UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI FELIPPE GONÇALVES JORGE OCTÁVIO HENRIQUE SILVA BUENO VINICIUS ROBERTO DE OLIVEIRA CUNHA ARMAZENAMENTO DE COMPROVANTES ON-LINE São Paulo 2010 FELIPPE GONÇALVES JORGE OCTÁVIO HENRIQUE SILVA BUENO VINICIUS ROBERTO DE OLIVEIRA CUNHA ARMAZENAMENTO DE COMPROVANTES ON-LINE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção de título de Bacharel em Ciência da Computação, pela Universidade Anhembi Morumbi. Orientadora: Profa. Msc. Roberta Beatriz Aragon Bento São Paulo 2010 FELIPPE GONÇALVES JORGE OCTÁVIO HENRIQUE SILVA BUENO VINICIUS ROBERTO DE OLIVEIRA CUNHA ARMAZENAMENTO DE COMPROVANTES ON-LINE Trabalho de Conclusão de Curso sob a orientação da professora Roberta Beatriz Aragon Bento, apresentado como exigência parcial para a obtenção de título de Bacharel em Ciência da Computação, pela Universidade Anhembi Morumbi. Aprovado: _________________________________________ Prof. Universidade Anhembi Morumbi _________________________________________ Prof. Universidade Anhembi Morumbi _________________________________________ Prof. Universidade Anhembi Morumbi AGRADECIMENTOS Primeiramente gostaríamos de agradecer nossa família pela educação, criação, amor, apoio e incentivo que tivemos durante todo esse tempo para que possamos nos desenvolver pessoalmente e profissionalmente. Gostaríamos de agradecer nossa orientadora e professora Roberta Beatriz Aragon Bento pela grande ajuda e atenção durante todo o período em que estivemos desenvolvendo o projeto. E principalmente a Deus que nos abençoou todos esses anos e nos deu força, saúde e sabedoria. Agradecemos a todos que estiveram ao nosso lado, nos ajudando e nos apoiando para que nos dedicássemos e nos tornássemos Cientistas da Computação. RESUMO A dificuldade de se armazenar comprovantes e notas fiscais pode causar uma série de problemas como organização, ocupação de espaço físico, deterioração dos mesmos, entre outros. O objetivo deste trabalho é desenvolver um sistema que armazene os documentos e os busque de forma eficiente. Com isso, o usuário tem mais facilidade para controlar e organizar seus comprovantes. Além disso, traz muitos benefícios para sociedade, reduzindo o gasto de papel e contribuindo para a preservação da natureza, pois assim, não é necessário o uso do papel, o que pode gerar lixo. O trabalho aborda o funcionamento do sistema GED (Gestão Eletrônica de Documentos), discute sobre os direitos necessários para a utilização do sistema e define as tecnologias utilizadas para desenvolver o software. O software proposto pretende prover meios eficazes para armazenar e pesquisar documentos, além de disponibilizar informações necessárias para o controle de notas fiscais de usuários reduzindo o tempo de busca de informações e aumentando sua produtividade. Palavras-chave: Sistema de Armazenamento, Busca de Comprovantes, Nota Fiscal , Nota Fiscal Eletrônica, GED, Legislação, Struts 2, Spring, Hibernate e Web Service. ABSTRACT The difficulty to store receipt and invoices can cause many problems such as organization, occupancy of physical space, deterioration of the same, among others. The goal this work is to develop a system that stores the documents and search they of efficient way. With this, the user has more facility to control and organize his receipts. Besides, it brings many benefits to society, reducing the spent of paper and contributing to the preservation of nature, so that, it isn’t necessary the use of paper, what can generate garbage. The work discusses the operation of System GED (Electronic Management of Documents), discusses about the necessary right to the utilization of System and define the technologies used to develop the software. The proposed software intends to provide effective means to store and research documents, besides available necessary information to the control in the user’s invoices reducing the time of search in the information and increasing user’s productivity. Keywords: System of storage, Search of Receipts, Invoice, GED, Laws, Struts 2, Spring, Hibernate and Web Service. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Fontes de Conteúdo ................................................................................................. 17 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Atividades de recuperação de documentos em papel e GED .................................. 18 Tabela 2 – Expectativa de durabilidade das mídias .................................................................. 20 Tabela 3 – Durabilidade das Mídias ......................................................................................... 20 LISTA DE SIGLAS AC Autoridades Certificadoras ACOL Armazenamento de Comprovantes On-Line AJAX Asynchronous Javascript And XML API Interface de Programação de Aplicações CT-e Conhecimento de Transporte eletrônico DAO Data Access Object ECD Escrituração Contábil Digital EFD Escrituração Fiscal Digital EJB Enterprise JavaBeans ENCAT Encontro Nacional dos Administradores e Coordenadores Tributários Estaduais GED Gerenciamento Eletrônico de Documentos. HSM Hardware Security Module ICMS Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICP Infra-Estrutura de Chaves Públicas. ICP Brasil Infra-Estrutura de Chaves Públicas ITI Instituto Nacional de Tecnologia da Informação JAX-WS Java API for XML Web Services MVC Modelo Visão e Controle NF Nota Fiscal NF-e Nota Fiscal Eletrônica. NFS-e Nota Fiscal de Serviços Eletrônica NFP Nota Fiscal Paulista PAC Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Ambiental SEFAZ Secretaria da Fazenda SGBD Sistema Gerenciados de Banco de Dados SPED Sistema Público de Escrituração Digital TCC Trabalho de Conclusão de Curso WS Web Service SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 12 1.1 OBJETIVO ................................................................................................................. 13 1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 13 1.3 ABRANGÊNCIA ....................................................................................................... 14 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................... 14 2 ESTUDO SOBRE GESTÃO ELETRÔNICA DE DOCUMENTOS .................... 15 2.1 CONCEITO ................................................................................................................ 15 2.2 VANTAGENS E DESVANTAGES ............................................................................ 16 2.3 PRINCIPAIS TIPOS DE SOLUÇÕES GED ............................................................. 17 2.4 ARMAZENAMENTO DIGITAL ............................................................................... 17 2.5 GED E O MEIO AMBIENTE .................................................................................... 19 2.6 FERRAMENTAS DE GESTÃO FINANCEIRA ....................................................... 