AVALIAÇÃO DA PRESSÃO PLANTAR EM INDIVIDUOS ESTRÁBICOS
ROCHA, G. M.M1, CARVALHO, D. C. N2, LIMA JUNIOR, J. C2, BONFIM, R. V.F3.
*1
Mestrando Em Engenharia Biomédica Pela Universidade Camilo Castelo Branco - Unicastelo,
2
Fisioterapeutas formados pelo Centro de Ensino Unificado de Teresina - CEUT
1
2
[email protected] , [email protected] , [email protected]
3
Resumo: As alterações visuais, entre elas o estrabismo, são fatores de restrição ao processo de
desenvolvimento, porque possuem influência sobre os sistemas proprioceptivo e vestibular, o que acarreta
déficits do controle postural e do equilíbrio, podendo ainda interferir na distribuição da pressão plantar. O
objetivo deste estudo foi avaliar a pressão plantar em indivíduos com estrabismo. Participaram deste estudo
12 indivíduos distribuídos em 2 grupos. Grupo de estudo: sendo seis estrábicos; Grupo controle: seis
normais. Os participantes realizaram uma avaliação inicial e a baropodometria, para avaliar a pressão
plantar. Houve. Aumento na carga do antepé esquerda na analise da pressão plantar, observado no grupo
de estudo. Concluímos que as alterações visuais, interfere na pressão plantar.
Palavras-chave: Visão, Distúrbios visuais, Alteração postural, Equilíbrio corporal.
Área do Conhecimento: 4.06.00.00-9 Saúde Coletiva - 4.08.00.00-8 Fisioterapia e Terapia Ocupacional
.
Introdução
O sistema visual desempenha um papel
essencial por fornecer continuamente ao sistema
nervoso informações atualizadas a respeito da
posição e dos segmentos do corpo em relação a
eles mesmos e ao meio externo (LORD; MENZ,
2000).
Qualquer interferência nesses sistemas poderá
levar ao desenvolvimento de mecanismos
adaptativos que amenizam os efeitos da
deficiência, sendo que, quando não estimulados
corretamente poderão induzir o surgimento de
alterações posturais (BONATTI, 2006; FREITAS
JUNIOR; BARELA, 2006).
Neste contexto, Alves et al. (2008) afirmam que
uma das possíveis consequências dessas
alterações
posturais
são
as
disfunções
biomecânicas dos pés, principalmente no que se
refere ao controle da distribuição da pressão
plantar.
Dentro deste contexto o objetivo do presente
estudo é identificar a distribuição da pressão
plantar em indivíduos com estrabismo.
Metodologia
Trata-se de um estudo do tipo observacional
descritivo apresentando característica de corte
transversal e abordagem quantitativa. O trabalho
de campo foi realizado após aprovação do estudo
pela Comissão de Ética e Pesquisa da Faculdade
CEUT (Centro de Ensino Unificado de Teresina).
Participaram do estudo 12 (doze) indivíduos,
escolhidos de forma não-aleatória, sendo que
dentre esses, 6 (seis) indivíduos são estrábicos,
formando o grupo de estudo (GE), e os outros 6
(seis) indivíduos não estrábicos, formando o grupo
controle (GC). Os dois grupos foram constituídos
por indivíduos com idade entre 18 a 45 anos, de
ambos os gêneros. Para seleção dos voluntários
foram utilizados os seguintes critérios de inclusão:
(a) indivíduos com estrabismo, (b) indivíduos na
faixa etária entre 18 a 45 anos, (c) indivíduos com
IMC entre 18,5 e 24,9. E os seguintes critérios de
exclusão: (a) indivíduos que apresentaram
comprometimento físico, auditivo, neurológico e/ou
mental, (b) portadores de labirintite, (c) ausência
de colaboração nos procedimentos a serem
realizados. A coleta de dados foi realizada no
período de outubro a novembro de 2013,
constando em duas etapas: (1) os sujeitos foram
submetidos a uma avaliação inicial onde
especificaram: idade (em anos e meses), altura
2
(m), peso (kg), IMC (kg/m ) e tamanho do calçado,
(2) avaliação da pressão plantar através do exame
da baropodometria. Os dados foram organizados
em planilhas do programa Microsoft Office Excel
2010, para construção de tabelas e gráficos.
