UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO FACULDADE DE MEDICINA AVALIAÇÃO INTERNA DA FACULDADE DE MEDICINA RELATÓRIO FINAL (Draft 2) LUANDA, 2006 1/108 Ficha catalográfica Preparada pela Biblioteca do …………………………………………………………................. Centro de Estudos Avançados em Educação e Formação Médica Avaliação Interna da Faculdade de Medicina – Faculdade de Medicina – Universidade Agostinho Neto 2006 -- Luanda: O Autor, 2006. 98 p. il. (e quadros). Relatório de Avaliação Interna (Reforma Curricular 2004) –. CAIFM –. CEDUMED – Faculdade de Medicina – Universidade Agostinho Neto. Área de concentração: Educação Médica Decano: Cristóvão Simões Autor: Comissão de Avaliação Interna da Faculdade de Medicina (CAIFM) DESCRITORES: 1. Avaliação 2. Educação Médica 3. WFME 4. Faculdade de Medicina 5. Universidade Agostinho Neto 6. Angola I. Cristóvão Simões, Decano II. 2. Mário Fresta, Coordenador III. Elisabete Pinto, Secretária IV. CEDUMED – Faculdade de Medicina – Universidade Agostinho Neto. XXX YY000 2/108 Centro de Estudos Avançados em Educação e Formação Médica (CEDUMED) COMISSÃO DE AVALIAÇÃO INTERNA DA FACULDADE DE MEDICINA (CAIFM) AVALIAÇÃO INTERNA DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO PELOS STANDARDS GLOBAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DA QUALIDADE EM EDUCAÇÃO MÉDICA PRÉGRADUADA DA FEDERAÇÃO MUNDIAL DE EDUCAÇÃO MÉDICA RELATÓRIO FINAL (Draft 2) Elaborado no quadro do processo de reforma curricular da Universidade Agostinho Neto iniciado em 2002 e da Ordem de Serviço n.º 06/DFM-GD/2005 de 8 de Agosto do Decano da Faculdade de Medicina que cria a Comissão de Avaliação Interna da Faculdade de Medicina, cujo Relatório Final de Avaliação Interna foi concluído em Setembro de 2006. Presidente da Assembleia da Faculdade: Professora Dr.ª Ana Van-Dúnem Decano da Faculdade: Professor Doutor Cristóvão Simões Vice-Decano para os Assuntos Científicos: Professor Doutor Albano Ferreira Vice-Decano para os Assuntos Académicos: Professora Drª Maria Antónia Castelo Área de concentração: Educação Médica Linha de pesquisa: Estudos de Qualidade Coordenador: Professor Doutor Mário Fresta Autoria: Comissão de Avaliação Interna da Faculdade de Medicina (CAIFM) LUANDA, 2006 3/108 Centro de Estudos Avançados em Educação e Formação Médica (CEDUMED) COMISSÃO DE AVALIAÇÃO INTERNA DA FACULDADE DE MEDICINA (CAIFM) Autoria do Relatório Final Decano da Faculdade de Medicina Cristóvão de Carvalho e Ferreira Simões (Decano da Faculdade, Prof. Titular de Anatomia) Membros nomeados pela Ordem de Serviço n.º 06/DFM-GD/2005 de 8 de Agosto Mário Fresta (Coordenador do CEDUMED, Coordenador da CAIFM, Prof. Titular de Fisiologia) Albano Ferreira (Presidente do Conselho Científico, Vice-Decano para os Assuntos Científicos, Prof. Auxiliar de Fisiologia) Maria Antónia Castelo (Presidente do Conselho Pedagógico, Vice- Decano para os Assuntos Académicos, Prof. Auxiliar de Saúde Pública) Basílio Costa Lopes (Ex–Coordenador do Curso de Medicina no Huambo, Chefe de Departamento de Ciências Morfológicas, Prof. Auxiliar de Anatomia) Armando Jorge Lima (Ex–Presidente da Comissão Directiva do Curso MédicoCirúrgico, Chefe de Departamento de Medicina, Prof. Titular de Medicina Interna) Maria Helena Victória Pereira Agostinho (Ex–Vice-Directora para os Assuntos Académicos, Prof. Titular de Medicina Interna) Luís Bernardino (Ex–Vice-Director para os Assuntos Científicos, Chefe de Departamento de Pediatria, Prof. Titular de Pediatria) Filomena Peres do Amaral (Ex–Chefe de Departamento de Assuntos Académicos, Chefe Interina do Departamento de Cirurgia, Prof. Auxiliar de Cirurgia) Ana Maria Van-Dúnem (Presidente da Assembleia de Faculdade, Prof. Associada de Gineco-Obstetrícia) Benedito Quinta (Presidente da Associação de Estudantes da Faculdade, estudante do 6º ano de Medicina) 4/108 Personalidades Convidadas pela CAIFM Paulo Campos (Ex-Director da Faculdade, Prof. Associado de Gineco-Obstetrícia, mestrando de educação médica) Cesaltina Nanduva Kahuli (Assistente de Gineco-Obstetrícia, mestranda em educação médica) José Malanda (Assistente Estagiário de Medicina, mestrando em educação médica) Tiago Muhongo (Prof. Auxiliar de Gineco-Obstetrícia, mestrando em educação médica) Pedro de Almeida (Assistente Estagiário de Gineco-Obstetrícia, mestrando de educação médica) Madalena Paquisse (Assistente de Saúde Pública, mestranda em educação médica) Antonino Balaca (Assistente Estagiário de Urologia , mestrando em educação médica) Abel Ulundo (Prof. Auxiliar de Cirurgia, mestrando em educação médica) Guilherme Bugalho (Assistente de Anatomia, mestrando em educação médica) Mujimbi Viana (Secretário de Informação e Cooperação da Associação de Estudantes da Faculdade, estudante do 5º ano de Medicina) Irema Simões (Vice Presidente da Associação de Estudantes da Faculdade, estudante do 4º ano) Secretário Científico da CAIFM Elisabete de Ataíde e Pinto (Ex–Chefe de Departamento de Recursos Humanos, Secretário Científico da CAIFM, Prof. Auxiliar de Saúde Pública) Secretariado Administrativo da CAIFM Elizabeth Gaspar (Secretária Administrativa) Carlos Tuti (Assistente do Secretariado) 5/108 INDICE SIGLAS E ACRÓNIMOS ............................................................................................. 8 LISTA DE QUADROS................................................................................................... 8 RESUMO EXECUTIVO ............................................................................................... 9 EXECUTIVE SUMMARY .......................................................................................... 14 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 15 1.1. A Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto .............................. 15 1.2. Contextualização do corrente Projecto de Avaliação .......................................... 16 2. OBJECTIVO............................................................................................................. 19 3. METODOLOGIA..................................................................................................... 20 3.1. A Comissão de Avaliação (CAIFM) ................................................................... 20 3.2. Plenária e Grupos de Trabalho ............................................................................ 21 3.3 Etapas, Processos e Produtos................................................................................ 22 3.4. Envolvimento Institucional e Disseminação dos Resultados .............................. 25 3.5. Instrumentos de Recolha de Dados e Relatórios Temáticos................................ 26 3.6. Interpretação dos Global Standards..................................................................... 27 3.7. Formato do Relatório Final ................................................................................. 30 4. RESULTADOS ......................................................................................................... 32 4.1. Resultados por Áreas ........................................................................................... 32 4.1.1. Missão e Objectivos ..................................................................................... 32 4.1.1.1. Declaração da Missão e dos Objectivos ............................................ 32 4.1.1.2. Participação na Formulação da Missão e dos Objectivos.................. 33 4.1.1.3. Autonomia Académica ...................................................................... 35 4.1.1.4. Resultados Educacionais ................................................................... 36 4.1.2. Programa Educacional.................................................................................. 38 4.1.2.1. Modelos Curriculares e Métodos de Instrução .................................. 38 4.1.2.2. Método Científico.............................................................................. 40 4.1.2.3. Ciências Básicas Biomédicas ............................................................ 41 4.1.2.4. Ciências Comportamentais e Sociais e Ética Médica........................ 42 4.1.2.5. Ciências Clínicas e Aptidões Clínicas ............................................... 43 4.1.2.6. Estrutura, Composição e Duração do Currículo................................ 45 4.1.2.7. Gestão do Programa .......................................................................... 46 4.1.2.8. Articulação com a Prática Médica e Sistema de Prestação de Cuidados ......................................................................................................... 47 4.1.3. Avaliação de Estudantes............................................................................... 49 4.1.3.1. Métodos de Avaliação da Aprendizagem.......................................... 49 4.1.3.2. Relação entre a Avaliação e a Aprendizagem ................................... 50 4.1.4. Estudantes..................................................................................................... 51 4.1.4.1. Política de Admissão e Selecção ....................................................... 51 4.1.4.2. Admissão de Estudantes .................................................................... 53 4.1.4.3. Apoio e Aconselhamento do Estudante............................................. 54 4.1.4.4. Representação do Estudante .............................................................. 55 4.1.5. Corpo Docente.............................................................................................. 56 4.1.5.1. Política de Recrutamento................................................................... 56 4.1.5.2. Política e Desenvolvimento do Corpo Docente................................. 59 4.1.6. Locais de Formação e Recursos Educacionais ............................................. 61 4.1.6.1. Instalações e Equipamentos............................................................... 61 4.1.6.2. Recursos para a Formação Clínica .................................................... 63 6/108 4.1.6.3. Tecnologias de Informação ............................................................... 65 4.1.6.4. Investigação ....................................................................................... 67 4.1.6.5. Perícia Educacional ........................................................................... 68 4.1.6.6. Mobilidade Educacional .................................................................... 69 4.1.7. Avaliação do Programa ................................................................................ 71 4.1.7.1. Mecanismos para a Avaliação do Programa...................................... 71 4.1.7.2. Feedback do Docente e Discente....................................................... 72 4.1.7.3. Desempenho do Estudante ................................................................ 73 4.1.7.4. Envolvimento dos Interlocutores Interessados e com Influência ...... 74 4.1.8. Governança e Administração........................................................................ 76 4.1.8.1. Da Governança .................................................................................. 76 4.1.8.2. Da Liderança Académica................................................................... 78 4.1.8.3. Do Orçamento Educacional e Alocação de Recursos ....................... 79 4.1.8.4. Do Pessoal Administrativo e de Gestão ............................................ 80 4.1.8.5. Da Interacção com o Sistema de Saúde............................................. 82 4.1.9. Renovação Contínua..................................................................................... 84 4.1.9.1. Renovação Contínua.......................................................................... 84 4.2. Síntese dos Resultados por Áreas........................................................................ 86 4.3. Análise SWOT do Curso e da Faculdade de Medicina ....................................... 89 5. REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 93 5.1. Leis, Regulamentos, Relatórios ........................................................................... 93 5.1.1. Nacional........................................................................................................ 93 5.1.2. Universidade................................................................................................. 93 5.1.3. Faculdade de Medicina................................................................................. 94 5.2. Processo em curso de Avaliação da FMUAN ..................................................... 95 5.3. Processos anteriores de Avaliação/Reforma da FMUAN ................................... 96 5.4. Publicações sobre Educação Médica em Angola ................................................ 98 5.5. Referências Internacionais sobre Educação Médica ........................................... 99 6. ANEXOS E APÊNDICES...................................................................................... 103 6.1. Anexo 1: Ordem de Serviço que cria a CAIFM ................................................ 103 6.2. Apêndice 1: Cronograma do Processo de Avaliação......................................... 106 6.3. Apêndice 2: Distribuição dos Relatórios Temáticos (43).................................. 107 6.4. Apêndice 3: Categorias de Desenvolvimento de Qualidade ............................. 108 7/108 SIGLAS E ACRÓNIMOS CAIFM Comissão de Avaliação Interna da Faculdade de Medicina criada pela Ordem de Serviço N.º 6/GD-DFM/05 de 8 de Agosto do Decano da FMUAN CEDUMED Centro de Estudos Avançados em Educação e Formação Médica da FMUAN aprovado pela Deliberação N.º 4/CAPSUAC//2003 de 7 de Novembro do Senado Universitário, ao abrigo dos Art.º 12º e 58º do Estatuto Orgânico da UAN DEI Departamento(s) de Ensino e Investigação da FMUAN FMUAN Faculdade de Medicina da UAN MINSA Ministério da Saúde (Angola) OGE Orçamento Geral do Estado (Angola) OMS Organização Mundial de Saúde ORMED Ordem dos Médicos de Angola UAN Universidade Agostinho Neto UC Unidade Curricular (“Disciplina”); cada uma das componentes do plano de estudos do curso de medicina que é objecto de avaliação independente referida no “certificado com notas descriminadas” emitido no final da formação) WFME World Federation of Medical Education (Federação Mundial de Educação Médica) LISTA DE QUADROS Quadro Título Página 1 Orçamento Global da Faculdade de Medicina, 2005 79 2 Síntese dos resultados da avaliação interna da FM por áreas, segundo os Standards Globais Educação Médica Pré-Graduada da WFME, 2005/2006 87 8/108 RESUMO EXECUTIVO Introdução: A Faculdade de Medicina nasceu como parte dos Estudos Gerais Universitários (de Angola) criados pela Administração Portuguesa em 1962. O percurso da Faculdade é indissociável da trajectória da única universidade pública de Angola (designada Universidade Agostinho Neto desde 1985). Até 2000 era a única Faculdade de Medicina em Angola, coexistindo desde então uma Faculdade de Medicina privada. Em 2005/2006 (ano objecto da avaliação) a Faculdade de Medicina tinha 17 Departamentos de Ensino e Investigação, 135 docentes, dos quais 96 em tempo integral e 39 colaboradores; 112 funcionários não docentes, 841 estudantes de pré-graduação, leccionou o Curso de Licenciatura em Medicina e dois Cursos de Pós-Graduação (Mestrado em Educação Médica e Diploma em Saúde Pública) e geriu um orçamento global em Kz de 506.609.394,32 (equivalentes a USD $ 5.960.110,51 ao câmbio de 1usd = 85 KZ). A última avaliação da FM foi uma avaliação externa realizada pela Fundação Gomes Teixeira da Universidade do Porto em 1996. A presente avaliação é interna (estando previsto seguir-se-lhe a respectiva avaliação externa) tendo sido desencadeada no âmbito da reforma curricular iniciada na UAN em 2002. A Faculdade de Medicina escolheu os Standards Globais da WFME (padrões mundiais aprovados em 2003) como ferramenta de avaliação e alavanca de mudança e reforma. Esta avaliação conta com a parceria da Faculdade de Medicina do Porto, com a solidariedade das Faculdades de Medicina de África, e é apoiada pela representação da OMS em Luanda e pela WFME. A Faculdade de Medicina pretende desenvolver um processo de avaliação actualizado, credível, participativo e consequente, que promova a qualidade e a reforma curricular, confirmando esta instituição como uma Escola Médica idónea no contexto regional Africano e no contexto mundial. Objectivo: Descrever o Curso de Medicina e a Faculdade, durante o ano académico 2005/2006, em termos de estrutura, processo e resultados; sob o ponto de vista da missão e objectivos, programa educacional, avaliação dos estudantes, estudantes, corpo docente, recursos educacionais, avaliação do programa, governança e administração, e renovação contínua, segundo os “Standard Globais para o Desenvolvimento de Qualidade em Educação Médica Pré-Graduada” da WFME e ajuizar em que medida a Faculdade cumpre o nível básico e satisfaz critérios de qualidade nessas áreas. Metodologia: A Comissão de Avaliação Interna da Faculdade de Medicina (CAIFM) foi criada em 8 Agosto de 2005, integrando 9/108 responsáveis por órgãos de gestão da Faculdade, docentes e representantes dos estudantes, sendo apoiada por dois funcionários administrativos (totalizando 24 participantes). O período de actividade estende-se por 17 meses que terminarão em Dezembro de 2006. A avaliação interna propriamente dita durou 12 meses (Outubro de 2005 a Setembro de 2006), sendo antecedida da instalação da comissão (2 meses) e seguida pelo tratamento institucional do relatório e apoio à missão de avaliação externa (3 meses). A comissão começou por desenvolver a sua auto-formação através do levantamento e estudo de extensa documentação, tendo sido seleccionados e debatidos em sessões plenárias as referências fundamentais. Seguidamente, a comissão aprovou o guião do relatório final, os instrumentos de recolha de dados e realizou a pré-testagem destes instrumentos. Onze grupos avaliaram separadamente as nove áreas dos Global Standards, defenderam os seus relatórios parcelares perante a plenária, incorporando nos mesmos as reflexões e contribuições produzidas. Os relatórios parcelares foram introduzidos no website da Faculdade para consulta pública, solicitando-se o seu enriquecimento por toda a comunidade académica, interlocutores e parceiros, e público em geral. A versão impressa desses relatórios foi ainda amplamente distribuída, tanto no seio da Faculdade como aos principais parceiros e interlocutores a quem foi expressamente solicitada a sua apreciação para validar ou corrigir os dados e interpretações apresentadas. O relatório final da avaliação interna (draft 1) - resumindo, revendo e uniformizando os relatórios parcelares - foi redigido pelo Coordenador da CAIFM e pelo Secretário Científico. A CAIFM apreciou, enriqueceu e aprovou esse relatório em plenária, produzindo assim o draft 2 do Relatório Final, que é submetido ao Decano da Faculdade. Até Setembro de 2006 será feita a apreciação, redacção definitiva e aprovação institucional do relatório final. O último trimestre de 2006 será dedicado ao processo de Avaliação Externa. Resultados: Foi determinado o grau de cumprimento do standard básico e o grau de satisfação do desenvolvimento de qualidade em cada uma das 36 subáreas avaliadas. Em síntese, a Faculdade de Medicina cumpre de forma satisfatória o Standart Básico de apenas 21 (58%) das subáreas em avaliação. Por ordem decrescente de cumprimento do standard básico estão as seguintes áreas: (1)“programa educacional”, administração”, (2)“renovação (5)“ avaliação contínua”, dos (3)“estudantes”,(4) estudantes”, (6)“recursos “governança e educacionais”, (7)“avaliação do programa”, (8) “missão e objectivos”, (9) “corpo docente”. No que respeita ao desenvolvimento de qualidade, observa-se que 16 (44%) das subáreas não 10/108 apresentaram nenhum desenvolvimento adicional ao standard básico e outras 11 (31%) apresentaram um desenvolvimento mínimo, totalizando 27 (75%) de subáreas com avaliação claramente instatisfatória no que concerne ao desenvolvimento de qualidade. Das restantes subáreas, 5 (14%) apresentaram um desenvolvimento de qualidade considerado suficiente (no contexto específico da instituição), 3 (8%) subáreas apresentaram bom desenvolvimento de qualidade e apenas 1 (3%) teve excelente desenvolvimento de qualidade. Destacamos como tendo bom desenvolvimento de qualidade as subáreas: feedback do docente e discente (7.2.), governança (8.1) e renovação contínua (9.1.); e com excelente desenvolvimento de qualidade a subárea: representação do estudante (4.4.). Em termos globais, a Faculdade de Medicina cumpre com 58% do standard básico e 25% do desenvolvimento de qualidade (igual ou superior ao suficiente), nas 36 subáreas avaliadas. A análise SWOT permitiu identificar os seguintes pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças no curso de medicina e na instituição avaliados em relação aos standards da WFME: Pontos fortes - memória e património como primeira Faculdade de Medicina e actual referência para a formação médica em Angola; experiência e história prévia de adaptações da missão, estrutura e actividades a diferentes contextos de desenvolvimento histórico do país e da universidade; quadro legal e regulamentar aprovado, abrangente e de qualidade; quadro legal proporcionando um elevado grau de autonomia.; estabilidade dos ciclos e processos eleitorais na FMUAN; disponibilidade de estruturas físicas próprias de suporte à docência das ciências básicas, da saúde pública e dos serviços de apoio e gestão da FMUAN; criação recente do CEDUMED; quadro orgânico com forte representação de estudantes e docentes em vários órgãos da direcção institucional; formação em gestão científica, em gestão académica, em agregação pedagógica e em administração de vários quadros da faculdade; disponibilidade de um mestrado em educação médica para apoio à formação pedagógica docente e reforma curricular; aptidões clínicas ensinadas junto ao doente a partir do 3° ano do curso médico; ciências comportamentais e sociais estão incorporadas de forma satisfatória ao longo do curso; disponibilidade e envolvimento da FMUAN para a avaliação interna e renovação contínua; parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto para desenvolvimento do processo de avaliação da faculdade e do curso; Pontos fracos ausência de documentos genéticos que criem a FMUAN e o Curso de Medicina; ausência de declaração de missão e objectivos actualizada e aprovada pela FMUAN; 11/108 inexistência de protocolos ou acordos inter-institucionais com os hospitais onde se faz a formação dos médicos; não credenciamento dos hospitais para o ensino médico; incapacidade em determinar os custos da formação médica (global e por estudante) e consequentemente fundamentar perante o governo as necessidades de financiamento; falta de cultura e insuficiências de gestão que permitam diversificar as fontes de receita (para além do OGE) e aumentar o financiamento total; vacatura de várias chefias de DEI, departamentos de apoio e repartições da FMUAN; insuficiente prestação de contas à Direcção da FMUAN e permissividade dos gestores quanto à baixa resposta e laboração de chefias, docentes, funcionários e serviços; inexistência de uma cultura de avaliação do desempenho na instituição (de docentes, trabalhadores não docentes, e serviços) e alguma resistência às iniciativas nesse sentido; poder de compra do corpo docente inferior ao reivindicado pela classe face ao elevado custo de vida, e falta de capacidade institucional para operacionalizar o complexo sistema de subsídios e gratificações para premiar o mérito e o desempenho; baixos salários dos técnicos e administrativos, abaixo dos preços praticados no mercado; ausência de uma visão de conjunto, plano estratégico e de um programa de acções prioritárias para resolver os problemas e desenvolver a instituição; escassez de docentes com formação académica ao nível de mestrados e doutoramentos; pouco desenvolvimento e não individualização no currículo das seguintes áreas: metodologia de investigação, biofísica, medicina nuclear, imunologia, medicina laboratorial, geriatria, fisiatria, medicina de reabilitação, ética médica, e jurisprudência médica; rigidez do programa curricular sem oferta de módulos opcionais para contemplar necessidades ou interesses específicos; falta de formação sistematizada e envolvimento precoce dos estudantes em projectos de investigação; inexistência de um programa/acções para harmonização, qualificação e inovação dos métodos de ensino; inexistência de combate à sobrecarga curricular e para motivar a aprendizagem, através da monitorização da fiabilidade e validade da aprendizagem, de avaliação integrada dos vários elementos curriculares, e da monitorização do desempenho dos estudantes; falta de combate específico contra o insucesso académico nos primeiros anos do curso, incluindo a revisão dos critérios e mecanismos de admissão de candidatos ao curso de medicina; deficiência de apoio e aconselhamento aos estudantes, especialmente àqueles com deficiências, carências ou com baixo aproveitamento; ausência de mobilidade educacional, tanto dos docentes como dos estudantes; escassa actividade de pesquisa; Oportunidades - fim da situação 12/108 de guerra e crescimento económico do país; programas do governo em curso sobre reforma