CELSO YAMAMOTO ONO VILMA MARIA DOS SANTOS VITOR LENK FERREIRA WALDINEYA DA SILVA CONTROLE E GESTÃO DE CUSTOS EM OBRAS CIVIS O CASO DO MONOTRILHO DE SÃO PAULO SÃO PAULO 2014 2 CELSO YAMAMOTO ONO VILMA MARIA DOS SANTOS VITOR LENK FERREIRA WALDINEYA DA SILVA CONTROLE E GESTÃO DE CUSTOS EM OBRAS CIVIS O CASO DO MONOTRILHO DE SÃO PAULO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi Orientador: Profª. Me. Norma Gislene Urban Gomes SÃO PAULO 2014 3 CELSO YAMAMOTO ONO VILMA MARIA DOS SANTOS VITOR LENK FERREIRA WALDINEYA DA SILVA CONTROLE E GESTÃO DE CUSTOS EM OBRAS CIVIS O CASO DO MONOTRILHO DE SÃO PAULO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi Trabalho____________ em: ____ de_______________de 2014. ______________________________________________ Profª. Me. Norma Gislene Urban Gomes _____________________________________________ Nome do professor da banca Comentários:_________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4 AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus por ter nos acompanhado neste caminho tão sofrido, mas tão gratificante e permitir que tudo que sonhamos esteja se realizando. Agradecemos também todos os professores que nos acompanharam durante a graduação, em especial nossa orientadora Profª. Norma pela paciência, carinho e compreensão. Foi essencial para realização deste trabalho, verdadeiro alicerce do nosso sucesso. 5 RESUMO A pesquisa em questão é sobre o controle e gestão de custos da obra do monotrilho linha 17-Ouro que está sendo executada na cidade de São Paulo. Discute-se primeiramente o conceito da importância de um sistema operacional de qualidade com ferramentas precisas e bem interligadas para se fazer o controle de toda a gestão administrativa. Em seguida, apresentam-se cada ferramenta e como elas são utilizadas nesse controle e quais benefício que irão trazer para seus gestores. Debate-se os conceitos de engenharia de custos praticados por gerentes de planejamento em obras de construção civil. Conclui-se que para uma obra ter bons resultados é necessário que se controle através de ferramentas que abranjam todos os setores da obra e que os colaboradores sejam bem treinados com o intuito de que todos os setores de planejamento, produção e controle de custos fiquem bem alinhados. Palavras Chave: CONTROLE, CUSTO, DESPESAS, DESVIOS, GESTÃO. 6 ABSTRACT This research is about the control and management of costs of the construction on the monorail line Gold-17 which is being executed in the city of São Paulo. Firstly debate the importance of an operational system of quality tools needed and well interconnected in order to do the whole administrative management. Followed by presenting each tool and how they will be used in this control, and what benefits they will bring to their managers. Debate the concept of engineering costs charged by managers when planning the work in civil constructions. Conclusion is to have successful construction results, it is necessary to control through tools that cover all sectors of the construction and that employees are very well trained, in order to ensure that all sectors of planning, production and cost control are well aligned. Key Worlds: CONTROL, COSTS, EXPENSES, DIVERSIONS, MANAGEMENT. 7 LISTA DE FIGURAS Figura 3-1 - Programas utilizados para controle e gestão de custos......................... 18 Figura 3-2 - Fluxograma do sistema de apontamento eletrônico. ............................. 19 Figura 3-3 – Relatório de apontamento de mão de obra. .......................................... 20 Figura 3-4 – Programa para lançamentos de despesas. ........................................... 21 Figura 3-5 - Relatório fechamento de custos............................................................. 22 Figura 3-6 - Sistema de análise, integrando o custo previsto com o custo real de cada serviço. ...................................................................................................... 23 Figura 4-1 - Diagrama de Gantt................................................................................. 27 Figura 4-2 - Caminho crítico PERTH/CPM. ............................................................... 28 Figura 4-3 - Curva ABC – Classificação dos itens..................................................... 30 Figura 5-1- Sistema Monotrilho ................................................................................. 34 Figura 5-2 - Mapa do trajeto da Linha Ouro - 17 ....................................................... 35 Figura 5-3 – Fases da montagem da estrutura do Monotrilho ................................... 37 Figura 5-4 - Fôrma da viga guia. ............................................................................... 40 Figura 5-5 - Armação da viga guia e protensão. ....................................................... 41 Figura 5-6 - Fechamento lateral da fôrma e concretagem. ....................................... 42 Figura 5-7 - Processo de cura e desfôrma da viga guia. ........................................... 43 Figura 5-8 - Lançamento da viga guia. ...................................................................... 44 Figura 5-9 - Composição de custo previsto da Fabricação de Vigas Guia ................ 