20 2.6.1 Webfinanceiro.com ................................................................................................... 20 2.6.2 Financeiro Net ........................................................................................................... 21 2.6.3 Contas Online............................................................................................................ 21 2.6.4 Nota Fiscal Paulista .................................................................................................. 22 3 LEGISLAÇÃO ......................................................................................................... 23 3.1 SPED .......................................................................................................................... 24 3.1.1 Fiscal Eletrônica ....................................................................................................... 25 3.2 CERTIFICAÇÃO DIGITAL ...................................................................................... 26 4. MODELAGEM DO SISTEMA............................................................................... 28 4.1 REGRAS DE NEGÓCIO ........................................................................................... 28 4.2 REQUISITOS FUNCIONAIS ................................................................................... 29 4.3 REQUISITOS NÃO FUNCIONAIS ......................................................................... 29 4.3.1 Requisitos Inversos .................................................................................................. 30 4.4 DIAGRAMA DE CASOS DE USO .......................................................................... 30 4.5 PROJETO DO BANCO DE DADOS ....................................................................... 30 4.6 DIAGRAMA DE CLASSES ...................................................................................... 31 4.7 PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DO SISTEMA ............................................... 31 5 IMPLEMENTAÇÃO................................................................................................ 32 5.1 SUBDIVISÕES DO SISTEMA ................................................................................ 32 5.2 PROJETO DE INTERFACE ...................................................................................... 32 5.3 ARQUITETURA DO SISTEMA .............................................................................. 32 6 CONCLUSÕES......................................................................................................... 35 6.1 TRABALHOS FUTUROS ........................................................................................ 36 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA ........................................................................ 37 APÊNDICES ............................................................................................................. 39 12 1. INTRODUÇÃO A necessidade atual e a dificuldade de se armazenar comprovantes e notas fiscais, podem causar vários problemas como organização, ocupação de espaço físico e deterioração dos mesmos. Além disso, é gasto papel para emitir um documento ou uma nota fiscal o que pode causar mais lixo e agravar o problema do desmatamento, por problemas que poderiam ser evitados, caso fosse armazenado em formato digital. Outra questão importante é a preservação da natureza. Embora atualmente, a produção de papel ter tido um avanço muito grande, com técnicas de reflorestamento, replantio de árvores e melhorias em processos de produção, ele ainda é uma atividade poluidora. Os dados citados a seguir, poderão dar uma visão geral da tendência ao consumo de tempo e dinheiro que ocorre ao gerenciar documentos. a) Executivos gastam em média 150 horas/ano procurando, localizando, solicitando, esperando documentos (Baldam, 2004). b) A cada 20 documentos, um se perde (Baldam, 2004). c) Um funcionário guarda em média 20.000 folhas de papel por ano em arquivos dos mais variados tipos (Baldam, 2004). d) “Em média, 90% do tempo da vida útil de um documento é gasto em trânsito e filas. Ou seja, necessita de gerenciamento” (Baldam, 2004). e) Executivos gastam de 20% a 45% do tempo pensando, criando ou manipulando documentos (Gartner, 2004). f) Consome-se de 12% a 15% da renda de uma empresa (Baldam, 2004). g) Gasta-se U$ 250,00 para recriar um documento de engenharia perdido” (Baldam, 2004). h) “As pessoas perdem entre 20% a 30% de seu tempo, localizando e recuperando informações” (Baldam, 2004). i) “Processos trabalhistas são perdidos por não encontrarmos o documento correto no prazo estipulado por lei.” (Baldam, 2004). Analisando os dados acima citados, vale a pena destacar as tendências e observações apresentadas quanto ao comportamento do tipo de tarefa executado, tendo em vista o tempo e dinheiro que poderiam ser otimizados trazendo benefícios reais para empresas e pessoas. O ganho e a produtividade da equipe serão maiores ao começar a fazer o gerenciamento dos comprovantes e notas fiscais o mais cedo possível, preferencialmente se 13 puder gerenciá-lo desde sua criação, oferecendo padrões de documentos apropriados e formas fáceis de conduzir o cadastramento dele. O funcionário torna-se mais produtivo e parceiro de um processo mais eficiente de racionalização do trabalho. 1.1 OBJETIVO Este trabalho de conclusão de curso tem por finalidade o desenvolvimento de uma Aplicação que visa substituir a forma com que pessoas e empresas armazenam seus comprovantes de pagamento e notas fiscais. Será um ambiente onde o usuário possa realizar consultas e adicionar novos comprovantes através de um formulário, poderá organizá-los por categoria e editá-los, adicionando imagens e/ou comentários aos mesmos, além de visualizar relatórios de suas movimentações. 1.2 JUSTIFICATIVA Sempre que é efetuada uma compra ou transação financeira é emitido um comprovante ou uma nota fiscal em papel. Um exemplo claro disso é a Volkswagen, que emite 2,2 milhões de notas por ano. São documentos que envolvem não só carros, mas também as peças de reposição e todos os materiais que circulam entre as fábricas da montadora. Em média, cada nota é impressa em cinco vias, e algumas chegam a sete. A conta dispara facilmente para onze milhões de folhas que têm de ser manuseadas e arquivadas (Abril, 2009). Na Souza Cruz, o volume é ainda mais impressionante. Entre operações de entrada e saída de produtos, a empresa emite 30 mil notas por dia (Abril, 2009). Além de consumirem papel, a maioria desses comprovantes precisam ficar armazenados durante cinco anos ou mais para evitar qualquer tipo de problema, como por exemplo, uma troca do produto, caso o mesmo apresente defeito. Esses documentos ocupam espaço físico e se desgastam com o tempo gerando mais lixo. Além do que, nem todas as pessoas têm a organização necessária e tempo para guardar esses documentos de forma adequada. Pensando nisso, o objetivo é desenvolver um software para armazenar as notas fiscais e comprovantes, de maneira que o usuário não tenha qualquer tipo de preocupação com organização dos comprovantes e notas fiscais, além de minimizar a chance de perda das mesmas. Desta forma, haverá contribuição para preservação da natureza (pois assim, não é necessário o uso do papel, o que pode gerar lixo), economia de papel, organização e facilidade 14 na busca e acesso dos mesmos, tanto por parte da empresa quanto por parte do cliente. 