institucional e modernização administrativa; ambiente na UAN favorável ao processo de reforma curricular; possibilidade legal de desenvolver parcerias e actividades sem ou com fins lucrativos em toda a UAN; fácil comunicação e articulação com o MINSA, com a ORMED e com o escritório local da OMS; compromisso das Faculdades de Medicina de África quanto à avaliação pelos standards globais da WFME durante o ano de 2006; sinais positivos por parte da OMS (ao nível regional e nacional) e da WFME para apoio ao processo de avaliação da FMUAN; Ameaças - crise do estado-providência a nível mundial, adopção de políticas neo-liberais e demissão nas áreas sociais; concorrência local a nível do ensino superior, da assistência médica e outros segmentos do mercado de trabalho com melhores contrapartidas e maior exigência ou avaliação do desempenho; inadequação dos hospitais do serviço nacional de saúde onde se pratica o ensino médico (omissão da vocação para o ensino médico na sua definição de missão; não alocação de recursos adicionais para cobrir os custos decorrentes do ensino; dispersão geográfica pela cidade de Luanda; baixa quantidade, qualidade e organização da prestação assistencial actualmente oferecida); rigidez das normas e procedimentos da função pública para aplicar o estatuto remuneratório da UAN premiando o desempenho e mérito; dificuldade em recrutar de forma rápida ou temporária novos quadros qualificados, pela rigidez das contratações no funcionalismo público; ausência de definição pelo sector público do perfil do médico a formar, em função da política pública de saúde, do sistema de saúde existente e das características do serviço nacional de saúde. PALAVRAS-CHAVE: Avaliação; Educação Médica; WFME; Faculdade de Medicina; Universidade Agostinho Neto; Angola 13/108 EXECUTIVE SUMMARY 14/108 1. INTRODUÇÃO 1.1. A Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto A Faculdade de Medicina é uma Unidade Orgânica da Universidade Agostinho Neto (Instituição Pública de Ensino Superior, até agora a única), sediada em Luanda, Angola. A origem, evolução e situação actual da FMUAN são portanto indissociáveis da vida da UAN (http://www.uan-angola.org). A Universidade teve as suas origens nos Estudos Gerais Universitários (de Angola) criados em 1962 pela Administração Portuguesa; estudos esses que em 1968 foram redimensionados e assumiram a dignidade de Universidade de Luanda; a instituição foi em 1976, já depois da Independência Nacional, celebrada como Universidade de Angola; finalmente, no ano de 1985, foi proclamada como Universidade Agostinho Neto em homenagem ao seu primeiro Reitor na República de Angola (ao tempo República Popular de Angola) e primeiro Presidente da Angola Independente. Podemos considerar que a UAN foi progredindo, como expressão dum processo de desenvolvimento planificado e convenientemente suportado até ao início da década de 90, tendo-se instalado então na Universidade uma profunda crise caracterizada pela deterioração da qualidade de ensino, paralisação da investigação, ausência de formação pós-graduada do corpo docente, abandono por parte dos docentes e técnicos diferenciados, falta de financiamentos e desagregação institucional. Simultaneamente a essa crise universitária, a deterioração do Serviço Nacional de Saúde constituiu um factor adicional agravante para a formação dos médicos na FMUAN. A partir do início da presente década (2000) – nalguns aspectos já a partir do final da década de 90 - a UAN iniciou um novo ciclo de desenvolvimento caracterizado pela sua expansão no território nacional a outras províncias; criação de novas Faculdades, Institutos, Escolas, Departamentos e Centros de Investigação; criação de novos cursos de graduação; instalação da pós-graduação local (cerca de uma dezena de mestrados, alguns cursos de especialização e poucos doutoramentos); formação permanente e actualização do corpo docente e dos gestores da instituição; marcado aumento do número de estudantes; funcionamento colegial e democrático da instituição como um todo e a nível das unidades orgânicas constituintes; uma maior abertura e envolvimento na comunidade; intenso envolvimento nas parcerias e cooperação internacional; e 15/108 redefinição do quadro legal, normativo e regulamentar para suportar todas as áreas de desenvolvimento mencionadas. No que concerne especificamente à FMUAN é obrigatório referir que em 1981, em obediência a uma decisão política superior, ela instalou um novo Curso de Medicina na cidade do Huambo (formalmente dependente da sede em Luanda, mas com considerável grau de autonomia), que encerrou em 1992 devido ao recrudescimento da guerra. Uma considerável parte dos médicos actualmente formados no País foram-no total ou parcialmente nesse Curso do Huambo. No ano objecto do presente relatório de auto-avaliação (2005/2006) a FMUAN integrava 17 Departamentos de Ensino e Investigação, 96 docentes em tempo integral, 110 funcionários e 841 estudantes de pré-graduação, geriu um orçamento global Kwanzas 506.609.394,32 (equivalentes a USD 5.960.110,51), e leccionou o Curso de Licenciatura em Medicina e 2 Cursos de Pós-Graduação (Mestrado em Educação Médica e Diploma em Saúde Pública). 1.2. Contextualização do corrente Projecto de Avaliação O presente projecto de avaliação da FMUAN foi provocado pelo processo de reforma curricular iniciado na UAN em 2002 e que continua no presente mandato (2006-2010), supervisionado por um Pró-Reitor especificamente designado para esse projecto. Coincidentemente, a WFME – autora dos Standards Globais, a ferramenta de avaliação utilizada neste projecto - afirma que «O ênfase foi colocado nos standards para que funcionassem como uma alavanca de mudança e de reforma» Ao dar os primeiros passos nesse sentido (no início de 2004), a FMUAN identificou como acções prévias a um processo de reforma fundamentado, participativo e consequente, (i) a capacitação e mobilização do corpo docente (que foi procurada através da instalação do Mestrado em Educação Médica), (ii) a criação dum espaço de intervenção e debate na área da Educação Médica (que foi procurada com a edição da Revista Angolana de Educação Médica) e (iii) a avaliação sistemática e credível da instituição e da(s) sua(s) acção(ões) de formação (que conduziu ao presente processo de avaliação). Existiram no passado outras acções de avaliação da FMUAN e do seu Curso de Medicina - com vista à melhoria da qualidade, à sua acreditação, ou à implementação de 16/108 projectos específicos de intervenção – que se realizaram intermitentemente, quer no quadro da avaliação de toda a Universidade quer de forma focalizada na FMUAN. Nesse âmbito, devemos referir a avaliação feita por uma missão da Fundação Calouste Gulbenkian (1987), a extensa documentação relativa à “Reformulação do Sub-Sistema do Ensino Superior na República Popular de Angola” – Área das Ciências Médicas (1988), o histórico “Relatório da Comissão Directiva Provisória” coordenada pelo Prof. José Carlos dos Santos (1990), o relatório para o British Council (1995) que transmite a visão mais negativa da instituição (coincidente com o período de crise universitária, e não só), a obra do Prof. Carlos Mariano Manuel “O Ensino da Medicina em Angola” (1996), e os “Contributos para a Revitalização da Universidade em Angola” (1996), quiçá o estudo mais actualizado e profundo sobre a nossa Universidade incluindo a FMUAN (que redundou no “Fórum sobre a UAN e o Ensino Superior em Angola” realizado em Luanda, 1998). Alguns desses processos de avaliação foram exclusivamente feitos por entidades externas, noutros casos coube o protagonismo a Grupos de Trabalho endógenos, havendo duma forma geral pouco acompanhamento e participação por parte da generalidade da comunidade académica (à excepção do processo de Reformulação do Ensino Superior, 1980-1988). A vinculação do presente processo de avaliação aos Standards Globais da WFME teve como principais marcos: (i) O Mestrado em Educação Médica da FMUAN (20042006), realizado com a colaboração da Faculdade de Medicina de Lisboa (equipa liderada pelo Prof. Doutor João Gomes-Pedro), mais especificamente o seu Módulo 10 sobre “Referências Mundiais e Regionais em Educação Médica” a cargo do Prof. Dr. Jorge Lima e da Prof.ª Dr.ª Helena Victória Pereira da FMUAN, com a colaboração da Dr.ª Madalena Patrício da Faculdade de Medicina de Lisboa, no qual aqueles standards foram pela primeira vez identificados como uma referência metodológica fundamental; (ii) O Memorando de Entendimento entre a FMUAN e a Faculdade de Medicina do Porto (Director: Prof. Doutor José Manuel Amarante; Directora do Centro de Educação Médica: Prof. Doutora Maria Amélia Ferreira) que visou (entre outras acções) a avaliação da FM com base nos referidos standards; (iii) A Ordem de Serviço do Decano da FMUAN que cria a CAIFM estabelecendo expressamente que a avaliação da FM será feita com base naqueles standards; (iv) A reunião dos Decanos das Faculdades de Medicina de África promovida pela OMS no final de 2005 (onde a FMUAN esteve representada pelo Vice-Decano Prof. Doutor Albano Ferreira) que assumiu o 17/108 compromisso de avaliação das Faculdades da Região Afro pelos standards durante o ano de 2006; (v) A manifestação da OMS em Luanda (Representante: Dr.ª Fatoumata Diallo) de disponibilidade em apoiar o corrente processo de avaliação e promover a cooperação geral entre as duas instituições; (vi) A recente manifestação de interesse e disponibilidade de apoio por parte da WFME (Presidente: Hans Karle), nomeadamente na realização da Avaliação Externa. A mais valia que esperamos do presente projecto de avaliação consiste (i) na apreciação, reflexão crítica e actualização dos processos de avaliação precedentes, (ii) no recurso a padrões mundiais recentemente aprovados, nomeadamente os Standards Globais da WFME (iii) na supervisão e apoio por parte de instituições idóneas como a OMS e a WFME, (iv) no estreitamento da parceria bilateral multiforme com a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, (v) numa melhor inserção da instituição no contexto regional Africano e no contexto mundial (vi) no amplo envolvimento da comunidade académica da FMUAN, promovendo ownership do projecto pela instituição e (v) no envolvimento de stakeholders nacionais como forma de promover as parcerias locais, a sustentabilidade e o impacto da Avaliação da FMUAN em direcção a um processo de reforma bem fundamentado, consequente e relevante. 18/108 2. OBJECTIVO Produzir o Relatório de Avaliação Interna da FMUAN referente ao ano-objecto 2005/2006, segundo os Standards Globais da WFME. Mais especificamente, caracterizar formalmente a apreciação da FMUAN sobre a sua educação médica pré-graduada (curso de medicina) durante o ano-académico 2005/2006, em termos de estrutura, processos e resultados, sob o ponto de vista da missão e objectivos, programa educacional, avaliação dos estudantes, corpo docente, recursos educacionais, avaliação do programa, governança e administração, e renovação contínua da Faculdade de Medicina, segundo os “Standard Globais para o Desenvolvimento de Qualidade em Educação Médica Pré-Graduada” da WFME, e ajuizar em que medida a FMUAN cumpre o nível básico e satisfaz critérios de qualidade nessas áreas de avaliação. 19/108 3. METODOLOGIA 3.1. A Comissão de Avaliação (CAIFM) A Comissão de Avaliação Interna da Faculdade de Medicina (CAIFM) foi constituída pela Ordem de Serviço n.º 06/DFM-GD/2005 de 08 de Agosto do Decano da Faculdade que definiu a sua composição e missão, ficando à partida explícita a parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto para suporte ao processo de avaliação (anexo 1). Os seus trabalhos iniciaram aos 13 de Outubro desse ano (data da 1ª reunião), com a definição da sua organização, metodologia de trabalho e cronograma de actividades que se estendeu por quinze meses consecutivos, desde aquela altura até Dezembro de 2006 (apêndice 2). Os primeiros 12 meses conduziram ao presente Relatório Final de Auto-Avaliação da Faculdade de Medicina da UAN – 2006 (principal output da CAIFM), enquanto o último trimestre é dedicado a disseminar amplamente o relatório no seio da instituição e entre os principais parceiros e interlocutores, assim como a preparar e apoiar a Missão de Avaliação Externa, que deverá produzir o respectivo Relatório de Avaliação Externa. A composição da CAIFM estabelecida pelo Despacho do Decano (incluindo dez comissários sob coordenação do Coordenador do CEDUMED) foi desde cedo estendida por decisão da própria Comissão a outras dez personalidades da Faculdade consideradas relevantes para o processo, designadamente a Vice-Presidente da Associação de Estudantes da Faculdade (já que o Presidente da Associação era membro original da CAIFM) e nove mestrandos do Mestrado em Educação Médica que se haviam proposto desenvolver a respectiva dissertação sobre temáticas afins ás áreas da FMUAN a avaliar (ampliando-se assim a “CAIFM alargada a 20 participantes). O Decano da Faculdade dignificou os trabalhos da CAIFM com a sua participação pessoal, designadamente integrando o Grupo de Trabalho n.º 1 (missão e objectivos). Quando a CAIFM iniciou a apreciação em plenária dos 11 relatórios temáticos, foi incorporado aos trabalhos um Secretário Científico com a missão de redigir o Relatório Final baseando-se nos relatórios temáticos e na discussão produzida a nível da Plenária. O funcionamento administrativo da comissão foi assegurado a todo o tempo por um Secretário Administrativo. Na fase final dos trabalhos, mais precisamente aquando da missão 12006 da Faculdade de Medicina do Porto à Faculdade de Medicina da UAN (14 a 20 de Julho de 2006) foi adstrito ainda um Assistente de Secretariado com a missão de 20/108 acompanhar a Delegação do Porto, sintetizar os desenvolvimentos dessa missão (cuja componente principal foi recolher Inquéritos de Opinião para complementar a avaliação interna da Faculdade) e acompanhar, a partir de então, a actividade da CAIFM. Assim, o processo de avaliação interna da FMUAN envolveu directamente 24 pessoas (dez comissários originais incluindo o Coordenador do CEDUMED, dez personalidades adicionais, o Decano da Faculdade, o Secretário Científico, o Secretário Administrativo e o Assistente de Secretariado). 3.2. Plenária e Grupos de Trabalho A CAIFM desenvolveu a sua actividade em plenária (realizando 24 reuniões até à sessão de aprovação do draft 2 do Relatório Final) e através do funcionamento de 11 Grupos de Trabalho. A plenária teve por missão (i) planificar e monitorizar o projecto de avaliação da Faculdade, (ii) apresentar e discutir a documentação de base considerada mais relevante para o processo de avaliação, como mecanismo para auto-formação dos membros da comissão, consolidação da base teórica para o processo de avaliação e obtenção de consensos para o desenho e implementação do mesmo (iii) supervisionar a actividade dos Grupos de Trabalho, (iv) apreciar e enriquecer os relatórios dos Grupos de Trabalho, (v) disseminar o processo de avaliação e as versões parcelares provisórias do relatório através de reuniões em diversos órgãos e eventos, por distribuição em papel e através da colocação no website da Faculdade (vi) aprovar a versão do Relatório Final de Auto-Avaliação da Faculdade de Medicina da UAN – 2006 (draft 2) a submeter pela CAIFM à Direcção da Faculdade, (vii) produzir a versão definitiva do Relatório de Auto-Avaliação, após incorporação das contribuições pelos principais interlocutores e parceiros e, finalmente, depois da apreciação, enriquecimento e sanção de forma institucional pela FMUAN, e (viii) responder permanentemente pelo processo de avaliação perante a Direcção da FMUAN. Os Grupos de Trabalho tiveram por missão (i) produzirem os relatórios parcelares de auto-avaliação das respectivas áreas, (ii) apresentarem e defenderem os respectivos relatórios perante a plenária, (iii) incorporarem nos seus relatórios as reflexões e contribuições da plenária sobre os mesmos. Os onze Grupos de Trabalho ocuparam-se das nove áreas em que os Global Standards organiza o processo, nomeadamente (1) 21/108 Missão e Objectivos, (2) Programa Educacional, (3) Avaliação de Estudantes, (4) Estudantes, (5) Corpo Docente, (6) Recursos Educacionais, (7) Avaliação do Ensino, (8) Governança e Administração, e (9) Renovação Contínua. A CAIFM decidiu atribuir o estudo da Área 3 a dois Grupos, nomeadamente 3.1. Métodos de Avaliação de Aprendizagem e 3.2. Relação entre a Avaliação e a Aprendizagem, assim como individualizar a componente investigação entre os recursos educacionais, atribuindo a área 6 a dois Grupos, nomeadamente 6(-4). Recursos Educacionais (excluindo investigação) e 6.4. Investigação. 3.3 Etapas, Processos e Produtos O trabalho da CAIFM, desde a sua criação até à apresentação do Relatório Final, percorreu as seguintes etapas: ⇒ Etapa 0, Acções Prévias (da criação formal da CAIFM aos 08 de Agosto de 2005 até à sua primeira reunião aos 13 de Outubro de 2005) – O Coordenador da CAIFM procedeu a concertação com a Direcção da FMUAN, articulação com a Faculdade de Medicina do Porto, identificação e pesquisa de bibliografia, mobilização da equipa, e convocatória da 1ª reunião (com distribuição de bibliografia). ⇒ Etapa 1, Planificação (Outubro a Dezembro de 2005) – A plenária da CAIFM aprovou o projecto da avaliação interna incluindo a organização e metodologia de trabalho, a constituição e composição dos 11 Grupos de Trabalho e o cronograma das actividades (apêndice 1). A plenária da CAIFM aprovou o Guião do Relatório Final, os Instrumentos de Recolha de Dados e realizou a Pré-Testagem desses instrumentos. O Guião foi decalcado da estrutura dos Standards Globais para o Ensino Médico PréGraduado da WFME, acrescida de outros elementos prévios e posteriores a essa estrutura baseados no “Guião de Auto-Avaliação de uma Unidade Funcional” do Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior de Portugal. A metodologia e instrumentos de recolha de dados são descritos mais adiante. A CAIFM começou a sua auto-formação através do estudo individual dum pacote de bibliografia distribuída pessoalmente a cada membro (incluindo 21 documentos iniciais, a que se acrescentaram posteriormente outros documentos recentes); 22/108 desses documentos foram discutidos em grupo 6 referências identificadas como fundamentais para o processo de avaliação; cada documento era apresentado por um membro da comissão previamente designado para o efeito, seguindo-se debate livre pela plenária, síntese, conclusões e extracção de consequências para o trabalho da comissão. ⇒ Etapa 2, Elaboração dos Relatórios Temáticos (Janeiro a Junho de 2006) – Foi feita a recolha de dados pelos 11 Grupos de Trabalho. A Plenária continuou a sua actividade de coordenação e supervisão dos Grupos, assim como o debate das referências bibliográficas fundamentais (estabelecendo-se uma periodicidade quinzenal das reuniões). Todos os Grupos procederam à análise e interpretação dos respectivos resultados, que iam reportando à Plenária. Os Grupos redigiram os respectivos Relatórios Temáticos (11 relatórios correspondentes às 9 áreas de Avaliação) incorporando nesse processo as contribuições da Plenária. Finalmente, os Grupos entregaram á Plenária os respectivos Relatórios Temáticos (draft). Todos os Relatórios Temáticos foram sucessivamente apresentados e apreciados pela Plenária, sendo objecto de extensa reflexão que conduziu à sua revisão a nível de cada Grupo (versão definitiva). As versões definitivas das 9 áreas de avaliação foram introduzidas no website da Faculdade para consulta pública, solicitando-se expressamente o seu enriquecimento por toda a comunidade académica, interlocutores e parceiros, e público em geral. Para além disso, foi feito mailing de versões impressas a um vasto auditório interno e externo, com a mesma finalidade. A CAIFM decidiu enviar esses relatórios a destinatários externos, apesar de se tratar duma avaliação interna, por se tratar dos principais parceiros e interlocutores da Faculdade, com conhecimento directo da realidade da mesma, e poderem portanto validar ou corrigir os dados e interpretações apresentados. Outro factor que determinou essa disseminação externa foi o facto de muitos dos destinatários serem tácita ou expressamente citados nos relatórios, e portanto ser imperativo ético que tivessem conhecimento disso. 23/108 ⇒ Etapa 3, Elaboração do Relatório Final (Julho a Setembro de 2006) – O Coordenador e o Secretário Científico da CAIFM trabalharam estreitamente para produzirem o Relatório Final de Avaliação Interna (draft 1), com base nos Relatórios Temáticos. Essa redacção constituiu-se (i) para além duma síntese das descrições apresentadas nos relatórios temáticos, (ii) numa reapreciação das conclusões de todas as áreas e subáreas, com vista a conferir uniformidade e coerência ao documento, e (iii) no desenvolvimento dos capítulos introdutórios e finais do relatório. Esse draft 1 do Relatório Final foi distribuído aos membros da CAIFM alargada para apreciação e validação, tanto na generalidade como na especialidade. A Plenária da CAIFM apreciou o draft 1 do Relatório Final e procedeu ás necessárias correcções. Cada Grupo de Trabalho se debruçou mais aturadamente sobre a respectiva Área de Avaliação. O pronunciamento da Plenária foi especialmente importante na negociação das divergências entre a proposta trazida no draft 1 e as posições do Grupo de Trabalho interessado. Da profunda análise e rico debate do documento resultou o draft 2 do Relatório Final. Este draft foi finalmente distribuído electronicamente aos membros da CAIFM para uma última apreciação e confirmação antes da submissão ao Decano da Faculdade. A partir de agora, os trabalhos prosseguirão da seguinte forma: Apreciação Institucional do Relatório pelas estruturas directivas da Faculdade de Medicina, por orientação do Decano. A CAIFM defenderá o relatório nesses fora, informará das contribuições entretanto recebidas de diversas proveniências, tanto electronicamente como em papel, e registará as emendas introduzidas da instituição. A CAIFM produzirá o consolidado das discussões e aportes ao documento e redigirá a versão definitiva do Relatório Final que será entregue ao Decano da Faculdade. ⇒ Etapa Póstuma (Outubro a Dezembro de 2006) – Finalmente, a CAIFM acompanhará a Missão de Avaliação Externa, por orientação do Decano da Faculdade. 24/108 3.4. Envolvimento Institucional e Disseminação dos Resultados O processo de avaliação interna, desencadeado com a criação da respectiva comissão, foi regularmente informado nas reuniões dos diversos órgãos de gestão da Faculdade de Medicina (administrativos, científicos e académicos). Para além disso, em alguns momentos particulares, o processo de avaliação foi objecto dum tratamento institucional mais intenso ou específico, nomeadamente: ⇒ Discussão alargada do processo de avaliação com os órgãos de gestão da Faculdade aquando das três missões da Faculdade de Medicina do Porto, a saber Missão 1-2005 de 17 a 22 de Julho, Missão 2-2005 de 23 a 28 de Outubro, e Missão 1-2006 de 13 a 20 de Julho de 2006. ⇒ Apresentação duma palestra sobre o processo de Avaliação Interna da Faculdade de Medicina nas Jornadas Científicas Estudantis de início do ano lectivo 2006/2007, por iniciativa da Associação de Estudantes da Faculdade. ⇒ Apresentação duma palestra sobre o projecto de Avaliação da FMUAN, integrada nas comemorações do dia do Médico em Angola, organizadas pela ORMED aos 26 de Janeiro de 2006. ⇒ Realização duma reunião extraordinária do Conselho Directivo da Faculdade aos 10 de Março de 2006 especificamente dedicada ao processo de Avaliação Interna da Faculdade. ⇒ Implementação duma Semana de Trabalho conjunto entre a CAIFM e todos os 17 Departamentos de Ensino e Investigação da Faculdade (de 2 a 5 de Maio de 2006) para informação, esclarecimento, mobilização e recolha de dados sobre o processo de avaliação. ⇒ Publicação de informação sobre o processo de avaliação no website da Faculdade, incluindo acesso aos relatórios temáticos de avaliação (restritos aos membros da Comissão durante o 1º semestre de 2006 e abertos ao público em geral no 2º semestre de 2006). ⇒ Distribuição em papel dos Relatórios Temáticos a um vasto auditório interno e externo (apêndice 2). 25/108 Devemos realçar que o Decano da Faculdade, através das competentes Ordens de Serviço, reiterou o carácter abrangente e vinculativo do processo de avaliação engajando “toda a população docente, discente e de trabalhadores, em particular os Chefes dos DEI e demais titulares de cargos de direcção e chefia a todos os níveis” e credenciando os membros da CAIFM para a realização de entrevistas, inquéritos e questionários. 