II SIMPÓSIO DO MERCADO DE CRÉDITO DE CARBONO E CICLO DE DEBATES “ESTADO E SOCIEDADE” MUDANÇAS CLIMÁTICAS E AS EXPECTATIVAS DA HUMANIDADE PÓS COP15 Painel: Agricultura, Florestamento, Reflorestamento e REDD - Reduzindo Emissões de Degradação de Florestas Conceitos Básicos e o Status Atual de REDD+ Mariana Pavan Pesquisadora – Programa Mudanças Climáticas [email protected] QUEM SOMOS? 1. ONG fundada em 2004, Manaus – AM 2. Programas e áreas temáticas: Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais Foco maior em florestas e REDD+ 1. Políticas Públicas 2. Treinamento e Capacitação 3. Desenvolvimento de Projetos Unidades de Conservação Manejo de Recursos Naturais FLORESTAS Biodiversidade, regulação do ciclo hidrológico, aspectos culturais, conhecimentos tradicionais, matérias-primas, geração de renda, etc. Estima-se que o estoque total de C em ecossistemas florestais é de aproximadamente 638 GtC (FAO, 2005) Mais do que a quantidade total de C na atmosfera Serviços ambientais que são fundamentais para a manutenção do equilíbrio climático e hidrológico DESMATAMENTO E DEGRADAÇÃO florestalárea convertida não florestal • Área Degradação: florestalem queárea permanece como área florestal por um determinado período - Perda gradativa dos estoques de carbono - Redução dos estoques de X para Y em um tempo T (X, Y e T não definidos perante a Convenção) DESMATAMENTO ONDE? FAO, 2006 Período Pré-Industrial Período Pós-Industrial Período Atual COMO LIDAR COM ESTE PROBLEMA? Reduzir emissões do desmatamento tem custos, que devem ser considerados frente ao conceito das “responsabilidades comuns, porém diferenciadas” Necessidade de compensar os países florestais por seus esforços de conservação Manter as florestas tem custos e em alguns casos, podem limitar o desenvolvimento econômico (ex: países da África) Como as florestas tropicais ficaram de fora do Protocolo de Quioto, iniciaram-se discussões sobre como construir um mecanismo que pudesse incluí-las... O QUE SIGNIFICA REDD? R – Redução de E – Emissões do D – Desmatamento e D – Degradação Florestal + - conservação, manejo Objetivo Principal: Mecanismo de e o sustentável de florestas compensação financeira dos esforços feitos aumento de estoques em prol da conservação florestal… florestais Q 100% B ? OuPaíses seja,que o fornecimento perdendode suaincentivos áreaestoques Países que estão estão conservando aumentando seus seus UEMbaseados SE ENEFICIA florestal,apenas ou seja, na sofrendo fortes processos estoques florestais florestais / tem baixas taxas de redução de fluxos de desmatamento e degradação florestal dedesmatamento carbono (mediante linha de base) pode levar à distorções Gabão Suriname Papua Nova Guiné Cobertura Florestal Bolivia China Indonésia Costa Rica Camarões Índia Sri Lanka 0% Fonte: Coalition for Rainforest Nations, 2007 Tempo 4 Princípios Fundamentais sobre REDD+ 1. O desmatamento tropical é responsável por grande parte das emissões mundiais de GEE (aprox. 20%) IPCC, STERN, Houghton, et al 2. O desmatamento tem uma tendência histórica e crescente (“Linha de Base mundial de REDD”) 3. Conter o desmatamento tropical envolve custos STERN 2008: U$ 15 bilhões / ano Mckinsey, IPCC, Eliasch, et al 4. Todos esforços para REDD devem ser reconhecidos sob o princípio das “responsabilidades comuns porém diferenciadas” O PROCESSO DE REDD+ NA UNFCCC 2005 – COP11 Montreal COP12 Nairóbi COP13 Bali COP14 Poznan COP15 Copenhagen COP16 Cancun Decisão deSBSTA: incluiroficial REDD em um tratado pós-2012 • •Garantia de inclusão no próximo tratado (mencionado Apresentação da proposta brasileira Mandato iniciar um programa de Proposta da Costa Rica e Papua Nova no texto do “Acordo de Copenhagen”) •trabalhos Questões políticas e metodológicas indefinidas Esperança de definições sobre assuntos metodológicos Guine sobre RED – Brasil apóia… decom um fundo voluntário relacionados políticos e •Proposta Políticas Incentivos ações voluntárias • •Definição depara escopo -temas REDD+ positivos a REDD • Programa De Financiamento •incentivos Necessidade de considerar os direitos dos Povos de trabalho de 2 anos – • Indígenas