilustrações; aplica tipografias; desenvolve elementos de identidade
visual; aplica e programa sinalizações. Analisa, interpreta e propõe a produção da
identidade visual de peças. Controla, organiza e armazena materiais físicos e digitais
da produção gráfica.
O curso contempla disciplinas de desenho e ilustração, composição, softwares
gráfico, fotografia, marketing, representação da identidade visual e história da arte.
1.5.5. Contabilidade
Duração 3 semestres
Aulas: Noturno
O Técnico em Contabilidade é o profissional que efetua anotações das
transações financeiras da organização e examina documentos fiscais e parafiscais.
Analisa a documentação contábil e elabora planos de determinação de taxas de
depreciação e exaustão dos bens materiais de amortização dos valores imateriais.
20
Organiza, controla e arquiva os documentos relativos à atividade contábil e controla
as movimentações.
Constitui e regulariza empresas, identifica documentos e informações, atende
à fiscalização e procede a consultoria empresarial. Executa a contabilidade geral,
operacionaliza a contabilidade de custos e efetua contabilidade gerencial. Administra
o departamento de pessoal e realiza controle patrimonial.
1.6. Etec de Vila Formosa - Extensão EE Prof. Jamil Pedro
Sawaya
1.6.1. Curso Técnico de Administração
Duração 3 semestres
Aulas: Noturno
O curso de administração tem como objetivo de realizar as atividades nas
áreas de compras, auxiliar no setor contábil, assessorar a área de vendas, executar
intercâmbio de mercadorias e de serviços, executar atividades nas áreas fiscal e
financeira, propondo alternativas de mudanças e melhorias de processo.
Coordenando e orientando equipes de trabalho, fazendo levantamentos, analisando
e fornecendo informações subsidiárias ao processo decisório.
1.6.2. Curso Técnico de Contabilidade
Duração 3 semestres
Aulas: Noturno
O curso de contabilidade tem como objetivo efetuar anotações das transações
financeiras da organização e examinar documentos fiscais. Analisar a documentação
contábil e elaborar planos de determinação de taxas de depreciação e exaustão dos
bens materiais de amortização dos valores imateriais. Organizar, controlar e arquivar
os documentos relativos à atividade contábil. Também constitui e regulariza
empresas, identifica documentos e informações, atende à fiscalização e procede a
consultoria
empresarial.
Executa
a
contabilidade
geral,
operacionaliza
a
contabilidade de custos e efetua contabilidade gerencial. Administra o departamento
de pessoal e realiza controle patrimonial.
21
CAPITULO II - FINANÇAS
O propósito deste capítulo é apresentar a evolução do tema Educação
Financeira e a importância das “escolas” como ferramenta para o desenvolvimento
do planejamento financeiro
2.1. Conceitos
A palavra Finança vem do francês finance, e refere-se ao compromisso que
as pessoas assumem para responder a sua obrigação com as outras.
Assimilar esse significado aos conceitos de educação financeira pode nos
ajudar a compreender a dimensão e a importância de se educar para as finanças
pessoais. Ao discutir sobre esse assunto irão surgir vários termos como poupar,
investir, planejar e cada um deles têm significados complexos e importantes que
muitos desconhecem.
As finanças são definidas como a arte e a ciência de administrar valores. Em
geral, todos os indivíduos e empresas recebem ou capitalizam e gastam ou investem
dinheiro. As finanças tratam com o processo, as instituições, os mercados e os
instrumentos envolvidos na transferência de dinheiro entre as pessoas, os negócios
e os governos (GITMAN, 2001).
O termo financeira, segundo Jacob et al. (apud LUCCI et al., 2006: 04), aplicase às atividades relacionadas ao dinheiro na vida cotidiana das pessoas, como
controle do orçamento, utilização de cartões de crédito, cheques e decisão de
investimento. O termo educação, na área de finanças, para o mesmo autor, significa
o conhecimento dos termos financeiros de mercado, habilidade com a matemática
financeira para interpretar dados financeiros e efetuar decisões sábias quanto ao uso
do dinheiro, e também abrange o conhecimento de direitos, normas sociais e
experiências práticas.
A Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico OCDE
(2004), através da junção dos termos “financeira” e “educação”, define a educação
financeira como o processo em que os indivíduos melhoram a sua compreensão
sobre os produtos financeiros, seus conceitos e riscos, de maneira que, com
22
informação e recomendação claras, possam desenvolver as habilidades e a
confiança necessária para tomarem decisões fundamentadas e com segurança,
melhorando o seu bem-estar financeiro. Desta forma, a educação financeira
extrapola o simples oferecimento de informações financeiras e de conselhos,
sendo que estas atividades devem ser regulamentadas, em específico, no que refere
à proteção dos clientes.
De forma mais objetiva, Lelis (2006) e Medeiros (2003) afirmam que a
educação financeira é um tema no qual se discute a importância do dinheiro, como
administrá-lo, como ganhar, gastar, poupar e consumi-lo de forma consciente.
Para a OCDE (2004) a educação financeira é importante aos consumidores
por auxiliá-los a orçar e gerir sua renda além de orientá-los a poupar e investir.
A educação financeira é refletida na administração do dinheiro. A gestão
financeira pessoal ou planejamento financeiro pessoal consiste em estabelecer e
seguir uma estratégia mais ou menos deliberada e dirigida para a manutenção ou
acumulação de bens e valores que irão formar o patrimônio de uma pessoa e de sua
família. Essa estratégia pode estar voltada para o curto, médio ou longo prazo e visa
garantir a tranquilidade econômico-financeira do indivíduo (CAMARGO, 2007).
O controle daquilo que se ganha e do que se gasta é fundamental para o
equilíbrio financeiro. Nessa linha Cerbasi (2004) afirma que a riqueza não depende
do que se ganha, mas sim da forma como se gasta. Com uma renda baixa é possível
dignamente construir um padrão de vida confortável, e de forma consciente e
inteligente manter esse padrão no futuro.
2.2. A Importância da Educação Financeira para o Consumo
Consciente
Os participantes no processo de educação financeira são as escolas, as
empresas, o Governo, as instituições financeiras, e outros, como as organizações
não governamentais (HOLZMANN; MIRALLES, 2005 apud SAITO; SAVOIA;
PETRONI, 2006, p.4).
Lucey e Giannagelo (2006, p. 270 apud MATTA, 2007, p. 63) afirmam que “se
a criança desenvolve os moldes comportamentais e cognitivos antes e durante a
23
escola elementar, a educação financeira deve ocorrer durante os primeiros estágios
de desenvolvimento comportamental e cognitivo”.
Uma pesquisa desenvolvida por Morton (2005) em alunos do ensino
fundamental e médio dos Estados Unidos para verificar a eficácia da educação
financeira nas escolas americanas apontou para um maior desenvolvimento
cognitivo nos estudantes que tiveram acesso a informações financeiras. O autor
conclui que “a adoção de educação econômica e de educação de finanças pessoais
devem ir além de serviços superficiais e deve tornar-se parte integral do currículo
escolar das crianças e jovens do ensino fundamental e médio”. (MORTON , 2005, P.
67 apud MATTA, 2007, p. 63).
Para Halfeld (2004, p. 19) a educação é “a grande ferramenta para a redução
da desigualdade social”, evidenciando a importância da educação para o
crescimento financeiro de uma pessoa, uma sociedade e um país. É notória esta
relação quando se analisa grandes nações que despertaram para o crescimento
econômico a partir da educação, o que possibilitou o aumento da renda da sua
população.
O sistema de ensino exige que uma criança passe nove anos no Ensino
Fundamental mais três anos no Ensino Médio, onde após 12 anos conclui-se a
formação básica do cidadão. Durante todos esses anos existe uma série de
conteúdos que incentivam as crianças a aprenderem datas e nomes que futuramente
terão pouca utilidade. Noções de comércio, economia, finanças ou impostos são
muitas vezes ignorados, junto com o assunto “dinheiro”, que todos um dia terão a
necessidade de gerenciá-lo (HALFELD, 2004).
Para Cerbasi (2004), ainda assim existe uma possibilidade de educar os
filhos, que é dentro de casa. Por mais que a escola não instrua o aluno com relação
à educação financeira pessoal, os pais devem compartilhar com os filhos decisões
que envolvem dinheiro, como investimentos e planejamento para o futuro, explicando
também as razões pelas quais aquelas decisões foram tomadas e levando o filho a
refletir e aprender as variáveis que envolvem cada decisão, para que seja uma
decisão acertada.
24
2.3. Evolução Histórica
Segundo Pereira (2009) na tentativa de satisfazer suas necessidades o ser
humano tem se esforçado para criar novos meios de conquistar aquilo que deseja.
Em tempos mais antigos, as pessoas usavam o meio de troca para adquirir aquilo
que queriam, ou seja, os bens que elas possuíam eram trocados por outros que
almejavam.
A chamada acumulação primitiva é, portanto, nada mais que o processo
histórico de separação entre produtor (trabalhador) e meio de produção. Ele aparece
como primitivo porque constitui a pré-história do capital e do modo de produção que
lhe corresponde (capitalista). (MARX 1982;p.340)
No decorrer da história, a sociedade se organizou e a partir das diferentes
fases e formas de organização, dobb (1977) ensina que existem três interpretações
históricas, três maneiras que aparecem com maior destaque na tentativa de explicar
o surgimento do capitalismo, a partir de pesquisa historicamente determinada,
respeitando as fronteiras cronológicas.
Segundo Dobb, Werner Sombart buscou identificar o capitalismo através de
um espírito, que regia a maneira de organização econômica de cada época. Dobb
argumenta que:
Tal espírito é uma síntese do espírito de empresa empreendimento ou
aventura com o espírito burguês de cálculo e racionalidade.(DOBB, 1977:
15-16)
O espírito capitalista sempre esteve ligado ao homem, mas este se
manifestava de forma diferente a cada época da história.
Seguindo o mesmo padrão ideológico positivista de capitalismo moderno,
Weber (1985) descreveu o espírito capitalista como sendo a forma de racionalizar a
busca pelo lucro.
Nas sociedades anteriores ao capitalismo, o tradicionalismo freava a busca
pelo lucro de forma racional e sistêmica. O ganhar mais e mais dinheiro de forma
justa é o resultado da eficiência e virtude do homem. Como mostra Weber:
O mais importante oponente contra o qual espírito do capitalismo entendido
como padrão de vida definido e que clama por sanções éticas, teve de lutar
foi este tipo de atitude de reação contra as novas situações que poderemos
designar como tradicionalismo (WEBER, 1985: 79)
Em segundo lugar existe uma corrente que mostra o capitalismo como sendo
25
uma organização de produção para venda a um mercado de varejo. Para Dobb:
Os atos de produzir e vender a varejo se separa no espaço e
no tempo pela intervenção de um atacadista que adiantava dinheiro para
compra de artigos com o fito de mais tarde efetuar uma venda
lucrativa..(DOBB, 1977: 17)
A partir do século XIX, com a chegada da economia Capitalista que se faz
presente atualmente em quase todos os países, as pessoas já crescem tendo que
saber lidar o dinheiro, e com tudo que ele pode proporcionar. Com isso, a sociedade
aprende a manipular o dinheiro desde cedo, e passa por um processo de educação
financeira inconscientemente.
De acordo com a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento
Econômico (OCDE, 2004), a Educação Financeira sempre foi importante para o
consumo, pois auxilia no orçamento e na gerencia da renda, ensina a poupar,
investir e a evitar que os indivíduos se tornem vítimas de fraudes. Entretanto, o auge
da
Educação
Financeira
nos
últimos anos,
se
deu
em decorrência do
desenvolvimento dos mercados financeiros e das mudanças demográficas,
econômicas e políticas, o que explica sua crescente relevância.
Com a estabilidade da economia, o mercado financeiro nacional modernizouse e os indivíduos, junto com suas famílias, passaram a ter informações mais
completas e atualizadas e a partir daí tomaram suas decisões financeiras com
embasamento e fundamentação, com isso surgiu à possibilidade de planejar, poupar
e investir. Consequentemente, surgiu uma nova necessidade, a de difundir as
informações sobre finanças pessoais de forma simples e prática, possibilitando uma
melhor administração dos recursos financeiros.
2.4. O Aprendizado
Na literatura internacional há diversos estudos que apontam a importância de
programas de educação financeira para empresas. Dolvin e Templeton (2006)
evidenciam a disseminação desses programas em empresas principalmente dos
EUA.
Para Bernheim e Garret (2003) citados por Saito e Savoia (2007), os
programas de educação financeira proporcionaram, a partir da década de 80,
26
aumento da adesão de trabalhadores a planos previdenciários, proporcionando aos
indivíduos uma garantia de renda futura.
Os programas de educação financeira podem ser divididos em três grupos: o
primeiro seria o de finanças pessoais, com a abordagem de temas como crédito,
elaboração de planejamentos e investimentos, o segundo seria o da elaboração de
planejamento previdenciário, promovido por empresas e o terceiro seria o
relacionado à compra de ativos como imóveis (TODD, 2002).
Para Worthigton (2008) citado por Saito e Savoia (2007), o conhecimento
financeiro pode ser dividido em duas vertentes: pessoal e profissional. A pessoal
corresponde ao conhecimento dos aspectos de funcionamento da economia,
orçamento, poupança, investimento e seguro. A profissional compreende o
entendimento de relatórios financeiros, fluxos de caixa, e dos mecanismos de
governança coorporativa das empresas.
De acordo com Pinheiro (2008), a OCDE credita ao governo e suas
instituições públicas um papel fundamental na educação financeira dos indivíduos,
por meio de campanhas públicas e coordenação dos seus parceiros em prol dessa
educação.
O Brasil ainda não possui uma legislação que obrigue as escolas a incluírem
uma disciplina específica sobre educação financeira. Em 2009, o governo brasileiro
lançou a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) para ampliar o nível da
educação da população brasileira sobre este tema.
A ENEF é uma parceria entre o Banco Central do Brasil, a Comissão de
Valores
Mobiliários
(CVM),
a
Superintendência
Nacional
de
Previdência
Complementar e a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). E contam com
parcerias de organizações do setor privado, como a Associação Brasileira das
Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), a BM&FBOVESPA, a
Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), a Confederação Nacional de Seguros
(CNSeg) e o Instituto Unibanco.
Decreto 7.397, de 22 de Dezembro de 2010:
o
Art. 1 Fica
instituída
a
Estratégia
Nacional
de
Educação
Financeira - ENEF com a finalidade de promover a educação financeira e
previdenciária e contribuir para o fortalecimento da cidadania, a eficiência e
27
solidez do sistema financeiro nacional e a tomada de decisões conscientes
por parte dos consumidores.
A ENEF (Estratégia Nacional de Educação Financeira) fez uma parceria com
o Banco Mundial para implantar e avaliar o projeto piloto de educação financeira nas
escolas, a qual promoveu uma ação com alunos de cerca de 900 escolas brasileiras
(um total aproximado de 26 mil alunos) do ensino médio, entre os anos de 2010 e
2011, em seis estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Tocantins,
Minas Gerais e Distrito Federal. Esse projeto levou a educação financeira às salas
de aula, e ficou comprovado por meio dos resultados obtidos através da avaliação,
com métodos rigorosos para identificar o impacto causal da educação financeira
sobre o conhecimento dos alunos e das famílias, sobre suas atitudes financeiras,
sobre a tomada de decisões e o seu bem-estar econômico.