3.5. Instrumentos de Recolha de Dados e Relatórios Temáticos O Grupo de Trabalho adoptou como metodologia básica de recolha de dados a pesquisa documental, em conformidade com recomendação expressa da WFME de que “A recolha de dados, baseada nas Áreas e Subáreas dos Standards Globais deve ter como resultado um documento que dê respostas abrangentes a todos os tópicos. As respostas deviam, se possível fazer referência a documentos publicados que poderiam ser apresentados em anexo”. A pesquisa ao website da Faculdade (www.fmuan.ao) forneceu uma parte importante da documentação e das informações. A pesquisa documental foi duma forma geral complementada por entrevistas livres ou semiestruturadas a pessoas-chave (tais como titulares de cargos de direcção e chefia) que permitiram (i) identificar novos documentos e referências bibliográficas, (ii) recolher documentos (iii) esclarecer dúvidas, (iv) recolher opiniões, (v) aferir o grau de concordância entre o que está legislado/regulamentado e a praxes, (vi) validar as interpretações do Grupo de Trabalho. Alguns Grupos (nomeadamente os que se ocuparam das áreas 3, 5, 6, 7) elaboraram e distribuíram inquéritos a grupos mais alargados de responsáveis da instituição (administrativos ou académicos) e a docentes. A complexidade das respostas abertas, em alguns casos, e a baixa percentagem de respondentes, noutros casos, limitaram o tratamento sistematizado e a síntese dessa informação. No entanto, esses inquéritos permitiram recolher informações e opiniões adicionais valiosas que os Grupos de Trabalho subscreveram e incorporaram nos respectivos relatórios. O relatório de cada área incluiu ainda uma contribuição do respectivo Grupo de Trabalho, baseada nos dados recolhidos, para a análise SWOT a incluir no Relatório Final, de acordo com a recomendação da WFME de que “A escola médica é encorajada 26/108 a proceder a uma análise dos pontos forteS e fracos, ameaças e oportunidades relevantes para os seus programas educacionais avaliados em relação aos Standards da WFME”. O relatório de cada Grupo de Trabalho foi estruturado nas seguintes partes: (i) resumo, (ii) resposta a cada pergunta do “esquema para recolha de dados” dos Standards Globais, seguida de classificação quanto ao do cumprimento/satisfação do standard básico e do desenvolvimento de qualidade, levando em conta as anotações apresentadas em cada subárea, (iii) análise SWOT da área estudada, e (iv) referências (documentos que dão suporte às descrições e afirmações apresentadas). Conforme se pode apreciar no cronograma dos trabalhos da CAIFM (Actividades n.º 5, 7 e 9), estava previsto que seriam realizados Inquéritos de Opinião a docentes e a discentes da FMUAN pela Faculdade de Medicina do Porto, paralelamente à autoavaliação da FMUAN pelos Standards Globais da WFME, e que esses resultados seriam incorporados no Relatório Final, enriquecendo dessa forma a pesquisa documental com a opinião da comunidade académica e ampliando as pistas para o processo de reforma curricular subsequente. Esse cronograma foi ultrapassado pelo facto da cooperação entre as duas Faculdades em 2006 só ter iniciado no 2º semestre, pelo que o Relatório de Auto-Avaliação com base nos Standards Globais (privilegiando a pesquisa documental) foi concluído antes de estar disponível o tratamento e análise dos inquéritos de opinião. Assim, quando estiver disponível o Relatório dos Inquéritos de Opinião, em realização pela Faculdade de Medicina do Porto, as duas Faculdades deverão realizar uma reflexão conjunta sobre a totalidade dessa informação que permita estabelecer sinergias entre os dois processos e unificar as interpretações e consequências para a reformulação do curso de medicina, cumprindo com o Memorando de Entendimento bilateral e o Plano de Cooperação para 2006. 3.6. Interpretação dos Global Standards Á medida que a CAIFM foi aplicando os Standards Globais à FMUAN, para determinar qual o “grau de cumprimento” da instituição em relação a cada área e subárea, o que parecia inicialmente claro começou a tornar-se progressivamente mais difícil e complexo. Embora não fizesse parte dos termos de referência da CAIFM qualquer apreciação e muito menos (como é evidente) revisão dos Global Standards enquanto ferramenta de auto-avaliação, na prática foi necessário interpretar ou adaptar essa 27/108 ferramenta para conseguir obter respostas que fizessem sentido para as múltiplas questões apresentadas e construir um discurso coerente na descrição e apreciação da situação da FMUAN. Abrindo um parêntesis, diremos que a própria WFME reconheceu e se preocupou com a diversidade das instituições e consequências para o processo de avaliação, ao afirmar que “Os standards devem ser formulados de modo a respeitarem as diferenças nacionais e regionais no programa educacional, permitindo distintos perfis e desenvolvimentos a nível das diferentes escolas médicas, respeitando uma razoável autonomia por parte delas” ou ainda que “Os standards têm de ser claramente definidos, apropriados, relevantes, mensuráveis, concretizáveis e aceites pelos utilizadores. Têm de ter implicações para a prática, reconhecer a diversidade e promover um desenvolvimento adequado”. De forma igualmente significativa, a WFME admitiu a previu que «De facto, os standards internacionais têm de ser modificados ou complementados de acordo com as necessidades e prioridades a nível regional, nacional e institucional» e mesmo que «Os standards devem ser posteriormente desenvolvidos através de discussão e consenso a nível internacional». Concretamente, a CAIFM defrontou-se com alguns constrangimentos e procedeu à sua gestão como se descreve em seguida: 1. Algumas expressões e questões afiguram-se ambíguas na tradução em língua portuguesa, situação em que o recurso ao original inglês e a discussão em grupo ajudou a estabelecer o sentido exacto. Já a Dr.ª Maria Madalena Patrício da Universidade de Lisboa, tradutora para Português dos Global Standards, alertara para a dificuldade de traduzir com fidelidade e clareza alguns termos e expressões. 2. Embora tenhamos procurado tornar a nossa apreciação o mais objectiva possível, o julgamento final sobre se o standard básico ou o desenvolvimento de qualidade foram alcançados em cada caso, comportou sempre alguma subjectividade. Por vezes, embora todos concordassem com a descrição do desempenho em relação a um determinado standard, era difícil encontrar um consenso sobre a conclusão da CAIFM em termos conformidade com o standard. Preferimos incorrer no risco de considerarmos inaceitável um desempenho positivo (falso negativo), do que considerarmos aceitável um 28/108 desempenho negativo (falso positivo), já que este último erro permitiria camuflar um aspecto deficiente e subtraí-lo assim ao processo de mudança/melhoria/reforma. 3. Parece constituir um pressuposto implícito dos Global Standards que, em cada subárea, o Desenvolvimento de Qualidade é mais exigente do que o Standard Básico. No entanto, tal como as questões estão formuladas, essa progressão nem sempre se verifica, sendo possível (apesar de paradoxal) uma maior satisfação da qualidade do que o grau de cumprimento do standard básico. Esta situação levou a que, em algumas áreas, a CAIFM considere que não se cumpre o standard básico e, simultaneamente, existe algum desenvolvimento de qualidade. 4. As perguntas sugeridas no “Esquema para Recolha de Dados” nem sempre esgotam o standard de cada subárea, e portanto a resposta a todas essas perguntas deixa por vezes omisso algum aspecto relevante do standard. Mais raramente, algumas perguntas do “Esquema para Recolha de Dados” parecem exceder o que está plasmado no texto do respectivo standard. Para obviar estas situações, depois de respondidas todas as perguntas relativas a um mesmo standard procedíamos a uma (re)leitura do mesmo procurando determinar se o essencial (core) do standard era ou não observado na FM. 5. Muitos standards são expressos por afirmações complexas que integram critérios ou aspectos distintos (embora afins) e, consequentemente, correspondem não a uma mas a várias perguntas (duas, três ou quatro). No caso (frequente) da instituição responder afirmativamente apenas a algumas dessas perguntas - ou a satisfazer parcialmente uma ou várias questões - é necessário estabelecer se a Faculdade cumpre/satisfaz ou não com o respectivo standard. A CAIFM optou pela seguinte interpretação: a. No caso dos standards básicos, a CAIFM entendeu que é importante concluir dicotomicamente se a FMUAN cumpre ou não cumpre com cada um. No entanto, por diversas vezes a CAIFM sentiu necessidade de acrescentar algum comentário a essa conclusão taxativa, para justificar ou relativizar o seu juízo (por exemplo, indicando que apesar de cumprir deve melhorar algum aspecto ou inversamente que apesar de não cumprir se regista uma tendência positiva). 29/108 b. No caso do desenvolvimento de qualidade, a CAIFM entendeu esse critério como um caminho mais do que como uma fronteira e optou por expressar a sua conclusão numa escala de cinco categorias que pretende expressar o grau de satisfação sobre a posição em que Faculdade se posiciona no caminho do desenvolvimento e dar pistas para o processo de reforma (apêndice 3). A comissão entendeu ser essa a melhor forma de ir ao encontro da pretensão da WFME de que «Os standards são definidos não só para definir requisitos mínimos mas também para motivar, encorajar e promover o desenvolvimento da qualidade para além dos níveis especificados. O conjunto de standards para além dos requisitos básicos, deve incluir pistas para o desenvolvimento da qualidade». 6. Existe alguma sobreposição entre as diferentes áreas de avaliação, embora muitas vezes ela seja mais aparente do que real, já que o mesmo aspecto é retomado sob uma perspectiva ou com uma tónica diferentes. Reconhecendo isso, a CAIFM decidiu responder a todas as questões no próprio local (evitando remeter para a resposta dada noutra sub-área), correndo o risco de alguma redundância. Já que alguns aspectos complementares duma mesma temática podem estar dispersos pelo texto, recomendamos que o leitor possa consultar o relatório final na íntegra, mesmo que o seu interesse esteja focalizado numa determinada área. 7. A CAIFM constatou que o processo de avaliação (desencadeado em 2005) foi ele próprio factor de mudança imediata em relação a alguns indicadores de desempenho no ano objecto 2005/2006 (um exemplo pontual é a maior percentagem de devolução dos relatórios preenchidos das UC). Como em algumas modalidades de investigação, a metodologia da pesquisa modificou já a realidade a observar, um efeito positivo não esperado que deve ser levado em conta na apreciação do relatório. 3.7. Formato do Relatório Final O relatório final foi produzido de acordo com o guião aprovado no início dos trabalhos da CAIFM, baseando-se nos relatórios temáticos das 9 áreas de avaliação. A comissão 30/108 entendeu aligeirar o texto retirando do mesmo as extensas referências aos documentos consultados, embora os mesmos continuem a constar da bibliografia; o leitor interessado deve reportar-se aos relatórios dos grupos para uma informação mais detalhada sobre esse e outros aspectos de cada área. No draft 2 do Relatório Final optou-se por transcrever o standard básico e o standard para o desenvolvimento de qualidade de cada subárea, assim como as respectivas perguntas do esquema de recolha de dados, para dispensar o leitor (principalmente quando não está familiarizado com a metodologia adoptada) de ter simultaneamente presente o documento dos Standards Globais para o Desenvolvimento de Qualidade no Ensino Pré-Graduado da WFME. Considerou-se que uma versão posterior destinada aos peritos da Missão de Avaliação Externa poderá ter que ser expurgada destes elementos (que efectivamente não fazem parte do relatório de auto-avaliação), reduzindo com vantagem o tamanho do documento. A CAIFM entendeu que o relatório, produzido em língua portuguesa, deve incluir um resumo executivo tanto em português como traduzido em inglês. Considerou ainda que o relatório deve estar disponível traduzido na íntegra tanto para inglês como para francês, já que a Comissão de Avaliação Externa incluirá provavelmente peritos anglófonos e francófonos. O Inglês ganhou estatuto de língua franca, enquanto que em África o espaço Francófono constitui uma referência em matéria de educação médica, das respectivas associações e sistemas de avaliação. 31/108 4. RESULTADOS 4.1. Resultados por Áreas 4.1.1. Missão e Objectivos 4.1.1.1. Declaração da Missão e dos Objectivos Standard básico: A escola médica tem de definir a sua missão e objectivos e torná-los conhecidos de todos os seus membros. A declaração da missão e objectivos tem de descrever o processo educacional que leva a um médico competente a nível da prégraduação, com bases apropriadas para futuro treino em qualquer ramo da Medicina e em sintonia com os papéis de médicos do sistema de prestação de cuidados de saúde. Descrever ou providenciar uma cópia do que está publicado em termos de missão e objectivos gerais da escola médica. Os objectivos detalhados do programa médico devem ser descritos. A missão e objectivos da Faculdade de Medicina decorrem de ser uma pessoa colectiva de direito público que goza, nas suas áreas específicas de intervenção, de autonomias estatutária, científica, pedagógica, administrativa, financeira, e disciplinar nos termos da legislação sobre o ensino superior e do Estatuto Orgânico da Universidade Agostinho Neto. O Regulamento Interno da Faculdade de Medicina retoma esses princípios, definindo-a como uma Unidade Orgânica da Universidade Agostinho Neto cujos objectivos fundamentais são ensinar a Medicina Humana para a formação de médicos, promover e realizar investigação científica nos domínios que lhe são próprios e prestar serviços à comunidade. Para além dessa definição genérica sobre a missão institucional, os objectivos institucionais não se encontram estabelecidos com maior precisão, nem existe um sistema de objectivos educacionais definido para o curso de medicina. Devemos referir que no quadro do campanha eleitoral a Decano da FMUAN (2006), o candidato eleito entregou à comissão eleitoral um programa com linhas de força e elementos estruturantes para o desenvolvimento da FM no mandato 2006-2010. Esse documento, no entanto, não mereceu tratamento institucional posterior nem foi expressamente homologado pelos órgãos competentes da FMUAN. De que forma são dados a conhecer aos potenciais interessados? 32/108 A informação genérica sobre a Faculdade de Medicina está disponível no website da Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto (http://www.fmuan.ao). Conclusão: A FM não cumpre com o standard básico da declaração da missão e objectivos. Desenvolvimento de qualidade: A missão e os objectivos devem abranger a responsabilidade social, os resultados da investigação, o envolvimento da comunidade bem como assegurar que os licenciados estejam prontos para a formação médica pósgraduada. Especificar de que modo se reflectem nos objectivos a responsabilidade social, os resultados da investigação, o envolvimento da comunidade e a capacidade do estudante para aceder, no fim da licenciatura, à pós-graduação? A definição superficial, não descriminada, dos objectivos não lhes permite reflectir as várias dimensões da acção institucional e da formação dos médicos (responsabilidade social, envolvimento comunitário, investigação e utilização dos seus resultados, potencialidade para aceder a formação pós-graduada). Fornecer referência de outras declarações de missão e objectivos já publicados que tenham a ver com estas áreas. Existem documentos institucionais passados que se pronunciam sobre aspectos da missão e objectivos da Faculdade de Medicina noutros momentos. Duma forma geral reflectem o trabalho de grupos técnicos ou comissões ad-hoc e não foram aprovados pela instituição nem publicados. Conclusão: A FM satisfaz no grau mínimo (grau 2) o desenvolvimento de qualidade para a declaração de missão e objectivos (há documentos passados sobre a missão e objectivos, mas não mereceram aprovação, publicação, divulgação e actualização institucional, pelo que não terão tido o consequente impacto). 4.1.1.2. Participação na Formulação da Missão e dos Objectivos Standard básico: A declaração da missão e dos objectivos de uma escola médica tem de ser definida pelos principais interlocutores interessados e com influência. A CAIFM considera os interlocutores divididos em “principais” (onde estariam os obrigatórios) e num “leque alargado” que incluiria os mais periféricos ou distantes (opcionais), tendo identificado e classificado os actuais interlocutores da Faculdade de Medicina da UAN com base nesse critério (diferente, por vezes, dos exemplos apresentados nos standards globais). Para além disso, a CAIFM considera 33/108 conveniente classificar os interlocutores em internos (que pertencem à Faculdade e à Universidade) e externos (fora do quadro da instituição). Assim, cada interlocutor será classificado como principal/alargado e simultaneamente como interno/externo. Quem são os principais interlocutores interessados e com influência na Escola? Os principais interlocutores interessados e com influência na Faculdade de Medicina são, (A) a nível interno (i) o corpo docente, o corpo discente e o corpo de trabalhadores não-docentes, representados e organizados em diversos órgãos de gestão encimados pela Assembleia de Faculdade; (ii) os órgãos de governo da Universidade naquelas competências relativas ao funcionamento das Unidades Orgânicas; e (B) a nível externo (i) o Ministério da Educação (que tutela as Universidades), (ii) o Ministério da Saúde (que rege a política e o sistema nacional de saúde) e as unidades sanitárias do serviço nacional de saúde onde decorre a formação dos médicos, (iii) todas as unidades sanitárias, públicas ou privadas, onde decorra a formação dos médicos, (iv) a Ordem dos Médicos (que defende a ética, deontologia e a qualificação profissional médicas). Como é que a Escola tem envolvido os seus principais interlocutores interessados e com influência na formulação das declarações da missão e objectivos? Os principais interlocutores interessados e com influência não têm participado na formulação da missão e objectivos da Faculdade de Medicina, embora os interlocutores internos integrem os órgãos de gestão da Faculdade. Conclusão: A FMUAN não cumpre com o standard básico da participação na formulação da missão e objectivos. Desenvolvimento de qualidade: A formulação da declaração da missão e dos objectivos deve ser baseada no contributo de um amplo leque de interlocutores influentes e interessados. Que outros grupos para além dos já citados principais interlocutores são consultados pela Escola? Os outros grupos interessados e com influência na Faculdade de Medicina podem incluir, (A) a nível interno, (i) as organizações que enquadram a comunidade da Faculdade, como seja a Associação de Estudantes e os Sindicatos de Trabalhadores Docentes e Não-Docentes; e, (B) a nível externo, (i) o Ministério da Ciência e Tecnologia (área governativa que rege a investigação), (ii) o Ministério da 34/108 Defesa/Divisão de Saúde (parceiro tradicional da Faculdade, com uma área de serviço de saúde e de formação desenvolvida), (iii) os Governos das Províncias onde está implantada a Faculdade, (iv) o Conselho Nacional de Pós-Graduação em Ciências Médicas (integrado no Ministério da Saúde), (v) Organizações NãoGovernamentais que operam na área da Saúde, (vi) a Organização Mundial da Saúde. Esses grupos não têm sido consultados para participarem na definição da missão e objectivos da Faculdade de Medicina. Como é que a Escola consulta e envolve estes grupos no aperfeiçoamento contínuo da declaração da missão e objectivos? Esses grupos ainda não tem sido envolvidos, embora possam vir a sê-lo por convite, incluindo a sua presença em alguns dos órgãos de gestão da Faculdade. Conclusão: A FMUAN não tem nenhum desenvolvimento de qualidade (grau 1) quanto à participação do “leque alargado” de interlocutores na formulação da missão e objectivos. 4.1.1.3. Autonomia Académica Standard básico: Tem de existir uma política pela qual a administração e o corpo docente/académico das escolas médicas são responsáveis, no âmbito da qual têm liberdade para planificar o currículo e alocar os recursos necessários à sua implementação. Descrever ou disponibilizar cópias dos documentos com a política institucional e governamental que confiram responsabilidade pelo currículo e atribuição de recursos. O Regulamento Interno da Faculdade, retomando as disposições genéricas do Estatuto Orgânico da UAN, estabelece que ”A Faculdade de Medicina é uma pessoa colectiva de direito público que goza, nas suas áreas específicas de intervenção, de autonomias estatutária, científica, pedagógica, administrativa, financeira, e disciplinar nos termos da lei,...”. Através do Conselho de Direcção, do Conselho Pedagógico e do Conselho Científico, podem os vários intervenientes da escola opinar sobre a planificação dos currículos. A gestão dos recursos para implementação do currículo é feita autonomamente pela Faculdade, mas eles nem sempre são suficientes, até porque ainda existe uma dependência quase total do Orçamento Geral do Estado. Por outro lado, a gestão dos recursos é feita 35/108 essencialmente ao nível da Direcção da Faculdade, sem descentralização aos Departamentos. Conclusão: A FMUAN cumpre com o standard básico de autonomia académica, apesar da autonomia consagrada não ser suficientemente explorada pela Faculdade na aquisição e gestão dos recursos. Desenvolvimento de qualidade: As contribuições de todo o corpo docente devem dirigir-se ao currículo real e os recursos educacionais devem ser distribuídos de acordo com as necessidades educacionais. Que políticas e práticas tem a Escola Médica para assegurar que o ensino ministrado individualmente por cada docente e pelos departamentos é adequado ao planeamento curricular? Não existe suficiente supervisão e monitorização da prática curricular e do exercício docente, nem a nível das estruturas pedagógicas nem a nível de muitos Departamentos de Ensino e Investigação, pressupondo-se que o que está planificado é implementado. Como é que isto é avaliado, e se necessário, reformulado? Muitos relatórios das unidades curriculares – base da gestão académica - não são entregues ou são apresentados tardiamente; os relatórios recebidos são arquivados, mas não constituem objecto de análise e (re)planeamento. Assim, não tem havido avaliação sistemática e reformulação periódica do currículo. Qual o processo utilizado pela Escola Médica para rever a atribuição de recursos como suporte a um currículo em evolução? A atribuição dos recursos não está estreitamente ligada à evolução que o currículo tem sofrido, a qual é habitualmente de iniciativa Docente ou Departamental, muitas vezes sem o acompanhamento e a aprovação expressa dos competentes órgãos institucionais. Conclusão: A FMUAN não tem nenhum desenvolvimento de qualidade (grau 1) quanto à Autonomia Académica. 4.1.1.4. Resultados Educacionais Standard básico: A escola médica tem de definir as competências que o estudante na altura da licenciatura deve demonstrar de acordo com a formação subsequente e os futuros papéis a desempenhar no sistema de saúde. 36/108 Quais as competências em sentido lato (conhecimentos, aptidões e atitudes) requeridas ao estudante na altura da licenciatura? Actualmente não existe definição formal pela Faculdade do perfil do médico a formar, embora alguns Departamentos e Docentes trabalhem com base em documentos internos que reflectem a respectiva percepção e experiência. Como é que as competências se relacionam com o subsequente treino dos licenciados? A formação pós-licenciatura dos médicos só foi organizada e sistematizada a partir de 1989 (altura da outorga dos primeiros títulos de especialista), e o currículo médico não foi revisto desde então em função dessa evolução. Como se relacionam as competências com as necessidades existentes e emergentes da sociedade na qual os estudantes irão trabalhar? As competências adquiridas reflectem o contacto estreito com o ambiente de cuidados de saúde desde o início do ciclo clínico (3º ano do curso), no qual o estudante assume algum protagonismo. Esse contacto é inicialmente hospitalocêntrico mas no estágio (6º ano), o estudante convive com as realidades de centros e postos de saúde e unidades sanitárias privadas. Conclusão: A FMUAN não cumpre com o standard básico para os resultados educacionais. Desenvolvimento de qualidade: A articulação das competências a serem adquiridas na altura da licenciatura com as que serão adquiridas na formação pós-graduada deve ser especificada. A avaliação e a informação sobre as competências dos licenciados devem ser utilizadas no feedback para o desenvolvimento do programa. Especificar como é que as competências do estudante na altura da licenciatura fazem a ponte com o treino pós-graduado. A formação pós-graduada a nível de especialidade (que não é competência formal da Faculdade de Medicina) deverá levar em conta a formação a nível de licenciatura; esta última, no entanto, não foi ainda revista para fazer a ponte com o treino pós-graduado, embora seja princípio da Faculdade articular apropriadamente os estudos de pré graduação e a pós-graduação. Como é que a Escola Médica avalia e recolhe informação sobre as competências dos seus licenciados? 37/108 O ano de estágio permite, embora de forma algo subjectiva e apenas na perspectiva dos Departamentos envolvidos no mesmo, apreciar as competências dos futuros licenciados no momento da sua saída. Não existe, no entanto, avaliação das competências noutros momentos posteriores do exercício profissional. Como é que a Escola redirecciona esta informação para o desenvolvimento do programa? A Escola Médica não utiliza esta (escassa) informação para o desenvolvimento do programa, havendo no entanto ajustamentos pontuais dependendo da percepção e experiência dos docentes e Departamentos da Faculdade. Conclusão: A FMUAN não tem nenhum desenvolvimento de qualidade (grau 1) quanto aos Resultados Educacionais. 