Literatura Brasileira
Professora: Pollyanna Mattos
ANTES DO BAILE VERDE
Lygia Fagundes Telles
Sobre a Autora
Lygia de Azevedo Fagundes nasceu na capital paulista em 19 de abril de
1923. Na infância, morou em diversas cidades do interior paulista por causa do
trabalho do pai.
Cursou faculdade de Educação Física e depois, em 1941, iniciou seu curso
de Direito na USP. A autora frequentava as rodas literárias que se reuniam em
restaurantes, cafés e livrarias próximas à faculdade. Naquela época, conheceu
Mário e Oswald de Andrade e passou a integrar a Academia de Letras da
Faculdade. Atenta aos acontecimentos políticos, Lygia participou de uma passeata
contra o Estado Novo, ou seja, era de certa forma engajada politicamente.
Em 1949, depois de ter publicado duas obras, publicou seu terceiro livro
de contos, O cacto vermelho, que recebeu o Prêmio Afonso Arinos, da Academia
Brasileira de Letras. Na mesma época, Lygia se casou com o jurista Goffredo da
Silva Telles Jr., o qual na ocasião era deputado federal.
Em 1982, Lygia foi eleita para a cadeira 28 da Academia Paulista de Letras
e, em 1985, em 24 de outubro, para ocupar a cadeira 16 da Academia Brasileira de
Letras, cujo patrono é Gregório de Mattos.
O que é Antes do Baile Verde ?
Antes do Baile Verde é uma coletânea de contos que
invadem a intimidade humana e tratam de temas que evidenciam o
desequilíbrio, a tensão e a insatisfação do homem em suas relações
com o outro, principalmente as relações afetivas e familiares.
A solidão, o egoísmo, a infidelidade, a insatisfação no
casamento, ou seja, problemas que atingem o homem na sua escala
mais íntima, são abordados nos contos de Lygia Fagundes Telles,
em situações extremamente comuns.
Além da abordagem intimista, a verossimilhança é outra
forte característica dos contos. Os eventos narrados e os
sentimentos descritos são tão conhecidos, a linguagem empregada
é tão clara, que a verossimilhança, ou seja, a “semelhança com a
vida real” atinge grau máximo nesses contos.
Estilo de Época a que a obra pertence:
MODERNISMO
(Terceira Geração)
Juntamente com Clarice Lispector, Lygia
Fagundes Telles insere-se na geração
modernista de 1945, fase em que a prosa
intimista e a abordagem quase psicanalítica do
ser humano e da sociedade são a principal
característica.
O estilo e a temática de Lygia Fagundes Telles
Lygia Fagundes Telles parece apresentar uma preferência por
escrever contos, gênero que, além do romance, cultiva com
primor.
A sondagem psicológica marca sua obra: frequentemente usa
o fluxo de consciência e o monólogo interior para falar do que se
passa dentro dos pensamentos de seus personagens.
A autora aborda principalmente o drama de personagens que
se debatem entre o desejo de afirmar a própria autenticidade e a
impossibilidade de fazê-lo. Tematiza a vida urbana das grandes
cidades e seus problemas mais comuns: conflitos familiares, amor,
morte, adultério, drogas etc. Detém-se principalmente na
decadência da família e sua descendência sem rumo. Aborda a
decadência moral burguesa de maneira trágica, mórbida,
mostrando a falta de sucesso e frustração do ser humano.
Expõe também um painel da psicologia da mulher moderna a
partir da liberação sexual e da emancipação feminina, que foi
forte característica dos anos 1960.
Dica
Na Literatura, chamamos de fluxo de consciência a técnica
em que o autor reproduz um monólogo interior do personagem,
ou seja, uma transcrição do que se passa na mente de um ou mais
personagens.
Nessa técnica, a narrativa apresenta-se como uma leitura de
pensamentos que intercalam presente e passado, quebrando os
limites espaço-temporais. Quebrada a narrativa linear, já não é
tão claro distinguir entre as lembranças do personagem e a
situação presentemente narrada.