Segundo ENEF (2012) conclui que nossos resultados sugerem que o programa
de educação financeira nas escolas aumentou o conhecimento financeiro dos alunos e
melhorou suas atitudes financeiras. O programa também levou a mudanças no
comportamento financeiro dos alunos. Especificamente, devido ao programa, os alunos
estão mais propensos a poupar e administrar suas despesas, conversar com seus pais
sobre questões financeiras e ajudar a organizar o orçamento familiar. Esses efeitos se
mantiveram no curto e no longo prazo, o que permite afirmar a sustentabilidade e
longevidade do treinamento que os alunos receberam.
O Banco mundial tem vasta experiência em implantar avaliações de impacto
no mundo e forneceu conhecimentos técnicos para este estudo piloto. Além disso, o
Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd) também colaborou na
avaliação.
Esta é a primeira e única avaliação aleatória de um programa de educação
financeira em escolas no mundo e uma das maiores, considerando diferentes temas.
A avaliação do projeto piloto englobou os três semestres letivos em que ele foi
realizado nas escolas, segundo semestre de 2010, primeiro e segundo semestre de
2011. Concluindo que promover a Educação Financeira pode aumentar em 24% a
parcela da sobra de renda investida por uma família e agregar quatro bilhões ao PIB
nacional.
A ENEF tem a finalidade de promover a educação financeira e previdenciária
e contribuir para o fortalecimento da cidadania, da eficiência e solidez do sistema
28
financeiro nacional e na tomada de decisões conscientes por parte dos
consumidores.
Embora este tipo de ensino ainda não seja obrigatório, muitas escolas já
atribuíram em sua grade curricular o tema Educação Financeira e estão tendo
excelentes resultados, informados pelos próprios pais dos alunos, em pesquisas
levantadas nas escolas.
A pesquisa da Enef (2007), os resultados das avaliações somativas de
dezembro de 2010 e dezembro de 2011 indicam que o nível médio de proficiência
financeira é significativamente mais alto no grupo de tratamento do que no grupo de
controle em ambas as avaliações, conforme mostra o Gráfico 1. Esta diferença de 4
e 3 pontos, respectivamente, indicam que o programa de educação financeira entre
alunos do ensino médio levou a um aumento de 5 a 7% da proficiência financeira
dos alunos, em decorrência do projeto piloto.
Quanto a autonomia e intenção de poupar dos alunos a pesquisa aponta que
nas duas avaliações somativas de dezembro de 2010 e dezembro de 2011, alunos
do grupo de tratamento obtiveram notas maiores na escala de autonomia do que
alunos do grupo de controle. Especificamente, o nível de autonomia financeira média
dos alunos do grupo de tratamento foi de 51, em comparação com o grupo de
controle, 49, em dezembro de 2010, e de 52 no grupo de tratamento e 51 no grupo
de controle na avaliação final de dezembro de 2011. Ademais, descobrimos que
alunos do grupo de tratamento tiveram uma maior intenção de poupar (medida a 51
em dezembro de 2010 e 53 em dezembro de 2011) do que os do grupo de controle
(medida a 49 e 51, respectivamente).
A pesquisa indicou que os alunos do grupo de tratamento exibiram melhores
hábitos de poupança e comportamento de consumo do que os alunos do grupo de
controle. Uma porcentagem maior de alunos do grupo de tratamento poupa pelo
menos uma parte de sua renda (63% do grupo de tratamento em comparação com
59% do de controle na avaliação de dezembro de 2010; e 59% e 55% em dezembro
de 2011) e fazem uma lista de despesas mensais (16% do grupo de tratamento, em
comparação com 13% no de controle, em dezembro de 2010 e 17% e 14% em
dezembro de 2011).
E finalmente a pesquisa revelou que uma maior porcentagem dos alunos do
29
grupo de tratamento conversa com seus responsáveis sobre finanças e participa da
organização do orçamento doméstico. impacto igualmente positivo sobre os alunos
que participam da elaboração do orçamento doméstico. Esses resultados sugerem
que o programa de educação financeira foi eficaz em aumentar a participação
financeira dos alunos nas finanças de suas casas. ENEF (2012, P 4-10)
Com isso, fica explicito que há uma forte relação entre a educação financeira,
família e escolas, e por isso o quanto antes este assunto for abordado melhor,
possibilitando a formação de consumidores mais conscientes e de uma sociedade
mais rica financeiramente.
2.4.1. Escolas Públicas x Privadas
Muitas escolas particulares já atribuíram o ensino da Educação Financeira
como atividade complementar ao currículo tradicional. Além de adotarem as práticas
de Educação Financeira, elas também oferecem debates sobre mesadas, simulação
de feiras e bancos, visita a supermercados, montagem de orçamentos e
participações em desafios simulados de investimentos em bolsa.
Faz-se aparente a diferença entre o ensino oferecido pelas escolas
particulares e as escolas da rede pública, embora ambas tenham a mesma
responsabilidade, na prática o embasamento financeiro da rede pública é deficitário.
Cerbasi destaca essa diferença da seguinte forma:
“Quem não possui condições de pagar polpudas mensalidades
escolares tem de contar com as escolas que se restringem a oferecer o
currículo básico exigido pelo Ministério da Educação (MEC)”.
Na maioria dos casos, transmitido por professores mal remunerados
e consequentemente mal preparados, cuja preocupação resume-se a fazer
com que os alunos tenham um grau mínimo de aproveitamento em provas.
Professores preocupados de verdade com a formação moral e a construção
de valores são, infelizmente, minoria nas escolas populares. “Em muitos
casos, o motivo disso é a falta de reconhecimento de suas tentativas
passadas, seja por parte de alunos, de coordenadores ou até mesmo de
pais.” (CERBASI, 2011, p. 30/31).
Contudo, a partir de 2013, essa oportunidade chega ao ensino público. Depois
de dois anos, o projeto Piloto da ENEF, conclui que a Educação Financeira é
transformadora na vida dos alunos e de suas famílias. Devido a essa conclusão, isso
motivou a inclusão da disciplina nas escolas públicas estaduais e municipais de todo
o Brasil, mas de forma não obrigatória, entre o 2º e 9º ano.
Segundo Manfredini (2007), a Educação Financeira nesta fase é muito
30
importante e pode contribuir para formação de adultos mais responsáveis
financeiramente.
“A educação financeira pode ser realizada por meio de técnicas e
estratégias na família, na escola, na comunidade, na religião e nos meios de
comunicação, pois esses são os ambientes em que toda criança pode
circular, ao longo de sua vida. Assim, nesses espaços, pode aprender, de
forma implícita ou não, a maneira de lidar com o dinheiro. Educar a criança
para aprender a usar o dinheiro, relaciona-se não só com cuidado no
manuseio do papel moeda, preservando sua condição física, mas também
com as implicações éticas e morais que o dinheiro pode envolver. A questão
ética deve ser observada, em uma educação que proporcione consciência
para usar dinheiro sem subornos e sem desmoralizar as pessoas, sendo
esta uma forma de exercer a cidadania, respeitando-se o espaço público e
privado de uma sociedade.” (MANFREDINI, 2007, p. 67/68).
Isso é apenas um começo, pois esta implantação, principalmente no Ensino
Médio, que é geralmente quando os jovens começam a trabalhar e tiver o contato
verdadeiro com o seu próprio dinheiro, será de grande relevância na estrutura de
vida, entretanto alguns cuidados devem ser tomados, pois algumas filosofias
propagam o “quero ficar milionário”, com isso é fundamental dosar a pratica para que
excessos não sejam cometidos.
2.5.
Planejamento Financeiro
O Planejamento se baseia em formular estratégias e traçar metas para
alcançar uma situação almejada de forma eficaz. O papel do planejamento financeiro
é ordenar os dados financeiros, de forma que possam ser utilizados corretamente a
fim de melhorar os resultados, ou seja, sua importância fundamental é nortear a
utilização dos recursos de forma que os objetivos traçados sejam alcançados.
“O planejamento consiste na tomada antecipada de decisões sobre o que
fazer, antes de cada ação ser necessária. Sob o aspecto formal, planejar consiste
em simular o futuro desejado e estabelecer previamente os cursos de ação
necessários e os meios adequados para atingir os objetivos.” (CHIAVENATO, 2011,
p.164).
O planejamento como um todo é subdividido em três naturezas: Planejamento
Estratégico; Planejamento Tático e Planejamento Operacional. O planejamento
estratégico está relacionado à formulação dos objetivos e do direcionamento aos
meios necessários para alcançá-los, e já os planejamentos, tático e operacional,
estão mais ligados ao tempo curto ou longo prazo e a forma de execução do
31
planejamento estratégico.
Quando o enfoque é no planejamento financeiro pessoal, a natureza a ser
desenvolvida é a do planejamento estratégico, pois o mesmo está relacionado
diretamente à formulação de objetivos, não apenas materiais, mas sim pessoais e
profissionais, e organização dos recursos financeiros disponíveis usando-os com
sabedoria para que rendam mais, e assim alcance os objetivos traçados. Ele ajuda a
estabelecer as prioridades atuais e futuras, a fixar metas e a adequar o padrão de
vida e o limite dos gastos de acordo com a renda.
O planejamento financeiro é de suma importância para colocar em prática os
conceitos de educação financeira, pois saber o que se faz hoje com o dinheiro e
estimar o que poderá ser feito no futuro, é algo que só traz benefícios para todas as
pessoas.
O fluxo de caixa permite que se entenda o fluxo de recursos que entram e
saem da conta de uma pessoa, auxiliando no planejamento financeiro de curto e
médio prazos, informando da necessidade de capital para quitar uma dívida ou a
sobra desta para realizar algum investimento. Auxiliam nas decisões quanto a
empréstimos e custo real do bem (MARTINS, 2004).
Com isso, o intuito de se fazer um planejamento financeiro pessoal é se
preparar para o futuro fazendo reservas para imprevistos e para construção de um
patrimônio e com isso garantir fontes de renda para a aposentadoria e para uma vida
tranquila.
Para se iniciar um bom planejamento financeiro é necessário estabelecer
diretrizes a serem seguidas e isso é feito com o auxílio do Orçamento. O orçamento
nada mais é que um controle dos rendimentos obtidos e dos gastos previstos, e esse
controle pode ser facilmente utilizado pelas famílias para o planejamento financeiro
familiar, pois permite verificar os gastos desnecessários e reorganizá-los.
Pode ser entendida como “o conjunto de informações que auxilia as pessoas
a lidarem com a sua renda, com a gestão do dinheiro, com gastos e empréstimos
monetários, poupança e investimentos de curto e longo prazo” (MATTA, 2007, p.59).
Assim evitam-se pequenos deslizes que parecem ser insignificantes, mas
podem causar sérios transtornos.
32
Fazer um planejamento adequado nos permite conhecer as disponibilidades
ou faltas de recursos e gerenciá-las corretamente, buscando novos recursos ou
fazendo investimentos, adiando compromissos, antecipando projetos, montando um
novo orçamento que vise solucionar os problemas e não sendo pegos de surpresa,
ou seja, montando um planejamento que nos ajude a atingir metas.
Em resumo, um planejamento financeiro bem feito é indispensável à vida das
pessoas, pois possibilita saber, com antecedência, que caminhos estão sendo
trilhados, visando maximizar os resultados econômico-financeiros o que traz mais
tranquilidade e menos estresse à vida de todas as pessoas.
2.6. Orçamento Pessoal
Um orçamento é um plano detalhado do futuro que em geral é composto por
uma previsão das receitas e despesas de um determinado período. Pode ser
elaborado com o auxílio de planilhas e tabelas, com cálculos que variam de simples
á complexos de acordo com as necessidades de quem o faz, apresentando no final o
saldo orçado a ser realizado. (Hadji, 2013 p. 337)
As pessoas muitas vezes criam os orçamentos pessoais utilizando como base
sua renda mensal (as receitas) e as despesas com alimentação, vestuário,
habitação, transporte, entre outras necessárias naquele determinado mês, e após o
termino do período, correlacionam o orçamento inicial com os gastos efetivamente
realizados.
O orçamento financeiro pessoal é uma ferramenta de planejamento e controle,
pois nele projetamos as fontes de renda reais em confronto com as possibilidades de
gastos, e seguindo-o corretamente evita-se gastar mais do que se ganha.
2.7. Benefícios
Segundo Halfeld (2007), quando as pessoas aprendem a planejar a vida
financeira, elas passam, a saber, onde querem chegar e aprendem a diferenciar
suas necessidades, dos desejos e vontades, assim como lidar com valores, dinheiro
e crédito.
33
A Educação Financeira é a principal aliada para ensinar a organizar as
finanças, ela influencia diretamente no bem estar, independentemente da condição
social em que se encontra, sendo a renda baixa ou elevada, elaborar um
planejamento financeiro é fundamental para que se tenha um futuro promissor. O
planejamento financeiro envolve controlar, eleger prioridades, fazer reservas,
investir, e também ajuda a entender os hábitos de consumo, independente de quanto
à pessoa receba, sempre haverá espaço para determinar um padrão de consumo
que seja adequado para suas receitas e com isso ainda ser capaz de gerar um
excedente de capital, fazendo com que o futuro seja tranquilo.
Em uma passagem do livro “como Administrar melhor o seu dinheiro”, Halfeld
afirma:
“... conheço pessoas que ganham muito dinheiro, mas
não conseguem poupar. Conheço outras que ganham pouco,
mas são boas poupadoras. Qual a diferença entre elas? A
capacidade de não cair nas tentações do consumismo”. “O que
deixa claro que não importa a renda e sim o conhecimento, o
controle das vontades, desejos e necessidades; cada um tem
um estilo de vida e deve saber reconhecer onde é necessário
gastar seu suado dinheiro.” (HALFELD, 2007, p. 25).
De tal maneira, é fato comprovado que a elaboração de um planejamento
financeiro é indispensável para diminuir custos, diminuir ou até mesmo eliminar as
dívidas, economizar, fazer o dinheiro render, e acima de tudo alcançar um equilíbrio
financeiro, o que tornará o futuro mais promissor e possibilitará a realização de
sonhos que hoje parecem distantes.
Para isso é preciso saber o que é o planejamento financeiro, como usá-lo e
como ele pode ajudar no controle das finanças. E claro, também é preciso ter
dedicação e acreditar que é possível melhorar a forma de cuidar das finanças.
2.8. Consumismo
Como nem todas as pessoas tem acesso a como elaborar um Planejamento
Financeiro, ou até mesmo os tem tardiamente, não é possível ter consciência de
34
quais são suas reais necessidades. Muitos fatores prejudicam o planejamento
financeiro, entre eles estão os hábitos, os costumes, as propagandas, as
remarcações, as liquidações, o impulso, ou até mesmo a falta de informação.
Sendo assim, nem sempre é fácil tomar a decisão correta em relação ao
dinheiro, muitas vezes compra-se por impulso sem pensar no orçamento e nas
restrições financeiras levantadas, o que pode levar a cometer excessos e
possivelmente resultar em dividas. Também há a possibilidade de comprar apenas
por influência, seja de amigos, propagandas, ou até mesmo por uma mudança de
humor, e nesses momentos é impossível identificar a diversidade de preços e
escolhas com as quais se deparam diariamente.
É importante que os jovens conheçam sua renda, e respeitem suas limitações.
O limite é uma realidade para todos, independentemente de qual seja a sua renda.
Ela é limitada e deve ser gasta com consciência em bens e/ou serviços de extrema
necessidade ou em investimentos e poupança para ter tranquilidade futuramente.
Segundo D´Aquino (2012) o problema do consumismo, é achar que é possível
preencher o desejo de ter algo, produzindo uma falsa saciedade. Saber diferenciar o
que é necessário, do que é apenas desejo e vontade, é ser prudente, saber fazer
essa avaliação é uma capacidade que nem todos possuem.
