UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS RAUL EMILIO LORENTZ AVALIAÇÃO DOS EFEITOS TÓXICOS E GENOTÓXICOS DO INSETICIDA-NEMATICIDA CARBOFURANO EM Artemia salina e Allium cepa L. CRICIÚMA, JUNHO DE 2008 RAUL EMILIO LORENTZ AVALIAÇÃO DOS EFEITOS TÓXICOS E GENOTÓXICOS DO INSETICIDA-NEMATICIDA CARBOFURANO EM Artemia salina e Allium cepa L. Monografia apresentada ao Setor de PósGraduação da Universidade do Extremo Sul Catarinense- UNESC, para a obtenção do título de especialista em Gestão de Recursos Naturais. Orientador: Prof. MSc. Claus Tröger Pich CRICIÚMA, JUNHO DE 2008 Dedico esta monografia à minha família, a meus antigos amigos e também aos novos amigos que tive a oportunidade de fazer durante a realização deste trabalho. AGRADECIMENTOS Agradeço a todos que de forma direta ou indireta, ajudaram na elaboração deste trabalho, em especial professor Claus Tröger Pich, pela sua orientação e sua dedicação na realização deste trabalho que será se suma importância para a minha formação profissional. Ao amigo Tiago Bortolotto, pelo seu auxílio e companheirismo de valor imensurável, sempre se mostrando muito prestativo. A todos os meus colegas do curso de Pós-Graduação. Agradeço de forma muito especial a minha família pelo amor dedicado a mim e pelo apoio que nunca me faltou durante a realização deste trabalho. Muito obrigado a todos. Nós permitimos que esses produtos químicos fossem utilizados com pouca ou nenhuma pesquisa prévia sobre seu efeito no solo, na água, animais selvagens e sobre o próprio homem. Rachel Carsonr 6 RESUMO Os agrotóxicos são amplamente utilizados nas diversas culturas de importância econômica, proporcionando a produção de alimentos a um preço acessível, porém a utilização indiscriminada destes produtos pode causar danos a saúde humana, animal e ao meio ambiente, principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil. A exposição de genótipos de seres humanos e animais a esses produtos de origem sintética (agrotóxicos, fármacos entre outros), faz com que o surgimento de lesões no DNA de organismos expostos a produtos dessa natureza, aumentasse de forma relevante, causando muito prejuízos a esses organismo, tendo em vista o alto potencial mutagênico, carcinogênico e teratogênico que muitos desses produtos possuem.Dos produtos de origem sintética, os agrotóxicos são uns dos mais importantes devido a sua larga utilização nas lavouras, principalmente dos países tropicais. Um dos agrotóxicos de grande utilização é o Furandan da FMC Química do Brasil LTDA, que um dos agrotóxicos de maior potencial toxicológico.O presente trabalho tem por objetivo avaliar o potencial tóxico, e genotóxico do inseticidanematicida Carbofurano da através dos testes com Artemia sp e Allium cepa L.Para a realização dos ensaios de toxicidade ambiental foram utilizados os testes de toxicidade aguda com Artemia sp (n= 10, 5 replicatas), nas seguintes concentrações: 0,156; 0,313; 0,625; 1,250; 2,500; 5,000; 10,00 mg.L-1, sendo que a CL50 ficou estimada em 1,44 mg.L-1 e no teste fitotoxicológico com Allium cepa, a solução de carbofurano inibiu significantemente o crescimento de, com uma média de: 0,86 ± 0,22 (p<0,001***) bem como a perda da biomassa que apresentou média de: 6,93 ± 1,94 (p<0,001***). No teste genotóxico com raízes maceradas de Alliun cepa, não houve a possibilidade de caracterização de potencial genotóxico. Portanto pode-se concluir de imediato que, o inseticida-nematicida carbofurano se mostrou extremamente eficiente em sua capacidade de causar toxicidade e fitotoxicidade aos organismos utilizados como bioindicadores. Após a conclusão deste trabalho, e com a analise dos resultados obtidos, pode se enfatizar a necessidade de testes ecotoxicológicos para avaliar o potencial genotóxico das mais variadas substancias que temos contato na rotina de nosso cotidiano, sempre com o objetivo de tentar minimizar os prejuízos que essas substâncias provocam a saúde humana bem como a meio ambiente. Palavras-Chave: Agrotóxicos; Carbofurano; Ecotoxicologia; Teste Cometa. 7 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Transporte e transformação de agrotóxicos no meio ambiente .............. 19 Figura 2 - Consumo de agrotóxico por estado no Brasil ......................................... 21 Figura 3 - Imagem da estrutura química molecular do inseticida – nematicida carbofurano ............................................................................................................. 24 Figura 4 - foto da embalagem da comercial do inseticida – nematicida carbofurabo ................................................................................................................................ 25 Figura 5 - Desenho esquemático demonstrando os níveis de avaliação ecotoxicológicos ...................................................................................................... 27 Figura 6 - Desenho esquemático dos processos estudados pela ecotoxicologia.... 28 Figura 7 - Imagem do crustáceo Artemia salina ...................................................... 29 Figura 8 - Imagem do vegetal Alliun Cepa (cebola) ................................................ 30 Figura 9 - Modelo tridimencional do DNA................................................................ 32 Figura 10 - Bases nitrogenadas .............................................................................. 33 Figura 11 - TESTE COMETA: Núcleos celulares foram isolados e submetidos a uma corrente elétrica (eletroforese). A partir dos resultados, esses núcleos receberam uma pontuação de zero (sem dano) a quatro (dano máximo), baseado no tamanho da "cauda do cometa", que corresponde à quantidade de fragmentos do DNA...... 36 Figura 12 - Esquema simplificado da preparação e execução do Teste de toxicidade aguda com Artemia sp. ........................................................................................... 37 Figura 13 - Esquema simplificado da preparação e execução Teste de inibição do crescimento de raízes em Allium cepa L................................................................. 38 Figura 14 - Esquema simplificado das etapas de preparação, lise, corrida eletroforética, neutralização, e coloração das lâminas no Teste Cometa ............... 39 Figura 15 - Classificação de danos ao DNA através das Classes de Dano (Classes 0 a 4) .......................................................................................................................... 40 Figura 16 - Índice de mortalidade (%) obtido através do Teste de toxicidade aguda utilizando Artemia salina em concentrações (%) seriadas da solução com o Carbofurano. Índice de mortalidade expresso como média (%) das cinco replicatas ................................................................................................................................ 42 Figura 17 - Resultado do Teste de fitotoxicidade em Allium cepa, baseado no crescimento de suas raízes quando expostas a solução de carbofurano. ** = p< 8 0,001 ....................................................................................................................... 