4.1.2. Programa Educacional 4.1.2.1. Modelos Curriculares e Métodos de Instrução Standard básico: A escola médica tem de definir os modelos curriculares e os métodos de instrução utilizados. Quais os princípios que orientam o planeamento do curriculo, as modalidades de ensino e os métodos de aprendizagem realmente utilizados para o pôr em prática? O planeamento do currículo tem em vista formar um “médico de família” que preste atenção à comunidade. Alguns dos princípios que orientam o planeamento curricular são (i)formar médicos preparados para exercer na prática com sólidos conhecimentos e abordagem científica na resolução de tarefas e problemas; (ii) desenvolver métodos activos de aprendizagem com o objectivo de incrementar a independência cognitiva do estudante; (iii) conceitualizar a medicina como uma ciência sociobiológica e incrementar no plano de estudos a participação das ciências higieno-epidemiológicas e de atenção primária.; (iv) aprofundar o ensino do diagnóstico e a terapêutica em todas as disciplinas; (v) conceber o plano de estudos como um todo único, produto da complementaridade dos conteúdos; (vi) avaliar sistematicamente o plano de estudos com a finalidade do seu aperfeiçoamento constante; (vii) articular apropriadamente os estudos de pré graduação e a pós-graduação. 38/108 O modelo clássico de disciplinas independentes, com conferências, práticas, laboratórios de grupo, ensino junto ao doente é encontrado no ensino das ciências biomédicas fundamentais, no ensino clínico e de saúde pública. O 6º ano do curso é um ano de estágio profissional, no qual os estudantes fazem rotações de 8 a 10 semanas de duração nos serviços hospitalares de Medicina, Cirurgia, Pediatria e Ginecologia - Obstetrícia e na rede primária de saúde/comunidade para a rotação de Saúde Pública, sob a orientação dos respectivos Departamentos da FM. Existe um caderno de Planos Temáticos e Analíticos de cada disciplina do curso, embora o mesmo não tenha um desenho uniforme para todas as disciplinas. Conclusão: A FMUAN cumpre com o standard básico pois tem definido os modelos curriculares e os métodos de instrução utilizados. Desenvolvimento de qualidade: O currículo e os métodos de instrução devem garantir que os estudantes sejam responsáveis pelo seu próprio processo de aprendizagem e devem prepará-los para a auto-aprendizagem ao longo da vida. Como é que o curriculo e os métodos de instrução motivam os estudantes a responsabilizarem-se activamente pela própria aprendizagem? As modalidades de ensino e os métodos de aprendizagem podem variar de disciplina para disciplina, pois não existe nenhum padrão orientador definido pela Faculdade de Medicina para o efeito, sendo por isso a responsabilidade e motivação do estudante para o estudo variável nas diferentes disciplinas. Nos últimos anos, muitos Departamentos e Unidades Curriculares têm modificado os métodos de aprendizagem tornando-os mais activos e estimulando a iniciativa, a auto-aprendizagem e o trabalho de grupo, embora esses modelos nem sempre sejam do conhecimento geral da instituição Especificar como é que a escola médica encara a possibilidade de todos estes métodos prepararem os estudantes para a aprendizagem ao longo da vida? A diversidade de métodos de instrução utilizados pelos docentes abre o leque das possibilidades de aprendizagem pelos estudantes, mas a questão como é posta não tem sido encarada formalmente pela Faculdade como um todo como uma preocupação que mereça reflexão, debate e orientação formal. Conclusão: A FMUAN satisfaz suficientemente (grau 3) o desenvolvimento de qualidade para os modelos curriculares e métodos de instrução (pois concilia a 39/108 liberdade académica, a diversidade e o respeito pelas especificidades das disciplinas com os princípios orientadores gerais sobre métodos de instrução e a didáctica moderna). 4.1.2.2. Método Científico Standard básico: A escola médica tem de ensinar os princípios do método científico e da Medicina Baseada na Evidência, incluindo o raciocínio analítico e crítico, ao longo do currículo. Quais os componentes do curriculo qe introduzem os princípios do método científico e da Medicina Baseada na Evidência e preparam para o pensamento analítico e crítico? As disciplinas de Introdução à Saúde Pública, Bioestatística e Epidemiologia iniciam a preparação do estudante para a metodologia científica sendo ainda a temática abordada em diferentes disciplinas ao longo do curso. No ano de estágio (6º ano) os estudantes recebem uma formação específica orientada para a elaboração de um trabalho de “monografia” de fim do curso. Alguns princípios de Medicina Baseada Na Evidência, são transmitidos aos estudantes mas não de forma sistemática. Conclusão: A FMUAN cumpre o standard básico para o método científico, pois mesmo sem existirem disciplinas específicas para o efeito, ensina ao longo do currículo os princípios do método científico. Desenvolvimento de qualidade: O currículo deve incluir elementos para formar os estudantes em raciocínio científico e metodologia de investigação. Que oportunidades específicas existem para os estudantes receberem formação para a investigação? Os estudantes não participam de forma sistematizada e organizada em projectos de investigação ao longo do curso. Em algumas disciplinas, os estudantes desenvolvem trabalhos de campo, pequenos projectos, seminários e produzem relatórios, tanto de forma individual como em grupo. No ano de estágio (6º ano) os estudantes elaboram “trabalhos de fim de curso” sob orientação docente, que são defendidos publicamente perante um júri docente. Conclusão: A FMUAN satisfaz no grau mínimo (grau 2) o desenvolvimento de qualidade para o método científico (a componente de investigação é incipiente ao longo do curso e expressa-se de forma mais estruturada no ano de estágio). 40/108 4.1.2.3. Ciências Básicas Biomédicas Standard básico: A escola médica tem de identificar e incorporar no currículo as contribuições das ciências básicas biomédicas de modo a criar a compreensão do conhecimento científico, dos conceitos e métodos essenciais à aquisição e aplicação da ciência clínica. Quais das ciências básicas biomédicas contribuem para o programa do curso médico? Contribuem para o programa do curso médico as seguintes ciências básicas biomédicas: Bioquímica, Biologia Celular, Genética, Histologia, Embriologia, Anatomia, Fisiologia, Microbiologia, Farmacologia e Patologia. A Imunologia e a Biofísica são leccionadas na Patologia e Bioquímica, respectivamente. Como é que os seus contributos são integrados com as ciências clínicas nas diferentes fases do curriculo? A integração dos contributos das ciências básicas e clínicas não é feita de forma sistematizada (são abordadas sequencialmente no ciclo básico e no ciclo clínico), criando problemas aos estudantes de relacionamento de conteúdos, repetições desnecessárias e possíveis omissões. Conclusão: A FMUAN cumpre com o standard básico, pois incorpora no seu currículo as disciplinas básicas biomédicas necessárias à aquisição e à aplicação da ciência clínica, devendo sistematizar melhor a integração entre as ciências básicas e as disciplinas do ciclo clínico. Desenvolvimento de qualidade: As contribuições para o currículo das ciências biomédicas devem ser adaptadas ao progresso científico, tecnológico e clínico bem como às necessidades em saúde da sociedade. Qual o processo pelo qual a Escola Médica adapta as contribuições curriculares das várias ciências básicas biomédicas aos progressos da ciência, da prática e da prestação de cuidados de saúde? Têm sido feitas adaptações de forma pontual de acordo com os critérios de cada docente e de cada disciplina, mas desde a última “readaptação” curricular realizada em 1992/1993 estas adaptações não têm tido a coordenação global do plano curricular. Regista-se a preocupação da maior parte dos docentes de fazerem acertos pontuais nas suas disciplinas em função dos avanços da ciência e das novas tecnologias de comunicação e ensino. 41/108 Conclusão: A FMUAN satisfaz no grau mínimo (grau 2) o desenvolvimento de qualidade para as ciências básicas biomédicas. 4.1.2.4. Ciências Comportamentais e Sociais e Ética Médica Standard básico: A escola médica tem de identificar e incorporar no currículo as contribuições das ciências comportamentais, das ciências sociais, da ética e jurisprudência médica, que permitam comunicação eficaz, a decisão clínica e uma prática ética. Quais as ciências comportamentais e sociais e quais as disciplinas da ética e jurisprudência médicas que contribuem para o programa do curso médico? O programa do curso médico integra a História da Medicina, a Bioestatística, Epidemiologia, Higiene e Saneamento, Demografia, Administração de área sanitária, Administração Hospitalar, Saúde Comunitária, Psicologia Médica e Medicina Legal. Não existe uma disciplina independente de Ética e Deontologia Médica, mas os conhecimentos sobre os princípios da ética e da jurisprudência médicas são transmitidos aos estudantes nas diferentes disciplinas do ciclo clínico. Como é que o curriculo disponibiliza os contributos destas ciências e disciplinas para promover uma comunicação eficaz, um processo de decisão clínica e uma prática ética? Os estudantes são expostos desde o início e ao longo do curso de Medicina, às ciências comportamentais e sociais tuteladas pelo DEI de Saúde Pública. Especificamente nas disciplinas de Saúde Comunitária I e II são administradas matérias ligadas à comunicação, informação e educação para a saúde. No 6º ano o estudante, para além dos estágios hospitalares, experimenta o primeiro nível de atendimento em saúde e de prática comunitária permitindo-lhe uma melhor percepção e resolução dos problemas do homem doente e saudável no seio da comunidade. São rudimentares a formação sobre ética e deontologia médica, o debate sobre a dimensão ética do exercício médico e a discussão da componente ética de casos médicos. Conclusão: A FMUAN cumpre o standard básico para as ciências comportamentais e sociais, embora deva sistematizar e ampliar a formação em ética e jurisprudência médica. 42/108 Desenvolvimento de qualidade: As contribuições das ciências comportamentais e sociais bem como da ética médica devem ser adaptadas aos progressos científicos na medicina, à mudança dos contextos demográficos e culturais bem como às necessidades da sociedade na área da saúde. Qual o processo pelo qual a escola médica adapta as contribuições curriculares das ciências comportamentais e sociais bem como da ética médica, aos progressos da ciência, na prática e na prestação de cuidados de saúde? O processo pelo qual a Faculdade adapta as contribuições curriculares é semelhante ao apresentado para as ciências biomédicas básicas onde as adaptações são feitas de forma individual e disciplinar, sem coordenação central. Conclusão: A FMUAN satisfaz no grau mínimo (grau 2) o desenvolvimento de qualidade para as ciências comportamentais, ciências sociais e ética médica. 4.1.2.5. Ciências Clínicas e Aptidões Clínicas Standard básico: A escola médica tem de assegurar que os estudantes tenham contacto com o doente e adquiram o suficiente conhecimento clínico e aptidões para assumirem a responsabilidade clínica própria do momento da licenciatura. Quais os objectivos específicos (conhecimentos, aptidões e atitudes) definidos para garantir a competência clínica na altura da licenciatura? O perfil do médico recém-licenciado a formar não está oficialmente bem definido pelo sector público, pelo que é difícil garantir que os objectivos específicos destas disciplinas clínicas sejam compatíveis com a competência clínica na altura da licenciatura; a escola médica forma o médico em função das suas próprias percepções sobre a finalidade dessa formação. Quais as disciplinas clínicas específicas e respectivos níveis de envolvimento em que esta experiência (conhecimentos, aptidões e atitudes) vai ser adquirida? Constituem disciplinas clínicas do curso as seguintes: Semiologia e Fisiopatologia Médica, Semiologia e Fisiopatologia Cirúrgica, Semiótica Radiológica, Medicina Interna, Terapêutica, Doenças Transmissíveis, Dermatologia, Cirurgia Geral, Urologia, Ortopedia e Traumatologia, Pediatria, Ginecologia-Obstetrícia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Psiquiatria. Por não existirem como disciplinas independentes e não estarem ou estarem muito pouco integradas nas outras disciplinas clínicas, têm tido pouca expressão 43/108 no programa do curso de Medicina as matérias de Técnica Laboratorial, Fisioterapia/Fisiatria, Medicina de Reabilitação, e Geriatria. Quais as modalidades da prática (cuidados de saúde em internamento/ ambulatório, hospital/comunidade, rural/urbano, especialista/clínico geral) nas quais esta experiência vai ser adquirida? A prática clínica de acompanhamento de internamentos, consultas externas e banco de urgência é desenvolvida desde o 3º ano em hospitais públicos cuja gestão depende do Ministério da Saúde e onde muitas vezes o nível de desenvolvimento e a qualidade dos recursos não é compatível com um ensino de qualidade de futuros médicos. O contacto do estudante com o doente é relativamente intenso do 3º ao 6º ano, embora decorra em condições de carência de recursos e deficiente organização. No 6º ano tem havido prática clínica ao nível da atenção primária em postos, centros de saúde e comunidade nas províncias do Bengo e Luanda (Kifangondo) sob orientação do DEI de Saúde Pública e residência médica no Centro-Escola de Caxito. Conclusão: A FMUAN cumpre o standard básico, embora não tenha definidas as competências clínicas em função do perfil do médico a formar; há matérias clínicas importantes sem expressão curricular e os hospitais onde se faz a docência não têm um nível de desenvolvimento e qualidade de recursos compatível com um ensino médico de qualidade. Desenvolvimento de qualidade: Cada estudante deve ter contacto precoce com o doente com o objectivo de participar no seu tratamento. As diferentes componentes do treino de aptidões clínicas devem ser estruturadas de acordo com a fase do curso. Que oportunidades específicas existem para uma participação activa, precoce e continuada na prestação de cuidados ao doente? Os estudantes não têm um contacto precoce (1º e 2º anos) em actividades de apoio ao doente, em actividades de enfermagem, em actividades para conhecimento e aplicação de primeiros socorros, suporte básico e/ou suporte avançado de vida. Que oportunidades específicas existem para uma experiência relevante na comunidade e para trabalhar com outros profissionais de saúde? 44/108 No 6º ano os estudantes têm oportunidade de ser integrados nas equipes dos centros e postos de saúde, desenvolver actividades de clínica médica em atenção primária, contribuírem na melhoria organizativa, do funcionamento e formação dos profissionais das unidades sanitárias onde estão colocados, implementarem os programas preventivos aprovados pelo MINSA, desenvolverem actividades de pesquisa e actividades de saúde de apoio às comunidades, esta últimas em articulação com as equipes multidisciplinares da administração local. Conclusão: A FMUAN satisfaz minimamente (grau 2) o desenvolvimento de qualidade das ciências clínicas e aptidões clínicas, na medida em que possibilita no 6º ano uma experiência relevante para o futuro profissional. 4.1.2.6. Estrutura, Composição e Duração do Currículo Standard básico: A escola médica tem de definir o conteúdo, extensão e sequência dos programas bem como os outros elementos curriculares incluindo o equilíbrio entre conteúdos nucleares e opcionais, o papel da promoção da saúde, da medicina preventiva e de reabilitação no currículo, bem como a interface com as práticas não ortodoxas, tradicionais ou alternativas. Quais os tópicos/matérias ensinadas e duração (horas/semanas) por semestre/ano, para os elementos curriculares obrigatórios? O currículo do curso de Medicina integra apenas disciplinas nucleares (obrigatórias) que decorrem ao longo de 2 semestres em cada ano lectivo. Cada semestre tem a duração de 20 semanas com os exames incluídos. Qual o equilíbrio entre as aulas teóricas, ensino em pequenos grupos, seminários, sessões no laboratório, rotações, etc? As subcomissões pedagógicas de ano (SCPA) são as responsáveis pela elaboração dos cronogramas (horários) dos respectivos anos, coordenando as cargas horárias de cada disciplina. Estas incluem ainda um número significativo de aulas teóricas. Onde são abordadas no currículo a promoção da saúde, a medicina preventiva e as práticas médicas alternativas/não ortodoxas? As disciplinas relacionadas com a promoção da saúde, a medicina preventiva e as práticas médicas alternativas/não ortodoxas, são abordadas nas disciplinas de Saúde Pública, cerca de 450 horas distribuídas ao longo do programa do curso médico, desde o 1º ano. 45/108 Quais as disciplinas curriculares de opção? Não existem disciplinas de opção no currículo actual do curso de Medicina. Conclusão: A FMUAN cumpre o standard básico para a estrutura, composição e duração do currículo, pois tem definido o conteúdo e a sequência dos programas, embora apenas com disciplinas obrigatórias. Desenvolvimento de qualidade: as ciências básicas e as ciências clínicas devem estar integradas no currículo. Que política orienta a integração (horizontal/vertical e ciências básicas/clínicas) no currículo? Não existe concertação entre as disciplinas dos ciclos básico e clínico para a integração horizontal e vertical e entre as diversas ciências. Que mecanismos existem para garantir que tal acontece? Não tem havido encontros de concertação entre as diferentes sub-comissões pedagógicas de ano, que deveriam garantir mecanismos de integração curricular. Conclusão: A FMUAN não tem nenhum desenvolvimento de qualidade (grau 1) quanto à política e mecanismos de integração do currículo entre as ciências básicas e clínicas. 4.1.2.7. Gestão do Programa Standard básico: A uma comissão curricular tem de ser dada a responsabilidade e autoridade para planear e implementar o currículo de modo a garantir os objectivos da escola médica. Quais os termos de referência e a composição da comissão curricular? Que autoridade específica tem a comissão para resolver os conflitos dos princípios educacionais e determinar os contributos das disciplinas específicas para o programa do curso médico? Em complementaridade à orientação metodológica, técnica e de integração que se desenvolve entre disciplinas tuteladas pelo mesmo Departamento de Ensino Investigação, são as sub-comissões pedagógicas de ano (que integram todos os coordenadores de disciplina do ano e o estudante-delegado do ano) que acompanham e propõem alterações ao programa curricular. No entanto a ausência da antiga Comissão Pedagógica do Curso retirou a estes coordenadores as possibilidades de concertação e trabalho conjunto com o Vice Decano para os 46/108 Assuntos Académicos, sendo os problemas do ano apresentados directamente ao Conselho Pedagógico. Como é que estas decisões são implementadas? O órgão competente para apreciar e emitir pareceres de ordem académica e pedagógica é o Conselho Pedagógico da FMUAN que é presidido pelo ViceDecano para os Assuntos Académicos e do qual fazem parte membros por inerência (chefe do Departamento dos Assuntos Académicos, chefes dos DEIS, coordenadores das Subcomissões Pedagógicas de Ano, coordenadores de todas as disciplinas do curso, Presidente e Vice-presidente da Associação dos Estudantes, e os estudantes-delegados de cada ano curricular) e membros eleitos (3 professores, 3 assistentes e 3 estudantes). Conclusão: A FMUAN cumpre com o standard básico, pois tem definido na sua estrutura órgãos com competências para planificar, implementar e avaliar o programa. No entanto esses órgãos não têm feito circular correctamente as informações que possibilitem uma avaliação periódica ou global do programa curricular. Desenvolvimento de qualidade: Devem dar-se à comissão curricular os recursos para planear e implementar os métodos de ensino-aprendizagem, para avaliar os estudantes e os programas bem como para a inovação curricular. Nessa comissão deve haver representantes do corpo docente e de outros interlocutores interessados e influentes. Qual é o mecanismo da escola médica e os recursos da comissão curricular para introduzir o ensino, a aprendizagem, a avaliação e as inovações curriculares? Os Conselhos Pedagógicos e Científico da Faculdade de Medicina são os orgãos que têm atribuições relacionadas com estas matérias, mas não criaram comissões com o mandato de planear e implementar os métodos de ensino-aprendizagem, para avaliar os estudantes e os programas, bem como para a inovação curricular. Conclusão: A FMUAN não tem nenhum desenvolvimento de qualidade (grau 1) para a gestão do programa. 4.1.2.8. Articulação com a Prática Médica e Sistema de Prestação de Cuidados 47/108 Standard básico: tem de ser assegurada a articulação operacional entre o programa educacional e a fase subsequente de treino ou estágio em que o estudante irá entrar depois da licenciatura. Que ligações existem entre o programa da pré-graduação e a fase seguinte de formação para a prática? Não existe qualquer ligação formal entre o programa de pré-graduação e a fase pós-licenciatura, embora o 6º ano do curso funcione como um ano de iniciação à prática médica com acompanhamento tutorizado. Que programas de transição específicos ocorrem no último ano do curso? Os programas de transição no fim da pré-graduação são garantidos no 6º ano do curso, que é um ano de estágio e de prática profissional que decorre nos hospitais, centros e postos médicos; por outro lado o MINSA tem bem definido a Lei das Carreiras Médicas onde são integrados os médicos recém-licenciados. Existem representações recíprocas entre as comissões responsáveis pela prégraduação e as subsequentes fases de educação e formação? Tem havido contactos pontuais e pouco participativos envolvendo Core Group do CEDUMED, Comissões de Especialidades da Ordem dos Médicos e Conselho Nacional de Pós-Graduação de Ciências Médicas. Conclusão: A FMUAN cumpre o standard básico, pois assegura através do ano de estágio a articulação operacional entre o programa educacional e a fase em que o estudante irá entrar pós-licenciatura. Desenvolvimento de qualidade: A comissão curricular deve procurar obter informação a partir do meio no qual se espera que os licenciados serão chamados a trabalhar e deve reformular o programa em resposta ao feedback dado pela comunidade e pela sociedade. Como é que a comissão curricular obtém a participação dos serviços de saúde para conseguir a transição entre a pré-graduação e a fase seguinte de formação? Não estão estabelecidos mecanismos funcionais para o feed-back necessário entre os utilizadores dos licenciados formados pela escola médica (MINSA, FAA e outras unidades do Sistema Nacional de Saúde) e a autoridade académica da escola médica. 48/108 Que mecanismos existem para obter e fazer uso de feed-back dado pela comunidade e sociedade? Actualmente não existe um feed-back eficaz. No entanto nos anos 80 existiam reuniões anuais, regulares, para a distribuição dos médicos licenciados em que eram abordadas questões que serviam de retro-alimentação para a reformulação dos programas. Conclusão: A FMUAN não tem nenhum desenvolvimento de qualidade (grau 1) de articulação da prática clínica com o sistema de cuidados de saúde. 4.1.3. Avaliação de Estudantes 4.1.3.1. Métodos de Avaliação da Aprendizagem Standard básico: A escola médica tem de definir e explicitar os métodos utilizados na avaliação dos seus estudantes, incluindo os critérios de aprovação nos exames. • Que bases asseguram a Avaliação de Aprendizagem na Faculdade de Medicina? A política sobre avaliação de aprendizagem está consignada no Regime Académico da U.A.N, publicado no Diário da República n.º 21-II série de 26 de Maio de 2000, capítulo III e retomada nos Regulamentos da Faculdade de Medicina aprovados em 2002 (Regime Académico e das Estruturas Pedagógicas). • Os estudantes têm conhecimento da legislação sobre os momentos, o peso e os critérios de progressão? No início do curso todos os estudantes são informados do conteúdo dos principais regulamentos que regem a Faculdade de Medicina incluindo o Regulamento das Estruturas Pedagógicas. No início de cada ano ou semestre lectivos são distribuídos aos estudantes resumos sucintos dos diferentes programas das disciplinas curriculares em funcionamento. • Quem é responsável pela política de avaliação da aprendizagem? Responde pela política de avaliação de aprendizagem o Senado Universitário que aprova o regime de avaliação de conhecimentos das várias Faculdades e Institutos sob proposta dos Coordenadores de Disciplina e Vice-Direcções dos Assuntos Académicos de cada unidade orgânica. • Qual a composição das comissões envolvidas na avaliação da aprendizagem e que quadros de referência apresentam? 