Um bom planejamento financeiro irá contribuir diretamente para essa
mudança de hábitos, pois estaremos lidando diariamente com esses vilões do
orçamento pessoal e a mudança de comportamento é a principal aliada para vencer
o consumismo e alcançar a estabilidade financeira tão desejada.
2.9. Consumo Responsável
Há uma abordagem financeira tratada como conteúdo em sala de aula para
alunos do ensino médio de escolas públicas e privadas. O conteúdo é abordado
dentro da disciplina “matemática” e chama-se “matemática financeira”.
Para Dante (2001, p. 293), “entre inúmeras aplicações da Matemática esta a
de auxiliar na resolução de problemas de ordem financeira, como cálculo do valor de
prestações, pagamento de impostos, rendimento de poupança e outros”. As noções
de matemática financeira ensinadas nas escolas oferecem ao aluno a oportunidade
35
de aprendizado sobre conceitos básicos que podem auxiliá-lo ao tomar decisões
simples, que envolvam: razão e proporção, porcentagem, juros, juros simples, juros
compostos e desconto simples e diversos conceitos, como: capital, tempo e taxa de
juros (IEZZI et al., 1997, p. 178).
A abordagem do assunto é feita de forma superficial e restrita, não
disponibilizando ao aluno informações que realmente possam levá-lo a uma reflexão
sobre a decisão a ser tomada. Não se trata, por exemplo, de conteúdos como
consumo responsável, do valor do dinheiro e sua relação com o trabalho, das
vantagens da poupança, dos riscos do crédito, das ferramentas para gerenciamento
do dinheiro, da diferença entre ativo e passivo, de noções do funcionamento do
mercado, de aposentadoria ou de investimentos.
36
CAPITULO III – SOCIEDADE DE CONSUMO
Neste capitulo apontaremos as maiores dificuldades em seguir as práticas da
Educação Financeira, devido à forte influência do consumismo e a sociedade de
consumo.
O consumismo é uma ideologia e um hábito comum na sociedade
contemporânea. O ato de consumir faz parte do cotidiano, e está presente em toda e
qualquer sociedade humana. O apego aos bens materiais começou a se desenvolver
nas décadas anteriores, e se fortaleceu na sociedade contemporânea, tendo como
ápice na sociedade atual. Isto o tem tornado uma das principais características da
sociedade, tanto que a sociedade contemporânea é definida, por estudiosos como
Barbosa e Baudrillard, como sociedade do consumo.
Bauman (1999) explicita que frequentemente se diz que o mercado de
consumo seduz os consumidores, mas para fazê-lo, ele precisa de consumidores
que queiram ser seduzidos. Fica claro, na obra dele, que o consumidor ideal é uma
pessoa que deseja sempre algo novo, ou seja, que renove frequentemente seu
desejo de consumir. Ele diz que esse constante movimento do consumidor é
fundamental para o mercado. Para entendermos melhor o que Bauman pensa sobre
o desejo do consumidor, segue a citação abaixo, que se inspira numa comparação
entre viajar e o desejo individual de consumir.
“... viajar esperançosamente é na vida do consumidor muito
37
mais agradável que chegar. A chegada tem esse cheiro mofado de fim de
estrada, esse gosto amargo de monotonia e estagnação que poria fim a tudo
aquilo pelo que e para que vive o consumidor.” (Bauman, 1999, p. 92).
Bauman acredita que o consumidor vive à mercê do movimento dos seus
desejos, ora quer uma coisa, ora quer outra. Com essa citação, ele quer dizer que a
sensação da chegada ao destino de uma viagem é similar ao momento em que o
consumidor adquire um bem desejado. Quando se consegue algo, acaba todo o
movimento em torno daquele objeto de desejo.
3.1. Discutindo a destinação do dinheiro
Diante
do
consumo
comprometem uma
excessivo,
muitos
parcela significativa de
indivíduos
contraem
dívidas,
suas rendas, e, em muitos casos,
acabam tornando-se inadimplentes, ou seja, acabam por não cumprir com seus
compromissos financeiros. À luz desta concepção, endividados trabalham para
quitar suas dívidas por terem pouca
dinheiro, por não se
ou nenhuma
habilidade
de lidar com o
preocuparem em fazer um planejamento financeiro ou por
motivos implícitos em razões sociais ou psicológicas. Muitos desses indivíduos
conseguem retomar o equilíbrio de suas vidas, outros necessitam de ajuda e muitos
terão que carregar o estigma de eternos endividados (FERREIRA, 2006).
A população brasileira, em sua grande maioria, conforme relata MACEDO
JR. (2007), tem dificuldades para administrar suas dívidas, dificuldades para adquirir
bens e despreparo para
enfrentar momentos de
desemprego. Motivos como a
facilidade na obtenção de crédito e a desorganização financeira são fortes indícios
que levam as pessoas a se endividarem.
De acordo com Gliglio (2002), o consumidor é influenciado por família,
crenças, costumes, valores, idade, sexo, raça, enfim, tudo aquilo que impacta na
formação de sua personalidade.
Um dos conceitos básicos para a abordagem deste trabalho gira em torno da
teoria do consumidor. Autores como, Jeunon (2004) e Boa Nova (2007) mostram a
importância da escolha de necessidades a serem satisfeitas. A “escassez” dos
recursos limita a reflexão sobre o consumo, fazendo com que a escolha seja
criteriosa sobre qual necessidade satisfazer. A teoria econômica é clara e defende
38
que as necessidades não têm limite, e por conta disso os recursos se tornam
limitados.
Vieira (2004) relatando sobre a teoria do consumidor, afirma que em um livre
mercado consumidor, os produtos e serviços são negociados livremente, na base de
troca, definindo curvas de oferta e procura para uma variada escolha dos
consumidores no processo de compra e venda de bens e serviços, e suas devidas
regras. Esse processo, que envolve a oferta e a procura por produtos e serviços,
movimenta o mercado financeiro comportamental.
Vila Nova (2000) argumenta que, além do processo intelectual, o papel das
emoções, as características psicológicas (influenciadores internos) e os fatores do
ambiente (influenciadores externos) são fundamentais para a compreensão do
comportamento do consumidor. O comportamento de consumo é precedido de uma
sequência de processamentos de informação. O processo de decisão inclui:
reconhecimento do problema, busca de informações, avaliação de alternativas e
decisão de compra.
Para Vieira (2004) os consumidores usam a informação como parte da
resolução de problemas e do processo de decisão. Portanto, o comportamento é
amplamente determinado pela maneira como o indivíduo pensa e processa a
informação.
Os fatores e determinantes influenciadores que atuam na tomada de decisão
do consumidor são extensos e, de acordo com Karsaklian (2000), distribuem-se
nessas três categorias: a) Diferenças individuais - recursos do consumidor,
conhecimento, atitude, motivação e personalidade, valores e estilo de vida; b)
Influências ambientais - cultura, classe social, influência pessoal, família e situação;
c)Processos psicológicos – informação em processamento, aprendizagem e
mudança de atitude e comportamento.
Kotler e Armstrong (2003) destacam alguns fatores que influenciam o
comportamento
do
consumidor:
a)
Motivações
-
recebem
influências
de
necessidades básicas (necessárias para sua sobrevivência), psicológicas; b)
Personalidade – baseia-se no ambiente em que o consumidor está inserido no
momento da compra; c) Percepção – considerada como “processo pelo qual as
pessoas selecionam, organizam e interpretam informações para formar uma imagem
39
significativa do mundo”.
Segundo Moura (2005) a escala de atitude para o endividamento foi
desenvolvida especialmente para o contexto de grupos brasileiros de baixa renda a
partir de Lea, Webley e Walker (1995). A escala compreende três dimensões:
a)Impacto sobre a moral na sociedade - engloba o patrimônio, valores e crenças
encontrados em sociedade que tem influência sobre a atitude do indivíduo em
relação
ao
endividamento; b) Preferência
no tempo - inclui a escolha dos
indivíduos entre valor e tempo (adiar ou não adiar planos de consumo); c) Grau de
autocontrole - inclui a capacidade para gerir os próprios recursos financeiros, a
tomar decisões financeiras e de manter o indivíduo (ou família) orçamento sob
controle.
Considerando a influência do materialismo no processo de endividamento, a
escala de Richins (2004) adaptada ao contexto brasileiro, que aborda três dimensões
para o materialismo. A primeira dimensão refere-se à centralidade que os bens
materiais exercem na vida do indivíduo, assim quanto maior é o apego aos bens,
maior é a manifestação da dimensão. A segunda dimensão refere-se à satisfação e
ao bem-estar proporcionado pela aquisição de bens, ou seja, a felicidade alcançada
com o materialismo. Já a terceira dimensão, o sucesso, se manifesta pelo valor
que o bem proporciona na aquisição de status social.
Macedo Jr. (2007) relata que somente uma em cada seis pessoas no Brasil
tem poupança e apenas um em cada três brasileiros não possui dívidas, excluindo
dessa lista as dívidas com o pagamento da casa própria.
Um dado que chama a atenção no Brasil, é de que 85% dos herdeiros e 95%
dos ganhadores de loterias perdem tudo. A maioria dos ganhadores de loteria fica
novamente pobre por não saber administrar suas fortunas (SEGUNDO FILHO,
2003, P 88).
Para Sohsten (2005), grandes fortunas começaram com um pouquinho. A
maioria das pessoas preocupasse com os grandes investimentos e menospreza os
pequenos gastos. Não se pode fechar olhos para os pequenos gastos, pois, muitas
vezes, eles apresentam um resultado assustador no final do mês.
Segundo Pires (2007, p. 27) para se considerar uma situação financeira ideal
as receitas são sempre maiores do que as despesas. Para chegar a esse ponto de
40
equilíbrio há os seguintes caminhos: a) aumento das receitas, mantendo constantes
as despesas; b) aumento das receitas mais que proporcionalmente às despesas,
quando estas estão subindo; c) redução das despesas, mantendo constantes as
receitas; d) aumento das receitas com redução simultânea das despesas.
A grande maioria da população não sabe para onde vai o seu suado dinheiro,
apenas acreditam que ele não é suficiente para suprir os gastos do mês, mas nunca
param para pensar que os gastos é que estão excessivos, acima da realidade e
ficam procurando culpados pela sua situação, sejam os pais, os patrões, os
fabricantes pelos preços elevados, ou o governo pelas altas taxas de impostos.
Segundo Parente (2008) através do Relatório 16/2008 da FGV, revela que o
consumidor, principalmente, de baixa renda apresenta duas características distintas
quanto à frequência com que realiza suas compras, resultado da inconstância da
renda: compras mensais e visitas diárias ao supermercado. Diversos fatores podem
explicar este comportamento: a compra mensal, “a mais pesada”, está relacionada
aos rendimentos mensais. Neste caso a compra se dá de modo planejado e utiliza
informações coletadas sobre preços os diferentes estabelecimentos.
As visitas
diárias, ou aquelas de maior freqüência, estão ligadas aos rendimentos eventuais,
inconstantes, aqueles decorrentes de
algum “bico”, e também ao lazer. É nesta
ocasião que o consumidor, ainda que involuntariamente, colhe as informações sobre
preços em diferentes lojas, e assim vai construindo sua imagem de preços.
Isso poderia ser diferente se desde o primeiro salário, mesada, dinheiro que
ganhou de presente, eles já soubessem fazer planos de como gastar, ver a melhor
forma de pagamento, pedir desconto, e usar as técnicas da Educação Financeira a
seu favor.
Para se colocar as contas em ordem e saber para onde está indo seu
dinheiro, deve haver disciplina e monitoramento dos gastos. É trabalhoso e às vezes
bastante metódico, mas certamente o resultado vale o esforço, pois a medida que se
vai controlando as finanças, os benefícios começam a surgir, provando que o
planejamento financeiro vale a pena.
De acordo com Boa Nova (2007) por meio de um planejamento relativamente
simples e algumas atitudes é possível reverter a situação financeira desfavorável
41
para uma situação confortável ou, pelo menos, controlável. Um dos maiores
problemas enfrentados para se obter um orçamento bem sucedido talvez seja alinhar
as decisões como o planejamento financeiro.
3.2.
Controle da vontade, um desafio
Consumir de forma consciente é um grande passo para manter as finanças
equilibradas e ao mesmo tempo um desafio mundial. Como controlar essas vontades
e desejos.
“Para matar a sede, você precisa de água. Para matar a fome,
de comida. Para não passar frio, de roupas. Se não tiver água, nem
comida, nem roupas, você sabe que passará sede, fome e frio, para
consumir, você precisa de dinheiro.” (CERBASI, 2006, pag. 61).
Diante deste pensamento, pode-se afirmar que se você não tem dinheiro, não
tem como consumir. Entretanto, em um mundo consumista como este, existem
meios de adquirir um bem desejado mesmo quando não se tem dinheiro, são as
famosas “fábricas de dinheiro”, entre as mais populares está o cartão de crédito.
O crescimento do número de empresas, a priorização da produtividade e o
objetivo de obter um maior lucro fizeram com que a publicidade se aperfeiçoasse,
tornado-se cada vez mais atraente, despertando desejos e influenciando nas
decisões de compra. “Na segunda metade do século XIX, já era possível detectar
anúncios preocupados com a veracidade da propaganda e outros praticando a
publicidade enganosa”. (FILHO, 1991: 29).
Parece impossível se conter diante das facilidades em conseguir aquilo que
tanto desejam. E com a tecnologia, a moda e a variedade de produtos, fica mais
difícil manter o controle. O que se torna realmente importante não é somente o
produto ou serviços, mas sim as experiências proporcionadas pela “ilusão” causada
pela propaganda. “A atividade fundamental do consumo não é a seleção, a compra
ou o uso dos produtos, mas a procura do prazer imaginativo a que a imagem do
produto se presta(...)” (BARBOSA 2004, p. 53).
42
Por mais difícil que seja tomar uma atitude contraria aos desejos de consumo
e a facilidade de credito apresentada, se faz necessário tomar certos cuidados para
não serem apresentados a uma nova realidade, a das dívidas.
Neste momento, deve-se analisar o que é realmente importante, comprar algo
apenas para satisfazer as vontades em um momento de impulso, ou, orçar as
finanças e gastar somente com aquilo que é necessário.
Referente ao consumo é preciso lembrar que imprevistos podem acontecer
em algum momento da vida, e se estiver desequilibrado financeiramente não
conseguirá arcar com os compromissos que assumiu no mês. O grande erro da
população é acreditar que incidentes não aconteceram, e com isso deixam de
destinar uma reserva orçamentária.
Deve-se agir com inteligência, saber o que é importante para não perder
dinheiro. O consumo consciente nada mais é do que consumir de forma responsável,
pensando nas consequências de seus atos de compra sobre a qualidade de vida e o
objetivo que se quer atingir.
3.3. O Papel dos Pais
De acordo com a especialista em Finanças Suyen Miranda, saber lidar com o
dinheiro é um fator importante em qualquer idade. Sem organização financeira todos
os aspectos da vida ficam mais complicados. A preocupação com a segurança e
qual caminho os jovens irão seguir, levam os pais a se preocuparem mais e
investirem em novos recursos para proporcionar um futuro melhor a eles.