1.3 ABRANGÊNCIA É proposto um sistema, que será preparado para receber dados dos comprovantes e notas fiscais de usuários e armazená-los em um banco de dados. O usuário poderá adicionar comprovantes já existentes através de upload de imagens, editá-los, organizá-los por categoria, realizar buscas e visualizar relatórios. Esse sistema em princípio se restringe apenas ao Brasil. O sistema rodará em ambiente WEB e ficará disponível gratuitamente 24h por dia. Os dados do sistema serão armazenados no MySql. 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO O trabalho está estruturado em seis capítulos. O segundo capítulo descreve conceitos da tecnologia GED e ferramentas de gestão financeira. No terceiro capítulo são explanadas informações sobre legislação dos direitos digitais. Já no quarto capítulo é abordada a modelagem do sistema. No quinto capítulo são tratados detalhes da implementação do sistema. No sexto, e último capítulo, são reservados para as conclusões finais do trabalho. 15 2 ESTUDO SOBRE GESTÃO ELETRÔNICA DE DOCUMENTOS 2.1 CONCEITO Segundo Baldam (2004), Gestão Eletrônica de Documentos (GED) consiste em prover meios eficientes para armazenar e recuperar informações existentes em documentos e dados eletrônicos. Segundo Baldam (2004), a partir desse conceito pode-se retirar alguns princípios básicos do GED, tais como, a necessidade de utilização de computadores, a existência do modo de gerenciamento e visualização de documento em formato digital e que se trata de um sistema que pode controlar o documento desde sua criação até seu estágio final. A figura 1 mostra as diversas formas de entradas e controles de documentos em um ambiente GED. Figura 1 – Formas de entrada e controle de Documento em ambiente GED. Fonte: Icone Net, 2010 16 2.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS A seguir são apresentadas vantagens do uso de GED em relação ao uso de papel (Tabela 1). Tabela 1 – Atividades de recuperação de documentos em papel e GED. Atividade Papel GED Capturar um documento São armazenados em armários e pastas Uso de mais de uma forma de armazenar documentos ou arquivos setoriais Cópias são feitas e armazenadas em diversos arquivos Documentos são digitalizados para gerar imagens Busca por índice de diferentes maneiras para localizar o mesmo documento. Sem limite físico. Recuperação Tempo de recuperação Distribuição do documento (imagem) Espaço exigido para armazenamento (documentos por m³) Potencial de perda de documentos Impacto na infraestrutura de computadores Impacto no sistema atualmente em uso Exemplo de fácil consulta: ir até a sala do arquivo, encontrar o documento, removê-lo, ir à copiadora, fazer uma cópia, retornar o original ao local de origem. Desde vários minutos até semanas Malote, correio interno Ir ao computador, pesquisar pelo índice desejado, visualizar ou imprimir. Segundos Via mensagem eletrônica, própria do sistema ou e-mail Alguns milhares Milhões Alta Mínima Nenhum Alto Nenhum Potencialmente alto – pode requerer revisão de processos Fonte: Baldam (2004) Analisando a tabela 1 é possível perceber grandes vantagens do sistema GED como, otimização do tempo de busca, economia de espaço físico, maior durabilidade e redução de perda e extravio de documentos e a possibilidade de acessá-los de qualquer lugar a qualquer hora. Além das vantagens acima, se tem um maior controle dos documentos, a possibilidade de integração com outros sistemas e segurança, eliminando fraudes, retornos, proteção contra catástrofe. É importante destacar também a grande economia de papel gerada, preservando o meio ambiente, uma vez que todo documento é gerado por impressão em papel. A maioria deles acabam se perdendo ou indo para o lixo por motivos de falta de necessidade de ser mantido, deterioração, acidentes como um incêndio, etc. Muito desses documentos são emitidos sem a real necessidade como os comprovantes das máquinas de cartões. Todo esse desperdício poderia ser evitado se houvesse um bom sistema GED implantado. 17 Como desvantagem, pode-se citar o alto investimento em infraestrutura de computadores, o que pode ser inviável para algumas empresas. Também deve-se citar a necessidade de alguns empreendimentos de terem as cópias originais dos documentos por questões burocráticas e legais, o que pode ser uma barreira para a implementação do sistema. 2.3 PRINCIPAIS TIPOS DE SOLUÇÕES GED Existem diversos tipos de aplicações de GED no mercado, que são escolhidas dependendo dos tipos, características e particularidades dos documentos com o qual irá se trabalhar e como eles serão usados. Segundo Baldam (2004) as mais comuns são: Document Imaging: Processamento, arquivamento e recuperação de documentos, normalmente usado para documentos prontos. Document Management: Gerenciamento de documentos permite o controle desde sua criação até seu fim. EDMS (Engineering Document Management System): Mais utilizado para documentos técnicos como plantas, desenhos, especificações, entre outros. Image Enable: Utilizado quando se necessita disponibilizar a imagem de um documento junto com o processo do qual ele faz parte. ERM/COLD (Enterprise Report Management / Computer Output to Laser Disk): O objetivo deste é gerenciar relatórios oriundos de sistemas legados da corporação. Forms Processing: Processamento de formulários, Tecnologias aplicáveis na captura de formulários. 2.4 ARMAZENAMENTO DIGITAL As principais mídias usadas para armazenamento em um sistema GED segundo Baldam (2004) são as magnéticas como: disco rígido e fitas magnéticas, e, ópticas como CD, DVD, WORM e Magneto-óptico. O disco rígido é o mais rápido para armazenamento de massa documental, possui grande capacidade e custo acessível. Já a fita magnética é mais usada para backup de sistemas por possuir uma alta capacidade de armazenamento. 18 CD e DVD são mais utilizados para transferência e distribuição de arquivos por ter um baixo custo e armazenar grande quantidade de arquivos, 700 MB no caso do CD e 4.7 GB no caso do DVD. WORM é uma mídia um pouco mais cara que o CD e o DVD e pode ser gravado uma única vez e pela certeza de que o documento não será mais alterado, ela se tornou a primeira mídia a ser usada para homologar documentos legalmente. Seu tamanho pode variar de 2.6 GB a 12 GB. Magneto-óptico são mídias que permitem gravação constante parecido com um HD, porém, é utilizado laser que consegue detectar mudanças na polaridade de uma camada do disco ótico. Na tabela 2 são apresentadas informações sobre a longevidade das mídias. Tabela 2 – Expectativa de durabilidade das mídias. Nome da Mídia CD-ROM WORM Magneto-óptico Disco Rígido Fitas Magnéticas Microformas Tecnologias armazenamento Durabilidade – Anos 30 anos 35 anos < 35 anos 2 a 5 anos 7 anos > 100 anos de 2 a 4 anos Fonte: Baldam (2004) Na tabela 3 é apresentada a durabilidade das mídias em anos, sobre os fatores de temperatura em graus Celsius e porcentagem de umidade relativa. 