E JA CIPAL DDE EFEITURA MUUN NI C OB INA PRREFEITURA NIICIPAL ACOBINA ANO D RETOR DDE S E N V OL V I M E N T O U BANO DDE COBI N A PPLLANO E JJA ED DIIRETOR DEESENVOLVIMENTO URRBANO ACOBINA LATÓRIO FFIINAL NA L RREELATÓRIO ID O U FERENCIAL BBÁ SIICO RT B A NO RREEFERENCIAL CO // PPA RTTIDO ÁS AR URRBANO N 9999 VVEEM N O///99 MBBRRO NOOOVEMBRO EQUIPE TÉCNICA DE COORDENAÇÃO E ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO DE JACOBINA NOME Anilton Santos Silva FUNÇÃO TAREFAS Coordenador Técnico Coordenação do Plano Diretor em todas as suas atividades do Diagnóstico até a Proposta Final. Wolfgang F. Reiber Sub-Coordenador Coordenação do Plano Diretor em todas as suas atividades do Diagnóstico até a Proposta Final. Vera A. B. de Almeida Sub-Coordenadora Coordenação do Plano Diretor em todas as suas atividades do Diagnóstico até a Proposta Final. Martha Schmid Sant’ana Arquiteta Atualização da Planta atual da Cidade, análise da oferta infraestrutural, análise das condições físico natural e proposições do Plano. Edson Santos Gomes Engenheiro Civil Análise da oferta infra-estrutural, análise das condições físiconatural, análise das proposições de melhoria urbana e caracterização de parâmetros do código de obras. Julio Cesar Borges Engenheiro Sanitarista Análise da oferta infra-estrutural, análise das condições físiconatural e análise das proposições de melhoria urbana. Carlos Geraldo D’Andrea Sociológo Espinheira Elaboração e realização da pesquisa de desejabilidade e participação nos seminários com a comunidade. Paulo Raimundo A. Brito Economista Inventário de dados, características demográficas e sócioeconômicas e análise regional. Vera Weigand Advogada Análise dos Instrumentos Legais e Análise da Lei de Ordenamento e uso de ocupação do solo. Milena B. Chastinet Arquiteta Bases Cartográficas, pesquisas em campo de uso e ocupação do solo, infra-estrutura e participação na análise das proposições. Antônio Sérgio P. Franco Arquiteto Sousa Apoio técnico na infra-estrutura, condições físico natural e proposições do plano. EQUIPE DE APOIO NOME Lucicleide da P. Pereira FUNÇÃO TAREFAS Secretaria Cuidar da parte administrativa tais como: controle de pessoal, correspondência, fax, digitação, etc. Hugo Pedro Sampaio Silva Desenhista Desenvolver a Planta Base da cidade, elaborar os Mapas Temáticos de acordo com o Quadro Físico-Ambiental. Hildete Pereira Alves Auxiliar Técnico Levantamento de dados no campo, checagem das informações e acompanhamento dos serviços. Mariana Wenck Martins Estagiária Base Cartográfica, Plantas Temáticas e Cartogramas. Milena Alves Dias Falcão Estagiária Base Cartográfica, Plantas Temáticas e Cartogramas. 2 SUMÁRIO 1. REFERENCIAL BÁSICO .......................................................................................................................... 8 1.1 FORMAÇÃO ECONÔMICA URBANA E CULTURAL ........................................................................ 8 1.2 JACOBINA/INSERÇÃO REGIONAL ................................................................................................. 14 1.3 ESTRUTURA SÓCIO-ECONÔMICA ................................................................................................. 17 1.3.1 QUADRO DEMOGRÁFICO ........................................................................................................................ 17 1.3.2 ESTRUTURA ECONÔMICA ....................................................................................................................... 22 1.3.2.1 QUADRO EVOLUTIVO ...................................................................................................................... 22 1.3.2.2 ESTRUTURA EMPRESARIAL ............................................................................................................. 31 1.3.3 ESTRUTURA DE RENDA DA POPULAÇÃO .................................................................................................. 36 1.3.4 ESTRUTURA DE EDUCAÇÃO..................................................................................................................... 37 1.3.5 ESTRUTURA DE SAÚDE ........................................................................................................................... 40 1.3.6 PROBLEMAS RELEVANTES DA ESTRUTURA SÓCIO – ECONÔMICA MUNICIPAL............................................... 42 1.3.7 1.4 TENDÊNCIAS DA ESTRUTURA SÓCIO-ECONÔMICA JACOBINENSE ............................................................... 43 QUADRO FÍSICO E AMBIENTAL ..................................................................................................... 44 1.4.1 ASPECTOS FÍSICOS NATURAIS...................................................................................................... 44 1.4.2 ESTRUTURA DA OCUPAÇÃO URBANA .......................................................................................... 47 1.4.2.1 TENDÊNCIAS DA EXPANSÃO URBANA .............................................................................................. 52 1.4.3 INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS BÁSICOS ................................................................................... 53 1.4.3.1 SISTEMA VIÁRIO BÁSICO ................................................................................................................. 53 1.4.3.2 ARBORIZAÇÃO DAS RUAS, PRAÇAS E LOGRADOUROS PÚBLICOS ....................................................... 56 1.4.3.3 TRANSPORTE MUNICIPAL E URBANO ............................................................................................... 57 1.4.3.4 SISTEMA DE ENERGIA ELÉTRICA E ILUMINAÇÃO PÚBLICA ................................................................. 58 1.4.3.5 INFRAESTRUTURA DE SANEAMENTO BÁSICO .................................................................................... 58 1.4.3.5.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ................................................................... 58 1.4.3.5.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ................................................................... 59 1.4.3.5.3 DRENAGEM DE ÁGUA PLUVIAIS ................................................................................. 60 1.4.3.5.4 SISTEMA DE LIMPEZA URBANA ................................................................................. 60 1.4.3.6 SISTEMA DE ABASTECIMENTO ALIMENTAR........................................................................................ 62 1.4.4 EQUIPAMENTOS (E ATIVIDADES) CULTURAIS, DE LAZER E TURISMO .................................... 64 1.4.5 PATRIMÔNIO HISTÓRICO ................................................................................................................ 65 1.5 2. PESQUISA DE IMPRESSÕES: LEITURA URBANA – A CIDADE AOS OLHOS DE SEUS MORADORES .................................................................................................................................... 67 PROPOSIÇÕES....................................................................................................................................... 79 2.1 DIRETRIZES ESTRATÉGICAS ......................................................................................................... 79 2.1.1 DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ...................................................................................................... 79 2.1.2 DIRETRIZES SÓCIO-CULTURAIS E COMUNITÁRIOS ................................................................................... 81 2.2 PARTIDO URBANO ........................................................................................................................... 86 2.2.1 ELEMENTOS REFERENCIAIS ................................................................................................................... 86 3 2.2.2 A CONCEPÇÃO BÁSICA DO PARTIDO URBANO ......................................................................................... 95 2.2.3 INDICADORES URBANÍSTICOS ............................................................................................................... 105 2.3 AÇÕES SETORIAIS......................................................................................................................... 107 3. ANEXOS ................................................................................................................................................ 124 4. DESENHOS ........................................................................................................................................... 134 4 APRESENTAÇÃO O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Jacobina decorre do convênio entre a CAR e a Prefeitura Municipal de Jacobina que para realização do Plano contratou através de processo licitatório a empresa UFC Engenharia. O Plano foi elaborado tendo como indicação metodológica os Termos de Referência de desenvolvimento do Plano. Estes termos sugerem que o processo de elaboração mobilize e envolva a participação da comunidade nas suas diversas fases, garantindo essa participação também no estágio posterior de sua implantação. Em suas proposições o plano indica o Fórum da cidade como processo permanente de discussão do plano, propondo como mecanismo institucional de participação da comunidade no acompanhamento da implementação do plano, o Conselho de Desenvolvimento Urbano. Este relatório contempla o conteúdo básico do plano, envolvendo o Referencial Básico e o Partido Urbano (proposições). O corpo de idéias do plano emerge da análise do diagnóstico urbano, da pesquisa de impressões, consulta à comunidade e à administração municipal, como também das diversas reuniões e seminários com a participação da comunidade Jacobinense. Logo, o Partido Urbano aqui exposto tem um caráter não arbitrário, como nem sempre costuma acontecer com as formulações teóricas que preconizam modelos sem a devida aproximação com as realidades locais, situando-os no campo do imaginário. Não se pode colocar no mesmo terreno de discussão, um plano para uma cidade de 50 mil habitantes aproximadamente e as teorias avançadas de urbanismo preocupadas com a dinâmica urbana e o fenômeno da globalização que afetam as metrópoles e as cidades de médio porte ou em estágio de pré-metropolização, que têm outro grau de complexidade e ebulição. Enquanto nas pequenas cidades, o Estado de um modo geral, ainda detém amplo domínio sobre os serviços públicos, nas grandes cidades tem-se na multiplicidade dos agentes, sobretudo os privados, o seu caráter preponderante, colocando a questão da negociação entre setor público e setor privado, como uma das pautas básicas de diretriz do processo de planejamento. De maneira que a ação do planejamento urbano não pode ter o mesmo caráter, num caso e no outro. A rigor, as pequenas cidades (abaixo de 100 mil habitantes) não tem grande complexidade estrutural/organizacional. A desorganização espacial, a favelização, as ocupações irregulares, a precariedade de serviços básicos comum a essas cidades, tem muito mais a ver com a gestão urbana, quase sempre equivocada, arbitrária, e na maioria das vezes com dispersão de recursos públicos, do que tão somente com a ausência de planejamento. É preciso mudar a prática da gestão urbana, garantindo seu conteúdo democrático com a participação dos diversos segmentos da sociedade, nas decisões que afetam a vida da cidade e de seus cidadãos. 5 O que está agravando os problemas das cidades é o modo de governá-las. Há cidades com dificuldades de recursos e bem administrada. Há cidades com privilégios de recursos por sua força econômica e em estado de desordem urbana. Portanto, o grande esforço a ser feito, é de mudança na gestão urbana. É preciso que a sociedade tenha uma participação efetiva na fiscalização da aplicação dos recursos públicos, seja na definição de prioridades, no acompanhamento de sua aplicação ou no combate a sua malversação. A questão da gestão urbana democrática e participativa, que é a peça chave da participação popular no processo de planejamento urbano, inquestionavelmente tem um forte componente político, no qual, o trabalho de mobilização do plano pode favorecer, mas a realização da participação popular na implementação do plano vai depender muito mais do êxito da pressão do movimento popular, do que tão somente dos trabalhos desenvolvidos na fase de elaboração do plano. A gestão urbana democrática e participativa implica em compartilhar o poder de administrar a cidade, o que normalmente encontra fortes resistências dos grupos políticos hegemônicos para o qual só um trabalho amplo (não imediatista) de mobilização e pressão popular pode romper. O Plano Diretor está mobilizando a população e abrindo caminhos para assegurar a participação popular na implementação do Plano através do engajamento das lideranças no processo de discussão do Plano e da institucionalização do fórum da cidade, que periodicamente discutirá os seus rumos. Este Relatório teve sua versão preliminar apresentada e debatida em seminários locais com a participação da prefeitura, de vereadores e várias lideranças dos segmentos organizados da comunidade. Além disso, várias cópias desse relatório foram distribuídas com as lideranças locais que analisaram esse documento durante 15 dias, sendo suas observações e contribuições encaminhadas para a equipe técnica de coordenação do plano, que as analisou devidamente e incorporou a esta versão final do Relatório Básico do Plano. Portanto, a mobilização e a participação da comunidade jacobinense nesse processo de elaboração e definição das proposições do plano para Jacobina é inquestionável, podendo se afirmar seguramente, que o plano tem o apoio da comunidade e das diversas instancias da estrutura de poder local. Por fim, cabe esclarecer, que além deste Relatório, a documentação final do Plano envolve as propostas de legislação, ou seja, os Códigos de Obra, Tributário e de Meio Ambiente/Postura, a Lei do Plano Diretor e da Estrutura Administrativa, que serão encaminhados pelo Prefeito a Câmara de Vereadores que após aprovação dará o caráter de lei. 6 1. REFERENCIAL BÁSICO 7 1. REFERENCIAL BÁSICO 1.1 FORMAÇÃO ECONÔMICA URBANA E CULTURAL Em Jacobina o caráter urbano é um fato. Desde o início, quando as minas e os garimpos começaram a ser exploradas, a cidade foi se fazendo essencialmente urbana. Eram assim os povoamentos de mineradores. No estudo sobre Minas Velhas de Rio de Contas, o sociólogo americano Marvin Harris concluiu que a descoberta de ouro contribuiu grandemente para o povoamento do interior do Brasil, possibilitando a criação de numerosas cidades a partir da mineração. Antes do “boom” da mineração o interior do país, especialmente as terras altas, como é o caso de Jacobina, era um vazio. A busca de minérios foi sempre a grande vontade do colonizador, do aventureiro, aquele que procurou na colônia o enriquecimento rápido, para um também rápido retorno à metrópole. As descobertas de minérios se deram inicialmente em Minas Gerais e logo em seguida nos atuais estados de Goiás, São Paulo e Bahia. Jacobina tornou-se, no conjunto da Chapada Diamantina, um desses lugares mágicos no qual se pode, por um golpe de sorte, enriquecer em um dia, de uma hora para outra. Milhares de pessoas tomaram Jacobina como destino. Revolver as entranhas dos rios, buscar nos córregos nervosos que descem das serras as pepitas de ouro. O Rio do Ouro, tributário do Itapicuru-Mirim, foi um desses pródigos alimentadores de riquezas e de ilusões. O brilho do ouro no sol do sertão era algo para além de mágico, uma vez que exigia trabalho árduo, dedicação quase que excessiva daqueles que tinham a esperança e a cobiça, esse não querer ser o que era, não estar onde estava, na busca de mudar de vida. Eram os sonhos prometidos para todos os que se aventuravam pelo grande interior do país, o sonho visionário dos que atravessaram o Atlântico voluntária ou involuntariamente, chantageados por essa possibilidade de ultrapassar o momento presente e projetar-se em riquezas tão avidamente sonhadas. Mas o ouro ficou raro. Já nos fins do século XVIII as minas se esgotaram, assim como se esgotava o próprio império português. No rastro dessa aventura ficaram as povoações interiorizadas, vivendo da agricultura alimentar e da criação de gado. O ouro de Jacobina perdurou para além do que se poderia chamar de tempos históricos, aqueles do séculos XVII/XVIII, agora extraído nas serras, em profundidades que exigiram tecnologia avançada de mineradora industrial. Mas mesmo este ouro difícil, escasseou, tornou-se anti econômico e a mineradora, como velhos engenhos de açúcar do Recôncavo, se fez 8 fogo morto. Centenas de trabalhadores foram desempregados e a massa crítica de salários deixou de circular na praça de Jacobina com repercussões em todos os segmentos da sociedade. Esta situação nova, ou seja, do esgotamento da riqueza, é bem característica da forma como o país foi explorado, como uma situação bem brasileira: a prosperidade é sucedida pelo esgotamento, pelo empobrecimento; os ciclos econômicos do açúcar e do ouro, depois estavam ainda por vir, como fala Harris1, os do café e da borracha. Mas um fato é inquestionável, o povoamento do interior com uma constelação de cidades, ainda que pequenas, se manteria às custas da agricultura e da criação de gado. Essas cidades de mineração não se transformaram em cidades fantasmas, mantiveram-se, ainda que estagnadas, animadas pelos povoadores que permaneceram. A urbanização das regiões montanhosas, como é o caso da Chapada Diamantina viveria ainda o apogeu do carbonato e do diamante nos séculos XIX e XX, e o ouro, ainda que escasso, continuava a brilhar em Jacobina. A história da formação da cidade está ligada à penetração para o interior do país, a criação do gado, a formação de currais. No século XVII se dá a penetração da pecuária no interior, sobretudo no vale do São Francisco. “Muitas entradas teriam transposto o Rio Itapicuru, enfrentando índios que aí habitavam e que deixaram as marcas de suas presenças nos topônimos que assinalam muitos dos acidentes geográficos e que identificam plantas e animais da região”... A Casa da Torre espalhara o seu criatório pelas terras compreendidas entre os rios Jacuípe, Real, Pojuca, Itapicuru até médio São Francisco, enchendo de currais os espaços entre Jacobina e Senhor do Bonfim”2. A historiadora anota os primeiros personagens do povoamento das terras altas do sertão: “O primeiro a chegar foi Belchior Dias Moréya – o "Muribreca". Percorreu os sertões da Jacobina e afirmou ter descoberto minas de ouro, prata, pedras preciosas e salitre. Era neto de Caramuru. Chefiou uma expedição que beirando o Rio Itapicuru mergulhou no sertão, aí permanecendo pelo decurso de oito anos (1595 ou 1596 – século XVI).” 1 HARRIS, Marvin – Town & Country in Brazil – a socio-antrhropological study of a small Brazilian town. New York: The Norton Library, 1971. 2 LEMOS, Doracy - ibid.:19/20 9 “...Em 1652, chega Antônio de Brito Correia, que obtivera do Conde de Athouguia, governador do Estado da Bahia, uma sesmaria que posteriormente estabeleceria currais que servissem para o seu criatório: O local escolhido foi as terras de Jacobina, por satisfazer a todas as características favoráveis à criação do gado. O curral, colonos e escravos, vaqueiros, estabeleceram-se em torno da "lagoa do gago", que se supõe tratar-se da Lagoa de Antônio Sobrinho”3. Jacobina tem existência secular. Registros históricos dão conta de construções no século XVII de uma igreja e outra no século XVIII, em 1755, a mando de Romão Gramacho Falcão, dedicada a São Miguel das Figuras e São Miguel foi feito padroeiro dos garimpeiros. "Em 1702 ou 1705, a exploração do ouro fora proibida pelo governo de D. Rodrigo Costa". O termo Jacobina indica lugar impróprio para a agricultura; lugar vasto e sem cobertura vegetal de porte. É, também, derivado de Jacobino, origem que tem na Revolução Francesa, com missionários franceses que estiveram no Maranhão em 1612. Essa hipótese é verosímil, enquanto que a outra, da combinação de nomes do casal de índios Jacob e Bina, não é mais que anedótica. Os índios Payayás foram os primeiros habitantes da região. A conquista dessa região está efetivamente ligada à busca das minas de ouro que teriam sido descobertas por Belchior Dias Moreya, o único a conhecer a exata localização dessa riqueza. Gabriel Soares havia morrido, supostamente em decorrência de uma revolta dos índios que o acompanhavam em sua ida ao São Francisco, quando devidamente autorizado pela coroa portuguesa empreendeu a expedição para a localização de minas de ouro que tinham sido apontadas por índios do sertão, como relata, em “carta ou relatório do coronel Pedro Barbosa Leal ao vice-rei conde de Sabugosa, de 22 de novembro de 1725: “...e chegado que foi à Bahia foi para seu engenho de Jaguaripe, onde com os seus índios e algumas pessoas brancas que adquiriu, compôs a tropa e fez entrada no sertão em demanda do Pará-Mirim (tronco e a cabeça de todas as minas do rio de Contas), donde tinha saído aquela primeira pedra que trouxeram os índios. Fez o seu caminho atravessando as matas de Jaguaripe até chegar à ponta da serra do Gayriru, onde fez uma casa forte que ainda hoje existe, onde a tradição deixara enterrados vários trastes de cobre, por não poder conduzir por lhe fugir alguma parte da gente que levava, em que entraram os males dos brancos... 3 Id. Ibid: 21/22. 10 ...Seguiu este a sua derrota a buscar as serras de Jacobina e Pedra Furada aonde examinou e descobriu o que acusa o roteiro que há de Belchior Dias Moreyra. Do pé desta serra de Jacobina e Pedra Furada atravessou as serras de Jacobina para a parte de dentro, e se encaminhou para as partes do morro do Capeó, e se presume que chegando a um sítio que hoje se chama Gorugueia, onde descobriu algum haver, em este sertão entre Jacobina e Pará-Mirim do rio das Contas se perdeu e morreu Gabriel Soares com toda a sua tropa...”4 É intrigante a busca das minas e mais de um século se passa até que são encontradas. Neste capítulo, dessa histórica ocupação do interior da Bahia, percebe-se com nitidez, o quanto era objetivo da metrópole descobrir metais preciosos, e com que poder tinha para controlar todas as informações sobre as minas, que não podiam ser exploradas senão com a permissão do reino. Jacobina é, de fato, uma cidade que veio da mineração, marcada por ela até os dias atuais, quando se fecha a Mineração Morro Velho, finalizando o grande ciclo do ouro. FORMAÇÃO URBANA Nos últimos anos do século XVII deu-se a corrida do ouro. Na descrição desses momentos primeiros, Lemos registra o ponto inicial da formação da cidade: “o arruado ia surgindo às margens do Itapicuru-Mirim, reunindo aí uma população bastante heterogênea”5. A paisagem montanhosa e a urbanização das serras, criam paisagens que não podem ser apanhadas de uma só vez pelo olhar do viajante que a visita, nem mesmo de seus moradores acostumados com os movimentos das serras e vales. Paisagem inquieta, múltipla, ora são prédios que evocam a memória secular; ora são construções novas a escalar as serras, ocupando o alto dos morros arredondados, como se aquelas casas estivessem fugindo do vale, pelo qual escorre sem pressa e excessivamente tímido, o Rio Itapicuru-Mirim. O Rio do Ouro é ladeado de casas de bom padrão, alcançadas por pequenas pontes, passarelas que saltam sobre o pequeno e estreito rio que vem das serras altas, trazendo em suas areias o ouro, generoso no passado, raro no presente. Em suas águas vem o mercúrio usado pelo garimpeiros para separar o ouro tirando toda a vida do rio, nos longes da Cidade, nas nascentes das serras altas. No começo da exploração desenfreada do ouro, o governo chegou a proibir sua exploração no início dos setecentos em razão da falta de fiscalização e controle do pagamento do quinto. O contrabando e a corrupção eram práticas disseminadas, mas tal medida, ainda que tenha criado obstáculos, não impediu que a gente que veio em busca do minério continuasse a explorá-lo 4 5 VARNHAGEN, Francisco Adolfo de - História Geral do Brasil antes da sua separação e independência de Portugal, tomo segundo, a notas da secção XXIV, p. 69 e ss. 5 .ed .Revisão e notas Rodolfo Garcia. São Paulo : Edições Melhoramentos s.d. Ibid.:23. 11 clandestinamente. Mais tarde, como forma de efetivar a fiscalização, foi determinada a criação da Casa de Fundição, como se vê no registro citado por Lemos: "Por Provisão do Conselho Ultramarino de 13 de maio de 1726, o Governo da Metrópole ordenou que o Governador da Província da Bahia criasse duas Casas de Fundição, sendo uma em Jacobina e outra em Rio de Contas. A de Jacobina foi instalada a 5 de janeiro de 1727, a fim de melhor garantir a arrecadação do quinto do ouro. O resultado foi surpreendente, arrecadando-se, apenas, na Casa de Fundição de Jacobina em dois anos, apesar da difícil fiscalização, cerca de 3.841 libras de ouro"6. A economia do ouro marcou a cidade do passado, diferente da mineração industrial, cujo impacto hoje é praticamente os dos empregos gerados e certo montante de impostos. Do final do século XVI segunda metade do século XVIII, anota Harris, a quantidade de ouro extraído no Brasil e transportado para a Europa foi suficientemente grande para afetar o curso da história européia. Durante este período, diz ele, 44 por cento do ouro produzido no mundo eram de minas brasileiras. O fortalecimento do capitalismo industrial inglês está associado à poupança decorrente da “bonanza” brasileira. Mais adiante, afirma que a estrela portuguesa, feita de ouro brasileiro e incrustada com diamantes também brasileiros rapidamente ascendeu ao esplendor, porém efêmero zenith. Muitos dos grandes palácios, monumentos e museus de Lisboa foram construídos nesta época. “Em pompa e esplendor a corte de Don João V chegou a rivalizar com a de Luis XIV”7. A cidade de Jacobina tornou-se um centro de articulação regional do Nordeste da Chapada Diamantina com o litoral. De São Félix partiu o ramal ferroviário que demandava a Chapada Diamantina; mas já no início do século XX Jacobina ligava-se à capital através da ferrovia que articulava o eixo ferroviário Alagoinhas-Juazeiro. Essas conexões deram a Jacobina a posição de centro regional, ou em outros termos, de cidade da região, da qual todas as demais dependiam em termos de serviços urbanos, assim como a dispersa população das áreas rurais. Com tal função, Jacobina desenvolveu uma economia urbana. 6 7 Id. Ibid. Ibid.:13/14. 12 CARTOGRAMA MUNICIPAL Nº 01 INSERIR DESENHO\6º RELATORIO\CARTO01 13 1.2 JACOBINA/INSERÇÃO REGIONAL Jacobina está localizada a 330 Km de Salvador na Região Econômica do Piemonte da Diamantina (segundo classificação da SEI/SEPLANTEC) ou na Microregião Homogênea do Piemonte da Diamantina (segundo classificação do IBGE). Esta região é considerada área de transição geomorforlógica que interliga o litoral e o sertão do São Francisco pelas encostas do maciço da Diamantina, irradiando-se na fronteira das regiões da Chapada Diamantina, Irecê e de Feira de Santana. O Piemonte da Diamantina é constituído por 24 municípios, tendo nas BR 324 / 407 e na BA 0052 (Estrada do Feijão) as principais rodovias de integração regional. A região é comandada por dois sub-centros regionais – Senhor do Bonfim (Região Adm – 28a) ao norte, mais próximo de Juazeiro, polarizando as sedes urbanas no vértice norte desta região, dos seguintes municípios: Jaguarari, Andorinha, Campo Formoso, Antônio Gonçalves, Filadelfia / Itiúba, Pindobaçu e Ponto Novo. O outro sub-centro é constituído por Jacobina (Região ADM-16a), de localização privilegiada no sistema de transporte estadual, que faz com que centralize os fluxos de carga e pessoas, e o apoio dos serviços urbanos no eixo da BR 324, desde Capim Grosso na área de influência de Feira de Santana, de onde se articula pela BR 407 com Senhor do Bonfim e daí com Juazeiro. Através da BA 426 alcança a Chapada Diamantina, tendo Morro do Chapéu como o núcleo de interligação da área serrana de Jacobina com as terras do ciclo cafeeiro da Chapada Diamantina. A partir de Morro do Chapéu, via BA 052, Jacobina estende seus vínculos á região de Irecê e mais adiante até Xique-Xique no Baixo Médio São Francisco. Com essa rede viária, complementada pelas BA’s 131 / 368/373, Jacobina polariza as sedes dos municípios, situados na área central e ao sul do Piemonte da Diamantina, envolvendo Saúde, Caldeirão Grande, Mirangaba, Caém, Ourolândia, Umburanas, Várzea Nova, Miguel Calmon, Serrolândia, Quixabeira, Várzea do Poço, São José do Jacuípe, Capim Grosso e Morro do Chapéu, tendo como suporte econômico a mineração, os serviços, o comércio regional e atividades agropecuárias combalidas pela seca. Esse grupo de municípios é predominantemente de população rural, com média de taxa de urbanização de 40%, sendo os mais expressivos em termos de população urbana – Capim Grosso, Morro do Chapéu e Miguel Calmon. A área de influência de Jacobina compreende um conjunto de 15 municípios num total de 332.672 habitantes (Cf. IBGE, Contagem de População de 1996); enquanto que a área de influência de Senhor do Bonfim compõe-se de 09 municípios com uma população total de 315.933 habitantes (Cf. IBGE, Contagem de População de 1996). 14 Portanto, o Piemonte da Diamantina em seus 33.966 Km², representando 6% do Estado da Bahia, possuía em 1996 uma população total de 648.605 mil habitantes (5,2% da população do estado) com densidade média de 17,75 hab/Km². Até os anos 80, Senhor do Bonfim detinha maior poder de polarização regional no Piemonte da Diamantina. Contudo, situada entre Juazeiro, ao norte no eixo da BR 407, e Jacobina ao sul, na BR 324, em ponto privilegiado do sistema intermodal de transporte (rio São Francisco, rodovia e ferrovia), Senhor do Bonfim tem contra si as condições climáticas do sertão e o forte poder de atração que as duas cidades (Jacobina e Juazeiro) exercem, reduzindo-se a sua área de influência em paralelo à expansão das economias de ambas. A seca vem agravando o quadro de limitações, que caracterizam a posição intra e interregional de Senhor do Bonfim, desorganizando as atividades produtivas e impondo-lhe o ônus de abrigar uma parcela da migração em direção ao litoral, sem emprego e oportunidades de sobrevivência para oferecer aos migrantes, a cidade está cada vez mais se esvaziando e perdendo poder de polarização. Consequentemente, já a partir dos anos 90, Jacobina (29.309 habitantes urbanos/1980 e 57.068 habitantes urbanos/1996) ultrapassa Senhor do Bonfim (38.573 habitantes urbanos/1980 e 54.875 habitantes urbanos/1996) em termos de contigente populacional urbano. O fato é que, na atualidade, a região do Piemonte da Diamantina como um todo, apresentase como um espaço eminentemente polarizado por Jacobina que forma com os seus satélites uma região de fortes vínculos pela integração do sistema de transportes, tendo Senhor do Bonfim como o seu mais próximo e enfraquecido sub-centro regional concorrente. Historicamente, Jacobina desde a sua criação em 1720 teve como base econômica a mineração (do ouro principalmente), a indústria extrativa direcionada para o setor mineral, tendo no comércio atacadista e varejista um peso expressivo na formação do produto e renda municipal. Entretanto, esta base econômica tem sido também abalada pelos sucessivos desmembramentos do município: Jacobina no século XVIII era um dos maiores municípios da província. Em 1746 ocorreu seu 1º desmembramento, quando se emancipou a Freguesia de Urubu de Cima, com sede na atual Paratinga; já no século XIX três municipios foram desmembrados – Monte Alegre (1857) atual Mairi, Morro do Chapéu (1864) e Riacho do Jacuípe (1878). Por fracionamento destes, no final do século XIX eram 12 os municípios desmembrados de Jacobina. Por último na década de 80 (1980/90) desmembraram-se Capim Grosso, Ourolândia, S. José do Jacuípe e Umburanas. 15 MAPA REGIONAL 16 Atualmente com a crise do ouro e da mineração em geral, explicada por vários fatores, o comercio atacadista e varejista representam 68% da arrecadação total da receita estadual no município, ficando a atividade econômica de extração e tratamento de minerais com 7,5% em média do total arrecadado. Pela expressão do seu comércio e serviços de caráter regional, a sustentação econômica na atualidade está muito mais vinculada a essas atividades face ao papel de centro regional que Jacobina exerce, do que da tradição da mineração, que se encontra em declínio. 