CRÔNICA
"Tudo é vida, tudo é motivo de experiência e
reflexão, ou simplesmente de divertimento, de
esquecimento momentâneo de nós mesmos a
troco do sonho ou da piada que nos transporta ao
mundo da imaginaçãp. Para voltarmos mais
maduros à vida...“
Antônio Cândido no artigo "A vida ao rés-do-chão".
A palavra crônica deriva do
Latim “chronica” , que
significava, no início do
Cristianismo, o relato de
acontecimentos em sua
ordem
temporal
cronológica. Era, portanto,
um registro cronológico de
eventos.
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LÍNGUA PORTUGUESA, 9º Ano do Ensino Fundamental
Elementos Constituintes do Esquema Narrativo da Crônica
No século XIX, com o
desenvolvimento
da
imprensa,
a
crônica
passou a fazer parte dos
jornais. Ela apareceu pela
primeira vez em 1799, no
“Journal de Débats”,
publicado em Paris.
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LÍNGUA PORTUGUESA, 9º Ano do Ensino Fundamental
Elementos Constituintes do Esquema Narrativo da Crônica
Crônica: um gênero literário
• Aos poucos a crônica foi se constituindo como
gênero literário - com linguagem mais leve,
mas com uma elaboração interna complexa,
carregando a força da poesia e do humor.
• O cronista
é considerado o poeta dos
acontecimentos do dia a dia.
• No Brasil, a crônica se consolidou por volta de
1930 e atualmente vem adquirindo uma
importância maior em nossa literatura.
O DISCURSO
• Texto curto de imediata percepção – registra o
momento.
• Apresenta marcas de subjetividade.
• Discurso na 1ª e 3ª pessoa.
• Pode comportar diversos modos de expressão,
isoladamente ou em simultâneo:
- narração/diálogos;
- descrição;
- contemplação / efusão lírica;
- comentários;
- reflexão.
A TEMÁTICA
• Aborda aspectos da vida social e quotidiana.
• Transmite os contrastes do mundo em que
vivemos.
• Apresenta episódios reais ou fictícios.
• A crônica pode ser política, desportiva,
literária, humorística, econômica, etc.
1. Equívocos
A espada Um garoto de 7 anos ganha uma espada misteriosa no dia de seu
aniversário. Ele fala ao pai que agora era um Thunder boy. O pai não o leva a sério,
mas se surpreende quando escuta um forte estrondo e vê seu filho cumprindo sua
missão de Thunder boy.
O marajá Um marido, cansado das crises de histeria da mulher, D. Morgadinha,
em relação à limpeza da casa, pede a um amigo que se finja de Marajá, a fim de
que a mulher se esquecesse um pouco da mania de limpeza. Não deu certo, a
mulher se apaixona pelo falso Marajá.
O homem trocado As desventuras de um homem que teve toda a vida trocada,
desde seu nascimento. Agora, estava em um hospital para operar a apendicite e
enganaram-se na cirurgia: trocaram-lhe o sexo.
Suflê de chuchu Duda, uma garota de classe média vai tentar a vida na Europa,
porém não sabe fazer nada. Fica ligando para a mãe a fim de pedir-lhe explicações
sobre assuntos domésticos.
Sozinhos Dois velhinhos roncadores que descobrem, sem querer, que os ladrões
(ou a morte) invadiram sua casa.
A foto Família se reúne para tirar foto com o bisa e a bisa que já estão muito
velhinhos. Como ninguém queria deixar de aparecer na foto, o velhinho se irrita,
tira a foto da família e vai dormir.
2. Outros tempos
A bola O garoto ganha uma bola e, obcecado por videogame não
sabe o que fazer com ela. O pai se decepciona.
Histria estranha Um homem de quarenta anos se reconhece em
uma criança que está brincando no parque. A criança também o
identifica, eles se abraçam e o garoto pensa em como seria
sentimental quando crescesse.
Vivendo e... O narrador começa a lembrar do que fazia na
infância e percebe que já não é mais capaz nem de cuspir com a
língua entre os dentes como fazia antigamente.
Adolescência Um garoto perturba a todos com o violino que
acabara de ganhar. Cansados, os vizinhos e o pai contratam
Vandeca Furacão para que o garoto se esquecesse do
instrumento musical.
3. De olho na linguagem
Sexa Um garoto interroga o pai sobre o feminino de sexo.
