10-12 INFORMAÇÃO INF 2006 Boletim Informativo da Inspecção-Geral da Educação ■ Editorial Entre oportunidades e riscos, a confiança Para pensarmos e planearmos o futuro próximo importa ter em conta as oportunidades e os riscos. Neste momento, realço as seguintes oportunidades: • o acolhimento na IGE da avaliação externa das escolas, na sequência do projecto-piloto decorrido em 2006, e a prevista celebração dos contratos de desenvolvimento e de autonomia das escolas, em articulação com essa avaliação, constituem uma oportunidade para centrar a actividade da IGE nas escolas; • a perspectiva aberta pelo novo Estatuto da Carreira Docente, de redução da actividade disciplinar, afigura-se como uma oportunidade para equilibrar a actividade da IGE, face à globalidade das suas atribuições. Por outro lado, a participação da IGE, em diversos planos, na avaliação de docentes estabelece um desafio cuja resposta terá que ser preparada no decurso de 2007; • a entrada em vigor de uma nova lei orgânica será uma oportunidade para reorganizar os serviços e para os adaptar à missão da IGE, tal como está hoje definida; há sempre muito a melhorar na qualificação do trabalho, na concepção, concretização e avaliação das actividades, na formação assente no trabalho colectivo de reflexão, no uso das tecnologias adequadas. Mas não podemos ignorar alguns riscos, designadamente: • a diversidade de actividades, que poderá ser demasiada para se conseguir um bom desempenho em todas elas, o que exige um esforço de selectividade, já em 2007, e pode obrigar a opções mais profundas a médio prazo; • a progressiva diminuição do número de inspectores, desde 2002, dificulta a realização das actividades programadas; assim, para cumprir as atribuições e assegurar a renovação da instituição, importa encontrar respostas para áreas geográficas e para perfis técnicos especialmente carenciados. De forma especial, teremos que cuidar da apresentação dos resultados do nosso trabalho, como forma de, também nós, prestarmos contas, de promovermos a consequência da nossa acção, de informarmos os decisores, a todos os níveis, e de aproveitarmos a informação recolhida para melhorar o conhecimento sobre a Educação em Portugal. Não podemos descurar a responsabilidade de municiar o debate público com informação actualizada sobre a realidade das escolas e dos seus contextos, dos seus pontos fortes e fracos, contribuindo para a qualidade desse debate e para a participação dos cidadãos nas tarefas da Educação. Papel reciclado É com muita confiança que, no início desta comissão de serviço, saúdo todos os que trabalham na IGE, pois tenho presentes a riqueza da sua história e a qualidade dos seus recursos humanos. Manifesto ainda a disponibilidade para trabalharmos em colaboração com outras instituições para a melhoria da Educação em Portugal, na abertura a horizontes mais largos de dimensão internacional. José Maria Azevedo Inspector-Geral Leia nesta edição Actividades inspectivas IGE assegura em 2007 a presidência do Conselho Superior das Escolas Europeias De que modo o Ofsted assegura a melhoria do desempenho das escolas? Ofsted promove clima de escola positivo Temas educativos GIASE publica dados sobre recenseamento escolar 2006-2007 Balanço Social ■ IGE assegura em 2007 presidência do Conselho Superior das Escolas Europeias IGE Informação ACTIVIDADES INSPECTIVAS A IGE irá organizar, entre 16 e 18 Abril de 2007, a reunião anual do Conselho Superior das Escolas Europeias que terá lugar em Lisboa. Portugal assume, assim, em 2007, a presidência das Escolas Europeias, que é assegurada rotativamente pelo período de um ano, por cada um dos estados-membros da União Europeia. “sãoAs Escolas Europeias um sistema de ensino oficial de administração intergovernamental, cuja gestão é assegurada através do respectivo Conselho Superior Na reunião estarão presentes os representantes dos ministros da Educação dos 25 estados-membros da União Europeia, uma vez que as Escolas Europeias são um sistema de ensino oficial de administração intergovernamental, cuja gestão é assegurada através do respectivo Conselho Superior. A reunião irá abordar a gestão pedagógico-administrativa deste sistema de ensino, sendo a agenda – que ainda não se encontra definida – organizada pela presidência, em consonância com o secretariado-geral. A reunião conta ainda com dois representantes da Comissão Europeia que também irão integrar os debates, os quais têm, por direito próprio, assento no Conselho Superior. 