43 Figura 18 - Resultado do teste de Fitotoxicidade com Allium cepa, baseado no ganho de biomassa de suas raízes. * = p< 0,001 .............................................................. 44 Figura 19 - Índice de Dano (ID) e Freqüência de Dano (FD), obtidos através do Teste Cometa em células meristemáticas das raízes de Allium cepa expostas a uma concentração de carbofurano e água mineral comercial (controle negativo), analisado por teste t. ............................................................................................... 45 9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ACHE - Acetilcolinesterase, ANVISA – Angência Nacional de Vigilância Sanitária CL50 - concentração letal CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente DL50 - Dose Letal DNA – ácido desoxirribonucléico DP – Desvio Padrão FD – Freqüência de Dano FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz ID – Índice de Dano MAPA - Ministério da agricultura, pesca e abastecimento OMS – Organização Mundial da Saúde PH – Potencial Hidrogeniônico PISQ – Programa de Segurança Química PND – Plano Nacional de Desenvolvimento SINDAG - SINDICATO NACIONAL DE PRODUTOS PARA A DEFESA AGRÍCOLA 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 12 2 OBJETIVOS......................................................................................................... 15 2.1 Objetivo geral .................................................................................................. 15 2.2 Objetivos específicos...................................................................................... 15 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 16 3.1 Agrotóxicos ..................................................................................................... 16 3.1.1 Classificação quanto ao público-alvo ........................................................ 17 3.1.2 Classificação toxicológica........................................................................... 17 3.2 Efeitos dos agrotóxicos ao meio ambiente................................................... 18 3.3 Agrotóxicos no Brasil ..................................................................................... 19 3.4 Principais grupos de agrotóxicos e seus mecanismos de ação................. 21 3.4.1 Organoclrorados .......................................................................................... 21 3.4.2 Organofosforados ........................................................................................ 22 3.4.3 Piretróides..................................................................................................... 22 3.4.4 Carbamatos................................................................................................... 23 3.4.4.1 Carbofurano............................................................................................... 24 3.5 Toxicidade........................................................................................................ 25 3.5.1 Toxicidade de agrotóxicos .......................................................................... 25 3.5.2 Ecotoxicologia.............................................................................................. 26 3.6 Artemia SP ....................................................................................................... 28 3.6.1 Allium cepa L ................................................................................................ 29 3.7 Genotoxicidade ............................................................................................... 30 3.8 DNA – Estrutura............................................................................................... 31 3.9 DNA - Danos e sistema de reparação............................................................ 33 4 MATERIAL E METODOS .................................................................................... 35 4.1 Teste ecotoxicologicos................................................................................... 35 4.1.2 Teste cometa ................................................................................................ 35 4.1.3 Teste de toxicidade aguda com Artemia sp............................................... 36 4.1.4 Teste de inibição do crescimento de raízes em Allium cepa L. ............... 37 4.2 Teste de genotoxicidade................................................................................. 38 4.2.1 Teste de fragmentação de DNA (Teste Cometa)........................................ 38 11 4.3 Análise estatística ........................................................................................... 40 5 RESULTADOS..................................................................................................... 42 5.1 Teste de toxicidade aguda co Artemia SP .................................................... 42 5.2 Teste de Fitotoxicidade em Allium cepa ....................................................... 43 5.3 Teste de genotoxicidade................................................................................. 44 5.3.1 Teste de fragmentação de DNA (Teste Cometa)........................................ 44 6 DISCUSSÃO ........................................................................................................ 46 7 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 48 REFERÊNCIAS....................................................................................................... 49 12 1 INTRODUÇÃO Todos os organismos vivos estão em interação com o meio ambiente, assim, os seus genomas ficam expostos às interferências que esse meio sofre. A interação entre o meio e o organismo resulta em modificações que, quando positivas, refletem na adaptação do organismo quanto à melhor exploração desse meio, o que decorre também na própria modificação do ambiente pelo organismo. (MINISSI; LOMBI, 1997; PASCALICCHIO, 2002). No século XVIII, Malthus fez a famosa relação sobre o crescimento populacional com o aumento da produção de alimentos, atestando que a população crescia em razão geométrica e a quantidade de alimentos em razão aritmética. Foi baseado nessa relação, que surgiu o discurso sobre a necessidade do uso de agrotóxicos, mesmo de forma indiscriminada. Mas, independente da criação dos mais diferentes insumos, ainda não “existiram” colheitas para alimentar todo povo brasileiro. (PINEHIRO; NASR; LUZ, 1988). Devido a grande resistência das pestes e pragas aos químicos, se fez necessário, a cada ano, o surgimento de grandes quantidades de novos compostos como intuito de proteger e preservar as colheitas. No entanto, muitas vezes estes causam efeitos indesejáveis ao cultivo e também acabam por aumentar o custo da produção de alimentos. A utilização indiscriminada de pesticidas ainda hoje é uma prática muito comum, principalmente em países tropicais onde a agricultura é uma forte fonte de renda. (CARVALHO, 2006). Os pesticidas são venenos intencionalmente