Posteriormente os dados foram submetidos ao
teste T de Studant, como IC 95% e significância
estabelecida em p < 0,05, para a obtenção da
significância da diferença dos parâmetros
estudados entre os dois grupos. E assim
apresentado em tabelas descritivas e distintas por
parâmetros.
Resultados
Na avaliação inicial não houve diferença
significativa entre as idades, alturas, IMCs e
tamanho dos calçados dos dois grupos.
Encontro de Pós-Graduação e Iniciação Científica – Universidade Camilo Castelo Branco
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Tabela 1: Valores médios e comparativos do
exame de Baropodometria entre o grupo Normal
(GC) e Estrábico (GE) em relação aos parâmetros
analisados.
Tabela 02: Valores médios e comparativos do teste
de Baropodomeria entre o grupo Normal (GC) e
Estrábico (GE) no que se referente ao valor total dos
parâmetros analisados.
articulação do tornozelo e, portanto, na porção
posterior dos pés proporcionando, assim, um
corpo equilibrado ou bem compensado.
Entretanto, Fortaleza et al. (2011) afirmam que
determinados padrões posturais anormais, como
no caso da anteriorização da cabeça, fazem com
que a região plantar sofra uma maior sobrecarga
em outras regiões, mais precisamente na região
do antepé. Esse aumento de carga nesta porção
do pé visto em alguns indivíduos acaba sendo
resultado, portanto, de uma má postura.
Essa afirmação supracitada vai de acordo com
os resultados encontrados nesta pesquisa, visto
que, na analise dos dados colhidos na avaliação
da postura este mesmo grupo, ou seja, dos
estrábicos, apresentou uma diferença significativa
na anteriorização da cabeça na vista lateral direita
ao ser comparado com o grupo controle, composto
por indivíduos normais.
Para as comparações relacionadas aos valores
médios e comparativos das variáveis analisadas
no exame da baropodometria referentes ao valor
total, considerando antepé e retropé, não houve
diferenças significativas entre os grupos (Tabela
2).
Conclusão
Discussão
A análise dos valores médios e comparativos
das variáveis analisadas no exame da
baropodometria demonstrou diferença significativa
na carga do antepé esquerdo (0,0389), na qual o
grupo de estudo, ou seja, dos participantes
estrábicos, apresentou maior carga na região do
antepé (Tabela 1).
O uso de avaliações para verificar as pressões
plantares tem sido utilizado tanto para
compreender os mecanismos de adaptação e
controle postural em pessoas com acometimentos
ou disfunções do pé, como em populações que
apresentam outros comprometimentos, como no
caso visual e vestibular (FORTALEZA et al, 2011).
Conforme Carvalho et al. (2009), um eficiente
sistema
de
controle
postural
contribui,
diretamente, para uma adequada distribuição da
pressão plantar. Dessa forma, alterações que
comprometam este sistema poderão repercutir e
levarem a disfunções na região plantar.
Azevedo e Nascimento (2009) dizem que em
pessoas com bom controle postural a maior
pressão é exercida no calcanhar e não no antepé,
pelo fato da projeção da linha do centro de
gravidade no solo, no plano sagital, passar pela
Na pressão plantar evidenciou-se diferença
probatória no que se diz respeito ao aumento da
carga do antepé esquerda, no qual o grupo de
estudo apresentou valores médio maiores quando
comparado com o grupo controle.
Embora os objetivos tenham sido alcançados,
evidencia-se e sugere-se a necessidade de uma
maior investigação, com um número maior de
sujeitos, utilizando outros métodos de avaliação.
Referências
ALVES, E. et al. Avaliação da pressão plantar em
indivíduos com fascite plantar. Revista Saúde e
Pesquisa, Maringá, v. 1, n. 3, p. 277-281, set./dez.
2008.
BONATTI, F. A. S. Desenvolvimento de
equipamento de auxílio à visão subnormal. Arq.
Bras. Oftalmol., São Paulo, v. 69, n. 2, p. 221-226,
mar./abr. 2006.
FORTALEZA, A. C. D. S. et al. Avaliação das
pressões plantares em diferentes situações por
baropodometria. Colloquium Vitae, São Paulo, v.
3, n. 1, p. 06-10, jan./jun. 2011.
LORD, S. R.; MENZ, H. B. Visual contributions to
postural stability in older adults. Gerontology,
Basel, v. 46, n. 6, p. 306-310, nov./dec. 2000.
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