1.3 ESTRUTURA SÓCIO-ECONÔMICA 1.3.1 Quadro Demográfico URBANO - REGIONAL O Piemonte da Diamantina, região de inserção de Jacobina, com seus 24 municípios, contemplava em 1996, segundo a Contagem Populacional do IBGE, com 648.605 habitantes, representando 5,2% da população total da Bahia. Desse total, 284.618 (43,9%), era de população urbana, sendo 363.987 (56,1%) habitantes da zonal rural. A rigor, desde a década de 80 a região do Piemonte da Diamantina vem reduzindo seu dinamismo demográfico, apresentando todas as suas taxas de crescimento em ritmo de queda, conforme Quadro I e II, a seguir: QUADRO I – POPULAÇÃO URBANA, RURAL E TOTAL – PIEMONTE DA DIAMANTINA PIEMONTE DA DIMANTINA POPULAÇÃO TOTAL 1980 1991 1996 447.124 603.098 648.605 URBANA 137.812 240.748 284.618 RURAL 309.312 362.350 363.987 JACOBINA POPULAÇÃO TOTAL 1980 1991 1996 61.857 76.518 85.556 URBANA 29.309 50.009 57.068 RURAL 32.548 26.509 28.488 17 QUADRO II - TAXAS DE CRESCIMENTO – PIEMONTE DA DIMANTINA E JACOBINA 1980 / 91 – 1991 / 96 PIEMONTE DA DIMANTINA 1980/91(%a.a) 1991/96(%a.a.) POPULAÇÃO TOTAL 2,76 1,47 URBANA 5,20 3,40 1,47 0,09 RURAL JACOBINA POPULAÇÃO TOTAL URBANA RURAL Fontes: 1980/91(%a.a) 1,95 1991/96(%a.a.) 2,26 4,98 2,68 -1,85 1,45 Tabela reproduzida do documento da SEI/SEPLANTEC. Dinâmica Demográfica da Bahia. Mudanças recentes. Série de Estudos e Pesquisas, nº 29 SEI/SEPLANTEC, 1996. Salvador, março/1996, p. 64. Esses quadros demonstram acentuada queda de ritmo de crescimento da população total da região (2,76% a.a. entre 1980 / 1991 para 1,47% a.a. entre 1991 / 1996) da mesma forma em relação ao crescimento urbano (5,20 % a.a. entre 1980 / 1991 para 3,40% entre 1991 / 1996), que ainda assim, mantém um ritmo acima da média da população urbana do estado (2,21 % a.a.). Jacobina, comparativamente a sua região, também manifesta queda na taxa urbana (4,98% a.a. entre 1980 / 1991 para 2,68% entre 1991 / 1996), muito embora a taxa da zona rural tenha se elevado (de –1,85% a.a. entre 1980 / 1991 para 1,45% entre 1991 / 1996). Com taxa média total, próxima de 2,00% a.a., o município de Jacobina que ganhava população por imigração na década passada, passou a sofrer perdas líquidas. Contudo, há de se considerar, que vários distritos e povoados foram desmembrados e se tornaram municípios independentes na década de 80. A população urbana regional apresenta um quadro de declínio na maioria dos municípios, sobretudo os médios e os grandes (exceção a Capim Grosso). Tudo indicando que o quadro de crise econômica está levando a maioria dos sub-centros regionais à incapacidade de manter a população, que usa tais sedes como centro de passagem de movimento migratório oriundo do campo, e das pequenas nucleações urbanas que sempre deixam fatores residuais, mas que desprende significativo número de jovens, contribuindo para as migrações nas direções dos centros dinâmicos menos afetados pela crise e com maior poder de atração e de oferta de oportunidades de emprego e sobrevivência para os migrantes. Essa mudança de ritmo está explicito no Quadro III, abaixo: 18 QUADRO III – POPULAÇÃO URBANA E TAXAS DE CRESCIMENTO - PIEMONTE DA DIAMANTINA – 1980 / 1991 / 1996 MUNICÍPIOS 1980(1) 1991 1996 TAXA DE CRESCIMENTO (%a.a.) 1980/1991 1991/1996 3,83% ANDORINHA (2) 1.089 3.666 4.424 11,67% ANTONIO GONÇALVES 3.011 4.540 5.827 3,80% 5,12% CAÉM 1.196 3.824 3.916 11,14% 0,48% CALDEIRÃO GRANDE (3) 2.512 4.852 5.150 6,17% 1,20% CAMPO FORMOSO (3) 2,36% 10.291 16.432 18.463 4,35% CAPIM GROSSO (2) - 12.470 18.373 0,00% 8,06% FILADÉLFIA (2) - 4.902 6.519 0,00% 5,87% 3,50% ITIÚBA 4.664 7.068 8.396 3,85% JACOBINA (3) 29.309 50.009 57.068 4,98% 2,68% JAGUARARI 4.832 6.070 8.080 2,10% 5,89% MIGUEL CALMON 8.413 11.969 15.880 3,26% 5,82% MIRANGABA 3.218 4.181 5.177 2,41% 4,37% MORRO DO CHAPÉU (3) 9.121 15.519 18.080 4,95% 3,10% - 2.356 3.521 0,00% 8,37% PINDOBAÇU (3) 2.584 5.703 5.853 7,46% 0,52% PONTO NOVO (2) 1.625 5.542 6.548 11,80% 3,39% 882 2.710 3.113 10,74% 2,81% OUROLÂNDIA (2) QUIXABEIRA (2) SÃO JOSÉ DO JACUÍPE (2) 1.442 3.633 3.758 8,76% 0,68% SAÚDE 2.651 5.515 6.850 6,89% 4,43% SENHOR DO BONFIM (3) 38.573 49.087 54.875 2,22% 2,25% SERROLÂNDIA (3) 2.791 4.743 5.927 4,94% 4,56% 806 4.564 6.053 17,07% 5,81% UMBURANAS (2) VÁRZEA DO POÇO 3.373 4.276 4.953 2,18% 2,98% VÁRZEA NOVA 5.429 7.117 7.814 2,49% 1,89% 137.812 240.748 284.618 5,20% 3,40% TOTAL Fonte: IBGE - Censos Demográficos de 1980 e de 1991 e contagem de população de 1996. Cálculos: SEI (1) A população dos municípios criados após 1980 e dos que perderam área para estes novos municípios foi ajustada para os limites municipais de 1991, usando-se a tabela de comparatividade dos setores censitários, do próprio IBGE. (2) Município criado após o Censo Demográfico de 1980 (3) Município que deu origem a novo município após o Censo Demográfico de 1980 1.3.1.2 QUADRO URBANO MUNCIPAL A população urbana de Jacobina sempre manteve um ritmo elevado (acima da média urbana do estado), atingindo um patamar de 4,98% a.a. no período 1980 / 91; contudo, nos anos 90 vem apresentando perda de dinamismo com queda na taxa de crescimento urbano (2,68 % a.a. entre 1991 / 96), que registra ritmo inferior ao crescimento urbano (3,40% a.a. entre 1991 / 96) da região de sua inserção. A crise da mineração e da economia de um modo geral que afeta também os setores de comércio e serviços, está reduzindo a capacidade da sede urbana de Jacobina de manter os contingentes migratórios provenientes das diversas zonas rurais e pequenas cidades da região, os quais terminam partindo para outros centros, caracterizando uma acentuada mobilidade populacional na região. 19 QUADRO IV – EVOLUÇÃO DA TAXA DE CRESCIMENTO DE JACOBINA – URBANA, RURAL E TOTAL JACOBINA 1980/91 1991/96 1,95% a.a 2,26% a.a Taxa População Urbana 4,98% a.a 2,68% a.a Taxa População Rural -1,85% a.a 1,45% a.a Taxa População Total QUADRO V – EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO DE JACOBINA – 1970 – 1980 – 1991- 1996 JACOBINA 1970 1980 1991 1996 POP. TOTAL 76.519 103.971 76.518 85.556 URBANA 25.220 36.180 50.009 57.382 RURAL 51.299 67.791 26.509 28.174 O quadro V demonstra um rápido processo de urbanização com taxa atual (1996) de 66,70%, e redução significativa da população rural na década de 80, relacionada a criação de novos municípios; enquanto que a população urbana em 1991 praticamente dobrou em relação a rural (o que também está atribuído ao desmembramento da zona rural para criação de novos municípios). A população urbana de Jacobina com 57.382 habitantes em 1996, Cf. IBGE, era a maior da região, ultrapassando a de Senhor do Bonfim, enquanto que a zona rural contemplava 28.174 habs. em 1996, apresentando um ligeiro crescimento (1991/96) com taxa de 1,45% aa. Em que pese os desmembramentos e a criação de novos municípios, o campo do Piemonte da Diamantina vem perdendo população em processo migratório para outras regiões, de forma mais acelerada desde os anos 80. A crise da mineração, as adversidades climáticas, e a falta de apoio ao setor agrícola, vão construindo um quadro de crise aguda, que torna irremediável a redução do povoamento da zona rural. 1.3.1.3 PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO DA SEDE URBANA Considerando que o objeto de planejamento e as proposições do PDDU são restritos à população da sede urbana, configurada nos limites do perímetro urbano, nosso ponto de partida será então a população da sede urbana, conforme a contagem do IBGE, correspondente a 49.135 habitantes para 1996. Atualizando os números deste contigente populacional para 1999 com base na taxa de crescimento (2,68 % a.a.) do período 1991/96, tem-se a população da sede urbana para 1999 equivalente a 53.192 habitantes. A partir do quantitativo populacional atualizado para 1999, prevê-se as seguintes tendência de projeção populacional para 20 anos: 20 Hipótese I – Em que se pressupõe declínio da taxa média de crescimento para um patamar próximo da média urbana do estado, ou seja 2,2 % a.a., estando implícito nesta hipótese uma queda na taxa de crescimento, atribuída a crise geral e a tendência de redução dos fatores demográficos naturais (queda geral da taxa de fecundidade), e no futuro (médio e longo prazo) uma ligeira recuperação, na perspectiva da crise econômica se amenizar. Por esta hipótese terse-á 84.006 habitantes no ano 2.020, correspondente a 1,57 x a população atual, sendo que a população será dobrada em 30 anos. Hipótese II – Em que se pressupõe um impacto mais drástico da crise, em termos de fuga populacional, com a taxa média de crescimento da sede, despencando para níveis próximo da atual taxa do município, ou seja 1,5% a.a.. Neste caso, não se vislumbra uma perspectiva de superação da crise econômica a curto e médio prazo, que amenizaria o declínio da taxa de crescimento populacional. Por esta hipótese ter-se-á 72.716 habitantes no ano 2.020, correspondente a 1,36 x a população atual, com o contingente dobrando em 45 anos. QUADRO VI - PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO/DOMICÍLIOS – SEDE URBANA DE JACOBINA HIPÓTESE – I (Taxa 2,2% a.a.) HIPÓTESE – II (Taxa 1,5% a.a.) ANO Domicílios População Domicílios População 1999 13.298 53.192 13.298 53.192 2000 13.590 54.362 13.497 53.989 2001 13.889 55.558 13.699 54.799 2002 14.195 56.780 13.905 55.621 2003 14.507 58.029 14.113 56.456 2004 14.826 59.306 14.325 57.302 2005 15.152 60.611 14.539 58.162 2006 15.486 61.944 14.757 59.034 2007 15.826 63.307 14.979 59.920 2008 16.175 64.700 15.204 60.819 2009 16.530 66.123 15.432 61.731 2010 16.894 67.578 15.663 62.657 2011 17.266 69.064 15.898 63.597 2012 17.646 70.584 16.137 64.551 2013 18.034 72.137 16.379 65.519 2014 18.431 73.724 16.624 66.502 2015 18.836 75.346 16.874 67.499 2016 19.250 77.003 17.128 68.512 2017 19.674 78.697 17.385 69.540 2018 20.107 80.429 17.645 70.583 2019 20.549 82.198 17.910 71.642 2020 21.001 84.006 18.179 72.716 Incremento Total 1999/2020 INCREMENTO/HIPÓTESE – I INCREMENTO/HIPÓTESE - II Domicílios População Domicílios População 7.703 30.814 4.881 19.524 Obs: Para cálculo da projeção de domicílios utilizou-se o fator de densidade domiciliar de 4 pessoas p/ domicílios, cf. dados da Contagem Populacional – IBGE/1996. 21 A Hipótese – 1 é considerada a mais provável, isto porque a taxa média de 2,2% a.a. está compatível com a tendência de declínio da taxa de crescimento urbano-regional. Vários fatores tem contribuído para a manifestação desta tendência na maioria dos núcleos urbanos e regiões do estado, destacando-se: o declínio da taxa de fecundidade e o redirecionamento dos fluxos migratórios, que antes buscavam os sub-centros regionais como tentativa de fixação ou de passagem para outras localidades; atualmente esses fluxos estão se dirigindo diretamente para os centros mais dinâmicos e regiões de fronteiras agrícolas sem necessariamente estacionar ou tentar se fixar nos antigos núcleos de intermediação. Isto acontece pelas facilidades de transporte e o forte poder de atração das regiões dinâmicas em contra-partida ao aumento dos fatores de expulsão nas regiões de origem dos fluxos. Por conta disso, as regiões mais dinâmicas estão tendo ganho no saldo migratório e as regiões com maiores dificuldades econômicas e fatores de expulsão da população, estão tendo perda em relação ao mesmo saldo, o que antes não acontecia pelo movimento interno, que mantinha uma boa parte do fluxo como intra-regional, atualmente prevalece o fluxo inter-regional. As mudanças na mobilidade da população indicam que os movimentos migratórios do campo estão se direcionando cada vez mais para os centros mais dinâmicos (cidades tipos Juazeiro, Vitória da Conquista, Barreiras, etc.) com as pequenas e médias localidades perdendo o seu antigo papel de intermediar a passagem desses fluxos. Com isso, há uma tendência de se ampliar a concentração populacional urbana nos núcleos de médio porte (cidades com 100 mil ou mais habitantes) esvaziando não só a zona rural como também as pequenas localidades urbanas em função da sua fragilidade econômica e do poder de atração dos núcloes urbanos de médio porte. Evidentemente que alguns sub – centros (50 a 100 mil habitantes), também detém poder de atração dessas correntes migratórias, isto no caso de sub – centros de regiões com forte dinâmica econômica ou em ascensão. Enfim, é óbvio que a concentração populacional acompanha a concentração econômica. Salvo no caso das grandes metrópoles, que por saturação, estão reduzindo significativamente o seu ritmo do crescimento demográfico e liberando (ou expulsando população) normalmente para o seu peri/espaço. 1.3.2 Estrutura Econômica 1.3.2.1 QUADRO EVOLUTIVO No ciclo do ouro e pedras preciosas da Chapada e Piemonte da Diamantina, região semiárida e crespa, as aldeias, vilas e até mesmo as cidades, surgiram e foram se constituindo prematuramente com um desenvolvimento tardio e precário de sua base produtiva. A febre e a busca do ouro levam a rápida formação das aglomerações, sem maiores preocupações quanto a sua infraestruturação e o desenvolvimento das atividades produtivas 22 complementares à sua manutenção. Eram núcleos implantados da noite pro dia como se viessem do nada, na sedenta sede de se encontrar “ouro fácil”. Esses núcleos tiveram ao longo de suas histórias períodos críticos de dificuldades de abastecimento alimentar, agravados nos ciclos de secas, que comprometiam a precária produção agrícola regional. A maioria dos núcleos de população tinham no Recôncavo, Serra Geral e o Vale do São Francisco, as regiões de origem dos seus suprimentos. As secas de 1810, 1859, 1932 e 1962 provocaram grandes estragos na produção regional, sendo que em 1810 morreram centenas de pessoas de fome em Rio de Contas na Chapada Diamantina. Entretanto, quando as minas entravam em processo de esgotamento parte do excedente da mão-de-obra, atraída pela mineração, ia dedicar-se a agricultura, dessa forma desenvolveu-se algumas lavouras tropicais na região. A substituição da lã pelo algodão nos tecidos populares fizeram com que fôsse introduzida, ainda no século XVIII, esta lavoura na região de Jacobina, a qual expandiu-se também na direção sul, formando um polo algodoeiro na área de influência de Caetité. De maneira que a formação urbana de Jacobina se deu em função da influência da mineração nas margens dos rios e no sopé das serras, como também pela sua função estratégica de abastecimento dos núcleos de mineração. Contudo, em virtude do ouro ser explorado inicialmente na superfície, isto implicou em esgotamento rápido de algumas jazidas, provocando o deslocamento contínuo da população a procura de novas fontes de reserva e a existência constantes de excedente de mãode-obra da mineração, forçando o desenvolvimento de atividades agrícola para absorver o excedente formado constantemente. De forma que, já no inicio deste século, em complemento à mineração, desenvolvia-se o plantio de maniçoba, da mamona e do algodão, que era beneficiado na cidade onde fôra implantado uma usina de beneficiamento. Assim, a agropecuária esteve presente durante a mineração, como reforço ao abastecimento da região, e forma alternativa de absorver o excedente de mão-de-obra, que a exploração do ouro gerava, quando o mesmo se esgotava nas jazidas de ocasião. A presença da estrada de ferro em 1919 fortaleceu a função de Jacobina como centro de convergência regional, passando então, o seu núcleo urbano, a expandir o seu centro comercial e as atividades de serviço de apoio regional. Na década de 30 (1930/40), foi introduzido o plantio de cana-de-açúcar na área da Caatinga do Moura com engenhos produzindo rapadura, açúcar e aguardente. Esta cultura no entanto, foi aos poucos substituídas por plantações de alho, cebola e cereais. 23 A mineração na região, em relação aos diversos minerais explorados, sobretudo o ouro, sempre foi cíclica, surgindo e ressurgindo periodicamente, deixando no seu rastro também, ciclos de prosperidades, pobreza e desolação. Os anos 30, após a grande seca de 1932 foi mais um período de ressurgimento do ciclo da mineração que permaneceu até os anos 60 (1960/70). Logo após a recuperação da mineração, já a partir dos anos 40 (1940 em diante) as atividades agropecuárias ganharam impulso com a implantação da cultura do sisal, instalação da 1ª Agência do Banco do Brasil na região que virá a financiar diversas lavouras, instalação da Cooperativa Mista Agropecuária, etc. Ao longo de sua história, ao lado da mineração, Jacobina se afirmou, pela sua localização estratégica e pela necessidade inicial de abastecer os diversos núcleos de mineração, colocandose como centro de abastecimento alimentar da região. O núcleo urbano sede era o centro de convergência, primeiro dos caminhos das boiadas e das estradas que as ligavam aos diversos pontos de mineração na região, depois veio a ferrovia de integração dos grandes centros e por último as rodovias, que formaram uma rede viária ligando os diversos núcleos urbanos do Piemonte à Jacobina e esta aos centros regionais do estado. A cidade de Jacobina foi historicamente se constituindo como principal entreposto de comércio/serviço entre o centro estadual (RMS / Recôncavo) os sertões e o oeste baiano, afirmando-se como elo de articulação entre os diversos centros e sub-centros regionais distanciados e integrados. O declínio da mineração, reafirma a vocação histórica de Jacobina como entreposto dos sertões e de parte do Oeste. A consolidação desse papel de centro regional de Jacobina tem na seca e nas dificuldades de abastecimento de água, o seu grande desafio, uma vez que vem dificultando as instalações empresariais no município, sobretudo no caso das indústrias, enquanto que a localização estratégica é o fator positivo - a rede viária regional como elo de integração favorece a convergência dos negócios para a cidade. Na atualidade, as atividades econômicas de Jacobina, como na maioria dos municípios do estado, estão em declínio, afetadas pelo processo recessivo instalado no país a partir do Plano Real. De forma mais grave, a crise econômica tem atingido mineração a agricultura, as indústrias e os serviços. No caso da mineração, a história do ouro na região de Jacobina é de um constante vai e vem, ligado a cotação e valorização deste metal no mercado internacional. Tudo leva a crer, que as reservas não se esgotaram. A questão básica é de investimentos no processo de extração, o que não está acontecendo porque à cotação do ouro não se mostra compensável pelo alto custo da sua extração e por outro lado, existem dificuldades de captação de recursos (financiamentos) 24 no mercado para este tipo de investimentos, de maneira que Jacobina e o Piemonte vão ter que aguardar um nova onda “ou corrida” do ouro (o que de certa forma depende da sua valorização no mercado internacional) para recompor suas tradições de cidade e região do ouro. O quadro e gráfico a seguir expõem o declínio da mineração no município: QUADRO VII – EVOLUÇÃO DA ARRECADAÇÃO DA RECEITA ESTADUAL NO MUNICÍPIO, SETOR DE EXTRAÇÃO E TRATAMENTO DE MINERAIS GRUPO E OU ATIVIDADE 1998 1997 1996 1995 ECONÔMICA (jan/ago) (jan/dez) (jan/dez) (jan/dez) Extração e Tratamento de Minerais Pedras preciosas e semi Pedras ornam. Minerais emp. 94.047,94 302.442,48 438.726,43 474.196,09 8.920,18 89.705,55 285.530,36 236.207,50 79.731,94 203.836,18 123.425,41 237.526,39 Extração e Tratam ento de Minerais 500000 450000 400000 350000 300000 V al o r ar r ecad ad o 250000 200000 150000 100000 50000 0 Extração e Trat. de M inerais Pedras prec. e semi Pedras ornam. M inerais emp. A t ivid ad e Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia. 25 O comércio atacadista é outro setor prejudicado pela recessão das atividades econômicas no município. Neste caso, as atividades do comércio atacadista de produtos alimentícios em geral principalmente, e a de comércio atacadista de bebidas, refrigerantes e suco, são as mais atingidas. Considerando que o comércio atacadista tem alcance regional, o declínio dessas atividades tem haver com a crise econômica e a seca que castiga o Piemonte. O comércio de produtos alimentícios não tem sido tão afetados pelas dificuldades econômicas que foram contrabalançadas pelo aumento do poder de compra do salário mínimo, promovido pelo Plano Real, que ampliou o potencial de consumidores no comércio de alimento; entretanto, isto também vem sendo prejudicado ultimamente, pela expansão do desemprego que vem empobrecendo um largo espectro da população, reduzindo seu poder de consumo. A queda do comércio atacadista e visível a partir do quadro e gráfico a seguir: QUADRO VIII – EVOLUÇÃO DA ARRECADAÇÃO DA RECEITA ESTADUAL NO MUNICÍPIO, SETOR COMÉRCIO ATACADISTA GRUPO E OU ATIVIDADE 1998 1997 1996 1995 ECONÔMICA (jan/ago) (jan/dez) (jan/dez) (jan/dez) Comércio atacadista 264.658,87 403.390,77 557.966,61 Com. Atac. Prod. Aliment. 194.497,82 278.816,53 401.262,16 445.041,90 294.386,00 Com. Atac. Bebidas, refri e sucos 45.245,99 121.289,90 151.298,40 137.141,69 Com. Atac. Chocolate, bombons 22.820,33 792,91 1.325,99 543,16 Comércio Atacadista 600000 500000 400000 V alo r arrecad ad o 300000 200000 100000 0 A t ivid ad e Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia. 26 Os serviços é mais um dos setores de atividades econômicas, que está em processo crítico de queda de suas atividades. Neste caso, verifica-se que de uma certa forma, a tendência de declínio do setor, está relacionada a redução no movimento de cargas e de passageiros, uma vez que a área mais atingida é a de serviços de transporte e serviços de alojamentos e alimentação, relacionadas a redução no movimento de hotéis, pousadas e restaurantes. As duas situações tem a ver com a crise econômica geral e as dificuldades da região, agravadas pela seca, o que reduz o fluxo de cargas e de passageiros entre Jacobina e os demais núcleos urbanos do Piemonte e outras regiões do Estado da Bahia. Cf. quadro a seguir: QUADRO IX – EVOLUÇÃO DA ARRECADAÇÃO DA RECEITA ESTADUAL, SETOR SERVIÇOS GRUPO E OU ATIVIDADE 1998 1997 1996 1995 ECONÔMICA (jan/ago) (jan/dez) (jan/dez) (jan/dez) Serviços 35.185,72 150.729,08 207.644,64 Serviços de Transporte 14.116,49 99.386,80 162.631,94 146.036,96 95.795,59 Serviços de Alojamento 16.316,82 33.236,05 22.249,52 27.207,22 Serviços de reparação 3.592,27 15.947,68 12.032,66 13.994,27 Serviços 250.000,00 200.000,00 150.000,00 V alo r ar r ecad ad o 100.000,00 50.000,00 - A t ivi d ad e Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia 27 As indústrias, de modo geral, não apresentam um bom desempenho em Jacobina, sendo que de 1995 até 1997 gerou entre 1,57% a 2,66% da renda total arrecadada pelo estado no município, o que convenhamos, representam índices baixíssimos. No ano de 1998 apresentou uma ligeira recuperação, com índice próximo de 4% do volume total arrecadado, devido ao crescimento da indústria de produtos minerais não metálicos, que está relacionada ao beneficiamento de pedras ornamentais (mármores e outras) empregadas na construção civil. As informações locais dão conta de que as dificuldades de abastecimento de água, agravada com a sêca, têm prejudicado as indústrias, inclusive sendo fator de resistência dos empresários do setor para instalação de novas industriais na região. QUADRO X – EVOLUÇÃO DA ARRECADAÇÃO DA RECEITA ESTADUAL, SETOR INDUSTRIAL GRUPO E OU ATIVIDADE 1998 1997 1996 1995 ECONÔMICA (jan/ago) (jan/dez) (jan/dez) (jan/dez) Indústrias 97.388,55 96.466,47 68.486,01 104.318,14 Ind. Prod. Min. não Metálicos 41.370,55 20.276,76 19.355,43 39.880,44 Indústria de mobiliário 13.214,53 24.263,12 14.304,76 9.934,10 Indústria de Prod. Alimentares 31.541,48 39.950,96 17.453,77 28.426,24 Indústrias 120.000,00 100.000,00 80.000,00 60.000,00 V al o r ar r ecad ad o 40.000,00 20.000,00 - A t i vid ad e Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia 28 A agricultura e a criação de animais é uma das atividades econômicas que se mostra mais prejudicado no município de Jacobina. A nível de arrecadação estadual tem gerado índices fraquíssimos da ordem de 2,35% em 1997 (melhor índice dos 4 períodos em análise); 1,66% em 1996; 1,96 em 1995 e neste ano de 1998 está próximo de 2,0% do total arrecadado pelo estado. A crise econômica e a seca tem atingido mais duramente a zona rural, arruinando a sua produção agrícola e a criação de animais. O esvaziamento populacional que a zona rural atravessa, está diretamente relacionado a crise e a seca que desola a região. Enquanto esses fenômenos persistirem, principalmente o da seca, a zona rural terá muitas dificuldades de recuperação, a não ser que haja uma forte política de combate a seca regional. Cf. quadro evolutivo de arrecadação a seguir: QUADRO XI – EVOLUÇÃO DA ARRECADAÇÃO DA RECEITA ESTADUAL, SETOR DE AGRICULTURA E CRIAÇÃO DE ANIMAIS GRUPO E OU ATIVIDADE 1998 1997 1996 1995 ECONÔMICA (jan/ago) (jan/dez) (jan/dez) (jan/dez) Agricultura e Criação de animais 45.244,93 95.403,16 72.385,03 Lavoura 21.838,92 52.667,82 47.339,11 24.508,04 6.835,86 9.492,61 10.248,40 26.581,11 16.309,95 31.888,54 9.928,33 23.961,51 Criação de animais Produtos de origem animal 77.079,23 Indústrias 100.000,00 90.000,00 80.000,00 70.000,00 60.000,00 50.000,00 40.000,00 V alo r ar r ecad ad o 30.000,00 20.000,00 10.000,00 - A t i vid ad e Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia 29 Por fim, o comércio varejista tem sido o fiel da balança no conjunto da renda arrecadada pelo estado nos diversos setores de atividades econômicas do município de Jacobina. Mantendo uma média próxima de 57% do volume arrecadado, é o único setor que não está em declínio com 56,2% em 1995; 55,3% em 1996; 58% em 1997 e em 1998 ficou em torno de 57% do total arrecadado, revelando a força regional do setor. Alguns grupos de atividades como comércio de automóveis, caminhões e outros veículos; comércio de peças e acessórios para veículos; lojas de departamentos e magazine, que demonstram um bom desempenho, são característicos do papel regional do comércio Jacobinense. Todavia, comparando a média mensal arrecadada pelo setor em 1997 (197.427,00) e a de 1998 em 08 meses (167.438,00), mesmo considerando que, em 1998 não está incluindo o mês de dezembro, que é o de maior volume arrecadado, tudo indica que houve uma ligeira queda de arrecadação em 1998, comparada com a de 1997. Registra-se que existem muitas queixas dos comerciantes locais, a respeito do fraco movimento do comércio no presente ano, manifestando uma tendência de esgotamento, e que a crise, já começa a atingir também a este setor. Indústrias 100.000,00 90.000,00 80.000,00 70.000,00 60.000,00 50.000,00 40.000,00 V alo r ar r ecad ad o 30.000,00 20.000,00 10.000,00 - A t ivid ad e 30 1.3.2.2 ESTRUTURA EMPRESARIAL A estrutura empresarial de Jacobina é aqui explicitada com base na pesquisa direta (março de 1996) realizada pelo SEBRAE, que de certa forma, retrata a partir desta situação, as dificuldades da economia Jacobinense. CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS Foram cadastradas no município, um total de 1.784 empresas, sendo 51,0% do setor serviços, 39,9% do setor comércio e 9,1% do setor industrial. Na área da indústria, os ramos que mais se destacaram foram o de panificação, que representa 29,0% do setor, confecção (16,0%), fabricação de doces (devido à atividade desenvolvida em Caatinga do Moura), que representa 12,3% do setor, e sorveteria, com 13 unidades produtivas que juntas representam 8,0% dos empreendimentos industriais da cidade. Já no setor de serviços, é importante destacar o setor de bares, restaurantes e lanchonetes, que representam juntos 45,7% dos empreendimentos deste setor, e 23,2% da atividade empresarial do município. A atividade de costura por encomenda é o segundo ramo (11,9%) preponderante no setor serviços. Por fim, cabe ao ramo de oficina mecânica a terceira participação do setor, com 6,4% de empresas. Por último, o setor comercial, que responde por 39,9% da atividade empresarial do município, tem na atividade de supermercados, mercearias e mercadinhos a sua principal participação, com 35,3% dos empreendimentos do setor, seguido por lojas de artigos de confecção, cama/mesa e banho (11,5%) e auto-peças (representa 6,7% do setor). 31 QUADRO XII - ESTRUTURA SETORIAL DAS ATIVIDADES EM JACOBINA TOTAL DE UNIDADES CADASTRADAS ATIVIDADES DE COMÉRCIO Açougue Armarinho/armazém Auto-peças Confecções / Tecidos Farmácia Perfumaria/toucador Mat. Construção / tintas Mercearia / supermercado Posto combustível Distribuidora de Bebidas Livraria / papelaria Laticínio Produtos agropecuários Relojoaria/Joalheria Móveis / eletrodomésticos Sapataria / calçados Discos / fitas / cd´s Concessionária de veículos Ótica Distribuidora de gás Ferro-velho ferragens Mater. elétrico-eletrônicos Pneus Presente/festas/decoração Artigos esportivos Doces Bombonnière Floricultura Quitanda Madeireira Padaria Maquinas e equipamentos Funerária Revenda de pão Outros TOTAL 14 52 48 87 27 10 22 250 12 03 13 05 13 01 10 09 07 03 04 04 02 06 05 02 07 03 01 04 01 01 05 09 03 03 06 62 713 ATIVIDADES DE SERVIÇOS Bar /restaurante/ lanchonete Corte / costura / alfaiataria Oficina para autos Salão de beleza Clube recreativo Assist. Técnica geral Borracharia Estofador Protético Clínica médica Vidraçaria Radiodifusão Limpeza e manuntenção Hotel / pousada /pensão Locadora de video/games Fotografia Escola Relojoaria Sindicato Bloco de carnaval/banda Conserto de bicicleta Telefônico Serv. Advocacia Transportes Serv. odontológicos Serv. contabéis Jogos eletrônicos Banco Locadora de autos Emplacadora Seguro Chaveiro representação Outros TOTAL 410 107 58 55 01 35 06 11 05 13 05 03 04 13 04 12 46 06 03 06 04 03 06 09 05 16 07 07 02 05 03 01 03 35 909 ATIVIDADES DE INDÚSTRIA Padaria / panificação Abatedouro / aviário Carpintaria / marcenaria Sorveteria Metalurgia Confecção Doces Gráfica Sapatos / bolsa pré-moldado Móveis 47 04 04 13 07 26 20 06 07 03 06 Carroceria Fumo Frigorífico Pedreira Gesso Artesanato Mármore Outros 02 01 01 01 01 04 02 02 TOTAL 162 FONTE: SEBRAE/BA - Pesquisa direta (Março/1996) Quanto ao tempo de existência da empresa, verificou-se que na sua maioria, estão a mais de dez anos no mercado (30,4%), o que sem dúvida é um número extremamente representativo. Quando questionados acerca do tempo de negócio no atual ponto, os números indicam uma certa mobilidade destes negócios (35,1% dos entrevistados estão no máximo a dois anos no local atual). O censo realizado em Jacobina demonstrou que 44,5% das unidades empresariais fazem parte da chamada economia informal, onde uma boa parte destas atividades têm como objetivos o complemento da renda familiar mensal. Já as empresas formais, representam 55,5% do universo empresarial jacobinense, o que é igual a 991 unidades. Destas, predominam as firmas individuais, com 35,0% do universo pesquisado, seguido de organizações como sociedade limitada (18,6%). Foram identificadas também 13 empresas de sociedade anônima (representam 32 0,73% do universo pesquisado), e 1,3% do total do censo estruturada em curtas naturezas jurídicas. No total, 2.090 empresários administram as 1784 empresas de Jacobina, que têm idade média de 26 a 45 anos, em 58% das empresas entrevistadas. Quanto a formação educacional destes empresários, verifica-se que a maioria, 32,7%, possuem primeiro grau incompleto. 