dispersados para controlar pestes, mas também atuam sobre outras espécies causando sérios efeitos paralelos em espécies não-alvo. Resíduos de pesticidas podem persistir em solos, águas e alimentos, contaminando humanos e animais. (CARVALHO, 2006). Praguicidas são compostos químicos especialmente empregados pelo homem para destruir, repelir ou mitigar pragas (insetos, ácaros, nematódeos, roedores e outras formas de vida animal, fungos plantas daninhas terrestres e aquáticas). Tem também função preventiva contra as pragas alem disso funcionam como desfolhastes e dessecantes, ou ainda reguladores do crescimento vegetal. (LARINI, 1999). O carbofurano é um inseticida nematicida do grupo dos carbamatos, que 13 apresenta curta persistência no ambiente e pequeno deslocamento para regiões adjacentes, sendo efetivo por contato, ingestão e por ação sistêmica. (KUHR; DOROUGH, 1976; ILSI BRASIL, 1995). É um inseticida muito eficiente no controle de uma ampla gama de pragas agrícolas e que atua por contato ou após ingestão. (FMC, 1977). O comportamento ambiental de um agrotóxico pode ser estimado pelas suas características físico-químicas e pelos seus metabólitos ou produtos de degradação formados. (FMC, 1977). De acordo com Soares (1991), a necessidade em monitorar os efeitos da ação antrópica, levou a criação da Ecotoxicologia, ciência preocupada em estudar os efeitos de agentes químicos tóxicos, em nível de indivíduo, e suas conseqüências na estrutura e funcionamento das populações, comunidades e ecossistemas. O uso de bioindicadores e biomarcadores na avaliação da toxicidade de compostos químicos de origem antrópicas em áreas impactadas vem sendo amplamente utilizado durante as décadas. (OLIVEIRA RIBEIRO et al., 2005). Bioindicadores são definidos como uma espécies capaz de indicar os primeiros sinais de estresse ambiental em diferentes níveis de organização biológica. (ADAMS, 2002). Um dos organismos mais utilizados como bioindicador de toxicidade aguda são os microcrustáceos do gênero Artemia, sempre com o objetivo de determinar a CL50 (concentração de substâncias que provoca a letalidade de metade dos organismos testes) e o efeito do produto sobre a sobrevivência, desenvolvimento do organismo em teste. Para mensurar o potencial fitotoxicológico de substâncias químicas em geral, está sendo frequentemente utilizado o sistema Allium cepa L. (cebola). A literatura tem descrito o uso de Allium cepa em ensaios de toxicidade em que são avaliados diversos parâmetros, dentre os quais se encontra a fitotoxicidade (inibição de crescimento de raízes e de germinação de sementes) e a genotoxicidade (aberrações cromossômicas, micronúcleos e fragmentação de DNA) quando expostas à ação de agroquímicos. (NAVARRETE, 1997). Dentre as diversas técnicas utilizadas para detectar danos causados por substâncias genotóxicas, a eletroforese em gel de células individualizadas, também chamada de ensaio cometa vem sendo utilizada com sucesso em várias espécies de organismos, inclusive em humanos. (ROJAS et al., 1999). A escassez de trabalhos científicos, com o objetivo de avaliar o potencial tóxico e genotóxico do carbofurano, e o dos agroquímicos em geral, é um dos 14 grandes propulsores para a realização de trabalhos como este, que pelo mesmo motivo acaba por adquirir relevante importância para nossa sociedade. 15 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Avaliar a atividade tóxica e genotóxica do inseticida Carbofurano sobre os organismos testes. 2.2 Objetivos específicos Avaliar a toxidade aguda provocada pelo inseticida carbofurano no microcrustáceo Artemia sp. Avaliar a fitotoxicidade do inseticida carbofurano provocada em Allium cepa, através do ensaio de inibição do crescimento e perda de biomassa de raízes. Avaliar a genotoxicidade em células meristemáticas de Allium cepa, expostas ao inseticida carbofurano. 16 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 Agrotóxicos Segundo o Programa de Segurança Química – PISQ, oriundo da Conferência Mundial das Nações Unidas em Estocolmo em 1972, existem mais de 750.000 substâncias conhecidas no meio ambiente, sendo de origem natural ou antrópica. Cerca de 70.000 estão sendo utilizadas todos os dias, com aproximadamente 40.000 em significantes quantidades comerciais. Calcula-se que apenas 6.000 possuam avaliação considerada satisfatória sobre riscos a saúde do homem e do meio ambiente, levando-se também em consideração que, a cada ano, entre 1.000 e 2.000 novas substâncias são liberadas para o mercado. (FREITAS; SÁ, 2003). Entre as substancias químicas encontram-se os agrotóxicos. De acordo com SINDAG - Sindicato Nacional de Produtos para a Defesa Agrícola, e 2001, o Brasil consumiu 328.413 toneladas de agrotóxicos. (ANVISA, 2002). O uso de agrotóxicos hoje representa um grave problema que envolve países com diferentes graus de desenvolvimento. A OMS estima que 3 milhões de pessoas seja contaminadas por agrotóxicos em todo mundo sendo 70% dos casos em países em desenvolvimento. (PNGRQ, 2003). Sabe-se que grande parte dos agrotóxicos, quando mal utilizados, podem atingir não só a espécie alvo, mas também destruir os recursos naturais em áreas maiores, contaminar a fauna e a flora da região onde são aplicados. (GUIVANT, 1992) A Lei Federal nº. 7.802 de 11 de junho de 1989, antes regulamentada por meio do Decreto 98.816. no seu artigo 2º, inciso I, define agrotóxico como produtos e componentes de processo físicos, químicos e biológicos destinados ao uso dos setores de produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens,na proteção de florestas nativas e ou implantadas e de outros ecossistemas. Também, nos ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora e fauna, a fim de preservá-la da ação danosa dos seres vivos considerados nocivos, bem como substâncias e produtos empregados como desfolhastes, dessecantes, estimuladores e inibidores de 17 crescimento. (FIOCRUZ, 2001). Esta Lei é atualmente regulamentada pelo Decreto 4.074 de 4 de janeiro de 2002 Regulamenta a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. O recolhimento e destinação adequados das embalagens vazias são previstos desde 6 de junho de 2000, quando da Lei Federal nº. 9.974. 3.1.1 Classificação quanto ao público-alvo Para Peres e colaboradores (2003), os agrotóxicos podem ser classificados segundo a sua função (praga que controlam), segunda a estrutura química de suas substâncias ativas (grupo químico) e segundo os efeitos à saúde humana e ao ambiente. A) Inseticidas: Possuem ação de combate contra insetos, larvas e formigas. Os inseticidas pertencem a grupos químicos distintos. B) Fungicidas: Ação de combate específica a fungo. C) Herbicidas: Combate a plantas invasoras. Nas ultimas duas décadas, esse grupo tem tido uma utilização crescente na agricultura. D) Raticidas: ação de combate contra ácaros diversos. E) Nematicidas: ação de combate contra nematóides. F) Molusquicidas: ação de combate a moluscos. G) Furmigantes: Ação de combate contra insetos e bactérias. 