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FOTOS DIVULGAÇÃO
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Sala de aula da
Unila: instituição
iniciou atividades
em março de 2010
União pelo conhecimento
O primeiro ano da Unila na busca pelo intercâmbio acadêmico
e a cooperação solidária entre os países da América Latina
N
o dia 12 de janeiro de 2010 foi sancionado o projeto de lei que criou a
Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). Quase 12 meses
após sua criação, a universidade comemora os avanços conquistados e prepara novas
ações para crescer ainda mais nos próximos anos. Integrar diferentes povos, histórias, culturas e realidades é o desafio da
universidade que nasceu com a finalidade
de contribuir com o desenvolvimento da
América Latina.
A lei que instituiu a Unila foi aprovada
por unanimidade pelo Congresso após dois
anos de tramitação, tendo passado por mais
de oito comissões. O projeto para a constituição da universidade, no entanto, come-
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çou a ser discutido e formatado em 2007,
quando foi criado o Instituto Mercosul de
Estudos Avançados (IMEA). A universidade começou a funcionar a partir de março
de 2010, quando o professor Hélgio Trindade foi nomeado seu reitor Pró-Tempore.
Os primeiros concursos para docentes e
servidores técnico-administrativos começaram em abril e somente em agosto de 2010
a Unila teve condições de iniciar a sua primeira turma. “Haja vista o tempo curto desse processo de implantação, consideramos
que foi um grande êxito. Tivemos aulas regulares em seis cursos que criamos e, ao
mesmo tempo, fomos constituindo a primeira comunidade universitária, com a chegada
dos primeiros 30 professores e do primeiro
Trindade: qualificação do corpo docente é
essencial para o sucesso da universidade
grupo de servidores técnico-administrativos, que atingirão o número de 75 em março”, explica o reitor Hélgio Trindade.
A formação do corpo docente e técnicoadministrativo foi um dos primeiros investimentos da universidade. “Numa universidade pública e que pretende ser de alto
nível o investimento fundamental é na área
de seus recursos humanos. Nós procuramos ter professores altamente qualificados
e temos exigido que, em regra, sejam jovens doutores para ocupar as diferentes vagas”, destaca o reitor da Unila. Os docentes
da Unila compõem um rico grupo que integra diferentes países.
Conforme determina a lei de criação da
universidade, o quadro docente deve ser
composto metade por professores brasileiros concursados e a outra metade por professores visitantes dos demais países da
América Latina. “A maioria dos professores possui doutorado e excepcionalmente,
em áreas em que a oferta de doutores é
mais crítica, foram aceitos alguns mestres”,
diz Hélgio Trindade. Além da preocupação
com o nível de qualificação, os professores
devem se envolver em atividades de ensino, pesquisa e extensão de caráter inter e
transdisciplinar que fazem parte do modelo inovador que a Unila adotou.
Integração
A vocação da Unila é o compromisso
com o desenvolvimento e a integração latino-americana, tendo como moeda o conhecimento compartilhado por professores
e estudantes. “Pretendemos que o ensino
ministrado na graduação possa habilitar os
estudantes a atuar profissionalmente e de-
Campus da
Unila: estrutura
provisória no Parque
Tecnológico Itaipu
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senvolver pesquisa nas diversas áreas de
conhecimento sempre de forma a contribuir para a integração latino-americana, o
desenvolvimento regional e o intercâmbio
cultural, científico e educacional da América Latina, especialmente no Mercosul”,
avalia Trindade.
As atividades de ensino da Unila e suas
áreas de pesquisa estão focadas nos problemas da América Latina e na busca de
soluções utilizando-se os conhecimentos
profissionais, científicos e tecnológicos.
“Por exemplo, o curso de Engenharia Civil
de Infraestrutura formará profissionais –
que não há atualmente no mercado de trabalho – especialistas em macroestruturas
como portos, pontes e barragens. Já o curso de Ecologia e Biodiversidade é voltado
para o estudo dos biomas das diferentes
regiões do continente visando, por exemplo, produzir medicamentos utilizando a
riqueza dos insumos farmacológicos naturais”, enfatiza o reitor.