19 Tabela 3 – Durabilidade das Mídias. Nome da Mídia CD-ROM WORM CD-R Magnetóptico Microfilme com qualidade arquivística (Prata) Temp. ºC Umidade Relativa % Durabilidade - Anos 40 30 20 10 40 30 20 10 40 30 20 10 40 30 20 10 40 30 20 10 80 60 40 25 80 60 40 25 80 60 40 25 80 60 40 25 80 60 40 25 2 10 50 200 5 20 100 200 2 5 30 100 2 5 30 100 20 50 200 500 Fonte: Baldam (2004) 2.5 GED E MEIO AMBIENTE Muitas pessoas pensam que os avanços da tecnologia causam prejuízos ao meio ambiente, pois causam poluição e ocupação do meio natural. Porém, algumas vezes não é isso que acontece. O Gerenciamento Eletrônico de Documentos, por exemplo, é exatamente ao contrário. Um bom programa de GED instalado em uma empresa pode favorecer e muito a questão ambiental. Apesar de hoje em dia a produção de papel ser uma atividade bem mais ecológica e racional do que 20 ou 30 anos atrás, com técnicas de reflorestamento, replantio de árvores e melhores processos de produção, ela ainda é uma atividade poluidora, que lança uma enorme quantidade de carbono na atmosfera (contribuindo para o efeito estufa) e também contribui para o desmatamento, avançando as plantações reflorestadas sobre áreas de floresta natural. Para se produzir uma tonelada de papel, são necessárias em média três toneladas de matériaprima (celulose) obtidas a partir de aproximadamente 24 árvores de porte médio (Log, 2009). Por essas razões, um projeto de gestão eletrônica de documentos é sempre considerado um projeto de impacto ambiental positivo. Como o GED é baseado no uso de sistemas de computador e máquinas, também há um ponto negativo no que diz respeito ao consumo de 20 energia elétrica e também as emissões de carbono relacionadas à fabricação dos computadores e equipamentos. Mas o ganho ainda é positivo, pois realizando a digitalização de documentos em larga escala e passando a produzir tais informações já no meio digital, é eliminado em alguns casos até 70% da necessidade de consumo mensal de papel nas empresas (Log, 2009). 2.6 FERRAMENTAS DE GESTÃO FINANCEIRA Com o objetivo de aprofundar o conhecimento das funcionalidades do sistema foi feita uma pesquisa e um estudo sobre ferramentas de gestão financeira. As ferramentas mais próximas foram a WebFinanceiro.com, Financeiro Net, Contas Online e Nota Fiscal Paulista. Porém, nenhuma delas possui a funcionalidade de armazenar comprovantes. A ferramenta que mais se aproxima desta funcionalidade é a Nota Fiscal Paulista (NFP) que armazena notas fiscais de vendas de produtos. Entretanto, o intuito desta ferramenta é que o Governo possa controlar a parte fiscal das empresas e pessoas, com o objetivo de evitar fraudes e não para o controle e gerenciamento do contribuinte. Nenhuma das ferramentas utiliza conceitos de GED. A NFP gera um arquivo texto com dados da NF, mas não utiliza conceito de GED nessa funcionalidade. Abaixo estão as principais funcionalidades das ferramentas citadas. 2.6.1 Webfinanceiro.com O WebFinanceiro.com é um sistema web de controle financeiro e tem o objetivo de controlar os gastos e receitas, tanto de pessoas físicas como de empresas. Principais funcionalidades (Webfinanceiro, 2010): a) Múltiplas Contas – Controle de contas bancárias, cartões de credito e conta caixa; b) Categorias personalizadas – Permite a criação de categorias personalizadas de receitas e despesas; c) Programação de Transações periódicas – Cadastro de contas mensais uma única vez; d) Relatórios - Fluxo de caixa, Despesas e Receitas, e outros; e) Conciliação Bancária – Permite acompanhar os lançamentos bancários reais para certificar que não está tendo taxas indevidas e se cheques foram compensados; f) Importação OFX – Importa extrato bancário no formato OFX (padrão de exportação 21 dos bancos); g) Gráficos Diversos – Gera gráficos financeiros para melhor visualização; h) Cadastros de Contatos – Permite cadastro de contatos; i) Orçamento Financeiro – Permite comparar a previsão com o que realmente foi realizado financeiramente; j) Contas a Pagar / Contas a Receber – Permite o acompanhamento e controle do que tem a receber e a pagar. 2.6.2 Financeiro net É um sistema on-line simples e barato para gestão e controle pessoal. Não possui funções avançadas, mas, em contra partida, oferece uma interface intuitiva que ajudam o usuário a utilizar o sistema sem dificuldades. O usuário não precisa ter conhecimentos avançados de contabilidade para utilizar os serviços. Principais funcionalidades (FinanceiroNet, 2010): a) Controle de Contas a Pagar; b) Controle de Contas a Receber; c) Controle de Lançamentos; d) Plano Orçamentário; e) Plano de contas personalizável; f) Relatórios Gráficos e analíticos; g) Importação de arquivos. 2.6.3 Contas online Contas On-Line é um sistema financeiro de controle pessoal totalmente web. Tem a função de controlar as despesas e receitas do usuário, facilitando a visualização das movimentações. Permite registrar e classificar, de forma personalizada, toda operação financeira. Possui uma interface intuitiva e em toda tela há guias e pequenos tutoriais para orientar o usuário na utilização do sistema. Além disso, é um sistema para multiusuário. Principais funcionalidades (ContasOnline, 2010): 22 a) Contas a pagar e a receber; b) Importação de Arquivos OFX, OFC e TXT; c) Controle de Clientes e Contas Bancárias; d) Centro de Custo e Lucro em vários níveis; e) Lançamentos parcelados e automáticos; f) Consultas avançadas para análise dos lançamentos; g) Gráficos e Relatórios paginados; h) Multi-contas. 2.6.4 Nota Fiscal Paulista A Nota Fiscal Paulista é um sistema do governo, onde qualquer produto adquirido tanto por pessoa física, como pessoa jurídica, é lançado uma nota fiscal neste sistema. O consumidor deve solicitar o documento fiscal no ato da compra e informar o seu CPF ou CNPJ para o fornecedor e assim terá direito a créditos, além de concorrer a prêmios. Os estabelecimentos comerciais enviam periodicamente essas informações para a Secretaria da Fazenda, onde é calculado o crédito do consumidor (NFP, 2010). O objetivo do governo é estimular a cidadania fiscal, educando os consumidores a exigirem a entrega do documento fiscal na hora da compra. Principais funcionalidades (NFP, 2010): a) Contas a pagar e a receber. Consulta de documentos fiscais; b) Visualização detalhada dos documentos fiscais incluindo imagens; c) Permite doações das notas para entidades filantrópicas cadastradas no sistema. d) Cadastro e Consulta de Reclamações; e) Consulta da Conta Corrente (Saldo adquirido com as notas); f) Permite destinar os créditos para uma conta bancária, usar como descontos no IPVA e doar para entidades; g) Gera demonstrativo do Imposto de Renda. 