49/108 As Comissões envolvidas na avaliação da aprendizagem na Faculdade de Medicina são formadas pelos Coordenadores de Disciplina e pelos docentes mais diferenciados de cada Disciplina/Departamento, segundo as orientações da SubComissão Pedagógica. Os júris para as provas de graduação são propostos pela Faculdade e homologados pelo Reitor da Universidade. Conclusão: A FMUAN cumpre com o standard básico dos métodos de avaliação da aprendizagem, pois tem definidos e explicitados os princípios e métodos de avaliação da aprendizagem. Desenvolvimento de qualidade: A fiabilidade e a validade dos métodos de avaliação devem ser documentadas e avaliadas bem como desenvolvidos novos métodos de avaliação. • Como é que a escola médica monitoriza a fiabilidade e a validade das avaliações da aprendizagem? A escola médica não monitoriza a fiabilidade e a validade das avaliações da aprendizagem (análise docimológica). • Como é que as avaliações internas da aprendizagem são validadas em função dos standards externos? As avaliações internas da aprendizagem não são validadas em função dos standards externos. • Como é que os novos métodos de avaliação da aprendizagem são investigados, testados e introduzidos? Existem acções isoladas nos departamentos e disciplinas em relação a investigação, testagem e introdução de novos métodos de avaliação, mas a Faculdade como um todo não tem abordado esta matéria. Conclusão: A FMUAN satisfaz minimamente (grau 2) o desenvolvimento de qualidade dos métodos de avaliação da aprendizagem (pois não sendo generalizadas, existem no entanto acções nos Departamentos relacionadas com a investigação, testagem e introdução de métodos novos de avaliação). 4.1.3.2. Relação entre a Avaliação e a Aprendizagem Standard básico: Os princípios de avaliação, métodos e práticas têm de ser claramente compatíveis com os objectivos educacionais e têm de promover a aprendizagem. 50/108 • Como é que as práticas de avaliação da aprendizagem se tornam compatíveis com os objectivos educacionais e os métodos de aprendizagem? Os relatórios de disciplina disponíveis na Vice-Direcção para os Assuntos Académicos, não permitem concluir da compatibilidade das práticas de avaliação com os objectivos educacionais e métodos de aprendizagem, embora algumas disciplinas tenham bem definidos os seus objectivos educacionais, métodos de aprendizagem e práticas de avaliação. Conclusão: A FMUAN não cumpre com o standard básico na relação entre a avaliação e a aprendizagem. Desenvolvimento de qualidade: O número e a natureza dos exames devem ser ajustados em função da integração das avaliações dos vários elementos curriculares para motivar uma aprendizagem integrada. Deve ser reduzida a necessidade de aprender uma quantidade excessiva de informação e evitar-se a sobrecarga curricular. • Como é que a Escola Médica monitoriza a avaliação dos estudantes para reduzir a sobrecarga curricular e motivar para aprendizagem integrada? A Faculdade de Medicina não monitoriza a avaliação dos estudantes com vista a reduzir a sobrecarga curricular e motivar para a aprendizagem. • Até que ponto se consegue obter uma avaliação integrada dos vários elementos curriculares? Durante o ciclo básico e clínico não tem sido possível obter uma avaliação integrada dos vários elementos curriculares. Isto apenas se consegue de forma débil e parcelar no ano de estágio (6° ano do curso). Conclusão: A FMUAN não tem nenhum desenvolvimento de qualidade (grau 1) na relação entre a avaliação e a aprendizagem. 4.1.4. Estudantes 4.1.4.1. Política de Admissão e Selecção Standard básico: A escola médica tem de ter uma política de admissão que inclua uma clara definição do processo de selecção dos estudantes. • Quais são os critérios académicos de admissão ao curso de medicina? Os critérios académicos de admissão ao curso de medicina são: a conclusão do ensino pré-universitário na opção de ciências exactas, ensino médio de saúde ou equivalente que incluam as disciplinas consideradas nucleares como Biologia, 51/108 Física, Química e Português e (desde 2001) a obtenção de um mínimo de dez valores no teste de admissão, em função do número clausus aprovado. • Existem requisitos adicionais a nível institucional ou governamental? A nível institucional existem como requisitos especiais para ingresso, quotas de 5% definidas por deliberação do Senado Universitário, para os atletas do Centro Desportivo da Universidade Agostinho Neto, assim como para os diminuídos físicos e veteranos de guerra, desde que obtenham nota mínima estabelecida pela instituição. Existe também uma quota por orientação do Magnífico Reitor da UAN, para admissão de pelo menos um estudante de cada província (excepto Luanda) onde se realizem provas de admissão, independentemente da nota obtida. • Que órgão é responsável pela política de selecção? A política de selecção dos candidatos é definida pela Comissão Permanente do Senado Universitário para os Assuntos Académicos e implementada pela Vice Direcção para os Assuntos Académicos da Faculdade de Medicina que coordena todo o processo de selecção desde a inscrição dos candidatos até à publicação dos resultados do exame de selecção. • Que métodos utiliza? Utiliza para a selecção a análise documental e os resultados da prova escrita. • Que mecanismos de recurso existem? Como mecanismo de recurso existe a revisão de provas que é da competência de um Júri específico, cuja constituição está prevista no regime académico da Faculdade de Medicina. Os candidatos podem solicitar revisão da prova em requerimento dirigido ao Decano da Faculdade de Medicina que preside o Júri de Revisão de Provas até 48 horas após a publicação dos resultados das provas. A decisão do Júri de Revisão de Provas é inapelável. Conclusão: A FMUAN cumpre com o standard básico no que diz respeito à política de admissão e processo de selecção dos estudantes. Desenvolvimento de qualidade: A política de admissão deve ser revista periodicamente, com base em dados relevantes da sociedade e da profissão, de modo a responder às responsabilidades sociais da instituição e às necessidades de saúde da comunidade e da sociedade. A relação entre a selecção, o programa educacional e as qualidades esperadas por parte dos licenciados devem estar expressas. 52/108 • Como é que métodos utilizados para seleccionar os estudantes avaliam a sua adequação e capacidade para a prática em diferentes áreas da medicina? As provas de exame de acesso à escola médica não estão orientadas para avaliar a adequação e capacidade dos candidatos para a prática, reflectindo essencialmente o paradigma biomédico da profissão médica. • Como é que os referidos métodos levam em consideração as responsabilidades sociais e as necessidades de saúde? Os métodos utilizados não levam em consideração as responsabilidades sociais e as necessidades de saúde. As provas apenas avaliam conhecimentos e não habilidades, atitudes, valores e princípios. • Como é que a comissão de selecção avalia o resultado da sua política no que toca aos subsequentes resultados educacionais? A comissão de selecção não avalia o resultado da sua política no que toca aos subsequentes resultados educacionais. A comissão de selecção apenas faz uma informação resumo do aproveitamento das provas de selecção que envia à Comissão Permanente do Senado Universitário para os Assuntos Académicos para apreciação. Conclusão: A FMUAN não tem nenhum desenvolvimento de qualidade (grau 1) quanto à política de admissão e selecção. 4.1.4.2. Admissão de Estudantes Standard básico: O número de estudantes admitidos tem de ser definido e relacionado, em qualquer das fases de formação e treino com a capacidade da escola médica. • Descrever o número de estudantes a admitir bem como a sua distribuição pelas diferentes categorias. O número de estudantes a admitir é fixado apenas para o 1° ano do curso com base no numerus clausus pelo Conselho Pedagógico da Faculdade de Medicina em função dos recursos disponíveis (humanos, materiais e financeiros) e experiência do ano lectivo anterior. Não têm sido definidas categorias para a admissão dos candidatos. Nos últimos 3 anos o numerus clausus para a entrada na Faculdade foi fixado em 80 alunos por ano. • Como se determina o número de estudantes a admitir de acordo com a capacidade da escola médica? 53/108 Dos 1500 a 2000 candidatos a ingresso na Faculdade de Medicina há uma predeterminação do número de alunos a admitir em função da capacidade geral da escola médica em termos de recursos humanos, materiais e financeiros, taxa de repetência nos diferentes anos e condições nos hospitais para o ensino clínico. Conclusão: A FMUAN cumpre com o standard básico para a admissão de estudantes. Desenvolvimento de qualidade: A dimensão e características do número de estudantes admitidos devem ser revistas de acordo com a opinião de relevantes interlocutores interessados e influentes bem como regulada periodicamente para responder às necessidades da comunidade e da sociedade. • Que mecanismos existem para ajustar o número de estudantes a admitir e as respectivas quotas? Não existem mecanismos para ajustar o número de estudantes a admitir e as respectivas quotas, em função das necessidades da comunidade e da sociedade. • Quem é consultado no que respeita às alterações do número e composição do grupo de estudantes a admitir? É apenas o Conselho Pedagógico da Faculdade de Medicina que determina e anuncia o numerus clausus. Conclusão: A FMUAN não tem nenhum desenvolvimento de qualidade (grau 1) quanto à admissão de estudantes. 4.1.4.3. Apoio e Aconselhamento do Estudante Standard básico: A escola médica tem de oferecer ao estudante um programa de apoio incluindo aconselhamento. • Que serviços de aconselhamento estão disponíveis na escola médica? Não existem serviços de aconselhamento estruturados na escola médica. • Que outros programas de apoio a estudantes estão disponíveis durante o curso? Não existem programas mas sim algumas estruturas de apoio tais como: espaço físico para a Associação dos Estudantes, refeitório, biblioteca, centro de informática com recurso à internet grátis, reprografia, e um lar de estudantes. • A que programas de apoio adicionais disponibilizados por outras organizações pode o estudante ter acesso? 54/108 A Faculdade de Medicina não é informada nem faz a gestão de eventuais bolsas concedidas a estudantes, com excepção das concedidas pela SONANGOL à Universidade. Diversos estudantes terão acedido a apoios de outras organizações, como as Forças Armadas Angolanas, numa base individual. Conclusão: A FMUAN não cumpre com o standard básico de apoio e aconselhamento ao estudante. Desenvolvimento de qualidade: O aconselhamento deve ser baseado na monitorização do progresso do estudante e deve atender às suas necessidades sociais e pessoais. • Que mecanismos existem para identificar os estudantes com necessidades religiosas, psicológicas, sociais e/ou de suporte académico? Não existem estes mecanismos criados na Faculdade de Medicina. Conclusão: A FMUAN não tem nenhum desenvolvimento de qualidade (grau 1) quanto ao apoio e aconselhamento de estudantes. 4.1.4.4. Representação do Estudante Standard básico: A escola médica tem de ter uma política quanto à representação e participação apropriada dos estudantes no planeamento, gestão e avaliação do currículo, bem como em outros assuntos para eles relevantes. • Qual a política da escola médica no que respeita à contribuição dos estudantes em assuntos curriculares? Os estudantes da Faculdade de Medicina estão organizados na Associação dos Estudantes da Faculdade de Medicina de Luanda (AEFML), que é um órgão oficial que actua em defesa dos seus direitos e deveres académicos e sociais, colaborando com os órgãos da Faculdade e da UAN na resolução de problemas e na promoção do desenvolvimento institucional. Nos diversos orgãos em que participam os estudantes apresentam propostas relativamente ao conteúdo do Regime Académico da escola médica e discutem documentos normativos da instituição. • Qual a política da escola médica no que respeita à contribuição dos estudantes em outros assuntos para eles relevantes? Os estudantes têm representantes com direito a voto em todos os órgãos de gestão da Faculdade de Medicina (à excepção do Conselho Científico). O Presidente e Vice-Presidente da Associação dos Estudantes são membros por inerência do Conselho de Direcção da Faculdade. No Conselho Pedagógico 55/108 participam os delegados de cada ano curricular bem como os estudantes membros da Associação eleitos para o efeito. A estrutura organizativa da Associação dos Estudantes permite aos discentes a devida participação na vida académica, social, recreativa e desportiva. • Como é que os estudantes têm contribuído para o desenvolvimento dessas políticas? A Associação dos Estudantes tem organizado jornadas estudantis em que se debatem temas de interesse juvenil e académico, promovem actividades de recepção do caloiro e outras acções de âmbito social, recreativo e cultural. Conclusão: A FMUAN cumpre com o standard básico de representação dos estudantes. Desenvolvimento de qualidade: As actividades e organizações dos estudantes devem ser encorajadas e facilitadas. • Que medidas práticas existem para motivar os estudantes para a autogestão e participação nas actividades dos órgãos de gestão da Escola? Os estudantes através dos seus representantes são regularmente convocados para participarem de modo activo nos órgãos de gestão da Faculdade de Medicina. Um exemplo prático é a representação estudantil também na Comissão de Avaliação Interna da Faculdade de Medicina (CAIFM). Conclusão: A FMUAN satisfaz excelentemente (grau 5) quanto ao desenvolvimento de qualidade de representação dos estudantes, embora as suas contribuições possam tornar-se mais substantivas. 4.1.5. Corpo Docente 4.1.5.1. Política de Recrutamento Standard básico: A escola médica tem de ter uma política de recrutamento do corpo docente que realce o tipo, as responsabilidades e o equilíbrio do corpo docente, necessário para pôr em prática adequadamente o currículo, atendendo à proporção entre docentes médicos e não médicos, entre docentes a trabalhar a tempo completo ou parcial, cujas responsabilidades têm de ser explicitamente definidas e monitorizadas. • Que política tem a escola médica para assegurar que o perfil do corpo docente se adequa à variedade e equilíbrio das aptidões de ensino requeridos para pôr em prática o currículo? 56/108 Existe uma praxis política no sentido contratar docentes com diferenciação profissional/especialização (concluída ou em curso) correspondente ao domínio epistemológico/departamento no qual vai laborar (17 Departamentos de Ensino e Investigação). Poucos docentes têm diferenciação académica na sua área (mestrados ou doutoramentos), principalmente na área clínica. No passado (até meados da década de 90), existiu a política de captar um considerável número de docentes através da contratação precoce como monitores (no ciclo básico e na saúde pública era a forma quase exclusiva de ingresso, embora na área clínica também captasse muitos docentes dessa forma). Em alguns períodos considerável parte do corpo docente era estrangeiro devido ao deficit de competências no mercado nacional (caso paradigmático da cooperação cubana desde a independência até aos anos 90), mas no presente, quase todos os docentes são nacionais. • Quais os requisitos relacionados com as qualificações para a contratação? Todas as categorias do corpo docente e auxiliar (monitores) são providos por contrato, celebrado entre o docente e a Universidade, mediante parecer do Conselho Científico da escola médica e sob proposta do respectivo Chefe de Departamento de Ensino e Investigação. A categoria de auxiliares de docência (monitores) é preenchida por estudantes do ciclo clínico com média geral ≥ 14 valores (e classificação ≥ 15 valores na disciplina que leccionará); a categoria de Assistente estagiário é preenchida por licenciados com médias ≥ 14 valores ou mestrandos (categoria a partir da qual há progressão para Assistente). A categoria de Professor Auxiliar é provida por candidatos com o Doutoramento (categoria a partir da qual existe progressão para Professor Associado e, no final, Professor Titular). • Existem políticas ou requisitos de carácter institucional ou governamental que afectem as decisões da escola médica quanto ao pessoal docente? A política da escola médica é garantir um fluxo de profissionais com o perfil adequado, na qualidade necessária e no momento certo, que permitam à instituição atingir os objectivos preconizados. Esta política é condicionada pela política geral do governo para a função pública (coordenada pelo Ministério da Administração Pública, Emprego e Segurança Social – MAPESS) que tem aumentado progressivamente de rigor, determinando a obrigatoriedade de quadro de pessoal aprovado e publicado, abertura de concursos públicos e autorização do Ministério 57/108 das Finanças e visto do Tribunal de Contas. Existem critérios e modelos para a avaliação do desempenho docente, mas esta não é ainda cumprida. • Qual o equilíbrio entre docentes médicos e não médicos e entre os que trabalham a tempo completo e parcial? Do total dos 135 docentes levantados pelo Departamento de Recursos Humanos da Faculdade, 96 (71%) estão contratados como docentes em tempo integral (embora exista a percepção que as condições desse regime não estão claramente definidas nem fiscalizadas). Dos 135 docentes apenas 9 (6%) não são médicos (4 farmacologistas, 2 bioquímicos, 1 veterinário e 1 biólogo). • Com que frequência a escola médica revê a sua lista de prioridades para o corpo docente? As prioridades de cada Departamento para contratação de novos docentes são determinadas localmente, nos DEIs, pelas respectivas chefias. Porém, a contratação de docentes depende da autorização para abertura de Concurso Público pela Reitoria da Universidade e a negociação/competição pelas vagas disponíveis é feita a nível do Conselho Científico. Assim, este processo não tem uma periodicidade definida e é gerido centralmente pelo MAPESS e oela Reitoria da UAN, obedecendo aàs prioridades do Governo em matéria de admissão de quadros. As necessidades docentes são calculadas pela Faculdade em trabalho coordenado pela Reitoria da Universidade (interlocutor com o Governo) estabelecendo dois cenários, o corpo docente ideal (CDI) e o corpo docente mínimo aceitável (CDA). Conclusão: A FMUAN não cumpre o standard básico de política de recrutamento do corpo docente. Desenvolvimento de qualidade: Deve ser desenvolvida uma política de critérios de selecção do corpo docente, incluindo o mérito científico, educacional e clínico, a relação com a missão da instituição, as considerações económicas e as questões de importância local. • Como é que a escola médica pensa melhorar o seu recrutamento de pessoal de modo a responder à sua missão e objectivos? Nos últimos anos, a Universidade aumentou a exigência e rigor na contratação de novos docentes, relevando a importância dos graus académicos de mestre e doutor. O Senado Universitário aprovou uma Deliberação específica para a Faculdade de 58/108 Medicina, estabelecendo que o Título de Médico Especialista produz na carreira docente os mesmos efeitos do Grau de Mestre. • Como é que esta melhoria influência o ênfase nas qualificações cientificas, educacionais e clínicas? A equiparação (só para efeitos de provimento) do Especialista ao Mestre vem reconhecer justamente a importância que a diferenciação tecnico-profissional tem para a docência das ciências médicas (fundamentalmente as clínicas). A maior exigência e promoção da diferenciação académica veio enfatizar a qualificação científica. As qualificações educacionais são as menos promovidas e avaliadas (poucos Departamentos desenvolvem trabalho metodológico docente), embora nos últimos anos a Reitoria ofereça Cursos de Agregação Pedagógica para Docentes (já concluído por 5 docentes da Faculdade, havendo outros tantos a frequentá-lo). Conclusão: A FMUAN satisfaz suficientemente (grau 3) com o desenvolvimento de qualidade para a política de recrutamento do corpo docente. 4.1.5.2. Política e Desenvolvimento do Corpo Docente Standard básico: A escola médica tem de ter uma política do corpo docente que contemple o equilíbrio entre a capacidade para ensinar, investigar e funções do serviço, que assegure o reconhecimento das actividades académicas de mérito, dando ênfase apropriado tanto ao resultado da investigação como às qualificações para o ensino. • Qual a política da escola médica para assegurar que o ensino, a investigação e os contributos para o serviço são adequadamente reconhecidos e compensados? Está definido que os docentes devem trabalhar 37 horas por semana na Faculdade, incluindo 12 horas lectivas, para além do desenvolvimento de investigação e outras actividades de organização e gestão. A prestação de serviços (extensão) foi retirada à vocação dos Departamentos pelo Estatuto Orgânico de 1995 que os “despromoveu” de Departamentos de Ensino, Investigação e Produção (DEIP) para apenas Departamentos de Ensino e Investigação (DEI). Na Faculdade de Medicina isto dificulta o reconhecimento do trabalho médico (assistencial e outro) e a correspondente captação/ alocação de recursos. A actividade de investigação (e outras) seriam premiadas nos termos do actual Estatuto Remuneratório (que prevê um extenso leque de subsídios e 59/108 gratificações por desempenho e mérito), mas a sua complexidade tem limitado a aplicação na quase totalidade. • Existem políticas ou regulamentos adicionais de carácter institucional ou governamental? O paradigma geral do funcionalismo público não se adequa duma forma geral ao paradigma académico que exige maior flexibilidade, reconhecimento do desempenho e premiação do mérito. Nomeadamente há contratações a curto prazo, pagamento de subsídios temporários e outros encargos que sofrem grande atraso ou são mesmo inviabilizados pela burocracia da função pública. Conclusão: A FMUAN não cumpre o standard básico para a política e desenvolvimento do corpo docente. Desenvolvimento de qualidade: A política do corpo docente deve promover a formação, o desenvolvimento e avaliação dos docentes. Os rácios professor/aluno importantes nas várias componentes do currículo e a representação dos docentes nos órgãos relevantes da escola, devem ser levados em consideração. • Que programas de desenvolvimento do corpo docente existem ou estão propostos de modo a permitir aos docentes actualizar as suas aptidões e obter avaliação do seu desempenho? Estão criadas as bases normativas para o estabelecimento da formação académica posterior a licenciatura na UAN (regulamento dos mestrados e doutoramentos pela UAN), está em curso o mestrado de educação médica (CEDUMED) e têm sido realizados vários cursos de agregação pedagógica pela UAN. Vários docentes estão em formação no exterior, em regime permanente ou sandwich, quase sempre de forma reactiva a iniciativas pessoais ou departamentais. No entanto, não tem sido realizada a avaliação do desempenho docente. • Como é feita a motivação para participar nos programas de desenvolvimento do corpo docente? O desenvolvimento do corpo docente resulta mais da iniciativa pessoal, por vezes apoiada pelos Departamentos, do que duma planificação institucional central. A motivação para a participação no formação docente é de base individual, muitas vezes direccionada para a progressão na carreira docente. Duma forma geral, não há identificação nem reconhecimento das actividades académicas de mérito. 60/108 • Como é que os rácios docente/discente, relevantes nas diferentes componentes curriculares levam em consideração a política do corpo docente? O rácio docente/discente de 6,7 (habitualmente considerado satisfatório a nível da Universidade) é uma média geral obtida dividindo o total de estudantes pelo total de docentes em efectividade. Não leva em conta a distinção entre docentes em tempo integral e em tempo parcial, nem o número de disciplinas, a eventual repetição semestral de disciplinas, o elevado grau de especialização da actividade médica (que torna difícil alguém leccionar fora da sua especialidade), nem as especificidades de cada unidade curricular (por vezes com elevada carga prática, ou trabalho em pequenos grupos). Em conclusão, há que (re)definir os rácios na Faculdade de Medicina, para que sejam de facto indicadores relevantes para a política do corpo docente. • Até que ponto está assegurado a representação de docentes nos órgãos relevantes? Há significativa e ampla representação docente em todos os órgãos de gestão da Faculdade (administrativos, científicos e pedagógicos). Conclusão: A FMUAN satisfaz suficientemente (grau 3) o desenvolvimento de qualidade para a política e desenvolvimento do corpo docente. 