Primeira turma
DIVULGAÇÃO
Em agosto de 2010 começaram as aulas
da primeira turma da universidade, em
caráter experimental. Foram 200 alunos,
100 brasileiros e 100 estrangeiros, matriculados em seis cursos de graduação: Ciências Biológicas – Ecologia e Biodiversidade, Ciências Econômicas – Economia,
Integração e Desenvolvimento, Ciência,
Política e Sociologia – Sociedade, Estado
e Política na América Latina, Engenharia
de Energias Renováveis, Engenharia Civil de Infraestrutura e Relações Internacionais e Integração. Essa primeira turma, que concluirá os cursos em 2014, foi
formada por estudantes dos quatro países do Mercosul: Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil.
O objetivo para 2011 é quadruplicar o
número de alunos, 800 no total, incluindo
estudantes de Chile, Peru, Equador, Bolívia e Colômbia. Este ano, além dos seis
cursos em andamento, a Unila vai ter outros seis novos cursos, todos voltados para a realidade latino-americana. São eles:
Antropologia – Diversidade Cultural Latino-Americana, Ciências da Natureza –
Biologia, Física e Química, Geografia –
Território e Sociedade na América Latina,
História – Direitos Humanos na América
Latina, Letras – Expressões Literárias e
Linguísticas e Desenvolvimento Agrário
e Segurança Alimentar.
Aula inaugural: presidente Lula
recebeu os 200
alunos que formam
a primeira turma
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DIVULGAÇÃO
Projeto do futuro
campus foi assinado
por Oscar Niemeyer:
objetivo é atender 10
mil alunos em 2015
Futuro
A próxima grande meta da universidade
é a construção do campus definitivo, que
foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. O edital de licitação já foi lançado
e no dia 14 de fevereiro serão abertos os
envelopes com as propostas das empreiteiras. É um empreendimento que prevê investimentos de R$ 324,8 milhões na primeira etapa, com recursos do governo
federal e do Fundo para a Convergência
Estrutural e Fortalecimento Institucional
do Mercosul (Focem).
Atualmente a universidade está insta-
lada em uma estrutura provisória cedida
pelo Parque Tecnológico Itaipu, que fica
dentro do terreno da Hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu, no Paraná. “Com
o novo campus teremos mais possibilidades de crescimento como instituição. A
ideia é que até 2015, já com o novo campus, a Unila alcance a marca de 10 mil
alunos, 670 servidores técnico-administrativos e 570 professores”, projeta o reitor Hélgio Trindade. Outra meta para os
próximos anos é a estruturação de uma
biblioteca de referência sobre a América
Latina, que será aberta para todas as universidades do continente.
Processo seletivo
A seleção dos alunos brasileiros é feita utilizando a nota do ENEM, com uma
ponderação para os estudantes oriundos do Ensino Médio público. Por ser uma
universidade nova, a Unila ainda não está inserida no Sistema de Seleção Unificada
do MEC, o SISU. A universidade possui um edital próprio e as inscrições são feitas
diretamente pelo site da universidade (www.unila.edu.br). Com relação aos estrangeiros, a seleção é realizada em cooperação com os Ministérios
de Educação de cada país. A universidade estabelece critérios de exigência, com base
no histórico escolar ou em alguma prova realizada nos moldes do ENEM. A proposta é
difundida em cada país por meio de edital público aberto, para selecionar alunos de 18
a 25 anos.
“Esse recrutamento internacional tem nos mostrado, a partir do que vimos com a
primeira turma, que o nível de conhecimento dos estudantes selecionados é bastante
homogêneo, ainda que oriundos de diversos países”, avalia o reitor Hélgio Trindade.
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União pelo conhecimento