Unidade I METODOLOGIA DO TRABALHO ACADÊMICO Profa. Dra. Cecília M. Villas Bôas Quando surgiu a ciência? Por que chove? O que é o trovão? De onde vem o relâmpago? Por que as plantas crescem? Por que tenho fome? f Por que morrem os meus semelhantes? O que são as estrelas? História da ciência e das universidades O valor da ciência tem variado bastante ao longo da história. Seu status atual tem origem no século XVI, quando surgiu a ciência moderna. ~ 8000 aC: tribos de caçadores ç coletores. Animais e plantas “domesticados” pelo homem. Idade Antiga Observava-se o movimento do sol no Egito e na Mesopotâmia e o primeiro relógio de sol data de 3500 aC. Os “cientistas” da época observavam os fenômenos da natureza e o céu. Havia uma preocupação em marcar o tempo. Idade Antiga Sec. VI aC: as primeiras teorias sobre o Universo. Tales de Mileto acreditava em deuses, mas para ele a origem do mundo não era mítica ou sobrenatural. O princípio de todas as coisas poderia ser observado na natureza: a água. A água fazia crescer e viver, sua falta levava a secar e morrer. Tales concluiu que tudo surgiu a partir da água. Idade Antiga ~ 400 anos a.C. Demócrito sugeriu que a matéria não é contínua, mas feita de minúsculas partículas indivisíveis. Essas partículas foram chamadas de átomos. Idade Antiga As ciências matemáticas começaram a desenvolver-se e apresentaram, desde o início, mais resultados do que as ciências da natureza. Pitágoras descobriu resultados matemáticos importantes. Idade Antiga Os resultados matemáticos eram diferentes das especulações sobre a origem do universo. Eram consensuais; os métodos de prova usados eram poderosos. Dada a demonstração matemática de um resultado, era impossível recusá-lo. A matemática tornou-se um modelo da certeza. Idade Antiga Neste período também surgiram as primeiras teorias sobre o Universo. Para Tales de Mileto, a Terra era plana e flutuava no ar, que era a substância primordial do Universo. Idade Antiga Em 290 a.C., Aristarco de Samos elaborou, pela primeira vez, um modelo heliocêntrico para explicar os movimentos dos planetas. Tentou utilizar a trigonometria para determinar a distância entre a Terra, o Sol e a Lua. Os planetas eram “rodas de fogo” girando em torno da Terra (Anaximandro de Mileto). Idade Antiga A distância entre a Terra e o Sol foi estimada em 8.000.000 km. Hoje, sabe-se que esta distância é igual a 149.600.000 km. No século seguinte, Eratóstenes comprovou a esfericidade da Terra utilizando a trigonometria. Idade Antiga Nesta época então: A ciência era uma atividade contemplativa. A ciência não manipulava ou transformava a natureza. A ciência apoiava-se na dedução. Partia-se de princípios gerais para explicar os fenômenos particulares. A ciência não estava separada da fil filosofia, fi que era a ciência iê i das d ciências. iê i Interatividade Considerando o desenvolvimento da ciência na Idade Antiga, são verdadeiras as afirmações: 1. A ciência era uma atividade contemplativa. 2. Neste período surgiram as primeiras teorias sobre o Universo. 3. A matemática ainda não era considerada. a) Somente 1 é verdadeira. b) Somente S t 2 é verdadeira. d d i c) Todas as afirmações são verdadeiras. d) Somente 1 e 2 são verdadeiras. e) Somente 1 e 3 são verdadeiras. Idade Média (476 d.C. – 1453 d.C.) Na Europa predomina a religião cristã. Com a queda do império romano, os cristãos preservaram o conhecimento antigo. A natureza dava sinais da grandeza g divina. A especulação filosófica era iluminada pela fé. O conhecimento científico fundamentava os dogmas religiosos. religiosos Idade Média As teorias dos antigos filósofos gregos deixaram de suscitar interesse. A sabedoria encontrava-se nas Sagradas Escrituras. Compreender p a natureza consistia em interpretar a vontade de Deus. Reduzia-se a ciência à teologia. Idade Média A Igreja define que a Terra é um tabernáculo retangular rodeado por um abismo de água. Mas... começou a surgir a necessidade de dar um fundamento teórico ou racional à fé cristã. Idade Média São Tomás dá suporte filosófico ao cristianismo, cristianizando os conceitos da filosofia aristotélica. Tanto os conceitos de Aristóteles como a sua cosmologia foram utilizados e adaptados à doutrina cristã. Aristóteles passou a ser estudado e comentado nas escolas. Idade Moderna (1453 d.C. – 1789 d.C.) No final da Idade Média, Nicolau Copérnico propõe um universo heliocêntrico e finito. Limitado pela esfera das estrelas fixas. Sua obra é p proibida pela p Inquisição. q ç Idade Moderna A ciência moderna foi preparada pelo Renascimento. Nos século XV e XVI: Criticar o saber livresco. Valorizar a observação direta e rigorosa, rigorosa a experimentação e a técnica. Idade Moderna Galileu, o pai da ciência moderna: 1. Deu autonomia à ciência, que sai da sombra da teologia e da tradição aristotélica. 