Na literatura brasileira, o fluxo de consciência tem destaque
na obra de Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles.
Resumo comentado
dos contos
OS OBJETOS
Narrador: 3ª pessoa
Estrutura: texto construído principalmente através de discurso direto
Personagens: Lorena (esposa) e Miguel (esposo com problemas e com algum
transtorno mental)
Resumo:
Trata-se de uma cena do cotidiano de um casal em desarmonia. Lorena e
Miguel tiveram um passado feliz, mas agora enfrentam problemas, principalmente
pelo desequilíbrio mental de Miguel. São abordados temas como a solidão, a
loucura e o fim do amor.
Enquanto a mulher confecciona um colar, o marido faz perguntas a respeito
de alguns objetos presentes na sala do apartamento onde moram. Ao longo da
narrativa, o casal vai tecendo comentários sobre cada um dos objetos que Miguel
menciona. Lorena responde às perguntas de Miguel sem parar a tarefa que está
fazendo e sem dedicar-lhe muita atenção. A mulher emprega um tom maternal nas
falas que dirige ao marido: “– Cuidado, querido, você vai quebrar os dentes!”
Enquanto a mulher fala dos objetos sem nenhum entusiasmo, Miguel dá a eles
muita importância e os aborda filosoficamente. Essa diferença de comportamento
mostra a falta de sintonia entre os dois.
VERDE LAGARTO AMARELO
Narrador: 1ª pessoa (Rodolfo)
Estrutura: discurso direto e vários trechos de fluxo de consciência
Personagens: Rodolfo (escritor que vive solitário e acha que o irmão mais novo sempre
fora o preferido da mãe) e Eduardo (o irmão mais novo que admira Rodolfo).
Resumo:
Trata-se da visita de Eduardo a seu irmão Rodolfo, que ainda
mora na antiga casa dos pais. Aborda essencialmente os
pensamentos sórdidos e invejosos de Rodolfo diante do sucesso do
irmão e de uma suposta predileção da mãe pelo caçula. Fala-se do
ambiente do convívio familiar marcado pelo desconforto e
corroído pela inabilidade de entendimento entre os parentes.
Rodolfo não gosta do irmão.
O final fica em aberto: o envelope trazido por Eduardo teria
o esboço de um romance escrito por ele? Agora Rodolfo não teria
nada que o diferenciasse do irmão?
APENAS UM SAXOFONE
Narrador: 1ª pessoa (uma mulher)
Estrutura: predomínio do fluxo de consciência
Personagens: a narradora (chamada de Luisiana pelo antigo amante saxofonista), o
saxofonista, Renê (o decorador)
Resumo:
O conto parece criticar a decadência moral burguesa e a
liberdade sexual feminina. A narradora teve uma vida promíscua:
mora em uma mansão dada por um velho amante e sente prazer
sexual com jovens. Mostra-se a solidão da personagem em meio ao
luxo.
Dentro de sua consciência, descobrimos que o amante
saxofonista fora seu grande amor, mas era um homem sem ambições.
O conto mergulha no intimo da personagem, a qual mistura
sentimentos de arrependimento, resignação e nostalgia. Por fim, a
narradora, velha e infeliz, pergunta-se onde estaria o saxofonista.
HELGA
Narrador: 1ª pessoa (Paulo)
Estrutura: predomínio do fluxo de consciência
Personagens: Paulo/Paul (filho de mãe alemã de Santa Catarina e pai brasileiro), Wolf
(alemão dono de uma farmácia, pai de Helga), Helga (balconista da farmácia, o que
dificultava perceber a perna ortopédica que tinha).
Resumo:
Um jovem brasileiro, filho de mãe alemã, chamado de Paulo
Silva ou Paul Karsten, vai para a Alemanha durante a 2º Guerra
mundial e se relaciona com Helga. Essa bela jovem tinha sofrido um
acidente e perdeu uma das pernas. Por isso, usava uma perna
ortopédica-mecânica.
