Ano da Fé Dom José Francisco Resende Dias “Tem-se instalado em muitos um sentimento religioso vago e pouco comprometido com a vida; ou ainda várias formas de agnosticismo e de ateísmo prático, que redundam numa vida pessoal e social levada como se Deus não existisse”. - Fé é elemento central no cristianismo A fé dá um sentido profundo à existência, é dom. A fé é a atitude de quem está plantado no chão sólido da Palavra de Deus. O sentido de tudo é Jesus, “autor e consumador da fé” (Hb 12,2) A fé cristã é atitude pessoal e livre, de entrega amorosa e confiante a Deus, a partir da aceitação da Revelação transmitida pela Palavra encarnada: Jesus Cristo. A crise da fé é justamente a grande crise do sentido. Nosso tempo também é ávido de encontrar o sentido. Questionamentos: Quando a presença religiosa se impõe de forma evidente ao observador, em formas externas, estandartes, roupas exóticas, e todo um apelo místico do passado, quem sabe se a própria religião em si já não exista mais e apenas sobreviva nesses traços que remetem a uma nostalgia do passado? Por outro lado, quando a modernidade impõe suas marcas às manifestações religiosas, se tudo vira show, se o padre, ele próprio se torna uma figura aceita por sua performance musical ou outra qualquer, e se for apenas isso e por isso, será ainda possível falar de uma religião cujos traços se ancoram e enraízam numa tradição milenar testemunhada por mártires, virgens e confessores? Os “desconstrutores” do século XIX disseram que o mundo estava “desencantado” e sem lugar para o sobrenatural. Aconteceu o “reencantamento” do mundo, na virada dos anos 70. Paralelamente, a essa expansão da fé, a sociedade se tornou mais consumista, hedonista, individualista e perigosa. O apelo à fé foi uma resposta à contingência e à fragilidade social, ou a fragmentação social se deu porque as pessoas se tornaram individualizadas, por causa da vivência torta da fé? A religião deixou de ser profética e se tornou cada vez mais terapêutica A adesão de fé se tornou um assunto individual e privado. Cada um é cristão à sua maneira A velocidade do mundo ameaça engolir a religião As transformações ocorreram com tanta velocidade que a reflexão não as acompanhou como devia É bom aproveitar para pensar no tempo da fé Anos 60 e 70, tudo devia ser experimentável. Tudo tinha de ser moderno. Nada mais podia ser eterno! O Papa João Paulo II arrastava multidões Como ficou a Igreja? Ela também virou pop O mundo novamente desencantado, não queria mais saber nem do Papa nem da Igreja a fé se tornou supérflua mas, a religião está por toda parte. Algo está mudando. Mas o quê? Da religião perdida à religiosidade em toda parte, o homem tateia, às apalpadelas, em busca de uma espiritualidade O homem se cansou dele mesmo Nunca o Evangelho foi tão atual É urgente redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar o entusiasmo do primeiro encontro com Cristo O homem está cansado de ser o centro falido da existência humana O que o homem custou a aprender é de qual Outro ele precisa O homem quer acreditar, o homem quer Deus Ano da Fé: convite para amar o que conhecemos e conhecer o que amamos Todas as comunidades façam publicamente a profissão de Fé Catecismo da Igreja Católica É hora de passar e de fazer passar pela Porta da Fé ABRE AS PORTAS, DEIXA ENTRAR O REI DA GLÓRIA! É O TEMPO, ELE VEM ORIENTAR A NOSSA HISTÓRIA! CARTA APOSTÓLICA “PORTA FIDEI” o reavivamento da consciência eclesial a respeito de um aspecto da vida cristã, a animação da ação evangelizadora das Igrejas locais, a solidificação do sentido da comunhão universal dos fieis. Objetivo: “retomar a exata consciência da fé para reavivar, purificar, confirmar, confessar a fé” - O Papa Bento XVI: “os conteúdos essenciais (da fé) necessitam ser confirmados, compreendidos e aprofundados de maneira sempre nova para se dar testemunho coerente deles em condições históricas diversas das do passado” e ainda objetiva-se: “a profissão da verdadeira fé e sua reta interpretação” interpretação - O Papa anunciou o Ano da Fé em 16 de outubro de 2011: “Será um momento de graça e de compromisso para uma conversão a Deus cada vez mais completa, para fortalecer a nossa fé nele e para O anunciar com alegria ao homem do nosso tempo” “Estamos diante de uma profunda crise de fé, de uma perda do sentido religioso, que constitui o maior desafio para a Igreja de hoje. A renovação da fé deve ser, portanto, a prioridade no compromisso de toda a Igreja nos nossos dias. Desejo que o Ano da Fé possa contribuir, com a colaboração cordial de todos os componentes do Povo de Deus, para tornar Deus novamente presente neste mundo e para abrir aos homens o acesso à fé, ao confiar-se àquele Deus que nos amou até o fim, em Jesus Cristo crucificado e ressuscitado” Foi constituído um Comitê ligado à Congregação para a Doutrina da Fé, a qual elaborou as Notas com indicações pastorais para o Ano da Fé. ESQUEMA DA PORTA FIDEI a) Introdução (1-3): A porta da fé que introduz no caminho da fé b) Proclamação do Ano da Fé e suas motivações (4-5) c) Objetivos centrais do Ano da Fé (6-7) d) Ações fundamentais do Ano da Fé: refletir, confessar, celebrar e testemunhar a fé (8-9) e) Dimensões da fé: “ato de fé” e “conteúdo da fé”, pessoal e comunitário (10) f) O Catecismo da Igreja Católica como instrumento para se chegar a um conhecimento sistemático da fé (11-12) g) Repassar a história de nossa fé e o testemunho da caridade (13-14) h) Conclusão (15) Missa de Abertura do Ano da Fé: 11/10/12 – 19h – Catedral – 2620-2529 Explicação dos Símbolos