2. Aplicou p pela primeira p p vez o método experimental, como o meio adequado para chegar ao conhecimento. 3. Deu à ciência uma nova linguagem, que é a linguagem do rigor, a linguagem matemática. Idade Moderna Parecia que a ciência estava mais interessada em explicar o “como” e não o “porquê”. Os resultados de Galileu se limitavam a explicar como os corpos caem e não a razão pela qual caem. Idade Moderna A ciência separa-se da filosofia. Desenvolve-se uma visão mecanicista do universo. A natureza passa a ser vista como um artefato técnico,, uma máquina, q , sendo o seu conhecimento acessível ao homem. Idade Moderna A ciência moderna dava frutos e o mecanicismo ganhava adeptos. Novas ciências surgiram, como a biologia com a descoberta da circulação do sangue. E, assim, chegou-se a uma das maiores figuras da história da ciência: O inglês Isaac Newton. Idade Moderna Newton mostrou que a natureza age racionalmente e não por acaso, estabelecendo o princípio-base do determinismo. “Cada corpo, cada partícula de matéria do universo, exerce sobre qualquer outro corpo uma força atrativa proporcional às suas massas e ao inverso do quadrado da distância entre eles”. Idade Moderna O Universo era um conjunto de corpos ligados entre si e regidos por leis rígidas. Massa, posição e distância: os únicos atributos da matéria. No funcionamento da g grande máquina q do Universo não havia lugar para qualquer outra força exterior ou divina. Idade Moderna Nesta época: O conhecimento científico é o único verdadeiro (mito da cientificidade). O desenvolvimento da ciência poderá conduzir a humanidade à p perfeição ç ((mito do progresso). Crença na verdade absoluta do conhecimento científico, que caminhava para a resolução de todos os enigmas do Universo. Interatividade Galileu é considerado o pai da ciência moderna porque: a) Uniu a ciência à teologia, considerando a tradição aristotélica. b)) Aplicou p pela p primeira p vez o método experimental, como o meio para chegar ao conhecimento. c) Excluiu a matemática do estudo das ciências naturais. d) Defendia a teoria geocêntrica geocêntrica. e) Defendia as explicações míticas. Idade Contemporânea (1789 – 1960) A ciência daria respostas definitivas às nossas perguntas, ampliando o conhecimento humano. O conhecimento seria aplicado na satisfação de necessidades concretas do homem. A ciência conquista mais adeptos, tornando-se objeto de uma confiança ilimitada. Idade Contemporânea A ciência tem desenvolvimento sem precedentes. Mas o espírito científico é um espírito crítico e não dogmático. A resposta p a essas perguntas p g conduziu aos desenvolvimentos científicos que mostraram os limites de algumas leis e princípios, antes tomados como verdadeiros. Idade Contemporânea O mecanicismo foi refutado por Maxwell Æ a radiação e os campos eletromagnéticos não tinham uma natureza mecânica. A geometria foi revista Æ nasciam as geometrias não euclidianas. A teoria da relatividade mostra que o espaço é curvo e não plano. Idade Contemporânea No início do século XX, Einstein destrói a concepção determinista ao negar a simultaneidade entre fenômenos acontecidos a grandes distâncias. A física passa a depender da observação, do observador ou do sujeito do conhecimento. Heisenberg introduziu o princípio de incerteza ou de indeterminação que abalou o determinismo da física de Newton. Idade Contemporânea No nível atômico, conhecer o estado ou a situação atual de um fenômeno não permite prever a situação ou o estado seguinte, nem descobrir qual foi a situação ou o estado anterior (posição/ velocidade). velocidade) No século XX deixa-se de falar em certezas absolutas, para se falar de incertezas e probabilidades. Pós-modernidade (1960 - ) O conhecimento científico deixa de ser visto como absoluto. Pós-modernidade A atividade científica deixa de estar acima do poder e dos benefícios econômicos. A atividade científica está comprometida com a construção de armas e a criação de produtos. Pós-modernidade Século XVIII 68 guerras 4.400.000 mortes Século XIX 205 guerras 8.300.000 mortes Século XX 237 guerras 98.800.000 98 800 000 mortes Pós-modernidade A promessa do domínio da natureza resultou na exploração excessiva dos recursos naturais. Enquanto um grupo de países acumula riquezas e desperdiça recursos, populações são dizimadas pela fome e pelas epidemias e seus recursos naturais são espoliados. Pós-modernidade O domínio científico nos afastaria dos infortúnios do mundo natural. A natureza