3.1.2 Classificação toxicológica No Brasil é o Ministério da Saúde que regula a classificação toxicológica para os agrotóxicos. Estes são enquadrados dentro de quatro classes e os mesmos 18 devem apresentar uma faixa colorida no rótulo indicando a classe a qual pertence. (BRASIL – MINISTÉRIO DA SAÚDE - ANVISA, 1992). CLASE I – FAIXA VERMELHA (extremamente tóxico). CLASE II – FAIXA AMARELA (altamente tóxico). CLASE III – FAIXA AZUL (mediamente tóxico). CLASE IV – FAIXA VERDE (pouco ou muito pouco tóxico). Os estudos necessários a essa avaliação são: DL50 (Dose Letal) oral aguda; DL50 dérmica aguda; irritabilidade ocular; irritabilidade dérmica; sensibilização dérmica e CL50 (Concentração Letal) inalatória. A classificação toxicológica diz respeito exclusivamente a quem manuseia o produto havendo exposição única; é importante como medida de segurança para quem trabalha na produção, na embalagem, no armazenamento, no transporte, no preparo da calda e na sua aplicação. Esta classificação não está relacionada com exposição a longo prazo e com a segurança do meio ambiente. (STÜTZER et al., 2003). 3.2 Efeitos dos agrotóxicos ao meio ambiente Impacto Ambiental, segundo a Resolução 001/86 do CONAMA, é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais. Os agrotóxicos são classificados como micropoluentes para os ecossistemas e a adulteração provocada por eles em solos, suprimentos aqüíferos e alimentícios têm sido objeto de constantes estudos e discussões. (STRACHAN et al. apud LUCHINI; ANDRÉA, 2000). Os impactos ambientais causados pelo uso dos agrotóxicos podem ocorrer porque esses compostos podem permanecer por mais tempo do que o necessário para exercer sua ação, afetando o ecossistema como um todo. (LUCHINI; ANDRÉA, 2000). 19 Na natureza estes compostos estes compostos agrotóxicos, seus metabólitos e impurezas seguem diferentes rotas. A Figura 01 representa estes caminhos e os processos que podem ocorrer, a transformação (quebra) se dá principalmente por degradação química, biodegradação e fotólise. Figura 1 - Transporte e transformação de agrotóxicos no meio ambiente Fonte: Adaptada de DORES; LAMONICA-FREIRE, 1999, p. 35. 3.3 Agrotóxicos no Brasil A entrada dos agrotóxicos no Brasil a partir da década de 1960 colocouos definitivamente no cotidiano dos trabalhadores rurais, aumentando, assim, os riscos de adoecer e morrer, aos quais já estavam expostos. Todavia, é a partir de 1975, com o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), que cuidou da abertura do Brasil ao comércio internacional desses produtos, que ocorrerá um verdadeiro boom na utilização de agrotóxicos no trabalho rural. Nos termos do PND, o agricultor estava obrigado a comprar tais produtos para obter recursos do crédito rural. Em cada financiamento requerido, era obrigatoriamente incluída uma cota definida de agrotóxicos e essa obrigatoriedade, somada à propaganda dos fabricantes, 20 determinou o enorme incremento e disseminação da utilização dos agrotóxicos no Brasil. (GARCIA, 1996; MEIRELLES, 1996; SAYAD, 1984). Aquela política de crédito integrou o movimento conhecido como Revolução Verde, iniciado nos Estados Unidos da América com o objetivo de aumentar a produtividade agrícola a partir do incremento da utilização de agroquímicos, da expansão das fronteiras agrícolas e do aumento da mecanização da produção. (artigo agrotóxico e trabalho). No Brasil, a Revolução Verde se deu através do aumento da importação de produtos químicos, da instalação de indústrias produtoras e formuladoras de agrotóxicos e do estímulo do governo, através do crédito rural, para o consumo de agrotóxicos e fertilizantes. (MEIRELLES, 1996). As agências e programas de extensão rural (Abicar, depois Emater) tiveram também um papel importante na introdução, disseminação e consolidação destes novos modos de produção, de saberes e de tecnologias rurais, dentre estas o uso de agrotóxicos. (PINHEIRO et al., 1985). Atualmente existem no mundo cerca de 20 grandes indústrias com um volume de vendas da ordem de 20 bilhões de dólares por ano e uma produção de 2,5 milhões de toneladas de agrotóxicos, sendo 39% de herbicidas, 33% de inseticidas, 22% de fungicidas e 6% de outros grupos químicos. No Brasil, o volume de vendas é de 2,5 bilhões de dólares por ano, com uma produção de 250 mil toneladas de agrotóxicos. (SINDAG, 2005). De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola (Sindag), em 2001, o Brasil foi o oitavo país consumidor destes produtos, com 3,2 kg/ha de agrotóxicos. À sua frente estavam a Holanda, Bélgica, Itália, Grécia, Alemanha, França e Reino Unido. Ainda de acordo com o Sindag, em 2003, existiam no Brasil 648 produtos em linha de comercialização, sendo 34,4% de inseticidas, 30,8% de herbicidas, 22,8% de fungicidas, 4,9% de acaricidas e 7,1% de outros grupos químicos. O pais é responsável pelo consumo de cerca de 50% da quantidade de agrotóxicos utilizada na América Latina, o que um comercio estimado de US$ 2.56 bilhões em 1998. (SINDAG, 1999.) O consumo de agrotóxicos na região sudeste está estimado, de acordo com a revisão de Moreira e colaboradores (2001), em 12 Kg de agrotóxico/trabalhador/ano. Na Figura 2 temos o consumo de agrotóxico por estado brasileiro segundo os dados do Sindicato da Industria de Produtos para Defesa Agrícola 21 (SINDAG) órgão que atualmente disponibiliza a maior parte dos dados estatísticos do setor. Figura 2 - Consumo de agrotóxico por estado no Brasil Fonte: Do autor. 3.4 Principais grupos de agrotóxicos e seus mecanismos de ação 3.4.1 Organoclrorados Os organoclorados foram os primeiros inseticidas a serem sintetizados, são considerados os menos tóxicos sob o aspecto de contaminação aguda, embora tenham um potencial de toxicidade crônica maior do que os organofosforados ou os carbamatos. A grande estabilidade química dos organoclorados é responsável pelo seu alto poder residual no ambiente. Os resíduos dos organoclorados se acumulam mais no homem, que está no topo da cadeia alimentar e estão presentes, 22 predominantemente, no tecido adiposo do corpo humano e nas substâncias lipídicas, isso devido a sua grande lipossolubilidade e lenta metabolização. Como principais características, os organoclorados são: muito estáveis no meio ambiente, sendo bioacumuláveis a cadeia trófica; praticamente insolúveis em água, são altamente lipossolúveis, acumulando-se nos tecidos gordurosos. (RIBEIRO, 1991). 3.4.2 Organofosforados Os compostos químicos organofosforados possuem ligações Fósforoitrogênio (P-N) e são fundamentais para a manutenção da vida, como, por exemplo, os ácidos nucléicos. O desenvolvimento dos Organofosforados trouxe um forte impacto para o controle químico dos insetos. Eles são efetivos contra uma larga faixa de insetos e não apresentam persistência no meio ambiente. O risco dos Organofosforados é que alguns deles são extremamente tóxicos para os mamíferos. Os efeitos tóxicos agudos são basicamente devidos à desativação da acetilcolinesterase (AChE), localizada na sinapse do sistema nervoso. Os Organofosforados são rapidamente absorvidos pela pele, pulmões e pelo trato gastrointestinal. Seus sintomas de envenenamento agudo são: sudorese, excesso de secreção bronquial, náuseas e vômitos, contrações musculares e dormência das extremidades. Os efeitos crônicos são, principalmente, neuropatia, mudanças psiquiátricas, necrose no músculo esquelético. (RIBEIRO, 1991). 