46 Figura 5-10 - Detalhamento do custo real da viga guia. ............................................ 48 Figura 5-11 - Detalhamento da análise de custos previsto x real. ............................. 50 Figura 5-12 - Demonstrativo de desvios custos. ....................................................... 52 Figura 6-1 - Acompanhamento de Resultados .......................................................... 56 Figura 6-2- Despesas Indiretas em Maio/14.............................................................. 57 8 LISTA DE TABELAS Tabela 5-1 - Dados da Viga Guia .............................................................................. 38 Tabela 5-2 - Resumo do Custo Previsto ................................................................... 46 Tabela 5-3 - Resumo - Custo Real Viga Guia ........................................................... 49 Tabela 5-4 – Verificação de desvio no serviço em Maio/2014 .................................. 50 Tabela 5-5 - Detalhamento do grupo de equipamentos ............................................ 53 Tabela 5-6 – Detalhamento do grupo de mão de obra em Maio/14 .......................... 54 9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AG Andrade Gutierrez BDI Benefícios e Despesas Indiretas CPTM Companhia Paulista de Trens Metropolitanos EVA Economic Value Added PERTH Program Evaluation And Review Technique PMBOK Project Management Body of Knowledge PRA Programa de Resultado Acumulado NBR Norma Brasileira RH Recursos Humanos SA Sociedade Anônima SAPO Sistema de Apontamento de Produção Obra SCA Sistema de Custeio e Análise SUC Sistema Único de Controle WBS Work Breakdown Structure 10 LISTA DE SÍMBOLOS h hora Kg Quilograma Km Quilometro Km/h Quilometro por hora m Metro m² Metro quadrado m³ Metro cúbico mpa Mega pascal Ton Tonelada % Porcentagem 11 SUMÁRIO p. 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13 1.1 Objetivos ....................................................................................................... 14 1.1.1 Objetivos Gerais ........................................................................................... 14 1.1.2 Objetivos Específicos .................................................................................. 15 1.2 Justificativas ................................................................................................. 15 1.3 Abrangência .................................................................................................. 16 2 MÉTODO DE TRABALHO ................................................................................ 17 3 MATERIAIS E FERRAMENTAS ........................................................................ 18 4 CONTROLE E GESTÃO DE CUSTOS .............................................................. 24 4.1 Controle e Gestão de custos utilizando conceitos das construtoras de obras civis................................................................................................................ 24 4.2 Controle e gestão de custos em obras utilizando os conceitos adotados pela Construtora Andrade Gutierrez S.A. .............................................................. 30 4.2.1 Conceitos e critérios de padronização de custos. ....................................... 31 5 ESTUDO DE CASO ........................................................................................... 33 5.1 Sistema Monotrilho ...................................................................................... 33 5.2 Localização ................................................................................................... 34 5.3 Descrição do Projeto .................................................................................... 35 5.4 As Vigas Guias ............................................................................................. 36 5.4.1 Dados da Viga Guia .................................................................................... 37 5.5 Processo de fabricação do elemento pré-moldado Viga Guia ................. 38 5.5.1 Etapa 1: Preparação das fôrmas da viga guia ............................................ 39 12 5.5.2 Etapa 2: Armação da viga guia e protensão ............................................... 40 5.5.3 Etapa 3: Fechamento lateral da fôrma e concretagem. .............................. 41 5.5.4 Etapa 4: Processo de cura e desfôrma da viga guia ................................... 42 5.5.5 Etapa 5: Lançamento da viga guia .............................................................. 43 5.6 Controle e Gestão de Custos da Fabricação de Vigas Guias ................... 44 5.6.1 Custo Previsto da Fabricação de Vigas Guia .............................................. 45 5.6.2 Prazos e Metas – Cronograma de Execução .............................................. 47 5.6.3 Custo Real da Fabrição de Vigas Guias ..................................................... 47 5.6.4 Análise de Custos ....................................................................................... 49 5.6.5 Análise dos desvios ocorridos na Fabricação de Vigas Guia ...................... 51 6 6.