5,3% dos entrevistados possuem nível superior e 42,1% da população empresarial sequer terminou o primeiro grau, constituindo-se um baixíssimo grau de escolaridade no município dentre os dirigentes das empresas. Quando se analisa a experiência profissional dos empresários no ramo de atividade, surpreende-se com a larga experiência dos empresários nos diversos segmentos em que atuam, constatada pela vivência de 64,8% dos entrevistados em suas respectivas atividades há mais de cinco anos. No entanto, 16,1% dos empresários possuem até dois anos de experiência no ramo. No âmbito setorial, observa-se que 56,8% dos industriais têm mais de cinco anos de experiência nos ramos em que atuam e apenas 18,5%% destes possuem tempo de experiência inferior ou igual a dois anos. No comércio, 19,0% são empreendedores com até dois anos de experiência e 38,1% têm conhecimentos de mais de dez anos. Na prestação de serviços, verificase que 13,6% dos empresários possuem no máximo dois anos de experiência, enquanto que 47,7% têm vivência no negócio superior a dez anos. Desta forma, os empresários mais experientes são do setor serviços, enquanto que os que estão no negócio a menos tempo fazem parte do setor comércio. Quanto à participação em alguma instituição associativa, verificou-se uma boa participação do empresariado no setor de comércio, possivelmente na atuante Associação Comercial e Industrial de Jacobina, participação esta de aproximadamente 36,0% do universo empresarial deste setor. Como já esperado, é o setor serviços, o mais isolado à nível de participação associativa (apenas 16,0% dos empresários participam de algum tipo de associação). QUADRO XIII - PARTICIPAÇÃO EM INSTITUIÇÃO ASSOCIATIVA (EM %) 4,2 INDÚSTRIA COMÉRCIO SERVIÇOS TOTAL PARTICIPA 18,9 36,1 16,0 24,4 NÃO PARTICIPA 81,3 63,9 84,0 75,6 TOTAL 100,0 100,0 100,0 100,0 FONTE: SEBRAE/BA - Pesquisa direta (Março/1996) 33 PERFIL DAS EMPRESAS Segundo o Censo Empresarial realizado pelo SEBRAE, 98,1% das empresas entrevistadas possuem no máximo até 19 pessoas ocupadas (incluindo o proprietário), o que representa a predominância absoluta de empresas de portes micro e pequeno. Quando analisadas empresas que possuem até 5 ocupados, estas representam 89,3% do universo. Outro número impressionante: 35,1% das empresas de Jacobina, têm no seu proprietário o único ocupado no negócio. Analisando a relação “total de pessoas ocupadas/empresa”, verifica-se que há uma média de 3,2 pessoas ocupadas por empresa; neste sentido, o setor industrial apresenta a maior média entre os setores, com 5,1 pessoas ocupadas/empresa, e no setor de serviços, vê-se a mais baixa relação, com uma média de 2,8 pessoas ocupadas/empresa. QUADRO XIV - RELAÇÃO PESSOAS OCUPADAS/EMPRESA EM JACOBINA POSIÇÃO SETORES DE ATIVIDADE INDÚSTRIA COMÉRCIO GLOBAL SERVIÇOS Total de pessoas ocupadas 833 2.305 2.508 5.646 Número de empresas 162 713 909 1.789 5,1 3,2 2,8 3,2 Pessoas Ocupadas Empresa FONTE: SEBRAE/BA - Pesquisa direta (Março/96) A ajuda familiar no quadro da empresa, está presente em 59,8% dos negócios do município. Daí, de acordo com a indicação anterior de que 35,1% das empresas da cidade se utilizam apenas do seu proprietário como único ocupado, constata-se que apenas 5,1% das empresas não utilizam familiares no negócio. Quando analisado por atividade, verifica-se que o setor que menos emprega, é o de serviços, onde 43,4% dos ocupados da empresa é formado apenas pelo seu proprietário. A explicação para isto é a predominância de bares e costureiras, que geralmente possui somente um ocupado no negócio. Já o setor industrial é o que mais emprega em quantidade de pessoas por estabelecimento, onde segundo o Censo realizado, 11,3% destes empreendimentos possuem acima de 11 ocupados, seguido bem atrás do setor comércio, com 2,6%. 34 QUADRO XV - MÃO-DE-OBRA EMPREGADA NAS EMPRESAS DE JACOBINA (EM %) FAIXA DE OCUPAÇÃO SETORES DE ATIVIDADE INDÚSTRIA COMÉRCIO GLOBAL SERVIÇOS ATÉ 02 51,1 71,0 75,5 70,5 03 A 05 21,4 16,6 11,7 15,0 06 A 10 16,3 7,2 7,6 8,5 11 A 19 7,1 1,7 2,5 2,7 + DE 20 4,1 3,5 2,7 3,3 60,5 49,2 40,8 46,0 % Empresas com mão-deobra empregada FONTE: SEBRAE/BA - Pesquisa direta (Março/1996) PROBLEMAS E SOLUÇÕES : A ÓTICA EMPRESARIAL MUNICIPAL De acordo com o Cadastramento Empresarial realizado em Jacobina, os principais problemas por que passam as empresas locais são financeiro (recebeu 29,4% de indicações), seguido por vendas por falta de mercado e vendas devido à concorrência com 21,8% e 14,5% respectivamente. Na análise setorial, é no setor serviços onde aparece um maior número de indicações de problemas financeiros (30,9% das indicações). No setor de comércio, embora o problema financeiro apareça como o principal, este aparece em um grau menor de indicações (27,8%) em relação aos demais. Apesar das diferenças e particularidades de cada setor de atividade, os principais problemas apontados por eles são os mesmos. É importante citar que apesar do problema financeiro ter sido apontado em todos os setores de atividade como o mais relevante por que passam as empresas entrevistadas, em muitos casos, este não é problema e sim conseqüência. O mal gerenciamento do negócio leva ao aumento dos custos de comercialização e consequentemente a perda de competitividade. Só para se ter uma idéia, 46,6% das empresas entrevistadas não possuem nenhum tipo de controle/registro do seu negócio, e das que possuem, a grande maioria se restringe apenas a popular caderneta ou controle de fiado. Quando questionados acerca das iniciativas para melhorar o seu desempenho empresarial, a busca de empréstimo/financiamento foi o ítem mais lembrado, com 21,8% de indicações. Isto se deve ao período recessivo pelo qual vem passando a economia, com alto índice de desemprego, altas taxas de juros e dificuldade de crédito para as unidades produtivas devido a política de estabilização aplicada pelo Governo. 35 As outras iniciativas apontadas pelos empresários que possibilitariam a melhoria no seu desempenho foram o lançamento de novos produtos e a mudança do local da empresa, com respectivamente 16,9% e 9,6% de indicações. A análise de que o mercado está disposto a consumir coisas novas é correta e mostra o amadurecimento do empresariado que complementa com a indicação da necessidade de conhecer mais o seu próprio mercado/negócio. Na análise setorial, o quadro muda um pouco apenas no setor serviços por conta do terceiro ítem mais indicado que é mudar de local, possivelmente devido ao grande número pequenos bares e costureiras existentes neste setor, que condicionam o seu negócio ao lugar onde moram. 1.3.3 Estrutura de Renda da População Não existe dados atualizados da estrutura de renda da população. Os indicadores de renda citados nas publicações do SEI, têm por base os dados do Censo/91 – FIBGE; a pesquisa e os estudos do SEBRAE realizados em 1996 não abrangem as condições de renda da população; a pesquisa de impressões feita pela UFC na cidade também não destacou tal questão, considerando que esta pesquisa é voltada tão somente para captar a percepção que tem os moradores sobre sua cidade. Na ausência de informações mais atualizadas, não existe outra alternativa de avaliação, a não ser, uma análise precária, a partir dos dados do IBGE, Censo/1991. Além do mais, as mudanças ocorridas ao longo desse período (1991/99) na estrutura de renda da população evoluiu na direção da regressividade da renda para a maioria do contingente populacional e concentração para uma minoria privilegiada, quadro agravado pelo recrudescimento do desemprego, relacionado aos efeitos recessivos do Plano Real. Quadro a seguir: QUADRO XVI – CLASSES DE RENDIMENTO, SEGUNDO AS FAMÍLIAS DO MUNICÍPIO DE JACOBINA Até 1 Salário Mínimo 38,7% Mais de 1 a 3 S.M. 38,8% Mais de 3 a 5 S.M. 7,4% Mais de 5 a 10 S.M 6,6% Mais de 10 S.M. 3,8% Sem rendimento 4,6% Sem declaração 0,1% Fonte: FIBGE/Censo de 1991 Pelos níveis citados, 77,5% das famílias percebiam até 3 S.M., enquanto que 85% aproximadamente, tinha nível de renda até 5 S.M. A classe intermediária (5 a 10 S.M.) agregava 6,6% das famílias e o nível mais elevado (acima de 10 S.M.) envolvia, tão somente 3,8% das famílias; considerando as sem rendimentos (4,6%) e as famílias com nível de renda até 1 S.M. (38,7%), tem-se 43,3% das famílias com nível crítico de renda. 36 A situação, segundo os chefes de famílias era caracterizada pelo seguinte quadro: QUADRO XVII – CLASSES DE RENDIMENTO, SEGUNDO OS CHEFES DE FAMÍLIAS DO MUNICÍPIO DE JACOBINA Até 1 Salário Mínimo 56,6% Mais de 1 a 3 S.M. 28,4% Mais de 3 a 5 S.M. 4,4% Mais de 5 a 10 S.M 3,9% Mais de 10 S.M. 2,2% Sem rendimento 4,4% Sem declaração 0,1% Fonte: FIBGE/Censo de 1991 Observa-se que por este quadro, 89,4% dos chefes percebiam até 3 S.M (incluindo os sem rendimento), enquanto que 93,3% tinham rendimento até 5 S.M. A classe intermediária ( 5 a 10 S.M.) correspondia a 3,9% dos chefes sendo que apenas 2,2% percebiam mais de 10 S.M. Não é possível se imaginar, que um quadro tão crítico de níveis de rendimento da população tenha se agravado. Mas é o que manifesta também outros indicadores, principalmente os de queda do consumo da população e o de pobreza urbana. Há um clamor geral por parte da população em relação ao desemprego e a fome, que só as mudanças profundas na estrutura econômica podem resolver. 1.3.4 ESTRUTURA DE EDUCAÇÃO De acordo com os dados do SEI (Anuário Estatístico – 1997) a estrutura de educação do município de Jacobina (em 1996) era conformada pela presença de 128 estabelecimentos de ensino, dos quais 66 na zona urbana e 62 na zona rural. Ainda segundo a mesma fonte, havia 25.001 alunos matriculados com uma cobertura (média geral) da ordem de 73,8% em relação ao total de jovens em idade escolar (do pré ao 2º grau). Conforme esses dados, a cobertura era de aproximadamente 100% no 1º grau, 36% no pré-escolar e 32% no 2º grau. Dos alunos matriculados, 54,5% estavam vinculados às escolas municipais, 38,7% às escolas estaduais e 6,8% às escolas particulares. Observa-se que é relativamente baixa a cobertura do pré-escolar e do 2º grau. Quanto ao 1º grau, verifica-se um índice elevado de cobertura que no fundo não reflete a realidade de alunos efetivamente em sala de aula, posto que os dados apresentados estão relacionados tão somente ao nº de matrículas efetivadas. Ultimamente está havendo uma expansão de alunos matriculados no 1º grau face ao interesse das prefeituras em captar os recursos do Fundef como estímulo do governo federal para melhorar a qualificação do magistério e aumentar o nº de alunos em sala de aula do ensino fundamental. 37 QUADRO XVIII - ESTRUTURA DE EDUCAÇÃO NO MUNICIPIO DE JACOBINA – 1996 ÁREA URBANA PRÉ-ESCOLAR ÁREA URBANA 1º GRAU 2º GRAU ESTADUAL MUNICIPAL PARTICULAR ESTADUAL MUNICIPAL PARTICULAR ESTADUAL MUNICIPAL PARTICULAR ESTABELECIMENTOS DE ENSINO 10 19 08 20 29 12 1 1 3 ALUNOS MATRICULADOS 503 725 287 7.109 4.625 1.181 1.219 900 230 DOCENTES 20 29 14 250 141 103 100 29 28 QUADRO XIX - QUADRO RESUMO – ALUNOS MATRICULADOS – ZONA URBANA E RURAL MUNICIPIO DE JACOBINA – 1996 SEGUNDO A PRÉ-ESCOLAR 1º GRAU MUNICIPIO DE JACOBINA – 1996 2º GRAU TOTAL ZONA URBANA RURAL SEGUNDO AS PRÉ-ESCOLAR 1º GRAU 2º GRAU TOTAL INSTITUIÇÕES 2.332 20.190 2.479 25.001 ESTADUAL 503 7.953 1.219 9.675 (38,7%) 1.515 12.915 2.349 16.779 (67,1%) PARTICULAR 287 1.181 230 1.698 (6,8%) 817 7.275 130 8.222 (32,9%) MUNICIPAL 1.542 11.056 1.030 13.628 (54,5%) Os indicadores de educação do SEI revelam um índice de analfabetos equivalente a 35% no município, sendo 25% na área urbana e 55% na zona rural com uma posição de 18º no “ranking” do estado. A rigor, as grandes carências da estrutura de ensino diz respeito ao pré-escolar, 2º grau e ensino profissionalizante. Na zona rural é que esta estrutura se mostra mais precária, o que de uma certa forma induz a migração dos jovens e às vezes de toda a família para as cidades com melhores condições de oferta de serviços educacionais. A situação atual da estrutura de educação no município só foi possível caracterizar parcialmente, com base na rede municipal, uma vez que a Secretaria de Educação do município não forneceu os dados da rede estadual e particular. Acredita-se que em relação a essas redes não houve mudanças significativas quando comparado a situação atual com os dados de 1996 apresentados, mesmo porque, os estabelecimentos e a estrutura como um todo não sofreram alterações. Com relação a rede municipal, o número de alunos matriculados são praticamente equivalente nos dois períodos: 13.628 (1996-SEI) e 13.668 (1998-Secretaria de Educação Município), havendo ligeiro aumento no 1º grau e uma redução no pré-escolar, conforme quadro a seguir: QUADRO XX - ESTRUTURA DE EDUCAÇÃO NO MUNICIPIO DE JACOBINA – 1998 (EXCLUSIVAMENTE REDE MUNICIPAL) – ÁREA URBANA PRÉ-ESCOLAR 1º GRAU ESTABELECIMENTOS DE 2º GRAU TOTAL 01 40 869 5.877 ENSINO ALUNOS MATRICULADOS 518 4.490 DOCENTES 220 QUADRO XXI - ESTRUTURA DE EDUCAÇÃO NO MUNICIPIO DE JACOBINA – 1998 (EXCLUSIVAMENTE REDE MUNICIPAL) – ZONA RURAL PRÉ-ESCOLAR 1º GRAU 2º GRAU ESTABELECIMENTOS DE TOTAL 88 ENSINO ALUNOS MATRICULADOS 696 DOCENTES Fonte: Secretaria de Educação do Municipio-1998. 6.894 201 7.791 265 Além da estrutura apresentada existe uma unidade da Uneb (Universidade do Estado da Bahia) que oferece cursos nas áreas de geografia, história e letras, estando matriculados em 1999, um total de 619 alunos, cf quadro a seguir: QUADRO XXII - ALUNOS MATRICULADOS EM CURSO SUPERIOR UNEB JACOBINA - 1998 CURSO MASCULINO FEMININO TOTAL 027 – GEOGRAFIA – LICENCIATURA PLENA 65 103 168 026 – HISTÓRIA – LICENCIATURA PLENA 54 100 154 029 – LETRAS – LIC. PLENA HAB. EM 21 113 134 28 135 163 168 451 619 PORTUGUÊS/INGLÊS E LITERATURAS 028 – LETRAS – LIC. PLENA HAB. EM PORTUGUÊS E LIT. LINGUA PORTUGUESA TOTAL DE UNIDADES 1.3.5 ESTRUTURA DE SAÚDE A atual rede de saúde da sede do município é constituída por 02 hospitais 02 centros de saúde, 03 postos de saúde, 05 clínicas particulares e aproximadamente 30 consultórios. Os dois hospitais citados com capacidade de 419 leitos (5 leitos por 1.000 habs.) prestam atendimentos a nível de convênio pelo SUS (Sistema Único de Saúde) com especialidade em clínica geral, urologia, obstetrícia, ginecologia, pediatria, cirurgia geral e serviços médicos auxiliares. Constam também de serviços ambulatorial, RX, análises clínicas e eletrocardiográficas. Integrado ao Hospital regional encontra-se a maternidade Artur Diniz Veloso equipada com incubadora eletro-eletrônica, sistema de oxigênio e aspirações artificiais, todos os leitos e apartamentos estão aparelhados para realizar qualquer tipo de parto ou cirurgia. A mortalidade geral em 1996 apresentou como causa principal sintomas, sinais e afecções mal definidas (SSAMD), correspondendo a 37,6% óbitos, sugerindo assim, que o diagnóstico não foi definido, o que é necessário para um tratamento eficaz. O mesmo acontece, quando analisamos dados da 16ª DIRES, com índices de 48,6%. Segundo a PROS-97 (Programação e Orçamentação de Saúde) as doenças do Aparelho Circulatório (DAC) vem logo a seguir, como causa mais comum de óbito, contribuindo com 15% dos casos. 40 Não podemos deixar de registrar 9,8% de óbitos por causas externas (acidentes e homicidios) ocorridos em 1996 denunciando o alto grau de violência em que a população está exposta, reflexo de suas baixas condições sócio-econômicas. A tuberculose aparece com o coeficiente de incid. p/ 10.000 de 10.0 em 1996. Evidencia-se novamente a situação sócio-econômica precária da população, com baixa renda per capta, agravada por más condições habitacionais, desnutrição, stress físico e psíquico, aliado ao não controle dos focos geralmente representados por adultos portadores de tuberculose aberta, com baciloscopia positiva e que não se submetem a controle e tratamento adequado. Com um coeficiente de incid. p/ 10.000 de 9.8 em 1996, a leishmaniose visceral é algo esperado por ser a LV uma doença própria da ZR, sendo uma das endemias rurais brasileiras. Como ocorre de forma endêmica na região, presume-se que exista no município de Jacobina uma elevada incidência na infecção em cães e gatos, animais que, quando contaminados, mantém a endemicidade da doença na região. Em relação às doenças sexualmente transmissíveis (DST), seu coeficiente de incidência por 10.000 foi de 0,2% em 1996, sabendo-se que seu controle é dificultado, por estas patologias relacionar-se com a sexualidade hetero e homossexual, que é cercada de tabus e preconceitos. Com relação à hepatite, cuja principal via de transmissão é a fecal-oral, temos coeficiente de incidência 10.000 de 0,2% em 1996. Verifica-se que apesar da baixa cobertura do saneamento básico, principalmente no que se refere a tratamento de água, esgotamento sanitário e dos dejetos, o município de Jacobina apresentou um coeficiente relativamente baixo, dessa doença. Segundo dados da Programação e Orçamentação – 1997, desenhou-se o seguinte quadro de Mortalidade Infantil no município em 1996. QUADRO XXIII - MORTALIDADE INFANTIL, PRINCIPAIS CAUSAS Código Descrição Nº % 009 Infecções intestinais mal definidas 07 24,14 798 Morte súbita de causa desconhecida 04 13,79 771 Infecções específicas período perinatal 03 10,34 263 Outro tipo desnutrição prot. Cal. E não específica 03 10,34 769 Sind. De angustia respiratória 03 10,34 20 68,95 Total de Óbitos Enquanto que as informações do CIS/SESAB-1996 destacam-se como causas principais de óbito em menores de 01 ano, afecções originadas no período perinatal (14,8%), doenças infecciosas e parasitarias (18,5%), doenças das glândulas endócrinas da nutrição (14,8%) e 41 doenças do aparelho respiratório (7,4%). Com relação a faixa etária de 01 a 04 anos, o coeficiente de mortalidade foi de 0,9%. Deve-se relatar o fato de que muitas crianças da zona rural, principalmente, menores de 01 ano, ao falecerem possivelmente são enterradas sem atestado de óbito, o que vem subestimar os dados apresentados, mesmo que, as vezes, estas mesmas crianças não tenham feito o registro de nascimento. Os riscos de sobrevivência que estão expostas as crianças de zero a 05 anos, poderão ser reduzidos através de medidas que visem modificar a qualidade de vida da população, aliada a um redirecionamento da assistência infantil. 1.3.6 PROBLEMAS RELEVANTES DA ESTRUTURA SÓCIO – ECONÔMICA MUNICIPAL Os graves problemas que atravessa a economia Jacobinense ou seja, crise de circulação de dinheiro, recessão das atividades econômicas, dificuldades de geração de emprego e renda, implicando num índice crítico de desemprego e regressividade da renda da maioria absoluta da população (89,4% dos chefes de famílias tinham renda abaixo de 3 SM) são problemas de ordem estrutural, agravados pelas questões locais, como é o caso da crise da exploração do ouro, atividade historicamente impregnada na cultura de Jacobina. De maneira que ao lado do esforço da administração, o município depende do apoio estatal e da política externa para superar sua crise. De qualquer forma, as iniciativas da administração municipal num esforço conjunto com os demais poderes (União e Estado) e com a iniciativa privada, se presta a curto e médio prazo para reduzir os impactos negativos da crise estrutural. Nesse sentido, foram levantados um conjunto de problemas como forma de nortear as ações de recuperação da estrutura sócio – econômica do município. Os problemas foram relacionados a partir do contato da equipe técnica do plano com a população, pesquisas (de caráter local), reuniões com os grupos organizados, seminários de exposição e debate dos estudos do plano com a comunidade, etc. Dessa forma levantou-se os seguintes problemas: - queda geral no ritmo das atividades econômicas, afetadas pelo momento recessivo da economia nacional; - agravamento das dificuldades do comércio e serviços local pelo fechamento da minerada Morro Velho, que implicou na perda da circulação de mais de R$ 500 mil mensais na praça comercial de Jacobina; - decadência do setor de extração e tratamento minerais (salvo o de pedras utilizadas na construção civil, mármores e outras) que permitia um certo nível de geração de emprego e renda a parcela considerável da população, que historicamente e culturalmente estava 42 vinculada a este setor, contingente este que agora está a engrossar o exército de desempregados do município; - a crise dos setores de comércio e serviços está enfraquecendo a força regional de Jacobina, na medida em que outros centros (Juazeiro, p/ex.) passa a atrair os negócios dos demais municípios que compõem o Piemonte e tinham Jacobina como polo regional. - dificuldades das indústrias se fixarem no município, em que os problemas locais têm uma forte contribuição (a exemplo da seca, enfraquecimento do papel regional de Jacobina, etc.) aliado a falta de incentivos do poder público; - o município tem uma forte vocação turística, entretanto a ausência de uma política agressiva de incentivo do turismo está inibindo a perspectiva do desenvolvimento deste setor. Observa-se que o turismo se apresenta como uma das oportunidades econômicas capaz contribuir para reduzir a crise municipal; - a atividade de extração e tratamento de pedras utilizadas na construção civil (mármore principalmente) precisa ser incentivada e reorganizada para permitir melhor aproveitamento da mão-de-obra sobrante com a crise do ouro. - a população da cidade de um modo geral tem uma forte tendência de atração pelo eventos culturais. Contudo, Jacobina carece de uma política cultural que possa tirar partido econômico do desenvolvimento dessa atividade no município. - a crise econômica geral do país está dificultando o acesso a crédito (burocracia e alto custo do dinheiro) para investimentos, sendo mais um fator agravante das dificuldades da economia local; - como os próprios empresários apontaram na pesquisa do SEBRAE, o mal gerenciamento dos negócios leva a perda de competitividade, o que também enfraquece o papel de praça de negócios regional que Jacobina exerce. 1.3.7 TENDÊNCIAS DA ESTRUTURA SÓCIO-ECONÔMICA JACOBINENSE O quadro de crise econômica geral, relacionado as dificuldades que o país atravessa, não apresenta perspectiva de recuperação a curto prazo. Considerando que o comportamento geral da economia e o seu direcionamento repercutem de forma mais decisiva, do que qualquer medida ou diretriz local de desenvolvimento econômico, não se vislumbra alternativa de superação das dificuldades econômicas do município a curto prazo. A médio e longo prazo, a administração local pode promover uma série de medidas e diretrizes, objetivando a recuperação e o desenvolvimento econômico municipal. 43 Nesse sentido, as áreas mais palpáveis que apresentam potencialidades de desenvolvimento econômico são as áreas de turismo face aos recursos naturais, paisagísticos de patrimônio histórico/cultural que o município possui; o setor cultural, tendo em vista a sensibilidade da comunidade para eventos culturais e o poder de polarização regional de Jacobina, que permite assegurar um caráter regional na promoção de eventos culturais; a exploração e tratamento de pedras (mármores e outras) utilizadas na construção civil, que apesar do potencial do município, sobretudo quanto a exploração do mármore, ainda não existe uma difusão e política na exploração e tratamento desse material capaz de envolver um melhor aproveitamento da mão-de-obra sobrante da crise do ouro e consolidar Jacobina como polo de produção de mármore. A outra perspectiva de ação diz respeito a necessidade de recuperar a força regional e o poder de centralidade de Jacobina, desgastado pelo impacto da crise. Para isso será necessário um conjunto de medidas visando fortalecer as condições locais de atratividade e de oferta de comércio e serviços, como forma de recompor a capacidade de polarização local. Diante dessas possibilidades de ação municipal e as perspectivas de investimentos públicos na recuperação da estrutura física da cidade, se vislumbra uma outra tendência de médio e longo prazo, que não seja o agravamento da crise atual, caso essas ações se concretizem. 1.4 QUADRO FÍSICO E AMBIENTAL 1.4.1 ASPECTOS FÍSICOS NATURAIS CLIMATOLOGIA A cidade de Jacobina tem conforme classificação Koeppen um clima do tipo A.W. – Tropical, quente – úmido, caracterizado por duas estações, uma seca, outra mais chuvosa. A temperatura média anual se concentra em torno de 24º C, com uma pequena amplitude entre 21,5º C em julho e 25,5º C em fevereiro. São os meses entre outubro e abril os mais quentes, contando com temperatura máxima absoluta de até 38º C. Os índices pluviométricos, relativamente altos para uma região localizada em pleno Polígono de Secas, se situam em torno de 900 e 1200 mm anuais, fato que reflete as condições geográficas da região, devido as barreiras naturais das serras, que favorecem uma maior precipitação. São os meses de novembro a abril que concentram os maiores índices pluviométricos, inclusive causando em épocas de trovoadas, transtornos nos canais e caminhos naturais de drenagem da cidade. Os meses mais secos, por outro lado são setembro e outubro. 44 A umidade relativa do ar varia entre 62% no mês de outubro a 78% em junho, e o índice de insolação médio por ano, situa-se por volta de 2.200 horas, correspondendo a mais da metade do insolejamento possível. O vento predominante é o Sudeste (SE) com velocidade variável entre 2,7 a 3,6 m/seg. e é drenado através do vale do Itapicurum Mirim para a área urbana de Jacobina, proporcionando em geral boas condições de ventilação, e contribuindo para um micro-clima local bem equilibrado. VEGETAÇÃO A cobertura original vegetal da região encontrou nos vales estreitos da serra da Jacobina, no entorno da cidade, condições ideais para a sua conservação. Nas áreas mais altas, o Refúgio Ecológico Montano, também conhecido como “Campo Rupestre”, compõe com suas saxícolas instaladas junto a pequenos arbustos e árvores nas fendas das rochas, verdadeiros jardins de altitude, onde se destaca a ocorrência da canela de ema, capoba, quaresmeira da serra, pau-detucano, coroa–de-frade, facho, capim redondo, murici-do-campo e candeia. Nas encostas menos íngremes e nos fundos dos estreitos vales se encontram vegetações exuberantes de matas a exemplo de massaranduba, palmeira, pindobaçu, bucho de veado, canafístula, jatobá, bambutaquara, pau-pombo, sucurucu, juá, barauna e aricira. HIDROGRAFIA O Rio Itapicurum Mirim, em cujas margens é localizada a Cidade de Jacobina, tem como bacia hidrográfica a planície entre a Serra do Tombador e a própria Serra da Jacobina, incluindo a cidade de Miguel Calmon. Este rio tem um porte considerável e conta com 2,5 a 3,0 m3/s de vazão média anual, mas a qualidade de suas águas é bastante prejudicada pela não existência de esgotamento sanitário das cidades e localidades da região. Na área urbana de Jacobina e seus arredores, o Rio Itapicurum Mirim, conta com uma série de afluentes locais como também a Lagoa de Antônio Sobrinho, formando um importante conjunto de morfologia hidrográfica local. Os mais importantes elementos são: O Rio do Ouro, que desce num estreito vale para o fundo da Serra de Jacobina e se encontra com o Rio Itapicurum Mirim em pleno centro da cidade, é também utilizado para o sistema de abastecimento de água de Jacobina. O Rio Catuaba com uma importante área de drenagem tem confluência na parte oeste da cidade com o Rio Itapicurum Mirim numa planície alagadiça, que sofre inundações periódicas, e constitui um ponto de estrangulamento para a expansão de Jacobina nesta direção. 45 A Lagoa Antônio Sobrinho localizada no fundo da área de expansão oeste da cidade, constitui uma vasta planície de ambientes alagadiços - um verdadeiro reservatório regularizador da parte sul da bacia hidrográfica do Rio Itapicurum Mirim, impedindo desta forma, que suas cheias alcancem a área urbana de Jacobina ao contrário do Rio Catuaba, que tem uma bacia de drenagem bem menor. GEOLOGIA A região de Jacobina faz parte do Maciço Central da Bahia constituída pela Serra do Espinhaço. A área urbana e seus arredores são caracterizados pela presença de três formações básicas geológicas, além dos depósitos aluvionários recentes do Rio Itapicuru Mirim e seus afluentes. O Complexo Mairi, presente em toda parte oeste da sede municipal é composto sobretudo de rochas tonalito-granodiorítico-graníticas migmatizadas e gnaissificadas, que constitui o embasamento do Greenstone Belt de Mundo Novo e da sequência detrítica da Serra de Jacobina. O Grupo Jacobina (formações Serra do Córrego, Rio do Ouro, Cruz das Almas, Serra do Meio e Serra da Paciência) que ocupa a parte leste da cidade de Jacobina, é composto de uma sequência de metasedimentos representados por arenitos, quartzitos, conglomerados, metarenitos e xistos, formando um pacote com espessura aproximada de 4.600 metros. Observase que este grupo registra mineralizações auríferas que proporcionaram o Ciclo do Ouro desta região. As rochas do Greenstone Belt de Mundo Novo, que formam ainda a Serra de Jacobina e ocorrem a leste da seqüência do Grupo Jacobina em contato tectônico, são compostas predominantemente de rochas máficas e ultramáficas e vulcanossedimentares. GEOMORFOLOGIA Os aspectos geomorfológicos da Serra de Jacobina e adjacências foram resultado dos processos erosivos, atuantes principalmente a partir do Cretácio Superior, e que modelaram o complexo arranjo lito-estrutural da área. As feições mais proeminentes estão representadas pelo relevo montanhoso, altiplanos e chapadões, critas residuais, superfície de tabuleiros, planícies aluvionares e depósitos de tálus. Destaca-se o relevo da Serra de Jacobina esculpido sobre quartzitos, originando formas de cristas de alinhamento NS de até 1.200 metros de altitude, intercaladas com vales profundos, dispostos longitudinalmente, atingindo desníveis da ordem de até 500 metros. Constitui uma faixa comprida com direcionamento norte-sul e alcança largura de até 14 Km. Acompanhando a Serra de Jacobina, ocorre um relevo ondulado – o Patamar Colinoso Marginal com cristas residuais alinhadas. Esta unidade apresenta altitudes de 400 a 900 m desenvolvido sobre rochas de granitos gnaíssicos, resultando num relevo ondulado, coberto nos contatos com a Serra por 46 depósito de resíduos rochosos – depósitos de taludes produzidos pela erosão das agressões mecânicas e químicas em consequência das grandes variações de temperaturas bruscas dos tempos remotos. A Oeste de Jacobina desenvolve-se uma ampla várzea, inundada na época das chuvas, que depositam no recuo das águas, lençóis de areias e argilas variegadas, trazidas principalmente pelo Rio de Horta que drena as áreas a Leste. Conforme estes condicionamentos, os solos nesta região sobre um substrato rochoso próximo à superfície são pouco profundos, argilosos, arenoargilosos. CONDIÇÕES FISÍCAS DA OCUPAÇÃO URBANA A cidade de Jacobina tem em geral, apesar de sua configuração geológica e geomorfológica bastante complexa, boas condições geotécnicas para uso e ocupação urbana. As maiores restrições e problemas referem-se à ocupação das áreas mais íngremes da Serra e dos morros como das áreas inundáveis da planície dos Rios Itapicuru Mirim e Catuaba. Esta planície aluvionária tem nas partes baixas uma espessura de mais de 3 m, com o lençol freático à cerca de 1 m de profundidade, constitui a base da área urbana da Cidade Baixa. Nas áreas de ocupação serrana por um lado, não ocorrem deslizamentos de terras – ocorrem eventualmente quedas isoladas de pedras, mas por outro lado existem graves problemas de macrodrenagem. O escoamento das águas de chuva, sobretudo nas épocas de trovoadas, levam das encostas cristalinas e praticamente impermeáveis, materiais desagregados – transformando ruas inteiras em cachoeiras e depositando todo o tipo de material, inclusive o de lixo doméstico, nas áreas mais baixas e nos canais naturais de drenagem. 