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V Mostra de
Pesquisa da PósGraduação
Avaliação das conexões intra-corticais e limites estruturais
da Displasia Cortical tipo Taylor em pacientes com
epilepsia refratária
Daison Nelson Ferreira Dias1, Jaderson Costa da Costa1 (orientador)
1
Faculdade de Medicina, PUCRS, 2 Instituto do Cérebro
Resumo
Introdução
Em 1971, Taylor e cols. (Taylor, Falconer et al. 1971) publicaram um artigo no qual
relatavam a presença de uma alteração microscópica que fora evidenciada nas peças
provenientes de lobectomias cerebrais de 10 pacientes epilépticos. Essa série foi possível
porque em 20 anos, cerca de 300 pacientes foram lobectomizados por apresentar seqüelas de
epilepsia não tratável. A Epilepsia Refratária ao Tratamento Medicamentoso é definida como
a presença de crises em uso de duas ou mais drogas antiepilépticas, e uma ou mais crises por
mês, nos últimos 18 meses (Anne, Barbara et al. 2006). O objetivo deste trabalho é examinar
se existem alterações micro-anatômicas nos tractos de substância branca e na
substância cinzenta de pacientes com Displasia Cortical Focal de Taylor (DCFT)
quando comparados com um grupo controle utilizando as novas técnicas de difusão em
ressonância magnética – coeficiente de difusão aparente, anisotropia fracional e
tractografia?
Metodologia
Serão estudados 40 pacientes divididos em dois grupos, 20 pacientes com DCFT e 20
pacientes epilépticos sem lesão cerebral, ambos selecionados do Serviço de Neurologia da
PUC/RS. A construção da metodologia e a escolha do desenho deste estudo teve fulcro
principal nas obras de Goldim (Goldim 2000), Haynes et al. (Haynes, Sackett et al. 2008) e
Hulley et al (Hulley, Cummings et al. 2008).
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Técnicas e Equipamentos
A avaliação clínico-neurológica e a avaliação neuropsicológica dos pacientes do
estudo será realizada no Serviço de Neurologia da PUC/RS, onde também serão realizados os
exames eletroencefalográficos.
Os exames de RNM com difusão para determinação dos coeficientes de difusão
aparentes (CDA), da anisotropia fracional (AF) e da identificação das projeções dos tractos de
substância branca, serão realizados na SERPAL, Clínica de Diagnóstico, em um aparelho GE
1.5T, com software próprio para a construção da tractografia integrado à Workstation.
Resultados e Discussão
Espera-se que a AF e o CDA terão distribuição gaussiana nos indivíduos com
epilepsia refratária ao tratamento medicamentoso sem displasia cortical focal
(ERSDCF) que farão parte do grupo controle – a semelhança dos indivíduos normais
cuja AF e o CDA foram mensurados (Adolf, Edith et al. 2000; Kubicki, Westin et al.
2002) – tendo, nesse caso, seus valores representados adequadamente pela média e
desvio padrão.
No caso dos indivíduos com epilepsia refratária ao tratamento medicamentoso e com
displasia cortical (ERCDCF), é possível que as medidas da AF e do CDA tenham uma
distribuição assimétrica o que levaria os autores a apresentar os dados em termos de distância
interquartil e mediana. O trabalho, porém, está em fase inicial da coleta de dados.
Conclusão
Aguarda coleta de dados.
Referências
Adolf, P., V. S. Edith, et al. (2000). "Age-related decline in brain white matter
anisotropy measured with spatially corrected echo-planar diffusion tensor
imaging." Magnetic Resonance in Medicine 44(2): 259-268.
Anne, T. B., G. V. Barbara, et al. (2006). "How long does it take for epilepsy to
become intractable? A prospective investigation." Annals of Neurology 60(1):
73-79.
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Goldim, J. R. (2000). Manual de Iniciação à Pesquisa em Saúde. Porto Alegre, Dacasa
Editora.
Haynes, R. B., D. L. Sackett, et al. (2008). Epidemiologia Clínica. Como realizar
pesquisa clínica na prática. Porto Alegre, Artmed.
Hulley, S. B., S. R. Cummings, et al. (2008). Delineando a pesquisa clínica. Uma
abordagem epidemiológica. Porto Alegre, Artmed.
Kubicki, M., C.-F. Westin, et al. (2002). "Diffusion Tensor Imaging and Its
Application to Neuropsychiatric Disorders." Harvard Review of Psychiatry
10(6): 324 - 336.
Taylor, D. C., M. A. Falconer, et al. (1971). "Focal dysplasia of the cerebral cortex in
epilepsy." J Neurol Neurosurg Psychiatry 34(4): 369-387.
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