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS ......................................................................... 55 Detalhamento do resultado ......................................................................... 56 7 CONSIDERAÇÕES ........................................................................................... 58 8 RECOMENDAÇÕES.......................................................................................... 59 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 60 ANEXOS ..................................................................................................................... 1 13 1 INTRODUÇÃO Ao se iniciar a construção de uma obra civil uma dúvida sempre se apresenta. Será que os recursos disponíveis serão suficientes para se concluir a obra? É de grande importância o planejamento de todo empreendimento para que cada etapa seja realizada com eficácia. O primeiro passo necessário para um bom controle de custos é a organização como um todo, observando a necessidade de um plano discriminando as várias fases da execução da obra. No entanto, as previsões dos custos quanto ao acompanhamento dos gastos devem ter um nível de detalhamento suficiente para a conclusão da obra por fases. “Considerando a relevância do planejamento que atualmente é um dos principais fatores para o sucesso de qualquer empreendimento da construção civil, para que se possa realizar uma gestão de custos eficiente é necessária à criação de um sistema que canalize as informações e conhecimentos que possam ser utilizados pela empresa, sendo a realimentação do sistema uma de suas características” (GOLDMAN, 2004, p.41). No mercado existem vários recursos para controle de custos como: para previsões das despesas dentro dos quais existem vários sistemas sendo alguns simples e outros mais complexos, inclusive com as apropriações de custos contábeis geralmente utilizados por grandes construtoras. O processo de gestão e controle tem papel importantíssimo para o desenvolvimento das empresas, objetivando este, a obterem ganhos de qualidade e produção. Entretanto, busca-se explanar a ligação do planejamento (acompanhando o cronograma de execução) com o controle na gestão empresarial que ao estruturar estes processos podem contribuir para uma dinâmica de qualidade da empresa. 14 Enfim, como resultado, essas informações produzem dados que são repassados aos gestores para que os mesmos tomem decisões mais acertadas, em tempo hábil, simultaneamente a curto e longo prazo. Logo, objetivando a possibilidade de corrigir ou melhorar erros na execução do projeto e com isto alcançar o custo previsto para cada etapa do serviço. 1.1 Objetivos O Foco principal deste trabalho é apresentar a eficiência do controle e gestão de custos em obras civis, demonstrando o fechamento mensal das despesas que ocorreram durante o período analisado, evidenciando o resultado, apontando desvios positivos ou negativos, direcionando os gestores nas tomadas de decisões a fim de reverter ou minimizar os custos. 1.1.1 Objetivos Gerais O objetivo geral do trabalho é a identificação de instrumentos de controles e gestões de custos para a construção de uma estrutura pré-moldada de um trecho do Monotrilho - Linha 17 Ouro do metrô de São Paulo. Tem-se a finalidade de encontrar o custo real da peça e os números aqui apresentados serão fictícios. Dessa maneira, o controle e gestão de custos em obras têm como compromisso a eficiência na redução dos gastos através de estudos e análises voltados para as mudanças de processos construtivos e gestões financeiras adequadas. Esta obra compõe o projeto que concerne fabricação e fornecimento de sistema do material rodante e a execução de serviços civis contemplando uma frota de 24 trens que deu início dia 11/08/2011 numa previsão de término em 31/01/2015 na qual interligará o bairro do Morumbi ao Jabaquara e ao Aeroporto de Congonhas, com o valor de contrato de R$ 1.722.861.098,54. Enfim, os objetivos gerais ressaltam a importância de um estudo conciso e cauteloso para uma gestão de custos adequada na realização da obra dentro do orçamento 15 contratual previsto e desta forma concluí-la com padrão de qualidade e baixos custos. 1.1.2 Objetivos Específicos - Identificar conceitos de análise de custos com produtividades e apontar lucro ou prejuízo em determinados serviços da obra. - Demonstrar a inter-relação do orçamento com a gestão e controle de custo alinhado com o planejamento de execução da obra. - Identificar as formas de acompanhamento e controle orçamentário. - Elaborar estudo de caso da fabricação de vigas guia do Monotrilho. 