ENSINO SUPERIOR
Universidade multinacional tem até cota para estrangeiros
Aulas ministradas em mais de um idioma e com alunos e professores de diferentes
nacionalidades são as principais características de instituições que promovem a integração entre os
países da América Latina a partir da educação. É o caso da Universidade Federal da Integração LatinoAmericana (Unila), instituto transnacional que busca a convivência multicultural e o desenvolvimento
solidário dos países latino-americanos.
Localizada em Foz do Iguaçu (PR), na região Trinacional (fronteira entre Brasil, Argentina e
Paraguai), a Unila tem, por determinação, metade do quadro de estudantes formado por brasileiros,
com a outra metade sendo preenchida por alunos provenientes das demais nações da América Latina.
A mesma regra vale para o corpo docente, selecionado por meio de concurso público e aberto a
profissionais estrangeiros.
As aulas na instituição são ministradas em português e espanhol. Para lidar com o bilinguismo,
muitos professores frequentam aulas de língua estrangeira oferecidas pela própria universidade. Além
disso, a Unila busca valorizar os idiomas indígenas da região. Há atividades curriculares e
extracurriculares sobre o guarani, além de projetos que envolvem línguas bolivianas e peruanas.
A questão da integração latino-americana está presente também no conteúdo dos cursos
oferecidos pelo instituto. `Há disciplinas voltadas à discussão e reflexão dessa integração, que abrange
as mais diversas esferas como economia, sociologia, política, relações externas, cultura e antropologia.
Elas ficam agrupadas no que chamamos Módulo Unila, e a proposta é de que as turmas desse módulo
sejam compostas por alunos de diferentes cursos, o que ainda não acontece`, explica Nilson Araújo de
Souza, professor de Ciências Econômicas da Unila.
Criada em janeiro de 2010, a universidade tem cerca de 1,2 mil alunos. Além dos brasileiros, há
estudantes da Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Peru, Bolívia, Colômbia, Equador e El Salvador. A
Unila disponibiliza 16 cursos, e a meta é que esse número seja ampliado para 30 graduações. Entre os
mais procurados, conforme o último processo seletivo, estão Engenharia de Energias Renováveis,
Engenharia Civil de Infraestrutura, Relações Internacionais e Integração e Ciências Biológicas Ecologia e Biodiversidade.
A seleção de alunos brasileiros ocorre a partir da nota do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem), o que permite acesso a estudantes de todas as regiões do Brasil. De acordo com levantamento
realizado em 2011, há alunos oriundos de 21 estados e do Distrito Federal. No caso de acadêmicos
estrangeiros, são firmados acordos com os ministérios de educação nacionais, que ficam responsáveis
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pelo processo seletivo, obedecendo a critérios como ter idade superior a 18 anos e não ter outras
graduações.
Escola virtual para desenvolver economia digital
Além das instituições tradicionais, com aulas presenciais, existem também aquelas que dispõem
de cursos on-line igualmente focadas em América-Latina. No final do ano passado, por exemplo, foi
lançada a Escola Virtual do Mercosul, uma rede de formação e capacitação virtual sobre temas
relacionados à sociedade da informação e comércio eletrônico. O objetivo é desenvolver a economia
digital e promover a integração econômica dos países pertencentes ao bloco, mas também entre
nações da União Europeia, que apoia a iniciativa. Com aulas ministradas em português e espanhol, os
cursos são voltados para micro, pequenos e médio empresários, centros de pesquisas e organizações,
dos setores privado e público, e atores da sociedade civil.
Fonte: Terra Educação
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