1.4.2 ESTRUTURA DA OCUPAÇÃO URBANA EVOLUÇÃO DA MANCHA DE OCUPAÇÃO O sítio Jacobinense, localizado na margem esquerda do Rio Itapicuru Mirim, foi estrategicamente escolhido sobre uma pequena elevação, que domina na abertura Oeste do seu Vale, uma grande planície – fato que segundo algumas fontes históricas originou o nome da própria cidade: Jacobina – o Campo Aberto. E foi nesta direção, que os Franciscanos pretenderam desenvolver um importante vetor de crescimento urbano da cidade, a partir de assentamentos para os povos indígenas da região, previsão que não se realizou, por causa das constantes inundações do Vale na confluência dos Rios Itapicuru Mirim e Catuaba. Na realidade a ocupação foi em direção oposta para a Igreja Matriz, construída praticamente na mesma época, junto a confluência do Rio do Ouro, no ponto de saída da garganta do Rio Itapicuru Mirim, que se desenvolveu na cidade. O estreito platô, polarizado pelas duas Igrejas, limitado de um lado pelas escarpas dos morros e do outro lado pelo Rio Itapicuru Mirim, que nas épocas de enchentes castigou as áreas 47 mais baixas, absorveu o crescimento e adensamento urbano até a 1ª década do séc. XX, quando ocorreu a ocupação até onde a topografia permitiu, dos Vales do Rio do Ouro e do Itapicuru Mirim, dando início aos Bairros do Barro e Leader. A implantação da linha férrea e a inauguração da Estação Ferroviária em 1919, abriram para Jacobina, um novo vetor de expansão: a ocupação da margem direita do Rio Itapicuru Mirim. O novo núcleo de comércio regional, que se desenvolveu em função da estação ferroviária – o Bairro da Estação, foi integrado à cidade em 1924 com a construção da primeira ponte sobre o rio, fato que fez surgir o Bairro Serrinha, como nova área habitacional alternativa, destinada às populações de renda mais baixa. O período de 30 a 40 representou a consolidação da ocupação urbana existente e um gradativo crescimento ao longo do vale do Rio Itapicuru Mirim, o Bairro Bananeiras e o Rio do Ouro – o Bairro Leader. Com a construção da segunda ponte – Manoel Novaes fortaleceu a relação entre o Centro Urbano tradicional e o Novo Bairro da Estação, que absorveu sobretudo nos anos 50 e 60, a nova geração de equipamentos urbanos de Jacobina como o Estádio de Futebol e o Novo Mercado. Nesta mesma época, verificou-se uma modernização de infraestrutura básica da cidade, com a implantação de usinas termo-elétricas para o fornecimento de energia elétrica, conclusão da terceira Ponte-Rocha Pires e a abertura do aeroporto na planície Oeste da cidade. Os anos 60, marcaram além da abertura formal para ocupação das últimas áreas disponíveis nos pés dos morros (Bairro Félix Thomaz) o crescimento informal de suas encostas (Caixa D’ Água, Serrinha e Grotinha), a abertura da cidade para a planície do “Oeste” com o novo Bairro Caeira a caminho do aeroporto, o Bairro do Derba e do Peru em continuidade à estrutura urbana já desenvolvida, a partir da estação ferroviária. No final dos anos 70 com a desativação da ferrovia (1979) e a construção do desvio de passagem da antiga BR-324 pela área central da cidade para outro lado do rio, marcaram a consolidação do vetor “Oeste”, na margem direita do Rio Itapicuru Mirim, rompendo a concepção e os limites previstos no Plano Urbanístico Básico da Cidade de Jacobina, elaborado em 1978, pelo CEDURB, que previa por seu lado, um crescimento praticamente concêntrico e contínuo da cidade. A urbanização da zona do “Oeste” foi induzida praticamente por três vetores lineares independentes e separados pelos obstáculos das áreas inundáveis do Rio Itapicuru Mirim: a antiga diretriz, e sobretudo o novo desvio da BR-324, e a diretriz da ferrovia desativada em direção a Miguel Calmon. A ocupação nesses vetores se processou sob forma de ocupações de conjuntos e loteamentos ao longo dessas vias de comunicação sem preocupação de continuidade com a mancha urbana pré-existente. Ver cartograma a seguir: 48 EVOLUÇÃO URBANA CARTOGRAMA INSERIR DESENHO\6º RELATORIO\DESENHO\EVOLUÇÃO URBANA 49 SITUAÇÃO ATUAL E TENDÊNCIAS A estrutura urbana atual de Jacobina está diretamente condicionada ao seu processo histórico de expansão e aos próprios elementos geomorfológicos locais - os morros, as serras e as áreas de transição. Em linhas gerais, esta estrutura compreende os seguintes tipos de ocupação: • O Núcleo Urbano Central que ocupa a margem esquerda do estreito Vale do Rio Itapicuru Mirim, é caracterizado por uma estrutura linear de quadras de construções tradicionais de meia-parede, polarizadas pelos espaços públicos – As praças e largos, dos núcleos iniciais das Missões e da Igreja Matriz. Esta estrutura cresceu a partir destes dois pólos, multiplicando no tempo, suas ligações paralelas ao rio, conformando a cidade de Jacobina do fim do século passado. • As ocupações lineares dos fundos dos vales do Rio do Ouro e do baixo Rio Itapicuru Mirim, ao longo do acesso tradicional da cidade, e mais tarde do vale da Grotinha. São produtos da expansão natural do Núcleo Central e constituem a base principal de acesso às ocupações dos morros e das serras. • O tecido de ocupação serrana tradicional promovido pelas populações de baixa renda, a partir do início do século, é um produto do crescimento espontâneo das áreas urbanas na direção das encostas em sucessivos acréscimos de novas trilhas e ruas, em princípio, seguindo as curvas de nível e articulados por alguns acessos verticais, até onde a natureza e as escarpas íngremes permitem. • A área Central Moderna dos Bairros da Estação e do Derba, é caracterizada por uma estrutura de grandes quadras que abrigam equipamentos e serviços urbanos de porte como também prédios residenciais de até três pavimentos. • Os bairros habitacionais recentes, resultado de um processo de parcelamento do solo de módulos fundiários, se localizam no fundo do Núcleo Central e são constituídos por um tecido de pequenas quadras regulares com lotes médios entre 300 m² a 350 m². Ocupando inicialmente as áreas planas disponíveis mas crescendo na direção de áreas com declividades maiores, sem integração na estrutura topográfica, o que pode proporcionar sérios problemas de acessibilidade e de erosão, sobretudo em vias sem estrutura de drenagem e de pavimentação, tal situação enfatiza a necessidade de conter e controlar este processo de ocupação. 50 • Os conjuntos habitacionais e as áreas habitacionais periféricas isoladas, localizados nas vias do vetor de expansão do Oeste, abrigam nos seus traçados viários retangulares, loteamentos de padrões populares (lotes entre 200 a 300 m²), como também loteamentos de padrão A (500 m2). E relação aos conjuntos habitacionais, observa-se padrões diferenciados com unidades habitacionais de meia-parede, com lotes de 170 m2 até casas isoladas com lotes de 250 m2. Em termos mais específico, o tecido urbano da ocupação atual envolve 760 ha (aproximadamente) dos quais, 461,3 ha ocupados e 298,5 ha desocupados sem considerar as áreas de logradouros públicos, praças, ruas, etc. que representam 27% (estimativamente) do total da área do perímetro urbano, o qual engloba na atualidade 1.037,5 ha. O quadro abaixo reflete o tecido urbano continuo e denso de Jacobina, em que 94 ha ou 13% de área urbana são constituídas por ruínas/terrenos baldios ou vazios internos de grandes quadras; tem-se 1885 lotes em loteamentos implantados e não ocupados, localizados na periferia direta da cidade, tanto no vale quanto em áreas serranas menos acidentadas cf. quadro a seguir: QUADRO XXIV – CATEGORIAS DE USO – ÁREA E PERCENTUAL – NÚCLEO SEDE PADRÃO ÁREA (ha) % 10.77 17.86 40.13 86.17 41.72 40.56 54.39 11.10 8.27 1.85 62.83 55.73 29.86 1.42 2.35 5.28 11.34 5.49 5.34 7.16 1.46 1.09 0.24 8.27 7.34 3.94 298.50 759.84 39.28 100 Superior Médio Popular A Popular B Inferior Comércio Equipamentos Indústria Em construção Ruína Baldio Lotes disponíveis Vazio interno Sub - total Desocupado Total TOTAL DE ÁREA/GRUPO %/GRUPO 196.65 25.88 94.95 11.10 12.50 1.46 1.33 158.64 461.34 298.50 759.84 19.55 60.72 39.28 100 Fonte: UFC/Pesquisa de Campo/UFC, 1999 Considerando as áreas efetivamente ocupadas, a maior parte se destina ao uso residencial 196 ha ou 26,00% e 94,95 ha ou 12,50% de uso comercial e de serviços, sendo as áreas de atividades industriais, praticamente inexpressivas, no conjunto, 11ha ou 1,5% da área total, são destinadas sobretudo as serrarias de pedra e mármore. A participação expressiva das atividade comerciais e de serviços por seu lado, reflete o papel da cidade como centro regional de comércio/serviços. 51 TIPOLOGIA HABITACIONAL Nas categorias de tipologia habitacional predominam, conforme quadro a seguir, as áreas ocupadas com construções de níveis popular (A+B) com 64% do total, seguidas pelas áreas de ocupações precárias (nível inferior) com 21%. As ocupações de nível médio e superior representam aproximadamente um quinto das áreas residenciais ou 14,56%. QUADRO XXV – TIPOLOGIA HABITACIONAL – ÁREA E PERCENTUAL TIPOLOGIA HABITACIONAL PADRÃO SUPERIOR PADRÃO MÉDIO PADRÃO POPULAÇÃO A PADRÃO POPULAÇÃO B PADRÃO INFERIOR ÁREA TOTAL DE RESIDÊNCIAS ÁREA (ha) 10.77 17.86 40.13 86.17 41.72 196.66 % 5.48 9.08 20.41 43.82 21.21 100 Fonte: UFC/Pesquisa de Campo/UFC, 1999 Em relação as características locacionais da ocupação residencial, constata-se os seguintes aspectos da realidade: - O uso residencial de nível inferior é, concentrado nas ocupações Serranas mais recentes, e nos vetores dos bairros Bananeiras e Jacobina IV, compreendendo também os bairros Leader (parte alta), Caixa D’ Água e Vila Feliz. - Áreas de habitação popular B, constituídas principalmente pelas ocupações serranas já consolidadas, ou seja, os bairros Leader, Caixa D’ Água, Serrinha e Calira. Nesta categoria se enquadram também os conjuntos habitacionais de Jacobina IV e Jacobina III. - Níveis residenciais de padrões médio e alto, agrupados em volta da área central, envolvendo sobretudo o vale do Rio do Ouro do fundo dos bairros da Estação, que polarizam no momento, a expansão de áreas habitacionais de níveis superiores. Observase porém, uma forte tendência da expansão deste segmento para os vetores da antiga e nova BR, a partir dos conjuntos existentes, INOCOOP e Jacobina II. O agrupamento por um lado das categorias habitacionais Popular B e Inferior que totaliza do setor 65% e por outro lado, Popular A com os níveis superiores 36%, que configuram de forma mais esquemática, a realidade habitacional de Jacobina: 14.2.3 TENDÊNCIAS DA EXPANSÃO URBANA Considerando a tendência atual do processo de ocupação / expansão urbana, tem-se os seguintes vetores de expansão: 52 Vetor Induzido Pela – Antiga Diretriz Ferroviária Conjugado à localidade de Lagoinha onde foram implantados vários loteamentos como o Elvira Pires, o Morado do Sol, o Mundo Novo, o Alexandre Sinfrônio, o Jacobina III e o Jacobina IV, constituindo um vetor habitacional para população de baixa renda. Vetor Induzido Pela – Br / Desvio Situado ao longo do trajeto da nova rodovia entre o bairro do Peru e o entroncamento com sua antiga diretriz onde se desenvolveu o Bairro Catuaba. Nessas áreas foram implantados o conjunto habitacional Jacobina II (URBIS) e loteamentos, atendendo a demanda das populações de rendas médias, baixas e altas. Neste eixo foram criados também novos equipamentos públicos de porte, a exemplo da rodoviária e do Estádio José Rocha. VETOR INDUZIDO PELA – BR/324 (ANTIGO) Ao longo desta via verificou-se um processo de ocupação espontânea, além da implantação do conjunto INOCOOP e de recentes loteamentos, configurando o terceiro vetor de expansão urbana. As áreas inundáveis dos Rios Catuaba e Itapicuru Mirim entre as duas BR’s, constituem até hoje, uma barreira à integração destes importantes vetores. Um loteamento em fase de implantação (Loteamento Valois) representa a primeira tentativa de ligação, entre as duas BR’s invadindo porém, as áreas inundáveis e o leito do Rio Catuaba. OUTROS VETORES DE EXPANSÃO Registra-se ainda um processo de ocupação dos morros e seus platôs no fundo do Bairro Félix Thomaz; o Bairro Vila Feliz e o loteamentos Félix Thomaz. Do outro lado do Rio, a cidade está se expandindo em direção às áreas mais planas dos vales como também subindo os morros, a partir da implantação de loteamentos formais. Os vetores apresentados refletem a tendência espontânea do processo de ocupação, naturalmente alguns desses vetores serão estimulados outros freiados, etc. conforme as proposições do plano no partido urbano. 1.4.3 INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS BÁSICOS 1.4.3.1 SISTEMA VIÁRIO BÁSICO Jacobina possui 4 acessos viários implantados no vale, que se prolongam até o centro através das vias de penetração, compreendendo: 53 O acesso via BR-324, sentido Salvador/Jacobina que penetra através da rua Landulfo Alves, sendo este o principal acesso; O acesso via BR-324, sentido Ourolândia/Jacobina que segue através da rua José S. Santana até a rotatória, na altura do bairro de Catuaba, a 3 Km do Centro; O acesso gerado pela rodovia BA-421, que é realizado na rotatória do Catuaba e dela fluem duas vias, a Centenário e a N. Srª da Conceição; O acesso secundário que, advém de estradas vicinais em parte derivadas da BA-421 e que atinge a Avenida Centenário/Centro através do "acesso à mineração”. Todos os acessos viários e vias de penetração à sede são asfaltados e de mão dupla. As vias de penetração Centenário e Nª Srª da Conceição foram restauradas recentemente. A rua Landulfo Alves está sendo alargada para abrigar um canteiro central provido de iluminação e tratamento paisagístico. Quanto às vias marginais ao rio, prolongamento dos acessos viários, tem-se em asfalto, a L. Júnior/J.F. Brandão e pequenos trechos asfaltados para a implantação da sinalização horizontal na Orlando O. Pires. REDE VIÁRIA DA SEDE (PAVIMENTAÇÃO) A topografia acidentada da cidade implica numa rede viária que envolve ruas com declividade acentuada nos morros e planas nos vales, transversais em situações de traçado irregular, pontes sobre os rios, etc, caracterizando uma rede viária, relativamente complexa. Apesar das situações mais difícil em inúmeras ruas íngremes, 85% do sistema viário urbano encontra-se pavimentado, abrangendo até loteamentos recentes e bairros populares. A maior parte das vias é revestida com paralelepípedos e a restante em concreto e asfalto. As vias encascalhadas encontram-se nos apêndices dos bairros e novos loteamentos, alguns com meios fios já colocados. Grande parte situa-se nos bairros, Mundo Novo, Índios, Estação e Lagoinha, que já dispõem de razoável ocupação. TRÁFEGO E SINALIZAÇÃO A cidade, até recentemente era pouco sinalizada, e alguns semáforos estratégicos estavam sempre inoperantes. O que agravava essa situação e sempre merecerá cuidados, é o tráfego de passagem, gerado pelas rodovias que atravessam a cidade e de seus cruzamentos com o tráfego urbano, de pedestres e bicicletas. 54 O DETRAN elaborou o Projeto de Sinalização de Tráfego para a cidade, abrangendo a regulamentação e a orientação, que se encontram respectivamente em fase de implantação total e parcial. Trata-se da 1ª etapa, executada em parceria com a Prefeitura. Devido à urgência de implantação da sinalização, a 1ª etapa contemplou o sistema viário principal, compreendendo os corredores de penetração, as vias centrais, as vias que dão acesso aos bairros e trechos da BR-324 que passam pelo meio urbano. O âmbito do Projeto de Regulamentação centrou-se no núcleo urbano consolidado, excluindo assim os bairros da Grotinha, Vila Feliz, Nazaré, Mundo Novo e Jacobina I e parcialmente os bairros de Índios, Leader, Félix Tomas e Caieira, zonas estritamente habitacionais e de tráfego menos denso. O Projeto de Orientação se restringiu à zona comercial mais densa, em torno do rio Itapicuru-Mirim e a via de penetração, Landulfo Alves. De certa forma, o Detran solucionou as questões mais críticas e emergentes do centro urbano consolidado, incorporando em seu trabalho os pontos de estrangulamento da rede viária apontados pela Prefeitura. Dentre eles estão os locais de acidentes com danos materiais mais freqüentes, como a Praça do Garimpeiro e o cruzamento das vias marginais com as pontes, sobretudo a 2ª, onde foram instalados semáforos. E na 1ª ponte foi estabelecido um só sentido. (cf. Planta de Sinalização e Tráfego). A zona da cidade, não considerada pela 1ª etapa do projeto do Detran, corresponde a bairros periféricos de ocupação mais recente e a importantes corredores do fluxo de passagem. No atual sistema viário, identificou-se os seguintes pontos críticos: A Av. Centenário, que apesar dos quebra-molas, é local de acidentes fatais; as interseções com o acesso à mineração J. F. Brandão e rotatória com a Av. Centenário - a serem retificadas. a interseção do loteamento Nazaré numa curva longa da Centenário. as intercessões incompletas nº s A, B, C, D e E nas avenidas Centenário e N. Sra. da Conceição, agravada nos 3 últimos por estarem em aclive, dificultando a visibilidade. Outras interseções bem como equipamentos urbanos com grande atração de fluxo, a exemplo do Parque de Exposição Agropecuária e Escola Felicidade Magalhães sem nenhuma medida especial, da mesma forma que as ligações diretas de ruas e equipamentos com as vias de penetração merecem especial atenção. 55 1.4.3.2 ARBORIZAÇÃO DAS RUAS, PRAÇAS E LOGRADOUROS PÚBLICOS A presença de praças, jardins e ruas arborizadas é relevante na cidade, generosa em algumas zonas e carente em outras. Os largos são minoria e o maior deles, O Largo da Antiga Estação, frente ao Centro de Abastecimento, é apenas calçado. As praças são freqüentes nos novos loteamentos em geral e nos bairros dos Índios, Estação e Mundo Novo. Destacam-se as praças centrais do Rio Branco, Missão, Largo 2 de Julho e Matriz. Essas três últimas são antigas e associadas à largos. Os jardins estão mais presentes nas praças centrais. Sobressaem os individuais da Rodoviária, da residência do DERBA e do Hospital Vicentina Goulart. As ruas arborizadas estão distribuídas de forma dispersa no núcleo urbano e mais intensamente nos bairros do INOCOOP, Mutirão, Jacobina IV, Félix Tomas e Estação / Mundo Novo. É notória a densa arborização do Caminho das Árvores, alternando algarobas e amendoeiras, como as extensas linhas verdes, que imprimem belo efeito estético, a exemplo da Avenida Centenário, Ernestino Pires, João F. Brandão, Presidente Medici, acesso à Ladeira Vermelha e as ruas marginais ao rio Itapicuru – Mirim. Quanto à carência de logradouros e áreas verdes, esta situação é crítica nos bairros Bananeiras, Serrinha, Grotinha, Caixa D’ Água e Alameda do Rio, seguida dos bairros, Leader, Caieira e Centro. Ressalta-se no entanto, que será impraticável arborizar vias estreitas ou implantá-las em solos rochosos, comuns nesta zona. Por outro lado, inexiste um parque de porte e arborizado na cidade para o lazer da população. 56 1.4.3.3 TRANSPORTE MUNICIPAL E URBANO No âmbito municipal, duas empresas, a S. Luiz e a Viação Cidade de Jacobina (ex-Asa Norte), operam apenas três linhas com destino para Junco / Caatinga do Moura e Cachoeira Grande, em estradas asfaltadas, exclusive 19 Km com revestimento primário nesta última. Nessa passagem atendem às localidades de Laje do Batata, Paraíso e Junco também servidas pelo transporte intermunicipal. No âmbito urbano, a sede é razoavelmente bem atendida pela Empresa Viação Cidade de Jacobina que opera 4 linhas, no sentido centro - bairro - centro, sendo uma delas circular. Diariamente em intervalos de 15 a 30 minutos. A frota está em bom estado e é composta por 8 veículos, sendo dois de reserva. Todo o percurso é feito em ruas pavimentadas. Em resumo, o transporte municipal é deficitário, tanto em termos de roteiros como de sua frota. O atendimento aos distritos Itaitu, Itapeipu e outros povoados, inexiste. Além disso, o transporte intermunicipal atende parte dos distritos e povoados localizados em seu circuito. Quanto ao transporte intra-urbano, o roteiro atual dos bairros ao sul e ao norte da cidade, Serrinha e Grotinha, não satisfaz ao percurso ideal pedestre/ponto de ônibus, de 600 metros. Há pontos de ônibus sem abrigo. Sistema de Transporte Alternativo O sistema de transporte alternativo de Jacobina compõe-se de diversos meios e organizações, que se adaptam com flexibilidade às condições físicas e sócio-econômicas locais, compreendendo ônibus, microônibus, kombis, automóveis do tipo “Van” e particulares, caminhões, camionetes, táxis e moto-táxis. Sistema de Ônibus/Microônibus Identificou-se 4 empresas de ônibus, sendo 3 sediadas em Jacobina. Dentre essas, destaca-se a Xixitur com a maior e melhor frota, que inclui microônibus. Fazem percursos em todos os âmbitos e esporadicamente o interestadual. É comum o trajeto por Olhos d’Água dos Góis, Itapeipu, Genipapo, Velame, Barro Branco e Malhadinha. Dedicam-se também ao transporte para eventos, escolas e turismo. 57 1.4.3.4 SISTEMA DE ENERGIA ELÉTRICA E ILUMINAÇÃO PÚBLICA A energia elétrica de Jacobina é suprida pelo sistema CHESF (Cia Hidroelétrica do São Francisco) através de linha de transmissão que alimenta a Subestação da Coelba. QUADRO XXVI – CONSUMIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA POR CLASSE, 1980 -1990 ANO 1999(3) CONSUMO POR CLASSE (Kwh) TOTAL RESIDENCIAL INDUSTRIAL COMERCIAL RURAL OUTROS(1) 1.098.464 1.062.302 104.254 537.753 3.429 123.011 Fonte: COELBA Dados de meados de março de 1999, em Kw O serviço de iluminação pública atualmente está a cargo da prefeitura, cobrindo aproximadamente 95% da área ocupada. 1.4.3.5 INFRAESTRUTURA DE SANEAMENTO BÁSICO 1.4.3.5.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Ligações à Rede de Abastecimento De acordo com os dados da Embasa, a sede de jacobina contava com 10.375 ligações residenciais, sendo 8.892 ligações com medidores e 1.483 sem medidores. As ligações comerciais totalizavam 674, das quais 467 com medidores e 207 sem medidores. As ligações industriais são mínimas, envolvendo 6 com medidores e 2 sem medidores, enquanto as ligações vinculadas ao setor público somam 79, sendo 67 com medidores e 12 sem medidores. No conjunto total são 11.136 ligações, compreendendo 9.432 (84,7%) com medidores e 1.704 (15,3%) sem medidores. Cf. quadro a seguir: QUADRO XXVII – LIGAÇÕES RESIDENCIAIS, COMERCIAIS E OUTROS À REDE DE ÁGUA - VOLUME CATEGORIA Comercial Residencial Nº DE LIGAÇÕES VOLUME (m3) 674 15.585 10.375 128.928 Industrial 8 194 Pública 79 4.652 TOTAL 11.136 149.359 FONTE: EMBASA/ESC. Local de Jacobina - dados de mar/1999 Sistema de Abastecimento O Sistema de abastecimento de água da cidade de Jacobina está dividido em dois grandes setores de abastecimento, o Setor Norte e o Setor Sul. 58 O Setor Norte compreende o abastecimento da parte Norte, margem esquerda do rio Itapicuruzinho, que corta a cidade, e de pequena parte da margem direita do rio, na área leste. Este setor possui três zonas de distribuição O Setor Sul compreende o abastecimento da maior parte da margem direita do rio Itapicuru (ao Sul), e das áreas a noroeste, oeste e sudoeste, possui quatro zonas de pressão. Avaliação do Atual Sistema De acordo com os estudos desenvolvidos no sentido de diagnosticar os problemas operacionais do sistema de abastecimento de água da cidade de Jacobina, detectou-se, numa visão macro, que o citado SAA ( recém construído), apresenta-se satisfatório para atender a demanda de água da rede de distribuição implantada. A rede de distribuição de água abrange toda a cidade, sem a utilização de manobras. A reservação é plenamente satisfatória, atingindo praticamente toda a população. Deve-se atentar para os problemas de recarga dos mananciais que suprem o sistema de água, pois as estiagens reduzem significativamente as vazões das barragens de nível, chegando a vazões menores que as mínimas adotadas fazendo do Itapicuruzinho o manancial principal, pela existência da barragem de acumulação. Com a desativação da mineração que utilizava água de um barramento a montante da barragem do Itapicuruzinho, foi feita uma interligação entre os dois barramentos, de forma a garantir um reforço substancial de água para a barragem do Itapicuruzinho. 1.4.3.5.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO Jacobina não possui um sistema de esgotamento sanitário que atenda à toda a cidade. Há algumas redes isoladas ou interligadas à rede de drenagem pluvial, que despejam seus efluentes em diversos pontos no rio Itapicuru-Mirim no trecho em que corta o centro urbano. Alguns condomínios e loteamentos possuem rede coletora de esgotos, porém sem tratamento adequado, lançando os dejetos em galerias de águas pluviais ou diretamente no rio. Os loteamentos Jacobina II e IV contam com estações de tratamento, atualmente inoperantes e danificadas certamente pela falta de manutenção. A solução predominante adotada é o lançamento direto dos esgotos nas galerias pluviais e a céu aberto, vez que a instalação de fossas fica impossibilitada pela ocorrência de rochas em boa parte da área urbana, principalmente nas encostas. 59 1.4.3.5.3 DRENAGEM DE ÁGUA PLUVIAIS A sede municipal dispõe de rede de drenagem pluvial em menos de 1 / 3 da cidade e atende, parcialmente, à todas as bacias de contribuição, menos a bacia 2, conforme indicação na Planta de Esgotamento Sanitário. A rede existente até 1978 foi implantada sem projeto, sem observância das normas técnicas exigidas e executado à medida em que foram pavimentando as ruas. Esse procedimento continuou, com exceção do subsistema dos loteamentos, Alexandre Sinfrônio e Jacobinas III e IV. O sistema compõe-se de 6 subsistemas isolados, que inclui o anteriormente citado. As redes de macrodrenagem são compostas de galerias principais com diâmetros de 1,00 m ou mais e de canais a céu aberto, situados no loteamento Elvira Pires e bairro da Grotinha. A drenagem constitui-se de galerias secundárias com diâmetros menores e interligadas às redes de macrodrenagem. Há sérios problemas na rede implantada, tais como: entupimento constante das redes nas áreas mais altas, devido ao carreamento de materiais como terra, cascalho, entulho e lixo, agravado-se nos locais que não possuem declividade necessária, resultando no refluxo dos efluentes e alagando o seu entorno. A situação da drenagem em Jacobina é caótica, devido à precariedade do sistema existente, a ausência de sistema em várias áreas da cidade, do assoreamento constante de suas redes e da formação de lagoas, impedidas de escoar. Em épocas de chuvas fortes, os rios Catuaba e Itapicuru Mirim alagam grande área, indicada na planta, que recebem as águas pluviais do meio urbano sempre associadas às contribuições de esgôto doméstico, contaminando-as assim como aos rios receptores. 60 .4.3.5.4 SISTEMA DE LIMPEZA URBANA Os serviços de Limpeza Urbana da cidade de Jacobina abrangem todo o perímetro urbano e são executados pela Prefeitura Municipal através do Departamento de Limpeza Pública, vinculado à Secretaria de Obras, compreendendo os serviços de coleta, varrição, destinação final, limpeza, capinação, roçagem e outros. As instalações físicas que servem de apoio logístico ao sistema de limpeza pública, estão em estado precário. Existe um almoxarifado e um escritório, situado na Rua São Salvador. Para a fiscalização e acompanhamento dos serviços o Departamento dispõe de 02 (dois) veículos utilitários. COLETA A coleta dos resíduos sólidos produzidos em Jacobina é executada por 02 (dois) caminhões basculantes (quinze viagens), 03 (três) caminhões compactadores (três viagens), 03 (três) marreis (dez viagens cada) e uma retro escavadeira. Atualmente os serviços de coleta são distribuídos em 11 (onze) roteiros, que foram delimitados em função da junção dos bairros. Nos locais de difícil acesso são colocados caixas coletoras que são transportadas pelos marreis. O lixo não é coletado de forma diferenciada, isto é, a coleta hospitalar e comercial é executada em conjunto com a coleta domiciliar. DESTINAÇÃO FINAL DO LIXO A disposição final do lixo é feita atualmente em vazadouro a céu aberto (lixão), com lançamento simples, espalhamento e sem recobrimento, localizada à 9 Km do centro da cidade, nas margens da BA-421 e do Riacho do Matão. Esta área vem sendo utilizada há dez anos. Os resíduos depositados no lixão não recebem nenhum tratamento continuo, dando margens à proliferação de artrópodes, roedores e insetos, dentre uma série de organismos transmissores de doenças. 61 ÁREAS PROBLEMAS DE LIMPEZA URBANA Conjuntamente com os lixões, foram identificadas outras áreas - problemas, como sejam a área de número 1, indicada na planta - Áreas Problemas de Limpeza urbana onde a população, em geral de baixa renda, despeja o seu lixo doméstico apesar da coleta diária efetuada. São problemáticas as áreas mais altas, onde o lixo é lançado e se espalha nas encostas dos morros, ou mesmo nas áreas baixas de difícil acesso aos veículos da limpeza urbana. Os locais mais críticos estão localizados no bairros de Bananeira, caixa D’ Água e encostas da Vila Feliz. 1.4.3.6 SISTEMA DE ABASTECIMENTO ALIMENTAR O abastecimento alimentar de Jacobina é efetuado através de vários supermercados, mercearias, entrepostos comerciais, Anexo II e Centro de Abastecimento. Justapostos à este último, funcionam a Cesta do Povo e a Panela do Povo, a qual vende carne a preços reduzidos, destinados à população de menor poder aquisitivo. O Mercado Municipal é hoje um “shopping” popular, que também comercializa gêneros alimentícios, porém em menor quantidade. Inexistem feiras de bairro. Centro de Abastecimento e Anexo II O centro de abastecimento, extrapola o atendimento local e municipal, estendendo-se à outras regiões. Exporta para a região sisaleira (banana e abacaxi) e importa gêneros de juazeiro (frutas/verduras), Litoral (côco), Alagoinhas (laranja), Casselândia (café e hortifrutigrajeiros), etc., tornando-se assim um polo exportador - importador interregional. A feira descoberta se desenvolve na área lateral, ocupada pelo mercado de doces. O microzoneamento ainda se compõe dos mercados situados na área central, sendo 833 barracas individuais cobertas com telhas de cimento amianto e ‘bancadas de concreto”. 62 O chamado Anexo II ou ponto do Agricultor desenvolve-se em frente ao centro, no largo da Antiga Estação, constituindo-se na verdade, uma extensão da feira. Dispõe de um galpão coberto sem bancadas fixas, reservado à frutas e verduras. A seu lado se instala a feira de rua com barracas improvisadas, que comercializam vários produtos. O Anexo II é utilizado também como ponto de venda por atacado, cujos produtos são vendidos nos próprios caminhões que os transportaram ou empilhados no calçamento. O mercado, feira e Anexo II deixam a desejar quantos aos padrões operacionais, funcionais e higiênicos. Além disso, prescinde de segurança e seus diversos portões contribuem para sua insegurança. O Centro data de 1981, necessitando urgentemente das seguintes melhorias: - reforma geral, que inclui a drenagem profunda na área central do mercado, para conter um “minadouro” constante. - revisão do “lay-out”, hoje muito concentrado com vias internas estreitas. - ampliação de todo complexo, das áreas para carga/descarga de mercadorias e dos diversos estacionamentos necessários. Matadouro E Abatedouro Jacobina não dispõe de matadouro em funcionamento e o abate do gado é feito em fazendas próximas, onde são abatidas cerca de 250 cabeças semanais. Há um matadouro abandonado na chegada da BR-324, próximo à Cachoeira do Anibal. Existem cerca de 3 abatedouros avícolas na sede. 63 1.4.4 EQUIPAMENTOS (E ATIVIDADES) CULTURAIS, DE LAZER E TURISMO Os equipamentos culturais e artísticos se concentram no centro urbano. A Concha Acústica na rua Dr. J. A. Gouveia no bairro da Missão e o Centro Cultural da cidade na Travessa da Justiça. Este Centro tem capacidade para 180 pessoas onde são realizadas diversas atividades como teatro, cursos, seminários e encontros. Abriga ainda uma biblioteca. A outra biblioteca pública está instalada na Faculdade de Letras e Ciências Humanas da UNEB, com capacidade para 50 pessoas. A cidade conta ainda com o auditório da Associação Comercial e Industrial de Jacobina (ACIJA) com capacidade para 100 pessoas. Encontra-se em construção um segundo Centro Cultural no bairro da Missão, o que reflete o interesse cultural por parte dos Jacobinenses. Este interesse pode ser também aferido pela realização de festas e eventos culturais, artísticos e educativos. Jacobina dispõe de três grupos teatrais que se apresentam no Centro Cultural e cerca de quinze grupos musicais que tocam em festas populares e particulares, clubes, bares e restaurantes. E dentre eles estão duas Filarmônicas: Rio do Ouro e 2 de Janeiro, esta com sociedade formada e clube próprio. LAZER Quanto às opções de lazer, Jacobina conta com 7 clubes: a AABB e o “2 de Janeiro”, na área central da cidade; o Leader Esporte Clube, às margens do rio do Ouro e Recreativa Parque Santana (da mineração Jacobina SA), nos bairros Líder e Félix Tomas, respectivamente; o Palmeiras e Cajazeiras, no bairro periférico Ladeira Vermelha e ainda o Rotary Club em Bananeiras. Os jacobinenses se divertem nas festas e na micareta (28 de julho), no “São João”, shows musicais e no Sambódromo da Praça da matriz. O lazer da população também consiste em caminhadas pelas ruas e praças da cidade e no usufruto das belezas naturais abundantes na região e município, como serras, grutas, rios, lagoas e cachoeiras, que incluem os banhos. TURISMO Jacobina tem grande potencial turístico, mas sua exploração ainda é incipiente. Ele poderá sediar o turismo ecológico devido aos belos atrativos que a natureza reuniu em seu município, com vales e serras, grutas e “canyons”, resultantes de sua topografia acidentada, que lhe valeram a denominação de “cidade presépio”, que se completam com rios, riachos e lagoas, quedas d’água e cachoeiras. Os mais relevantes são: 64 - Cachoeira do Aníbal (50m de altura e três quedas d’águas) a 3 Km; - Cachoeira do Caldeirão, (30m de altura) formada pelo rio Canavieiras a 8 km; - Cachoeiras da Jaqueira, Piancó e Véu das Noivas – no distrito de Itaipu a 23Km; - Cachoeira da Viúva – a 3Km; - Cachoeira dos Alves – a 15Km; - Pico do Jaraguá com 860 metros de altura; - Gruta Toca da Areia. - Lagoa do Genipapo, a 30 Km; - Lagoa de Antônio Teixeira Sobrinho, a 10 Km; - Caldeirão de Genipapo; - Serras do Cruzeiro e Tombador; - Parque da Macaquira Para o desenvolvimento turístico, o município e a sede tem amplas possibilidades e dispõem de outros atrativos como a nascente de água magnesiana, a Fonte de Itaipu (a 30 Km da sede); manifestações religiosas e folclore; culinária típica que inclui os doces de marmelo; minas, pedras preciosas e ornamentais e os belos exemplares arquitetônicos, representativos de diversas épocas que remontam ao séc. XVIII, a maior parte das quais erigidas no apogeu da mineração do ouro, quer na sede, quer em Figuras, na Fazenda Bandeirante ou no Povoado de Itaitu. 