1.2 Justificativas Na área da construção civil o conhecimento das construtoras para oferecer uma obra de grande porte é bem pequeno em relação ao mercado imobiliário. Tal dificuldade se deve à complexidade de executar a obra devido ao uso de mão de obra qualificada, equipamentos de uso específico e altos gastos com projetos. A necessidade de obras de infraestrutura pesada se intensifica cada vez mais, como exemplo: obras do metrô, monotrilho, portos, rodovias entre outros. Construtoras e empreiteiras concentram-se e estudam os projetos na tentativa de oferecerem os melhores preços, qualidade e menores prazos para a realização das obras propostas. Para se executar essas obras de grande porte é necessário um grande esquema de planejamento das mesmas, orçamentos e metodologias de trabalho são fundamentais para que a obra cumpra os prazos e custos. O controle e gestão de custos prevêem distintas metodologias que estabelecem critérios para o acompanhamento dos custos conforme a execução dos serviços. As 16 gestões das obras oferecem comparativos com os orçamentos, numa dinâmica de trabalho, conferindo a produtividade e a produção dos processos. Quando o sistema de gestão e controle de custos é eficiente e utiliza toda a tecnologia disponível é possível diminuir o fluxo de papel, implantando um sistema de apontamento eletrônico para acompanhamento dos serviços e maior precisão e rapidez nas informações entre campo e escritório. Realizar o detalhamento das várias etapas do planejamento é fundamental para o sucesso do empreendimento. 1.3 Abrangência Com o intuito de demonstrar a importância da gestão de custos no decorrer da construção da obra o trabalho irá abordar os conceitos necessários para se obter um adequado controle das despesas que ocorrerão ao longo da montagem do empreendimento. Adotaremos uma metodologia em que, ao longo do trabalho, apresentaremos as diretrizes para o acompanhamento de cada despesa e a forma a serem tratadas. Neste caso, não serão abordadas as metodologias de montagem de orçamentos e sim o acompanhamento dos custos previstos do orçamento em relação ao custo real durante os meses da construção do empreendimento. 17 2 MÉTODO DE TRABALHO No intuito de concluir o objetivo proposto desenvolvemos a seguinte metodologia: realização de uma revisão bibliográfica sobre os métodos de acompanhamento dos custos previstos com o realizado e análise de resultados acompanhados do planejamento e controle de custos. Na sequência elaboramos um estudo de caso onde se acompanha os custos com da fabricação de vigas guia do Monotrilho de São Paulo, de responsabilidades das construtoras consorciadas Andrade Gutierrez S.A. e C.R Almeida S.A. Utilizando os conceitos de controle adotados pela líder de contrato (Construtora Andrade Gutierrez S.A), verificando os desvios de custos sendo positivo ou negativo, e para isso será utilizado algumas ferramentas apontadas no desenvolvimento do trabalho. Com os resultados encontrados pretendemos demonstrar a importância da gestão de custos, colocando em evidência os pontos a serem melhorados e as dificuldades encontradas na prática e não previstas na teoria. Enfim, concluímos que os custos serão obtidos através de diversos programas que estarão apontando todos os dias o volume de trabalho para a realização do mesmo e ao final de um mês esses valores serão fechados e dessa maneira será possível identificar o custo unitário para a realização de cada etapa do serviço. Com base nesses dados é fácil determinar quando a etapa é mais ou menos rentável. 18 3 MATERIAIS E FERRAMENTAS Na área de controle e gestão de custos o principal desafio é ter o conhecimento de tudo que ocorre dentro de uma obra, desde a compra de uma simples ferramenta até o recebimento de medições durante todo o empreendimento. Sendo assim, tudo que envolve despesas, faturamento, compras de material e pagamentos de salários deverão ser filtrados e contabilizados pelo setor responsável, pois só assim é possível diagnosticar os custos comparando as despesas previstas com o trabalho realizado. Entretanto, para a tomada de decisões se faz necessário um alinhamento rígido com os setores de produção, planejamento, medição, subempreiteiros, técnica, RH, entre outros. Sem esse fluxo seria impossível chegar ao custo unitário real de um serviço, produtividade (homem/hora), custo por peças pré-moldadas e despesa de cada setor. Todavia, os trabalhos diários requerem cuidados principalmente por lidar com números de grandes valores, pois dependendo da decisão a ser tomada a mesma poderá influenciar diretamente no lucro ou prejuízo da obra. No entanto, com o objetivo de controlar custos e minimizar riscos de prejuízos são inerentes as ferramentas de gestão e acompanhamento conforme os programas abaixo relacionados: Figura 3-1 - Programas utilizados para controle e gestão de custos. Softwares utilizados pela Construtora Andrade Gutierrez S.A. Fonte: Metaframe – Servidor de Aplicações AG (2014). Custo Programado: programa que utiliza a planilha de orçamento (custo previsto) para a montagem de composições, detalhando as quantidades de insumos, custo 19 com subempreiteiros e horas de mão de obra e equipamentos necessários para cada etapa do serviço a ser executado. PRA (Programa de resultado acumulado): utilizado para agrupar os dados e verificar o lucro (EVA: Economic Value Added). Módulo utilizado pelas empresas de grande porte para acompanhar o indicador que mede a parcela do lucro mínimo necessário em função do risco do negócio. Construmobil: sistema de apontamento eletrônico utilizado para substituir os apontamentos de mão de obra e equipamentos que antes eram feitos por fichas em papel, utilizando celulares em uma gestão on-line. O principal benefício é o maior controle de produtividade dos equipamentos e dos coeficientes de mão de obra, além da agilidade na tomada de decisões. O que era estabelecido nas fichas de papel tornou-se uma tela no celular e o operador não precisa mais escrever, ele apenas digita uma informação numérica ou seleciona opções já listadas, o que traz mais qualidade ao processo, em tempo real que são transmitidos aos servidores e pode ser visto via web acompanhando onde cada equipamento/funcionário está trabalhando e qual a etapa da obra. Figura 3-2 - Fluxograma do sistema de apontamento eletrônico. A figura mostra o sistema de apontamento eletrônico realizado pelo aparelho celular, substituindo o apontamento via papel. Fonte: Simova ConstruMobil (2013). 