Sua Excelência, o Ministro da Indústria e Comércio, Senhor Dr. Armando Inroga, Caros representantes do Secretariado da Organização Mundial do Comércio, Prezados participantes, caros colegas, É um prazer para mim estar hoje aqui presente neste evento importante. Durante as últimas décadas o processo de produção a nível global tem mudado considerávelmente. Hoje em dia a situação é assim que mesmo aqueles produtos destinados à exportação requerem pela sua fabricação um certo número de artigos importados. Em consequência, os diferentes países tornam-se cada vez mais dependentes uns dos outros. Por isso, tornar mais eficiente a facilitação do comércio é sumamente importante. Isso afecta não só os preços de produtos e a competitividade de empresas, mas também a capacidade de um país em atrair negócios. Lembro-me ainda muito bem da papelada que tive que enfrentar ao importar a minha viatura o ano passado e posso confirmar que os procedimentos aduaneiros cá são na verdade muito complexos. A Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD) estima que uma operação aduaneira regular no mundo inclui - em média - vinte a trinta diferentes parceiros, quarenta documentos e duzentos dados. O custo de este processo é muitas vezes maior que os encargos aduaneiros. 1 Em Moçambique precisam-se actualmente 21 dias para exportar um contentor regular. A importação deste contentor dura mesmo 25 dias. Segundo uma estimativa cada dia adicional conduz a uma diminuição dos negócios em aproximadamente 4,5%. No mundo dos negócios de hoje as empresas tratam de distribuir os seus produtos na maior brevidade possível para evitar - ou pelo menos reduzir - os prazos de armazenagem. Portanto os comerciantes têm que poder confiar numa entrega rápida e previsível das suas mercadorias nas alfândegas, especialmente no que se refere a produtos agrícolas perecíveis. Com uma simplificação dos procedimentos o comércio transnacional tornaria-se mais rápido, mais previsível e menos caro. Mediante o Acordo sobre a Facilitação do Comércio do OMC assinado recentemente em Bali - poderiam ser reduzidos de maneira considerável os custos das trocas comerciais. Para os consumidores moçambicanos isso poderia significar por exemplo uma redução dos preços em 14%. Pela primeira vez os doadores estão a oferecer apoio técnico e financeiro aos países menos desenvolvidos para integrá-los no sistema comercial mundial. Desde 2012, a Alemanha tem cumprido o papel de Doador facilitador no âmbito do Quadro Integrado Reforçado (QIR). 2 Senhoras e senhores, Moçambique já realizou nos últimos anos importantes reformas como por exemplo a implementação da Janela única em 2011 ou a Estratégia para a melhoria do ambiente de negócios em 2013. Foram passos na boa direcção e tenho a confiança que Moçambique vai continuar neste caminho. Facilitar o comércio cria imensas possibilidades para todos – não só a favor das empresas. Um dos principais beneficiários da facilitação do comércio é o Estado que - ao gerar, dinamizar e aumentar os negócios - aumenta também as suas receitas e tornase uma localização cada vez mais atraente para investimentos. E isto vale ainda mais no que se refere a Moçambique que além dos próprios mercados é também país de trânsito para outros e tem uma vocação de serviço para países vizinhos. Espero sinceramente que Moçambique continue aberto a mudanças que lhe permitirão a longo prazo não só de aumentar os negócios e de promover o desenvolvimento económico mas de criar uma prosperidade duradoura. Muito obrigado! 3