Boa parte da sociedade brasileira adulta não teve ensinamentos sobre
planejamento financeiro, até porque viveram a maior parte de suas vidas em uma
realidade completamente diferente da hoje. Seus pais não tinham embasamento
para tal instrução, e também não dispunham das inúmeras alternativas de
investimento de que disponibilizamos hoje, assim como o enorme volume de
informações financeiras que obtemos atualmente em revistas, jornais, televisão,
rádio e internet. Tão pouco, tiveram em suas escolas noções de economia doméstica
que pudessem incentivá-los a enriquecer. E alguns não tiveram sequer a
oportunidade de cursar o ensino básico.
43
Segundo Cury, (2014), nos tempos atuais em que há tanta mudança e
desenvolvimento em relação a outras décadas, já se tornou possível tratar com os
filhos sobre o tema, e também auxiliá-los a se tornarem adultos responsáveis
financeiramente.
Embora muitos considerem difícil repassar ensinamentos sobre a forma de
gastar, economizar e investir, essa tarefa pode ser mais simples do que imaginam. O
diálogo é a principal ferramenta de instrução entre pais e filhos, a conversa sobre
dinheiro deve existir sempre, de forma clara e objetiva. Explicar como são
controladas as despesas de casa também é uma excelente forma de mostrar como
funciona a administração do dinheiro e o planejamento econômico familiar.
Ensinar os filhos a poupar, dar valor ao dinheiro e a se organizar
financeiramente são apenas alguns dos vários desafios enfrentados por pais quando
o assunto é a educação dos filhos. “O primeiro passo para educar seu filho
financeiramente está em ensinar os princípios de gratidão e valor do trabalho”,
ensina HORNOS (2014).
Valores: “Ensinar valores como gratidão, contentamento e a importância do
trabalho, de forma positiva, são essenciais para construir a saúde emocional e
financeira do seu filho”, aconselha a seguir HORNOS (2014).
1 – “Porque não” não é resposta: Não tenha receio de dizer aos seu filho que
não pode comprar algo por não ter dinheiro. Mas, explique o que isso significa,
exatamente. Afinal, crianças são observadoras. Logo você será questionado do
porquê algumas coisas podem ser compradas e outras, não. Neste momento, mostre
de onde vem o dinheiro e como ele é distribuído no orçamento familiar.
2 – Questão de escolha: Mostre à criança que os recursos financeiros da
família são limitados e que, por isso, todos devem fazer escolhas. Ao utilizar o
recurso da mesada, exercitar a autonomia do seu filho fica mais fácil, já que ele
deverá controlar sua “renda”.
3 – Poupar: Ensine, no dia a dia, que pequenas atitudes ajudam a economizar
o dinheiro da família e que são importantes para que se alcance objetivos. Explique
que, assim como ela treina para um esporte, ficando melhor a cada dia até o grande
jogo, é necessário um preparo antes de sair gastando. Ela deve se preparar hoje
44
para realizar seus desejos amanhã.
4 – Brincando de pesquisar preços: “Sempre que íamos ao mercado, minha
mãe me desafiava para ver qual de nós duas acharia o mesmo produto com o menor
preço. Hoje eu entendo que a ‘brincadeira’ era, na verdade, um jeito de me ensinar a
economizar”, conta a secretária paulistana Vera Marina Ferreira, 31 anos. Mostre
que há itens caros, que não cabem no orçamento da família, e baratos, que podem
ser comprados. Explique também que nem sempre o produto mais barato é de
qualidade inferior.
5 – Você precisa disso? Crianças confundem necessidade e desejo. Querem
algo porque o colega tem, o jogador de futebol famoso usa ou simplesmente porque
parece divertido. Considerando que a renda familiar é dividida, que escolhas devem
ser feitas (prioridades) e que para se conseguir algo que se deseja é preciso poupar,
ajude a criança a entender a relação custo-benefício da nova aquisição. Muitas
vezes ela própria preferirá não fazer a compra.
6 – Diferença social:Cedo ou tarde as crianças conviverão com pessoas de
maior poder aquisitivo. A educadora financeira Ana Paula recomenda: “Tenha
conversas mensais sobre dinheiro com sua família. Ensine seu filho a viver dentro da
realidade financeira que você pode suprir”. Explique também que ter certos itens não
é, necessariamente, sinônimo de riqueza. Ensine que algumas pessoas querem
tanto ter coisas que acabam se endividando para consegui-las. E que isso não é ser
rico.
7 – Crédito: Mostre à criança que todo crédito que os pais utilizam (como
cartão de crédito, cheque especial, cartões de loja ou financiamentos bancários) não
podem ser considerados um dinheiro adicional da família. São, por outro lado, uma
dívida a ser paga.
8 – Solidariedade: Ensinar os filhos a doar e compartilhar suas coisas é
grande parte da educação financeira. Dessa maneira as crianças não apenas
desenvolvem o desapego à coisas materiais como entendem que algumas pessoas
têm mais e outras, menos. E que, quando possível, devemos compartilhar
Para Aquino (2012), não existe um caminho certo a tomar ou uma forma
correta de ensinar, o que existe são objetivos. Então, estes objetivos devem ser
45
estabelecidos em conjunto com toda a família, orçando e planejando a forma de
alcançá-los.
3.4.
Poupar: caminho para estabilidade financeira
Ao poupar, se acumula valores financeiros no presente para serem utilizados
no futuro. Os valores poupados no presente e investidos durante um, dois ou mais
anos poderão fazer uma diferença significativa na qualidade de vida do poupador no
futuro, assim, são vários os motivos para poupar: precaver-se diante de situações
inesperadas, preparar para aposentar-se, realizar sonhos etc.
A melhor forma seria começar a analisar as contas desde o primeiro salário,
mesada, entre outros, para ter real noção de qual é a quantia disponível para poupar
e a partir desse planejamento, começar a guardar um montante todo mês, seja na
poupança ou em qualquer outro investimento. Sabendo que está guardando uma
quantia todo mês, terá tranquilidade no futuro ou até mesmo utilizá-lo num momento
de imprevisto.
É preciso mudar o pensamento de que poupar significa ter menos de seu
salário para gastar. Todo investimento exige sacrifícios e esforços, sendo assim
poucas pessoas estão dispostas a isso, pois a maioria das pessoas prefere a
satisfação de um desejo realizado à possibilidade de um futuro promissor. A grande
dificuldade em poupar, é que muitas vezes aquilo que se deseja passa a ser uma
necessidade, assim não importa se tem condição de comprar ou não, acabam
cedendo a essa tentação.
Não existe uma regra para se iniciar a poupança, o importante é analisar com
cuidado o orçamento de forma a identificar os gastos que podem ser cortados, com
isso é possível abrir mão de alguns gastos desnecessários e esse é um bom começo
para conseguir melhorar as finanças.
“Poupar é importante para qualquer indivíduo e para qualquer nação que
deseja se livrar da pobreza. Saber investir os recursos poupados é essencial, tanto
para o indivíduo quanto para a economia de um país”. (HALFELD, 2007, p. 21).
Para poupar com sucesso deve-se sempre estabelecer metas, escrever
regras, o que requer muita disciplina e assim o retorno será o melhor possível. Após
46
estabelecer as metas, o importante é tira-las do papel, esse será o primeiro passo, e
por menor que seja, será o início de uma grande mudança.
3.5. Tipos de Investimentos
De forma mais objetiva, Lelis (2006) e Medeiros(2003) afirmam que a
educação financeira é um tema no qual se discute a importância do dinheiro, como
administrá-lo, como ganhar, gastar, poupar e consumi-lo de forma consciente.
Para a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (2004)
a educação financeira é importante aos consumidores por auxiliá-los a orçar e gerir
sua renda além de orientá-los a poupar e investir.
A educação financeira é refletida na administração do dinheiro. A gestão
financeira pessoal ou planejamento financeiro pessoal consiste em estabelecer e
seguir uma estratégia mais ou menos deliberada e dirigida para a manutenção ou
acumulação de bens e valores que irão formar o patrimônio de uma pessoa e de sua
família. Essa estratégia pode estar voltada para o curto, médio ou longo prazo e visa
garantir a tranqüilidade econômico-financeira do indivíduo (CAMARGO, 2007).
O controle daquilo que se ganha e do que se gasta é fundamental para o
equilíbrio financeiro. Nessa linha Cerbasi (2004) afirma que a riqueza não depende
do que se ganha, mas sim da forma como se gasta. Com uma renda baixa é possível
dignamente construir um padrão de vida confortável, e de forma consciente e
inteligente manter esse padrão no futuro.
Da mesma forma grandes rendas podem não garantir a sustentabilidade de
um padrão de vida com conforto, devido à ineficiência da gestão do dinheiro que se
recebe.
Dentro ainda da educação em finanças se encontra um importante item: os
investimentos. De acordo com Cerbasi (2004), investir é o caminho da garantia ou
melhora do futuro em relação ao que se construiu até hoje. Ao falar de investimento
o autor é enfático em dizer que as decisões nessa área devem ser embasadas no
conhecimento sobre o assunto, o que significa dizer que o investidor deve tomar
suas decisões mediante o conhecimento sobre o tipo da aplicação escolhida, os
riscos que ela oferece, situações que geram ganhos e perdas e principalmente as
alternativas mais rentáveis do mercado.
47
Com educação financeira entende-se a dinâmica dos juros compostos, que
permite obter um montante muito maior que o valor aplicado. Bem diferente de
poupar, investir não é apenas abdicar de consumir no presente para consumir no
futuro, mas abrange um conceito muito mais amplo que é de ser remunerado pela
poupança feita no presente para que se atinja um montante desejado no futuro.
Para Halfeld (2008), poupar nada mais é do que gastar menos do que se
ganha e guardar esse excedente, investir é aplicar valores de forma que se
obtenham com eles rendimentos financeiros. Sendo assim, pensamos ser importante
avaliar qual a melhor forma de investir, pois existem várias opções e cada uma é
adequada
a
um
objetivo
diferente,
desta
forma,
demostraremos
alguns
investimentos.
Poupança: É uma das aplicações mais tradicional e segura, o mais
indicado para o investidor conservador, que não está disposto a correr riscos. Quase
todos os bancos comerciais oferecem essa modalidade de investimento e não é
preciso ser correntista para investir. Tradicionalmente, o rendimento da poupança
sempre foi determinado pela variação da TR – taxa referencial – mais juros de 0,5%
ao mês. Entretanto, as regras sofreram alteração em maio de 2012. Com as novas
regras, os depósitos feitos em poupança até o dia 04 de maio de 2012, continuam
rendendo a mesma coisa. Entretanto, a partir daí, o rendimento dependerá da meta
da taxa Selic determinada pelo Banco Central do Brasil. Se a meta para taxa básica
de juros da economia for superior a 8,5%, nada muda. Entretanto, se o valor for igual
ou menor a 8,5%, os juros passam a ser 70% da Selic.
CDB e RDB: O Certificado de Depósito Bancário (CDB) e o Recibo de
Depósito Bancário (RDB) são títulos de renda fixa emitidos por bancos, onde o
investidor empresta dinheiro para o banco e recebe em troca o pagamento de juros
desse empréstimo. Ou seja, esses tipos de investimento envolvem uma promessa de
pagamento futuro do valor investido, acrescido da taxa pactuada no momento da
transação. A diferença entre o CDB e o RDB é que o primeiro pode ser negociado
antes do vencimento enquanto o segundo é inegociável e intransferível; já no CDB, a
negociação antes do vencimento implica a perda de parte da remuneração
(devolução com deságio). Já o RDB pode ser rescindido em caráter excepcional
desde que haja concordância com a instituição depositária. Nesse caso o valor
investido é devolvido sem os juros.
48
Fundos de Investimentos: É uma comunhão de recursos, captados de
pessoas físicas ou jurídicas, com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da
aplicação em títulos e valores mobiliários, ou seja, os recursos de todos os
investidores de um fundo de investimento são usados para comprar bens (títulos)
que são de todos os investidores, na proporção de seus investimentos.
Um fundo é organizado sob a forma de condomínio e seu patrimônio é
dividido em cotas, cujo valor é calculado diariamente por meio da divisão do
patrimônio líquido pelo número de cotas do fundo.
O patrimônio líquido é calculado pela soma do valor de todos os títulos e do
valor em caixa, menos as obrigações do fundo, inclusive aquelas relativas à sua
administração. As cotas são frações do valor do patrimônio do fundo.
Os fundos de investimento podem ser classificados como: Fundo de Curto
Prazo; Fundo Referenciado; Fundo de Renda Fixa; Fundo de Ações; Fundo Cambial;
Fundo de Dívida Externa; e Fundo Multimercado.
Títulos Públicos: São emitidos pelo Governo Federal com o objetivo de
captar recursos para o financiamento da dívida pública e das atividades
governamentais (educação, saúde etc.), o órgão responsável pela emissão e
controle dos títulos, e pela administração da dívida mobiliária federal, é a Secretaria
do Tesouro Nacional.
Há uma grande variedade de títulos públicos, cada um com características
próprias em termos de prazos (vencimentos) e rentabilidade.
Atualmente, o investidor conta com o serviço Tesouro Direto através do qual é
possível comprar diretamente, pela internet, Títulos Públicos Federais do Tesouro
Nacional. Basta ser residente no Brasil, possuir Cadastro de Pessoa Física (CPF) e
estar cadastrado em alguma das instituições financeiras habilitadas a operar no
Tesouro Direto.
Ações: É um valor mobiliário, emitido por sociedades anônimas, que
representa uma parcela do seu capital social. O proprietário de ações emitidas por
49
uma companhia é chamado de acionista e tem status de sócio, tendo direitos e
deveres perante a sociedade, no limite das ações adquiridas.
Apesar de todas as sociedades anônimas terem o seu capital dividido em
ações, somente as ações que forem emitidas por companhias de capital aberto, as
quais possuem registro na CVM, poderão ser negociadas publicamente. A
propriedade da ação é representada por um "Certificado de Ações" ou pelo "Extrato
de Posição Acionária" emitidos, respectivamente, pela companhia e por uma
instituição contratada pela sociedade para o atendimento aos acionistas. Em
qualquer caso, no documento deverá constar, dentre outras informações, o número
de ações possuídas e o nome do acionista.
O investimento em ações pode ser individual ou coletivo. Ao optar por investir
individualmente o interessado contrata os serviços de uma Corretora que
intermediará as negociações através das ordens do cliente ou permitindo que ele
realize as operações diretamente pela internet. Já no investimento coletivo, os
interessados adquirem cotas de clubes de investimento ou de fundos de ações.
Previdência privada: É uma aposentadoria que não está ligada ao
sistema do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ela é complementar à
previdência pública. Todo setor de previdência privada é fiscalizado pela
Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão do governo federal. Nos
planos de previdência privada, é possível escolher o valor da contribuição e a
periodicidade em que ela será feita. Uma pessoa pode contribuir com R$ 100 uma
vez por ano, por exemplo. É claro que o valor que receberá quando começar a fazer
uso dessa previdência será proporcional ao que contribuiu.
Além disso, o valor investido em um plano de previdência privada pode ser
resgatado pela pessoa se ela desistir do plano. Como geralmente o primeiro contato
da sociedade com investimentos é a conta poupança, será discorrido a seguir sobre
suas vantagens.
A conta poupança é a mais viável para quem não quer se prender aos
investimentos, pois pode ser iniciada com pequenas quantias, e não há uma
obrigatoriedade de depósitos. É uma ótima opção para quem não consegue se
50
comprometer com valores fixos mensais. Referente aos jovens a maioria escolhe a
poupança como forma de investimento, o que é muito aconselhado.
Não existem regras para começar a investir, mas a princípio definir um
objetivo para esse investimento pode ajudar, assim como buscar informações sobre
os tipos de investimento também contribui.