20 SAPO (Sistema de apontamento produção obra): programa desenvolvido para extrair e contabilizar todos os apontamentos registrados pelo sistema Construmobil. A figura a seguir representa os apontamentos realizados durante o turno de serviço exportado do programa Construmobil e contabilizado pelo SAPO. Figura 3-3 – Relatório de apontamento de mão de obra. Observa-se os apontamentos de campo realizado pelo aparelho celular integrado com o SAPO, apresentando as horas apontadas nos determinados serviços. Fonte: Metaframe – Servidor de Aplicações AG (2014). SUC (Sistema único de controle): programa utilizado para inclusão de todos os pagamentos de contas nas quais englobam, materiais, medição de subempreiteiros e folhas de pagamentos são contabilizados pelo SUC com uma interface de todos os setores da obra. A figura a seguir ilustra o programa com os recursos disponíveis para possibilitar a inclusão das despesas que ocorreram durante o período de construção do empreendimento. 21 Figura 3-4 – Programa para lançamentos de despesas. Sistema utilizado para lançamentos de despesas financeiras, compras de materiais e folha de pagamento. Fonte: Metaframe – Servidor de Aplicações AG (2014). SCA Custeio: programa utilizado para realizar o fechamento de custo mensal da obra. Este programa permite um agrupamento de todas as despesas financeiras e apontamentos de mão de obra e equipamentos lançados durante o mês pelos programas apresentados anteriormente denominados SUC e Construmobil, respectivamente. Os registros das despesas lançados pelo SUC e os apontamentos de mão de obra e equipamentos desempenhados pelo Construmobil são extraídos e contabilizados pelo programa SCA Custeio, permitindo realizar o fechamento de custo do mês, agrupando todos os dados com o objetivo de apresentar o valor final do serviço no período de fechamento analisado. A figura a seguir representa o custo de um determinado serviço, demonstrando os apontamentos de mão de obra e as despesas que houve durante o mês. 22 Figura 3-5 - Relatório fechamento de custos. Relatório retirado do programa SCA Custeio integrando os custos lançados pelos sistemas anteriores, alcançando o custo real do mês de um serviço executado na obra. Fonte: Metaframe – Servidor de Aplicações AG (2014). SCA Análise: programa utilizado para analisar os custos (previsto e real). Após realizar os fechamentos dos serviços executados durante o mês pelo programa SCA Custeio é realizado a análise das informações obtidas, sendo necessário verificar os desvios que ocorreram no fechamento. Em função do previsto verifica-se onde houve os desvios e os serviços que foram executados com maior produtividade e menos custo. Comparando desta forma, o SCA Custeio x Custo Programado, permitindo saber quais os serviços que houve maior lucratividade e os demais serviços que saíram do orçamento. A figura a seguir ilustra o programa SCA Análise que demonstra os valores previstos e reais que ocorreram durante o fechamento de custo. 23 Figura 3-6 - Sistema de análise, integrando o custo previsto com o custo real de cada serviço. A figura demonstra a integração do custo previsto x custo real, apresentando o desvio de cada serviço. Fonte: Metaframe – Servidor de Aplicações AG (2014). 24 4 CONTROLE E GESTÃO DE CUSTOS Neste capítulo serão abordados dois conceitos de gestão e controle de custos, um utilizado em construtoras de obras civis e outro utilizado pela construtora líder no Consórcio que está construindo o Monotrilho Linha 17 – Ouro. Os dois métodos de gestão são eficientes, e demonstram eficácia nos resultados, porém as metodologias e os conceitos são diferentes. 4.1 Controle e Gestão de custos utilizando conceitos das construtoras de obras civis. Na execução de uma obra de grande porte é necessária a quantificação e qualificação dos insumos utilizados para a realização dos serviços que determinam a execução de um projeto e/ou empreendimento de qualidade dentro do orçamento previsto. As especificações da mão de obra, levantamento e/ou quantificação dos materiais e equipamentos que serão utilizados e/ou alocados devem ser o ponto de partida para o gerenciamento e planejamento dos empreendimentos relacionados com a construção civil. Observa-se nesta etapa do trabalho e/ou planejamento e gerenciamento que todos os projetos devem estar bem coesos e sem margens de erros para que não seja prejudicial ao planejamento. Portanto, os projetos devem ser analisados, corrigidos e fechados juntamente com o cliente, parceiros, empreendedores, construtores, entre outros, e desta forma todos que estão envolvidos nas equipes de trabalho. Desta maneira, a partir da quantificação dos serviços as composições de custos se relacionam com os consumos de materiais, mão de obra e equipamentos necessários para concluir cada etapa de um determinado serviço, assim como o dimensionamento do tempo que será gasto para realizar o projeto. Quando se fala de projeto refere-se ao trabalho na construção de um empreendimento e/ou desenvolvimento de um produto (FREIRE, 2011). 