4.1.6. Locais de Formação e Recursos Educacionais 4.1.6.1. Instalações e Equipamentos Standard básico: A escola médica tem de ter instalações e equipamentos suficientes para a população docente e discente de modo a garantir que o currículo possa ser adequadamente posto em prática. Fornecer uma breve descrição de cada uma das instalações e equipamentos disponíveis para implementar a componente curricular não clínica. A componente curricular não clínica da Faculdade de Medicina corresponde à administração das ciências fundamentais (principalmente no ciclo básico) e de saúde pública (disciplinas administradas de forma helicoidal ao longo do curso). Os anfiteatros e as salas para aulas teóricas são adstritos aos diferentes anos do curso, no início do ano académico, em função do número de estudantes matriculados nesse ano curricular. Estão pois disponíveis para o exercício curricular do primeiro e segundo anos, dois anfiteatros com capacidade para 252 e 200 lugares fixos, ambos 61/108 climatizados e equipados com meios de projecção de imagem e som (retroprojector e datashow acoplado à um computador permanente); as disciplinas não clínicas e de saúde pública dos outros anos curriculares utilizam as salas de aulas teóricas dos respectivos anos. Para suporte às práticas está disponível a seguinte estrutura: uma sala de aulas práticas de Anatomia com capacidade global de 70 lugares equipada com peças anatómicas frescas e secas, modelos, mapas anatómicos; duas salas com capacidade de 36 lugares cada, para actividades práticas, teórico-práticas e estudo individual, com horário de funcionamento ininterrupto; três salas de aulas práticas com capacidade de 30 lugares cada, onde é feito o ensino prático da Biologia Celular, Histologia e Embriologia, com 31 microscópios individuais, dos quais 18 têm deficiências funcionais referentes às objectivas de maior aumento, estando uma das salas equipada com um microscópio com 10 braços de oculares para observação simultânea e todas as salas permitem a projecção de um microscópio para um ecrã; uma sala de aulas práticas com capacidade para 20 alunos onde se faz o ensino prático da Fisiologia, equipada com material datashow acoplado a um computador com um programa apropriado (BIOPAC), usando também este DEI para o ensino prático o laboratório de provas funcionais (ECG e Provas de Esforço); sem instalações funcionais para as aulas práticas está o ensino da Microbiologia e da Bioquímica (nos dois últimos anos, as aulas práticas de Bioquímica têm sido dadas no laboratório de análises clínicas, recentemente reabilitado). Encontram-se ainda disponíveis uma biblioteca, com capacidade para 102 lugares, aberta 11 horas/dia, com livros cuja actualização não é regular e uma pequena sala de leitura com capacidade de 15 lugares no Departamento de Ciências Morfológicas; existe ainda uma sala de reprodução de textos e duas salas de informática com 20 computadores cada ligados à Internet (com baixa velocidade de acesso, neste momento), disponíveis para estudantes e docentes durante 6 horas/dia. Como é que a escola médica avalia a adequação dos recursos educacionais? A avaliação da adequação dos recursos educacionais é feita através dos relatórios das disciplinas, onde o responsável da disciplina faz a valorização crítica da disciplina e propõe melhorias, inclusive de recursos educacionais. Não temos conhecimento de um “grupo de trabalho” ou “comissão” que recolha, analise e faça o tratamento adequado destas propostas. 62/108 Que mecanismos existem para obter feedback dos estudantes e dos docentes sobre as instalações e equipamentos? Os docentes para além dos relatórios das disciplinas apresentam os seus problemas em conjunto com os estudantes, através dos seus representantes, em reuniões do Conselho Pedagógico e Conselho de Direcção. Que poder tem a escola médica em termos de recursos directos para responder às deficiências? A Faculdade de Medicina é uma subunidade orçamental do Ministério da Educação e tem legalmente autonomia financeira de gestão dos recursos disponíveis de acordo com a sua proposta de orçamento apresentada para cada ano orçamental. Segundo o Regulamento Interno da Faculdade de Medicina, cabe a Faculdade administrar o seu património e gerir o seu orçamento anual (provenientes do Orçamento Geral do Estado e de fundos próprios, prestação de serviços, estudos e projectos executados). Conclusão: A FMUAN cumpre com o standard básico para instalações e equipamentos na medida que possui instalações próprias para o ensino não clínico embora necessite apetrechar e garantir consumíveis a alguns laboratórios tornando-os funcionais para o ensino. Desenvolvimento de qualidade: O ambiente de aprendizagem deve ser melhorado mediante uma actualização periódica e um aumento das instalações e equipamentos de modo a adequar-se ao progresso das práticas educacionais. Indicar quais os planos existentes para melhorar as instalações e equipamentos em relação aos desenvolvimentos das práticas educacionais. Estão em curso obras de reabilitação e reestruturação das instalações para a componente não clínica. Estas obras incluem a reabilitação da estrutura física apetrechada com condições de comodidade e clima nas salas de aulas e apetrechamento com meios audiovisuais e informáticos para as actividades lectivas em todas as salas de aulas. Conclusão: A FMUAN satisfaz suficientemente (grau 3) o desenvolvimento de qualidade, na medida em que estão em curso projectos de melhoramento das instalações de ensino. 4.1.6.2. Recursos para a Formação Clínica 63/108 Standard básico: A escola médica tem de assegurar os recursos necessários a uma adequada experiência clínica, nomeadamente docentes em número suficiente e instalações/equipamentos necessários ao treino clínico. Fornecer uma breve descrição das instalações e equipamentos disponíveis para a formação clínica na escola médica, nos hospitais, nos serviços ambulatórios, nas consultas comunitárias, nos contextos de prestação de cuidados primários, nos laboratórios de aptidões, etc. Na Faculdade de Medicina e para suporte ao ensino teórico da área clínica, existem 4 salas de aulas, para os 3º, 4º, 5º e 6º anos curricular com capacidade que variam de 89 a 107 lugares, equipadas com meios audiovisuais e informáticos; existe ainda, específico para o Departamento de Anatomia Patológica, um laboratório com salas de trabalho e salas de aulas com microscópios que actualmente não são utilizadas para aulas práticas; as práticas clínicas são realizadas nos diversos hospitais de acordo com a localização dos DEI Clínicos (DEIs de Medicina Interna, Cirurgia, Urologia e Radiologia no Hospital Américo Boavida; DEI de GinecologiaObstetrícia na Maternidade Lucrécia Paim actualmente apoiada pelo Hospital Augusto Ngangula; DEI de Pediatria no Hospital David Bernardino; DEI de Otorrinolaringologia no Hospital Josina Machel; DEI de Psiquiatria no Hospital Psiquiátrico de Luanda e DEI de Oftalmologia no Hospital do Prenda) e dependendo de recursos disponíveis e sempre escassos destes hospitais; os cuidados de saúde primários são realizados em postos e centros de saúde do sistema de saúde da província do Bengo e num centro de saúde de uma ONG em Kifangondo/Província de Luanda dependendo também dos recursos disponíveis e escassos das unidades de saúde periféricas, tendo como retaguarda o Centro-Escola de Caxito, com capacidade de albergar 16 estudantes e com 6 dormitórios, uma sala de aulas com 30 lugares, uma sala de informática com 3 computadores e um refeitório. Como é que a escola médica avalia a adequação das instalações e equipamentos e dos doentes disponíveis para o ensino clínico? Esta avaliação é feita nos mesmos moldes que a do treino não clínico através dos relatórios das disciplinas. Não existe mecanismo de acreditação dos Hospitais para o ensino clínico. Os Hospitais onde é feito o ensino clínico não têm essa componente expressa na sua missão. Que mecanismos existem para lidar com as deficiências? 64/108 Com excepção do Hospital Pediátrico de Luanda, onde o Director Geral é o Chefe de DEI de Pediatria, a Faculdade não tem influência sobre os hospitais onde são realizadas as aulas nos diferentes DEI. Estas estruturas são pertença do Ministério da Saúde, cujo programa de reabilitação e apetrechamento dos Hospitais são independentes dos planos da escola médica. Desta forma não existem mecanismos directos para lidar com as deficiências. Os Chefes de Departamentos da Faculdade com cargos de chefia nos hospitais em causa fazem chegar os problemas inerentes ao ensino aquando das suas reuniões. Conclusão: A FMUAN não cumpre com o standard básico de recursos para a formação clínica. Desenvolvimento de qualidade: As instalações/equipamentos necessárias ao treino clínico devem ser desenvolvidos de modo a assegurar que este responda ás necessidades da população na área geográfica a que diz respeito. Como é que a escola médica adapta e aperfeiçoa a utilização das instalações e equipamentos para a formação clínica, nomeadamente os laboratórios de aptidões e as instalações afiliadas, em função das necessidades em mudança? A escola médica adapta e aperfeiçoa as instalações e equipamentos para a formação clínica de forma muito pontual dependendo da influência que cada chefe de departamento tem no hospital em que funciona e/ou de acordo com o grau de aceitação que a direcção de cada hospital tem das propostas da Faculdade. A adequação das unidades sanitárias às necessidades da população é de forma geral encarada como uma responsabilidade do serviço nacional de saúde, onda a Faculdade tem pouca responsabilidade ou intervenção. Conclusão: A FMUAN não tem nenhum desenvolvimento de qualidade (grau 1) quanto à adaptação de recursos para a formação clínica 4.1.6.3. Tecnologias de Informação Standard básico: A escola médica tem de ter uma política que contemple a avaliação e a utilização eficaz da tecnologia de informação e comunicação no programa educacional. Que política tem a escola médica no que respeita ao uso da tecnologia da informação e da comunicação nos seus programas de ensino? No cumprimento do Programa de Acção da Direcção da Faculdade de Medicina para o período 2002 – 2006 foram criadas salas de informática ligadas à Internet, 65/108 embora estas ainda sejam insuficientes para responder às necessidades e tenham um funcionamento débil, tanto do ponto de vista de tempo disponível para os estudantes como para o funcionamento efectivo do ponto de vista técnico (baixa velocidade de acesso). Foram ainda apetrechadas as salas de aulas de meios áudio visuais e de informática. Que comissão ou orgão é responsável por redigir a política respeitante à tecnologia da informação e da comunicação? O Decano da Faculdade (coadjuvado pelos Vice-Decanos e Conselho de Direcção) é o órgão responsável pela gestão administrativa, financeira e patrimonial da Faculdade e responsável por redigir a política respeitante à tecnologia da informação e comunicação. Existem outras políticas adicionais, institucionais ou governamentais? O Ministério de Ciência e Tecnologia através da Comissão Nacional de Tecnologia e Informação cria políticas e regula a sua implementação (processo em fase inicial). Que autoridade tem a escola médica para direccionar recursos para o uso da tecnologia da informação e da comunicação? No âmbito da sua autonomia financeira e segundo o seu regulamento interno, a Faculdade de Medicina tem autoridade para gerir o seu orçamento e administrar o património com observância das leis em vigor. Conclusão: A FMUAN cumpre com o standard básico em tecnologias de informação, apesar de ainda não responderem completamente às necessidades da população-alvo. Desenvolvimento de qualidade: Docentes e discentes devem ter acesso à tecnologia de informação e comunicação para a auto-aprendizagem, para obter informação, para a gestão dos doentes e para trabalhar no sistema de prestação de cuidados. Como é que a escola médica promove a implementação do currículo pelo uso da tecnologia da informação? As disciplinas de Estatística e de Fisiologia utilizam, de alguma forma, as tecnologias de informação para a implementação do seu programa educacional. A estatística, que anteriormente dispunha de laboratório de informática próprio, recorre agora aos laboratórios de informática da Faculdade. 66/108 Até que ponto as tecnologias da informação e comunicação são usadas por docentes e discentes na auto-aprendizagem, no acesso à informação na gestão de doentes e no trabalho no âmbito do sistema de cuidados de saúde? A utilização está intrinsecamente ligada a capacidade individual dos docentes e discentes na utilização desta tecnologia, que duma forma geral é baixa. Por motivos inerentes à disponibilidade e utilização individual do tempo e à capacidade física e tecnológica das estruturas disponíveis na Faculdade, uma grande parte dos docentes e discentes que utilizam os meios de informação informática recorrem ainda a alternativas extra-escolares. Que formação está disponível para docentes e estudantes no que respeita ao uso de tecnologias da informação e da comunicação? Foram disponibilizados aos docentes inscritos nos cursos de agregação pedagógica administrados pela Reitoria da UAN e do Mestrado de Educação Médica (CEDUMED), temas teóricos e práticos sobre o uso das tecnologias de informação. Para os discentes estão disponíveis 3 funcionários nas salas de Internet que dão o apoio e orientação para as pesquisas individuais. Conclusão: A FMUAN satisfaz minimamente (grau 2) com o desenvolvimento de qualidade para a tecnologia de informação, embora tenha desenvolvimentos recentes importantes. 4.1.6.4. Investigação Standard básico: A escola médica tem de ter uma política que desenvolva a relação entre a investigação e educação e tem de definir as instalações/equipamentos para a investigação bem como as áreas prioritárias de investigação para a instituição. Fornecer uma breve descrição das instalações, equipamentos e programas no que respeita à investigação na escola médica. Não existem instalações disponíveis especificamente para a investigação. Existe um biotério actualmente inoperacional. Existe uma área de investigação em educação médica, no âmbito das teses desse mestrado. Existem duas revistas científicas editadas pela Faculdade, a Acta Médica Angolana e, mais recentemente, a Revista Angolana de Educação Médica. Como é que a escola médica promove a interacção entre a própria investigação e as actividades educacionais? A actividade de investigação é escassa e pouco ligada às actividades educacionais. 67/108 Conclusão: A FMUAN não cumpre com o standard básico para a investigação. Desenvolvimento de qualidade: A interacção entre a investigação e a educação deve reflectir-se no currículo e influenciar a prática corrente de ensino e deve encorajar e preparar os estudantes para se implicarem na investigação médica e seu desenvolvimento. Que mecanismos existem para garantir que as actividades de investigação se refletem no curriculo e no ensino? A aplicação dos resultados da investigação é feita pelos docentes no seu ensino de forma pontual e livre. Existem algumas iniciativas para aliciar os estudantes para a investigação médica? A Faculdade de Medicina médica alicia os estudantes para a investigação médica no 6° ano, altura que os mesmos preparam um trabalho de investigação de fim de curso antecedida de formação em metodologia de investigação científica. Realizam-se de forma pontual jornadas científicas ou apresentação de trabalhos de investigação. Conclusão: A FMUAN satisfaz minimamente (grau 2) o desenvolvimento de qualidade para a Investigação Cientifica. 4.1.6.5. Perícia Educacional Standard básico: A escola médica tem de ter uma política sobre a utilização de peritos em educação no que respeita ao planeamento da educação médica e desenvolvimento dos métodos de ensino. Que política ou procedimentos tem a escola médica para garantir que as suas metodologias educacionais são apropriadas à implementação do curriculo? Os métodos educacionais das disciplinas são discutidos e adaptadas em primeira instância pela coordenação de disciplina, no seio do respectivo Departamento, apesar do Regulamento das Estruturas Pedagógicas da Faculdade de Medicina, atribuir à Sub-Comissão Pedagógica de ano a competência de tomar decisões respeitantes às adaptações nos programas, horários e /ou calendário das provas. Conclusão: A FMUAN não cumpre com o standard básico para a perícia educacional. 68/108 Desenvolvimento de qualidade: Deve haver a possibilidade de acesso a peritos em educação, cuja evidência deve ser demonstrada no que respeita ao desenvolvimento do corpo docente e investigação no âmbito da educação médica. Será que a escola médica tem acesso a uma unidade de educação médica especializada ou a qualquer outro tipo de peritos em educação? A Faculdade de Medicina tem desde 2003 o Centro de Estudos Avançados em Educação e Formação Medica (CEDUMED), uma unidade especializada em educação médica, vocacionado para conceber, implementar, avaliar e gerir programas, projectos e acções no domínio da investigação, da educação e da formação em saúde, em medicina e nas demais profissões de saúde. Tem como objecto privilegiado da sua acção a própria Faculdade de Medicina, tomando como populações – alvo prioritária o seu corpo docente e discente. Edita uma publicação periódica sobre educação e formação médica (Revista angolana de Educação Médica). Descrever a utilização dessa perícia. O CEDUMED tem liderado o movimento de reforma do curso médico, implementou em 2004 um mestrado de educação médica e está a levar em frente a avaliação interna da Faculdade de Medicina em curso. Conclusão: A FMUAN satisfaz suficientemente (grau 3) com o desenvolvimento de qualidade para a perícia educacional, atendendo aos desenvolvimentos recentes neste domínio. 4.1.6.6. Mobilidade Educacional Standard básico: A escola médica tem de ter uma política de colaboração com outras instituições de educação e de transferência de créditos de educação. Que política de colaboração com outras instituições educacionais tem a escola médica? Não existe uma política definida nem explicitada para cooperação e ou colaboração para a mobilidade com outras instituições. Fornecer um resumo das ligações de colaboração existentes com outras organizações e descrever a sua natureza, mobilidade de discentes e docentes e investigação. 69/108 Do ponto de vista regional existe um programa patrocinado pela OMS no qual há participação de vários países de Língua Portuguesa em cursos de formação para editores de revistas médicas. Do ponto de vista internacional houve cooperação com a Universidade de Lisboa através da Fundação Calouste Gulbenkian que se substanciou na vinda de Professores que participaram em diferentes módulos do mestrado em educação médica (assistência técnica). Está em activo a cooperação com a Universidade do Porto que visam de forma geral participar do processo de avaliação interna e externa da Faculdade de Medicina. Qual a política e prática da escola médica em termos de transferência de créditos educacionais? Está em processo de estudo a instalação dum programa de mobilidade educacional com a Universidade do Porto. Conclusão: A FMUAN não cumpre com o standard básico para a mobilidade educacional. Desenvolvimento de qualidade: A mobilidade regional ou internacional de docentes e discentes deve ser facilitada pela atribuição de recursos apropriados. Descrever qualquer actividade direccionada para a cooperação regional ou internacional com outras escolas médicas. O mestrado em ciências de educação médica coordenado pelo CEDUMED da Faculdade de Medicina tem parceria regional com docentes de outras faculdades da UAN, representantes de órgãos do Ministério da Saúde e das Forças Armadas. O Curso de Especialização em gestáo em Saúde e o Curso Pós-Graduado de Saúde Pública desenvolvem-se também através de acções de cooperação. Há parcerias internacionais com as Universidades de Lisboa e Porto (Portugal). Que autonomia têm as escolas médicas para direccionar recursos para a cooperação internacional? A autonomia financeira da Faculdade para direccionar recursos para a cooperação, encontra-se limitada porque os pagamentos em divisas e no plano das relações internacionais são realizados a nível central pela Reitoria da Universidade. No entanto, a Faculdade tem liberdade de encontrar parcerias e exercer actividades que lhe permitem adquirir fundos necessários para o exercício de cooperação. 70/108 Conclusão: A Faculdade de Medicina não tem nenhum desenvolvimento de qualidade (grau 1) para a mobilidade educacional, na medida em não existem acções para os estudantes e o curso também não está organizado em créditos para se implementar a mobilidade. As deslocações de docentes e profissionais (principalmente no sentido da recepção) são feitas na base da prestação de serviços, assistência técnica ou cooperação, mas sem constituir mobilidade docente propriamente dita. 4.1.7. Avaliação do Programa 4.1.7.1. Mecanismos para a Avaliação do Programa Standard básico: A escola médica tem de estabelecer um mecanismo para a avaliação do programa que monitorize o currículo e o progresso dos alunos, assegurando que as dificuldades são identificadas e resolvidas. Como é que a escola médica avalia o seu programa? A avaliação do curso raramente é feita quer pelo Conselho Pedagógico, quer pelas sub-comissões Pedagógicas de ano, orgãos regulamentares para esta actividade. A Faculdade de Medicina não tem sido objecto de avaliação periódica, sistemática e uniformizada, embora tenham existido alguns processos independentes e diversos que podemos considerar de avaliação, apreciação, reflexão ou reformulação. “Está no entanto em curso desde 2005, liderado pelo CEDUMED um processo de avaliação interna usando os standards globais da Federação Médica Mundial.” Existe um grupo que, independentemente, monitoriza a informação sobre o desempenho e os resultados garantindo que as dificuldades identificadas são levadas em conta pelo orgão apropriado? É a Repartição Académica o órgão competente para elaborar estatísticas de aproveitamento dos estudantes devendo a Sub-comissão pedagógica de ano analisar e resolver os problemas que lhe forem apresentados pelos coordenadores de ano. No entanto, não temos conhecimento do exercício dessas competências. Que tipo de dados institucionais estão a ser recolhidos? São recolhidos e tratados pela Repartição Académica os dados de aproveitamento académico por ano curricular. A Comissão de Avaliação Interna da Faculdade de Medicina está a utilizar os standards globais da Federação Médica Mundial na sua avaliação. 71/108 Conclusão: A FMUAN não cumpre com o standard básico dos mecanismos para a avaliação do programa, embora haja desenvolvimentos recentes favoráveis no quadro da auto-avaliação da Faculdade e do curso de Medicina. Desenvolvimento de qualidade: A avaliação do programa deve contemplar o contexto do processo educacional, os componentes curriculares específicos e os resultados gerais. Descrever como é que as actividades de avaliação estão a ser promovidas e aperfeiçoadas de modo a contemplarem todos os componentes importantes do programa do curso médico. O Conselho Pedagógico da FMUAN é o órgão especializado que se deve responsabilizar pela qualidade de ensino dos programas de pré-graduação e o Conselho Científico deve velar pela qualidade não só da pré-graduação como também da pós graduação. No entanto estes órgãos não têm cumprido este papel de controlo de qualidade. Está regulamentado que cada Disciplina do currículo deve apresentar um relatório em modelo próprio no final do semestre ou do ano lectivo, para posterior avaliação pelas Subcomissões Pedagógicas de Anos (SCPA) e pelo Conselho Pedagógico, mas a prática nos tem demonstrado que são raras as Disciplinas que apresentam o seu relatório final e os que são apresentados não servem de base a uma reflexão para monitorização e avaliação da qualidade do ensino. Conclusão: A FMUAN satisfaz minimamente (grau 2) com o desenvolvimento de qualidade para os mecanismos para avaliação do programa (estão definidos os mecanismos e são produzidos alguns relatórios das unidades curriculares). 4.1.7.2. Feedback do Docente e Discente Standard básico: Tem de ser sistematicamente procurado, analisado e respondido o feedback tanto do docente como do discente. • Como é que a escola médica, recolhe, analisa e usa as opiniões dos docentes e discentes acerca do seu programa educacional? As opiniões dos docentes e discentes acerca do seu programa educacional é manifestada de forma não estruturada a partir da sua participação nos diversos órgãos institucionais, mas sem ser sujeita a análise e utilização consequentes. 72/108 Actualmente está em curso um processo de avaliação interna da Faculdade a que se seguirá a avaliação externa. Paralelamente ao processo de avaliação pelos Standards Globais da WFME, foi realizado um inquérito de opinião abrangente a docentes, discentes e órgãos de Direcção (liderado pela Faculdade de Medicina do Porto). O website da Faculdade de Medicina tem já funcionado para convidar a comunidade educativa a pronunciar-se sobre os resultados da avaliação interna. Conclusão: A FMUAN não cumpre com o standard básico para o feedback docente e discente, porque não tem recolhido e utilizado sistematicamente as opiniões da comunidade académica (embora circunstancialmente decorra nesta altura um processo de recolha de opinião e avaliação). Desenvolvimento de qualidade: Os docentes e discentes devem ser activamente envolvidos no planeamento da avaliação do programa e na utilização dos resultados para o desenvolvimento. • Como é que a escola médica motiva individualmente os docentes e discentes para participarem nas actividades de avaliação e no subsequente desenvolvimento do programa? Neste momento está a decorrer um processo de Avaliação Interna da Faculdade de Medicina. A Comissão constituída, integra docentes e discentes que estão a trabalhar no Relatório de Avaliação Interna. Os relatórios parciais e o relatório final estão a ser amplamente divulgados e apreciados a nível da Faculdade (docentes e discentes) e por diversos parceiros. Todo este processo é público através do website da Faculdade. Conclusão: A FMUAN satisfaz bem (grau 4) com o desenvolvimento de qualidade para o feedback do docente e discente (atendendo ao processo de auto-avaliação em curso). 