3.6. Aposentadoria: uma situação planejada.
A expectativa de vida dos brasileiros aumentou muito em relação a alguns
anos atrás, conforme os números números divulgados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística IBGE em 02/12/2013, no Diário Oficial da União mostram que, em
2012, a expectativa de vida ao nascer no Brasil passou para 74,6 anos. A taxa apresenta
um pequeno aumento em relação a 2011, quando a esperança de vida do brasileiro era
de 74,1 anos. Mas, se comparada há dez anos, a expectativa de vida do brasileiro
aumentou mais de três anos. Em 2002, era de 71 anos. De acordo com o IBGE, em
2012 houve um acréscimo de 5 meses e 12 dias em relação ao valor estimado para
2011, pois atualmente homens e mulheres criaram o habito de praticar esportes,
frequentar academias e manter uma alimentação equilibrada, enfim, buscam meios
de obter uma vida mais saudável. É por esse motivo, que se deve pensar em
planejar a aposentadoria.
O conceito de aposentadoria é fluído e vem mudando ao longo do tempo,
assim como as condições sociais e as expectativas individuais. O mesmo ocorre com
a noção de trabalho, devidamente diferenciada de “emprego” e de “carreira”, que traz
impresso em seu percurso histórico as contradições constitutivas da relação
capital/trabalho, cujas características e desdobramentos podem ser observados em
nossa sociedade “hipermoderna” (PAGÈS et all, 1987) ou da “modernidade líquida”
(BAUMAN, 1999).
Ao procurarmos a origem histórica da palavra “aposentadoria”, encontramos
em alguns dicionários, como no “Aurélio”, variações indicando, ao mesmo tempo, o
desligamento de um emprego e a noção de “abrigar, alojar”:
“Hospedar, dar aposentadoria a; conceder reforma ou dispensa do
serviço com soldo ou ordenado por inteiro, ou parte dele, a; jubilar; abrigar,
acolher; rel. residir, morar, viver; p. tomar aposentos, hospedar-se; deixar o
serviço público, conservando o ordenado inteiramente ou em parte; ficar
51
aposentado.” (FERREIRA, 1987).
Para Blanché e Rhéaume (2010), as palavras utilizadas para designar a
ruptura com a atividade laboral remunerada em diversos idiomas europeus, em sua
grandemaioria privilegiam o aspecto financeiro, trazendo o significado de “uma forma
específica de remuneração”, denotando uma visão “relativamente neutra”, ao
contrário do observado na França, onde se relaciona com idade avançada e perda
de status social.
Os autores Blanché e Rhéaume (2010;p. 4) afirmam que o vocábulo francês la
retraite , “mais forte que seu equivalente inglês retirement, fere por sua vinculação a
dois universos aparentemente separados de maneira muito forte do mundo do
trabalho e completamente estranho ao mundo do dinheiro”. O aposentado perde seu
espaço social, deixa de ser sujeito, apesar da legislação atribuir direitos que são, de
certa forma, ignorados pela sociedade.
Por ser algo que parece sempre estar distante, muitos acabam não
planejando e só pensam no assunto quando efetivamente acontece. Essa
negligência, no entanto, pode ter sérios impactos na qualidade de vida e no bemestar quando aposentado.
Apesar destas informações, também temos que ponderar quanto a
necessidade da vida como nos lembra Maffesoli:
“A vida “humilde” e seus trabalhos simples somente podem ser
vividos porque existe uma força mágica, poética que os alimenta sem
cessar. A poética da vida cotidiana, as criações minúsculas e imperceptíveis
permitem de fato a perduração da sociedade. Se não houvesse uma carga
mágica na vida cotidiana, o aspecto mortífero da automação dominaria a
pulsão do querer-viver”.MAFFESOLI (2001:p107)
Informações apresentadas pela AEPS 2013Contribuem para o Regime
Geral da Previdência Social – RGPS a empresa e a entidade a ela equiparada, o
empregador doméstico e o trabalhador. São segurados obrigatórios as seguintes
pessoas
físicas:
empregado,
empregado
doméstico,
contribuinte
individual,
trabalhador avulso e segurado especial. Existem, ainda, os que se filiam à
Previdência Social por vontade própria, os segurados facultativos. A cada tipo de
contribuinte é definida uma forma específica de contribuição.
52
A seguir, são conceituados os principais contribuintes da Previdência
Social:
Empresa – empresário ou sociedade que assume o risco de atividade
econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e
entidades da administração pública direta, indireta e fundacional. Equipara-se a
empresa, para fins previdenciários, o contribuinte individual em relação ao segurado
que lhe presta serviço, bem como a cooperativa, a associação ou a entidade de
qualquer natureza ou finalidade, a missão diplomática e a repartição consular de
carreiras estrangeiras;
Empregador Doméstico – pessoa ou família que admite a seu serviço,
sem finalidade lucrativa, o empregado doméstico;
Trabalhador – pessoa que presta serviço com ou sem vínculo
empregatício à empresa; aquele que exerce por conta própria atividade econômica
remunerada.
O Quadros 3.6.1 e o Quadro 3.6.2 apresentam, respectivamente, as
alíquotas de contribuição definidas para segurados empregados e para empresas,
para os anos de 2011 a 2013. O Quadro 3.6.3 apresenta as alíquotas de
contribuição sobre a produção rural.
53
QUADRO 3.1 – ALIQUOTAS DE CONTRIBUIÇÃO DE EMPREGADOS
EMPREGADO, INCLUSIVE O
DOMÉSTICO
Portaria Interministerial nº 407, de 8,00% até R$ 1.107,52;
14/7/2011.
9,00% de R$ 1.107,53 até R$ 1.845,87;
11,00% de R$ 1.845,88 até R$ 3.691,74.
LEGISLAÇÃO
OBSERVAÇÕES
– Valores atualizados com base no art. 198 do Regulamento da
Previdência Social - RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, e na
Portaria Interministerial nº 407, de 14/7/2011- Anexo II.
Obs.: Tabela vigente a partir da competência 1/2011.
Portaria Interministerial nº 2, de 8,00% até R$ 1.174,86;
6/01/2012.
9,00% de R$ 1.174,87 até R$ 1.958,10;
11,00% de R$ 1.958,11até R$ 3.916,20.
– Valores atualizados com base no art. 198 do Regulamento da
Previdência Social - RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, e na
Portaria Interministerial nº 2, de 6/01/2012 - Anexo II.
Obs.: Tabela vigente a partir da competência 1/2012.
Portaria Interministerial nº 15, de 8,00% até R$ 1.247,70;
10/01/2013.
9,00% de R$ 1.247,71até R$ 2.079,50;
11,00% de R$ 2.079,51até R$ 4.159,00.
– Valores atualizados com base no art. 198 do Regulamento da
Previdência Social - RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, e na
Portaria Interministerial nº 15, de 10/01/2013 - Anexo II.
Obs.: Tabela vigente a partir da competência 1/2013.
OBS.A Portaria nº 407, de 14/7/2011, revogou a Portaria nº 568, de 31/12/2010, convalidando os atos praticados em decorrência da sua aplicação. A
empresa que declarou suas contribuições com base no Anexo II da PT/MPS/MF nº 568, de 31/12/2010, fica dispensada de obrigação de retificar as Guias de
Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social(GFIP) relativas às competências janeiro a junho 2011. A empresa que não declarou as suas
contribuições,deverá considerar a alíquota da PT/MPS/MF nº 407 de 14/7/2011.
Fonte – Portaria 407/11
54
QUADRO 3.2 – ALIQUOTAS DE CONTRIBUIÇÃO DE EMPRESAS
LEGISLAÇÃO
TIPO DE CONTRIBUINTE
EMPRESA, INCLUSIVE O EMPREGADOR DOMÉSTICO
Empresas em geral, exceto financeiras – 20% (vinte por cento) sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, durante o
mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhes prestem serviços.
– 20% (vinte por cento) sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês,
aos segurados contribuintes individuais que lhes prestem serviços, para fatos geradores ocorridos a partir de 1° de
março de 2000;
–15% (quinze por cento) sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços,
relativamente aos serviços que lhes são prestados por cooperados, por intermédio de cooperativas de trabalho, para
fatos geradores ocorridos a partir de 1° de março de 2000.
– 1%, 2% ou 3% (um, dois ou três por cento) incidentes sobre o total das remunerações pagas, devidas ou
creditadas, a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhes prestem
serviços, para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa
decorrente dos riscos ambientais do trabalho. Tal variação decorre de enquadramento da empresa em cuja atividade
preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado, respectivamente, leve, médio ou grave;
– as alíquotas de 1%, 2%, ou 3% poderão ser reduzidas ematé 50% ou aumentadas ematé 100%, conforme dispõe o
regulamento, em razão do desempenho da empresa em relação à respectiva atividade econômica.
– as alíquotas de 1%, 2%, ou 3% são acrescidas de 6%, 9% e 12% , se a atividade exercida pelo segurado ensejar
a concessão de aposentadoria especial após, respectivamente, 15, 20 ou 25 anos de contribuição, para fatos geradores
ocorridos a partir de 1 de março de 2.000. Tal acréscimo incide exclusivamente sobre a remuneração do segurado sob
(1)
exposição a agentes nocivos prejudiciais à sua saúde e a sua integridade física.
Lei Nº 8.212, de 24/07/1991,
alterada pela Lei nº 9528 , de Empresas Financeiras
10/12/1997; Lei nº 9.876, de
26/11/199 e Lei nº 10.666, de Associação desportiva que mantém
8/05/2003.
equipe de futebol profissional
Produtor rural pessoa jurídica
– 22,5% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas aos seus empregados, trabalhadores avulsos e
contribuintes individuais que lhe prestem serviço. Demais alíquotas idênticas às das empresas em geral.
– 5% da receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo território nacional em
qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de
uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e de transmissão de espetáculos desportivos;
– 20% sobre o total das remunerações pagas ou creditadas aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem
serviços;
– 15% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são
prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho.
– 2,5% sobre o total da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural;
– 0,1% sobre o total da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural, para financiamento dos
benefícios concedidos emrazão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
(2)
trabalho.
Agroindústria, exceto sociedades – 2,5% sobre o valor da receita bruta proveniente da comercialização da produção.
cooperativas e as agroindustrias de – 0,1% sobre o total da receita bruta proveniente da comercialização da produção, para financiamento dos benefícios
piscicultura, carcinicultura,
(2)
concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho.
suinocultura e avicultura
Produtor rural pessoa física e
Segurado Especial
Empregador Doméstico
– 2% sobre o total da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural;
– 0,1% sobre o total da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural, para financiamento dos
benefícios concedidos emrazão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do
trabalho.
– 12% do salário-de-contribuição do empregado doméstico a seu serviço.
(1) No caso de cooperativa de trabalho, os percentuais são de 9%, 7% ou 5 %, a cargo da empresa tomadora de serviços. (2) Se houver empregado com atividade sujeita a agentes nocivos, a
alíquota de 0,1% é acrescida de 12%, 9% ou 6%.
Fonte – Lei 8212/91
55
QUADRO 3.3 – ALIQUOTAS DE CONTRIBUIÇÃO SOBRE A PRODUÇÃO RURAL
CONTRIBUIÇÃO
Segurado Especial
FUNDAMENTAÇÃO refere-se exclusivamente a
contribuição destinada à
Previdência Social
PREVIDÊNCI
A SOCIAL
SAT
SENAR
TOTAL
A partir de 12/12/1997
2%
0,1%
0,1%
2,2%
– redação dada pelo art. 3º da Lei A partir de 01/11/2001
nº 10.256, de 09/07/2001.
2%
0,1%
0,2%
2,3%
A partir de 12/12/1997
2%
0,1%
0,1%
2,2%
– redação dada pelo art. 3º da Lei A partir de 01/11/2001
nº 10.256, de 09/07/2001.
2%
0,1%
0,2%
2,3%
A partir de 01/08/1994
2,5%
0,1%
0,1%
2,7%
– redação dada pelo art. 2º da Lei A partir de 01/11/2001
nº 10.256, de 09/07/2001.
2,5%
0,1%
0,25%
2,85%
Art. 25 da Lei nº 8.212/91:
VIGÊNCIA
– redação dada pelo art. 1º da Lei
nº 9.528, de 10/12/97.
Produtor Rural - Pessoa Física
Art. 25 da Lei nº 8.212/91:
– redação dada pelo art. 1º da Lei
nº 9.528, de 10/12/97.
Produtor Rural - Pessoa Jurídica
Agroindústria
Art. 25 da Lei nº 8.870/94.
Art. 22 da Lei nº 8.212/91.
Agroindústria, exceto sociedades Art. 22-A, da Lei nº 8.212/91 –
cooperativas e as agroindustrias de acrescentado pela Lei nº 10.256,
psicultura,
carnicicultura, de 09/07/2001.
suinocultura e avicultura.
A partir de 01/11/1991
Contribuição sobre a folha de pagamento
A partir de 01/11/2001
2,5%
0,1%
0,25%
2,85%
Notas: 1. São responsáveis pelos recolhimentos do produtor rural pessoa física e do segurado especial, o adquirente, o consignatário ou a
cooperativa. O produtor só é responsável por esse recolhimento quando industrializa seus próprios produtos ou os vende no varejo diretamente a
consumidor pessoa física, a outro segurado especial ou a outro produtor rural pessoa física; 2. A partir de 14/10/96 - edição da Medida Provisória nº 1.523/96,
convertida na Lei nº 9.528, de 10/12/97 - o Produtor Rural - Pessoa Jurídica passou a ser responsável pelo recolhimento, sem subrogação; 3. O § 2º do art. 25
da Lei nº 8.870/94, que havia estabelecido a contribuição das agroindústrias (setor agrícola) sobre o valor da comercialização de sua produção, a partir de 1º
de agosto de 1994, foi julgado inconstitucional em razão da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1.103–1/600, requerida pela Confederação Nacional da
Indústria – CNI, ficando restabelecido o art. 22 da Lei nº 8.212/91, para o setor agrícola das agroindústrias.
Fonte Lei 9528/97
A fonte das informações sobre os contribuintes da Previdência Social é o
Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS, que é uma base de dados
nacional que contém informações sobre trabalhadores (empregados, inclusive
domésticos, trabalhadores avulsos, contribuintes individuais, segurados especiais e
facultativos) e empregadores.
O CNIS é composto de quatro bases de dados: a) Cadastro de
Trabalhadores;
b)
Cadastro
de
Empregadores;
c)
Cadastro
de
Vínculos
Empregatícios; e d) Remunerações do Trabalhador Empregado e Recolhimentos do
Contribuinte Individual; e d) Agregados de Vínculos Empregatícios e Remunerações
por Estabelecimento Empregador.
Os dados dessas bases são provenientes de diversos instrumentos, tais
como: Programa de Integração Social – PIS; Programa de Formação do Patrimônio
do Servidor Público – PASEP; Relação Anual de Informações Sociais – RAIS;
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED; Guia da Previdência
56
Social – GPS e Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e
Informações à Previdência Social – GFIP, dentre outros.
A mais relevante dessas bases é a GFIP. Esse documento, implantado
em janeiro de 1999, deve ser entregue mensalmente por todas as pessoas físicas ou
jurídicas que estejam sujeitas ao recolhimento do FGTS, conforme estabelecido na
Lei no 8.036/90, e às contribuições ou informações à Previdência Social, conforme
estabelecido na Lei no 8.212/91.