2 Sublinhe-se ainda que, para além dos estados-membros, a Comissão Europeia é um dos maiores financiadores das Escolas Europeias. A presidência do Conselho Superior das Escolas Europeias em 2007 será assegurada pela anterior Inspectora-Geral da Educação, Conceição Castro Ramos, sendo a equipa de trabalho constituída pelos inspectores Carlos Silva, do Conselho de Inspecção e Comité Pedagógico dos Ensinos Pré-Escolar e Primário, e Helena Coelho, do Conselho de Inspecção e Comité Pedagógico do Ensino Secundário, bem como pelo assessor do Gabinete de Gestão Financeira do Ministério da Educação, Ricardo Charters d’Azevedo, que integra o Comité Administrativo-Financeiro. Recorde-se que as escolas europeias foram criadas em 1957 com o objectivo de ministrarem uma educação em comum aos filhos do pessoal das Comunidades Europeias. HC e PB ■ De que modo o Ofsted assegura a melhoria do desempenho das escolas? é integrada numa das seguintes categorias: • Exigindo Medidas Especiais de Melhoria – quando não foram atingidos os padrões educativos mínimos e os seus responsáveis não demonstraram capacidade para assegurar a implementação das respectivas medidas de melhoria; • Exigindo Medidas de Melhoria – quando, embora não requerendo Medidas Especiais de Melhoria, o seu desempenho foi considerado insuficiente e necessitam, por isso, de Medidas de Melhoria; essas escolas recebem, então, uma Carta de Melhoria, referenciando os aspectos a melhorar. ■ O que acontece se uma escola for alvo de Medidas Especiais de Melhoria? A escola recebe regularmente visitas de monitorização. A primeira acontece quatro a seis meses depois de comunicadas as Medidas Especiais de Melhoria. Se a escola tiver implementado as medidas preconizadas, as Medidas Especiais de Melhoria serão retiradas. Se ainda permanecerem aspectos susceptíveis de melhoria que aconselhem a continuidade deste tipo de medidas, a escola será reinspeccionada dois anos depois. ■ O que acontece se a escola receber uma Carta de Melhoria? Nas escolas cujo desempenho for considerado insuficiente, os inspectores do Ofsted efectuam visitas, visando promover medidas para a sua melhoria. Fazem ainda visitas de monitorização às escolas que implementaram medidas de melhoria. ■ O que acontece se o desempenho de uma escola for considerado insuficiente, após uma intervenção inspectiva? Se, na sequência de uma intervenção inspectiva, o desempenho de uma escola for considerado insuficiente, a escola A escola recebe uma visita de monitorização seis a oito meses depois. Essa visita é feita por um inspector e tem normalmente uma duração de dois dias. No final da visita, a escola recebe um relatório verbal. As evidências recolhidas serão alvo de um documento que será publicado no site do Ofsted. A visita de monitorização não suspende a Carta de Melhoria. Os objectivos dessas visitas são avaliar os progressos da escola, bem como promover e apoiar a implementação das medidas de melhoria. A escola será reinspeccionada um ano depois, período considerado ■ O Ofsted apoia estas escolas? ■ O que acontece a uma escola se for alvo de Medidas Especiais de Melhoria? Após receberem as Medidas Especiais de Melhoria ou a Carta de Melhoria, os órgãos de gestão da escola e as autoridades locais responsáveis pela sua gestão frequentam um seminário de curta Os objectivos dessas visitas são avaliar os progressos da escola, promover e apoiar a implementação das medidas de melhoria. Estas escolas continuam a receber visitas regulares de monitorização, geralmente com uma duração de dois dias. As escolas sujeitas a este tipo de medidas são reinspeccionadas dois anos depois da sua implementação. ■ O que Fonte: Site do Ofsted (www.ofsted.gov.uk) duração, no qual são abordados os processos e os procedimentos susceptíveis de melhoria, são propostas estratégias de melhoria para alterar o desempenho educativo e são discutidos os desafios que se colocam à escola. Os seminários são geralmente organizados para grupos de escolas mas também possibilitam uma abordagem individualizada da situação de cada uma delas. ■ O que acontece durante uma visita de monitorização a uma escola sujeita a Medidas Especiais de Melhoria? A visita de monitorização dura normalmente dois dias. O inspector responsável é normalmente o mesmo da intervenção inspectiva inicial, podendo a equipa ter o mesmo número de elementos da intervenção inspectiva inicial ou ser mais reduzida. No final dos dois dias da visita, a escola recebe um relatório verbal. As evidências recolhidas serão alvo de um documento que será publicado no site do Ofsted. Se a visita considerar que a escola implementou as Medidas Especiais de Melhoria e atingiu um acontece às escolas com graves insuficiências de desempenho? Estas escolas também continuam a receber visitas regulares de monitorização, geralmente com uma duração de dois dias. As escolas sujeitas a este tipo de medidas são igualmente reinspeccionadas dois anos depois da sua implementação. Estas escolas podem, porém, solicitar uma reinspecção anterior. ■ Como é que o Ofsted monitoriza e apoia na melhoria de desempenho outros tipos de escolas? As escolas recém-criadas, as escolas particulares e as academias também recebem visitas de monitorização. A primeira visita tem lugar seis meses depois de a escola iniciar o seu funcionamento. As visitas continuarão até a escola receber a sua primeira intervenção inspectiva global. PB ■ Ofsted promove clima de escola positivo O OFSTED, Office for Standards in Education, publicou, no início de Novembro, um relatório intitulado Improving behavior, onde se dá conta dos resultados de uma intervenção que teve lugar num conjunto de escolas secundárias identificadas em intervenções anteriores, como tendo problemas graves de comportamento dos alunos. Depois