INTERAÇÃO ESCOLA FAMÍLIA Subsídio para práticas escolares Jane Margareth Castro e Marilza Regattieri UNESCO • Estudo: alunos do ensino fundamental de escola pública. • Não é possível dizer quem é o aluno sem considerar suas circunstâncias sociais. • É direito das famílias ter acesso a informações que lhes permitam opinar e tomar decisões sobre a educação de seus filhos e exercer seus direitos e responsabilidades. • O levantamento realizado para este estudo revelou ser pequeno o número de iniciativas (projetos, programas ou políticas) em curso no Brasil desenhadas especificamente para estimular a relação escola-família. ALUNO IDEAL • Físicas – deve estar saudável e bem alimentada; • Linguísticas – precisa entender bem a língua usada pelos professores e pelos colegas; • Atitudinais – tem de respeitar os professores, cumprir acordos, assumir compromissos, saber se controlar. Historicamente, as práticas pedagógicas na instituição escolar baseiam-se com frequência na homogeneização do grupo de alunos: os que se encaixavam no padrão esperado seguiam em frente, enquanto os que não se encaixavam fracassavam até desistir. Muitos professores e diretores apostaram que, elegendo e reforçando os alunos bem-sucedidos, estariam incitando os demais a se esforçar para seguir o mesmo modelo. Neste movimento, desvalorizaram aqueles que não traziam em sua bagagem familiar os comportamentos e recursos necessários para enfrentar a vida escolar. A escola é um espaço de construção de identidade. A fórmula “somos todos iguais” começou a ser revista a partir do reconhecimento de que somos todos diferentes: a igualdade não deve ser tomada como um ponto de partida, mas sim como um horizonte a ser alcançado. Na empreitada pela equidade, a relação escola-família ressurge como um fator-chave. • EDUCAR AS FAMÍLIAS: na medida em que a escola defende seu lugar de protagonista e abre poucos canais de escuta sobre o que os pais têm a dizer, esse acolhimento fica num nível muito superficial. • ABRIR A ESCOLA PARA A PARTICIPAÇÃO FAMILIAR: estudos que focam especificamente a participação dos pais na escola revelam que as oportunidades e espaços destinados a esta participação costumam privilegiar um tipo de família, que geralmente já se encontra mais próxima da cultura escolar, em detrimento de outros. • FRAGILIDADE: maioria dos usuários do ensino público não tem a cultura de exigir educação de qualidade para seus filhos. • PESQUISAS COM PAIS: acesso à escola basta. DO NÃO ESCRITO A UMA POLÍTICA MUNICIPAL • Itaiçaba é uma pequena cidade do Ceará com apenas 2.500 alunos, distribuídos em sete escolas municipais e uma estadual. Dividem as mesmas salas de aula da rede pública os filhos de trabalhadores do campo e de fazendeiros, de comerciários e comerciantes, das domésticas e das professoras, dos dirigentes e dos funcionários municipais. Há dois anos, não só os filhos, mas também os pais e os parentes começaram a frequentar todos os dias a escola, dispostos a contribuir como pudessem para diminuir os altos índices de evasão, de repetência e absenteísmo verificados no município. • Iniciativas nas quais os familiares dos alunos se fazem presentes em vários espaços escolares: auxiliam no recreio, apoiam os professores em sala de aula, abrem suas casas para a realização de reforço escolar para seus filhos e vizinhos. SUGESTÕES • Em alguns lugares, os professores fazem visitas se deslocando até o domicílio dos alunos. Em outros, quem está encarregado da visita domiciliar é o agente da educação. Essas visitas precisam ser bem preparadas e são atividades formadoras muito importantes. No entanto, questiona-se até que ponto os professores, que já têm uma vida profissional tão atribulada, têm condições de assumir mais essa função e até que ponto ela deveria fazer parte de suas atribuições profissionais. • Há sugestões de formar os agentes do Programa Saúde da Família como parceiros da Educação para, por exemplo, verificar motivos de infrequência escolar. Além disso, fatores como a distância da casa dos alunos, risco de circulação em áreas inseguras, são reais e precisam ser levados em consideração ao se optar pela visita domiciliar. PASSO A PASSO DA PREPARAÇÃO DAS VISITAS NO PROJETO DE TABOÃO DA SERRA 1. 2. 3. 4. 5. Envio de correspondência ; Agendamento de visita; Realização da visita na data marcada; Elaboração do relatório; Leitura e discussão coletiva dos relatórios e troca de experiências; 6. Mensalmente a equipe de direção/coordenação da escola encaminha ficha de controle das visitas realizadas . MOBILIZAÇÃO DE FAMÍLIAS PELA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE <http://familiaeducadora.blogspot.com>