Na GFIP, as empresas informam todos os fatos geradores de
contribuições previdenciárias, individualizando as informações sobre vínculos e
remunerações dos empregados e a remuneração paga aos contribuintes individuais
que lhes prestam serviços, sem vínculo empregatício, constituindo-se no documento
base para aperfeiçoamento na forma de funcionamento dos serviços prestados pela
Previdência Social, principalmente na concessão e manutenção de benefícios e na
arrecadação e fiscalização das contribuições previdenciárias.
3.7.
Desequilíbrio Financeiro
O apelo pelas vendas e a falta de instrução financeira como os grandes
causadores deste problema.
“[...] a falta de instrução financeira nas escolas que nossos
filhos frequentam. Muitos dos jovens de hoje tem cartão de crédito antes de
concluir o segundo grau e, todavia, nunca tiveram aulas sobre dinheiro e a
maneira de investi-lo, para não falar da compreensão do impacto dos juros
compostos sobre os cartões de crédito. Simplesmente, são analfabetos
financeiros e, sem o conhecimento de como o dinheiro funciona, eles não
estão preparados para enfrentar o mundo que os espera, um mundo que dá
mais ênfase à despesa do que à poupança”. 9KIYOSAKI E LECHTER.
2000;13)
É normal se ver por ai cursos que ensinam a vender mais, a melhorar o
atendimento aos clientes, ou preparar um bom ponto de vendas com uma boa
exposição de produtos na vitrine. Mas e o inverso? Alguém já viu algum curso para
comprar menos? Ou até mesmo para aprender a entrar nas lojas e não comprar por
impulso? É claro que não.
57
O papel da loja e do vendedor é vender. Ninguém está obrigando o
consumidor a ir até a loja. Essa é uma necessidade de quem vende, mas será uma
necessidade de quem compra? Sabe-se que na maioria das vezes não, essas
compras são motivadas apenas pelos desejos e vontades, então deve partir de cada
um se controlar diante das diversas oportunidades de compra que lhe são
oferecidas.
As pessoas aprendem sobre finanças muito tarde, em geral com seus pais,
amigos e parentes. O problema é que quem os ensina não são necessariamente
bons exemplos.
Segundo Kiyosaki (2000), a educação financeira deveria ser ensinada às
pessoas desde os primeiros anos de vida. Considerando que muitos pais não têm
conhecimento para passar essas informações para os filhos, a educação financeira
deveria ser matéria obrigatória nas escolas, desde o ensino fundamental.
Atualmente, algumas escolas já estão inserindo a Educação Financeira na grade
curricular, porém estas poucas iniciativas ainda são insuficientes para prevenir um
problema tão grande uma vez que muitos jovens já enfrentam problemas com as
dívidas
3.8. Endividamento
A educação financeira e o endividamento estão atrelados, pois essa educação
coopera com o sistema econômico, pois permite aos agentes consumir produtos e
serviços financeiros de forma adequada, reduzindo o descumprimento de obrigações
com terceiros (PINHEIRO,
2008).
De acordo com Marques e Frade (2003), o endividamento é o saldo devedor
de um agregado, o que significa dizer que endividamento é a utilização de recursos
de terceiros para
fins de consumo, ao se apossar desse recurso se estabelece um
compromisso em devolver, com a data estabelecida, tal montante, normalmente
acrescido de juros e correção monetária.
O endividamento pode ser acompanhado pelo descumprimento do
compromisso assumido com outrem, surgindo assim à inadimplência, ou seja, o não
pagamento pontual dos compromissos financeiros por parte do devedor.
58
A situação mais grave que pode decorrer do endividamento é o sobre
endividamento, também designado por falência ou insolvência, que consiste nos
casos em que o devedor está completamente impossibilitado, de forma duradoura ou
estrutural, de pagar uma ou mais dívidas (MARQUES e FRADE, 2003).
Os recursos são escassos, porém as necessidades e os desejos são
ilimitados. Assim o comportamento do consumidor, como afirma Lelis (2006), sempre
envolve escolha, seleção de alternativas, ou seja, consumir sempre envolve tomar
decisão. De acordo com Cerbassi (2004) muitas das decisões que se toma em
relação ao dinheiro decorrem de hábitos, nem sempre saudáveis, oriundos de
outrem.
O consumidor se endivida por diversos fatores como: dificuldade financeira
pessoal, que impossibilita o cumprimento de suas obrigações, desemprego, falta de
controle nos gastos, compras para terceiros, atraso de salário, comprometimento da
renda com despesas supérfluas, redução da renda, doenças, má fé, sendo todos
estes fatores agravados em época de crise econômica do país (FIORENTINI, 2004).
O atraso no pagamento de contas é também uma das formas de
endividamento. A dívida com impostos é também um problema enfrentado,
sobretudo por trabalhadores autônomos e empreendedores. Na falta eventual de
recursos, o pagamento de mensalidades de
seguros, planos de saúde, alugueis,
mensalidades escolares, compra fiado, etc., podem levar as famílias a contrair novas
dívidas.
A ausência de planejamento financeiro é um fator determinante para o
endividamento. A falta de planejamento causa um susto em muitas pessoas,
principalmente casais. Cada vez mais, jovens se casam, assumem orçamentos
maiores decorrentes da união a dois e passam a ver suas receitas comprometidas
com as contas da casa. Como se não bastasse o aumento das despesas, pode
ocorrer também à chegada
de um filho, fase
na qual o planejamento é
imprescindível (CERBASI, 2004).
3.9. Consumo Consciente
O consumo é fundamental para a economia. Quando a população compra
59
mais a economia de uns pais cresce, mas por outro lado, o descontrole no ato de
consumir pode gerar também o endividamento das famílias e altos níveis de
inadimplência, como o que estamos vivendo hoje no Brasil.
O consumo consciente nada mais é do que consumir de forma responsável,
pensando não apenas na satisfação pessoal, mas nas consequências de seus atos
de compra sobre a qualidade de vida no planeta e na vida das gerações futuras.
Parece complicado, mas não é. Trata-se de parar para pensar se você
realmente precisa daquilo que está comprando, se talvez, não haja um outro produto
durável que possa usar no lugar dos descartáveis e, em um nível um pouco mais
elevado, se aquela empresa da qual você está comprando merece o seu apoio. Essa
maneira de pensar tenta desfazer a triste realidade do consumo desenfreado onde o
que importa é apenas o quanto se produz se vende e se compra e não no como se
faz tudo isso.
O primeiro passo é aprender a comprar, evitando desperdício de dinheiro e de
embalagens, para o consumo consciente é preciso aprender a fazer as escolhas
certas. Também é importante descobrir antes de sair às compras o que há dentro de
casa. Muitas pessoas consomem por impulso e nem se lembram do que realmente
estão precisando.
Conforme o Instituto Akatu (2007), instituiu 12 princípios norteadores do
consumo consciente, são eles:
1. Planejamento - Planeje suas compras e não seja impulsivo. A impulsividade
é inimiga do consumo consciente. Planeje antecipadamente e, com isso, compre
menos e melhor.
2. Avaliação - Avalie os impactos do seu consumo. Leve em consideração o
meio ambiente e a sociedade, em suas escolhas de consumo.
3. Consuma apenas o necessário - Reflita sobre as suas reais necessidades e
procure viver com menos.
4. Reutilize produtos e embalagens - Não compre outra vez o que você pode
60
consertar, transformar e reutilizar.
5. Recicle - Separe o lixo e contribua para a economia de recursos naturais, a
redução da degradação ambiental e a geração de empregos.
6. Use o crédito consciente - Pense bem se o que vai comprar a crédito não
pode esperar e esteja certo de que poderá pagar as prestações.
7. Valorize - Conheça e valorize as práticas de responsabilidade social das
empresas. Em suas escolhas de consumo, não olhe apenas preço e qualidade.
Valorize as empresas em função de sua responsabilidade para com os funcionários,
a sociedade e o meio ambiente.
8. Diga não à pirataria - Não compre produtos piratas ou contrabandeados.
Compre sempre do comércio legalizado e, dessa forma, contribua para gerar
empregos estáveis e para combater o crime organizado e a violência.
9. Contribua para a melhoria de produtos e serviços - Adote uma postura
ativa. Envie às empresas sugestões e críticas sobre seus produtos e serviços.
10. Divulgue o consumo consciente – Seja um militante da causa: sensibilize
outros consumidores e dissemine informações, valores e práticas do consumo
consciente. Montem grupos para mobilizar seus familiares, amigos e pessoas mais
próximas.
11. Cobre dos políticos - Exija dos partidos, candidatos e governantes
propostas e ações que viabilizem e aprofundem a prática do consumo consciente.
12. Reflita sobre seus valores - Avaliem constantemente os princípios que
guiam suas escolhas e seus hábitos de consumo.
Os consumidores têm o poder de mudar a maneira de agir das empresas.
Tudo o que as empresas fazem é com o intuito de conquistá-los. Quando compram o
produto de uma empresa estão ajudando-a a se fortalecer no mercado e apoiando a
sua maneira de agir e produzir. Assim, quando passar a escolher de quais empresas
iram comprar, baseados na conduta ética e socioambiental dela, estarão escolhendo
empresas responsáveis, e assim ajudando a tirar do mercado as empresas que
61
fazem errado e apoiando apenas aquelas que contribuem com o desenvolvimento
sustentável.
Mas não é apenas na escolha das empresas que se deve ter consciência,
deve-se pensar com consciência também na hora de comprar. Procurando comprar
somente aquilo de que realmente precisa e assim ajudando a diminuir a demanda
por recursos naturais.
62
CAPITULO IV - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
DA PESQUISA
Os dados coletados estão disponibilizados para o leitor partindo-se de uma
sequência onde inicialmente se trata de informações sobre o perfil dos estudantes de quem
os dados foram coletados, para que, em seguida, foi realizada uma análise mais efetiva
envolvendo a amostra e outros aspectos importantes da pesquisa. Durante a análise, os
objetivos da pesquisa são relembrados e discutidos resultando em um melhor entendimento
sobre o assunto. É importante para a pesquisa o entendimento da percepção por parte dos
alunos, primeiramente, da relevância do ensino da educação financeira pessoal e também
dos temas onde se percebe maior carência no ensino da educação financeira pessoal. Ainda
com os estudantes, se discorre sobre a coerência entre as informações coletadas de
demandas e domínios de educação financeira pessoal com os seus comportamentos
relacionados ao gerenciamento de recursos. Houve a intenção de entender melhor a relação
dos alunos com o gerenciamento de gastos, os pensamentos de investimento, poupança e
consumo. Após a análise dos dados coletados dos alunos, buscou-se verificar a existência
de alguma relação entre as percepções dos estudantes e sobre a relação entre gestão das
finanças pessoais e vida financeira saudável. Este ponto da análise forneceu informações
fundamentais para se atingir os objetivos da pesquisa, entendendo-se as percepções dos
envolvidos com o tema.
O questionário foi aplicado na Etec V. Formosa nas seguinte forma: Curso Técnico
em Contabilidade - 3 turmas com 40 alunos, a 5 alunos de cada turma, total 15, curso
Técnico em Contabilidade da Etec V. Formosa Extensão Jamil - 1 turmas com 40 alunos, a 5
alunos de cada turma, total 5, curso Técnico Comunicação Visual - 1 turmas com 40 alunos
a 5 alunos, em total 5, ao curso Integrado - 3 turmas com 40 alunos a 5 alunos de cada
turma, em total 15, Sendo 10 alunos Integral de Administração e 5 alunos Integral de
Informática, desta forma aplicaremos o questionário a um total de 40 alunos dos diversos
cursos, os cursos serão identificados conforma tabela a seguir:
Tabela 1 Cursos e abreviatura
Curso
TÉCNICO EM CONTABILIDADE
INTEGRAL ADMINISTRAÇÃO
INTEGRAL INFORMÁTICA
TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO VISUAL
TÉCNICO EM CONTABILIDADE JAMIL
Fonte – Própria
Abrev
TC
IA
II
TCV
TCJ
63
4.1. Perfil dos Estudantes Ensino Médio Técnico
A tabela a seguir representa a composição dos cursos e numero de alunos do sexo
masculino e feminino.
Tabela 1 – Questão 1 – Total Alunos Pesquisado
Questão 1 Numero de alunos por sexo.
Cursos
TC
IA
II
TCV
TCJ
TOT
Masculino
5
-
5
2
3
15
Feminino
10
10
-
3
2
25
Total
15
10
5
5
5
40
Fonte – Própria
A tabela a seguir representa a composição percentual dos cursos e a participação de alunos
do sexo masculino e feminino no total.
Tabela 2 – Questão 1 – Participação Percentual
Questão 1 Participação no total
Cursos
TC
IA
II
TCV
TCJ
TOT
Masculino
33%
0%
33%
13%
20%
38%
Feminino
40%
40%
0%
12%
8%
63%
Total
38%
25%
13%
13%
13%
100%
Fonte – Própria
Da população pesquisada 40 alunos, 15 é do sexo masculino representando 38% do
total e 25 do sexo feminino representando 63% do total.
64
Na segunda questão tratamos da idade da população pesquisada dos estudantes
que variam de 14 a 40 anos, segue a distribuição entre os cursos.
Gráfico 1 Questão 2 TC
Questão 2 TC
Idade Quantidade
17
2
25
20
1
7%
21
1
22
1
30
24
2 13%
25
1
27
1
29
2
36
30
2
7%
34
1
36
1
Questão 2 TC
21
7%
22
7%
27
6%
24
13%
20
7%
29
13%
17
13%
34
7%
Fonte: Própria
Gráfico 2 Questão 2 IA
Questão 2 IA
Idade Quantidade
15
6
16
3
17
1
Fonte: Própria
17
10%
Questão 2 IA
16
30%
15
60%
65
Gráfico 3 Questão 2 II
Questão 2 II
Questão 2 II
Idade Quantidade
16
2
15
2
14
1
14
20%
16
40%
15
40%
Fonte: Própria
Gráfico 4 Questão 2 TVC
Questão 2 TCV
Idade Quantidade
16
2
20
1
25
1
31
1
Questão 2 TCV
31
20%
16
40%
25
20%
20
20%
Fonte: Própria
Gráfico 5 Questão 2 TCJ
Questão 2 TCJ
Idade Quantidade
15
1
21
1
31
1
33
1
40
1
Fonte: Própria
40
20%
33
20%
31
20%
Questão 2 TCJ
15
20%
21
20%
66
Gráfico 6 Questão 2 TOTAL
Questão 2 TOTAL
Idade
14
15
16
17
20
21
22
24
25
27
29
30
31
33
34
36
40
Questão 2 Total
Quantidade
Fonte: Própria
1
9
7
3
31
5%
30
2
5%
2 29
1 5%
27
2
3%
2
1
25
2
5%
24
2
5% 22
3%
2
1
1
1
1
33 34 36
3% 3% 3%
40 14
3% 3%
15
23%
20
5%
21
5%
17
8%
16
18%
67
A renda familiar é distribuída conforme a tabela 3, em números de salários mínimos.