1.4.5 PATRIMÔNIO HISTÓRICO Jacobina possui dois bens patrimoniais monumentais, tombados pelo SPHAN em 1972 (4): - A Igreja da Missão, na praça e bairro de mesmo nome, “também conhecida como a Capela do Bom Jesus da Glória, construída em 1705 por Antônio da S. Pimentel e sua esposa Izabel (fundadores da Casa da Ponte) que a entregaram aos padres Franciscanos com a finalidade de catequizar os índios Paiaiás.” (SEBRAE, 1995). Vide Foto. 65 - A Igreja da Conceição, próxima à praça Rio Branco, construída em 1759. Nela é comemorado o dia de N. Srª da Conceição, padroeira da cidade. - Os cadastros oficiais do Inventário do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC- BA), identificaram outros monumentos arquitetônicos, como: - A Igreja Matriz de Santo Antônio, na Praça da Matriz (formada pelas atuais Praças, Rui Barbosa e Castro Alves) construída em meados do século passado. Encontra-se bastante descaracterizada devido à sucessivas intervenções, segundo o IPAC. Vide Foto. - A Casa Paroquial de Jacobina, à rua Prof. Tavares, próxima à Igreja da Matriz, construída no final do século XIX. - A Casa de Dona Virgiliana Velloso, na esquina das Praças, Castro Alves e Rui Barbosa. - O IPAC apontou ainda: - A Igreja São Miguel das Figuras, na localidade de Figuras, próximo de Caem, a 12 km do povoado de Santa Cruz. Era centro de peregrinação, com a devoção voltada para o Arcanjo São Miguel. Constituiu-se em elemento de atração turística, mas desde 1995, encontra-se abandonada. Recomendou-se ainda a preservação/conservação de: - Fazenda Bandeirante (particular); - Povoado de Itaitu (em Itaitu); 66 - Lagoa Antônio Sobrinho; - Parque da Macaquira - Áreas de belezas naturais, a serem estudadas. 1.5 PESQUISA DE IMPRESSÕES: LEITURA URBANA – A CIDADE AOS OLHOS DE SEUS MORADORES JACOBINA: IMPRESSÃO PRELIMINAR Jacobina é hoje uma cidade com 50 mil habitantes, repleta de desigualdades sociais e urbanamente configurada por diferentes padrões construtivos, concepções urbanísticas e ocupação das terras. A primeira observação que faz um visitante é a cidade fugir do vale e subir as serras, algumas muito íngremes, e pensar nos moradores em suas relações com o centro da cidade e com outros bairros, considerando que muitos dos assentamentos nas encostas não permitem o transporte coletivo, a passagem de veículos de serviços, tais como abastecimento de gás de cozinha, por exemplo. É uma urbanização pobre, destituída de pavimentação em muitas de suas ruas, sem esgotamento sanitário e sem organização racionalizada do espaço para o desenvolvimento dessas funções urbanas acima citadas. No vale, nos terrenos mais planos e largos, a ocupação consolidada é a de melhor nível e a cidade tem as suas funções urbanas cobertas pela rede de infra-estrutura básica. São os lugares mais antigos, é onde está o centro comercial e os bairros residenciais de média e alta renda adjacentes. Parte do vale está desocupado e em alguns trechos há enclaves de ocupação rural, a exemplo de currais e pastos; no entanto, a cidade conta com uma série de conjuntos habitacionais programados, a exemplo dos Jacobina I, II, III e IV, além do conjunto habitacional do Inocoop. São eles ilhas de urbanização descontínuas, sem qualquer identidade arquitetônica/urbanística com o restante da Cidade, formando, assim, descontinuidades no tecido urbano. São do período brasileiro do Fundo Financeiro da Habitação, política iniciada pelo Banco Nacional da Habitação e posteriormente sob a responsabilidade dos programas habitacionais da Caixa Econômica Federal. A economia da cidade é predominantemente urbana: comércio, serviços de saúde, educação e lazer; serviços técnicos, a exemplo de informática e muitos outros de apoio à agropecuária; na indústria, os estabelecimentos mais marcantes são os que lidam com mármores e granitos, e outras pedras ornamentais e utilitárias que são extraídas no município e mesmo na região, e beneficiadas na Cidade ou em sua proximidade. O trabalho é o problema social mais relevante, sobretudo neste final de ano quando os últimos trabalhadores da Mineradora Morro Velho foram despedidos em função do encerramento das atividades de exploração do ouro pela companhia. Os mais jovens não vêem perspectivas de 67 trabalho e o número de desempregados é muito elevado, chegando ao ponto de ter sido este aspecto o mais ressaltado como constatado pela Pesquisa. Os pesquisadores, selecionados entre os alunos dos cursos de Letras e História da UNEB, em número de 12, registraram momentos dramáticos em seus contatos com os entrevistados quando indagavam sobre o que a Cidade estava necessitando. Num desses relatórios de campo o pesquisador anotou: “Posso afirmar que 99% dos entrevistados demonstraram uma extrema preocupação com o índice crescente de desemprego na cidade. Todos sabem que a empresa de mineração foi embora e alertam para as consequências que a população vai sofrer. Para eles a solução para esse problema seria a vinda de alguma indústria para a ciadade”8. Noutro relatório, diz o pesquisador: “Pude perceber, no geral, que as pessoas respondiam as perguntas em forma de desabafo, de insatisfação com a situação em que se encontra a cidade de Jacobina. Uma resposta que foi bem comum entre os bairros e as pessoas foi em relação ao trabalho. A maioria clama por criação de mais empresas nesta cidade, que irá gerar mais empregos para a população”9. No mesmo tom, o registro de outro pesquisador: “...Portanto, nota-se que as principais reivindicações se resumem à questões como: trabalho, segurança, saneamento...”10. Outro, diz: “Emprego é o tema principal da maior dificuldade das pessoas pesquisadas, principalmente em Jacobina IV...”11. Outro depoimento ressalta uma situação peculiar em que o entrevistado mostrou-se revoltado com os questionamentos da pesquisa pelo fato de estar desempregado: “estava tão nervoso que quando um de seus vizinhos tentou acalmá-lo, ele disse grosseiramente que aquele estava trabalhando e recebia salário todo mês, enquanto ele, um pai de família, encontrava-se sem emprego e passando dificuldade”. Na conclusão do relatório o pesquisador enfatiza: “O que mais as pessoas se queixam é da falta de emprego, da violência na cidade, a malandragem...”12. Como segunda questão levantada pela população vem a segurança pública, sobretudo em certos bairros específicos da cidade, como pode ser percebido nos registro da imprensa e na percepção do coditiano da cidade JACOBINA: PERCEPÇÃO DA VIOLÊNCIA URBANA NO COTIDIANO DE JACOBINA Jornal "Primeira Página", semanário de Jacobina, apresentou a seguinte matéria sobre violência urbana: 8 Relatório de Aline C. Carvalho Novais. Relatório de Priscila Cerqueira Nunes dos Santos. 10 Relatório de João de Deus do Nascimento Barreto. 11 Relatório de Neilan Leite. 12 Relatório de Siomara ª de Araújo. 9 68 "População se manifesta contra a violência urbana" Os apelos contra a violência urbana em Jacobina crescem à medida que crescem também os índices de arrombamentos, furtos, espancamentos, assaltos e homicídios. A população, finalmente, resolveu cobrar das autoridades competentes mais empenho e menos promessas no combate à criminalidade que afeta, não só os bairros periféricos, com também no centro da cidade. O sentimento de insegurança em Jacobina é bem observado nos depoimentos de moradores e a questão de segurança pública foi observada como uma preocupação por população entrevistada pela pesquisa. Esse sentimento está ligado à violência múltipla registrada na cidade, sobretudo quando assassinatos foram cometidos recentemente, assim como a prisão de assassinos de um crime cometido há dez anos. A ligação da cidade com a zona rural e com outras tantas cidades da região, entre os conhecidos e os desconhecidos, considerados forasteiros, e a antiga tradição cosmopolita das cidades de mineração, incorporam as disputas por terras, por garimpos e pelo que eles produzem, gerando conflitos e acomodações mediados pela violência e por crimes. Em que pese essa tradição mineradora secular, a cidade não incorporou a violência como um ethos próprio, mas como algo que acontece esporadicamente e que quebra a normalidade da vida social, em que pese o fato de contar com uma formação hierárquica da sociedade favorecedora do autoritarismo e da violência interpessoal e intergrupal. Brigas e transgressões, e mesmo crimes, são comuns, assim como o furto, o roubo e o tráfico de drogas. A preocupação dos moradores em relação à violência está associada às inquietações com meninos e meninas “de rua” e com a criminalidade banalizada de roubos e assaltos, até os homicídios. As drogas são vistas como uma ameaça e já se tem a idéia de que o imaginário social vê as drogas como uma causa de uma série de problemas, sendo, inclusive, a drogação vista como um problema em si mesmo e não apenas como motivação para qualquer ação. Em seu livro sobre a Cidade, a escritora Doracy Lemos destaca a questão da violência no capítulo dedicado a análise da “realidade social”, procurando situar as suas causas históricas e imediatas: "Jacobina é uma cidade que "inchou". Sua população formada de pessoas advindas de lugares variados, aqui se mesclaram aos naturais, embora nem sempre trazendo-lhes progressos econômico e social. Com isto, elementos 69 aventureiros aqui têm praticado roubos, agiotagens, sequestros e crimes hediondos, conforme noticiam as manchetes dos meios de comunicação local. Menores ocupam as ruas da cidade pedindo comida, roupa, dinheiro. Em muitos casos, essas crianças são exploradas pelos pais ou responsáveis, que aguardam em casa a coleta do dia a dia. Outras, abandonadas à mercê da própria sorte, marginalizam-se esmolando, roubando ou matando. Drogam-se com tóxicos mais leves até serem induzidos aos mais pesados que, aos poucos farão definhar seus organismos e cujas dependências forçar-lhe-ão a adquiri-los através do roubo ou do homicídio. O tipo de droga usado depende da facilidade de acesso: o álcool é usado quase que universalmente, seguido por solventes, cola de sapateiro, maconha, remédios de vários tipos, ou drogas mais caras, como a cocaína e a heroína segundo nos informa a Organização Mundial de Saúde. As drogas facilitam a exploração de crianças transformando-as em traficantes, vigias de quadrilhas ou levadas à prostituição"13. Essa visão da cidade seleciona locais que são tidos como violentos, não cabendo para a cidade como um todo esse sentimento de intranquilidade e insegurança. Os conjuntos habitacionais são especialmente apontados como perigosos, como se eles selecionassem moradores que se dedicam à transgressão, sobretudo o tráfico e o consumo de substâncias psico-ativas. Esses conjuntos habitacionais, como já referidos, são ilhas de habitações padronizadas típicas urbanização da URBIS, que implanta unidades habitacionais sem qualquer preocupação com o significado existencial de morar, criando bairros artificiais, homogêneos, adversos à formação de uma ambiência urbana em que valores civilizatórios estejam acima de conflitos de vizinhança, dos interesses mais mesquinhos, acentuados por uma ecologia perversa. Além de criar ambientes artificiais, a urbanização descontínua desses conjuntos eleva os custos de implantação da infra-estrutura em rede, dos transportes e, finalmente, custos sociais decorrente da baixa qualidade de vida urbana que proporcionam. A situação de insegurança que muitos moradores manifestam em seus bairros e em certos locais da cidade que consideram perigosos está relacionada com o desemprego, com a falta de oportunidade para os mais jovens, cuja consequência e o não trabalho, a dependência e, na própria expressão de moradores, a malandragem. 13 LEMOS, Doracy Araújo – Jacobina: sua história, sua gente: memórias. Jacobina, 1995, p. 90 70 Para além desse diagnóstico, muitos moradores também se manifestaram inquietos em termos de relações de vizinhança, especialmente com o som alto de vizinhos, sem condições de soluções para esses pequenos, mas ao mesmo tempo graves atritos interpessoais, sobretudo naqueles bairros em que as casas se amontoam uma sobre as outras na escalada das encostas dos morros, e se avizinham com tal proximidade que são como se fossem de parede meia e as ruas são estreitas, as casas exíguas e são os espaços públicos os lugares para onde a vida privada se estende. São aspectos ligados à economia da cidade, mas são também problemas da forma como a cidade se fez e se faz, sem planejamento e sem atender aos desejos de seus moradores. A CIDADE AOS OLHOS DE SEUS MORADORES: A CASA, A RUA, O BAIRRO E A CIDADE A casa - a moradia: a maioria dos moradores de Jacobina reside em habitações espontâneas, ou seja, aquelas construídas individualmente ao longo do tempo, mas é significativa a proporção dos que moram em habitações programadas, conjuntos residenciais, 15,5%. Em relação à propriedade da moradia, a grande maioria (85%) é proprietária do imóvel, enquanto 15% estão em situação de inquilinos. De um modo geral a maioria dos moradores considera-se satisfeita com a moradia (70%), que a considera boa ou ótima, enquanto uma parcela minoritária refere-se como insatisfatória ou ambiguamente como mais ou menos, chegando próximo aos 30% restantes. Associando estes dados com o tempo no local, observa-se que uma proporção muito próxima tem mais de 10 anos na cidade (80%), sendo que destes, 48% nasceram e continuam morando na cidade. Assim, pode-se ter a imagem de uma população estabilizada na cidade e, por outro lado, o de uma dinâmica urbana capaz de manter sua população, liberando apenas contingentes mais novos que se direcionam para centros urbanos mais desenvolvidos, a exemplo de Salvador, sobretudo entre pessoas de classes mais economicamente favorecidas. Noutro extremo, Jacobina é uma cidade de atração de moradores de outros municípios e de sua própria zona rural. A Rua - Em relação à cidade, na perspectiva do mais privado ao mais público, ou seja, da casa para a rua, desta para o bairro e em seguida a cidade em seu conjunto, os moradores fizeram os seguintes registros em relação à rua em que moram: 71 Rua/superfície Calçamento % 65,5 Pavimentação Terra 3,5 30,5 Não respondeu 0,5 100% Rua/esgotamento sanitário % Rede de esgoto 70,0 Fossa 21,0 Céu aberto 6,3 rede pluvial 0,7 Fossa comunitária 0,2 Não sabe 1,6 100% Rua/abastecimento de água Água encanada da rede % 94,0 Poço 2,8 Água de chuva 1,6 Chafariz público 1,2 não sabe 0,4 100% Rua/energia elétrica Ligação própria % 96,5 sem ligação 2,6 Gato 0,5 Não sabe 0,5 100% Rua/transporte coletivo % Existe 64,6 Não existe 34,3 não sabe 1,1 100% 72 Rua/bairro (local da moradia)% Bom 45,8 Mais ou menos 30,3 Ótimo 15,5 Ruim 4,2 Péssimo 4,0 Não sabe 0,2 100% O Bairro - Nessa avaliação do bairro, de natureza bem subjetiva, a decomposição das razões que levaram os moradores a fazer seus juízos de valor, registrando os aspectos levantados por eles, tanto os de caráter mais geral e mais subjetivo, como os mais particularizados e objetivos. Bairro/o que é problema % Segurança 23,0 Mau cheiro 10,3 Serviços 10,1 Poeira 8,7 Ruas 8,2 Vizinhança 8,0 Ladeiras 6,6 Outros 25,1 100% Em outra questão sobre poluição, alguns moradores referiram-se às marmoarias, na mesma proporção à mineração, atingindo 1,5%, pois tratam-se de situações localizadas, mas merece destaque a concentração de 13% dos que registraram a poluição sonora do bares da cidade. Este, aliás, é um dos problemas apontados como de vizinhança. Bairro/limpeza pública % Limpo 42,7 mais ou menos 35,4 sujo 21,6 não sabe 0,2 100% 73 A Cidade - Esses dados todos estão a indicar a percepção dos lugares mais próximos, na relação mais direta entre os espaços privados e os espaços públicos em relação à infra-estrutura em rede e os serviços urbanos. Dessa análise detalhada passa-se à percepção da cidade em seu conjunto, como uma totalidade. Assim, os resultados dessas consultas estão nos quadros que seguem; Imagem de Jacobina juízos de valor % Cidade boa para se viver 46,7 cidade difícil de se viver 19,0 cidade desorganizada 10,6 muitas ladeiras, exige esforço 8,7 oferece uma bela vista do alto 6,1 outros 8,9 100% Deste quadro pode-se deduzir que a maioria da população considera a cidade satisfatória e bonita, mas uma outra parcela da população registra dificuldades que vão da morfologia do sítio urbano até a organização dos serviços públicos. Essa, como foi dito, é uma imagem que toma a Cidade como referencial e não os elementos que a compõem. Para uma melhor interpretação, outros dados se associam a estes na busca de contextualizar o sentimento dos moradores em relação à cidade. Como se sente na Cidade, por sexo sentimento %mas. fem. seguro 29,5 27,3 inseguro 40,6 40,6 tem medo 24,6 27,8 outro 3,1 2,5 não sabe 2,8 2,0 100% Neste, em que predomina a preocupação com a segurança pessoal, as mulheres são mais sensíveis ao sentimento de insegurança e apresentam taxas mais elevadas de medo. É interessante observar que o sentimento mais generalizado é o de insegurança, o que é comprovado pela opinião da imprensa escrita e pelos próprios moradores quando detalham os tipos de comportamentos desviantes, transgressores e criminosos, como se pode observar nos registros de respostas às questões específicas: 74 Prática, % de ocorrência e frequência Acidente de trânsito Atropelamento Alcoolismo Maconha Crack Cocaína Cola de sapateiro Briga Roubo Assalto Sequestro Estupro Assassinato Menores de rua Mendigos Loucos Pobres Doentes sem registro 1,0 1,2 2,1 5,7 32,9 31,7 14,8 1,9 1,4 1,2 1,4 1,4 0,9 5,9 4,4 8,2 2,3 4,2 . pouco muito 74,4 24,6 100% 81,5 17,4 100% 7,7 90,1 100% 9,4 85,0 100% 40,8 26,3 100% 39,9 28,4 100% 21,4 63,8 100% 23,0 75,1 100% 22,8 75,8 100% 51,9 46,9 100% 96,2 2,3 100% 82,2 16,4 100% 27,7 71,4 100% 16,2 77,9 100% 24,9 70,7 100% 50,0 41,8 100% 0,4 93,7 100% 14,1 81,7 100% Nestas respostas, as colunas matizadas expressam o predomínio dos aspectos negativos aos olhos dos moradores, que sem indicações mais precisas refletem as preocupações do senso comum, a percepção impressionista que os moradores têm da cidade e de comportamentos e situações que consideram existir, medindo o impacto em termos de sem registro, ou seja, que não têm conhecimento ou afirmam não existir, e de quantidade/frequência, como nos casos de condutas desviantes que são medidas pela frequência e não pelo número absoluto, em respostas que dizem: raramente, frequentemente, aqui traduzidas em pouco/muito, para efeitos de homogeneização do quadro. Noutro quadro, também detalhado em termos de impressões, a cidade é vista do seguinte modo: O que mais lhe agrada em Jacobina % A beleza do lugar 16,0 Tranquilidade 15,7 Clima 15,5 A Missão 12,4 O bairro 4,2 Outros 36,2 100% No quadro seguinte, na procura de maior precisão para a interpretação dos sentimentos, os questionamentos mais específicos: 75 Na Cidade, o lugar que mais gosta A Praça da Missão 34,7 O meu bairro 17,6 A Praça da Matriz 14,3 A minha rua 8,2 A Serra do Ouro 4,7 Outros lugares Não sabe/s.resposta % 15,7 4,7 100% No sentido inverso, os questionamento sobre o que sente falta na cidade e o que ela precisa ter. Para a primeira pergunta os registros, por ordem de grandeza, foram: trabalho (45,3%), diversão (13,6%) e de lugar para aonde ir (6,%), totalizando 65% das respostas. Na questão subsequente, em que a Cidade aparece como o sujeito a ser considerado e não mais o habitante em si mesmo, as respostas mantêm o mesmo tom, com prioridade para o trabalho, que como categoria isolada concentrou 45% das respostas, passando para 51% quando se associada com diversão, educação, segurança e limpeza urbana. Em segundo lugar a concentração dos que acham que precisa de tudo (17,4%), seguida dos que assinalaram segurança (11,7%). Como categoria isolada diversão ficou com 2% das respostas. Na avaliação particularizada sobre os equipamentos existentes na cidade, a população assumiu as seguintes posições: De um modo geral, em relação à administração municipal % Sem registro 1,0 Positiva 73,9 Negativa 25,1 100% Equipamentos Parque infantil Quadra de esportes Estádio de futebol Teatro Jardins Festas Comemorações % sem registro positivo 9,6 2,3 4,9 33,8 1,2 1,4 1,9 7,3 29,1 54,0 4,9 43,7 80,8 61,7 negativo 83,1 68,5 41,1 61,3 55,2 17,8 36,4 - 100% - 100% - 100% - 100% - 100% - 100% - 100% 76 Por último, para completar a imagem impressionista de Jacobina, a pesquisa indagou sobre como é a Cidade para a juventude, com os seguintes resultados: A Cidade em relação à juventude local - % Sem perspectiva 38,7 Boa 31,0 Ruim 22,5 Muito boa 4,7 Não sabe 2,6 Perigosa 0,5 100% Os dados convergem para a composição de uma imagem negativa da cidade em termo de existência cotidiana. A beleza física é destacada, alguns lugares ganham preeminência no gosto de seus habitantes, mas a vida cotidiana se revela difícil, incerta e insegura. É a questão trabalho que está a atormentar a maioria dos habitantes, como se verá na análise subsequente. Trabalho/ocupação: embora a pesquisa tenham colhido uma amostra a partir de duas variáveis básicas: idade e sexo, a partir de 10 anos e mais, a percepção da vinculação com o trabalho é explicitada, mas é necessário que esses dados sejam cotejados com os do IBGE do censo de 1991, precisamente por se tratar do censo e não de uma amostra que envolve significativa proporção de pessoas em idade de não trabalho. Dos que trabalham, o maior contingente está vinculado ao setor público (12%), seguido dos que trabalham no comércio (11%) e dos que se declararam autônomos (8,5%). Na mineração, que é uma atividade característica do município, apenas 0,7%. Os desempregados concentram 10% da população e os que não trabalham, 23%, que somados aos que apenas estudam (30%) chegam à proporção de 53,5%. Assim, no quadro geral, 37% da população desenvolvem atividades econômicas contra 63% que estão na condição de dependentes. 77 2. PROPOSIÇÕES 78 2. PROPOSIÇÕES 2.1 DIRETRIZES ESTRATÉGICAS 2.1.1 De Desenvolvimento Econômico A crise econômica do município de Jacobina é vista, em primeiro plano pelo fechamento da mineradora Morro Velho no final do ano de 1998 em virtude de dificuldades administrativas, de endividamento, e de captação de recursos para investimentos, alto custo no processo de extração, etc. agravados com a queda do preço do ouro no mercado internacional. Isto implicou na retirada de circulação da praça comercial local de mais de 500 mil reais mensais, além do desemprego de 620 trabalhadores e a marca, em muitos deles, da doença – silicose – provocada pela respiração da poeira de sílica no interior das galerias. A mineração de superfície é de baixa rentabilidade para os garimpeiros e ainda representa um alto potencial de agressão ao meio ambiente, seja pela forma como a terra é revirada, o que provoca erosão, seja pelo uso do mercúrio, metal pesado de elevada capacidade de contaminação ambiental. Considerando a tradição da exploração mineral, que deu fama a Jacobina desde o século XVII, quando suas minas, juntamente com a de Rio de Contas e as de Minas Gerais produziram 40% do ouro do mundo Ocidental, sendo a base para a Revolução Industrial na Inglaterra no século XVIII. Porém, não foi o ouro ou outros minerais que deram origem ao município, mas a agricultura e a criação de animais. Em que pese a economia agropecuária e a polarização que a cidade exerce em sua região, envolvendo um grande número de outras cidades e suas economias de base primária, Jacobina se ressente de outras atividades geradoras de emprego e de integração de outros segmentos da economia. Os baixos salários pagos pelas instituições e empresas públicas e privadas, a reduzida parcela da população em empregos e trabalhos estáveis contribuem para a configuração de um quadro crítico em que os sintomas mais evidentes são o desemprego, a falta do primeiro emprego para os jovens e, consequentemente, a baixa capacidade aquisitiva da maioria da população. Considerando todos esses fatores, o Plano Diretor aponta as seguintes estratégicas de desenvolvimento econômico: - Reforço da centralidade de Jacobina como pólo urbano regional, o que implica em ampliar o seu segmento prestador de serviços: comerciais, educacionais, institucionais e de saúde; 79 - ampliar o centro de abastecimento e comercialização dos produtos agrícolas e hortifrutigranjeiros para reforçar a centralidade regional de Jacobina; - Desenvolver a economia do turismo aproveitando a sua base hoteleira já implantada o seu potencial turístico urbano, considerando a beleza da cidade, mas também o potencial natural de seu entorno e de toda a região, incorporando-se ao marketing turístico da Chapada Diamantina, mas sem descuidar de sua promoção específica; - Desenvolver programas turísticos culturais e ecológicos (abrangendo os vales do rio do Ouro, rio do Coxo e rio Tabocas no povoado de Itaitu) a partir de seu calendário de eventos tradicionais e acrescentar outros de caráter lúdico, esportivos e culturais, investindo em grupos folclóricos, de teatro, de música; em atividades artesanais com pedras semi-preciosas e com outros materiais regionais; - utilizar o “marketing cultural” como um dos mecanismos de sensibilização e de viabilização de projetos culturais municipais, em parceria com a iniciativa privada, garantindo uma ação permanente de promoção e incentivo à cultura do Município; - incentivar processos de intercâmbio e de difusão cultural, intra e extra-regional, bem como os processos de animação urbana, de modo a criar novas possibilidades de referência e de dinamização artística e sócio-cultural, reforçando ao mesmo tempo a dinâmica da Cidade; - implantar uma linha de fomento à atividade artesanal do ouro e seus afins, aproveitando o potencial do Município e a imagem secular de Jacobina como a cidade do ouro, transformando-a numa referência nacional e num grande pólo de produção e comercialização desse gênero de artesanato, gerando assim oportunidades efetivas de trabalho e renda aos jacobinenses e consequentemente novas alternativas de desenvolvimento sócio-econômico à região; - Incentivar a agregação de valor aos minerais exportados, especialmente o mármore e outras pedras ornamentais; - Desenvolver esforços no sentido de atrair outras indústrias e implementar novas atividades industriais. - Incentivar pequenas irrigações nos vales férteis da zona rural para melhorar o polo hortifrutigranjeiros de Jacobina. 80 Como estratégia, a mobilização de segmentos do empresariado local, a exemplo daqueles mais diretamente voltados para o turismo: hotelaria, comércio, agências de viagens, táxis, bares e restaurantes etc., para organização de campanha promocional do turismo; Mobilização da sociedade a partir de uma política de valorização da cultural, com incentivo à memória das tradições espetaculares e artesanais, investindo em pesquisas e em grupos culturais; incentivo às comemorações e festejos que são fontes de renda para a cidade e para o município em seu conjunto, sem a distorção do “gastar em festas”, mas investir em eventos rentáveis com o apoio direto do setor privado, através da constituição de parcerias bem planejadas. Em síntese, a cidade de Jacobina é, em si mesma, um potencial econômico em termos de turismo cultural e ecológico. Explorar o estar em Jacobina, vivenciar a cidade através de seus sítios e monumentos históricos e ambientais (suas montanhas, seus altos etc.), de sua culinária, de suas bebidas (cachaças, licores, infusões) e de suas festas (tradicionais e criadas como atrativos, a exemplo de festivais e outros eventos), mas também do seu artesanato. 2.1.2 Diretrizes Sócio-Culturais e Comunitárias Em complementariedade às diretrizes estratégicas do desenvolvimento econômico, torna-se fundamental, a definição de diretrizes sócio-econômicas visando simultaneamente às tentativas de viabilização da estratégica de desenvolvimento econômico, implementar ações específicas voltadas para o desenvolvimento social e comunitário, levando-se em conta as seguintes necessidade prioritárias entre outras: - ampliação da estrutura educacional e melhoria da qualidade dos serviços afins, de modo a poder atender as demandas reprimidas e as novas demandas, a nível de ensino fundamental, médio e universitário, promovendo inclusive a oferta de novos cursos profissionalizantes de nível médio e superior que possam dar apoio às novas funções da Cidade; - ampliação do sistema de saúde pública que deve ser melhorado para atender sobretudo as populações menos favorecidas; assegurar a ampliação e a melhoria do seu saneamento básico; - orientação do sistema de abastecimento alimentar deve ser orientado tanto para atender os segmentos menos favorecidos da população bem como para a consolidação de um modelo que beneficie e priorize a produção local e micro-regional; 81 - promoção de programas específicos que permitam o desenvolvimento cívico e cultural bem como o lazer e a educação física dos jacobinenses; Considerando essas questões, dentre outras, formula-se o seguinte corpo de diretrizes específicas: - Diretrizes de Política Sóçio-Cultural; - Diretrizes de Política Habitacional; - Diretrizes de Estruturação das Unidades de Vizinhanças; - Diretrizes de Gerenciamento Urbano; Diretrizes de Política Sócio-Cultural Num contexto mais amplo, as atividades culturais constituem elementos catalisadores dos processos de desenvolvimento cultural e sócio-econômico, atuando concomitantemente como elemento de integração social, ou como instrumento de dinamização da própria economia urbana e regional, propiciando à população local, oportunidades de geração de trabalho, emprego e renda. Na Cidade de Jacobina essa variável multidisciplinar e interativa da cultura e dos processos multiplicadores de inferência sócio-econômica do desenvolvimento setorial é praticamente inexistente. Este aspecto é de suma importância a ser considerado, face a atual conjuntura de crescente desemprego. O estímulo à atividade cultural, através da criação de novas condições estruturais e infraestruturais, torna-se imprescindível não só à pulsação da vida urbana e ao incentivo dos seus valores artísticos e culturais, mas igualmente como um importante vetor do processo de organização e de afirmação histórica enquanto Cidade do Ouro. Apesar de não possuir vida cultural ativa, devido a falta de praticamente todo o tipo de infraestrutura necessária, Jacobina conta, a exemplo de outras cidades do interior da Bahia, com uma base limitada de atividades artísticas e sócio-culturais próprias. O seu perfil cultural é definido hoje pela existência de alguns grupos artísticos - tradicionais e emergentes – e por uma série diversificada de eventos e manifestações culturais, de cunho religioso e popular. O fortalecimento deste lastro cultural é de extrema importância para a dinâmica da Cidade e para o futuro perfil cultural da Cidade, considerando o fato de que cultura e lazer constituem, na atualidade, no mundo inteiro e cada vez mais no Brasil, importantes vetores para o desenvolvimento sócio-cultural e sócio-econômico das populações, contribuindo em larga escala 82 nos centros urbanos para a geração de emprego e renda, influenciando na ampliação do conjunto de oportunidades profissionais e dos serviços afins para a comunidade como um todo. Estratégias de Viabilização da Política Sócio-Cultural Nessa direção, o PDDU propõe uma estratégia de incentivo e de promoção da cultura, a partir do reforço e exploração das potencialidades artísticas e sócio-culturais do Município, pela via da implantação e melhoria dos equipamentos e instalações, da qualificação de pessoal, do fomento da atividade artesanal, da ampliação do calendário de atividades culturais e de uma nova conformidade das relações institucionais (parcerias) que permitam o fortalecimento cultural do Município, como referência de identidade própria e de um modo mais abrangente como vetor de desenvolvimento sócio-econômico. A política sócio-cultural de Jacobina deve se pautar em estratégias específicas de promoção de condições – a nível de infra-estrutura e de apoio logístico - aos processos culturais locais e regionais, sendo necessário para tanto, o desenvolvimento das seguintes ações: - criar uma nova dinâmica cultural na Cidade, mediante valorização e fortalecimento das suas manifestações tradicionais e do incentivo à produção artístico-cultural contemporânea; - promover condições e novas alternativas de apoio aos produtores, artistas, artesões e outros realizadores culturais locais, estabelecendo uma relação de parceria com entidades privadas e com órgãos federais e estaduais de cultura, através dos mecanismos das leis de incentivo, de modo a assegurar a viabilização de projetos e atividades artísticas e culturais de forma continuada; - implantar no Município uma infra-estrutura específica, a partir da identificação das necessidades e de um programa de melhoria e criação de equipamentos culturais e de lazer, incluindo a implantação de novos espaços alternativos capacitados a responderem às necessidades de desenvolvimento do setor. Nessa direção, torna-se relevante a criação de um centro cultural, com espaços múltiplos uso; - criar dispositivos legais de proteção e preservação do patrimônio natural, histórico, artístico e cultural do Município, e promover ações que visem cuidar da conservação e da atualização de acervos documentais e artísticos, existentes e/ou a serem incorporados. Complementarmente, propõe-se também uma ação de fortalecimento e ampliação do calendário de eventos culturais da Cidade, incorporando a realização de cursos, oficinas de criatividade e produção artísticas, encontros culturais, exposições, lançamentos, feiras de 83 artesanato, festivais regionais, entre outros, privilegiando espaços, contextos e referências vinculados às raízes culturais da região. Privilegiar ainda ações/atividades outras que contribuam para promover e difundir os valores locais/regionais, de modo a incrementar a posição de Jacobina como importante centro regional de desenvolvimento e difusão da cultura da Chapada Diamantina, gerando com isso, uma nova dinâmica urbana e de desenvolvimento setorial integrado com impactos positivos no processo de desenvolvimento global de Jacobina e de seu entorno. Diretrizes de Política Habitacional O modelo de uma cidade ambientalmente bem ocupada - que não permite invadir suas áreas verdes, suas baixadas e as encostas dos morros e serras - só é viável quando existirem alternativas reais que possam atender a demanda de solo urbano do segmento mais populoso a população de baixa renda. O que só é possível com políticas e programas municipais voltados para o atendimento deste segmento garantindo o conjunto das premissas e objetivos de um plano como o PDDU, considerando como prioritárias as seguintes ações setoriais: - desenvolvimento de programas municipais de atendimento à população de baixa renda voltados à recuperação das áreas hoje ocupadas precariamente, à oferta de lotes e ao apoio a construção de habitações populares, articulados/apoiados nos programas setoriais do governo estadual, a exemplo do “Programa Viver Melhor”, e em programas da área federal como o “Pro-Sanear” (Caixa Econômica Federal) com a participação da Prefeitura Municipal e da população interessada; - desenvolvimento de programas de fomento a loteamentos populares e de projetos de lotes urbanizados (na medida da demanda expressa), envolvendo a aquisição ou desapropriação prévia das áreas selecionadas; - desenvolvimento de programa de recuperação de áreas problemas habitacionais com possível integração ao “Programa Viver Melhor”; - desenvolvimento de programas de apoio à construção de habitações populares, bem como de campanhas de mutirão e de programas de cestas básicas de material de construção (Caixa Econômica Federal), entre outros. Diretrizes de Estruturação das Unidades de Vizinhança Dentro das estratégias de viabilização da implantação do PDDU em torno da construção de Jacobina do Futuro, o desenvolvimento das estruturas comunitárias da Cidade tem um papel preponderante. 