4.1.7.3. Desempenho do Estudante Standard básico: O desempenho do estudante tem de ser analisado em relação ao currículo, à missão e aos objectivos da escola médica. • Relativamente ao desempenho do estudante que tipo de dados estatísticos são recolhidos e analisados? Como são utilizados no que respeita ao planeamento do currículo, missão, finalidade e objectivos da escola médica? 73/108 Os resultados da performance dos estudantes são conhecidos por Disciplinas através da valorização quantitativa do aproveitamento. A informação é utilizada pontualmente para efeitos da determinação do Numerus Clausus e de outros parâmetros ligados à Governança da Faculdade. A insuficiente definição da missão e objectivos da escola médica não permite utilizar a avaliação com esta finalidade. Conclusão: A FMUAN não cumpre com o standard básico de desempenho do estudante. Desenvolvimento de qualidade: O desempenho do estudante deve ser analisado em relação à formação anterior, às condições e qualificações de acesso e deve ser usado para dar o feedback às comissões responsáveis pela selecção dos estudantes, pelo planeamento curricular e pelo aconselhamento de estudantes. • Que parâmetros individuais do estudante são monitorizados em relação ao desempenho durante o curso? Como são levados em conta no processo de selecção, no planeamento curricular e no seu aconselhamento? Ao longo do curso são monitorizados o aproveitamento nas diferentes disciplinas, número de estudantes que transitam de ciclo e que terminam o curso médico. Os Departamentos que seleccionam monitores para apoio à docência fazem-no com base na informação sobre o seu desempenho até esse momento. Estes dados não têm tido tratamento pela Comissão de Selecção de Estudantes. A Comissão de Planeamento Curricular e de Aconselhamento de Estudantes não estão criadas na Faculdade de Medicina. Conclusão: A FMUAN não tem nenhum desenvolvimento de qualidade (grau 1) para a avaliação do desempenho do estudante. 4.1.7.4. Envolvimento dos Interlocutores Interessados e com Influência Standard básico: A avaliação do programa tem de envolver a governança e a administração da escola médica, o corpo docente e os estudantes. • Como são envolvidos na avaliação do programa os principais interlocutores potencialmente interessados e com influência na escola? A Comissão de Avaliação da Faculdade de Medicina envolve o corpo docente e os estudantes, a governança e administração da Faculdade no presente processo de avaliação, tanto pela composição abrangente da própria Comissão, como pelos seus 74/108 encontros e comunicação diversa com os órgãos de gestão, assim como através do website da Faculdade. • Como é que a escola médica comunica os resultados da avaliação do programa aos interlocutores potencialmente interessados e com influência? Produzindo e disseminando relatórios para os interlocutores potenciais, para a hierarquia superior (Universidade) e disponibilizando essa informação no website da Faculdade. Cada área de intervenção (administrativa, científica e pedagógica) trabalha permanentemente e sob orientação metodológica da Reitoria da Universidade. Conclusão: A FMUAN cumpre com o standard básico do envolvimento dos interlocutores interessados e com influência. Desenvolvimento de qualidade: Um leque mais alargado de interlocutores interessados e com influência deve ter acesso aos resultados da avaliação do curso e do programa e as suas opiniões sobre a relevância e o desenvolvimento do currículo devem ser consideradas. • Até que ponto um leque alargado de interlocutores potencialmente interessados e com influência é envolvido na avaliação e desenvolvimento do programa? Existem organismos Nacionais, como o Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Ordem dos Médicos, Serviços de Saúde Militar, Sindicato dos Médicos e outros representantes da sociedade que constituiriam um leque alargado de interlocutores potencialmente interessados no desenvolvimento do currículo e da qualidade do Ensino, mas não têm sido envolvidos. O presente processo de avaliação tem o envolvimento desses interlocutores e o envolvimento internacional. • Que mecanismos (formal e informal) estão estabelecidos para garantir que as opiniões dos interlocutores potencialmente interessados e com influência sejam consideradas? Ainda não existe intercomunicabilidade entre os potenciais interlocutores, cujos feedbacks se tidos na devida conta iriam contribuir para a melhoria do nosso ensino e de uma aproximação cada vez maior aos Standards Globais da WFME. Conclusão: A FMUAN satisfaz minimamente (grau 2) com o desenvolvimento de qualidade dos interlocutores interessados e com influência. 75/108 4.1.8. Governança e Administração 4.1.8.1. Da Governança Standard básico: As estruturas de governança e as funções da escola médica têm de ser definidas, nomeadamente as suas relações no âmbito da Universidade. Qual é o organigrama da Faculdade de Medicina? A Faculdade de Medicina tem 17 DEI e um Centro de Investigação e PósGraduação (CEDUMED). O Departamento de Investigação e Pós-Graduação ainda está por instalar na Faculdade. Dos serviços executivos e de apoio estatutáriamente previstos, tem Chefia o Departamento de Administração e Finanças e estão sem chefia nomeada os Departamentos de Assuntos Académicos, o Departamento de Documentação e Informação e o Departamento de Recursos Humanos. O Departamento de Documentação e Informação integra uma Biblioteca (com nível de Repartição) e a Reprografia. Foram ainda criadas três estruturas, com missão própria e recursos específicos, nomeadamente (i) o Lar de Estudantes, (ii) o CentroEscola de Caxito, e (iii) o Centro Didáctico. O organigrama da Faculdade não se encontra formalmente aprovado e publicado. Qual a estrutura directiva da Faculdade de Medicina, quais os seus componentes e função de cada um? São “órgãos de gestão” da Faculdade de Medicina para o exercício da Governança: a Assembleia da Unidade Orgânica; o Decano da Unidade Orgânica; o Conselho Directivo; o Conselho Científico; o Conselho Pedagógico. Assembleia da Unidade Orgânica é o órgão máximo representativo da comunidade universitária na FM, permitindo-lhe determinar as regras de funcionamento da instituição e acompanhar a gestão durante todo o mandato. Decano da Unidade Orgânica é o Gestor da Faculdade competindo-lhe representar, superintender, dirigir, coordenar e fiscalizar todas as actividades da escola médica e submeter ao reitor todas as questões que careçam de resolução superior. Conselho Directivo é um órgão consultivo sobre questões de natureza administrativa e financeira, de apoio e assessoria do Decano da FM, cabendo-lhe emitir parecer e pronunciar-se sobre todos os assuntos relacionados com a gestão e direcção administrativa, financeira e patrimonial da instituição que forem submetidos a sua apreciação. 76/108 Conselho Científico é o órgão deliberativo sobre as questões relacionadas com as áreas científica, de investigação e de pós-graduação, com inúmeras competências expressas e cabendo-lhe ainda pronunciar-se sobre quaisquer outros assuntos que lhe venham a ser atribuídos por lei ou submetidos pelos órgãos de Governo da UAN, sendo portanto o órgão com mais forte capacidade deliberativa em matéria científica e académica na Faculdade. O Conselho Pedagógico é o órgão competente para apreciar e emitir pareceres sobre as questões pedagógicas e académicas da Unidade Orgânica, sendo em essência o órgão que superintende e organiza a actividade pedagógica. Qual é a relação entre a Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto e a governança da Universidade Agostinho Neto? A Faculdade de Medicina (como as demais unidades orgânicas da Universidade) é uma pessoa colectiva de direito público dotada, nas suas áreas específicas de intervenção e no âmbito dos cursos instituídos, de autonomia científica, pedagógica, administrativa, financeira e disciplinar. Compete ao Reitor, no exercício da superintendência, verificar se os actos das Unidades Orgânicas se conformam com a Lei e nomear o Decano eleito e os Vice-Decanos. O Regimento da Assembleia da Faculdade, deve ser ratificado pelo Senado Universitário. É a Assembleia da Universidade que compete aprovar e submeter ao Governo do País o projecto de orçamento da instituição como um todo. Conclusão: A FMUAN cumpre o standard básico da Governança. Desenvolvimento de qualidade: As estruturas de governança devem definir a estrutura da comissão e reflectir a representação de docentes, de estudantes e de outros interlocutores interessados e com influência. Qual é a representação e funções do corpo docente, dos discentes e de outros interlocutores potencialmente interessados e com influência nas várias estruturas directivas? Os diversos corpos universitários (docentes, estudantes, trabalhadores) estão amplamente representados nos vários órgãos de gestão que lhes dizem respeito, podendo aí tomar palavra e deliberar sobre todos os pontos agendados. Nenhuma das estruturas da Faculdade de Medicina integra ou convida a título permanente pessoas ou organizações exteriores à própria Faculdade (como seja a Reitoria da 77/108 Universidade, o Ministério da Educação, o Ministério da Saúde, a Ordem dos Médicos, o Governo Provincial, ONGs, etc.). Conclusão: A FMUAN satisfaz bem (grau 4) o desenvolvimento de qualidade da Governança. 4.1.8.2. Da Liderança Académica Standard básico: As responsabilidades da liderança académica da escola médica no que se refere ao programa educacional têm de ser claramente definidas. Qual a estrutura de gestão académica da escola indicando a responsabilidade atribuída às áreas individuais do programa do curso médico? A gestão académica da instituição passa pelos seguintes órgãos: Vice-Decano para os Assuntos Académicos; Conselho Pedagógico; Departamento de Assuntos Académicos; Subcomissões Pedagógicas de Ano; Coordenação das Disciplinas. As Disciplinas constituem a base e unidade funcional da área académica, habitualmente no quadro dum único Departamento de Ensino e Investigação e sob autoridade tanto do respectivo Chefe de Departamento como da Subcomissão Pedagógica de Ano. Conclusão: A Faculdade de Medicina cumpre o standard básico da Liderança Académica Desenvolvimento de qualidade: A liderança académica deve ser avaliada, em intervalos de tempo definidos, à luz da concretização da missão e dos objectivos da escola. Como se avalia o desempenho da liderança académica da escola em função da missão e objectivos? As actividades, funções e liderança académica são avaliadas através dos relatórios finais de cada Disciplina, de cada DEI e do relatório da Faculdade de Medicina que é apreciado pela Assembleia da Faculdade e remetido à Reitoria da Universidade. Não é habitualmente explícito no processo de avaliação qual o grau de conformidade do desempenho académico com a missão e objectivos da FMUAN previamente definidos e regista-se um significativo vazio de informação (envio de apenas 57% dos relatórios finais de Disciplina/2005) de muitas Disciplinas e DEI para a hierarquia académica e a Direcção da FMUAN. 78/108 Conclusão: A FM não tem nenhum desenvolvimento de qualidade (grau 1) em relação à Liderança Académica. 4.1.8.3. Do Orçamento Educacional e Alocação de Recursos Standard básico: A escola médica tem de definir claramente a responsabilidade e autoridade no que respeita ao currículo e respectivos recursos, incluindo um orçamento educacional específico. Qual é a prática orçamental e a responsabilidade da Escola? A Faculdade de Medicina da UAN é uma Unidade Orgânica orçamentada, respondendo directamente ao Ministério das Finanças, para além da prestação de contas a nível institucional perante as Assembleias da Faculdade e Universidade. Encontra-se regulamentada a prática de cobranças várias na instituição. A prática orçamental do último ano fiscal (2005) foi a seguinte (Quadro 1) Quadro 1. Orçamento da Faculdade de Medicina, 2005 Orçamentado O G E Fontes de Receita Execução N vs. % AKZ Executado % AKZ % PESSOAL 276.893.963,00 264.327.241,00 60,71* BENS&SERV 190.161.098,00 171.064.264,00 39,29* TOTAL 467.055.061,00 93,22%# 435.391.487,00 95,70+ PETRÓLEOS 12.040.397,60 02,65+ PROPINAS 4.631.111,46 01,02+ EMOLUMENTOS 2.892.040,00 00,63+ TOTAL GERAL 454.955.036,06 100,00 Os valores em USD foram convertidos em AKZ ao câmbio de USD 1,00 = AKZ 80,00 # Executado/Orçamentado (OGE TOTAL) * OGE Parcial/ OGE Total executados (* * = 100%) + Fonte de Receita/ Total Geral (+ + + + = 100%) Conclusão: A FMUAN cumpre o standard básico do Orçamento Educacional e Alocação de Recursos. Desenvolvimento de qualidade: Deve existir suficiente autonomia no que respeita aos recursos directos, incluindo uma remuneração apropriada do corpo docente, para que se possam alcançar os objectivos gerais da escola. 79/108 Como se garante uma alocação de recursos apropriada para a concretização dos objectivos da escola? O orçamento da FM tem aumentado progressivamente a partir de 1997 e, mais significativamente, a partir de 2002, resultado de negociação ao longo dos anos no seio da Universidade. As despesas com “bens e serviços” permitem hoje garantir um nível de actividade aceitável. No entanto, existe a percepção de que para cumprir integralmente a missão e concretizar os objectivos (pretendidos), a Faculdade de Medicina requer ainda um aumento importante de financiamento, seja a partir do OGE, da Prestação de Serviços ou de outras fontes. Sobretudo porque a instalação recente de acções de pós-graduação e o desenvolvimento de diversos projectos ampliou bastante o espectro de actividades da FMUAN. Até ao momento a escola médica não tem o custo real do funcionamento da instituição, nem os custos de formação de cada médico (e do total de formandos), de forma a poder calcular e garantir uma alocação de recursos apropriada para a concretização dos objectivos da Escola. Conclusão: A FMUAN não tem nenhum desenvolvimento de qualidade (grau 1) em relação ao Orçamento Educacional e Alocação de Recursos. 4.1.8.4. Do Pessoal Administrativo e de Gestão Standard básico: O pessoal administrativo da escola médica tem de ter a competência necessária para apoiar a implementação do programa educacional da escola e outras actividades para além de garantir a boa gestão e utilização de recursos. Que funções de suporte administrativo são asseguradas pelo pessoal da Escola? As funções de suporte do pessoal administrativo asseguradas pelo pessoal da Escola estão descritas no Qualificador Especial de Funções do Quadro Administrativo e de Pessoal Auxiliar, a que se acrescentam algumas especificações na UAN. O pessoal da escola médica é maioritariamente pouco diferenciado, parte está a atingir o momento da reforma, não tem qualificação académica e profissional adequada ao posto de trabalho que ocupa, não está integrado em programas de formação permanente, tem baixa motivação e o seu desempenho não é ainda avaliado da forma universal, transparente e sistemática. O quadro de pessoal permanece assim artificialmente congestionado, impedindo a contratação de novos funcionários. Qual é a estrutura administrativa do pessoal que suporta estas funções? 80/108 Nos últimos anos, a FMUAN tem reduzido progressivamente o pessoal (nomeadamente as categorias “excedentárias”), o que permite uma estrutura administrativa cada vez mais racional e eficiente mas ainda assim insuficiente em quantidade e qualidade para a manutenção funcional da escola. Em 2005, a Faculdade tem enquadrados como pessoal administrativo e de gestão 96 trabalhadores dos 194 previstos no mapa de necessidades de Recursos Humanos da UAN para o quinquénio 2000-2005. Esses 96 trabalhadores incluem 27 (28%) trabalhadores indiferenciados, 38 (40%) administrativos e 31 (32%) técnicos, dos quais apenas dois com o nível superior. Como se determina o número de pessoal administrativo em função do programa e outras actividades? O número de pessoal é determinado a partir do Mapa Analítico de Planeamento Anual de Efectivos ou seja do Quadro de Pessoal, onde estão expressos os lugares criados, os ocupados, os lugares à preencher e as vagas criadas. O provimento do pessoal, em 2005, foi feito, por Concurso Público. O número do pessoal administrativo só lenta e dificilmente se adapta à evolução do programa e outras actividades. É necessário dispor de fontes de receita e mecanismos jurídicos que permitam contratar pessoal qualificado, por vezes temporariamente, para a execução de tarefas no quadro de projectos institucionais. Conclusão: A FMUAN não cumpre o standard básico do Pessoal Administrativo e de Gestão. Desenvolvimento de qualidade: A gestão deve incluir um programa de garantia de qualidade e deve submeter-se, ela própria, a uma avaliação periódica. Como é reavaliada a avaliação do programa? Não existe um programa de garantia de qualidade para a gestão. A componente administrativa e de gestão da Escola tem um programa de garantia de qualidade? Não existe um programa de garantia de qualidade para a componente administrativa e de gestão. Apesar da situação actual, a FM deu ultimamente passos importantes para a qualificação dos gestores, docentes e alguns funcionários, adquirindo competências indispensáveis à instalação dum programa de garantia de qualidade. 81/108 Conclusão: A FMUAN satisfaz minimamente (grau 2) o desenvolvimento de qualidade do Pessoal Administrativo e de Gestão. 4.1.8.5. Da Interacção com o Sistema de Saúde Standard básico: A escola médica tem de interagir construtivamente com o sistema de saúde e outros sectores afins da sociedade e governo. Quais são as relações entre a Escola Médica e os Serviços de Saúde com quem interage no que respeita à missão, objectivos da escola, programa educacional, provisão de recursos, instalações/equipamentos, para o ensino e pessoal docente? A FMUAN tem um relacionamento permanente com o serviço de saúde público e com o sistema de saúde consubstanciado na execução de diversos acordos, participação em comissões conjuntas, desenvolvimento de actividades de interface e na rotina da assistência hospitalar. No que concerne à relação entre a Faculdade e as Unidades Hospitalares dependentes do Ministério da Saúde para efeitos da licenciatura em medicina, existe uma coabitação obrigatória mas desregulada: não há acordos entre as duas partes para o efeito, os Hospitais não estão vocacionados (não consta expressamente da sua missão) nem são adicionalmente orçamentados para os encargos da licenciatura em medicina. A prestação de serviço assistencial pelo docente de medicina não está prevista nem é retribuída nos termos do Estatuto Carreira Docente Universitária. Para além da interacção para a licenciatura em medicina, há cooperação entre a Faculdade e o Ministério da Saúde, o Governo da Província do Bengo e a ONG Espanhola Médicos del Mundo em torno do Centro-Escola de Caxito (vocacionado primariamente para o estágio dos médicos finalistas para prática de medicina comunitária e familiar em meio rural). A Faculdade coopera com o Ministério da Saúde em outras áreas nomeadamente na oferta de cursos de pós-graduaçao, de especialização, nomeadamente o Curso de Gestão em Saúde (Opção: Administração Hospitalar) em 2004/2005 e o Curso de Pós-Graduação em Saúde Pública em 2005/2006. A Faculdade tem um representante permanente no Conselho Nacional de PósGraduação em Ciências Médicas, órgão do Ministério da Saúde que se ocupa da 82/108 Especialização Médica. A Faculdade de Medicina tem mobilizado equipas docentes e estudantes para integrarem Comissões ad hoc do Ministério da Saúde, por ocasião das epidemias da Doença de Marburg e da Cólera. A FMuan está a participar, a convite do MINSA, na definição da política nacional de saúde, tendo para o efeito preenchido um inquérito e participado em diversos encontros com peritos do MINSA e consultores da OMS. A Faculdade tem participado noutras parcerias e projectos, emitido pareceres e dado subsídios noutras iniciativas da Saúde. Os internos de Especialidades Médicas, a cargo do Ministério de Saúde, que levam a cabo os seus internatos nos Hospitais Docentes onde se ministra o Curso de Medicna da UAN, são tutorizados pelos Professores da FMUAN. As relações entre a Faculdade e a Ordem dos Médicos são consideradas excelentes, cooperando anualmente na organização da semana alusiva ao médico e colaborando para o processo de reforma do ensino médico. A Faculdade tem uma parceria multiforme com a Faculdade de Medicina do Porto que inclui a cooperação para o processo de avaliação em curso. Foi rubricado um acordo com a Universidade de Las Palmas de Gran Canária, a nível de Reitores, para promover a cooperação na área da saúde e da formação em medicina, com impacto imediato no Centro-Escola de Caxito. Em conclusão, a Faculdade interage construtivamente com o sistema de saúde, essencialmente com o Serviço Nacional de Saúde em projectos ou situações bem caracterizadas, mas tem de ser melhorada a interacção ao nível da licenciatura em medicina e do funcionamento do Conselho Nacional de Pós-Graduação em Ciências Médicas. A interacção com “outros sectores afins da sociedade e do governo” parece escassa, eventualmente porque muitos docentes da FM desenvolvem essa colaboração sem que a instituição esteja envolvida, o que poderia passar a acontecer no futuro. Conclusão: A FMUAN cumpre o standard básico da Interacção com o Sistema de Saúde. 83/108 Desenvolvimento de qualidade: A colaboração com os parceiros do sistema de saúde deve ser formalizada. Que mecanismos formais existem para garantir que a Escola Médica interage construtivamente com o Sistema de Saúde? Na maior parte dos casos não existem mecanismos formais para garantir que a escola médica interage construtivamente com os serviços de saúde. Embora alguns aspectos da inter-acção FMUAN – MINSA estejam formalizados por acordos bilaterais, geralmente, o cumprimento desses acordos e a consequente implementação das acções respectivas, não são controlados nem fiscalizados por comissões conjuntas ou outros órgãos competentes para o efeito. Qual é a responsabilidade partilhada entre a Escola Médica e os prestadores de Cuidados de Saúde? A responsabilidade formal dos Prestadores de Cuidados de Saúde (assistência medico-medicamentosa às populações) é diferente da da Escola Médica (formação e educação dos médicos, com foco tradicional na licenciatura). No entanto, as duas devem produzir sinergias e convergir na mesma finalidade última, a melhoria dos serviços de saúde prestados e da situação sanitária da população. É importante que a FMUAN continue a evoluir – conservando a sua identidade, missão e objectivos de uma instituição de formação para um parceiro pleno do Serviço Nacional de Saúde (SNS), integrado e reconhecido no Sistema Nacional de Saúde. A FMUAN e o SNS devem reconhecer-se mutua e explicitamente como parceiros estratégicos “naturais”. Nas unidades e projectos onde a FMUAN e os Prestadores de Cuidados de Saúde (essencialmente do SNS) intervêm simultaneamente, a responsabilidade, direitos e deveres de cada parte devem ser claramente definidos. Conclusão: A FMUAN tem desenvolvimento mínimo de qualidade (grau 1) da formalização da Interacção com o Sistema de Saúde. 4.1.9. Renovação Contínua 4.1.9.1. Renovação Contínua Standard básico: A escola médica enquanto instituição dinâmica tem de iniciar o processo para uma avaliação periódica da respectiva estrutura e funções e tem de rectificar as deficiências constatadas. 84/108 Que procedimentos usa a escola médica para rever e actualizar periodicamente a sua missão, estrutura e actividades? A Faculdade de Medicina utiliza reuniões dos seus órgãos de gestão e relatórios de comissões ad hoc criadas para o efeito, para apreciar a sua missão, estrutura e actividades, embora não tenha feito de forma periódica, sistemática nem uniforme. Desde 1997 a Faculdade produz relatórios anuais no quadro da apreciação anual das actividades da Universidade. Com que frequência a escola médica realiza as avaliações deste tipo? A avaliação/ revisão da missão, estrutura e actividades tem obedecido às grandes transformações que se operaram no cenário político e sanitário do país e foi enquadrada nos processos de reformulação do curso de medicina que têm decorrido em média de dez em dez anos (1963; 1974; 1988; 1992; 2006 avaliação em curso). Conclusão: A FMuan cumpre com o standard básico de renovação contínua, embora os processos de avaliação não tenham sido periódicos, inter-relacionados e sistemáticos. Desenvolvimento de qualidade: O processo de revitalização deve ser baseado em estudos e análises prospectivas e deve levar à revisão da política e práticas da escola médica de acordo com a experiência passada, as actividades presentes e as perspectivas futuras, contemplando (i) adaptação da missão e objectivos, (ii) modificação das competências requeridas de saída, (iii) adaptação do modelo curricular e dos métodos de instrução, (iv) ajustamento dos elementos curriculares e suas relações para acompanhar os desenvolvimentos nas ciências, (v) desenvolvimento dos princípios e métodos de avaliação de estudantes, (vi) adaptação da política e método de recrutamento de estudantes, (vii) adaptação da política de recrutamento e desenvolvimento de pessoal docente e não-docente, (viii) actualização dos recursos educacionais, (ix) aperfeiçoamento do processo de monitorização e avaliação do programa, (x) desenvolvimento de uma estrutura organizacional e de princípios de gestão. • Descrever as actividades recentes e em fase de projecto levadas a cabo com a finalidade de garantir que a escola médica se mantenha com capacidade de resposta em função do ambiente em mudança. A necessidade de reforço e aumento da capacidade de resposta da Faculdade de Medicina em função das mudanças mais recentes nos domínios da educação médica e 85/108 das necessidades de saúde a nível nacional e internacional têm sido recentemente marcadas pelo desenvolvimento de várias actividades dentre as quais destacamos: 1. Aprovação pelo Concelho Científico dos “Princípios Gerais da Reforma Curricular na Faculdade de Medicina” em 16 de Dezembro de 2002; 2. Criação do CEDUMED para produzir estudos e análises sobre o processo de Educação Médica tendo como objecto de estudo a própria escola médica e todos os seus componentes em Novembro de 2003; 3. Realização do “Seminário Inicial da Reforma do Ensino Médico” entendida como a primeira acção planificada e desenvolvida pela UAN para desencadear o presente processo de reforma em Janeiro de 2004 que culminou com a elaboração do “Plano Geral de Reforma do Ensino Médico”; 4. Publicação da Revista Angolana de Educação Médica a partir de Dezembro de 2003; 5. Memorando de Entendimento entre a FMuan e a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto com o estabelecimento de uma parceria que prevê apoio ao processo de Avaliação Interna; 6. Implantação do Mestrado em Educação Médica em Agosto de 2004 com vários módulos temáticos entre os quais um sobre “Referências Mundiais e Regionais em Educação Médica”; 7. Criação da CAIFM e início do processo tendo como base os Padrões Globais da Federação Mundial de Educação Médica (Ordem de Serviço N.