ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DA DISTRIBUIÇÃO PLANTAR ESTÁTICA EM IDOSOS ATRAVÉS DA BAROPODOMETRIA Laiana Sepúlveda de Andrade Mesquita1,2, Fabiana Teixeira de Carvalho 3,4, Juliany Marques Abreu Da Fonseca5, Osmar Pinto Neto 6, Renato Amaro Zangaro7 1, 3, 6, 7 UNICASTELO/Departamento de Pós-graduação, São José dos Campos - SP 2, 4, 5 UESPI/ Departamento de Fisioterapia, Teresina-PI 1,2 3,4 [email protected] , [email protected] , [email protected] 6 7 [email protected] , [email protected] 5, Objetivo: Este trabalho busca analisar o comportamento da distribuição plantar estática em idosas através da baropodometria.Metodologia: Foi realizado um estudo transversal, com 21 idosas entre 60 a 80 anos, no qual foram submetidos ao exame de baropodometria e verificada a distribuição da pressão máxima exercida em antepé e retropé direito e esquerdo.Resultados: Verificou uma maior pressão na região do retropé direto e esquerdo, quando comparada ao antepé direito e esquerdo, respectivamente, com p<0,01.Conclusão: Os idosos analisados apresentaram padrões normais de distribuição da pressão plantar, não sendo este uma fator desencadeante para o risco de quedas nesse grupo avaliado. Palavras-chave: idoso, pé, baropodometria, distribuição plantar. Área do Conhecimento: Ciências da Saúde. Fisioterapia e Terapia Ocupacional Introdução O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo no qual há alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas que vão alterando o organismo, tornando-o mais susceptível a agressões e deformidades (LUVIZUTTO et al, 2010). Diversos estudos mostram que patologias dos pés contribuem para um decréscimo na mobilidade articular e habilidade funcional em realizar atividades domésticas usuais, além de diminuição da sensação cutânea plantar e distribuição de pressão plantar alterada, afetando o equilíbrio e conseqüentemente aumentando o risco de quedas em pessoas idosas (CHIAPPIN et al, 2008). Tendo em vista a presença de alterações somato-sensoriais e posturais, e o impacto negativo causado por tais alterações na qualidade de vida de indivíduos idosos, este estudo busca analisar a distribuição das pressões plantares através da baropodometria, a fim de contribuir para o melhor planejamento de condutas mais eficazes para estes indivíduos e favorecer estratégias de prevenção de modo a diminuir os índices do trauma por queda em idosos. Metodologia Trata-se de um estudo de delineamento transversal, realizado com 21 idosos no Ambulatório do Hospital Getúlio Vargas, setor de Fisioterapia, na cidade de Teresina-Piauí, no período de janeiro a fevereiro de 2013, com idade entre 60 a 80 anos. O projeto foi submetido à avaliação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Estadual do Piauí-UESPI e aprovado com o parecer N° 63586. Na avaliação pela baropodometria foi verificado a distribuição das pressões plantares (%) em antepé e retropé direito e esquerdo. Os dados foram coletados através de aparelho de Baropodometria Eletrônica – S-PLATE, com plataforma de força com 1.600 sensores, uma superfície ativa de 400 x 400 mm, com dimensões de 610 x 580 x 4 mm, 6,8 kg de peso. A configuração do computador utilizado para a coleta dos dados caracteriza-se por: notebook VAIO Intel Pentium, processador 1.86GHz, 0,99 GB de memória RAM, Windows XP. As participantes da pesquisa foram avaliadas individualmente. Foram convidadas a permanecer sobre a plataforma colocada a 3 metros de distância da parede, onde permaneciam de maneira onde estivessem em bom equilíbrio corporal por 15 segundos, com apoio bipodal, pés descalços, braços ao longo do corpo, olhando para um artefato fixo na parede na altura dos olhos. Os dados coletados foram tabulados no Excel para posterior analise estatística, utilizando o programa Biostat, sendo considerados significantes valores de p≤ 0,05. Resultados Participaram da pesquisa 21 idosas com média de idade de 68,3 anos (DP= ± 6,48). A Tabela 