84 O fortalecimento dos bairros, uma das referências espaciais mais fortes do cidadão jacobinense, deve contribuir significativamente nesse processo, a partir da estruturação e organização das unidades de vizinhança reais para uma melhor integração social e a formação cívica, sobretudo nas áreas pioneiras e mais periféricas carentes de serviços, de equipamentos básicos e de relações de vizinhança sedimentadas. Em todos eles, porém, uma melhor convivência social, acesso às oportunidades de encontro e convivência social, à educação, à aprendizagem e ao entretenimento e lazer, deverão proporcionar um melhor clima de bem-estar, segurança e comodidade urbanas, tanto a nível de comunidade de bairro como da comunidade jacobinense em geral. Esse propósito deverá ser alcançado com base nas seguintes ações básicas: - Valorização dos principais espaços centrais e vitais dos bairros e supressão de áreas problemas de serviços urbanos; - Hierarquização e regionalização dos principais serviços sociais, sobretudo dos setores educacionais e de saúde; - Implantação de uma estrutura básica de equipamentos e serviços comunitários, incorporada à estrutura de ensino do 1º e do 2º graus ou ligada a iniciativas comunitárias voltadas para jovens e adultos, a exemplo de parques infantis, creches comunitárias, quadras de esporte, campos de futebol, salão de reuniões, unidades de ensinos profissionalizantes e unidades de práticas lúdicas e culturais; - Incentivo e apoio a entidades culturais, recreativas e filantrópicas locais, bem como a eventos e festividades de bairro; - Criação de conselhos locais integrados à estrutura de gestão participativa da Cidade. Diretrizes de Gerenciamento Urbano Somente uma urbe “funcional”, racionalmente administrada, ambientalmente correta, bonita e atrativa - que atenda também as necessidades básicas e aos desafios sociais de sua população menos favorecida - garantirá paz e bem-estar social, espírito cívico, senso criativo e condições básicas para o seu desenvolvimento a médio e longo prazos. Com essa perspectiva de valor locacional é projetada a Jacobina do Futuro. É evidente que, na atual fase político-econômica de crise financeira e gestão urbana generalizada, a implantação integral do Plano e a viabilização dos seus objetivos requerem mecanismos estratégicos e operacionais que respondam às prioridades políticas e sociais do momento, às oportunidades de investimentos e de captação de recursos, tendo porém sempre 85 como perspectiva e horizonte a imagem de Jacobina do Futuro com uma dinâmica e interdependência enquanto Cidade Bonita e Ideal, Cidade dos Desejos, Cidade Competitiva, no contexto urbano e da rede regional. Nesse contexto, a partir das diretrizes estratégicas sócio-econômicas e físico-ambientais, o PDDU aponta os caminhos críticos e define os projetos prioritários e os elementos estruturantes que, dentro das condições já expostas, só poderão ser viabilizados a partir de um novo modelo de gestão competitiva, isto é, uma gestão inteligente e criativa capaz de buscar novos recursos, oportunidades e alternativas, optando por introduzir novas formas de gerenciamento e de administração participativa. Isso significa um processo de articulação e integração intra, inter e extra-institucional envolvendo outros níveis governamentais (federal e estadual), a iniciativa privada e a própria população na estrutura de gestão urbana e em programas e projetos específicos. Nesse contexto, os vários segmentos da população deverão ter espaço e oportunidade de participação e contribuição. O Conselho de Desenvolvimento Urbano, proposto pelo PDDU junto com a participação direta do Sistema de Unidades de Vizinhança da Cidade constituirá neste sentido um instrumento fundamental. 2.2 PARTIDO URBANO 2.2.1 Elementos Referenciais Aspectos Físicos e Ambientais da Ocupação Urbana As condições de crescimento urbano da cidade de Jacobina são influenciadas essencialmente pelas características do seu sítio, encravado no pé da serra de Jacobina, entre o ponto em que o rio Itapicuru-Mirim rompe este maciço num estreito vale que drena os ventos predominantes Noroeste e Leste para a cidade, condicionando seu bom clima local, e a ampla planície do seu lado Oeste, com as extensas áreas de várzeas e áreas inundáveis do encontro do Rio Itapicuru-Mirim e Catuaba. A ocupação das encostas das serras de rochas cristalinas que corresponde a parte Leste da cidade (os bairros Leader, Bananeiras e Grotinha) não apresenta até certos níveis de declividade, restrições construtivas, entretanto demonstra graves problemas técnicos e financeiros para implantação neste ambiente íngreme e rochoso, de uma infra-estrutura de acesso e de saneamento básico no padrão da cidade formal. A ocupação nas encostas das serras é recente (anos 40) e provocada pela falta de alternativas para as populações de baixa renda, necessitando hoje de custosos investimentos para a sua integração funcional. A ocupação serrana deve-se limitar às suas atuais proporções, considerando neste caso as restrições técnicas, financeiras e legais (proibição de ocupação em áreas com mais de 30% de declividade) além do que as áreas de encostas possíveis de ocupação já estão esgotadas. 86 CARTOGRAMA CONDICIONANTES TOPOGRÁFICOS Nº 02 INSERIR DESENHO\6º RELATORIO\DESENHO\CARTO 02 87 Em relação a ocupação das encostas e colinas voltadas para a planície interna, que geomorfologicamente fazem parte do patamar colinoso com seus materiais – resíduos de rochas – desagregados, as restrições à sua ocupação são bem distintas e devem ser condicionadas a declividades menores de 30% a fim de evitar maiores problemas de erosão e de deslizamentos de terras, garantindo uma urbanização funcional e racional, minimizando custos de implantação e manutenção. Neste caso devem ser priorizados sistemas viários paralelos às curvas de nível, evitando acessos perpendiculares, como é freqüente em recentes ocupações e projetos de loteamentos. O dimensionamento e formatação das parcelas dos lotes devem contar com maiores dimensionamentos a fim de minimizar cortes e aterros. O sistema hidrográfico dos rios Itapicuru Mirim e Catuaba formam um importante conjunto de lagos, várzeas, bosques e áreas alagáveis nas épocas das enchentes, sistema que deve ser preservado não só pela sua importância para o equilíbrio climático e hidrológico da região, que inclusive minimiza através de suas bacias de retenção, os efeitos das inundações periódicas da cidade, como também por suas potencialidades para uma melhor qualidade de vida para a futura Jacobina, através de sua integração como áreas verdes, parques da cidade, áreas de lazer, reservas ecológicas compondo um grande pulmão verde integrado à vida da Cidade. Em relação ao sistema hidrográfico deve ser observado ainda a não obstrução dos canais naturais de drenagem, hoje freqüentemente desrespeitados tanto por ocupações formais como por ocupação popular, cuja importância só se revela nos momentos de fortes chuvas e enchentes. A cobertura vegetal original da região encontrou nos estreitos vales íngremes da encosta da serra de Jacobina, condições ideais para a sua conservação. Este conjunto ecológico e paisagístico, praticamente inserido no tecido urbano da cidade envolvendo serras, vales, rios, cachoeiras, matas, arbustos, flores, constituem com suas belezas cênicas, um grande patrimônio para os cidadões de Jacobina e seus visitantes, tanto em relação a preservação e conservação como para um uso sustentável de lazer e contemplação de turismo ecológico. • Uso do solo atual e disponibilidade de área de expansão A pesquisa de uso e ocupação do solo constitui a base para a identificação dos indicadores físicos e urbanísticos para o planejamento da futura Cidade Jacobina (horizonte 2020) a partir de elementos quantitativos e qualitativos que se relacionam com a tipologia do uso do solo, capacidade de densificação e expansão, centralidades e tendências locacionais. 88 Como área urbana, foram consideradas aquelas efetivamente ocupadas (públicas e privadas), os vazios internos de quadras e as áreas desocupadas com declividades máximas entre 15% e 20%, todas essas atendidas pelo sistema de abastecimento de água, que é condicionado a cotas topográficas máximas. O perímetro da pesquisa é de 1.037,54 ha e conta com um total de 311 ha de áreas efetivamente ocupadas, conforme especifica a tabela abaixo. O restante das áreas referem-se a áreas públicas, áreas com restrições de ocupação e áreas com potenciais de ocupação. USO DO SOLO Núcleo Sede de Jacobina Área / ha % Comercial 40,56 13,04 Equipamentos 54,39 17,49 Industrial 11,10 3,57 196,66 63,24 8,27 2,66 310,98 100,00 Residencial Em construção Total Fonte: UFC/Pesquisa de Campo/UFC, 1999 Em relação as diversas categorias de uso e ocupação, observa-se a seguinte situação: • O uso comercial e dos equipamentos públicos corresponde a cerca de 30% das áreas urbanas ocupadas, concentrados na Área Central dos dois lados do rio Itapicuru Mirim, constatando-se uma nítida divisão de categorias de uso: o lado esquerdo do rio, bairro das Missões até as margens do Rio do Ouro, a Área Central – Tradicional e especializada em atividades comerciais diversas, incluindo ainda o bairro Félix Thomaz; o lado direito do rio, com a malha urbana mais moderna, concentra, sobretudo, equipamentos e serviços urbanos de porte, a exemplo do Mercado Municipal do Estádio de Futebol da UNEB e outros equipamentos educacionais. Abrange os Bairros do DERBA, Estação e parcialmente o Bairro Serrinha. Os bairros periféricos contam apenas com um comércio e equipamentos sociais de atendimento local. • O uso industrial, apesar de ter na sua área ocupada uma certa expressão (cerca de 3,5%), restringe-se na realidade a atividades de pequenas industrias de serrarias e marmoarias, inseridas nas áreas habitacionais da cidade, como também as olarias e pequenas cerâmicas, na bacia do alto do rio Itapicuru-Mirim. 89 • O uso residencial corresponde a cerca de 63% da área ocupada e apresenta, conforme quadro abaixo, uma absoluta predominância das categorias populares neste setor, cerca de 64%, à qual se somada às áreas ocupadas pelo padrão inferior, chega-se a um total de cerca de 85% e apenas 15% das ocupações residências relativas aos padrões médios e superiores. Núcleo Sede de Jacobina PADRÃO HABITACIONAL Área / ha % Superior 10,77 Médio 17,86 9,08 Popular A 40,13 20,41 Popular B 86,17 43,82 Inferior Total 5,48 41,72 21,22 196,65 100,00 Fonte: UFC/Pesquisa de Campo/UFC, 1999 No que tange às características locacionais das tipologias de ocupação residencial, o uso residencial dos níveis inferior e populares (A e B) constitui um grande cinturão habitacional popular em volta da área central. Observa-se que o uso residencial de nível inferior é concentrado nas ocupações serranas mais recentes e nos vetores de expansão dos bairros Bananeiras e Jacobina IV. As áreas de padrão popular B são constituídas principalmente pelas ocupações serranas já consolidadas, bem como pelos conjuntos habitacionais Jacobina III e IV. 90 CARTOGRAMA USO DO SOLO Nº 03 INSERIR DESENHO\6º RELATORIO\DESENHO\CARTO 03 91 Verifica-se que a área central, além das ocupações comerciais e institucionais, abriga no seu perímetro e em suas áreas adjacentes, residências de padrão médio e alto. Constata-se uma forte tendência da expansão deste segmento para os vetores da antiga e nova BR, representados pelos conjuntos INOCOOP e Jacobina II. Este quadro de tipologia habitacional aponta para uma nítida estratificação sócio-espacial entre o Núcleo Central e a Periferia, contando apenas com algumas áreas periféricas de melhores níveis, confirmado também pelos resultados do censo do IBGE de 1991. O Núcleo Central Consolidado apresenta os níveis mais altos de renda – de 20% a 57% das famílias com renda superior de 5 SM, quadro que se repete em relação aos níveis de escolaridade dos chefes de família. Na área central e INOCOOP, mais de 30% estudaram 8 anos ou mais, índice que se eleva ate 63% nas áreas mais tradicionais e bem equipadas (Bairro da Estação). Quando analisados a existência ou não de instalações sanitárias nos domicílios, constata-se nesta área de urbanização e infraestruturação mais antiga, índices de 80% até 99%. Em relação ainda ao Núcleo Central, a leitura dos índices do IBGE é mais complexa, haja vista que vários setores censitários envolvem diversos níveis de renda e escolaridade. São na prática zonas de transição sócio-econômico, como o bairro Leader. Neste quadro se destaca ainda o conjunto da INOCOOP, que apresenta níveis similares à Área Central. Na Periferia, os níveis de renda familiar apresentam índices de 40% a 80% na faixa de renda até 1 SM, sendo que nos bairros mais periféricos e de ocupação recente, concentram-se na faixa de 60 a 80%. Em termos de níveis de escolaridade, mais de 60% dos chefes de família alcançaram apenas 3 anos de estudo, índice que se eleva até 81% nos bairros de Caixa d’Água, Vila Feliz e Aeroporto. A relação de disponibilidade de áreas no perímetro pesquisado revela a seguinte situação, conforme demonstra o quadro a seguir: Jacobina DISPONIBILIDADE DE ÁREAS Área / ha % Terrenos Baldios 62,83 7,93 Vazios Urbanos 29,96 3,61 Áreas Desocupadas 734,04 88,46 Total 829,83 100,00 92 Os terrenos baldios, concentrados na periferia imediata do núcleo central nos seus loteamentos consolidados (bairros de Félix Thomas, Vila Feliz, Mundo Novo, dentre outros) , representam cerca de 63 ha, ou seja, 8% da área total ocupada, caracterizando o tecido urbano ainda com certa capacidade de incorporação de novas ocupações. Os vazios urbanos, por seu lado correspondem praticamente a 30 ha, o que compreende a cerca de 4% das áreas ainda disponíveis. A maior concentração desses vazios se dá nas áreas externas ao centro já consolidado (bairros da Missão, Félix Thomas, Vila Feliz, dentre outros). Nesta avaliação foram consideradas (conforme cartograma a seguir) além das áreas disponíveis no entorno do Núcleo Central consolidado, áreas periféricas desocupadas, num total de cerca de 734 ha ou 88% das áreas ainda disponíveis, tendo a sua maior concentração em áreas periféricas como os bairros de Félix Thomas, Vila Feliz, Ladeira Vermelha e Avenida Contorno. As essas áreas disponíveis acrescenta-se 1.613 lotes desocupados nos vários loteamentos existentes e projetados em condições de ocupação, sendo os mais importantes, os condomínios Jardim Acácia (Próximo ao INOCOOP), Nova Jacobina (bairro Catuaba), Valois (baixada do rio Itapicuru Mirim) e Morada do Sol (próximo a Jacobina III). Observa-se que 11 % desses lotes são superiores a 500 m² e deverão atender sobretudo a faixa de renda superiores. O padrão dos outros lotes estão entre 150 e 360 m². • Expansão de domicílios x disponibilidade de áreas Considerando o horizonte dos próximos 20 anos, a projeção da demanda de novos domicílios a partir de uma expansão populacional da ordem de no máximo 30.814 indivíduos, conforme a alternativa otimista da hipótese 1 (projeção de hipóteses no quadro a seguir) – prevê a necessidade de 7.703 novos domicílios ou lotes para atender as diversas faixas de renda familiar da população. HIPÓTESE – 1 Crescimento de 2,2 % ao ano ANO POPULAÇÃO DOMICÍLIOS 2.020 84.006 21.001 Incremento 1999/2020 30.814 7.703 Faixa de renda / Total % % Incremento de Domicílios Acum. S/ rendimento 4,5 4,5 347 Até 1 SM 39,5 44,0 3.042 Mais 1 a 3 SM 38,8 82,8 2.988 Mais 3 a 5 SM 7,2 90,0 555 Mais 5 a 10 SM 6,5 96,5 501 S/ declaração 3,5 100,0 270 Total 100,0 100,0 7.703 HIPÓTESE – 2 Crescimento de 1,5 % ao ano POPULAÇÃO DOMICÍLIOS 72.716 18.179 19.524 4.881 Incremento de Domicílios 220 1.928 1.894 351 317 171 4.881 93 CARTOGRAMA DISPONIBILIDADE DE GRANDES ÁREAS Nº 04 INSERIR DESENHO\6º RELATORIO\DESENHO\CARTO 04 94 Na hipótese 1, observa-se que a demanda é de 6.377 domicílios para as famílias com renda familiar de até 3 salários mínimos, no contexto de uma demanda global de 7.703 unidades, correspondendo a 83 % da demanda total para o período. Nessa projeção com a distribuição por faixa de renda, elaborada a partir dos dados apontados pelo Censo (IBGE/1991), apenas 1.326 novos domicílios serão destinados a faixas de renda maiores. O quadro de oferta de áreas demonstra uma capacidade de absorção de novos domicílios em áreas disponíveis (830 ha), significando que na área atualmente considerada como urbana e de expansão urbana, a disponibilidade de área para novas domicílios é superior à demanda. Considerando a capacidade de incremento de novos lotes, tem-se entre 27.666 20.750 lotes, com base em lotes padrão bruto de 300 a 400 m², acrescentando ainda 1.613 lotes já disponíveis no mercado. Neste quadro, bastante flexível e aberto, da oferta de áreas em relação expansão de domicílios, deve-se considerar de suma importância a estrutura da demanda que é concentrada em habitações para a população de baixa e baixíssima renda (cerca de 83%) o que impõe a necessidade de definição de estratégias locacionais, de políticas de fomento de loteamentos populares e de programas de apoio a construção, que deverão assegurar uma ocupação ordenada e racional do espaço urbano como um todo, preservando sobretudo, os aspectos peculiares da atual ocupação serrana. 2.2.2 A Concepção Básica do Partido Urbano A VISÃO URBANA Cenário Atual Jacobina é uma cidade bem especial no sertão da Bahia, entremeada de serras e de aguadas, rios e lagoas, atualmente tímidas e poluídas. É a cidade do ouro, que no entanto, hoje, configura-se como centro regional de porte médio. O seu núcleo tradicional faz referência ao passado glorioso através de vestígios da arquitetura colonial, das igrejas e praças onde se ressalta a Missão como palco de uma vida urbana mais aberta, lúdica neste sertão fechado em si. Para a maioria dos seus habitantes, é uma cidade com sítio agradável e bonito, boa para se viver, com seus marcos de sociabilidade. Jacobina também é uma cidade em crise existencial cuja população nela enraizada, considera-a violenta, insegura, sem perspectivas de trabalho e falta de oportunidades para os jovens em geral. A última mina, símbolo dos bons tempos, foi fechada recentemente, o “ciclo do Ouro acabou”. A cidade está sobrevivendo apenas de seu papel de centro regional de comércio e 95 serviços. Não incorporou o ouro na sua estrutura produtiva (bijouteira, por exemplo) e não guardou sua memória, não possui museus nem oferece sítios antigos de exploração do ouro para visitação. É nesta fase de crises que as cidades de um modo geral se voltam para seus cidadãos, buscando para si, uma nova dinâmica na economia urbana. Jacobina tem como fatores valiosos sua história e sua singularidade de sítio para se inserir no novo contexto de rede urbana regional, inclusive como ponto estratégico de visitação dos emergentes circuitos turísticos da Chapada Diamantina. Cenário Futuro A visão futura de Jacobina é de âncora urbana regional e ponto estratégico dos novos circuitos turísticos da Chapada Diamantina. Como uma Cidade de serviços, de referência cultural e histórica, oferecendo oportunidades de trabalho e negócios para seus habitantes, qualidade de vida, diversões e atividades culturais. É uma urbe que congrega funcional e harmoniosamente o urbano com o natural bem como suas estratificações sócio-espaciais, vocação que deve continuar permanecendo no processo de sua expansão. Neste contexto, a concepção do partido urbano se pauta no sentido de fortalecer os seguintes papeis estratégicos de Jacobina: − Cidade Serviço – centros de serviços regionais – através de uma estrutura moderna de comércio e de serviços como ponto de apoio para atividades turísticas (infra-estrutura e hospedagem), como também centro de distribuição do comércio regional; − Cidade Histórica – centro cultural de referência regional como elemento de produção e agente de integração social e econômica na sua condição de atrativo de animação urbana e turístico cultural; − Cidade Serrana – urbe serrana singular, que integra de forma harmoniosa sua estrutura física e a vida urbana no seu sítio, a partir da preservação e valorização de seus recursos naturais e sua integração sustentada às funções e à vida da Cidade, sendo que este novo conceito urbano constitui um importante elemento para a qualidade de vida local e de atração de visitação; − Cidade do Ouro - centro de referência do ciclo de ouro - com seus museus e sítios de visitação de garimpos e de antigas minas; 96 − Centro de artesanato de ouro (produção e comercialização de bijouterias de pedras preciosas, semipreciosas e naturais), como área alternativa de geração de emprego e renda, importante atrativo para o comércio e o turismo como elemento estratégico da consolidação da imagem de marca de Jacobina como Cidade do Ouro e da mineração em geral. OS ELEMENTOS DE CONCEPÇÃO DO PARTIDO URBANO Face a atual complexidade da vida da cidade – exigindo mudanças na sua concepção urbano-geográfica e a introdução de padrões de qualidade – a principal preocupação não é apenas uma questão rotineira de crescimento urbano, mas particularmente a de reestruturação de seus espaços em função da nova visão e perspectiva de desenvolvimento da Cidade. Para tanto, o partido urbano do PDDU apoia-se, em sua concepção, basicamente nos elementos estratégicos abaixo indicados, objetivando proporcionar melhor aproveitamento e valorização do potencial da morfologia geográfica urbana de Jacobina e maximizar-lhe estrategicamente o caráter de Cidade Serrana e de centro regional de serviços, de cultura e de referência histórica, enquanto sítio urbano ambientalmente correto, atraente e autêntico no contexto da sua realidade sócio-cultural e no rumo do desenvolvimento sócio-econômico pretendido. São eles: - Maximização dos elementos do meio ambiente geográfico urbano; - Valorização dos espaços públicos estruturais; - Melhoria da qualidade de vida urbana, através da introdução de novos padrões urbanísticos. Esses elementos por sua vez devem envolver as seguintes diretrizes: QUANTO AO MEIO AMBIENTE GEOGRÁFICO URBANO O PDDU propõe as seguintes diretrizes físico-espaciais, visando garantir a maximização do urbano no sítio peculiar de Jacobina: - Proteção dos maciços das serras, limitando a ocupação urbana a seus níveis atuais e a sua incorporação numa estrutura de Sistema de Áreas Verdes da Cidade. - Integração dos principais marcos visuais paisagísticos à Cidade, através da criação de jardins e belvederes em seus topos normalmente mais planos, de modo a propiciar à população de Jacobina e aos seus visitantes condições efetivas para desfrutarem das belezas cênicas e paisagísticas da Cidade e da região. Dentro de princípios de sustentabilidade ecológico e visual do conjunto, estas áreas poderão ser dotadas de 97 pequenos equipamentos de apoio, como: restaurantes, parques infantis, áreas para esportes etc. - Valorização do tecido urbano/natural de Jacobina, dentro de uma estrutura de sustentabilidade econômica-ecológica, através da incorporação componentes funcionais (criação de parques, jardins e áreas verdes públicas e/ou de acesso público, que poderão absorver funções institucionais de cultura e lazer) dos principais compartimentos geográficos-ambientais dos seus vales e planícies fluviais: - Parque Urbano do Rio Catuaba, entre as duas BR e o pulmão verde da Cidade, como um grande parque público central de Jacobina que deverá ter integrados na sua estrutura e absorver equipamentos públicos de porte, sobretudo, de lazer, cultura, esporte, educação e administração, , integrados na sua estrutura; - Parque Natural da Lagoa Antônio Sobrinho que proporcionará, por um lado, a recuperação e preservação deste peculiar ecossistema hídrico e, por outro lado, permitir-se ao uso de lazer e de contemplação à população de Jacobina e da região; - Área de Proteção Ambiental do Vale do Rio do Ouro, visando a sua proteção e integração num circuito de visitação ambiental e turístico. QUANTO AOS ESPAÇOS PÚBLICOS Os espaços públicos são articuladores dos interesses públicos enquanto locais de estar, lazer e convivência social. Isto é, espaços de exercício da cidadania, de interação indivíduosociedade, configurados por vias de circulação, ruas, praças, largos, avenidas, parques etc, todos de grande importância, articulando as funções e dotados de significados da existência coletiva urbana do cidadão. Em Jacobina, a qualidade e a diversidade desses espaços, além da qualidade ambiental do seu sítio em geral, constituem fator fundamental para o valor locacional da Cidade, enquanto poder de atração de novos investimentos que venham a resultar em geração de emprego e renda, na cadeia produtiva de sua organização, possibilitando a sua consolidação como centro regional de serviços e de um novo perfil de Cidade da Cultura e do Ouro. 98 CROQUIS ELEMENTOS ESTRATÉGICOS – MEIO AMBIENTE GEOGRÁFICO-URBANO/ESPAÇOS PÚBLICOS Nº 05 INSERIR DESENHO\6º RELATORIO\DESENHO\CARTO 05 99 Neste sentido, o PPDU propõe as seguintes diretrizes: - Valorização e tratamento funcional dos principais logradouros públicos e vias arteriais, inclusive a entrada da Cidade, visando a valorização das suas funções cívicas e culturais como referência e nova imagem urbana de Jacobina. Esse processo dar-se-á com base num programa de reestruturação, direcionado para: arborização sistemática, valorizando e harmonizando sua utilização pelo usuário; ampliação e criação de vias pedestres, de calçadões e de outras áreas a estes reservadas; - Valorização do Centro Tradicional e da sua estrutura linear polarizado pelas Missões e a Igreja Matriz, mediante um tratamento urbanístico das suas praças, jardins e ruas, bem como da sua face para o rio Itapicuru-Mirim e ainda de uma ação de recuperação e preservação das fachadas das suas edificações com substância arquitetônica tradicional e histórica; - Valorização do canal do Rio Itapicuru-Mirim entre o Centro Tradicional e o Novo Centro, mediante tratamento paisagístico envolvendo o uso temporário de lazer e serviços urbanos como jardim central da Cidade, observando-se aqui as suas condições de eventual inundabilidade. QUANTO AO CONDICIONAMENTO DA OCUPAÇÃO E ZONEAMENTO URBANO A morfologia do tecido urbano de Jacobina é caracterizada pela horizontalidade das suas construções, tradicionalmente de meia-parede, com predominância de construções de um só pavimento ou, no máximo de dois pavimentos. A exceção ocorre em alguns casos da área central, onde se observe edificações de até 4 (quatro) pavimentos. Nas ocupações serranas consolidadas, constata-se uma certa densificação a partir de um crescimento/verticalização das construções para cima e para baixo dos níveis das ruas, que a princípio, seguem as curvas de nível, imprimindo um caráter de ocupação serrana. No caso das ocupações serranas pioneiras, existe ainda uma estrutura de ocupação de pequenas casas isoladas. O princípio de meia-parede, contando com pequenos e estreitos lotes sem recuos e de frente para ruas áridas, é quebrado apenas em algumas áreas específicas, a exemplo do bairro Leader e dos loteamentos mais recentes, a exemplo do conjunto INOCOOP, constituindo um maior conforto habitacional e um elemento de atração de moradia para as famílias de melhor nível de renda, na sua maioria ainda residentes no Centro Tradicional. A fim de corrigir os inconvenientes de habitabilidade (funcionalidade e conforto de uso) e de integração social à vida urbana sociável contemporânea, da tipologia de meia-parede, o PDDU 100 prevê nas novas ocupações urbanas e para todos os padrões construtivos - inclusive aquele de caráter popular - um padrão mínimo de área, além de recuos que proporcionem melhores condições de ventilação, arborização e integração da casa aos espaços públicos das ruas. Apenas no Centro Tradicional será mantido o padrão de casas de meia-parede sem recuos frontais. Nas outras áreas urbanas, de tipologia tradicional já consolidada, serão introduzidos - no caso de ampliações e verticalização - também os novos padrões construtivos. Em relação à tipologia de usos residenciais, comerciais, de serviços e de atividades produtivas, será permitido, a priori, o uso misto, inclusive nas zonas de predominância residencial, que poderão adotar também funções de caráter comercial, de serviços e de produção de pequeno e médio portes, desde que não resultem em impactos ambientais locais em termos de poluição de natureza atmosférica, visual e sonora, entre outras, facilitando assim à população possibilidades efetivas de abertura e desenvolvimento de pequenos negócios, sem maiores necessidades locais de infra-estrutura. No caso das atividades marmoriais e serraria de pedras, hoje inseridas no tecido denso da Cidade, deverá ser procedida sua relocação para a zona periférica de Itapicuru. Em relação a abertura de postos de abastecimento de combustíveis, a sua localização deverá estar condicionada ao atendimento de todos os requisitos de segurança em vias arteriais, principalmente na Avenida Centenário. No que se refere aos padrões de novos parcelamentos, deve prevalecer a sistemática da legislação federal – Lei n.