3.4.3 Piretróides São compostos sintéticos que apresentam estruturas semelhantes à piretrina substância existente nas flores do Chrysanthemum cinerariacfodium. A alta atividade inseticida dos piretróides possibilita seu emprego em pequenas dosagens, que, associadas à sua seletividade, tem permitido o aparecimento de novos produtos de origem sintética, inclusive mais estáveis à luz e menos voláteis que os 23 de origem natural, propiciando sua grande difusão como domissanitário ou para uso na agropecuária.São facilmente absorvidos pelo trato digestivo, pela via respiratória e pela via cutânea. Sendo pouco tóxicos do ponto de vista agudo, são, porém, irritantes para os olhos e mucosas, e principalmente hipersensibilizantes, causando tanto alergias de pele como asma brônquica. Seu uso abusivo no ambiente doméstico vem causando incremento dos casos de alergia, tanto em crianças como em adultos. Em doses muito altas podem determinar europatias, por agirem na bainha de mielina, desorganizando-a, além de promover ruptura de axônios. (MANUAL DE VIGILÂNCIA DA SAÚDE DE POPULAÇÕES EXPOSTAS A AGROTÓXICOS, 1996). 3.4.4 Carbamatos Carbamatos, ésteres do ácido carbâmico, que possuem como estrutura em comum: R-O-C(O)-N-(CH3)-R’ OU R-S-C(O)-N-(CH3)-R’ onde R é um álcool, oxina, ou fenol e R’ hidrogênio ou grupo metila (ex: aldicarbe, carbabril, carbofurano, metomil, oxamil) (HAYES; LAWS, 1997). Não são estáveis na forma livre, decompondo-se espontaneamente em amônia e gás carbônico têm ação equivalente à dos inseticidas fosforados, inibidores da colinesterase. As aplicações dos Carbamatos incluem anestésico veterinário, bactericida tópico e solubilizante para pesticidas fumegantes e cosméticos, Em geral, os carbamatos sofrem hidrólise com certa facilidade, principalmente em temperaturas elevadas. De modo similar aos organofosforados, os carbamatos atuam na desativação da acetilcolinesterase. são absorvidos pela pele, por ingestão ou por inalação. Sua ação se dá pela inibição de enzimas colinesterases, especialmente a acetilcolinesterase, levando a um acúmulo de acetilcolina nas sinapses nervosas, desencadeando uma série de efeitos parassimpaticomiméticos. (MANUAL DE VIGILÂNCIA POPULAÇÕES EXPOSTAS A AGROTÓXICOS, 1996). DA SAÚDE DE 24 3.4.4.1 Carbofurano Chamado também de Furadan® da FMC Química do Brasil LTDA e Curaterr (Figura 4), com nome oficial pela IUPAC de 2,3-diidro-2,2-dimetilbenzofuranil-metilcarbamato, cuja fórmula molecular pode ser representada por C12H15NO3 (Figura 3), é um inseticida pertencente ao grupo dos carbamatos, comumente utilizado na rizicultura (STEPHENSON; CHOI; OLMOS-JERVZ, 1984) e que possui um amplo espectro de ação, pois apresenta propriedades inseticidas,acaricidas e nematicidas. No Brasil, o Carbofurano é comercialmente encontrado pelo nome de Furadan, Carborano e Ralzer, vendidos em diferentes formulações. O Carbofurano apresenta alta toxicidade para peixes e, menor toxicidade para moluscos e crustáceos marinhos. (KENNISH, 1996). O Carbofurano liga-se reversivelmente à enzima acetilcolinesterase, inibindo a ação desta sobre a acetilcolina. A acetilcolina é uma substância neurotransmissora liberada no interior das junções das células nervosas, rovocando a propagação do impulso nervoso de uma célula para outra. Para que ocorra a transmissão de um novo impulso nervoso, a acetilcolina é hidrolisada pela enzima acetilcolinesterase existente na junção. Esta catálise enzimática ocorre devido à especificidade estrutural do substrato de ligação da enzima que a acetilcolina apresenta. (LEHNINGER, 1991). Devido às semelhanças na estrutura molecular com o substrato de ligação (acetilcolina), o Carbofurano atua como um inibidor competitivo da enzima. Figura 3 - Imagem da estrutura química molecular do inseticida – nematicida carbofurano Fonte: Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/88/Carbofuran.png. 25 Figura 4 - Foto da embalagem da comercial do inseticida – nematicida carbofurabo Fonte: Disponível em:<http://www.agromanual.cz>. 3.5 Toxicidade 3.5.1 Toxicidade de agrotóxicos A grande variedade de compostos produzidos pela atividade humana ao longo de sua evolução e principalmente com o avanço tecnológico, onde os resíduos dessas atividades passaram a ser prejudiciais ao meio ambiente e aos seres que o habitam, criou-se a necessidade de uma ciência que estudasse os efeitos tóxicos nos organismos expostos a essas substâncias. Essa ciência é denominada de toxicologia e pode ser definida como: “a ciência que define os limites de segurança dos agentes químicos, entendendo-se por segurança a probabilidade de uma substância não produzir danos em uma situação específica” (SCHVARTSMAN, 1985, p. 20). Com relação a toxicidade a sua definição diz que ela é uma propriedade inerente do agente químico que produz efeitos danosos a um organismo quando este é exposto, durante um certo tempo, a determinadas concentrações. (CETESB, 1992). Os chamados agentes tóxicos “são substâncias ou outros materiais, tais como formulações, efluentes líquidos ou águas continentais, que podem causar efeitos deletérios quando em contato com os organismos-teste”. (CETESB, 1987, p.12). 26 A toxicidade de um composto químico depende da exposição, da suscetibilidade do organismo, das características químicas do agente e de fatores ambientais. (TOMITA; BEYRUTH, 2002). As espécies possuem suscetibilidades diferentes de acordo com seu aparato metabólico, seus hábitos alimentares, comportamento, fase de desenvolvimento, dentre outros aspectos, podendo estar sujeitas às exposições aguda e/ou crônica. Na exposição aguda, os organismos entram em contato com o composto químico num evento único ou em eventos múltiplos que ocorrem num pequeno período de tempo, geralmente variando de horas a dias. Os efeitos são imediatos, embora seja possível a produção de efeitos retardados similares àqueles resultantes de exposição crônica. (RAND; PETROCELLI, 1985). Já na exposição crônica, normalmente os organismos são expostos a baixas concentrações do agente tóxico que é liberado continuamente ou com alguma periodicidade num longo período de tempo (semanas, meses ou anos), mas pode também induzir a efeitos rápidos e imediatos, como os efeitos agudos, em adição aos efeitos que se desenvolvem lentamente. (RAND; PETROCELLI, 1985). 3.5.2 Ecotoxicologia A ecotoxicologia descreve a relação entre os poluentes químicos, o ambiente em que são liberados e a biota naquele ambiente. Por isso, essas substâncias devem ser bem estudadas, para que seus riscos potenciais possam ser muito bem definidos, e medidas para atenuar seus prováveis impactos devem ser muito bem determinadas por meio de ações regulatórias e técnicas. (STÜTZER et al., 2003). O estudo ecotoxicológico nos permite analisar o impacto potencialmente deletério de substancias ou compostos químicos, que constituem poluentes ambientais, sobre os organismos vivos, causados pelas atividades antrópicas (Figura 5 e Figura 6). (HINTON, 2005). 