Paul acaba se casando com Helga, mas na noite de núpcias foge
levando a perna mecânica de Helga para vendê-la e conseguir o
capital inicial para abrir um comércio ilegal de penicilina que o
tornará um homem rico.
O MOÇO DO SAXOFONE
Narrador: 1ª pessoa (um motorista de caminhão)
Estrutura: Linguagem com marcas de coloquialidade típicas de sujeitos embrutecidos
pela lida diária em estradas.
Personagens: o motorista de caminhão, James (sujeito que engole giletes num parque
de diversões), o moço que toca saxofone (marido que sabe da traição da mulher e fica
calado. Usa a música como uma forma de grito da dor que sente), a esposa (mulher que
se prostitui com vários homens na pensão onde o narrador almoça). Há ainda um grupo
de anões.
Resumo:
O narrador nos fala de uma pensão onde vivem um saxofonista e
sua esposa adúltera. Ela o trai abertamente, sem nenhuma
consideração pelos seus sentimentos. O narrador marca um encontro
com a adúltera e, acidentalmente, entra no quarto em que se encontra
o marido, abraçado ao saxofone. Pergunta-lhe por que não se desfaz
daquela mulher ordinária, por que não faz alguma coisa. O saxofonista
responde que, toda vez que é traído, toca saxofone para expressar sua
tristeza.
ANTES DO BAILE VERDE
Narrador: 3ª pessoa
Estrutura: texto construído principalmente através de discurso direto
Personagens: Tatisa (moça que quer ir a um baile de carnaval, mas o pai está no quarto
prestes a morrer); a empregada Lu (namorada de Raimundo. Ela não vê a hora de sair
e encontrar o namorado para irem ao baile de carnaval).
Resumo:
O conto fala de uma jovem que se prepara animada para o grande
baile a fantasia de sua cidade, em que todos devem comparecer com
roupas verdes. No quarto ao lado, seu pai doente agoniza em seus
últimos minutos de vida.
A crítica à decadência da família, com seus valores e sua moral,
está bastante presente nesse conto. Vemos a tensão que Tatisa sente ao
ter que decidir entre o dever (cuidar do pai) e o prazer (ir ao baile). Ao
fim, ela decide ir ao baile. A fantasia sugere uma máscara vestida pela
personagem para encobrir sua culpa.
A CAÇADA
Narrador: 3ª pessoa
Estrutura: narração
Personagem: um homem assombrado pela tapeçaria e uma velha
Resumo:
O cenário é uma loja de antiguidades. Existem duas
personagens, uma velha, provavelmente a dona da loja, ou então
uma funcionária, há muito tempo no estabelecimento, e um
homem, que vai ao estabelecimento atraído por uma tapeçaria
antiga, com a representação de uma caçada.
Observando o tapete, o homem começa a delirar com a imagem e
nesse trecho se alternam as focalizações externa e interna,
caracterizando a mistura do real e do fantástico, e retratando o
possível delírio pelo qual passa o homem.
A CHAVE
Narrador: 3ª pessoa – uso frequente do discurso indireto livre.
Estrutura: narração e discurso direto
Personagens: Tomás (apelidado de Tom pela atual esposa Magô), Magô (bela, desejada,
mais jovem que Tom), Francisca (ex-esposa sem ambições de beleza), Fernando (um
conquistador barato e tocador de violão que rondava os salões).
Resumo:
Através de um monólogo interior, Tom discorre sobre as diferenças entre
Magô e Francisca. Agora mais velho, não acompanha mais o pique da
jovem esposa.
A velhice é tratada propositalmente como algo pejorativo, porque o que
está em jogo é a frustração de Tomás. É um conto bastante simbólico. Ao
não ir com Magô à festa, Tomás lhe dá a chave da liberdade, como
Francisca já havia lhe dado quando disse para ele passear na rua, e então
conheceu Magô. Por fim, vendo-se velho, Tomás demonstra um desejo
de abandonar a audácia da juventude e voltar à vida simples sem
aventura junto da ex-esposa.