º 6.766 – que, dentre outras responsabilidades, exige do loteador a implantação da infra-estrutura básica. Exceto em programas oficiais habitacionais para a população de baixa renda. ZONEAMENTO Definição do Perímetro Urbano Para fins de definição do Perímetro Urbano, foi considerado o princípio de consolidação da Cidade a partir do Perímetro atual de ocupação visando, por um lado, a integração funcional dos seus vários compartimentos, hoje ainda sem continuidade espacial nos vetores de crescimento de Jacobina III e IV, BR-324 (nova e antiga diretrizes) e, por outro lado, a racionalização dos investimentos e manutenção da infra-estrutura pública, tendo como área urbana a área urbana atual e suas áreas de expansão que deverão atender a demanda de áreas urbanizáveis para os próximos 20 anos. Essa área envolve basicamente a atual área central e suas áreas de expansão direta, limitadas pelas serras e morros da Cidade, com suas encostas de declividade maior ou igual a 20%, e os vetores da BR-324 e de Itapicuru (antiga diretriz ferroviária). Visando ainda um processo de expansão urbana contratada que priorize a integração das áreas fragmentadas num tecido urbano contínuo, a ocupação das áreas urbanizáveis dentro do 101 Perímetro Urbano deve atender prioritariamente os grandes vazios urbanos existentes bem como os de expansão direta. Além dessas áreas urbanizáveis, foram ainda incorporados, num sistema de áreas verdes e áreas de proteção ambiental, os principais compartimentos geográficos e ambientais da periferia da Cidade, objetivando, por um lado, a sua preservação e valorização e, por outro lado, a sua integração sustentável no contexto da vida urbana. Constituem partes dos maciços serranos limítrofes e limitadores da Cidade: o maciço Norte (rio do Ouro e Bananeiras) e o maciço Sul (Alto do Cruzeiro), bem como as áreas do ambiente pantanoso da lagoa Antônio Sobrinho. Caracterização do Zoneamento O zoneamento urbano define, como síntese espacial das premissas básicas e condicionamentos físicos e sócio-econômicos do PDDU, as zonas de ocupação urbana e os macros compartimentos ambientais do Sistema de Áreas Verdes das serras e da lagoa Antônio Sobrinho. As várias zonas de ocupação urbana envolvem ainda outros elementos básicos do sistema de Áreas Verdes da Cidade, definidos na Planta do Zoneamento. São elas: - Áreas de Proteção de Mananciais e Áreas Inundáveis. - Áreas de Serras e Morros com declividades em geral acima de 30%. - Topo dos Morros. As zonas de ocupação urbana e os macros compartimentos ambientais do Sistema de Áreas Verdes são: Centro da Cidade (159,65 ha) - envolve o centro tradicional - estruturado a partir do eixo Missões-Igreja Matriz. Ele incorpora ainda o bairro Félix Thomás, seu vetor de crescimento, e, do outro lado do rio Itapicuru-Mirim, o centro novo, polarizado pelo bairro da Estação. Zonas Residenciais: o Zoneamento das áreas com predominância de uso residencial incorpora, na sua concepção, a estrutura básica da geomorfologia local – serras, áreas serranas e de planície – bem como tendências de tipologia de ocupação e estratificação social, que se expressam por indicadores urbanísticos diferenciados. A partir desses condicionamentos, dos limites naturais – serras, vales e rios – e das cotas de abastecimento do sistema de abastecimento de água, foram definidas quatro categorias de zonas residenciais: Zona Residencial 1 – Serrana - (216,04 ha) - Esta zona compreende as áreas de ocupações espontâneas dos pés de serras e de seus estreitos vales, divididos em três sub-zonas limitadas pelas suas atuais fronteiras de ocupação serra que já se encontram na faixa de 20 a 25% de declividade, conforme seus compartimentos geográficos distintos: Rio do Ouro102 Bananeiras (limitada pelo Centro Tradicional e o maciço Norte), Serrinha-Grotinha (limitada pelo Centro Novo e o maciço Sul com o Alto do Cruzeiro) e Peru (limitado pelo Centro Novo e o Alto do Peru). Zona Residencial 2 (757,19 ha) - Áreas de uso e ocupação residencial de nível baixo e médio com lote padrão mínimo de 250 m². Compreende as sub-zonas: Félix Thomás, INOCOOP, Catuaba, Aeroporto e Jacobinas III e IV. - Félix Thomás – esta zona corresponde a área do loteamento de mesmo nome bem como o bairro da Vila Feliz e áreas para expansão, localizada na porção Norte da Cidade. - INOCOOP– esta zona localizada no vetor da antiga BR-324, corresponde aos loteamentos INOCOOP, Jardim Acácia e aos bairros da Ladeira Vermelha e Caeira. - Catuaba – o limite desta zona foi definido a partir das ocupações existentes ao longo das rodovias BA-421 e BR-324, com profundidade máxima de 300 metros. - Aeroporto – localizada na extremidade noroeste da Cidade, junto a BR-324, que envolve o Aeroporto de Jacobina. - Jacobinas III e IV – envolve os bairros de mesmo nome, bem como os loteamentos Morada do Sol e Alexandre Sinfrônio. Zona Residencial 3 - (339,41 ha) - Corresponde as áreas urbanas e de expansão urbana da Avenida Centenário e de Mundo Novo tendo lotes padrão de no mínimo 350 m². Zona Residencial 4 (40,18 ha) - Corresponde as encostas com declividade em torno de 20% do Morro Alto do Peru, inserido no tecido urbano atual e com fortes pressões de ocupação e, que devem, a fim de compatibilizar seu uso com as questões ambientais e de estabilidade de encostas, conta com lotes mínimos de 1.000 m². Zona de Controle de Expansão – Itapicuru (589,15 ha) - Corresponde ao vetor de expansão Itapicuru além da ZR 1–Jacobinas III e IV, hoje com características semi-rurais, mas com fortes tendências de desmembramento para habitações populares. Conta ainda com núcleos de produção de cerâmica e olarias. Esta zona, que encontra-se externa aos projetos de esgotamento sanitário, deverá ter seu desenvolvimento controlado, também em benefício da consolidação do núcleo básico da cidade, a partir da não permissão de loteamentos e da definição de 500 m² como módulo mínimo de desmembramento. Ela deve absorver também atividades industriais de pequeno e médio portes, incluindo instalações de serrarias de mármore. Zona de Controle de Expansão – Corredor Itapicuru Mirim – BR-324 (128,90 ha) - Esta estreita faixa entre os dois maciços Norte e Sul da Serra de Jacobina, que sofre hoje um processo de ocupação desordenada deverá, dentro de princípios de proteção visual da entrada da Cidade, constituir uma zona de baixíssima densidade. Esta zona se restringe a áreas planas do Vale 103 (declividades até 15%) e conta com lotes mínimos de 1.000 m². Observa-se que o fundo dessa zona-corredor constitui zona rural de Jacobina. Zona do Parque Urbano - Rio Catuaba (205,55 ha) - Esta zona, no coração do vetor Oeste de crescimento da Cidade, compreende a área situada entre a Avenida Centenário e a Avenida Nossa Senhora da Conceição, as áreas baixas, inundáveis em épocas de chuvas. Esta Zona deverá, por um lado, constituir o pulmão verde da Cidade através de sua arborização e transformação em parque público, como por outro lado, abrigar equipamentos urbanos institucionais de porte (centro administrativo municipal, complexo escolar de 2º grau, estádio, parque de exposições e equipamentos de lazer etc). Macro Sistema de Áreas Verdes Observa-se que, nos contatos dos vales serranos e das áreas urbanas propriamente ditas, deverão ser reservadas áreas verdes para instalação de equipamentos públicos, visando sua valorização, bem como a constituição tampões de uso nesta situação delicada entre Cidade e Natureza. Estas zonas, devem ser preservadas em sua configuração natural, podendo ser abertas, de forma controlada, a trilhas de visitação, bem como ter estruturados acessos, pequenos equipamentos de apoio e belvederes nos seus pontos mais estratégicos, inclusive no próprio Alto do Cruzeiro. Em relação aos riachos, Rios e Vales, externos ao Perímetro Urbano e que abastecem ou poderão abastecer Jacobina com água potável, o Código Ambiental do Município, que faz parte do conjunto deste PDDU, garantirá proteção e valorização específica. O macro sistema de áreas verdes é constituído por três zonas: Maciço Norte (783,48 ha) – Área serrana no fundo dos bairros Leader e Bananeiras, envolvendo os vales dos rios do Ouro e Bananeira. O vale do Rio do Ouro deverá ser transformado em Área de Proteção Ambiental municipal, visando a preservação das suas belezas cênicas e da sua flora singular, como também constituir, em plena área urbana, área de contemplação e de visitação ecológica tanto para a população local como para a visitação turística. Maciço Sul (1.018,00 ha) – Área serrana que constitui o fundo da área urbana do Centro Novo entre as zonas ZCE-Itapicuru, Zona Residencial-Grotinha e a ZSE Corredor Rio Itapicuru– BR-324, penetrando, com o Alto do Cruzeiro, praticamente no miolo da Cidade. Lagoa Antônio Sobrinho (1.091,83 ha) - Esta zona envolve a baixada, a lagoa, bem como o rio Itapicuru-Mirim, entre a avenida Centenário e o bairro Jacobina IV, limitados pela BA-421 e a ZCE–Itapicuru. Esta zona, de uso agrícola, encontra-se parcialmente degradada, mas é 104 extremamente importante para o equilíbrio ecológico/hídrico da região e do próprio rio Itapicuru Mirim, representando um importante potencial, singular para o lazer e à visitação. Dentro dessa óptica, prevê-se a sua recuperação e transformação em área de proteção ambiental municipal, inclusive com reflorestamento das matas ciliares dos seus afluentes, ultrapassando inclusive os limites desta zona, sobretudo do leito do rio Itapicuru-Mirim. O Memorial Descritivo do Zoneamento é apresentado em anexo. 2.2.3 Indicadores Urbanísticos Os índices urbanísticos das diversas Zonas de Uso de Jacobina e que apresentam em síntese os padrões de ocupação para cada área através de seus padrões de ocupação, utilização, permeabilidade, recuos etc., são apresentados na tabela a seguir: ÍNDICES URBANÍSTICOS POR ZONAS DE USO ÁREAS ZONAS (ha) ÍNDICE ÍNDICE ÍNDICE GABARITO OCUPAÇÃO UTILIZAÇÃO PERMEAB. LOTE MINIMO ÍNDICE DE RECUOS TESTADA ARBORIZAÇÃO FRENTE FUNDO LATERAL MÍNIMA Centro Tradicional 102,62 0,4 0,8 0,2 2 - 1-50m² - 5 Centro Novo - - 3 57,03 0,4 1,6 0,4 4 300 1-50m² 5 5 1,5-1,5 10 216,04 0,5 1,0 0,4 2 120 1-50m² - 5 1,5-0 7 757,19 0,4 0,8 0,35 2 200 1-50m² 5 10 1,5-3,0 7 339,41 0,35 0,7 0,45 2 300 1-50m² 5 10 1,5-3,0 10 40,18 0,25 0,5 0,6 2 1.000 1-50m² 5 10 3,0-3,0 25 589,15 0,20 0,3 0,7 2 500 1-50m² 5 10 3-3 15 128,90 0,20 0,3 0,7 2 1.000 1-50m² 5 10 5-5 20* ZR 1 Serrana ZR 2 ZR 3 ZR 4 Alto do Peru ZCE Itapicuru ZCE Corredor/BR324 (*) 50m – Rio, nas declividades 30%. Os Indicadores de Uso e de Ocupação da Zona do Parque Urbano do Rio Catuaba deverão ser estabelecidos a partir de um Plano Urbanístico específico. O cartograma, a seguir, demonstra esquematicamente o zoneamento proposto, que é apresentado em planta anexa na escala 1/10.000 105 CARTOGRAMA – PERÍMETRO URBANO E ZONEAMENTO Nº 06 INSERIR DESENHO\6º RELATORIO\DESENHO\CARTO 06 106 2.3 AÇÕES SETORIAIS O PDDU visando eliminar as deficiências existentes na cidade em termos de infraestrutura e equipamentos básicos, estruturando este setor, de modo que os seus segmentos possam responder às demandas de médio e longo prazos, incorporando a visão do novo patamar funcional-programático de qualidade urbana para Jacobina do futuro, propõe as seguintes ações, segundo as áreas de atuação: ÁREA DE INFRA ESTRUTURA VIÁRIA E ESPAÇOS PÚBLICOS Considerando as diretrizes básicas referentes à estrutura do sistema viário principal e da sua qualidade funcional e ambiental urbana, o PDDU prevê as seguintes ações e medidas prioritárias: Acesso ao Centro Tradicional A chegada no Portal da Cidade na malha urbana de Jacobina, da BR-324 no seu lado Leste (Capim Grosso), é o principal ponto de confluência viária da Cidade: acesso principal ao Centro Tradicional pela 1ª ponte – acesso ao centro novo pela Rua Duque de Caxias (Bairro da Estação); dos trechos urbanos das avenidas João Fraga Brandão e Lomanto Júnior, na BR-324 que liga Jacobina à Chapada Sul via Morro do Chapéu; e também o principal acesso de pedestre do Bairro Serrinha e das áreas habitacionais em volta da Praça da Concórdia para a área central tradicional, deverá ser reestruturada e reurbanizada, visando melhor atender as suas funções de articulação do sistema de tráfego e circulação de pedestres da cidade como também constituir, neste ponto estratégico funcional e visual na entrada do centro da cidade junto ao Rio Itapicuru Mirim, o Portal da Cidade de Jacobina. A atual estrutura de resíduos de quadras deve ser substituído por um espaço aberto e ajardinado – a Praça do Portal da Cidade. Ampliação da 1ª Ponte para via pedestre e acesso viário entre o Centro Tradicional e a Praça do Portal da Cidade, que hoje possui apenas cerca de 5 metros de largura, congrega um movimento intenso de pedestres e veículos (em mão única) ao Centro Tradicional da Cidade. Implantação de uma nova passarela de pedestres entre os bairros de Serrinha e Grotinha, na entrada da Cidade, na altura do Beco dos Ferreiros no Centro Tradicional. Vias Arteriais Pavimentação dos principais acessos aos bairros periféricos de Jacobina IV, Vila de Itapicuru (Estação de Tratamento), Vila Feliz. 107 CARTOGRAMA – MACRO ESTRUTURA VIÁRIA ESPAÇOS PÚBLICOS Nº 07 INSERIR DESENHO\6º RELATORIO\DESENHO\CARTO 07 108 CROQUIS – SISTEMA VIÁRIO / ESPAÇOS PÚBLICOS – ÁREA CENTRAL Nº 08 INSERIR DESENHO\6º RELATORIO\DESENHO\CARTO 08 109 Complementação da pavimentação e urbanização de ruas dos bairros periféricos Mundo Novo, Jacobina I, Caixa D’Água, Vila Feliz, Bananeiras, Loteamento Monte Tabor, Morada do Sol, Nova Jacobina, dentre outros. Urbanização dos caminhos e acessos de ocupações serranas (bairros de Caixa D’Água, Leader, Grotinha, Serrinha, Bananeiras), através da introdução de soluções locais que permitam aos segmentos mais significantes um acesso de automóveis a fim de garantir funções de serviços e emergências, como também o acesso pedestre ao universo das unidades habitacionais. É recomendado o uso de materiais locais (pedras naturais) e traçados / caixas de vias, caminhos e escadarias que se adaptem ao máximo ao terreno natural. Calçadão Centro Tradicional – Consolidação e ampliação do atual calçadão através da incorporação de novos trechos, a exemplo da Rua Coronel Cardo e a passarela de pedestres sobre o rio Itapicuru Mirim bem como a sua ampliação em direção a praça Dois de Julho, visando uma melhor integração e reforço da estrutura linear do Centro Tradicional. Ciclovias Implantação de uma ciclovia, entre os bairros de Jacobina IV e Estação, paralela à via principal, no traçado da antiga linha férrea – nas ruas Reinaldo de Jacobina e João Teixeira, a partir de uma concepção de via mista – acesso local e ciclovia, garantindo desta forma uma melhor integração do ciclista no contexto urbano neste longo trecho de características rodoviárias de acesso. ÁREA DE SANEAMENTO BÁSICO Abastecimento de Água Jacobina é atendida pelo sistema da EMBASA, recentemente ampliada dentro do programa Pró-Sanear da Caixa Econômica Federal, através das barragens dos rios do Ouro e Cochó (vazão de 37 l/s) e pela recém construída barragem de Canavieiras (vazão de 4 l/s),localizada no alto do rio Itapicuruzinho, atendendo, a partir das Estações de Tratamento dos setores Norte e Sul, as diversas zonas da Cidade. Este sistema deverá, dentro de uma progressiva ampliação da rede de distribuição, atender (área urbana e de expansão urbana) nos próximos 20 anos, a cidade até as cotas de 521 e 596, conforme região de atendimento a partir de seus seis reservatórios. 110 Esgotamento Sanitário Jacobina não possui sistema de esgotamento sanitário, sendo em geral, inclusive no caso de loteamentos e condomínios com redes coletoras próprias, adotado o lançamento nas galerias e redes de drenagem pluvial, bem como a céu aberto, tendo seu lançamento na rede hidrográfica local. Os loteamentos Jacobina II e IV contam com estação de tratamento mas, atualmente, encontra-se desativada. O uso de fossas sumidouro sépticas é impossibilitado pela ocorrência e afloramento de rochas em boa parte da área urbana, principalmente nas áreas das encostas serranas. Atualmente foi concluído, dentro do programa Pró-Sanear, o projeto executivo de sistema de esgotamento sanitário que atenderá o universo da área urbana e de expansão urbana. O projeto será executado em duas etapas atendendo a demanda a curto e médio prazo, sendo ampliado posteriormente para o atendimento de futuras demandas (horizonte 2019). O sistema contará com um conjunto de interceptores, estações elevatórias e uma estação de tratamento, a 5 Km a jusante do rio Itapicuru Mirim, nas imediações da Escola Agrícola Municipal. A execução deste sistema, cuja implantação é previsto para os próximos dois anos, está vinculado ao financiamento pelo BID da construção da barragem Pedras Altas, como constitui também uma peça fundamental na viabilização da qualidade ambiental da Cidade, da recuperação dos seus rios e da revalorização da área central do rio Itapicuru Mirim. Drenagem Pluvial A sede municipal dispõe apenas parcialmente de redes de drenagem (galerias tronco, canais a céu aberto e galerias secundárias) com lançamento nos rios Itapicuru Mirim, Catuaba e Ouro, cuja implantação data de várias épocas, porém sem concepção geral e com subdimensionamento com relação a várias áreas de contribuição, sobretudo da bacia do rio do Ouro. Esta situação resulta em graves problemas de entupimento e transbordo da rede, sobretudo em épocas chuvosas e de trovoadas. Esta situação é ainda agravada pela freqüente obstrução/construção sobre os canais naturais de drenagem, tanto nas ocupações formais serranas como, sobretudo, em relação ao rio Catuaba, que tem seu principal ponto de estrangulamento entre o baixo de Caieiras e o Condomínio Motinha – fato que se reflete sobre toda a sua bacia a montante. Neste sentido, o PDDU prevê a eliminação prioritária dos principais pontos de conflito e de estrangulamento que são constituídos pelos canais naturais de drenagem do rio Catuaba e da área serrana do bairro Leader, da macro-drenagem da bacia de Félix Thomas (projeto em execução), bem como da elaboração de um sistema integrado de drenagem de águas pluviais da 111 área do novo perímetro urbano, que deverá ajustar, redimensionar e ampliar a atual estrutura de macro-drenagem. Área de Energia Elétrica A rede de energia elétrica de Jacobina é suprida pelo sistema CHESF através de linha de transmissão que alimenta a sub-estação da COELBA, localizada às margens do acesso à cidade pela BR-324. O sistema conta com capacidade de ampliação da demanda urbana, inclusive pela desativação da Jacobina Mineração, um dos seus principais consumidores. Esta sub-estação alimenta também as regiões de Ourolândia e Umburanas, bem como Mundo Novo através de duas linhas de alta tensão (34,5 e 13,8KV, respectivamente), que margeiam / atravessam a área urbana de Jacobina, constituindo um grave problema, sobretudo, pelas ocupações informais na faixa de domínio das linhas de alta tensão das ocupações serranas da linha para Ourolândia e Umburanas. Desta forma, necessita-se a urgente relocação destas unidades bem como a retificação de alguns trechos da própria linha de alta tensão, a exemplo da linha de Mundo Novo, no fundo da estação rodoviária. A rede de distribuição atende a praticamente todos os logradouros da atual área urbana. O sistema de iluminação de iluminação pública, por seu lado, que atende hoje a cerca de 95% da área urbana, inclusive caminhos e ruas sem pavimentação, está em fase de ampliação e modernização a partir da introdução de lâmpadas a vapor de sódio. Visando a valorização dos seus espaços públicos e seu patrimônio monumental e natural, as praças, jardins e principais vias de comunicação da cidade, bem como seus mais importantes elementos do patrimônio histórico, devem, em geral, contar com iluminação específica, em especial do Centro Tradicional e do futuro jardim do rio Itapicuru Mirim, que atende funções centrais de lazer / esportes, inclusive no período noturno. Também deve ser destacado o caráter serrano / monumental da Cidade através de um sistema de iluminação especial de certos pontos estratégicos, como: o Alto do Cruzeiro, Jardins dos Topos dos Morros e a Muralha Serrana. ÁREA DE ESTRUTURA DE SERVIÇOS URBANOS Transporte Público A Estação Rodoviária, implantada em 1995 e localizada na Avenida Centenário, parte urbana da BR-324 na parte Oeste da Cidade, atende satisfatoriamente ao sistema de transporte de passageiros interestadual e intermunicipal. O transporte interestadual, a partir de Jacobina, é limitado, contando apenas com quatro linhas para Brasília, região Norte e São Paulo, sendo 112 Capim Grosso o terminal rodoviário mais importante da região. Em relação ao transporte intermunicipal, Jacobina se comunica com o resto do estado através de 22 linhas regulares cuja frota, em geral, tem problemas de conservação, e atendem, além de Salvador, sobretudo aos municípios mais próximos, tendo perém certa deficiência nos dias de funcionamento da feira. O transporte municipal e urbano que tem como terminal a Praça Dois de Julho, é efetivado através de empresas concessionárias da Prefeitura Municipal tendo três linhas municipais, atendendo parcialmente o município, e quatro linhas atendendo a maior parte da área urbana de Jacobina, exceto as áreas periféricas dos bairros de Grotinha, Serrinha e Mundo Novo. Também, os sistemas alternativos (Kombis, Taxis, Moto-táxis) têm como principal terminal a Praça Dois de Julho, destacando-se neste quadro o número elevado de Moto-táxis, cerca de 120 unidades. Neste contexto o PDDU propõe a adequação do transporte municipal as reais demandas bem como uma melhoria na qualidade dos serviços e equipamentos afins. Dentro de uma visão de racionalizar e disciplinar o serviço de transporte urbano, como de reestruturar a Praça Dois de Julho, num programa de valorização do Centro Tradicional, o PDDU prevê a incorporação do terminal de transporte urbano (oficial e informal) no contexto da atual estação rodoviária, estrategicamente localizado entre a Avenida Centenário e a Nova Avenida João Franco Brandão. Em relação ao atendimento do transporte urbano das diversas áreas de Jacobina, deve-se incluir sistematicamente as diversas áreas de expansão urbana, necessitando a curto prazo a extensão para o bairro Mundo Novo e uma melhor integração dos bairros de Serrinha e Grotinha no Sistema. Sistema de Limpeza Urbana O serviço de limpeza urbana da Cidade de Jacobina, é a cargo de um departamento municipal e compreende os serviços de coleta, varrição, limpeza e destino final. Observa-se que a coleta hospitalar já é efetivado de forma seletiva. As áreas problemas de coleta são, sobretudo, as áreas de difícil acesso das ocupações Serranas, inclusive da área do bairro Vila Feliz, devendo ser atendidos a partir da ampliação da pavimentação do sistema viário e urbanização dos acessos Serranos. A deposição final do lixo é efetivada desde 1989 em um lixão, nas margens da BA-421, há 9 Km do centro da Cidade, externo ao futuro perímetro urbano, mas dentro da bacia imediata da Lagoa Antônio Sobrinho que deverá ser transformada em Área de Proteção Ambiental – APA Municipal. Tendo em vista a fragilidade dos solos, esta região deve ser excluída dos estudos para 113 a implantação de um aterro sanitário, para o qual o Plano propõe sua localização nas imediações da futura estação de tratamento de esgotos, na entrada da cidade próximo a Escola Agrícola Municipal, visando ainda assim a racionalização no tratamento do seu “chorume”. Abastecimento Alimentar O Centro de Abastecimento, situado, no Centro Novo, à rua J. J. Seabra, abrange o mercado e a feira semanal, tradição baiana que mantém viva a integração urbano-rural do interior do Estado. O Centro extrapola o atendimento local e municipal, estendendo-se à outras regiões, constituindo-se numa forte âncora para o comércio local. Integrado ao Centro de Abastecimento, funciona ainda na mesma área a Cesta do Povo e a Panela do Povo com atendimento específico da população de menor poder aquisitivo, bem como o chamado Anexo II – o Ponto do Agricultor – constituindo com seu balcão coberto e suas bancadas fixas, uma extensão da própria feira. Visto a dinâmica e a importância para a estrutura comercial de Jacobina do complexo do Centro de Abastecimento, localizado estrategicamente no centro urbano da Cidade, mas que envolve nos dias de feira a ocupação das ruas vizinhas, interrompendo inclusive o tráfego da Avenida J. J. Seabra, faz-se urgente uma completa reestruturação e ampliação deste equipamento que data de início dos anos 80. Como solução ideal para a sua ampliação, apresenta-se a área contígua do atual Estádio Municipal que deverá ser relocado com instalações mais modernas e amplas, dentro contexto do Parque Urbano do Rio Catuaba. O fornecimento de carnes a partir das fazendas da região é feito em condições precárias de higiene, normalmente sendo os animais abatidos nas próprias fazendas, sendo assim urgente a instalação de um Abatedouro Municipal. A localização ideal deste equipamento é a Leste do maciço da Serra de Jacobina, nas imediações da Escola Municipal de Agricultura, bem como da projetada Estação de Tratamento de Esgoto da Cidade. Segurança Jacobina conta com a 24ª Companhia Independente da Polícia Militar, e tem uma sede precária no bairro Leader, que deverá ser substituída por instalações maiores e localizadas estrategicamente (diretriz Novo Centro – Parque Urbano Catuaba). O Complexo Polícial – Polícia Civil de Jacobina, é localizado na periferia Oeste da Cidade, bairro Pedra Branca, contando com suficientes instalações, incluindo uma cadeia pública com 14 celas. No entanto, o efetivo policial e seus equipamentos são considerados insuficientes, inclusive da Policia Militar, para atender a demanda e o porte de uma Cidade como Jacobina, devendo sofrer melhorias nas suas estruturas e equipamentos, bem como a ampliação dos seus efetivos. 114 Cemitério Jacobina conta atualmente com dois Cemitérios, o tradicional Jardim da Saudade, situado no bairro de Félix Thomás, que encontra-se com sua capacidade saturada, e desde 1996, com o Jardim do Campo Santo, em Pau de Ferro, periferia Oeste da Cidade. Para atender as demandas de curto e médio prazos e dentro de uma visão de regionalização deste serviço, deve-se prever uma terceira unidade na área do bairro de Jacobina IV. ÁREA DE ESTRUTURA SÓCIO-COMUNITÁRIA Saúde A atual rede de saúde da sede do município é constituída por dois hospitais, dois centros de saúde, três postos de saúde, cinco clínicas particulares e aproximadamente 30 consultórios. Os dois hospitais de direito privado, Associação Jacobinense de Assistência e a Fundação Hospital Regional Antônio Teixeira, com capacidade de 419 leitos, são integrados ao Sistema Único de Saúde – SUS e atendem a demanda atual possuindo ainda capacidade de ampliação dos seus serviços. O sistema de Centros e Postos de Saúdes de nível municipal, implantados a partir de critérios de regionalização dos serviços de saúde urbanos, atende a área central e parte dos bairros mais periféricos. A partir das demandas atuais e dentro da estrutura do Zoneamento do PDDU, deverá ser implantado a curto prazo um novo Centro de Saúde no bairro de Bananeiras e no futuro na região do Loteamento INOCOOP. Em relação aos Postos de Saúde, deverão ser atendidos ainda, a curto prazo, novos postos nos bairros Leader, Félix Thomás e Mutirão, e, no futuro, as áreas habitacionais emergentes da parte Oeste do perímetro urbano da Cidade. Para assegurar a melhoria dos serviços prestados pelo sistema, devem ser implantados programas de controle de doenças e de assistência à saúde da mulher e da criança. Educação A rede das escolas estadual (20 escolas), municipal (29 escolas) e particular (12 escolas) de 1º grau de Jacobina atende a demanda atual das diversas zonas da Cidade, com um total 13.572 alunos e deverá ser ampliada na medida da abertura de novas frentes de urbanização. A rede de ensino pré-escolar também é atendido pelos três níveis institucionais, contando com um total de 37 unidades para um total de 1.323 alunos, que deverá ser ampliado para atendimento a curto prazo na medida do crescimento demográfico da Cidade. 115 Em relação as duas unidades de ensino público de 2º grau, Jacobina é atendido pelo Ginásio Municipal Comuja com 36 salas e 832 alunos e o Colégio Estadual Deoclesciano Barbosa de Castro com um total de 33 salas e 197 alunos, ambos localizados na área central (Novo Centro), possuindo ainda capacidade de ampliação. Os três colégios privados conta no momento com 111 alunos. Com relação a ensino profissionalizante, Jacobina possui, além da Escola Municipal de Agricultura, localizada no pé da serra de Jacobina, a 5 Km da entrada da Cidade, apenas o curso de Magistério. Portanto, é de suma importância, para o novo perfil de Jacobina – Cidade de Serviços e de Artesanato, ligados ao ouro, pedras preciosas, semipreciosas e naturais, uma ampliação expressiva do ensino profissionalizante para as áreas de artes e ofícios sobretudo no segmento de bijouterias e de trabalho com pedras preciosas, a partir de um centro educacional específico, integrado ao contexto do Novo Centro Cultural e podendo contar com o apoio de instituições como SENAI, SENAC, SEBRAE, Secretaria de Minas e Energia, parcerias com a iniciativa privada, etc. A nível universitário, Jacobina possui uma Unidade da UNEB – Universidade do Estado da Bahia, localizado no Centro Novo, tendo matriculados em 1999, um total de 619 alunos e oferece atualmente cursos nas áreas de geografia, história e letras, e deverá integrar no futuro novos cursos como direito, e em função do caráter turístico e ambiental da Chapada Diamantina, também cursos de turismo e na área ambiental. Esportes e Lazer O esporte é relativamente valorizado, sendo o futebol com vários times oficiais, a modalidade mais praticada em Jacobina. O Estádio Municipal José Rocha Pires com capacidade para 3.000 espectadores necessita ampliação e melhoria de suas estruturas funcionais. Porém, sua inserção no contexto da área do Centro de Abastecimento da Cidade que constitui âncora da estrutura comercial e que também requer ampliação, conduz a integração da área do atual estádio para o Centro de Abastecimento e a uma relocação do estádio municipal. Desta forma, o futuro Estádio com uma capacidade prevista para cerca de 25.000 espectadores, destes 9.000 sentados, deve ser implantado juntamente a toda sua infra-estrutura, no contexto dos grandes equipamentos públicos do Parque Urbano do Rio Catuaba. O Ginásio da Cidade, uma construção recente com capacidade para 3.000 espectadores que atende bem as suas finalidades, deve ser melhor integrado no contexto urbano, através de um tratamento urbanístico da área de influência do Centro de Abastecimento. 