Implementação em fases (“phased approach”) e Tradicionais • submissão Arranjos Institucionais das partes e workshops Incentives for Early Action… Escala ainda sem definições de fontes de • No•entanto, Anúncio Oficial do Fundo Amazônia financiamento, escala QUESTÕES METODOLÓGICAS IMPORTANTES 1. Escala 2. Fontes de financiamento 3. Adicionalidade 4. Estimativa de estoques de C 5. Implementação e distribuição de benefícios (direitos indigenas e trad.) 6. Vazamentos 7. Monitoramento Fontes de Financiamento • Mecanismos de Mercado • Permite Investimentos do Setor Privado • Agilidade na obtenção de fundos • Menos questões de governança • Fundos Voluntários • Brasil – Fundo Amazônia • Maior fortalecimento de políticas • Questões de governança... Ambos Integração entre fundos nacionais e mercados para iniciativas de projetos ESCALA Nível Nacional Apontado como solução para“vazamentos” Problema sério em países de baixa governança (África, Indonésia, etc.) Pouco interessante para o setor privado Nível de Projetos (regional, sub-nacional, etc.) Maior atratividade para o setor privado Implementação direta e imediata (menor escala) Necessidade de lidar com “vazamentos” REPASSE DE BENEFÍCIOS E ENVOLVIMENTO DE COMUNIDADES É necessário garantir os direitos e a inclusão de populações tradicionais e indígenas Consentimento prévio e informado Consultas, participação na concepção e implementação do projeto Incluído como salvaguarda no texto SBSTA, pendente ainda no AWG-LCA •Recursos recebidos devem ser o incentivo financeiro para a geração de novas fontes de renda sustentáveis • Garantias de sustentabilidade a longo prazo… • Alteração da lógica econômica • Florestas devem valer mais em pé do que derrubadas STATUS NA AMÉRICA LATINA Fonte: Casebook of REDD Projects in LA – Idesam e TNC Brasil STATUS NO BRASIL Escala SubNacional Diversos Projetos Subnacionais em Andamento STATUS NO BRASIL Projetos Subnacionais em Andamento Projeto de RED da RDS do Juma Área de 589.612 ha em Novo Aripuanã – AM Primeiro Projeto de REDD+ da Amazônia a ser validado nos Padrões CCB Resultado de um longo processo de construção técnica e política do Estado do Amazonas que se iniciou em 2002 Idesam – Coordenador técnico do processo de construção do DCP e Validação junto ao CCB STATUS NO BRASIL Diversos Projetos Subnacionais em Andamento Projeto de REDD dos Suruí Terra Indígena Sete de Setembro (RO e MT) Liderado pelo povo Paiter-Suruí Pareceres jurídicos apontam os indígenas como titulares do carbono Parte de um plano de desenvolvimento do Povo PaiterSuruí Idesam – responsável pelo desenvolvimento de um modelo de desmatamento para a área , desenvolvimento de DCP e coordenação técnica STATUS NO BRASIL Escala Estadual Acre Mato Grosso Programa Estadual de Pagamento Por Serviços Ambientais Desenvolvimento de Programa Estadual de REDD Amazonas Regulamentação dos serviços ambientais em UCs (Política Estadual de Mudanças Climáticas e Sistema Estadual de Unidades de Conservação) e desenvolvimento de arcabouço mais amplo (atual) STATUS NO BRASIL Escala Nacional Fundo Amazônia Cinco Projetos aprovados atualmente Total de recursos – aprox. 70,4 milhões 58 submissões na base de dados (fonte: www.fundoamazonia.org) STATUS NO BRASIL Escala Nacional PL 5.586/2009 Discute a regulamentação de atividades de REDD+ no Brasil Atualmente em processo de discussão e construção, com participação da sociedade civil organizada Possibilidade de integração de atividades em escala subnacional com um esquema nacional Sistema de Registro Nacional/Estadual PARA CONCLUIR… REDD+ não é a única “bala de prata” para solucionar todos os problemas da Amazônia, mas é a melhor oportunidade que temos atualmente para conservar as florestas tropicais É fundamental que haja conexão e integração entre atividades em diferentes escala (nacional e subnacional) É necessário cautela e embasamento para iniciar as atividades, mas o problema é urgente e precisamos começar a agir! As iniciativas-piloto já estão gerando diversas lições que poderão ser replicadas em outras situações… OBRIGADA ! Mariana Pavan [email protected] www.idesam.org.br