25 Portanto, o projeto é a base para o desenvolvimento na execução da obra. De posse dos projetos é possível elaborar todo o levantamento de materiais e serviços que darão base para o orçamento. “O orçamento discriminado, também chamado de Orçamento Convencional, é o sistema mais utilizado entre as empresas para levantamento de custos e geração de planilhas que contenham informações dos serviços a serem realizados" (BAZANELLI, 2003). No entanto, as variáveis utilizadas destes serviços num orçamento não podem ser previamente fixadas, pois devem ser calculadas com base nas informações do projeto da obra a ser executada. Por exemplo: no levantamento do consumo de concreto, a medição poderá ser feita em metragem cúbica para determinado serviço, no qual abrangerá quantidades no consumo de material, mão de obra e equipamentos (CONTE, 1999). Ainda de acordo com o exposto acima, os custos resultam da discriminação de serviços necessários à execução da obra, e acompanhados das quantidades necessárias e suas respectivas unidades de medidas que podem ser metro quadrado, metro linear, metro cúbico, verbas de serviços, entre outros. A partir daí, são levantados os custos unitários, que serão subdivididos em insumos, os quais recebem índices de produtividades padrão. Esta etapa pode-ser denominada “work breakdown structure (WBS)” (PMBOK, 2004). WBS é um processo de subdivisão das entregas e do trabalho do projeto em componentes menores e mais facilmente gerenciáveis. Entretanto, para a subdivisão dos trabalhos é necessário que se estime os custos e para isso é utilizado variáveis comuns para esses cálculos. Dentre elas tem o BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) que corresponde a uma taxa gerada pelas despesas indiretas e o lucro que nos permite apurar seu custo total. Esta taxa tanto pode ser aplicada na composição dos custos unitários, como pode ser aplicada diretamente ao final do orçamento, sobre o custo total, com objetivo de conseguir o preço de execução do projeto (ANGELO, 2000). 26 Desta forma, normalmente utiliza-se de um coeficiente multiplicador com valores diferentes para mão de obra e para os serviços gerais. Porém DIAS (2011) cita que em algumas situações pode-se solicitar que se calcule um BDI exclusivo para aplicação sobre o fornecimento dos materiais de alto consumo que contém os custos mais elevados de projeto. Em toda estimativa de custos sempre existirá uma margem de erros. Nas licitações públicas a margem de erro a ser admitido de acordo com o previsto na lei Nº 8.666/93 é de 5 a 10%. Essas margens de erros podem ocasionar a necessidade do pedido de aditivo deste contrato em alguma etapa executiva do projeto. Neste caso, não aceitar o aditivo contratual torna-se passível de uma eventual ação judicial por prejuízos inerentes a mesma. Conforme DIAS (2011): “evitar a elaboração de aditivo contratual, quando necessário, é um autoritarismo que merece que a autoridade pública receba uma punição, seja administrativa ou judicial. Não é razoável quanto à ordem econômica”. Ainda assim, conforme DIAS (2011): “para facilitar a análise, negociação e aprovação de um aditivo contratual é muito importante que a proposta de preços seja exigida aberta, isto é, contenha os seguintes formulários de acordo com a engenharia de custos: composição de preços unitários de serviços, detalhamento do cálculo dos encargos sociais e detalhamento do cálculo do BDI”. Entretanto, a engenharia de custos não se encerra com a previsão dos custos do projeto ou empreendimento. Ela segue a todo vapor na fase construtiva e executiva, exigindo rigor, através do planejamento, controle, acompanhamento de custos e definição dos custos para a manutenção da mesma. Ela fornece a base necessária para a elaboração de planilhas e para a montagem de bancos de dados extremamente úteis à empresa gestora do projeto. Esses dados são fundamentais para a análise dos serviços executados para cada etapa da obra e para projetos futuros. 