º 6/GDDFM de 24 de Agosto de 2005); 8. Participação na reunião dos Decanos das Faculdades de Medicina de África (Brazzaville, 2005 27-30 Setembro) e adesão ao compromisso regional de iniciar a avaliação interna tendo como base os Padrões Globais da Federação Mundial de Educação Médica; Conclusão: A FMuan satisfaz bem (grau 4) o desenvolvimento de qualidade para a actualização contínua. 4.2. Síntese dos Resultados por Áreas Da observação do quadro 2, ressaltamos que a Faculdade de Medicina cumpre o Standart Básico de apenas 21/36 (58%) das subáreas em avaliação. Por ordem 86/108 decrescente de cumprimento do standard básico estão as seguintes áreas: (1)“programa educacional”, administração”, (2)“renovação (5)“ avaliação contínua”, dos (3)“estudantes”,(4) estudantes”, (6)“recursos “governança e educacionais”, (7)“avaliação do programa”, (8) “missão e objectivos”, (9) “corpo docente”. No que respeita ao desenvolvimento de qualidade, observa-se que 16/36 (44%) das subáreas não apresentaram nenhum desenvolvimento adicional ao standard básico e outras 11/36 (31%) apresentaram um desenvolvimento mínimo, totalizando 27/36 (75%) de subáreas com avaliação claramente instatisfatória no que concerne ao desenvolvimento de qualidade. Das restantes subáreas, 5/36 (14%) apresentaram um desenvolvimento de qualidade considerado suficiente (no contexto específico da instituição), 3/36 (8%) subáreas apresentaram bom desenvolvimento de qualidade e apenas 1/36 (3%) teve excelente desenvolvimento de qualidade. Destacamos como tendo bom desenvolvimento de qualidade as subáreas: feedback do docente e discente (7.2.), governança (8.1) e renovação contínua (9.1.); e com excelente desenvolvimento de qualidade a subárea: representação do estudante (4.4.). Em termos globais, a Faculdade de Medicina cumpre com 58% do standard básico e 25% do desenvolvimento de qualidade (igual ou superior ao suficiente), nas 36 subáreas avaliadas. 87/108 Quadro 2. Síntese dos resultados da avaliação interna da FM por áreas, segundo os Standards Globais Educação Médica Pré-Graduada da WFME, 2005/2006 Standard Básico Não Sim ÁREAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 MISSÃO E OBJECTIVOS Declaração da missão e dos objectivos Participação na formulação da missão e objectivos A autonomia académica Os resultados educacionais PROGRAMA EDUCACIONAL Modelos curriculares e métodos de instrução Método científico Ciências básicas biomédicas Ciências comportamentais e sociais e ética médica Ciências clínicas e aptidões clínicas Estrutura, composição e duração do currículo Gestão do programa Articulação com a prática médica e sistema de prestação de cuidados AVALIAÇÃO DOS ESTUDANTES Métodos de avaliação da aprendizagem Relação entre a avaliação e a aprendizagem ESTUDANTES Política de admissão e selecção Admissão de estudantes Apoio e aconselhamento do estudante Representação do estudante CORPO DOCENTE Política de recrutamento Política e desenvolvimento do corpo docente RECURSOS EDUCACIONAIS Instalações e equipamentos Recursos para a formação clínica Tecnologia da informação Investigação Perícia educacional Mobilidade educacional AVALIAÇÃO DO PROGRAMA Mecanismos para a avaliação do programa Feedback do docente e discente Desempenho do estudante Envolvimento dos interlocutores interessados e com influência GOVERNANÇA E ADMINISTRAÇÃO Da governança Da liderança académica Do orçamento educacional e alocação de recursos Do pessoal administrativo e de gestão Da interacção com o sistema de saúde RENOVAÇÃO CONTÍNUA Renovação contínua 88/108 X X Desenvolvimento de Qualidade 1 2 3 4 5 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 4.3. Análise SWOT do Curso e da Faculdade de Medicina A análise SWOT permitiu identificar os seguintes pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças no Curso de Medicina e na instituição avaliados em relação aos Standards da WFME: Pontos Fortes A. Memória e património como primeira Faculdade de Medicina em Angola e actual instituição de referência para a formação médica no País B. Experiência e história prévia de adaptações da missão, estrutura e actividades a diferentes contextos de desenvolvimento histórico do País e da Universidade. C. Quadro legal e regulamentar aprovado, abrangente e de qualidade D. Quadro legal proporcionando um elevado grau de autonomia. E. Estabilidade dos ciclos e processos eleitorais na Faculdade F. Disponibilidade de estruturas físicas próprias de suporte à docência das ciências básicas, da saúde pública, e dos serviços de apoio e gestão G. Criação recente do CEDUMED (2003) H. Quadro institucional com forte representação de estudantes e docentes em vários órgãos da direcção da FMUAN I. Formação em Gestão Científica, em Gestão Académica, em Agregação Pedagógica e em Administração de vários quadros da Faculdade (2005) J. Disponibilidade de um Mestrado em Educação Médica para apoio à formação pedagógica docente e reforma curricular K. Aptidões clínicas ensinadas junto ao doente a partir do 3° ano do curso médico. L. Ciências comportamentais e sociais incorporadas de forma satisfatória ao longo do curso M. Disponibilidade e envolvimento da Faculdade para a avaliação interna e renovação contínua. N. Parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto para desenvolvimento do processo de Avaliação da FM e do Curso de Medicina. 89/108 Pontos Fracos A. Ausência de documentos genéticos que criem a Faculdade de Medicina e o Curso de Medicina. B. Ausência de declaração de missão e objectivos actualizada e aprovada pela Faculdade. C. Inexistência de protocolos ou acordos inter-institucionais com os Hospitais onde se faz a formação dos médicos. D. Não credenciamento dos hospitais para o ensino médico. E. Incapacidade em determinar os custos da formação médica (global e por estudante) e fundamentar perante o Governo as necessidades de financiamento. F. Falta de cultura e insuficiências de gestão que permitam diversificar as fontes de receita (para além do OGE) e aumentar o financiamento total. G. Vacatura de várias Chefias de DEI, Departamentos de Apoio e Repartições da Faculdade. H. Insuficiente prestação de contas à Direcção da FMUAN e permissividade dos gestores perante a baixa resposta e prestação de chefias, funcionários e serviços. I. Inexistência de uma cultura de avaliação do desempenho na instituição, e alguma resistência às iniciativas no sentido de avaliar docentes, trabalhadores e serviços. J. Salários do corpo docente inferiores aos reivindicados pela classe face ao elevado custo de vida, e falta de capacidade institucional para operacionalizar o complexo sistema de subsídios e gratificações para premiar o mérito e o desempenho. K. Baixos salários dos técnicos e administrativos, abaixo dos preços praticados no mercado. L. Ausência de uma visão de conjunto, plano estratégico e de um programa de acções prioritárias para resolver os problemas e desenvolver a instituição. M. Escassez de docentes com formação académica ao nível de Mestrado e Doutoramento. N. Pouco desenvolvimento e não individualização no currículo das seguintes áreas: Metodologia de Investigação, Biofísica, Imunologia, Medicina Laboratorial, Geriatria, Fisiatria, Medicina de Reabilitação, Medicina Nuclear, Ética Médica, e Jurisprudência Médica. 90/108 O. Rigidez do programa curricular sem oferta de módulos opcionais para contemplar necessidades ou interesses específicos. P. Falta de formação sistematizada e envolvimento precoce dos estudantes em projectos de investigação. Q. Inexistência de um programa/acções para harmonização, qualificação e inovação dos métodos de ensino. R. Inexistência de combate à sobrecarga curricular e de promoção da motivação para a aprendizagem (através da monitorização da fiabilidade e validade da aprendizagem, da avaliação integrada dos vários elementos curriculares, e da monitorização do desempenho dos estudantes). S. Falta de combate específico contra o insucesso académico nos primeiros anos do curso, incluindo a revisão dos critérios e mecanismos de admissão de candidatos ao curso de Medicina T. Deficiência de apoio e aconselhamento aos estudantes, especialmente aos com deficiências, com carências ou com baixo aproveitamento. U. Ausência de mobilidade educacional, tanto dos docentes como dos estudantes. V. Escassa actividade de pesquisa. Oportunidades A. Fim da situação de guerra e crescimento económico do País. B. Programas do Governo em curso sobre reforma institucional e modernização administrativa. C. Ambiente na UAN favorável ao processo de avaliação e de reforma curricular. D. Possibilidade legal de desenvolver parcerias e actividades sem ou com fins lucrativos em toda a UAN. E. Fácil comunicação e articulação com o Ministério da Saúde, com a Ordem dos Médicos e com o escritório local da Organização Mundial de Saúde. O. Compromisso das Faculdades de Medicina de África quanto à avaliação pelos Standards Globais da WFME durante o ano de 2006. P. Sinais positivos por parte da OMS (ao nível regional e nacional) e da WFME para apoio ao processo de avaliação da Faculdade de Medicina da UAN. 91/108 Ameaças A. Crise do Estado-Providência a nível mundial, adopção de políticas neo-liberais e demissão nas áreas sociais B. Concorrência local a nível do Ensino Superior, da assistência médica e outros segmentos do mercado de trabalho com melhores contrapartidas e maior exigência ou avaliação do desempenho. C. Inadequação dos Hospitais do Serviço Nacional de Saúde onde se pratica o ensino médico, no que concerne a: a. Omissão da vocação para o ensino médico na sua definição de missão. b. Não alocação de recursos adicionais para cobrir os custos decorrentes do ensino. c. Dispersão geográfica pela cidade de Luanda. d. Baixa quantidade, qualidade e organização da prestação assistencial actualmente oferecida, duma forma geral. D. Rigidez das normas e procedimentos da função pública para aplicar o Estatuto Remuneratório da UAN premiando o desempenho e mérito. E. Dificuldade em recrutar de forma rápida ou temporária novos quadros qualificados, pela rigidez das contratações no funcionalismo público. F. Ausência de definição pelo sector público do perfil do médico a formar, em função da política pública de saúde, do sistema de saúde existente e das características do serviço nacional de saúde. 92/108 5. REFERÊNCIAS 5.1. Leis, Regulamentos, Relatórios 5.1.1. Nacional República de Angola (2001). Lei de Bases da Educação. República de Angola (1992). Lei de Bases do Sistema Nacional De Saúde. Lei n.º 21B/92 publicada no Diário da República n.º 34, I série de 28 de Agosto República de Angola (1997). Estatuto da Ordem dos Médicos de Angola. Decreto N.º 68/97 de 19 de Setembro publicado no Diário da República n.º 44, I série 5.1.2. Universidade República de Angola. Estatuto da Carreira Docente Universitária. Decreto N.º 3/95 de 24 de Março do Conselho de Ministros. Diário da República I série, n.º 12 de 24 de Março de 1995 República de Angola. Estatuto Orgânico da Universidade Agostinho Neto. Decreto Executivo n.º 60/01. Diário da República I série, n.º 46 de 5 de Outubro de 2001 Universidade Agostinho Neto. Estatuto da Carreira Docente Universitária. Senado da Universidade Agostinho Neto. UAN, Luanda, 2005 (aguarda publicação em Diário da República) Universidade Agostinho Neto. Boletim Informativo Número Especial. UAN/DDI, Luanda, 2002 Universidade Agostinho Neto. Boletim Informativo Número 1. UAN/DDI, Luanda, 2003 Universidade Agostinho Neto. Estatuto Orgânico da Universidade Agostinho Neto. Deliberação N.º 018/AU.UAN/202-6 da Assembleia da Universidade, Benguela, 1 de Abril de 2005 (aguarda publicação em Diário da República) Universidade Agostinho Neto. Fórum sobre a Universidade Agostinho Neto e o Ensino Superior em Angola. UAN, Luanda, 1998 (original mimeografado) Universidade Agostinho Neto. Regime Académico da Universidade Agostinho Neto. Diário da República II série, n.º 26 de 26 de Maio de 2000 93/108 Universidade Agostinho Neto. Regulamento do Fundo dos Petróleos Consignado pelo Decreto N.º 46/97. Diário da República II série, n.º 19 de 12 de Maio de 2000 Universidade Agostinho Neto. Regulamento dos Mestrados e Doutoramentos pela Universidade Agostinho Neto. Diário da República II série, n.º 25 de 23 de Junho de 2000 Universidade Agostinho Neto. Regulamento das Provas Públicas na Universidade Agostinho Neto. Diário da República II série, n.º 19 de 12 de Maio de 2000 Universidade Agostinho Neto, Relatório de Actividades (Ano Civil de 1977) e Plano de Acção 1997/2001. UAN, Luanda, 1998 Universidade Agostinho Neto, Relatório do Ano Civil de 1999. UAN, Luanda, 2000 Universidade Agostinho Neto, Relatório Anual do Ano Académico 2004/2005. UAN, Luanda, 2005 Universidade Agostinho Neto, Relatório Anual do Ano Académico 2005/2006. UAN, Luanda, 2006 (em preparação) Universidade Agostinho Neto. Resumo das Principais Actividades Desenvolvidas (Janeiro de 2002 a Março de 2004). UAN/DDI, Luanda, 2004 5.1.3. Faculdade de Medicina Faculdade de Medicina da UAN. Criação da Comissão para Avaliação e Reconhecimento de Estudos através da Ordem de Serviço N.º 10/DFMGD/2005, Direcção da Faculdade de Medicina, Luanda 06 de Dezembro de 2005 Faculdade de Medicina da UAN. Mapa analítico de Planeamento Anual de Efectivos, Luanda, 10 de Dezembro de 2005 Faculdade de Medicina da UAN. Órgãos de gestão. http://www.fmuan.ao acessado aos 03/11/2005 Faculdade de Medicina da UAN. Programa do Curso Superior Médico-Cirurgico. Luanda, 1980 Faculdade de Medicina da UAN. Programa do Curso Superior Médico-Cirurgico. Luanda, 1983 94/108 Faculdade de Medicina da UAN. Regimento da Assembleia da Faculdade de Medicina, Assembleia da Faculdade de Medicina, Luanda 12 de Julho de 2002 Faculdade de Medicina da UAN. Regulamento do Conselho Científico, Assembleia da Faculdade de Medicina, Luanda, 29 de Agosto de 2003 Faculdade de Medicina da UAN. Regulamento das Estruturas Pedagógicas da Faculdade de Medicina, Luanda, 20 de Dezembro de 2002 Faculdade de Medicina da UAN. Regulamento Interno da Faculdade de Medicina Assembleia da Faculdade de Medicina, Luanda, 12 de Julho de 2002; Faculdade de Medicina da UAN. Regulamento sobre o Regime Académico da Faculdade de Medicina, Luanda , 20 de Dezembro de 2002 Faculdade de Medicina da UAN. Resumo Orçamental do Ano Económico 2005, Direcção da Faculdade de Medicina, Luanda 29 de Dezembro de 2005 Simões C. Programa de Candidatura ao Cargo de Decano da Faculdade de Medicina para o mandato 2006-2010. Luanda, 2006 (apresentado à Comissão Eleitoral da Faculdade de Medicina) 5.2. Processo em curso de Avaliação da FM Associação dos Estudantes da Faculdade de Medicina de Luanda. Terceiras Jornadas Científicas e Estudantis da Faculdade de Medicina (Tema 4 de 27/04/2006: Avaliação Interna da Faculdade de Medicina) Comissão de Avaliação Interna da Faculdade de Medicina. Anúncio do processo de avaliação e acesso aos relatórios temáticos restrito à CAIFM. http://www.fmuan.ao/Caifm.html acessado 30/04/2006 Comissão de Avaliação Interna da Faculdade de Medicina. Informação sobre o processo de avaliação e acesso livre aos relatórios temáticos. http://www.fmuan.ao/Caifm.html acessado 30/06/2006 Faculdade de Medicina da UAN. Conselho de Direcção da FM de 10 de Março de 2006 (Ponto Único: Processo de Avaliação Interna do Curso de Medicina) Faculdade de Medicina da UAN. Ordem de Serviço N.º 06/DFM-GD/2005 de 8 de Agosto (Cria a Comissão de Avaliação Interna da Faculdade de Medicina) 95/108 Faculdade de Medicina da UAN. Ordem de Serviço N.º 009/DFM-GD/2006 de 13 de Abril (Orienta os Titulares de Cargos de Direcção e Chefia e convida toda a população da Faculdade para participação abrangente no processo de avaliação) Faculdade de Medicina da UAN. Ordem de Serviço N.º 010/DFM-GD/2006 de 13 de Abril (Credencia inquiridores da CAIFM perante a Faculdade e determina a colaboração de todos os inquiridos e entrevistados) Faculdade de Medicina da UAN. Ordem de Serviço N.º 011/DFM-GD/2006 de 24 de Abril (Distribui modelos de inquéritos para preenchimento e convoca a Semana de Trabalho da CAIFM com os DEI de 2 a 5 de Maio de 2006) Faculdade de Medicina da UAN & Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Termos de Referência e Programa da Missão 1-2005 da FMUP. Luanda, 17-22 de Julho de 2005 Faculdade de Medicina da UAN & Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Termos de Referência e Programa da Missão 2-2005 da FMUP. Luanda, 23-28 de Outubro de 2005 Faculdade de Medicina da UAN & Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Termos de Referência e Programa da Missão 1-2006 da FMUP. Luanda, 13-20 de Julho de 2006 Faculdade de Medicina da Universidade do Porto & Faculdade de Medicina da UAN. Memorando de Entendimento. Porto, 31 de Maio de 2005 Ordem dos Médicos de Angola. Avaliação da Faculdade de Medicina da UAN (comunicação de Cristóvão Simões e Albano Ferreira nas Jornadas da Semana do Médico, 26 de Janeiro de 2006) 5.3. Processos anteriores de Avaliação/Reforma da FM Universidade Agostinho Neto & Universidade de Porto. Contributos para a Revitalização da Universidade em Angola. Fundação Gomes Teixeira da Universidade do Porto, 1996 Universidade Agostinho Neto. Reformulação do Sub-Sistema do Ensino Superior na República Popular de Angola. Ministério da Educação, Luanda, 1988 96/108 Faculdade de Medicina da UAN. Análise à Proposta de Plano de Estudos para o Curso de Medicina na RPA apresentado pelo Ministério da Saúde. Grupo de Trabalho, Luanda, 1977 Faculdade de Medicina da UAN. Perfil do Médico. Comissão de Reformulação do Ensino Médico, Luanda, 1997 Faculdade de Medicina da UA. Problemática da Faculdade de Medicina. Luanda, 1980 Faculdade de Medicina da UL. Projecto de Estruturação do Ensino Médico em Angola. Luanda, 1974 Faculdade de Medicina da UAN. Projecto de Re-Estruturação do curso de Medicina. Luanda, 1979 Faculdade de Medicina da UAN. Projecto de Reformulação do Curso de Medicina. Comissão ad-hoc para a Reformulação do Curso de Medicina, 1988 Faculdade de Medicina da UAN. Reajustamentos ao Plano Curricular do Ciclo Básico do Curso de Medicina. DEIP de Ciências Fisiológicas, DEIP de Ciências Morfológicas e DEIP de Saúde Pública. Luanda, 1992 Faculdade de Medicina da UAN. Relatório. Comissão Técnica para Análise Curricular do Curso de Medicina criada pela Ordem de Serviço N.º 08/DFM-GD/2003 de 22 de Setembro (Coordenador: Prof.ª Maria Helena Victória Pereira). Luanda, Novembro de 1990 Faculdade de Medicina da UAN. Relatório da Comissão Directiva Provisória (Coordenador: Prof. José Carlos dos Santos). Luanda, Novembro de 1990 Faculdade de Medicina da UAN. Relatório do Director sobre as Etapas Desenvolvidas na Reforma do Ensino de Medicina. Luanda, 1990 Fundação Calouste Gulbenkian. Relatório sobre a Faculdade de Medicina da UAN. 1987 Godfrey R & Andrade I. Estudo para Estabelecer Dispositivos de Ligação entre a Faculdade de Medicina da Universidade de Angola e as Instituições Europeias para Treinar Profissionais de Medicina. Angola: O Currículo (Relatório II de Consultoria para o British Council), 1995 97/108 Ministério da Saúde. Plano de Estudos para o Curso de Medicina na República Popular de Angola. Luanda, 1977 Paz C. Área Administrativa da Faculdade de Medicina, Administração e Finanças e Recursos Humanos. Relatório da Comissão criada pela Ordem de Serviço n.º 005/95 de 20 de Março. Faculdade de Medicina, Luanda, 1995 Propostas para um Projecto que apoie os dispositivos de Ligação entre a Faculdade de Medicina da Universidade de Angola com as Instituições europeias e da África do Sul para Formar Profissionais de Medicina. Zinkin P. Estudo para Estabelecer Dispositivos de Ligação entre a Faculdade de Medicina da Universidade de Angola e as Instituições Europeias para Treinar Profissionais de Medicina. Angola: Análise da Situação (Relatório I de Consultoria para o British Council), 1995 5.4. Publicações sobre Educação Médica em Angola Balladelli PP. Os desafios no sector da saúde em Angola. Revista Angolana de Educação Médica; 2004 (1) 85-94 Castelo A. Exame de acesso à Faculdade de Medicina da UAN 2004/2005. Revista Angolana de Educação Médica; 2004 (1) 25-30 Castelo A. Exame de admissão à Faculdade de Medicina da UAN para o ano lectivo 2003/2004; Revista Angolana de Educação Médica; 2003 (0) 14-26 Ferreira AVL. Princípios gerais da reforma curricular na Faculdade de Medicina da UAN; Deliberação do Conselho Científico. Revista Angolana de Educação Médica; 2003 (0) 27-31 Fresta M. Reforma do ensino médico público em Angola, 2002. O quê, para quê e como? Revista Angolana de Educação Médica; 2003 (0) 14-26 Fresta M; Venturelli J & Ferreira A. Reforma do Curso de Medicina; conclusões e recomendações do seminário inicial. Revista Angolana de Educação Médica; 2004 (1) 15-24 Manuel CM. O ensino da medicina em Angola. Servicios de Publicaciones de la Universidad de Alcalá, 1996 98/108 Manuel CM. Ontogénese e processos anabólicos e catabólicos actuais da Faculdade de Medicina da UAN. Revista Angolana de Educação Médica; 2003 (0) 4-13 Pinto EA & Ferreira AVL. Perfil dos recursos humanos na Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto. Revista Angolana de Educação Médica; 2003 (0) 41-56 Santos JC. O médico angolano no contexto actual. . Revista Angolana de Educação Médica; 2004 (1) 95-101 Simões C. Evolução do numerus clausus na Faculdade de Medicina da UAN. Revista Angolana de Educação Médica; 2004 (1) 7-14 5.5. Referências Internacionais sobre Educação Médica Aschenbrenner C. 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Apêndice 2: Distribuição dos Relatórios Temáticos (43) 1. Distribuição Interna na FM (25) 1.1. Presidente da Assembleia da Faculdade (1) 1.2. Chefes dos DEI (17) 1.3. Associação de Estudantes da FM (7) 1.3.1. Presidente (1) 1.3.2. Delegados dos Anos do Curso de Medicina (6) 2. Distribuição Externa a Parceiros e Interlocutores da FM (18) 2.1. Ministério da Educação (4) 2.1.1. Direcção Nacional do Ensino Superior 2.1.2. Ministro da Educação 2.1.3. Vice-Ministro para o Ensino Superior 2.1.4. Vice-Ministro para a Reforma Educativa 2.2. Universidade Agostinho Neto (4) 2.2.1. Pró-Reitor para a Reforma Curricular 2.2.2. Reitor da Universidade 2.2.3. Vice-Reitor para os Assuntos Académicos 2.2.4. Vice-Reitor para os Centros Universitários 2.3. Ministério da Saúde (4) 2.3.1. Direcção Nacional de Recursos Humanos 2.3.2. Ministro da Saúde 2.3.3. Vice-Ministro da Saúde 2.3.4. Vice-Ministra da Saúde 2.4. Divisão de Saúde das Forças Armadas Angolanas (1) 2.4.1. Chefe da Divisão de Saúde 2.5. Ordem dos Médicos de Angola (1) 2.5.1. Presidente da Ordem (Bastonário) 2.6. Representação da OMS em Luanda (1) 2.6.1. Representante da OMS 2.7. Representação da União Europeia em Luanda (1) 2.7.1. Embaixador Representante 2.8. Representação do Banco Mundial em Luanda (1) 2.8.1. Embaixador Representante 2.9. Peritos Nacionais (1) 2.9.1. Prof. Dr. Raúl Feio 107/108 6.4. Apêndice 3: Categorias de Desenvolvimento de Qualidade Grau Desenvolvimento Critério de Qualidade 1 Nenhum A instituição não satisfaz de nenhum modo o desenvolvimento de qualidade; não há mais nada para além do standard básico. 2 Mínimo Existe algum desenvolvimento para além do standard básico; esse desenvolvimento é mínimo e não satisfatório. 3 Suficiente O desenvolvimento de qualidade pode considerar-se suficiente no contexto específico da instituição, mas não satisfaz o preconizado nos standards globais 4 Bom A instituição satisfaz significativamente o desenvolvimento da qualidade, embora ainda aquém da descrição plasmada nos standards globais 5 Excelente A instituição satisfaz completamente o desenvolvimento de qualidade previsto nos standards globais 108/108