A Voz da Diocese (15/11/15)
A paz que buscamos!
Estimados Diocesanos! Este ano de 2015 foi proclamado como o Ano da Paz
pela Conferência dos Bispos do Brasil. Creio que a busca da paz nunca deixou de
estar presente no coração dos homens e mulheres de boa vontade na história da
humanidade, mesmo convivendo com experiências de dor, de violência e de morte no
itinerário da vida.
O Papa Francisco tem procurado, no seu ministério de pastor, ajudar os
governantes das nações a serem construtores de pontes de diálogo que favoreçam a
aproximação dos povos. Porém, diante do flagelo da violência e da guerra que atinge
muitas nações, alguns governantes procuram solucionar o problema erguendo cercas
e muros, para excluir as vítimas relegando-as à condição de pessoas sem pátria e sem
direitos, “indesejadas”.
“É possível percorrer o caminho da paz? Podemos sair desta espiral de dor e
de morte?”, nos interroga o Papa Francisco. O cristão, que tem consciência de que,
em Cristo, foi agraciado com a paz, deve se tornar um reconciliador, um construtor de
paz. “Não haverá paz na terra, enquanto perdurarem as opressões dos povos, as
injustiças e os desequilíbrios econômicos que ainda existem. A paz exige quatro
condições essenciais: verdade, justiça, amor e liberdade”, dizia o santo Papa João
XXIII, retomadas por São João Paulo II.
Às vezes, podemos ser tocados pelo pecado da omissão e da indiferença, não
nos envolvendo, achando que a violência só acontece lá longe ou na casa do vizinho,
no bairro do lado e por isso não assumimos nenhuma ação que promova a paz e cuide
da pessoa, da sua dignidade humana. “O que mais preocupa não é o grito dos
corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética. O que mais
preocupa é o silêncio dos bons”, dizia Martin Luther King, baluarte da não violência.
Para percorrermos o caminho da paz, não precisamos de grandes manifestos,
mas de pequenas ações concretas no dia-a-dia. “A paz começa com um sorriso”, dizia
Madre Tereza de Calcutá. Deus nos livre do comodismo e da indiferença, que nos
tornam cegos e surdos diante do grito da dor, causada por tantas formas de violência
que atingem nossos irmãos e irmãs.
Não devemos ter medo de sermos ousados em nossas ações pela paz. O Santo
Papa João XXIII, que viveu o flagelo da Segunda Grande Guerra e as tensões da
guerra fria no seu pontificado, encorajava as pessoas a não desanimarem diante das
dificuldades do seu tempo. E na sua sabedoria de homem simples e de pastor que
conhecia as angústias do coração das ovelhas, exortava: “Não consulte os seus
medos, mas as suas esperanças e os seus sonhos. Pense, não nas suas frustrações,
mas nas suas potencialidades ainda não exploradas. Preocupe-se não com o que
você tentou e falhou, mas com o que ainda é possível fazer”.
Tende todos um bom domingo.
+ Dom José Gislon - Bispo Diocesano de Erexim.
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