27 Com base nos dados obtidos fica possível se traçar um cronograma físico – financeiro da execução do empreendimento. Esse cronograma é representado graficamente como um plano de execução do projeto e deve representar todas as fases executivas, desde a mobilização, passando por todas as atividades previstas no projeto, até a desmobilização do canteiro de obras. Para o cronograma físico-financeiro, DIAS (2004) cita que pode-se adotar o Diagrama de Gantt, ilustrando graficamente os avanços das diferentes etapas do projeto, representando o início e fim de cada etapa do processo. Então, através desse gráfico é possível analisar o empenho de cada membro do grupo, desde que estejam associadas às tarefas e aos recursos necessários ao desempenho dela. Figura 4-1 - Diagrama de Gantt. A figura apresenta os avanços das diferentes etapas, representando o início e fim de cada processo. Fonte: Diagrama de Gantt (WALLACE CLARK, 1982) A partir do cronograma físico – financeiro fica possível identificar os custos separados, por exemplo: quanto foi gasto com os colaboradores do setor da produção em uma quinzena de trabalho e o retorno financeiro correspondente. Ainda de acordo com DIAS (2004): “uma das mais conhecidas técnicas de planejamento e controle de projetos e ou/empreendimento é o [ Program Evaluation And Review Technique – Critical Path Method ] conhecida pela sigla PERTH/CPM.” Dentro da linguagem do controle e planejamento entende-se como o caminho crítico PERTH/CPM. Essa tecnologia foi desenvolvida em 1950 e utiliza o sistema de redes (grafos) para a visualização do planejamento e coordenação do projeto ou empreendimento. 28 Para DIAS (2004): “PERT nada mais é que um método de planejamento, replanejamento e avaliação de progresso, destinado ao controle do projeto”. De acordo com NOGUEIRA (2005): “essa rede pode ser construída utilizando arcos para representar as atividades e nós para separar essas atividades das atividades precedentes“. A figura a seguir ilustra a rede conforme exemplo dado: Figura 4-2 - Caminho crítico PERTH/CPM. A figura mostra a rede de caminho crítico dentro da linguagem de controle e planejamento. Fonte: Pesquisa operacional PERT/CPM (NOGUEIRA, 2005) O plano de operação acima está relacionado ao controle financeiro da construção ou empreendimento, e para que isso ocorra de uma forma engrenada são necessários definições dos planos de controle a serem aplicados e também uma fiscalização rígida e bem preparada. Normalmente, aplica-se o controle de recursos de contas a receber e o controle de desembolso que se referem às contas a pagar. Esses planos de controle recebem uma fiscalização administrativa. 29 Para o controle de programa de prazos e controle de orçamentos a fiscalização é realizada por uma equipe técnica que compatibilizará as datas de entrega das atividades a serem concluídas com as datas de desembolso e reembolso. Em todo projeto e/ou empreendimento no decorrer e final da execução das atividades é elaborado um gráfico de curva ABC, no qual irá conter informações importantes dos itens mais significativos da obra, os quais o gerente deverá dispor de mais atenção. Neste tipo de gráfico localiza-se a faixa A que representa a economia importante do empreendimento. Os itens da classe C têm uma menor importância e por isso recebem menor atenção. Os itens da classe B têm importância intermediária (CARVALHO, 2002). De acordo com MELLO (2014): “é importante deixar claro que o uso da Curva ABC pode acontecer sempre que o gestor tiver a necessidade de classificar objetivando facilitar seu processo de tomada de decisão”. Porém, de acordo com MATTOS (2006), a Curva ABC de insumos é exatamente uma relação de insumos, em ordem decrescente de custos. No topo estão os principais insumos da obra em termos de custo, à medida que a tabulação vai descendo, vão surgindo os insumos menos significativos. Na figura 4-3 tem-se a demonstração da Curva ABC de insumos da obra. Ela nada mais é do que a tabulação dos insumos em ordem decrescente de custo total, indo do mais representativo em termos de custo – no caso, o azulejo, que responde por 32,00% do custo da obra - até o menos representativo – a lixa (0,10%). 30 Figura 4-3 - Curva ABC – Classificação dos itens. Observa-se que nada mais é do que uma tabulação dos insumos em ordem decrescente, indo do mais representativo em termos de custo (A) até o menos representativo (C). Fonte: Curva ABC de insumos da obra (MATTOS, 2006). 4.2 Controle e gestão de custos em obras utilizando os conceitos adotados pela Construtora Andrade Gutierrez S.A. O setor de controle e gestão de custos tem como função verificar se as ações ordenadas estão sendo executadas de acordo com o planejamento dentro das regras definidas pela empresa e, quando necessário tomar decisões para corrigir os planos, a execução e/ou os resultados. De acordo com o Manual de Controle de Custos elaborado no ano de 2009 pela Construtora Andrade Gutierrez S.A. com o intuito à padronização dos critérios de apuração de resultados da área de controle e gestão empregando os conceitos fundamentais com a importância de preservar a uniformidade dos resultados da empresa. Porém, como todo o trabalho para apuração de produção, faturamento e despesas orientam-se pelo centro de custos, entendemos que devemos iniciar com a definição de conceitos e critérios de padronização. 