MEIA-NOITE EM PONTO EM XANGAI
Narrador: 3ª pessoa
Estrutura: narração e discurso direto
Personagens: uma cantora lírica famosa (solitária e arrogante), o serviçal Wang ( que é
tratado pela cantora como um nada), Stevenson (empresário da cantora), e o cachorro
Ming
Resumo:
Uma cantora lírica famosa e arrogante se apresentara em Xangai e,
enquanto toma um banho de banheira, recebe a visita de um amigo.
Esse amigo, Stevenson, conversa com a cantora sobre a incompetência
e alienação dos chineses, empregados do hotel.
Apesar da fama, ela se sente solitária. Maltratar o serviçal chinês pode
ser uma forma de saber que há alguém ao seu lado. A atmosfera é
silenciosa e perturbadora. Não se ouve nem os barulhos das ruas de
Xangai. Quando o amigo se vai, a cantora fica sozinha, senta-se, mas
percebe que Wang, seu criado, não foi embora, estava escondido no
escuro do apartamento. O final fica em aberto.
A JANELA
Narrador: 3ª pessoa
Estrutura: narração e discurso direto
Personagens: um homem (o louco), uma mulher (uma prostituta que está no
quarto que o louco invade para ver o lugar onde seu filho supostamente
morrera)
Resumo:
Uma prostituta está em um quarto com um homem. No inicio parece
que são amantes, ou que o homem seja um cliente, mas depois se
descobre que se trata de um desequilibrado que invadiu aquela casa e
ficou horas a observar uma janela dizendo:”Meu filho morreu nesse
quarto, olhando por essa janela uma roseira que havia no quintal ao
lado”.
A mulher consegue distraí-lo e sai, chama a polícia que vem buscá-lo
com enfermeiros e uma camisa de força. Depois disso, a mulher fica
parada, irritada com as amigas que zombaram da loucura do homem.
Ela fica pensativa, olhando a janela.
UM CHÁ BEM FORTE E TRÊS XÍCARAS
Narrador: 3ª pessoa
Estrutura: narração e discurso direto
Personagens: Maria Camila (mulher mais velha, aflita porque acha que o marido,
Augusto, tem um caso com uma estagiária de aproximadamente 18 anos, que trabalha
no laboratório dele) e Matilde (empregada de Maria Camila)
Resumo:
Novamente temos o tema da traição, dos desencontros no casamento, da velhice
versus a juventude. O conto é bastante simbólico. Maria Camila observa uma
borboleta que pousa em uma rosa. Os dois símbolos empregados são representativos
da efemeridade – a borboleta tem uma vida média de dois meses e a rosa, a duração
de apenas alguns dias. A beleza é efêmera, assim como a vida e o amor.
Maria Camila convidou a jovem rival para um chá e acredita que o marido também
apareça de surpresa. A esposa não sabe o que fazer, como deve agir, mas, de
qualquer maneira, resolveu enfrentar o problema.
Assim como Tom, do conto “A Chave”, Maria Camila lamanta por não ser mais tão
jovem. O fato de haverem três xícaras insinua duas interpretações: a aceitação
resignada da esposa pelo triângulo amoroso ou um gesto provocativo para pegar o
marido no flagra.
O JARDIM SELVAGEM
Narrador: 1ª pessoa (Ducha)
Estrutura: semelhança com um conto policial
Personagens: Ducha (uma menina que mora com sua tia Pombinha), Tio Ed, Daniela (
esposa de Ed, uma mulher misteriosa que tinha o hábito exótico de usar sempre luvas
na mão direita), Tia Pombinha (irmã de Ed), Conceição (empregada de Pombinha) e a
Cozinheira (trabalha para tio Ed, diz ter pena dela e medo de Daniela, principalmente
depois que esta matou o cachorro Kleber com um tiro na cabeça.)
Resumo:
A narradora é uma criança, e é sob o seu ponto de vista que o leitor verá os temas
adultos – a relação matrimonial, o preconceito, a morte.
Na primeira linha da narrativa, Ed refere-se à misteriosa esposa Daniela
comparando-a a “um jardim selvagem”. Ed se casa com Daniela sem convidar a
família.