23 3 LEGISLAÇÃO A dependência do mundo virtual é cada vez mais inevitável. Quase tudo pode ser feito via internet, desde operações bancárias e comércio, até cursos e aulas online. O tema ganha ainda mais relevância quando se identifica que não só a administração pública, mas também as empresas privadas que vêm buscando formas de substituir os documentos tradicionais, também denominados físicos, pelos seus correspondentes digitais. O Direito não acompanha a mesma velocidade da evolução social, econômica e também tecnológica, estando sempre atrasado diante os acontecimentos da sociedade. A legislação brasileira não estava preparada para lidar com esse fenômeno da internet. Diante disso, a necessidade da regulamentação do “mundo digital” é muito importante, pois aos poucos a documentação está deixando de ser escrita para assumir a forma digital (Rover, 2004). A grande preocupação de um documento digital é justamente a garantia da segurança e validade do documento. Por conta disto, ferramentas de apoio vão sendo criadas com a finalidade de impedir ataques às redes e também vão surgindo sistemas protetores contra operações ilegais, como adulteração de documentos. Uma simples mensagem enviada por email pode ser alterada sem deixar vestígios, incluindo-se a identificação do remetente. Por outro lado, através da técnica da certificação eletrônica, é possível garantir a autenticidade e a integridade de um documento eletrônico e, por conseqüência, o documento pode ser aceito como prova na justiça (Rover, 2004). Segundo Blum (2001), para garantir a validade jurídica de um documento digital, o documento deve ter no mínimo todas as características de segurança e garantia de um documento físico. Um documento eletrônico não pode ser assinado no modo tradicional, através do qual o autor se identifica. Por isso, os documentos eletrônicos são considerados, por muitos, documentos inseguros e de fácil falsificação. Apesar dos documentos digitais não terem a mesma forma que um documento tradicional, com certas ferramentas é possível trazer aos documentos digitais as características de identidade e segurança dos documentos tradicionais. Segundo Rover (2004), o art. 366 do Código de Processo Civil diz que a prova dos fatos jurídicos devem ser feitas por documentos, mas não específica que deve ser apenas documentos físicos. Sendo assim para um documento digital ser considerado um documento de prova, basta o juiz aceitar o documento e para isso o documento deve atender os requisitos 24 de segurança e integridade. Além disso, se não for considerado documento pela justiça, os documentos digitais ainda podem entrar no processo como instrumento de prova, não tem a importância de um documento, mas podem ajudar a convencimento do juiz junto a outros instrumentos e meios de prova. Com objetivo de verificar e garantir a integridade, a autenticidade e a validade de documentos eletrônicos, foi criado em 28 de junho de 2001 a Medida Provisória nº 2.200. Esta Medida Provisória institui a Infra-Estrutura de Chaves Públicas – ICP Brasil, que dentre outras providências, tem papel de definir normas para certificação digital e com isso, garantir a autenticidade de documentos. No Brasil, algumas regras já foram acrescentadas a fim de dar validade aos documentos digitais. A Medida Provisória 2.200-2, de 24 de agosto de 2001, institui: “Art. 1o Fica instituída a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira ICP-Brasil, para garantir a autenticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos em forma eletrônica, das aplicações de suporte e das aplicações habilitadas que utilizem certificados digitais, bem como a realização de transações eletrônicas seguras.” (Rover, 2010). Ainda há um longo caminho que deve ser percorrido antes de validar plenamente os documentos eletrônicos no Brasil. Outras nações já entendem perfeitamente a validade de documentos digitais e possuem um sistema de assinatura digital operante. Logo o Brasil deve fazer parte destas nações e não haverá como uma das partes se esquivarem das obrigações por ela assumidas no negócio, alegando que o documento ou instrumento não serve como prova. Assim, se houver uma disputa judicial, a sociedade se sentirá segura de que as cláusulas que regem o negócio serão uma garantia para as partes. 3.1 SPED O Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) é um projeto que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Ambiental. Esse projeto consiste em modernizar as transmissões das obrigações tributárias e fiscais dos contribuintes aos órgãos responsáveis do governo. Ou seja, o projeto consiste na digitalização dos processos fiscais e tributários (Sped, 2010). O SPED foi criado com objetivo de promover a integração dos documentos fiscais e contábeis, padronizando, uniformizando e unificando essas informações e documentos em um 25 mesmo lugar, facilitando assim para o contribuinte e para o próprio governo. Esse projeto traz muitos benefícios, como eliminação do papel, redução de custos administrativos, de emissão e armazenamento dos documentos, melhoria na qualidade e rapidez no acesso a informação, dificulta operações ilícitas e sonegação e possibilita um melhor controle dos processos. O Projeto engloba a Escrituração Contábil Digital (ECD), Escrituração Fiscal Digital (EFD), Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) e Conhecimento de Transporte eletrônico (CT-e). O SPED utiliza da certificação digital padrão ICP-Brasil como prova de assinatura e para garantir a validade jurídica dos documentos. 3.1.1 Nota Fiscal Eletrônica A nota fiscal eletrônica é um documento de existência apenas digital, emitido e armazenado eletronicamente, com o intuito de documentar uma operação de circulação de mercadorias ou uma prestação de serviços, ocorrida entre as partes (Receita NF-E, 2010). A NF-e surgiu de uma parceria do ENCAT (Encontro Nacional dos Administradores e Coordenadores Tributários Estaduais) e a Receita Federal do Brasil. Esse modelo eletrônico substitui apenas as NF impressas dos modelos 1 e 1A, mas logo deve se estender aos outros modelos. Os Modelos de NF 1 e 1-A, tem formato semelhante ao de uma folha de papel tamanho ofício, sendo que o modelo 1 tem disposição vertical e o 1-A horizontal. É documento de emissão obrigatório para todos os contribuintes do ICMS quando iniciar a entrada ou saída de bens ou mercadorias. A NF-e atende às normas definidas no projeto da Secretaria da Fazenda (SEFAZ) e sua validade jurídica é garantida pelo certificado digital do emitente e recebimento pelo fisco (Receita NF-E, 2010). O objetivo da NF-e é melhorar o intercâmbio e compartilhamento de informações entre os