27 Figura 5 - Desenho esquemático demonstrando os níveis de avaliação ecotoxicológicos Fonte: Do Autor. Biodegradação é a decomposição de uma substancia orgânica, pela ação dos organismos vivos, normalmente micororganismos e, em especial, as bactérias. Algumas substancias de decompõem mais rapidamente e de forma mais completa que outras. A biodegradação completa resulta em um composto em água e dióxido de carbono. Algumas substancias podem se degradar em moléculas intermediárias menores. Essa é a chamada degradação primária. Essas moléculas normalmente são intermediarias no processo finas de biodegradação; porém, em alguns casos, elas podem ser mais persistentes ou tóxicas que o poluente original. Este processo pode ocorrer sob condições aeróbicas (com oxigênio) e anaeróbicas (sem oxigênio). (HINTON, 2005). O acumulo de qualquer produto químico nas células de um organismo vivo, em concentrações mais elevadas do que as encontradas no seu meio é chamado de bioacumulação, que pode ser de forma direta através de ambiente que os envolve (bioconcentração) e indiretamente a partir da alimentação (biomagnificação). O volume de bioacumulação depende do equilíbrio entra a taxa pela qual a substância entra nas células do organismo e a velocidade a qual ela é decomposta ou excretada. Se um uma pequena quantidade de poluente, ele pode 28 ser capaz de eliminá-lo sem acumulo significativo; entretanto, se o organismo for incapaz de eliminar o contaminante de seu corpo, haverá bioacumulação. De fora alternativa, quando um ambiente estiver severamente contaminado, um organismo poderá absorver uma quantidade maior da substância que aquela que ele pode excretar. Haverá bioacumulação a não ser que se reduza a concentração do contaminante. À medida que se sobe o nível trófico maior será a quantidade de químicos acumulados no ser vivo, verifica-se que nos animais predadores os valores de concentração são mais elevados que nos animais que estes se alimentam. (HILTON, 2005). Figura 6 - Desenho esquemático dos processos estudados pela ecotoxicologia Fonte: Do autor. 3.6 Artemia sp. Artemia sp. (Crustacea, Anostraca) é um microcrustáceo de água salgada (Figura 7), encontrado em muitos ambientes marinhos do planeta (NUNES et al., 2006) o qual é utilizado como alimento vivo para peixes, sendo seus cistos encontrados facilmente em lojas de aquaristas. O ciclo de vida da Artemia sp. tem 29 início pela eclosão de cistos dormentes, os quais são embriões encapsulados metabolicamente inativos. Esses cistos podem permanecer no estado dormente por muitos anos, desde que mantidos em lugar sem umidade. Quando esses cistos entram em contato com água salgada, eles se tornam hidratados e reassumem o seu desenvolvimento. (GOMES, 1986 apud BENASSI, 2004). A utilização de Artemia sp. (Figura 7) como organismo bioindicador remonta o início da década de 70. Vários trabalhos das mais variadas áreas do conhecimento utilizam este microcrustáceos em testes de toxicidade aguda. Os testes de toxicidade aguda têm como objetivo avaliar a sobrevida de indivíduos expostos a um agente ou amostra a ser analisada, por um determinado período de tempo. Preferencialmente, estudos utilizando Artemia sp. em testes de toxicidade são voltados à análise de efluentes líquidos como efluentes de mineração de carvão (BENASSI, 2004), efluentes de industrias têxteis (GRINEVICIUS, 2006; SOUZA; FORGIARINI; SOUZA, 2007) e efluentes de aterros sanitários. (SILVA; SANTANNA JR.; DEZOTTI, 2004). Possivelmente esse interesse se deva às facilidades que o teste apresenta como baixo custo, rapidez e simplicidade. (BENASSI, 2004). Figura 7 - Imagem do crustáceo Artemia salina Fonte: Disponível em: <http://www.orni-ex.com/zoocultura/?Artemia>. 3.6.1 Allium cepa L. A espécie Allium cepa L. (Figura 8), popularmente conhecida como cebola, foi classificada anteriormente dentro da família Liliaceae e atualmente está 30 incluída na família Alliaceae, dentro da ordem Liliales (SOUZA; LORENZI, 2005). Plantas do gênero Allium têm sido utilizadas na avaliação da toxicidade de efluentes e muitos compostos tóxicos, sendo que o parâmetro empregado mais comumente para estabelecer a relação entre a concentração e a toxicidade do efluente é a inibição do crescimento de raiz (ARAMBASIC et al., 1995; SMAKA-KINCL et al., 1996; JOS et al., 2003; JOS et al., 2005). É um método simples, rápido, de fácil execução (ARAMBASIC et al., 1995; SMAKA-KINCL et al., 1996), que consiste em expor a base dos bulbos de A. cepa às substâncias poluentes ou aos efluentes que se deseja efetuar biomonitoramento (CHANDRA et al., 2005; FISKESJO, 1985) durante um determinado período de tempo. Ao final da exposição procura-se medir o comprimento das raízes e realizar a comparação com um grupo controle. Pode-se também realizar o cálculo da RC50, determinada como a concentração capaz de reduzir o crescimento das raízes dos indivíduos expostos às amostras em 50%, quando comparado ao controle negativo. (SAXENA; CHAUHAN; GUPTA, 2005; BORTOLOTTO et al., 2006; TEIXEIRA et al., 2007). Figura 8 - Imagem do vegetal Alliun Cepa (cebola) Fonte: Disponível em: <http://www.steve.gb.com/images/plants/allium_cepa_%5Bbulbs%5D.jpg>. 3.7 Genotoxicidade Por volta dos anos 50 e 60 a ecologia e a genética se uniram e a partir daí, foram desenvolvidos os primeiros testes rápidos e eficientes que são empregados em estudos de genotoxicidade. (VILLELA et al., 2003). Dentre os 31 principais testes, podemos citar os de avaliação da freqüência de aberrações cromossômicas, troca de cromátides irmãs, formação de adutos de DNA, ensaio cometa (que avalia quebras no DNA) e medição da freqüência de micronúcleo e outras anomalias nucleares. (BOMBAIL; GORDON; BATTY, 2001). Genotoxicidade é um termo geral que se refere as alterações na estrutura geral ou na disposição dos cromossomos (clastogenicidade), ou seqüência de pares de bases do DNA (mutagenicidade) por exposição a agentes tóxicos. (AL-SABTI;METCALFE, 1995). Análises de genotoxicidade são executadas em bioindicadores de toxicidade, ou de efeitos adversos, que podem ser definidos como: "qualquer resposta biológica, ao nível do indivíduo ou a um nível inferior, a um ambiente químico, que traduz a exposição a esse ambiente"; alterações bioquímicas, fisiológicas e comportamentais incluem-se nesta. (W.H.O., 1993; CAPELA, 2001). 