Tabela 3 – Questão 3
NÚM ERO
SALARIOS MÍNIMOS TC IA
0,5
1,0
410 A 820
1,0
2,0
820 A 1.640
2,0
3,0
1.640 A 2.460
3,0
5,0
2.460 A 4.100
5,0
10,0
4.100 A 8.200
10,0
8.200 OU MAIS
TOTAL 3
1
4
3
7
0
0
15
0
2
3
3
2
0
10
II TVC TCJ TOT
0
0
0
3
2
0
5
1
0
1
1
1
1
5
Fonte: Própria
Gráfico 7 Questão 3 TOTAL
Questão 3 Total
8.200 OU MAIS
5%
4.100 A 8.200
15%
410 A
820
5%
820 A 1.640
15%
1.640 A 2.460
22%
2.460 A 4.100
38%
Fonte: Própria
0
0
2
1
1
1
5
2
6
9
15
6
2
40
68
Freqüência e Porcentagem de Alunos Classificados de Acordo com a Renda Familiar
Portanto, a família da maioria dos entrevistados tem renda acima de 3 a 5 salários
mínimos. A faixa salarial que ocupa a segunda posição com maior número de alunos é a de
famílias que recebem entre 2 e 3 salários mínimos, mas temos 5% das famílias que recebe
10 salários mínimos ou mais. Com relação ao recebimento de mesada e da realização de
atividade remunerada, 15% dos alunos entrevistados recebem mesada com valor médio de
R$ 228,50, demonstrado no gráfico 7. Constatamos também que 33% recebem salario ou
bolsa de estágio com valor médio de R$ 1.076,00, demonstrado no gráfico 8. Estes dados
mostram que parte dos alunos entrevistados já lida com decisões financeiras atreladas a
uma quantia recebida mensalmente. Mesmo os estudantes que não recebem mesada e não
exercem
atividade
remunerada
também
tomam
decisões
financeiras
gerenciamento de gastos, juros, poupança, investimento e consumo.
Gráfico 8 Questão 4
40
35
30
25
NÃO
20
SIM
15
10
5
0
TC
Fonte – Própria
IA
II
TCV
TCJ
TOTAL
ligadas
a
69
4.2. Relevância do Ensino da Educação Financeira Pessoal
Gráfico 9 Questão 6
100%
90%
80%
70%
sem importância
60%
pouco importante
50%
importante
40%
muito importante
30%
20%
10%
0%
TC
IA
II
TCV
TCJ
TOTAL
Fonte – Própria
Identificar percepções a respeito da importância de cada assunto dentro da
educação financeira pessoal é de fundamental importância para os objetivos da
pesquisa, que visa enumerar os assuntos por ordem de prioridade. Esta
classificação é importante também para entender melhor as demandas por
conteúdos ligados à área de pesquisa, onde em média 73% consideram o ensino
“muito importante”, e 25% “importante”, desta forma destacamos o grande
interesse dos alunos com relação ao tema como demonstra o gráfico 9.
Tabela 4 – Questão 7
TC
Gerenciamento de gastos
Poupança
Poupança
Gerenciamento de gastos
Consumo planejado
Aposentadoria
Fonte – Própria
TOTAL 7.8
TOTAL 7.3
TOTAL 7.3
TOTAL 7.8
TOTAL 7.5
TOTAL 7.9
1
2
3
4
5
5
IA II TVC
7
2
2
1
4
4
2
1
2
2
1
1
1
2
0
2
1
0
TCJ
1
1
2
2
0
0
TOT
0 11
1 7
3 9
2 9
1 7
2 7
70
Gráfico 10 Questão 7.
12
1
10
8
3
2
4
5
5
6
4
2
0
Fonte – Própria
Esta classificação é importante também para entender melhor as demandas
por conteúdos ligados à área de pesquisa, pois a educação financeira pessoal é
vista como fundamental para o bem estar da sociedade. A tabela 2 ilustra os
conteúdos de educação financeira pessoal para os quais os alunos da terceira
série do Ensino Médio público e privado afirmam ter maior interesse em obter
mais informações. Os assuntos estão enumerados em ordem de prioridade para
facilitar a análise. Tabela 4 - Assuntos de Educação Financeira Pessoal em
Ordem de Importância na Percepção de Alunos, onde verificamos que o assunto
com a maior nota foi Gerenciamento de gastos com 11 alunos avaliando como 1
maior interesse e também com 9 alunos oferecendo peso 4, e também bem
avaliado temos o tema poupança com 7 alunos oferecendo peso 2 e 9 alunos
com peso 3, sendo assim estes seriam os temas mais pontuados pelos alunos
como demonstra o gráfico 10.
4.3. Domínio de Conteúdos de Educação Financeira Pessoal
Tabela 5 – Questão 8
71
TC
Não possuo nenhuma informação 11 7%
Uso do cartão de crédito
1 4%
Poupança
3 5%
Juros
7 2%
Gerenciamento de gastos
8 0%
Consumo planejado
5 1%
Financiamentos
4 2%
Empréstimos pessoais
2 3%
Aposentadoria
9 0%
Bolsa de Valores
6 1%
Outros assuntos
10 0%
IA
6%
4%
3%
3%
3%
1%
2%
1%
2%
1%
0%
II
2%
2%
2%
1%
1%
1%
3%
1%
1%
0%
0%
TCV
1%
4%
0%
1%
2%
1%
1%
2%
1%
0%
0%
TCJ
1%
2%
4%
5%
5%
5%
0%
0%
0%
0%
0%
TOT
17%
16%
14%
12%
11%
9%
8%
7%
4%
2%
0%
Fonte – Própria
Gráfico 11 Questão 8
18%
16%
14%
12%
10%
8%
6%
4%
2%
0%
TC
IA
II
TCV
TCJ
TOT
Fonte – Própria
Em relação ao domínio de conteúdos de educação financeira pessoal, foram
coletados dados que ilustrassem ao pesquisador a segurança que os alunos tem ao
tomar decisões sobre estes conteúdos, sendo estas suficientes ou não. A tabela 5
indica o número de conteúdos que os alunos consideram já possuir informações
suficientes para tomar decisões.
72
O Gráfico 11 percentagem do Número de Conteúdos Mencionados como
Dominados pelos Estudantes A maioria dos alunos (83%) afirma já possuir
informação suficiente para tomar decisões a respeito de pelo menos um assunto,
enquanto que 17% dos estudantes afirmam não possuir nenhuma informação.
Apesar de o tema não ser trabalhado em sala de aula, pode-se dizer que os alunos
tem domínio de alguns assuntos de educação financeira pessoal. No entanto,
percebe-se que estas informações são limitadas, restringindo-se a poucos
conteúdos. Os assuntos de educação financeira pessoal tidos como dominados
pelos alunos foram colocados em uma figura para melhor visualização, estando
estes em ordem crescente em se tratando do número de alunos que afirmam ter
domínio da informação para tomar decisões sobre o tema, conforme tabela 5.
Menos de 2% dos alunos concordam em ter informações suficientes para
tomar decisões sobre bolsa de valores, sendo este assunto tido como o que os
estudantes menos tem conhecimento. Em seguida, o assunto aposentadoria está
presente com 4% de domínio pelos estudantes. É interessante observar que cerca
de 30% dos estudantes afirmam possuir informações sobre poupança ou sobre uso
do cartão de crédito. Estes dados mostram que de certa forma estes assuntos estão
mais presentes na vida dos alunos, possibilitando a estes dominar o assunto e poder
tomar decisões a respeito. Por estes dados, pode-se dizer que o conhecimento
adquirido pelos estudantes que afirmaram ter domínio dos conteúdos da tabela 5 e
gráfico 11, foi obtido independentemente de alguma ação por parte da escola, visto
que a maioria dos estudantes (23) conforme tabela 6 e gráfico 12 afirmou não ter tido
nenhuma aula sobre conteúdos de educação financeira pessoal, no entanto, a tabela
7 e gráfico 13 indicam que a grande maioria dos estudantes (38) afirmam que
educação financeira deveria ser ensinada na escola.
Tabela 6 – Questão 9
SIM
NÃO
TC IA II TCV TCJ TOT
7 3 1
3 3 17
8 7 4
2 2 23
15 10 5
5 5 40
Fonte – Própria
73
Gráfico 12 Questão 9
100%
80%
60%
NÃO
40%
SIM
20%
0%
TC
IA
II
TCV
TCJ
TOT
Fonte – Própria
Tabela 7 – Questão 10
TC IA II TCV TCJ TOT
14 3 5
5 5 38
1 7 0
0 0
1
15 10 5
5 5 39
S
N
Fonte – Própria
Gráfico 13 Questão 10
100%
80%
60%
NÃO
40%
SIM
20%
0%
TC
IA
II
TCV
TCJ
TOT
Fonte – Própria
4.4. Comportamentos que Indicam Gestão Adequada dos Recursos
Financeiros Pessoais
A fim de avaliar como os estudantes se uma série de comportamentos que
possibilitariam concluir se a gestão de recursos financeiros está sendo feita de
maneira adequada por estes estudantes. Estes dados retratam decisões de
gerenciamento de gastos, consumo, investimento e juros que são tomadas pelos
74
estudantes, assim como estratégias financeiras utilizadas para melhor atender às
suas necessidades. Alguns pontos merecem mais cuidado na análise dos dados
principalmente os comportamentos que indicam gestão adequada dos recursos
financeiros pessoais, conforme indica a tabela 8.
Tabela 8 – Questão 12 - Porcentagem de Estudantes que Afirmam ter
Comportamentos que Indicam Gestão adequada dos Recursos Financeiros
Pessoais
Porcentagem de Estudantes que Afirmam ter Comportamentos que Indicam
Gestão Adequada dos Recursos Financeiros Pessoais
Comportamentos que Indicam Gestão
Nunca
Quase
Adequada dos Recursos Financeiros
Pessoais
Nunca
a) Preocupa-se em gerenciar melhor o seu
dinheiro
b) Identifica a existência de juros ao
comprar um produto à crédito (ex.: juros
embutidos)
c) Anota e controla os seus gastos pessoais
Quase
Sempre
Sempre
0%
14%
43%
43%
18%
24%
26%
32%
despesas, caderno de anotações, etc.)
d) Está satisfeito com o sistema de controle
de suas finanças
e) Estabelece metas financeiras que
influenciam na administração do seu
dinheiro (ex.: Poupar uma quantia no ano)
f) Poupa visando a compra de um produto
29%
32%
16%
24%
16%
32%
37%
16%
13%
32%
26%
29%
mais caro
g) Poupa mensalmente sem ter
necessariamente a intenção de consumir
algo com o dinheiro poupado
h) Pensa em investir o seu dinheiro ao
fazer compras
i) Compara preços ao fazer compras
10%
23%
41%
26%
16%
42%
39%
18%
8%
5%
11%
8%
39%
24%
42%
63%
mensais (ex.: planilha de receitas e
Fonte – Própria
Primeiramente pode-se ressaltar a preocupação de grande parte dos
estudantes em gerenciar melhor o seu dinheiro. Este dado mostra a abertura dada
pelos alunos para assuntos que podem auxiliá-los na administração de seus
75
recursos financeiros. Outro comportamento bastante positivo tido como sempre
exercido pelos estudantes é o de comparar preços ao fazer compras. Este
comportamento é fundamental para o gerenciamento de gastos, o aumento da
disponibilidade de recursos para outro fim e para a valorização do dinheiro que o
aluno detém. Mesmo assim, um dos comportamentos avaliados não está
colaborando para a gestão financeira pessoal dos estudantes, que é o controle de
gastos pessoais mensais. A maioria dos estudantes (32%) concorda que quase
nunca anotam e controlam seus gastos mensais. Este comportamento favorece o
descontrole financeiro, uma vez que não se tem ideia do destino dos recursos
disponíveis, havendo também dificuldade em se estimar os gastos por certo período
de tempo e fazer previsões quanto ao acúmulo ou gasto de capital. O maior controle
dos gastos poderia favorecer o jovem no momento de planejar seu fluxo de caixa de
acordo com as suas necessidades, evitando gastos em exagero e desnecessários.
4.5. Comportamentos que Indicam Gestão Inadequada dos
Recursos Financeiros Pessoais
Com relação aos comportamentos que indicam uma gestão inadequada dos
recursos financeiros, pode-se dizer, de modo geral, que são evitados pela maioria
dos estudantes, conforme mostra a tabela 9.
Tabela 9 – Questão 12 - Porcentagem de Estudantes que Afirmam ter
Comportamentos que Indicam Gestão Inadequada dos Recursos Financeiros
Pessoais
Porcentagem de Estudantes que Afirmam ter Comportamentos que Indicam
Gestão Inadequada dos Recursos Financeiros Pessoais
Comportamentos que Indicam Gestão
Nunca
Quase
Quase
Sempre
Inadequada dos Recursos Financeiros
Pessoais
Nunca Sempre
j) Compra por impulso
k) Paga suas contas em atraso
l) Seus gastos mensais ultrapassam o valor
recebido mensalmente
m) Não tem limite de gastos mensais,
compra tudo o que quer e quando quer
n) Prefere comprar um produto financiado
a juntar dinheiro para comprá-lo a vista
19%
58%
43%
29%
24%
13%
14%
0%
39%
32%
24%
5%
63%
18%
13%
5%
32%
32%
32%
5%
76
Fonte – Própria
Acima de 58% dos alunos afirmam nunca pagar suas contas em atraso, nunca
deixar que seus gastos mensais ultrapassem o valor recebido mensalmente, ter
limites de gastos mensais ou demonstra preferência pela compra de um produto à
vista do que financiado. Um dado que chama atenção é que apenas 43% dos
estudantes concordam em quase nunca comprar por impulso, enquanto que 24%
afirmam quase sempre comprar por impulso. Este dado mostra o cuidado e a
necessidade que deve-se ter em conscientizar a população com relação ao
consumo. Existe uma ideia de consumo divulgada pelas propagandas veiculadas em
jornais e rádios que vão contra o consumo responsável, o planejamento financeiro e
o atendimento às necessidades básicas e afetam diretamente seu consumidor-alvo,
muitas vezes jovens esta despreparados para tomar tais decisões de forma segura e
consciente.
4.6. Comportamentos que Indicam Estratégias de Longo Prazo para
as Finanças Pessoais
Os comportamentos que indicam estratégias de longo prazo para as finanças
pessoais estão apresentados na tabela 10.
Tabela 10 – Questão 12 - Porcentagem de Estudantes que Afirmam ter
Comportamentos que Indicam Gestão Inadequada dos Recursos Financeiros
Pessoais
Porcentagem de Estudantes que Afirmam ter Comportamentos que Indicam
Gestão Inadequada dos Recursos Financeiros Pessoais
Comportamentos que IndicamEstratégias
Nunca
Quase
de Longo Prazo para as Financeiros
Pessoais
Nunca
o) Pensa em ser independente
financeiramente dos seus responsáveis o
mais rápido possível
p) Considera importante ter uma vida
financeira saudável
Fonte – Própria
Quase
Sempre
Sempre
0%
3%
8%
89%
0%
0%
3%
97%
77
Quase 90% dos alunos dividem o pensamento de ser independente
financeiramente dos seus responsáveis o mais rápido possível. Esta estratégia pode
ser vista como dependente da geração de receita e conseqüentemente da
necessidade de tomada de decisões financeiras mais freqüentes, criando a
necessidade de obtenção de informações que auxiliem estes estudantes a gerir suas
finanças de forma saudável. Milhares de estudantes saem da educação básica sem
noções mínimas de contabilidade para gerir seus recursos financeiros, ou sem
informações que o permitam avaliar melhor entre duas alternativas de financiamento
ou sem capacidade para decidir a contratação ou não de um novo plano de cartão
de crédito ou sem saber muitas vezes o destino dos seus investimentos, que sem
informação, tendem a se desfazer em pouco tempo. São estes mesmos estudantes
que tem esta preocupação em ser independentes, mas não são instruídos sobre o
que é preciso saber para ser independente e ter uma vida financeira saudável que
tomam decisões diariamente e afetam seu bem estar por anos devido a uma decisão
errada.