fiscos, reduzindo custos, facilitando o cumprimento das obrigações tributárias e fortalecendo o controle e fiscalização (Receita NF-E, 2010). Na recepção de cada NF-e pela Secretaria da Fazenda, para fins de autorização de uso, é feita uma validação. São validados assinatura digital, formato de campos, numeração da NFe, emitente autorizado e a regularidade fiscal do emitente (Receita NF-E, 2010). A Receita Federal disponibiliza um documento que define o comportamento dos sistemas de informação para o processamento de notas eletrônicas nas secretarias de fazenda estaduais, afim de facilitar uma possível integração entre o sistema da empresa emissora e o 26 sistema de emissão de NF-e. A especificação define o uso de padrões abertos de tecnologia, não impondo o uso de nenhuma solução proprietária. Dentre as muitas vantagens de usar padrões abertos, aproveita-se o conhecimento prévio dos desenvolvedores adquirido em outras atividades que utilizavam as mesmas tecnologias, mesmo não estando relacionadas à nota fiscal eletrônica. Dentre as principais tecnologias envolvidas figuram WebServices, XML e Certificados X.509. A Secretaria da Fazenda recomenda o uso do HSM - Hardware Security Module para a guarda do certificado digital. O maior obstáculo ao projeto é que para o processo de emissão de NF-e não ser manual, os sistemas que as empresas possuem devem ser readequados, ou até refeitos, para integrar com sistema emissor de NF-e. Além disso, as tecnologias que fundamentam o funcionamento do novo sistema são ainda novidade no Brasil, e existe pouca mão-de-obra capacitada. Entretanto, muitas empresas de informática já se mobilizaram, aprofundando seus conhecimentos na nova sistemática e nas tecnologias envolvidas. Dessa maneira, as empresas que desejarem adotar a Nota Eletrônica dispõem da opção de contratar serviço especializado que direcione e execute a transição. 3.2 CERTIFICAÇÃO DIGITAL A certificação digital é uma ferramenta de segurança que permite ao cidadão brasileiro realizar transações no meio eletrônico, que necessitem de segurança, como assinar contratos, obter informações sensíveis do governo e do setor privado, entre outros exemplos. O certificado, na prática, equivale a uma carteira de identidade virtual ao permitir a identificação de uma pessoa no meio digital quando enviado uma mensagem ou em alguma transação pela rede mundial de computadores que necessite validade legal. Um certificado digital contém dados de seu titular, tais como nome, identidade civil, e-mail, nome e assinatura da Autoridade Certificadora que o emitiu, entre outras informações. É importante saber que essa tecnologia confere a mesma validade jurídica ao documento assinado digitalmente do equivalente em papel, assinado de próprio punho. O Brasil conta com um Sistema Nacional de Certificação Digital que é mantido pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI). Este instituto é responsável pela InfraEstrutura de Chaves Públicas Brasileiras (ICP-Brasil), que nada mais é que um padrão criado 27 para garantir a validade e confiança dos certificados digitais. Este padrão adotado no Brasil implica em certificação com raiz única, sendo que o ITI além de desempenhar o papel de Autoridade Certificadora (AC) Raiz - AC Raiz, também, tem o papel de credenciar e descredenciar os demais participantes da cadeia, supervisionar e fazer auditoria dos processos. A AC-Raiz é responsável por gerenciar, fiscalizar e auditar as outras Autoridades Certificadoras. Segundo ITI (2010), dentre as AC, se destacam: AC-Serpro, AC-Caixa, ACSerasa, AC-RFB, AC-Certisign, entre outras. Para obter um certificado digital, deve-se escolher uma Autoridade Certificadora, solicitar a emissão do certificado digital via internet no site da AC escolhida de acordo com suas preferências e para finalizar o processo, o solicitante deve ir até uma Autoridade de Registro da AC para validar os dados preenchidos na solicitação (Iti, 2010). 28 4 MODELAGEM DO SISTEMA O sistema ACOL é um sistema de Armazenamento de Comprovantes e nele será possível armazenar as notas recebidas ao fazer uma compra de forma mais fácil e organizada, pois além dos campos básicos, como itens da compra, suas quantidades e valores, também será possível enviar uma imagem desse documento, fazendo um upload da imagem para o sistema, adicionar comentários no registro e organizar os dados por categorias, que poderão ser criadas pelo usuário. Também haverá um módulo onde o usuário poderá gerar relatórios de seus gastos por período ou por categoria. Será utilizado o conceito de Document Imaging, que é um tipo de aplicação de GED, onde o usuário escaneia seu documento (Comprovante) e armazena-o em forma digital. Junto estará disponível um formulário para a identificação dessa imagem, facilitando a busca. A idéia é fazer com que o documento esteja disponível, mesmo após o documento em forma de papel ter se deteriorado, evitando assim problemas como perda do documento, dificuldade de localizá-lo, tempo gasto procurando o documento e danos causados pelo tempo ou por acidentes. Durante a modelagem do sistema foram feitas uma série de atividades com o intuito de identificar os requisitos do sistema e propor uma solução baseada nos princípios de UML 2.0 e Orientação a Objeto. 4.1 REGRAS DE NEGÓCIO Para facilitar a visualização das necessidades de negócio do sistema ACOL foram identificadas as seguintes regras. RN1 – Não serão legalmente válidos comprovantes adicionados pelos usuários. RN2 – Comprovantes adicionados pelas empresas serão legalmente válidos. RN3 – Para excluir um comprovante as empresas devem especificar o motivo. RN4 – Usuários só podem excluir comprovantes adicionados por ele. RN5 – No módulo Empresa Emissora, através de um WebService, comprovantes podem ser adicionados pela empresa mesmo de usuários não cadastrado no sistema. 29 4.2 REQUISITOS FUNCIONAIS Para elencar as necessidades do sistema foram identificados os seguintes Requisitos Funcionais. RF01 – O sistema deve permitir o cadastro de novos comprovantes pelo usuário através de um formulário. RF02 – O sistema deve permitir a adição de arquivos digitalizados em formato de imagem e comentários nos comprovantes já existentes. RF03 – O sistema deve permitir busca de comprovantes por filtros de número da NF, intervalo de data, nome da empresa, valor e categoria. RF04 – O sistema deve permitir o cadastro de comprovantes pelas empresas através de web services. RF05 – O sistema deve permitir que o usuário visualize relatórios de suas movimentações. RF06 – O sistema deve permitir que o usuário organize seus comprovantes em categorias. RF07 – O sistema deve permitir que as empresas excluam os comprovantes. RF08 – O sistema deve permitir a visualização dos comprovantes pelos usuários. RF09 – O sistema deve permitir a visualização dos comprovantes pelas empresas. RF10 – O sistema deve permitir que os usuários editem comprovantes adicionados por ele. RF11 – O sistema deve disponibilizar a opção de envio de SMS e/ou E-mail para confirmação das transações. RF12 – O sistema deve disponibilizar a opção de envio mensal de relatórios por E-mail RF13 – O sistema deve permitir que usuários excluam comprovantes adicionados por ele. RF14 – O sistema deve ter a opção de cadastro de usuário tanto para pessoa física como jurídica. RF15 – O sistema de permitir que o usuário cadastre novas categorias de comprovantes. 