deveria submeter-se ao poder da Razão humana. Sonho custou caro p para a humanidade. A expectativa foi interrompida: a Segunda Guerra Mundial, Auschwitz, Hiroshima... Pós-modernidade A dúvida aumenta Æ intensifica-se a dependência na tecnologia. Antigamente a produção era consequência das necessidades do consumidor. Atualmente é preciso produzir consumidores. Pós-modernidade Pós-modernidade???? O que vem depois??? Onde entra a Universidade??? Interatividade Uma das consequências do desenvolvimento tecnológico e científico observada na pós-modernidade é: a) Que a promessa do domínio da natureza resultou na exploração excessiva dos recursos naturais. b) Que a ciência pode encontrar todas as soluções que buscamos. c) Que a ciência, por si só, pode trazer a p paz. d) Que a tecnologia substituirá a razão humana. e) Que a ciência, por si só, pode trazer a prosperidade. História - universidades A universidade antiga (medieval) tinha duas funções características: Preparava os jovens, com o trivium e o quadrivium, para a formação profissional ministrada em escolas. Preparava profissionais para três profissões distintas: Teologia. Medicina. Direito. Di it História - universidades As universidades resistiam à penetração da ciência, já o público... A ciência despertava a curiosidade das pessoas mais ou menos cultas pela convivência dos cientistas em reuniões ou conferências, com demonstrações. Difícil distinguir o profissional do amador; e fundavam-se sociedades muito ativas que difundiam a ciência. História - universidades Luís XIV deu, à Academia de Paris, fundos para pesquisas experimentais e para difundir os resultados dessas investigações. A ciência adiantou-se na França e a sua lição foi aprendida também pela Alemanha e voltou à Inglaterra. Em 1800 era uma atividade organizada, sem igual no mundo. Universidades no Brasil Transferência da família real para o Brasil Æ sede da coroa portuguesa. Necessidade de implementação: De medidas administrativas. De medidas econômicas econômicas. De medidas culturais. Para estabelecimento da infraestrutura necessária ao funcionamento do império. Universidades no Brasil Dom Pedro II: O Imperial Observatório. O Museu Nacional. O Arquivo Público. A Biblioteca Nacional. O Laboratório do Estado. O Jardim Botânico. A Academia Imperial de Belas Artes. Universidades no Brasil A primeira universidade brasileira foi criada pelo governo federal, no Rio de Janeiro, em 1920. Aglutinou as Escolas Politécnica, de Medicina e de Direito já existentes. Reunir escolas e/ou faculdades tornouse marca do desenvolvimento do sistema de ensino universitário brasileiro. Universidades no Brasil A ditadura militar também imprimiu suas marcas via reforma universitária. A reforma universitária (1968) foi um grande marco na história das universidades brasileiras. Universidades no Brasil Esta reforma tinha como objetivos: Modernizar a universidade para um projeto de desenvolvimento. Direcionar a universidade para o mercado de trabalho. Ampliar o acesso da classe média ao ensino superior. Cercear a autonomia universitária. Universidades no Brasil Diversas medidas foram tomadas para alcançar tais metas, entre elas: A unificação do vestibular por região. O ingresso por classificação. O estabelecimento de número de vagas vagas. A criação do curso básico. O oferecimento de cursos em um mesmo espaço. Universidades no Brasil A pressão social por vagas no ensino universitário era grande. Manifestações e mobilizações dos "excedentes". Æ Autorizações ç p para abertura de novas escolas. Æ Permissão para as instituições já existentes aumentarem suas vagas. Universidades no Brasil 2,141 105 92 60 LEGENDA: Federal: 105 Estadual: 92 Municipal: 60 Privada: 2,141 Fonte: Fonte: MEC/INEP/Deaes (Cartograma SINAES BR Brasil Universidades no Brasil As instituições privadas tornaram-se opção de estudo superior para um número bastante elevado de alunos. Liberaram pontos de tensão existentes em um sistema elitista que não conseguia atender à demanda. demanda Nova revolução: ensino à distância Universidades no Brasil O Censo da Educação Superior de 2006 mostra um grande crescimento nos cursos de EAD. 2003 - 2006: um aumento de 571% em cursos e de 315% em matrículas. Em 2005 os alunos de EAD = 2,6% do universo dos estudantes. Em 2006 = 4,4%. Interatividade A história das universidades brasileiras tem início com: a) Os jesuítas. b) A transferência da família real p portuguesa. g c) As viagens de D. Pedro II para a Europa. d) A atuação dos positivistas que preconizavam a criação de universidades no país. e)) U Um d decreto t expedido did pelo l imperador i d D. Pedro II. ATÉ A PRÓXIMA!