3.8 DNA – Estrutura Há pouco mais de 50 anos os cientistas descobriram os genes, onde estão contidas as informações hereditárias passadas de geração a geração, constituídos pelo ácido desoxirribonucléico, o DNA (do inglês desoxirribonucleic acid), sendo considerada a principal das macromoléculas biológicas, como um repositório das informações genéticas. As seqüências de nucleotídeos do mesmo codificam estruturas primárias de todos os RNAs e proteínas celulares e, por meio de enzimas, pode afetar indiretamente a síntese de todos os constituintes celulares. (ALMEIDA, 2006). O DNA foi descoberto em meados do século XIX pelo cientista suíço Johann Fridrich Miescher (1844 – 1895) em seus experimentos com leucócitos; mas somente em 1953 um modelo tridimencional foi postulado pelo biólogo James D. Watson e o físico Francis H. C. Crick para a molécula de DNA. 32 Figura 9 - Modelo tridimencional do DNA Fonte: Proposto por WATSON; CRICK, 1953, p. 43. Este consiste de duas cadeias helicoidais de DNA que se enrolam ao redor do mesmo eixo formando uma dupla hélice que gira no sentido da mão direita (DNA A e B), sendo o que DNA Z possui uma dupla hélice girando no sentido da mão esquerda. As desoxirriboses ficam externas em relação às bases nitrogenadas, expostas ao meio aquoso. As ligações fosfodiéster nas duas fitas estão em direções opostas (uma na direção 5’ → 3’ → e a outra 3’→ 5’) sendo antiparalelas. Os anéis aromáticos das bases nitrogenadas são hidrofóbicos e ficam orientados para o interior, quase perpendiculares ao eixo da hélice (Figura 10). (NELSON; COX, 2002). O espaço entre uma fita e outra forma um sulco que é ligado por pareamento das bases através de pontes de hidrogênio. (MARZZOCO, 1999). As bases nitrogenadas derivadas das purinas são as adeninas (A) e as guaninas (G), e as derivadas das pirimidinas são as citosinas (C) e as timinas (T). O pareamento das bases da cada fita se dá de maneira específica, sempre uma purina com uma piridimina, especificamente: adenina (A) com timina (T) e citosina (C) com guanina (G). Com isso se mantém em uma seqüência de DNA, a mesma quantidade de adeninas e timinas e a mesma quantidade de citosinas e guaninas. A dupla hélice de DNA é, portanto mantida por duas forças: as pontes de hidrogênio formadas entre as bases complementares e por interações hidrofóbicas. A complementariedade entre as duas fitas, possibilita que uma sirva de molde para a síntese da outra, mantendo a informação genética intacta quando passada de célula a célula. (SILVA; ERDTMANN; HENRIQUES, 2003). 33 Figura 10 - Bases nitrogenadas Fonte: ALMEIDA, 2006, p. 52. 3.9 DNA - Danos e sistema de reparação Os organismos vivos estão freqüentemente expostos a agentes ambientais que podem induzir modificações químicas no DNA. As lesões nesta molécula podem ser induzidas por agentes químicos, provenientes do meio ambiente ou resultantes de reações químicas que ocorrem nas próprias células; ou ainda por radiações, tais como a luz ultravioleta (UV) e raios-X. Estas modificações na estrutura do DNA são prejudiciais às células, uma vez que podem prejudicar processos vitais, tais como a duplicação do DNA e a transcrição gênica. Elas também podem causar mutações e aberrações cromossômicas, fenômenos estes que podem levar ao desenvolvimento de processos cancerosos e morte celular. A detecção destes produtos e seus prováveis efeitos nos organismos é importante no estudo do impacto que eles podem trazer às populações animal, vegetal e principalmente, humana. (COSTA; MENK, 2000). Os sistemas de reparo do DNA são normalmente específicos para uma determinada classe de danos: anormalidades estruturais ou de “mismatch” nas forquilhas de replicação são separadas por reparo “mismatch”, quebras de fita dupla são reparadas por processos de recombinação homologa, bases danificadas são usualmente reparadas por reparo por oxidação de bases, e lesões que promovem distorções no DNA são reparadas por reparo por excisão de nucleotídeos. (DEMPLE; HARRISON, 1994). As células vivas desenvolveram uma série de sistema enzimáticos que reparam o dano ao DNA de uma variedade de modos. A baixa taxa de mutação 34 espontânea é indicativa da eficiência destes sistemas de reparo. Podemos pensar na taxa de mutação espontânea como estando em ponto de equilíbrio entre a taxa na qual surge um dano pré-mutacional e na taxa na qual os sistemas de reparo reconhecem este dano e restauram a seqüência normal de bases. A falha nesses sistemas pode levar uma taxa de mutação mais alta. (GRIFFITHS, 2006). 35 4 MATERIAL E METODOS 4.1 Teste ecotoxicologicos 4.1.2 Teste cometa Dentre os mais versáteis métodos para quantificação de danos ao DNA, encontra-se o teste cometa, pois apresenta baixo custo e boa reprodutibilidade. (COLLINS, 2004). Este método foi introduzido por Singh e colaboradores em 1988, adaptado de Ostling and Johanson de 1984. O método baseia-se na corrida eletrorética dos fragmentos de DNA de indivíduos expostos a um agente tóxico, seguido da quantificação dos danos provocados ao DNA em função do comprimento ou arrasto da “cauda” formada pelos fragmentos (Figura 7). A partir desse princípio criou-se o nome de Teste Cometa. (OLIVE; BANÁTH, 2006). Há dois métodos amplamente conhecidos de teste cometa diferenciados pelo pH a ser utilizado durante o processo de corrida. O método alcalino descrito por Singh e colaboradores (1988) utiliza pH 13 a 13,5 enquanto o método neutro de utiliza pH entre 7 e 7,5. A diferença de aplicação de ambos os métodos é quanto à sensibilidade. O método alcalino é mais sensível (de uma a duas vezes), pois induz ao desenovelamento do DNA, facilitando a corrida dos fragmentos. O método neutro não induz ao desenovelamento do DNA, o que reduz a sensibilidade da corrida, mas aumenta a especificidade, uma vez que apenas quebras simples são identificadas neste procedimento. (ROJAS, LOPES, VALVERDE, 1999). Segundo Møller (2006), o termo “comet assay” (Teste Cometa) foi citado em mais de 2390 vezes desde a publicação do primeiro protocolo em 1984 até o ano de 2005 no Medline Database, o que demonstra claramente como este método hoje é um dos mais utilizados no meio científico. O teste cometa é empregado para análise de vários agentes, sendo que a versatilidade com a qual o teste pode ser aplicado aumenta mais ainda sua reprodutibilidade, isso porque os organismos e tecidos utilizados para o teste são inúmeros. Segundo Olive e Banáth (2006), virtualmente o teste cometa pode ser 36 aplicado a qualquer célula eucariótica existente. A aplicação do Teste Cometa em células de organismos como Allium cepa (NAVARRETE, 1997) tem sido utilizada no monitoramento de ambientes contaminados por poluentes potencialmente genotóxicos (DEVAUX et al., 1998; COLLINS, 2004), o que faz deste biomonitor um especial organismo teste, uma vez que este é também utilizado em testes de toxicidade. Figura 11 - TESTE COMETA: Núcleos celulares foram isolados e submetidos a uma corrente elétrica (eletroforese). A partir dos resultados, esses núcleos receberam uma pontuação de zero (sem dano) a quatro (dano máximo), baseado no tamanho da "cauda do cometa", que corresponde à quantidade de fragmentos do DNA. Fonte: Disponível em: <http://www.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?>. 