116 As sete quadras poliesportivas públicas de esportes, situadas em diversos bairros da cidade, deverão ser ainda acrescidas, a curto prazo, mais três novas quadras, a fim de atender aos bairros de Jacobina III, Mutirão e Bananeiras. Observa-se que a Cidade possui ainda seis quadras esportivas de caráter privado nos Clubes e Colégios. Estrutura de Unidades de Vizinhança A partir da estratégia sócio-econômica de fortalecimento dos bairros, sobretudo dos populares e periféricos, o PDDU propõe a estruturação de Unidades de Vizinhança nas seguintes áreas relacionadas e em cartograma, sendo que a área dos bairros Jacobinas III e IV deverá ser considerado prioritário visto a extrema fragilidade das suas estruturas sociais. A Ampliação deste sistema deverá envolver no futuro os centros das novas nucleações urbanas. - Jacobinas III e IV; - Jacobina II; - Caeira; - Serrinha; - Bananeiras; - Catuaba; - Pedra Branca; - Peru; - Vila Feliz; - Grotinha; - Caixa D’Água; - Leader; - Ladeira Vermelha. Centro Administrativo Municipal A sede da Administração Municipal, localizada no Centro Tradicional da Cidade absorve em seu restrito espaço apenas uma parte da estrutura administrativa. Deve-se prever a médio prazo a concentração da Administração Municipal nume estrutura moderna no contexto das áreas institucionais da Zona do Parque Urbano do Rio Catuaba. ÁREA DE ESTRUTURA SÓCIO-CULTURAL Equipamentos de Cultura Além do Centro Cultural, localizado na Travessa da Justiça, no Centro Tradicional da Cidade, que possui apenas uma Biblioteca e uma sala com capacidade para 180 pessoas usada para pequenos eventos, a cidade conta ainda com o auditório da Associação Comercial e Industrial com capacidade para 100 pessoas, e uma pequena Concha Acústica que está sendo construído na Praça da Missão, no bairro de mesmo nome. A estes elementos devem ser, dentro da visão de estruturar Jacobina para uma Cidade de serviços e de atividades culturais, de animação e de lazer, integrados a uma maior estrutura de elementos – equipamentos culturais – desenvolvidos a partir de um Centro Cultural moderno e funcional, a ser implantado dentro de uma área verde remanescente de cerca de 4,5 ha, no bairro da Missão. Este Complexo Cultural tendo na sua estrutura um cine-teatro com capacidade para 400 lugares, um anfiteatro de 800 lugares para shows e grandes eventos, um salão de convenções, espaços para exposições e oficinas de criatividade, uma biblioteca e um museu regional de tradição e cultura. 117 CARTOGRAMA Nº 09 – ESTRUTURA DE UNIDADE DE VIZINHANÇA INSERIR DESENHO\6º RELATORIO\DESENHO\CARTO 09 118 Patrimônio Histórico Arquitetônico Jacobina, na sua trajetória de Vila Indígena catequizada pelos Franciscanos no século XVII, como o Centro do Ciclo do Ouro na Bahia – posição essa que perdurou por quase dois séculos – e em seu processo de afirmação como centro urbano regional, construiu um lastro de memória não só no seu patrimônio arquitetônico (igreja, casas, casarões) mas também na morfologia urbana do tecido urbano do seu centro tradicional configurado pelos seus largos, praças, ruas e vias, junto ao rio Itapicuru-Mirim, situado entre os dois pólos históricos da Cidade: as Missões e a Igreja Matriz. Entre os bens patrimoniais de Jacobina constituem destaques as edificações tombadas pelo IPHAN em 1972: - a Igreja da Missão, na praça e bairro de mesmo nome, também conhecida como a Capela do Bom Jesus da Glória, construída em 1705, na campanha de catequização dos índios Paiaiás; - a Igreja da Conceição, padroeira da Cidade, próxima à praça Rio Branco, construída em 1759. E pelo IPAC: - a Igreja Matriz de Santo Antônio (século XIX), na Praça da Matriz (formada pelas atuais Praças, Rui Barbosa e Castro Alves), construída em meados do século passado. Encontrase hoje bastante descaracterizada; - a Casa Paroquial de Jacobina, à rua Prof. Tavares, próxima à Igreja da Matriz, construída no final do século XIX; - a Casa de Dona Virgiliana Velloso, na esquina das Praças, Castro Alves e Rui Barbosa. - a Igreja São Miguel das Figuras, outrora centro de peregrinação, com a devoção voltada para o Arcanjo São Miguel. Constituiu-se em elemento de atração turística, mas, desde 1995, encontra-se abandonada. Bens patrimoniais propostos para tombamento Municipal: - a Casa Veloso, na Praça Castro Alves, datando do início do século XIX; - vários monumentos religiosos no interior do município, como a Capela São Vicente, em Caatinga do Moura, a Igreja Santa Rosa de Lima, a Casa do Sr. Marcelino, em Paraíso, a Casa de Fazenda Medeiros, em Itaitu, e a Igreja de São João, na Vila de Itapeipu. 119 - os sobrados e casarios antigos do Centro Tradicional de Jacobina formando belos conjuntos. Os seus monumentos mais importantes ai se integram acentuando as características históricas do seu tecido urbano. Nesse contexto, o PDDU propõe, por um lado, o tombamento municipal dos monumentos ainda não protegidos, inclusive os externos ao perímetro urbano. Esse processo far-se-á mediante Lei da Câmara Municipal, com base num projeto específico, fundamentado em estudos técnicos que apontem condições de uso-sustentabilidade. Propõe também, que sejam adotadas medidas específicas de preservação destes bens patrimoniais, extensivas aos conjuntos já protegidos pelo IPHAN e IPAC, e também, as antigas fachadas e construções tradicionais no perímetro do seu Centro Tradicional, hoje descaracterizadas, devendo ser recuperadas vez que muitas delas ainda preservam a sua substância arquitetônica original. PATRIMÔNIO NATURAL E PAISAGÍSTICO Aliado à sua história e ao sítio excepcional de serras e vales que integra a Cidade, Jacobina dispõe não só de um excepcional patrimônio paisagístico que compõe a sua imagem de marca, mas também um vasto patrimônio natural formado por ecossistemas serranos e por uma malha de recursos hídricos. Para a preservação e valorização desse patrimônio paisagístico e natural, o PDDU propõe sua integração formal ao Sistema de Áreas Verdes da Cidade, estabelecendo parâmetros, dentro de um tratamento diferenciado a partir de critérios e diretrizes do Zoneamento, apontando condições e finalidades científicas, educacionais, lazer e recreação e de utilização sustentável. Em resumo, o conjunto de ações setoriais pode ser dividido em dois blocos: ações prioritárias / estruturantes e ações emergências de curto prazo, que são destacadas a seguir: - Ações Estruturantes e Prioritárias - Implantação do Parque Urbano do Rio Catuaba; - Reestruturação do acesso principal a Cidade com implantação do Portal da Cidade e ampliação da 1ª Ponte e construção de uma passarela de pedestres para o bairro da Grotinha. - Urbanização dos caminhos e acessos das ocupações serranas; - Implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário; - Eliminação dos pontos de estrangulamento dos canais naturais de drenagem e implantação de macro-drenagem serrana do bairro Leader; 120 - Implantação do terminal integrado rodoviário urbano; - Implantação do Aterro Sanitário de lixo; - Reestruturação e ampliação do Centro de Abastecimento; - Implantação do Centro Cultural; - Implantação do Centro de Saúde do bairro Bananeiras; - Implantação de estrutura escolar para as artes e ofícios (bijouterias, etc.); - Transferência do Estádio Municipal para o Parque Urbano do Rio Catuaba; - Implantação de um Centro Administrativo Municipal no Parque Urbano do Rio Catuaba; - Estruturação dos sistemas de apoio das Unidades de Vizinhança; - Desenvolvimento de programas habitacionais para o atendimento à população de baixa renda. - Implantação de mais três novas quadras esportivas, a fim de atender aos bairros de Jacobina III, Mutirão e Bananeiras. - Pavimentação dos principais acessos aos bairros periféricos, bem como complementação da pavimentação de ruas dos bairros periféricos; - Macro-drenagem da bacia Félix Thomás; - Relocação das unidades habitacionais nas faixas de domínio das linhas de alta tensão; - Melhoria do sistema de limpeza urbana nas áreas problemas, sobretudo nas áreas serranas; - Gestões para melhoria da segurança pública na Cidade; - Implantação dos Postos de Saúde dos bairros Leader, Félix Thomás e Mutirão; - Gestões para implantação do centro profissionalizante de artes e ofícios (artesanato de ouro). 121 CARTOGRAMA Nº 10 – AÇÕES ESTRUTURANTES E PRIORITÁRIAS INSERIR DESENHO\6º RELATORIO\DESENHO\CARTO 10 122 3. ANEXOS 123 3. ANEXOS DESCRIÇÃO DO PERÍMETRO URBANO Inicia-se no eixo da BA-421 a 6 Km Sul da BR-324 (limite do Parque da Lagoa Antônio Sobrinho), daí seguindo a Leste por uma perpendicular à essa rodovia até interceptar o sopé da cota 500m do maciço (limite da ZCE-Itapicuru). Contorna a Noroeste o sopé desta mesma cota até o ponto em que se traça uma perpendicular em relação à via principal de acesso a Vila Itapicuru, a uma distância equivalente a 50 metros do eixo da rua. Segue 700 metros paralelos a esta rua, retornando ao seu eixo e ligando ao sopé da cota 440m próximo ao eixo do Rio Itapicuru Mirim por uma reta a Noroeste (limite do Maciço Norte do Sistema de Áreas Verdes-SAV) ao ponto 3,6Km após a última ponte sobre o Rio Itapicuru Mirim, na Avenida Lomanto Júnior (limite da zona Rio do Ouro-Bananeiras). Deste ponto, segue este sopé a Leste até uma projeção perpendicular de uma paralela a 150 metros da via de acesso a Escola Orlando Oliveira Pires. Daí, segue esta paralela até interceptar o sopé da cota 440m do outro lado do rio Itapicuru Mirim, retornando a Oeste por este sopé, atravessando perpendicularmente o rio Cochó por uma paralela a 200 metros do eixo do Rio Itapicuru Mirim e seguindo o mesmo sopé até o ponto a 3,6Km após a última ponte sobre o Rio Itapicuru Mirim, na Avenida Lomanto Júnior, percorrendo 6Km subindo e seguindo em direção a cumeada do Maciço Norte. Daí, segue 1,7Km até a cumeada a Oeste e acompanhando a Sul 2Km desta cumeada. Deste ponto, desce por uma perpendicular até o sopé da cota 580m (limite da zona Félix Thomás) seguindo-o a Oeste até a projeção perpendicular da última ocupação urbana do Loteamento Vila Feliz. Desce por esta perpendicular até o sopé da cota 540m, seguindo 800 metros a Oeste, descendo suavemente para o sopé da cota 520m (limite da zona INOCOOP). Deste ponto, liga-se a Oeste ao curso do braço do Rio Catuaba, seguindo seu curso até interceptar o sopé da cota 460m, após o Rio Catuaba. Daí, segue esta cota a Sul até interceptar uma paralela a 300 metros do eixo da BR-324 (limite da zona Catuaba), seguindo 2,5Km a Noroeste desta paralela. Deste ponto, atravessa perpendicularmente a BR-324 até 300 metros do seu eixo (limite da zona Aeroporto), seguindo por uma paralela a Sudeste até encontrar com uma paralela a 300 metros Sudoeste do eixo da BA421, retornando perpendicularmente ao eixo desta rodovia (limite com o Parque da Lagoa Antônio Sobrinho) e, daí, seguindo este eixo até o ponto Inicial. DESCRIÇÃO DO ZONEAMENTO CENTRO TRADICIONAL Inicia-se na interseção das ruas dos Artistas e São Salvador (limite da zona Rio do OuroBananeiras), seguindo seu eixo a Oeste até interceptar o eixo da Rua das Laranjeiras seguindo seu eixo Norte até interceptar a Rua do Cajueiro e seguindo-a a Oeste até encontrar com a Rua 124 José de Pedro Alves. Deste ponto, segue seu eixo Oeste e entronca com a Rua Presidente Medici, seguindo seu eixo até encontrar com o eixo da Rua Antônio M. A. de Mesquita e entroncando com a Rua Adelson Brito, seguindo-a a Norte até interceptar a Travessa Florisvaldo Barberino (limite da zona Félix Thomás). Segue esta rua até interceptar a rua Antônio A. Mesquita, seguindo-a a Norte até a Rua João Batista Figueiredo, seguindo este eixo a Oeste até uma projeção perpendicular a esta rua dos fundos das ocupações urbanas da Rua Antônio A. Mesquita, interceptando o sopé da cota 500m e descendo o eixo da rua a Sul até interceptar o eixo da Rua Hubaldino M. Passos. Deste ponto, segue o eixo desta rua a Oeste até interceptar a Rua 8 de Dezembro, seguindo seu eixo Sul, atravessando a Avenida Nossa Senhora da Conceição até interceptar o eixo do Rio Catuaba. Deste ponto, segue seu eixo Leste até o fundo dos lotes do Loteamento Guadalajara em sua porção Oeste, prolongando e interceptando o eixo da Avenida João Franca Brandão. Daí, segue em direção ao eixo da Avenida Lomanto Júnior, Rua Landulfo Alves até a projeção da última ocupação urbana no bairro da Grotinha, ligando-se perpendicularmente ao eixo do Rio Itapicuru Mirim. Daí, seguem 250 metros a Oeste por este eixo e traça uma reta perpendicular em relação a Rua do Rosário, seguindo seu eixo a Oeste até interceptar o eixo do Beco dos Ferreiros. Deste ponto, segue este eixo a Norte, atravessando a Praça Miguel Calmon e seguindo pela Travessa Coronel Fulgêncio Figueiredo, interceptando a Rua de mesmo nome e seguindo seu eixo a Norte até a Rua Professor Tavares, de onde segue em direção Oeste com a Rua Alice H. Figueiredo e a Rua São Salvador, ligando-se ao ponto inicial. CENTRO NOVO Inicia-se na interseção da Avenida Centenário e Rua Alagoinha, seguindo o eixo da Avenida Centenário a Leste até interceptar o eixo da 2º Avenida e seguindo seu curso até interceptar o eixo da Rua Reinaldo Jacobina, seguindo seu eixo Leste até o eixo da Rua 13, seguindo-o a Sul e interceptando o eixo da Rua 01. Deste ponto, segue o eixo desta rua a Leste interceptando o eixo da Rua Ernesto Pires, seguindo-o a Sul, interceptando o eixo da Rua Francisco Brito, seguindo-o a Leste e interceptando o eixo da Rua Alberto Torres, seguindo-o até interceptar o eixo da Travessa Alberto Torres, seguindo-o a Leste e interceptando o eixo da Rua São Bernardo, seguindo-o a Norte, interceptando o eixo da Rua Otacílio Souza, seguindo-o a Leste interceptando o eixo da Rua Tiradentes, seguindo seu eixo Norte, interceptando o eixo da Praça da Conquista, seguindo a Leste até interceptar o eixo da Rua Landulfo Alves, seguindo seu eixo a Oeste até o ponto inicial. 125 ZONA RESIDENCIAL 1 – SERRANA – SERRINHA – GROTINHA Inicia-se no eixo da Rua Landulfo Alves, 200 metros após a última ponte sobre o Rio Itapicuru Mirim na Praça da Concórdia (limite do Centro Novo), seguindo o eixo Oeste desta praça até interceptar o eixo da Rua Tiradentes de onde segue a Sul para o eixo da Rua Otacílio Souza. Daí, segue 160 metros o eixo da Rua São Bernardo e liga-se por uma reta ao eixo da Rua Padre Germano e interceptando o sopé da cota 510m (limite da zona Mundo Novo), seguindo este sopé em direção Norte (limite do Maciço Sul) até interceptar o eixo da Rua Tiradentes e seguindo 200 metros do seu eixo Norte. Daí, atravessa a Rua Otacílio Souza e segue até a última ocupação urbana, contornando a Norte, pelas últimas ocupações, o Alto do Cruzeiro. Após as ocupações, seguem 300 metros pelo sopé da cota 500m, traçando uma perpendicular de 120 metros em relação ao sopé da cota 520m a Leste até inerceptar esta última. Daí, seguem 400 metros por este sopé rebaixando para o sopé da cota 500m e pelo fundo das atuais ocupações urbanas da rua Santo Antônio, ligando-se perpendicularmente ao eixo da rua Landulfo Alves, seguindo este eixo até o ponto inicial. ZONA RESIDENCIAL 1 – SERRANA – PERU Inicia-se por uma paralela à Rua Alagoinha a 750 metros do eixo da Avenida Centenário Limite das zona Alto do Peru e zona Jacobinas III e IV). Segue esta paralela a Norte pelo fundo das atuais ocupações urbanas, contornando sempre as atuais ocupações e seguindo pelo eixo da travessa da 2ª Avenida até atingir o eixo desta última. (limite da zona Mundo Novo). Deste ponto, segue esta última a Norte até atingir o eixo da Avenida Centenário (limite do Centro Novo), seguindo seu eixo Oeste e atingindo o eixo da Rua Alagoinha (limite do Parque Urbano do Rio Catuaba e zona Avenida Centenário). Daí segue o eixo desta última até a projeção perpendicular (limite do Parque da Lagoa Antônio Sobrinho) com esta rua do ponto inicial. ZONA RESIDENCIAL 1 – SERRANA – RIO DO OURO – BANANEIRAS Inicia-se pela interseção das ruas dos Artistas e São Salvador (limite com o Centro Tradicional), seguindo seu eixo a Leste, pelo eixo da Rua Alice R. Figueiredo, eixo da Rua Professor Tavares até entroncar com o eixo da Rua Bela Vista, seguindo seu eixo Sul até entroncar com o eixo da Rua Coronel Fulgêncio Figueiredo. Daí, segue a Leste até a interseção com a travessa de mesmo nome, atravessando a Praça Miguel Calmon e seguindo 100 metros o eixo do Beco dos Ferreiros, seguindo 100 metros em direção Leste e contornando o fundo das ocupações da Rua do Rosário. Deste ponto segue perpendicularmente em relação a Rua do Rosário, até o eixo do Rio Itapicuru Mirim, seguindo 3,2Km este eixo (limite do Maciço Sul) e projetando uma reta 100 metros a Norte em direção a cumeada do Maciço (limite do Maciço Norte). Daí, segue paralelo ao Rio Itapicuru Mirim até encontrar as atuais ocupações urbanas do 126 bairro Bananeiras, contornando-as a Leste. Após a última ocupação, seguem 600 metros em linha reta a Sul, atravessando 170 metros perpendiculares a Rua São Jorge e seguindo 350 metros a Norte em linha reta. Daí, contorna as atuais ocupações urbanas da última travessa a Oeste da Rua São Jorge, descendo e seguindo pelo fundo das ocupações urbanas das ruas e travessas São Sebastião, Libanês Saturnino, Santo Inácio, Alto Bonito, Karder Ribeiro, São Geraldo, Santa Teresa e Areia. A partir da última ocupação seguem 200 metros pelo sopé da cota 520m e atravessa perpendicularmente a Rua Margem do Rio do Ouro e o Rio do Ouro até o sopé da cota 500 metros, percorrendo 200 metros por este sopé, subindo em direção Oeste para o sopé da cota 560m, contornando as atuais ocupações urbanas no fundo da Rua Antônio M. A. de Mesquita até interceptar o eixo da Rua Adelson Brito (limite da zona Félix Thomás), seguindo seu eixo a Sul e interceptando o eixo da Rua Antônio M. A. de Mesquita (limite do Centro Tradicional). Deste ponto segue a Oeste por esta rua e interceptando o eixo da Rua Presidente Medici, seguindo seu eixo Sul até o eixo da Rua São José de Prado Alves. Daí, segue em direção Sudoeste até o eixo da Rua Cajueiro, seguindo-a até a interseção com a Rua das Laranjeiras, segue a Sudoeste esta rua até o eixo da Rua São Salvador, ligando-se ao ponto inicial. ZONA RESIDENCIAL 2 – FÉLIX THOMÁS Inicia-se na interseção da Rua Antônio A. Mesquita e a Travessa Florisvaldo Barberino (limite do Centro Tradicional), seguindo 650 metros o eixo Leste desta última, daí seguindo perpendicularmente e interceptando o sopé da cota 580m (limite da zona Rio do Ouro-Bananeiras e o Maciço Norte), seguindo a Noroeste até a projeção perpendicular da última ocupação urbana do Loteamento Vila Feliz (limite do Perímetro Urbano). Desce por esta perpendicular até o sopé da cota 540m, seguindo 350 metros a Oeste e descendo até a cota 520m. Deste ponto, liga-se ao sopé da cota 580m a Sudeste, contornando-o a Sul até o eixo da rua defronte a Oeste da Rua João Batista Figueiredo. Segue o curso dessa rua até a interseção com a rua Antônio A. Mesquita (limite do Centro Tradicional), seguindo a Sul até o ponto inicial. ZONA RESIDENCIAL 2 – INOCOOP Inicia-se na Rua Ladeira Vermelha a 1,5Km da Avenida Nossa Senhora da Conceição (limite do Perímetro Urbano) atravessando perpendicularmente o Rio Catuaba até o sopé da cota 460m, seguindo 900 metros a Sul este sopé e daí projetando-se perpendicularmente ao eixo da Avenida Nossa Senhora da Conceição (limite da zona Catuaba). Daí, segue este eixo a Sudeste (limite do Parque Urbano do Rio Catuaba) E DA Rua Castelo Branco até interceptar com a primeira rua após a travessa São Cristovão (limite com o Centro Tradicional). Segue o eixo dessa rua a Noroeste até interceptar com a primeira rua, seguindo o eixo desta última a Leste até a primeira travessa da Rua Hubaldino M. Passos. Segue o eixo dessa travessa, contornando as atuais ocupações urbanas a Oeste desta travessa do bairro de Caeira até interceptar o sopé da cota 127 520m. Daí segue este sopé a Norte até interceptar o fundo dos lotes projetados do Loteamento Vila da Granja. Seguem 400 metros pelo fundo desses lotes a Norte Ligando-se perpendicularmente a cota 520m e seguindo este sopé até interceptar o eixo da via que liga a Ladeira Vermelha até a Avenida Nossa Senhora da Conceição. Seguem 250 metros a Sudoeste por este eixo até interceptar como o sopé da cota 560m (limite da zona Félix Thomás). Deste ponto, liga-se perpendicularmente ao sopé da cota 520m (limite do Perímetro Urbano) e segue 430 metros do seu curso a Leste, ligando-se ao curso do braço do Rio Catuaba e seguindo-o até atingir o ponto inicial. ZONA RESIDENCIAL 2 – CATUABA Inicia-se a 300 metros Noroeste da interseção da BR-324 e BA-421 (limite da zona Aeroporto), traçando uma paralela a Sudoeste em relação a BA-421 de 1,8Km (limite do Perímetro Urbano). Deste ponto, segue em direção perpendicular a esta rodovia a até 300 metro s após a ela (limite do Parque da Lagoa Antônio Sobrinho), retornando a Nordeste 1,6Km paralelos a BA421 (limites das zona Avenida Centenário e Parque Urbano do Rio Catuaba). Deste ponto liga-se por uma reta a interseção da BA-421 com a BR-324 e seguem 120 metros em direção ao eixo da Avenida Nossa Senhora da Conceição. Daí, retorna 200 metros em direção ao eixo da BR-324 (limite da zona INOCOOP), ligando-se perpendicularmente ao sopé da cota 460m e seguindo 150 metros a Nordeste (limite do Perímetro Urbano), daí, indo 2,5Km em direção Noroeste e a 300 metros paralelos a BR-324. Deste ponto, atravessa perpendicularmente a BR-324 até 50 metros após o seu eixo (limite da zona Aeroporto), retornando 500 metros a Sudeste paralelos a esta BR. Daí, retorna perpendicularmente ao eixo da BR-324, seguindo seu eixo até o ponto inicial. ZONA RESIDENCIAL 2 – AEROPORTO Inicia-se no eixo da BR-324 a 300 metros Noroeste da interseção com a BA-421 (limite da zona Catuaba), seguindo 1,9Km do eixo da BR-324 a Noroeste. Deste ponto, segue 50 metros a Sudoeste por uma perpendicular à BR-324 seguindo 500 metros a Sudoeste. Daí, seguem 250 metros por uma perpendicular a Sudoeste em relação a BR-324 (limite do Perímetro Urbano), retornando a Sudeste por uma paralela a 300 metros a Noroeste do eixo da BA-421 e retornando ao ponto inicial (limite da zona Catuaba). ZONA RESIDENCIAL 2 – JACOBINAS III e IV Inicia-se na interseção das ruas Alagoinha e via Jacobina III-Vila Itapicuru (limite da ZCEItapicuru), seguindo 300 metros do eixo desta última e seguindo pelo sopé da cota 510m até encontrar a última ocupação urbana do bairro Jacobina III (limite do Maciço Sul). Daí, contorna este bairro e o Loteamento Morada do Sol até interceptar o sopé da cota 510m, contornando 650 metros por este sopé. Deste ponto, seguem 100 metros perpendiculares a esta cota em direção 128 Norte (limite da Zona Mundo Novo) e daí, ligando-se ao sopé da cota 480m a Oeste e seguindo-o (limite da zona Alto do Peru) até uma perpendicular em relação ao lado Noroeste da Rua Alagoinha (limite da zona Peru). Seguem a Sudoeste 200 metros deste lado da Rua Alagoinha (limite do Parque da Lagoa Antônio Sobrinho), entrando na próxima rua perpendicular à esta primeira e, percorrendo, do mesmo lado, 550 metros até a interseção da rua em planta, percorrendo-a 350 metros e encontrando com a outra rua em planta. Deste ponto, percorre 100 metros a Sudoeste desta rua até a interseção com a rua em planta, onde se percorre 450 metros Limite da ZCE-Itapicuru), entroncando com a Rua Alagoinha e retornando ao ponto inicial. ZONA RESIDENCIAL 3 – AVENIDA CENTENÁRIO Inicia-se na interseção da Avenida São Francisco de Assis (BA-421) com a Avenida Centenário (limite das zona Catuaba e Parque Urbano do Rio Catuaba) ligando-se ao fundo das atuais ocupações urbanas do Loteamento Nova Jacobina, até interceptar a uma paralela a 300 metros da Avenida São Francisco de Assis (BA-421). Deste ponto, seguem 950 metros a Sudoeste paralelos a esta rodovia, interceptando o lado Sudoeste da via que liga à Avenida Centenário e à Avenida São Francisco de Assis (limite do Parque da Lagoa Antônio Sobrinho), percorrendo por este lado da via até a ponte sobre o Rio Canavieira, daí, seguindo seu curso a Leste até a uma perpendicular à Rua Alagoinha, a uma distância de 250 metros da interseção com a Avenida Centenário (limite com o Centro Novo e o Parque Urbano do Rio Catuaba), seguindo o eixo a Oeste desta última até o ponto inicial. ZONA RESIDENCIAL 3 – MUNDO NOVO Inicia-se na interseção da Rua Reinaldo Jacobina com a 2ª Avenida do bairro Jacobina I (limite do Centro Novo e zona Peru). Seguem 270 metros no eixo Sul da 2ª Avenida entrando na travessa a Oeste e contornando a Sul por 400 metros no eixo da travessa João Teixeira (limite da zona Alto do Peru). Deste ponto, liga-se por uma reta perpendicular de 250 metros ao sopé da cota 520 metros a Oeste. Daí liga-se 100 metros perpendicular ao sopé da cota 510m do pequeno morro a Sul (limite da zona -Jacobinas III e IV), seguindo 900 metros este sopé a Leste (limite do Maciço Sul) e subindo para o sopé da cota 550m e seguindo-o a 1,6Km a Norte até interceptar o eixo da Rua Padre Germano (limite da zona -Serrinha-Grotinha), seguindo-o 300 metros a Norte em linha reta interceptando o eixo da Rua São Bernanrdo, seguindo o eixo da Travessa Alberto Torres até interceptar com o eixo da rua de mesmo nome (limite do Centro Novo). Daí, segue seu curso a Sul até interceptar com o eixo da Rua Francisco Brito, seguindo a Oeste e interceptando com o eixo da Rua Ernestino Pires, seguindo seu eixo Norte até interceptar com o eixo da Rua 1, seguindo seu eixo Oeste até interceptar com o eixo da Rua 13, retornando ao eixo da Rua Reinaldo Jacobina, ligando-se ao ponto inicial. 129 ZONA RESIDENCIAL 4 – ALTO DO PERU Inicia-se por uma paralela à Rua Alagoinha a 750 metros do eixo da Avenida Centenário (limite da zona -Peru e zona -Jacobinas III e IV). Segue esta paralela a Norte pelo fundo das atuais ocupações urbanas, contornando sempre as atuais ocupações até atingir o eixo da Travessa João Teixeira (limite da zona -Mundo Novo). Deste ponto, liga-se por uma reta perpendicular de 250 metros ao sopé da cota 520m a Oeste, descendo em direção Oeste ao sopé da cota 480m e seguindo-o até o ponto inicial (limite da zona -Jacobinas III e IV). ZONA DE CONTROLE DE EXPANSÃO – ZCE-ITAPICURU Inicia-se por uma paralela a 50 metros do eixo da via Jacobina III-Vila Itapicuru, a 300 metros do entroncamento com a Rua Alagoinha (limite do Maciço Sul), percorrendo 1,4Km paralelos a esta via, contornando perpendicularmente a Nordeste 120 metros, seguindo paralelamente 250 metros até encontrar o sopé da cota 520m e seguindo-o até a última ocupação urbana da Vila Itapicuru. Deste ponto, segue perpendicularmente a via Jacobina III-Vila Itapicuru até 50 metros após ao eixo desta via (limite do Perímetro Urbano), seguindo-a 700 metros paralelos a Oeste e encontrando com o eixo da bifurcação da via Jacobina III-Vila Itapicuru. Daí segue a Oeste perpendicularmente até encontrar com o sopé da cota 500m, seguindo-o a Oeste 3,3Km. Deste ponto, liga-se, através de uma reta perpendicular em relação a BA-421, até a 1,75Km do lado Noroeste da via (limite do Parque da Lagoa Antônio Sobrinho). Segue esta via a Nordeste por 4Km até encontrar com a ligação para a Rua Alagoinha, seguindo o eixo desta ligação até o eixo da Rua Alagoinha (limite da zona -Jacobinas III e IV), seguindo seu eixo Nordeste até interceptar com o eixo da via Jacobina III-Vila Itapicuru. Daí, seguem 300 metros por este eixo e liga-se à uma perpendicular a Nordeste, encontrando com o ponto inicial (limite do Maciço Sul). ZONA DE CONTROLE DE EXPANSÃO – ZCE-CORREDOR ITAPICURU MIRIM – BR-324 Inicia-se no eixo do Rio Itapicuru Mirim, a 3,6Km a Leste, após a última ponte sobre o mesmo rio na Avenida Lomanto Júnior (limite da zona -Rio do Ouro-Bananeiras e Maciço Sul), seguindo a Sul por uma perpendicular em relação ao sopé da cota 440m até este último, seguindo-o a Leste (limite do Perímetro Urbano) até uma projeção perpendicular de uma paralela a 150 metros da via de acesso a Escola Orlando Oliveira Pires. Daí, segue esta paralela até interceptar o sopé da cota 440m do outro lado do rio Itapicuru Mirim, retornando a Oeste por este sopé, atravessando perpendicularmente o rio Cochó por uma paralela a 200 metros do eixo do Rio Itapicuru Mirim e seguindo o mesmo sopé até o ponto a 3,6Km após a última ponte sobre o Rio Itapicuru Mirim, na Avenida Lomanto Júnior, daí retornando ao ponto inicial. 130 PARQUE URBANO DO RIO CATUABA Inicia-se na interseção da BA-421 (Avenida São Francisco de Assis com a Avenida Centenário (limite com as zona -Catuaba e a zona -Avenida Centenário), seguindo o eixo Sudoeste desta última até interceptar com o eixo da Avenida João Fraga Brandão (limite do Centro Novo), seguindo seu eixo Nordeste 350 metros de onde contorna o fundo dos lotes do Loteamento Guadalajara em sua porção Oeste (limite Centro Tradicional), até interceptar o eixo do rio Catuaba, seguindo 350 metros do seu curso Oeste, retornando perpendicularmente a Avenida Nossa Senhora da Conceição (limite da zona -INOCOOP) e seguindo seu eixo a Oeste até o ponto inicial. PARQUE NATURAL DA LAGOA ANTÔNIO SOBRINHO Inicia-se no eixo da BA-421 a 6Km Sul da BR-324 (limite do Perímetro Urbano), daí, seguindo a Leste por uma perpendicular à esta rodovia até o lado Noroeste da via (limite da ZCEItapicuru), seguindo seu curso Nordeste até o primeiro acesso, deste mesmo lado do Loteamento Jacobina IV (limite da zona -Jacobinas III e IV).Deste ponto, segue este acesso, até interceptar a via principal de acesso, seguindo seu lado Norte até 250 metros antes do entroncamento com a Avenida Centenário. (limites das zona -Peru e zona -Avenida Centenário). Daí, liga-se por uma perpendicular ao lado Norte do leito do Rio Canavieiras, seguindo seu curso Oeste até interceptar o lado Nordeste da via que liga o bairro Jacobina II à Avenida São Francisco de Assis (BA-421). Daí, segue a Noroeste por este lado até interceptar uma paralela a 300 metros Sudeste da Avenida São Francisco de Assis (BA-421, limite da zona -Catuaba), seguindo 650 metros a Sudoeste esta paralela e retornando por uma perpendicular ao lado Sudeste da mesma avenida. Daí, segue esta rodovia até o ponto inicial (limite do Perímetro Urbano). MACIÇO NORTE Inicia-se a 100 metros do eixo do Rio Itapicuru Mirim, no sopé da cota 440m, a 3,6Km a Leste, após a última ponte sobre o mesmo rio na Avenida Lomanto Júnior. Deste ponto percorre 6Km (limite do Perímetro Urbano) subindo e seguindo a cumeada do Maciço Norte. Daí, segue 1,7Km até a cumeada a Oeste e acompanhando a Sul 2Km desta cumeada. Deste ponto, desce por uma perpendicular até o sopé da cota 580m (limite da zona -Félix Thomás) seguindo-o a Sul até aproximar da Rua Antônio M. A. de Mesquita, no sopé da cota 560m. Daí, segue a Leste descendo até o sopé da cota 500m (limite da zona -Rio do Ouro-Bananeiras), já próximo ao curso do Rio do Ouro, atravessando perpendicularmente a Rua Rio do Ouro a uma distância de 370 metros do cruzamento com a Rua Princesa Isabel até o sopé da cota 520m. Deste ponto, seguem 200 metros pelo sopé da cota a Sul, descendo e seguindo pelo fundo das atuais ocupações urbanas das ruas e travessas da Areia, Santa Teresa, São Geraldo, Karder Ribeiro, Alto Bonito, 131 Santo Inácio, Libanês Saturnino e São Sebastião. Após contornar as atuais ocupações urbanas da última travessa a Oeste da Rua São Jorge, seguem 350 metros em linha reta a Norte, atravessando 170 metros perpendicular a Rua São Jorge, retornando 600 metros em linha reta a Sul. Daí, segue pelo fundo das atuais ocupações urbanas do bairro Bananeiras até o ponto inicial (limite do Perímetro Urbano). MACIÇO SUL Inicia-se no eixo do Rio Itapicuru Mirim, a 3,6Km a Leste, após a última ponte sobre o mesmo rio na Avenida Lomanto Júnior (limite da zona -Rio do Ouro-Bananeiras), seguindo o eixo Norte deste rio até a uma projeção perpendicular ao rio, para as primeiras ocupações urbanas do bairro Grotinha. Daí, segue esta perpendicular, seguindo o limite das atuais ocupações urbanas da Rua Santo Antônio (limite da zona -Serrinha-Grotinha). No final destas ocupações, seguem 550 metros pelo sopé da cota 520m, traçando uma perpendicular de 120 metros em relação a esta até atingir o sopé da cota 500m, seguindo-o seu curso Norte até o início das atuais ocupações urbanas. A partir deste ponto, segue por trás destas ocupações, contornando o Alto do Cruzeiro. Após a última ocupação, atravessa a Rua Otacílio Souza até o eixo da Rua Tiradentes, seguindoa a 1,7Km a Sul, pelo sopé da cota 550m (limite da zona -Mundo Novo). Deste ponto, desce para a cota 510m, contornando o pequeno morro a Oeste (limite da zona -Jacobinas III e IV) por esta cota até encontrar o fundo dos lotes do Loteamento Morada do Sol. Deste ponto, contorna a Sudoeste este loteamento e o bairro de Jacobina III até encontrar novamente o sopé da cota 510m, seguindo por este sopé 800 metros e encontrando uma paralela a 50 metros a Leste da via Jacobina III-Vila Itapicuru (limite da ZCE-Itapicuru). Daí, percorre 1,4Km paralelos a esta via, contornando perpendicularmente a Nordeste 120 metros, seguindo paralelamente 250 metros até encontrar o sopé da cota 520m e seguindo-o até encontrar com a última ocupação urbana da Vila Itapicuru. Deste ponto, segue perpendicularmente até a via Jacobina III-Vila Itapicuru. Daí, segue através de uma reta ao ponto inicial (limite do Perímetro Urbano). 132 4. DESENHOS 133 4. DESENHOS - DE-2310-950-001 - PERÍMETRO URBANO E ZONEAMENTO - DE-2310-950-002 – MACRO ESTRUTURA VIÁRIA / ESPAÇOS PÚCLOS 134 INSERIR DESENHO\6º RELATORIO\DE-2310-950-001 INSERIR DESENHO\6º RELATORIO\DE-2310-950-002 135