4.3 REQUISITOS NÃO FUNCIONAIS As restrições do sistema ACOL são definidas a seguir através dos Requisitos Não Funcionais. RNF1 – O sistema deve ter um WebService para receber os comprovantes. 30 RNF2 – O sistema deve estar disponível 24 horas por dia. RNF3 – O sistema deve estar disponível na WEB. RNF4 – O sistema deve rodar corretamente nos principais browsers (IE e Firefox). 4.3.1 Requisitos Inversos A seguir, são apresentados os Requisitos Inversos do sistema ACOL. RI1 – O sistema não deve permitir a edição de informações adicionadas pelas empresas. RI2 – O sistema não deve permitir que o usuário exclua comprovantes adicionados pelas empresas. 4.4 DIAGRAMA DE CASOS DE USO Para o sistema proposto foram elaborados dois diagramas de casos de uso. O caso de uso 1 (APÊNDICE A) mostra a interação do usuário com o sistema, ele pode se cadastrar, logar no portal, gerenciar os comprovantes, visualizar relatórios de suas movimentações e cadastrar novas categorias para seus comprovantes. O caso de uso 2 (APÊNDICE B) mostra a interação das empresas com o sistema, ela poderá visualizar adicionar, excluir, consultar e visualizar os comprovantes. 4.5 PROJETO DO BANCO DE DADOS O projeto do banco de dados foi elaborado na ferramenta MySQL Workbench 5.1 OSS. Nele podem ser visualizadas as tabelas, seus atributos e os relacionamentos entre as tabelas (APÊNDICE C). 4.6 DIAGRAMA DE CLASSES O diagrama de classes conceitual foi elaborado na ferramenta Rational Rose Enterprise Edition 2003. Nele podem ser visualizadas as classes, seus atributos e seus relacionamentos (APÊNDICE D). 31 4.7 PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DO SISTEMA Abaixo seguem as principais funcionalidades identificadas para o ACOL: a) Cadastro de pessoas físicas e jurídicas; b) Gerenciamento de comprovantes; c) Excluir, editar e cadastrar comprovantes; d) Cadastro de Categorias de comprovantes; e) Upload de Imagens ou digitalizações de comprovantes; f) Envio dos dados e anexos dos comprovantes para email ou SMS. g) Gerar relatórios de comprovantes. 32 5 IMPLEMENTAÇÃO 5.1 SUBDIVISÕES DO SISTEMA Para facilitar o processo de utilização do sistema ACOL optou-se por subdividi-lo em dois módulos: Módulo Portal Web e Módulo WebService. O Módulo Portal Web interage com o usuário. Neste módulo é possível fazer cadastro de pessoa física, consulta de relatórios e busca de comprovantes. O Módulo WebService é destinado as empresas emissoras. Através dele as empresas podem cadastrar, consultar, buscar ou excluir comprovantes. 5.2 PROJETO DE INTERFACE Para facilitar o entendimento do sistema ACOL e suas funcionalidades, foi desenvolvido o protótipo do sistema (APÊNDICE E). 5.3 ARQUITETURA DO SISTEMA Para implementar o sistema foram utilizados vários recursos tecnológicos como Design Patterns, Frameworks, Interface de Programação de Aplicações (API), Webservice e Asynchronous Javascript And XML (AJAX). A arquitetura utilizada no sistema proposto será a arquitetura Modelo, Visão e Controle (MVC) com ajuda de alguns frameworks e API’s para comunicação entre as camadas. Na camada Model foram utilizados Data Access Object (DAO), que serão criados pelo Spring, juntamente com a conexão com o banco; e JavaBeans para representar as tabelas do Banco de Dados. Na camada View responsável pela comunicação entre o lado cliente e o lado servidor, será utilizado a biblioteca JavaScript Jquery. O sistema será desenvolvido na linguagem Java e serão utilizados três frameworks. Struts 2: Foi escolhido usar esse framework para implementar o MVC. Ele é um framework WEB voltado para ações e possui uma arquitetura bem simples conceitualmente. Requests (Requisições) são filtradas por Interceptors (Interceptadores) e são implementados 33 por ações que retornam Results (Resultados, que determinam o que será enviado de volta para o Browser) que são executados e retornam para o Browser. Spring: Optou-se por utilizar este framework para facilitar no desenvolvimento da aplicação porque o Spring traz muitas vantagens. Ele é um poderoso, porém leve framework de Injeção de Dependências que serve para lidar com a complexidade de aplicações corporativas. Ele torna possível usar JavaBeans para alcançar coisas que antes só era possível com Enterprise JavaBeans (EJB). A utilidade dele não é limitada apenas no desenvolvimento do lado do servidor e qualquer aplicação Java pode se beneficiar com ele em termos de simplicidade, testabilidade e baixo acoplamento. O framework responsável por se comunicar e realizar as queries no banco será o Hibernate. Hibernate: Foi definido usar o Hibernate para auxiliar na camada de modelo do MVC. É um framework de mapeamento de Objeto Relacional que transforma os dados tabulares de um Banco de Dados em um grafo orientado a objetos definido pelo desenvolvedor. Ele livra os desenvolvedores de ficar escrevendo códigos SQL e da comunicação com o banco de dados como é feito com o Java Database Connectivity (JDBC). O Hibernate também deixa o sistema independente de Banco de Dados, pois conhece vários dialetos, o que facilita caso seja necessário migrar para outro Sistema Gerenciados de Banco de Dados (SGBD), para isso seria necessário apenas mudar no XML o dialeto com o qual irá conversar com Banco de Dados. Optou-se também por utilizar Ajax para facilitar o usuário na navegação das telas do sistema. Para usar essa tecnologia foi escolhido a biblioteca JQuery. JQuery é uma biblioteca do JavaScript usado para desenvolvimento de aplicações Web que facilita percorrer documentos HTML, manipulação de eventos, animação e interações Ajax para desenvolvimento Web rápido e foi projetado para mudar a maneira que se escreve em JavaScript. A solução encontrada para integração de sistemas e comunicação entre aplicações diferentes foi o WebService. Assim, é possível que novas aplicações possam interagir com aquelas que já existem e que sistemas desenvolvidos em plataformas diferentes sejam compatíveis. 34 WebService são componentes que permitem que aplicações possam enviar e receber dados em formato XML. Cada aplicação pode ter a sua própria linguagem que é traduzida para uma linguagem universal, o formato XML. Para implementar WebService pode-se usar duas bibliotecas. JAXB: é uma biblioteca para processamento de documentos XML que permite com que desenvolvedores Java trabalhem com arquivos XML de forma transparente (Metro, 2010). Suas principais funcionalidades são: mapear os tipos do Java para tipos do XML e vice-versa; transformar um objeto Java em um texto XML (marshal) e transformar um texto XML em um objeto Java (unmarshal) (Metro, 2010). JAX-WS: é uma API para construir WebService e seus clientes. A partir dele pode-se gerar classes a partir de um WSDL e um WSDL a partir de classes que representam um WebService, para isso ela deve conter a anotação @WebService e seus métodos a anotação @WebMethod (Metro, 2010). Para o envio de SMS será utilizado o WS da empresa Human, especializada neste tipo de serviço. 