4.1.3 Teste de toxicidade aguda com Artemia sp. Para a realização dos ensaios ecotoxicológicos foi utilizado o agroquímico , inseticida – nematicida do grupo químico metilcarbamato de benzofuranila com marca comercial de Furadan® 350 SC e registrado no MAPA (ministério da agricultura, pesca e abastecimento sob o nº 0538591, adquirido comercialmente em lojas especializadas do comercio local. .Os teste de toxicidade aguda foram realizados conforme método de Meyer e colaboradores (1982) com algumas modificações (Figura 8). Cistos de Artemia salina foram incubados durante 24 horas em solução de sal marinho 37 sintético (30g/L), com aeração e iluminação constantes. Após a eclosão, indivíduos (n=10) do microcrustáceo foram incubados em placas “multiwell” durante 24 horas a 25ºC, na ausência de luz ,nas concentrações de 0,156, 0,319, 0,625, 1,250, 2,500, 5,000, 10.00 e 20,00mg/L sendo o controle negativo (concentração 0%). Após as 24h de incubação, foi analisada a morte dos indivíduos e calculada a CL50 através do método matemático Trimmed Spearman-Karber. (HAMILTON et al., 1977). A CL50 é definida como a concentração na qual ocorre a mortalidade em 50% dos organismos bioindicadores, quando expostos aos percolados em estudo. (SVENSSON et al., 2005). Figura 12 - Esquema simplificado da preparação e execução do Teste de toxicidade aguda com Artemia sp. Fonte: Do Autor. 4.1.4 Teste de inibição do crescimento de raízes em Allium cepa L. A avaliação da toxicidade subaguda foi realizada através do teste de inibição de crescimento de raízes de Allium cepa descrita por Fiskesjö (1985), com modificações (Figura 9). Para tanto, indivíduos de A. cepa. (n=6) obtidos no comércio local, foram expostos por sete dias de 20mg/L (concentração utilizada no uso do carbofurano na agricultura) bem como à água mineral comercial (controle negativo; concentração 0%), a 25oC e ao abrigo da luz, sendo as amostras 38 renovadas diariamente. Ao final da exposição, foi medido o comprimento das raízes e foi removida com o auxílio de um bisturi a maior raiz e medida em uma balança de precisão. Figura 13 - Esquema simplificado da preparação e execução Teste de inibição do crescimento de raízes em Allium cepa L. Fonte: Do Autor. 4.2 Teste de genotoxicidade 4.2.1 Teste de fragmentação de DNA (Teste Cometa) A fragmentação de DNA em Allium cepa (n=5), expostas nas mesmas condições dos ensaios de inibição de crescimento de raízes, foi avaliada pelo Teste Cometa proposto por Singh e colaboradores (1988), esquematizado na (Figura 10). Após o período de exposição, a porção apical das raízes dos indivíduos de A. cepa foram removidas com o auxílio de um bisturi e armazenadas em microtubos. As raízes foram maceradas com solução de extração de núcleo até a formação de um homogenato. Em seguida, o homogenato foi misturado em agarose de baixo ponto de fusão (0,75%) e espalhado sobre lâminas de microscópio cobertas com agarose 1,5%. Após ficarem mergulhadas em solução de lise (2,5M NaCl; 100mM EDTA; 10mM TRIS; 1% de Triton X-100; 10mL DMSO) a 4ºC por 2 horas, as lâminas 39 passaram por eletroforese horizontal alcalina (10N NaOH; 200 mM EDTA; pH ≥13) por 15minutos a 300mA e 25V. Após a eletroforese, as lâminas foram lavadas com tampão de neutralização (0,4M TRIS; pH 7,4), fixadas com etanol, coradas com nitrato de prata e observadas ao microscópio óptico. Para cada indivíduo foram analisadas aleatoriamente imagens de 100 núcleos (50 núcleos por lâmina, em duplicata) e o tamanho dos cometas (região nuclear + cauda) foi classificado visualmente dentro de 5 classes de dano (Figura 15), variando de 0 (cometas sem dano) a 4 (cometas com dano máximo), de acordo com metodologia proposta por Collins e colaboradores (1997) (Figura 11). Figura 14 - Esquema simplificado das etapas de preparação, lise, corrida eletroforética, neutralização, e coloração das lâminas no Teste Cometa Fonte: Adaptado de SILVA; ERDTMANN; HENRIQUES, 2003, p. 36. 40 Figura 15 - Classificação de danos ao DNA através das Classes de Dano (Classes 0 a 4) Fonte: Adaptado de SILVA; ERDTMANN; HENRIQUES, 2003, p. 39. Para cada indivíduo foram calculados dois parâmetros de avaliação: Índice de Dano (ID), definido como o dano total sofrido pelo indivíduo e a Freqüência de Dano (FD), definida como o número de células que sofreram algum tipo de dano expresso em forma de percentagem. Para o cálculo do Índice de Dano admite-se a seguinte fórmula: ID = [(Nº de cometas classe 0 x 0) + (Nº de cometas classe 1 x 1) + (Nº de cometas classe 2 x 2) + (Nº de cometas classe 3 x 3) + (Nº de cometas classe 4 x 4)]. Assim, o Índice de dano varia entre a pontuação 0 (sem dano) a 400 (dano máximo) por indivíduo. Para o cálculo da Freqüência de Dano admite-se o uso da seguinte fórmula: FD = [(Nº de cometas classe 1) + (Nº de cometas classe 2) + (Nº de cometas classe 3) + (Nº de cometas classe 4)]. Deste modo, a Freqüência de Dano varia entre 0 (sem células lesionadas) a 100 (todas as células lesionadas) por indivíduo. 4.3 Análise estatística A CL50 foi calculada através do método matemático Trimmed SpearmanKarber (HAMILTON et al., 1977), usando o software Probitos®. As análises estatísticas dos resultados foram realizados pelo t. Para tanto foi utilizado foi utlizado o software GraphPad Prism 5.0 (GraphPad Inc. San Diego, CA, USA), admitindo-se 41 um nível de significância de *(p<0,05), **(p<0,01) e ***(p<0,001). 42 5 RESULTADOS 5.1 Teste de toxicidade aguda co Artemia SP. A Figura 16 mostra os resultados obtidos (expressos em média das cinco replicatas), referentes ao teste de toxicidade aguda com Artemia salina após 24 horas de exposição à solução de Carbofaran. A partir da mesma, pôde-se observar que na concentração menor de 0,3mg/lL o teste demonstrou mortalidade de cerca de 10% dos indivíduos contados. A partir das concentrações de 1,25mg/L houve um aumento, gradativo na mortalidade dos indivíduos de cerca de 40 a 50%. A partir das concentrações de 10,00 mg/L ocorreram 100% da mortalidade dos mesmos, mantendo-se assim até a concentração de 20,00 mg/L. Deste modo a CL50 do Carbofuran foi estimada em 1,44 mg/L. Figura 16 - Índice de mortalidade (%) obtido através do Teste de toxicidade aguda utilizando Artemia salina em concentrações (%) seriadas da solução com o Carbofurano. Índice de mortalidade expresso como média (%) das cinco replicatas Fonte: Do autor. 43 5.2 Teste de Fitotoxicidade em Allium cepa Os resultados do teste de fitotoxicidade em Allium cepa expostos a solução com carbofurano (20mg/L) por sete dias bem com água mineral comercial (controle negativo) estão apresentados na Figura 17, expressos por média ± desvio padrão (M ± DP). Os indivíduos do grupo exposto ao carbofurano apontaram uma média de crescimento de raiz de 0,86 ± 0,22cm que quando comparada ao crescimento de raízes do grupo controle com 4,76 ± 1,43cm, demonstrou ser significantemente menor (p<0,001) (Figura 13). Figura 17 - Resultado do Teste de fitotoxicidade em Allium cepa, baseado no crescimento de suas raízes quando expostas a solução de carbofurano. ** = p< 0,001 Fonte: Do Autor. Quando avaliado o ganho de biomassa das raízes de Allium cepa do grupo teste, o índice foi de: 6,93 ± 1,94.mg quando comparada ao grupo controle com 30,50 ± 12,47mg, demonstrou ser significantemente menor com (p<0,001) (Figura 18).