Pode-se pensar que com a formação de novas gerações em relação a
finanças pessoais, no futuro estes serão os maiores disseminadores do
conhecimento, sendo grande aliado de qualquer política ou ação que fomente a
discussão do tema para se gerar uma mudança de forma efetiva. Outro dado
interessante diz respeito ao conflito entre os objetivos dos estudantes e as
informações disponibilizadas pelo ensino básico. Da amostra, 97% dos estudantes
consideram importante ter uma vida financeiramente saudável, o que pressupõe a
necessidade de se instruir financeiramente estes indivíduos.
4.7. Percepção Individual de Alunos sobre Educação Financeira
Pessoal
Em relação a percepção Individual de Alunos sobre educação financeira pessoal, as
entrevistas realizadas possibilitaram a coleta de informações que ressaltam ainda mais a
importância do conteúdo ser ministrado ainda na formação básica do cidadão.
Quando perguntado o que considera relevante o ensino da educação financeira pessoal
para a formação do cidadão brasileiro, todos concordaram e deram as seguintes respostas:
Sujeito 1 “ Sim, é muito importante pois esta ligado ao nosso dia a dia”.
78
Sujeito 2 “Sim, pois é uma forma de ajudar seu desenvolvimento na sua vida, será base
profissional”.
Sujeito 3 “Sim, porque o ensino vai acabar auxiliando na hora de resolver problemas
pessoais que envolve a parte financeira. O ensino é fundamental para resolução de
problemas e conhecimento das pessoas”.
Sujeito 4 “ Sim, pois essa dará a base para o desenvolvimento financeiro pessoal”.
Quando indagados em relação a opinião, de quem deveria ser o responsável por promover e
atuar diretamente na educação financeira da população, foi obtida as seguintes opiniões:
Sujeito 1 “Na escola com professores especialistas sobre o assunto”
Sujeito 2 “Uma pessoa que responsável, que entende sobre o assunto, por exemplo, um
professor especializado na área”.
Sujeito 3 “O profissional que tenha habilidade e o conhecimento do assunto”.
Sujeito 4 “Um especialista da área financeira, na escola”.
Quando indagados sobre a percepção sobre alguma ação de educação financeira hoje na
sociedade. Afirmam o seguinte:
Sujeito 1 “Através da TV em jornais que Mostra bastante como lidar com a educação
financeira, livros etc”.
Sujeito 2 “ Sim, alguns ambientes como escolas, cursos, livros, internet entre outros, falam
sobre educação financeira”.
Sujeito 3 “Sim, existe profissionais que ensina a educação Financeira, por meio de livros,
vídeos, reportagens, jornais, etc”.
Sujeito 4 “ Sim, em alguns cursos técnicos, na internet, na televisão, livros, entre outros”.
Quando afirmamos que a escola poderia fomentar a difusão de informações de educação
financeira pessoal para a formação de adultos mais preparados para tomar decisões
financeiras. Concordam e complementam:
Sujeito 1 “Sim, pois facilita que a criança desde pequena inicie a compreender as questões
financeiras para quando chegar na fase adulta”.
Sujeito 2 “Sim, poderia falar sobre educação financeira desde pequenos para que tenha um
desenvolvimento bom relacionado a esta educação, pois isso, ajudará bastante
futuramente”.
Sujeito 3 “Sim, poderia para que quando ela estivesse em uma fase adulta esteja preparada
para resolver problemas financeiros, e não ficar parado por não saber como resolver”.
79
Sujeito 4 “ Sim, pois nos ajudará dando base, informações que nos ajudarão no futuro”.
Quando é sugerido que o Ensino Médio seria o momento adequado para o ensino de
educação financeira pessoal, tomam o seguinte posicionamento:
Sujeito 1 “Na minha opinião o momento adequado para ter a educação financeira pessoal
seria desde o ensino fundamental”.
Sujeito 2 “Não, por mim o correto seria ter este ensinamento desde pequeno, pois eu acho
que todos tem capacidade de aprender algo”.
Sujeito 3 “Sim poderia, mas o correto seria desde o ensino fundamental e quando chegasse
no ensino médio aprofundasse por estar com maior maturidade”.
Sujeito 4 “Não, pois em minha opinião desde o ensino fundamental, é necessário o ensino
de educação financeira”.
É observado que todos os entrevistados pensam que a necessidade do ensino de
finanças pessoais é uma necessidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capitulo analisamos estudantes que em sua maioria são estudantes de
17 anos de idade, pertencentes escola pública, em sua maioria mulheres. Cerca de
40% destes estudantes são pertencentes a uma família com renda mensal bruta que
3 e 5 salários mínimos e em torno de 5% tem sua renda mensal acima de 10 salários
mínimos. Aproximadamente 15% dos estudantes recebem mesada cujo valor médio
é de R$ 228,50 enquanto mais de 33% deles possui fonte de renda independente da
de seus responsáveis, seu valor médio é de R$ 1.076,50. Dos respondentes dos
questionários, 98% consideram o ensino da educação financeira pessoal “muito
importante” ou “importante”, enquanto nenhum aluno considerou “sem importância”.
O tema ganha tamanha relevância após a coleta destes dados, pois demonstram
que na percepção dos estudantes de Ensino Médio o tema merece atenção. Mesmo
assim, quase 58% dos alunos afirmam nunca ter tido uma aula que envolvesse
qualquer um dos temas de educação financeira pessoal e mais de 97% considera
ser a escola o local adequado para que possam adquirir tais conhecimentos.
Somam-se a estes dados os comentários coletados de alunos entrevistados, que
concordam sobre a importância da educação financeira pessoal para a formação do
cidadão brasileiro e sobre o papel fundamental que a escola pode exercer ao ser um
80
difusor destas informações, formando pessoas cada vez mais preparadas para
administrar seus recursos financeiros de forma saudável e garantir o bem estar da
sociedade como participante deste processo. Mesmo assim, os dados permitem
dizer que alguns comportamentos vistos como adequados são utilizados pela maioria
dos alunos, como é o caso da intenção de gerenciar melhor o dinheiro, o que
demonstra curiosidade sobre o tema e de se comparar os preços antes de comprar.
Estes dois comportamentos são vistos de forma positiva para a pesquisa. Porém, no
que cabe ao gerenciamento de gastos, percebe-se uma carência com relação a
necessidade e importância de se anotar e controlar gastos pessoais mensais. Em se
tratando de comportamentos vistos como inadequados, a maioria dos estudantes diz
nunca ou quase nunca realizá-los, o que também é positivo. Os estudantes, também
em sua maioria, pensam em ser independente financeiramente dos seus
responsáveis o mais rápido possível, o que demonstra urgência no ensino da
educação financeira pessoal suficiente para que sejam capazes de administrar suas
finanças. Por fim, com relação a comportamentos, 97% dos estudantes assinalaram
que consideram importante ter uma vida financeiramente saudável.
CONCLUSÃO
Nesta pesquisa objetivou-se investigar e comparar percepções sobre a
relevância da educação financeira pessoal na ETEC de Vila Formosa. O trabalho foi
motivado pelas complexas mudanças acontecidas no sistema econômico-social
mundial vigente que alterou de forma significante a forma como o dinheiro é
administrado. Países desenvolvidos parecem já ter despertado para o tema e tomam
medidas para que a formação de seus cidadãos esteja de acordo com novas
necessidades. No Brasil, por mais que se perceba esta carência, pouca ou nenhuma
ação ocorre de forma efetiva, não havendo participação principalmente do Estado
em promover políticas públicas que pudessem alterar a forma de se perceber o tema
e a diminuição das desigualdades sociais por meio da educação financeira social,
tratada aqui como fundamental para o bem estar da sociedade. Os dados coletados
são de pessoas com um perfil específico para a pesquisa. São todos estudantes da
ETEC de Vila Formosa, ideais por já terem cursado quase a totalidade da formação
básica do sistema educacional brasileiro.
81
Por fim, o presente estudo baseado na pesquisa respondeu conforme os
dados apontados que realmente os alunos sentem a necessidade do estudo de
finanças pessoais pois existe uma relação entre gestão das finanças pessoais e vida
financeira saudável.
SUGESTÕES DE NOVAS PESQUISAS
Seria interessante e necessária uma pesquisa mais profunda voltada para a
área educacional, onde o resultado desta seria uma solução de inserção da educação
financeira pessoal durante a formação básica do cidadão. Pode-se trabalhar desde
as séries iniciais, onde a educação financeira poderia ser ensinada por meio do
exemplo e da criação de contextos para que o aluno adquira comportamentos
importantes para a gestão de sua vida financeira, até o Ensino Médio, momento em
que poderiam ser passadas informações que visariam auxiliar o estudante na
manutenção e melhoria dos comportamentos adquiridos. Os conteúdos podem ser
tratados de forma transversal, ou seja, envolvendo toda a atmosfera escolar. Parte
deste estudo também se dedicaria à forma como se pretende que as crianças
percebam a educação financeira, sendo divulgada de forma desafiadora, necessária
e interessante, não sendo percebida como mais uma disciplina que o aluno será
obrigado a estudar para passar de ano sem que necessite absorver o conteúdo.
Sugere-se também que seja realizada uma pesquisa mais abrangente, que
colete informações sobre os impactos gerados pela educação financeira pessoal na
vida adulta do cidadão, comparando estilos de vida, preocupações e qualidade de
vida destes indivíduos com os indivíduos que não tiveram acesso a tais informações
para averiguar se existe diferença de comportamentos, hábitos e costumes, que no
decorrer dos anos tenham gerado alguma diferença muito expressiva por conta do
ensino de finanças pessoais. Evidentemente esta pesquisa só poderia ser realizada a
partir do momento em que se desse início o processo de mudança que vise à difusão
de tais informações.
Conclui-se que a educação financeira pessoal é um tema de bastante
relevância tanto para alunos do ensino técnico, quanto para professores e
coordenadores de colégios públicos e privados.
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VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
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VIEIRA, Valter A. Consumerismo: Uma revisão nas áreas de influencia do
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WOOD, Ellen Meiksins. A Origem do Capitalismo. São Paulo: Jorge Zahar,
2001.
APÊNDICE
NOME________________________________________________________
CURSO________________________________________________________
Pesquisa sobre Educação Financeira: a percepção dos alunos do Ensino
Médio sobre a relação entre gestão das finanças pessoais e vida financeira
saudável.
Obrigado pela sua participação nesta pesquisa que objetiva descobrir a percepção
dos alunos do Ensino Médio sobre a relação entre gestão das finanças pessoais e vida
financeira saudável. Trata-se de uma dissertação do Programa de Mestrado em Educação
da Universidade Cidade de São Paulo. O preenchimento das informações é opcional, mas
gostaria de sua colaboração para a pesquisa. Todos os dados coletados serão utilizados
única e exclusivamente para a pesquisa em questão.
1) Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino
2) Idade ________ anos
3) Qual melhor alternativa descreve a renda mensal de sua família:
( ) R$ 410 A R$ 820 ( ) R$ 820 A R$ 1.640 ( ) R$ 1.640 A R$ 2.460
( ) R$ 2.460 A R$ 4.100 ( ) R$ 4.100 A R$ 8.200 ( ) R$ 8.200 OU MAIS
4) Você recebe mesada?
( ) Sim. Valor: R$ ____________ ( ) Não
5) Possui alguma fonte de renda independente da de seus responsáveis?
(Ex. Trabalho, estágio)
( ) Sim. Valor: R$ ____________ ( ) Não
Entende-se
Educação
Financeira
Pessoal
como
o
conjunto
de
conhecimentos que auxilia a pessoa a gerenciar melhor sua disponibilidade
financeira. São informações que educam você a administrar corretamente o seu
dinheiro, a gastar e utilizar créditos disponíveis, poupar e investir, de modo que você
tenha uma vida financeiramente saudável.
6) Em sua opinião, obter informações voltadas à educação financeira
pessoal é:
(
) muito importante (
) importante (
) pouco importante (
) sem
importância
7) Dos itens abaixo, escolha 5 que você tem interesse em obter mais
informações e enumere-os de 1 a 5, sendo 1 o item que você tem mais interesse e 5
o item que você tem menos interesse:
( ) Uso do cartão de crédito ( ) Empréstimos pessoais ( ) Poupança
( ) Financiamentos ( ) Consumo planejado ( ) Bolsa de Valores
( ) Juros ( ) Gerenciamento de gastos ( ) Aposentadoria
( ) Outros assuntos. Qual (is)? _______________________ ( ) Não tenho
nenhum interesse
8) Dos itens abaixo, marque com um “x” o(s) que voce considera já
possuir informações suficientes para tomar decisões a respeito do assunto:
( ) Uso do cartão de crédito ( ) Empréstimos pessoais ( ) Poupança
( ) Financiamentos ( ) Consumo planejado ( ) Bolsa de Valores
( ) Juros ( ) Gerenciamento de gastos ( ) Aposentadoria
(
) Outros assuntos. Qual (is)? _______________________ (
) Não
possuo nenhuma informação.
9) Você já teve alguma aula cujo conteúdo ministrado estava relacionado
à educação financeira pessoal?
( ) Sim ( ) Não
10) Em sua opinião, a educação financeira pessoal deveria ser ensinada
na escola?
( ) Sim ( ) Não.
11) Voce aceita participar de uma entrevista sobre o tema ?
( ) Sim ( ) Não.
12 ) Conforme o seu comportamento e seu modo de pensar. VOCÊ:
Quase Quase
Nunca
Sempre
nunca sempre
a) Preocupa-se em gerenciar melhor o
seu dinheiro
b) Identifica a existência de juros ao
comprar um produto à crédito (ex.: juros
embutidos)
c) Anota e controla os seus gastos
pessoais mensais (ex.: planilha de
receitas e despesas, caderno de
anotações, etc.)
d) Está satisfeito com o sistema de
controle de suas finanças
e) Estabelece metas financeiras que
influenciam na administração do seu
dinheiro (ex.: Poupar uma quantia no ano)
f) Poupa visando a compra de um produto
mais caro
g) Poupa mensalmente
sem ter
necessariamente a intenção de consumir
algo com o dinheiro poupado
h) Pensa em investir o seu dinheiro
i) Compara preços ao fazer compras
j) Compra por impulso
k) Paga suas contas em atraso
l) Seus gastos mensais ultrapassam o
valor recebido mensalmente
m) Não tem limite de gastos mensais,
compra tudo o que quer e quando quer
n) Prefere comprar um produto financiado
a juntar dinheiro para comprá-lo a vista
o) Pensa
em
ser independente
financeiramente dos seus responsáveis o
mais rápido possível
p) Considera importante ter uma vida
financeira saudável
ROTEIRO DE ENTREVISTA
NOME______________________________________________________
CURSO_____________________________________________________
Entende-se
Educação
Financeira
Pessoal
como
o
conjunto
de
conhecimentos que auxilia a pessoa a gerenciar melhor sua disponibilidade
financeira. São informações que educam você a administrar corretamente o seu
dinheiro, a gastar e utilizar créditos disponíveis, poupar e investir, de modo que você
tenha uma vida financeiramente saudável.
1. Você considera relevante o ensino da educação financeira pessoal para a formação
do cidadão brasileiro? Comente.
2. Em sua opinião, quem deveria ser o responsável por promover e atuar diretamente
na educação financeira da população?
3. Você percebe alguma ação de educação financeira hoje na sociedade?
4. Você acha que a escola poderia fomentar a difusão de informações de educação
financeira pessoal para a formação de adultos mais preparados para tomar decisões
financeiras?
5. O Ensino Médio seria o momento adequado para o ensino de educação financeira
pessoal?
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São Paulo 2015