Pá, pá, pá Um brasileiro tenta explicar a uma americana o que significam certas
expressões da língua como: pois , pois sim, pois não e pá, pá, pá.
Defenestração O narrador brinca com o significado de certas palavras e se
interroga com o sentido de defenestrar ato de atirar algo ou algum da janela.
Tintim Brincadeira com as expressões brasileiras: tintim barulho das moedas.
Papos O narrador brinca com as palavras e critica a gramática da língua portuguesa
através da colocação pronominal.
O jargão O narrador se imagina um marinheiro, embora não entenda nada de
barcos e começa a usar vários jargões (provavelmente inventados), fazendo uma
crítica aos economistas que usam palavras as quais ninguém entende, mas que as
pessoas jamais ousariam questionar.
Pudor O narrador brinca com o significado de algumas palavras, dentre elas
trilhão, que antigamente significava um número muito alto, impossível de se
imaginar e que hoje, devido inflação e as mudanças de planos econômicos torna-se
quase íntimo nosso.
Palavreado O narrador brinca com as palavras e imagina novos significados para
elas (falácia, lascívia, fornida, lipídio, otorrino, pseudônimo etc.)
4. Fábulas
A novata Conta o primeiro dia de trabalho na vida de uma jornalista. No início o chefe não
acredita muito na moça, mas ela se revela uma ousada profissional.
Bobagem Dois amigos que no se viam há muitos anos, porque estavam brigados e nem se
lembravam do porquê. Pensaram que deveria ser bobagem. Conversaram, beberam,
marcaram um outro encontro, mas um deles não compareceu, porque havia se lembrado da
bobagem que os fez brigar.
Hábito Nacional Vários políticos famosos brasileiros morrem em um desastre de avião. São
Pedro quer levá-los direto para o inferno, mas Deus lhes perdoa. Sabe como, Brasileiro...
Pode acontecer Dois amigos tramam atacar o Congresso Nacional e pegar políticos como
reféns. O fracasso foi total, pois no dia combinado os políticos faltaram ao serviço.
Direitos humanos - a histeria do motorista Algemiro, que ao levar uns americanos para
conhecer o Rio de Janeiro, encontra Budum Filho, um homem que estava lhe vendendo o
dinheiro do jogo de bicho. Algemiro briga com o rapaz, mas este se faz de vítima para os
americanos que o defendem.
Segurana Cansados de serem assaltados, os moradores de um condomínio fechado tentam
de todas as maneiras buscar estratégias para espantar os ladrões e ficam cada vez mais
trancados em suas próprias casas. Ao final, fazem uma rebelião, querendo fugir do
Condomínio.
5. Falando sério
Fobias O autor expõe diversos tipos de medos e aversões a alguma
coisa (claustrofobia, acrofobia, collorfobia etc.) e brinca com o leitor
querendo saber como se chamaria o medo de não ter o que ler.
Anedotas O narrador faz reflexões sobre as anedotas e diz que nem
todos os humoristas conseguem fazê-las, pois um processo nico.
Da timidez O narrador faz uma exposição sobre pessoas tímidas que,
mesmo querendo se esconder de todos, sempre acabam chamando
a atenção de alguma forma.
ABC Comentários irônicos sobre o tamanho das letras de acordo
com as idades. Quanto mais velhos ficamos, mais as letras
diminuem. Segundo o narrador, esse processo está errado.
6.Exercícios de estilo
Amor Poema mais ou menos de amor algum que queria ser o guarda-roupa da
amada para guardar seus segredos.
Um, dois, três O narrador diz querer, um dia, fazer uma crônica que enchesse o
mundo de magia.
O ator - Um ator leva seu trabalho tão a sério que confunde sua vida com a de seu
personagem e acaba perdendo sua própria identidade.
O recital - Um invasor tenta tocar seu instrumento musical (uma tuba) junto com
um quarteto de cordas e a confusão se generaliza.
Siglas - Os personagens, preocupados em arrumar uma sigla para seu novo
partido, esquecem-se de seus princípios e de suas lutas e, em nome de uma boa
sigla para o partido, mudam seus ideais políticos.
Rápido - Em poucas palavras e em forma de diálogos, o autor conta a história de
vida um casal que se encontra, casa-se, tem filhos, viram avós e já estão na idade
perigosa, a de morrer de velhice.
O classificado através da história - O autor faz brincadeiras com a própria língua e
com os objetos a serem vendidos, como se fossem classificados de jornais.
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