de identificadas as escolas em que isso acontecia, foi definida uma intervenção específica no sentido de ajudar as escolas a ultrapassar esse problema. O relatório conclui que é possível alterar o clima de uma escola num período relativamente curto se forem tomadas as medidas adequadas, que se traduzem num conjunto de estratégias simples, mas que implicam o envolvimento de todos os agentes educativos. As escolas que conseguiram alterar o comportamento dos seus alunos não encararam as atitudes incorrectas como um problema que deve ser tratado isoladamente, mas como algo que exige um envolvimento global e que pode ser debelado através de uma melhoria no clima da sala de aula. Aulas mais estimulantes, que interessem e motivem os alunos, reduzem as ocorrências disruptivas na sala de aula e também na escola. Além disso, o acréscimo de interesse nas actividades lectivas, ao estimular alunos cujo comportamento inadequado se devia apenas à desmotivação face ao currículo ou à forma como era abordado, permitiu isolar casos mais graves de comportamento que de outra forma continuariam camuflados no meio de um conjunto mais vasto de comportamentos inadequados. Esse facto possibilitou uma intervenção mais directa no sentido de ajudar esses alunos, não só na escola, mas também intervindo a nível social e familiar, o que contou com o envolvimento de outras entidades. Os dados mais relevantes deste relatório focam como aspectos essenciais na mudança do clima de uma escola problemática: 3 Informação desempenho satisfatório, estas são revogadas. IGE suficiente para as medidas de melhoria serem implementadas e alcançarem resultados. Se, após a reinspecção, os resultados ainda forem considerados insuficientes, a escola será alvo de Medidas Especiais de Melhoria. Informação IGE • o facto de se encarar o comportamento como revelador de outras fragilidades que importa ultrapassar, designadamente na sala de aula; • a definição clara do que é um um comportamento aceitável e do que é um comportamento inaceitável; • o envolvimento de todos os agentes educativos na implementação de comportamentos adequados; • o prémio das atitudes correctas, bem como a penalização das incorrectas; • a identificação e o subsequente apoio aos jovens mais vulneráveis. Partindo destes resultados, os autores recomendam, como forma de melhorar o clima de escola: • que o comportamento seja encarado como algo que deve ser combatido através da melhoria da qualidade de ensino na sua globalidade; Balanço Social 2006-2007, tendo-se registado uma taxa de resposta de 100%. sobre recenseamento escolar 2006-2007 ©Inspecção-Geral da Educação Av. 24 de Julho, 136 1350 - 346 Lisboa Telef: 213 924 800 Fax: 213 924 960 Email: [email protected] URL: http://www.ige.min-edu.pt 4 Entre Setembro de Dezembro de 2006, aposentaram-se da IGE: • Fernando Manuel Ribeiro Gaiolas (inspector superior principal); • José Manuel Sousa Luz Afonso (subinspectorgeral); O Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo (GIASE) publica, numa edição de Setembro de 2006, O Recenseamento Escolar 2006/ 07. Dados Globais que exprime o cumprimento de uma atribuição nuclear do GIASE, como órgão delegado do Instituto Nacional de Estatística para a produção de estatísticas oficiais no domínio da educação e formação. São, assim, disponibilizados pelo GIASE, coincidindo com a abertura do ano lectivo, os principais indicadores que caracterizam o sistema educativo português. A informação estatística apurada reporta-se à educação pré-escolar e aos ensinos básico, secundário e profissional/qualificante, tendo sido obtida a partir de um conjunto de instrumentos de notação, dirigidos aos estabelecimentos de educação e de ensino públicos do Ministério da Educação, no ano lectivo de Pode consultar o documento original no CDI da IGE e/ou no site do Ofsetd em http: //www.ofsted.gov.uk/ (ref.ª HMI 2377). EP • que as regras conducentes à melhoria do comportamento sejam compreendidas e implementadas por todos os intervenientes; TEMAS EDUCATIVOS ■ GIASE publica dados • que a melhoria seja encarada como global, mas responsabilizando cada um e prestando uma atenção especial a situações de maior fragilidade. • Maria Elsa Alves R. Teixeira Mourão (inspectora superior principal); • Maria Gabriela Ribeiro Valente Barbosa (inspectora superior principal); • Maria Júlia Brites Evaristo Ferreira Neves (inspectora superior principal, coordenadora do NITP); • Maria Luísa Correia Morgado Alexandre (inspectora superior); O conteúdo estatístico da presente publicação pode ser consultado em ficheiros PDF ou Excel a partir da internet, através do endereço: www.giase.min-edu.pt. BM Foi nomeado Inspector-Geral da Educação o Mestre José Maria de Pinho Moreira de Azevedo, que substituiu a Professora Doutora Maria da Conceição Moniz Amaral de Castro Ramos. BM Coordenação: IGE - Gabinete de Planeamento, Documentação e Formação Colaboração: Beja Madeira (BM), Edite Prada (EP), Helena Coelho (HC) e Paulo Barata (PB) Impressão e Acabamento: Reprografia da Secretaria-Geral do Ministério da Educação Tiragem: 750 exemplares Depósito Legal: 74 840/94 ISSN: 0872-3192