Os dois vão morar na casa de campo da família e levam consigo uma
cozinheira amiga de Conceição. Um dia, Daniela matou com um tiro o cachorro
Kléber, por ele estar muito doente, sofrendo muito. Essa atitude de frieza da patroa
causa pavor na cozinheira.
Dois meses depois, Daniela telefona para avisar que Ed está muito doente. A seguir,
ocorre o desfecho do conto. Conceição dá a notícia a Ducha que Ed “tinha se
matado com um tiro”. Suspeita-se que Daniela o tenha assassinado.
NATAL NA BARCA
Narrador: 1ª pessoa
Estrutura: discurso direto e fluxo de consciência
Personagens: a narradora (uma mulher que não quer intimidade com ninguém na
barca); um velho bêbado que fala com um amigo imaginário e Lucena (uma mulher
com uma criança no colo. Era paraibana, professora, perdera o filho que pulara de um
muro e fora abandonada pelo marido).
Resumo:
O conto é uma narrativa linear que tem como tema a força da fé, a existência de
milagres. A história se passa no Natal durante uma viagem de barca. Existem quatro
passageiros na barca: o narrador, um velho bêbado e uma mulher com um bebê doente.
A mulher atrai a atenção do narrador. O motivo que leva a mulher a estar na barca
é a urgência de levar o filho doente ao médico. Ela fala das tragédias pelas quais passou:
a morte do primeiro filho e o abandono do marido. Ao olhar o bebê com os olhos
fechados, o narrador tem a impressão de que criança já esteja morta e tenta se distanciar
da mulher para não ter que participar de mais um tragédia na vida daquela pobre criatura.
No final, uma surpresa que alegra até mesmo o indiferente narrador: a criança abre os
olhos e se mexe, parece estar bem e sem febre. Vemos, no fim, a esperança e a alegria
trazidas pela presença da criança e, portanto, uma alusão ao espírito do Natal e ao
nascimento do menino Jesus.
A CEIA
Narrador: 3ª pessoa
Estrutura: narração e discurso direto
Personagens: Alice e Eduardo (amantes há 15 anos; Eduardo decide abandonar a
mulher para se casar com Olívia, Lili, uma mulher bem mais jovem)
Resumo:
Eduardo e Alice, antigos amantes, encontram-se para um jantar. É a última vez que
saem juntos, pois estão se separando. Eduardo já tem até outra mulher, mais jovem e
mais bonita, Olívia. O encontro é tenso, dramático. Alice implora que ele a visite
como amigo. Ele revela que vai se casar com Olívia e vai embora, deixando Alice
sozinha antes que o jantar chegue.
O mesmo tema da troca, abordado em “A chave” e “Um chá bem forte e três
xícaras”, volta em “A ceia”, mas agora aborda o fim trágico de muitas mulheres que
aceitam o papel de amante e depois são trocadas ao invés de finalmente se casarem
com o amado. Temos aí o tema da hipocrisia da sociedade burguesa. Depois de anos
traindo a esposa com Alice, Eduardo decide se separar, mas não escolhe a amante
para ser sua nova companheira e, sim, uma outra mulher, mais jovem e mais
refinada.
VENHA VER O PÔR-DO-SOL
Narrador: 3ª pessoa
Estrutura: narração e discurso direto
Personagens: um homem (o louco), uma mulher (uma prostituta que está no
quarto que o louco invade para ver o lugar onde seu filho supostamente
morrera)
Resumo:
Uma prostituta está em um quarto com um homem. No inicio parece
que são amantes, ou que o homem seja um cliente, mas depois se
descobre que se trata de um desequilibrado que invadiu aquela casa e
ficou horas a observar uma janela dizendo:”Meu filho morreu nesse
quarto, olhando por essa janela uma roseira que havia no quintal ao
lado”.
A mulher consegue distraí-lo e sai, chama a polícia que vem buscá-lo
com enfermeiros e uma camisa de força. Depois disso, a mulher fica
parada, irritada com as amigas que zombaram da loucura do homem.