01 Encontro de Pós-Graduação e Iniciação Científica – Universidade Camilo Castelo Branco 215 apresenta a caracterização antropométrica da amostra . Tabela 01: Distribuição das antropométricas das idosas Teresina-PI. Variável Peso (kg) Altura (cm) N° calçado variáveis avaliadas, Média/D.P 62±10 153±5 36±0,9 D.P: desvio padrão. A tabela 02 apresenta a média e desvio padrão da distribuição das pressões plantares em antepé e retropé. Foi realizada análise estatística observando uma maior distribuição da pressão plantar em retropé quando comparado ao antepé (p<0,0001). Não foi observado diferença significante entre as pressões do antepé e retropé direito com o antepé e retropé esquerdo, respectivamente. Tabela 02: Distribuição das pressões plantares das idosas avaliadas, Teresina-PI Região Plantar(%) A. E. A. D. R. E. R. D. Média/D.P 40±6,8 40,6±7,8 60,1±9,2 59,4±9,7 A.E:Antepé esquerdo; A.D: Antepé direito; R.E: Retropé esquerdo; R.D: Retropé direito. Discussão: Cavanagh et al (1987) analisaram a distribuição da pressão plantar ortostática em indivíduos normais e observaram que 60,5% da massa corporal está distribuída sobre os calcanhares, 7,8% no mediopé, 28,1%. na parte anterior do pé e 3,6% nos pododáctilos. Tribastoni (2001), quanto à posição ereta dinâmica, relata que todo o peso do corpo recebido é transmitido, anteriormente, sobre os metatarsos (43%), posteriormente, sobre o calcâneo (57%). Manfio et al. (2001), descreve que aproximadamente 60% do peso corporal está distribuído nos calcanhares, no máximo 5,2% localizam-se no meio do pé, 31% a 38% na região da cabeça dos metatarsos e no máximo 2% na região dos dedos. Lorenzetti (2006) afirma que a distribuição da carga plantar é, dentro dos padrões de normalidade, de 35 a 40% da pressão no antepé e 55 a 60% no retropé. Todos os estudos citados apresentam valores que corroboram os resultados ora apresentados (Tabela 02), no qual a pressão exercida na região do retropé é maior que aquela encontrada na parte anterior da planta e artelhos, com diferença significativa. Azevedo e Nascimento (2009) relacionam a maior pressão exercida no calcanhar que no antepé ao fato da projeção da linha do centro de gravidade no solo, no plano sagital, passar pela articulação do tornozelo e, portanto, na porção posterior dos pés de um corpo equilibrado ou bem compensado. Conclusão De acordo com os resultados do presente estudo, pode-se verificar que esse grupo de idosas analisadas não apresenta alteração na distribuição plantar estática, estando de acordo com outros estudos realizados com indivíduos jovens. Referências - AZEVEDO, L. A. P.; NASCIMENTO, L. F. C. A distribuição da força plantar está associada aos diferentes tipos de pés? Rev Paul Pediatr 2009;27(3):309-14. - CHIAPPIN, D.; ZARO, M. A. Comparação de picos de pressão plantar entre indivíduos jovens e idosos durante marcha normal. Tecnicouro, Janeiro/Fevereiro 2008. - CAVANAGH, P. R.; RODGERS, M. M.; LIBOSHI, A. Pressure distribution under symptom – free feet during bareffot standing. Foot & Ankle, v.7, n. 15, p. 262-267, 1987. - LORENZETTI, M. I. Analise da distribuição de pressão plantar em odontólogos portadores da síndrome dolorosa miofascial. Dissertação de mestrado em Engenharia Biomédica. Programa de Pós-Graduação em Bioengenharia, Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, Universidade Vale do Paraíba, São José dos Campos, São Paulo. 2006. - LUVIZUTTO G.J.; SILVA, K. C.; COVOLAN, C.R.; CORREA, E. G. Análise do arco longitudinal medial em idosos institucionalizados e sua relação com o tipo de pé. Fisioter Bras. v. 11, p. 88-92, 2010. - MANFIO, E. F., et al. Análise do comportamento da distribuição de pressão plantar em sujeitos normais. Fisioterapia Brasil, 2001, v. 2, n. 3, 157168. -TRIBASTONE, F. Tratado de exercícios corretivos: aplicados à reeducação motora postural. São Paulo: Manole, 2001. Encontro de Pós-Graduação e Iniciação Científica – Universidade Camilo Castelo Branco 216