35 6. CONCLUSÕES O objetivo deste trabalho foi o desenvolvimento de uma Aplicação Web que visa substituir a forma com que pessoas e empresas armazenam seus comprovantes de pagamento e notas fiscais. Este trabalho de conclusão de curso propiciou o desenvolvimento de um software para gerir e armazenar comprovantes de pagamento de forma online. Mais do que um organizador de documentos, o sistema permitirá um consumo mais racional do papel. Para isso, foram estudadas tecnologias ainda não muito exploradas, como o GED. O objetivo inicial era substituir a forma com que empresas e pessoas armazenam seus comprovantes de pagamento e notas fiscais, porém, pesquisas mostraram que a implantação completa do projeto ainda não pode ser realizada devido a impasses da legislação. A legislação brasileira e mundial ainda devem sofrer muitas mudanças devido aos benefícios da tecnologia, e logo a implantação poderá ser viabilizada. Como resultado do TCC, foi desenvolvido o aplicativo Web ACOL. Este sistema recebe notas fiscais e comprovantes armazenando-os em um banco de dados. Também é utilizado Document Image na parte de GED para armazenar as imagens dos comprovantes. Até o presente momento foram desenvolvidos os módulos de cadastro de pessoas físicas e jurídicas, gerenciamento de comprovantes, cadastro comprovantes, cadastro de categorias de comprovantes, upload de imagens ou digitalizações de comprovantes e relatórios de comprovantes. No desenvolvimento do projeto foram encontradas algumas dificuldades principalmente no início. A principal delas foi montar a arquitetura do sistema. Todos integrantes do grupo são novos na área de desenvolvimento, portanto, procurou-se seguir padrões, design patterns, frameworks e boas práticas de programação já conhecidas pelo grupo. Outro obstáculo a ser superado foi a estrutura das páginas. Foi uma situação nova porque houve a necessidade de pensar com uma visão de usuário. Procurou-se definir a melhor e mais simples forma de navegação possível entre as telas para facilitar o acesso do usuário. No geral, conclui-se que o principal objetivo de desenvolver um software para armazenamento de comprovantes online foi alcançado. Outro objetivo almejado, utilizar GED dentro do sistema também foi alcançado através do uso do Document Image. 36 6.1 TRABALHOS FUTUROS Sugere-se como trabalhos futuros: • Disponibilizar acesso ao sistema em qualquer navegador: O sistema atualmente funciona sem bugs apenas no Internet Explorer, sugere-se corrigir os bugs em outros navegadores como o Mozilla Firefox e Google Chrome, entre outros; • Disponibilizar um sistema para palmtop e dispositivos móveis: Criar telas dimensionadas para esses dispositivos. Leves e com resoluções menores; • Desenvolvimento de um módulo WebService: proporcionar que as empresas possam interagir seus sistemas com o ACOL, cadastrando os dados da compra automaticamente; • Envio dos dados e anexos dos comprovantes para e-mail ou SMS: Após realizar o cadastro no sistema ou efetuar uma compra o cliente receberá a confirmação recebendo um e-mail, ou se preferir uma mensagem no celular; • Criar novas funcionalidades relacionadas aos sistemas financeiros, como controle de contas a pagar e receber, controle de lançamentos e plano orçamentário, com o objetivo de transformar o sistema ACOL em um gerenciador financeiro completo. 37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA Abril. Notícias e Entretenimento. Disponível em: <http://info.abril.com.br/corporate/aplicacoes-de-gestao/e-o-fim-do-papel-na-nota-fiscal.shtml />. Acessado em 03/ 2010. Baldam, Roquemar de Lima. GED. Érica, 2004. Blum, Renato M. S. Opice. Direito e Informática. Edipro, 2001. ContasOnline. Controle Financeiro Empresarial e Pessoal. Disponível em: <https://www.contasonline.com.br/Default.aspx />. Acessado em 08/2010. FinanceiroNet. Sistema Online de Gestão e Controle Financeiro. Disponível em: < http://www.financeironet.com.br />. Acessado em 08/2010. Freeman, Eric. Use a Cabeça! Padrões de Projetos. Alta Books, 2008. Gonçalves, Edson. Ajax na Prática. Ciência Moderna, 2007. Icone Net. Gerenciamento de Documentos e Conteúdo. Disponível em: < http://www.iconenet.com.br/>. Acessado em 03/2010. Iti. Instituto Nacional de Tecnologia da Informação. Disponível em: < http://www.iti.gov.br />. Acessado em 04/2010. Java Camp. Java Design Patterns Artigos e Noticias. Disponível em: < http://www.javacamp.org/designPattern />. Acessado em 04/2010. Log. Gerenciamento da Informação. Disponível em: <http://www.indexlog.com.br/gerenciamento-documentos/ged/gestao-eletronica-documentosmeio-ambiente />. Acessado em 04/2010. 38 Metro. Tecnologia e Desenvolvimento. Disponível em: < https://metro.dev.java.net />. Acessado em 05/2010. Newton, Dave. Apache Struts 2 Web Application Development. Packt Pub, 2009. NFP. Nota Fiscal Paulista. Dispinível em: <http://www.nfp.fazenda.sp.gov.br />. Acessado em 08/2010. Receita NF-E. Portal Nacional da Nota Fiscal Eletrônica. Disponível em: < http://www.nfe.fazenda.gov.br />. Acessado em 04/2010. Receita Sped. Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. Disponível em: < http://www.iti.gov.br />. Acessado em 04/2010. Rover, Aires José. Direito e Informática. Manole, 2004. Ufcg. Frameworks Desenvolvimento e Tecnologia. Disponível em: < http://www.dsc.ufcg.edu.br/~jacques/cursos/map/html/frame/oque.htm />. Acessado em 05/ 2010. W3c. Web Service Tecnologia e Desenvolvimento. Disponível em: < http://www.w3.org/TR/ws-arch />. Acessado em 04/2010. Walls, Craig. Spring in Action. Manning Publications, 2005. WebFinanceiro. Controle Financeiro Online. Disponível em: < http://www.webfinanceiro.com />. Acessado em 08/2010. 39 APÊNDICE A – Diagrama de caso de uso 1 – Interação do usuário com o sistema 40 APÊNDICE B – Diagrama de caso de uso 2 – Interação da empresa com o sistema 41 APÊNDICE C – Projeto de Banco de Dados – Diagrama Entidade Relacionamento 42 APÊNDICE D – Diagrama de Classes 43 APÊNDICE E – Protótipo do sistema ACOL Tela de Login Tela Principal de Cadastro 44 Tela Inicial de Cadastro Pessoa Física Tela de Cadastro Pessoa Física 45 Tela Inicial de Cadastro Pessoa Jurídica Tela de Cadastro Pessoa Física 46 Tela Principal do Sistema ACOL Tela de Consulta de Comprovante 47 Tela de Cadastro de Comprovante Tela de Cadastro de Categoria 48 Tela de Detalhe de Comprovante Tela de Alteração de Comprovante 49 Tela de Relatórios Tela de Edição Meus Dados Cadastrais