Ela fica pensativa, olhando a janela.
VENHA VER O PÔR-DO-SOL
Narrador: 3ª pessoa
Estrutura: narração e discurso direto
Personagens: Raquel (ex-namorada de Ricardo) e Ricardo (rapaz que não aceita o
término do namoro e propõe a Raquel que assista ao poente em um cemitério
abandonado)
Resumo:
O conto narra um encontro entre um casal de ex-namorados. A proposta do
encontro foi feita pelo rapaz (Ricardo), quis levar a ex-namorada (Raquel) para
ver o “pôr do sol mais lindo do mundo”, em um cemitério abandonado. Raquel
estava em um relacionamento com um homem rico e ciumento. Depois de
algum tempo, Raquel fica impaciente e quer ir embora. Então, Ricardo fala
sobre um amor de infância, uma prima que morreu aos quinze anos de idade e
que tinha os olhos parecidos com os de Raquel. Chegam, então, à capelinha
onde a suposta prima estaria enterrada e Ricardo convence a Raquel a descer até
a catacumba
Chegando ao tumulo, Raquel percebe pela data que a moça não era prima de
Ricardo. Mas aí era tarde demais. Ricardo tranca Raquel no jazigo e depois vai
embora, deixando-a gritando desesperadamente.
EU ERA MUDO E SÓ
Narrador: 1ª pessoa (Manuel)
Estrutura: monólogo interior
Personagens: Manuel (marido que se sente oprimido com o casamento) Fernanda
(esposa de Manuel. Mulher sofisticada, dominadora) Gisele (filha do casal, cópia da
mãe) Jacó (amigo de Manuel)
Resumo:
Utilizando o recurso do monólogo interior, o narrador apresenta
a vida familiar de Manuel. Não há nenhum fato mais relevante.
O traço mais marcante do conto é a utilização extrema do
monólogo interior. É através dessa “conversa consigo mesmo”
que Manuel nos conta sobre a tia que o subestimava quando era
criança, sobre o gênio dominador da mulher e do sogro e sobre o
possível futuro da filha, repetindo a história da mãe.
AS PÉROLAS
Narrador: 3ª pessoa
Estrutura: narração e discurso indireto livre
Personagens: Tomás ( marido mais velho e adoentado) e Lavínia (esposa muito
bonita)
Resumo:
Com As Pérolas, repetem-se os temas do adultério e do contraste
entre a velhice e a juventude dentro do casamento. O marido (Tomás)
está muito doente e sente que vai morrer em breve. A esposa (Lavínia) se
prepara para ir a uma festa na qual estará presente um antigo admirador.
Toda a história então se baseia no ciúme imaginário de Tomás e no
seu medo de ser traído depois de morto. Ele então esconde as pérolas que
a mulher usou na última vez em que viu o admirador. Sem o colar, ela
não ficaria tão linda como estivera daquela última vez.
No fim, Tomás entrega resignado o colar, como se estivesse se
acostumando com a ideia de que, depois de sua morte, a esposa ficaria
livre.
O MENINO
Narrador: 3ª pessoa
Estrutura: narração e discurso indireto livre
Personagens: o menino (uma criança que admira intensamente a mãe), a mãe
(mulher muito bonita) o pai e um suposto amante da mãe
Resumo:
O conto narra como uma criança (o menino) descobriu a traição da
mãe que ele tanto admirava. Mãe e filho vão ao cinema. Lá, um
homem aparentemente desconhecido senta ao lado da mãe e pega-lhe
nas mãos, no escuro. Era possivelmente amante da mãe, o homem se
levanta e sai.
Ao voltarem para casa, encontram o pai, lendo seu jornal. O menino
então olha tristemente para o pai, profundamente magoado pela
traição que a mãe faz com o pobre velho. Ao dirigir-se para seu
quarto, o menino abraça forte o pai, tentando segurar o choro.
Bons estudos e boa prova!
Professora Pollyanna Mattos
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Narrador: 3ª pessoa