31 4.2.1 Conceitos e critérios de padronização de custos. Centro de custos: refere-se a contas e onde serão alocados todos os custos e despesas, serviços a serem executadas, seções indiretas (setores de apoio), estruturas a serem construídas. Também, os equipamentos da empresa próprios e alugados são tratados como centro de custos, pois recebem despesas (peças, combustível, lubrificantes, mão de obra, depreciação, etc). Mão de obra: analisada e separada por mão de obra direta e indireta. Mão de obra direta: são as funções que executam o serviço de campo (serventes, pedreiros, carpinteiros, soldador, etc) interligando diretamente nas montagens das estruturas. Nesta envergadura, o custo unitário mensal de uma função exercida de mão de obra direta ou de operação (custo/h) é calculado dividindo-se o somatório dos salários totais (mensais) de todos os funcionários desta mesma função pelo total de suas horas sendo apontas no serviço realizado por cada funcionário. Mão de obra indireta: esta se refere à mão de obra de apoio à construção da obra (encarregados, engenheiros, técnicos administrativos, auxiliares, gerentes, entre outros) é calculada no centro de custo que o funcionário estiver cadastrado pelo valor total de seu salário. Despesas diretas: são as despesas ligadas diretamente à execução dos serviços. Trata-se da provisão ou pagamento dos materiais necessários à produção, no qual poderíamos dizer que a despesa direta se incorpora ao serviço. Despesas indiretas: são gastos administrativos ou de apoio local necessário à execução do objeto do contrato. Os materiais indiretos são considerados de apoio como, por exemplo: computadores, materiais de escritório, gastos com viagens, contas com escritório. Estes gastos referem-se às áreas indiretas que apóiam todos os setores da obra como a administração, engenharia, meio ambiente, segurança do trabalho, controladoria, etc. 32 Apontamento de campo: é o registro de fatos ocorridos na obra e que reunidos permitem ao setor de controle de custos possa alimentar um sistema de apontamento de produção na obra. O apontamento é a origem de todas as informações, por isto, devem expressar com exatidão os fatos ocorridos no empreendimento e eles devem ser claros, precisos e detalhados para que sejam obtidas todas as informações necessárias. E também, divididos em apontamentos de mão de obra direta e equipamentos que apuram com exatidão cada colaborador e máquina trabalhando para agregar ao valor do serviço. Ainda assim, caso o equipamento seja da construtora, é calculado a depreciação do mesmo de acordo com o método de tabelas que se enquadra o equipamento e obtém-se a parcela a ser depreciada em horas ou quilômetros dependendo do tipo de equipamento. Faturamento: refere-se aos valores produzidos no mês (executado), medidos ou a medir (quantidade x preço). O faturamento não significa, necessariamente, emissão de faturas, mas sim produção executada, porém serviços sem preços aprovados só devem ser considerados no faturamento da obra com a certeza de aprovação pelo cliente. No que diz respeito ao método de trabalho a ser seguido entende-se que é regrado e os colaboradores são treinados, pois o trabalho realizado hoje e os números conquistados são obtidos pela gestão de custos e necessários para elaboração de orçamentos para eventuais obras a serem conquistadas. 33 5 ESTUDO DE CASO Para a realização do estudo de caso sobre o método de controle e gestão de custos na fabricação de vigas guia, foi necessário por motivos de confidencialidade adotar os valores apresentados não condizentes com os reais. Essa prática permite demonstrar os índices de acerto ou erros na exata proporção com os valores reais consolidados. A metodologia de controle e gestão de custos que o trabalho apresenta são conceitos adotados pela empresa líder de contrato que é a Construtora Andrade Gutierrez S.A, onde a própria empresa possui um sistema individualizado de controle de custos. O estudo apresenta a simulação de um fechamento de custos demonstrando um comparativo entre o orçamento previsto que é composto por um levantamento quantitativo dos materiais utilizados para a execução da mesma, custos totais com mão de obra e ainda são computados os custos complementares, incidentes para a fabricação de vigas. Ao final a comparação do custo previsto com realizado e a demonstração dos desvios, sendo estes positivos ou negativos. 5.1 Sistema Monotrilho O monotrilho é um sistema de transporte inovador em nível elevado, a sua estrutura contém duas vigas de concreto longitudinais de 0,70m de largura e 1,3m de altura separadas de 3,25m criando um espaço vazado ao longo de todo o trajeto. Os trens do monotrilho são movidos a eletricidade e trafegam com pneus de borracha para suporte a tração, tornando a operação silenciosa e confortável, proporcionando baixa emissão de ruídos comparando com os sistemas de transporte público que a cidade de São Paulo oferece e maior flexibilidade para vencer rampas acima de 4% de declividade. 34 A tecnologia do monotrilho se mostra mais favorável para o trajeto da linha Ouro 17, pois o traçado proposto irá passar por espigões, vales e áreas residenciais. A figura a seguir ilustra a inserção do sistema monotrilho trafegando entre as áreas residenciais. Figura 5-1- Sistema Monotrilho A figura demonstra como irá ficar a situação final depois de implantado o sistema monotrilho implantado no trecho Congonhas - Água Espraiada. Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014). 5.2 Localização A linha 17 - Ouro faz parte do plano de expansão da rede metroferroviária da cidade de São Paulo e o projeto quando implantado contribuirá para a melhoria dos sistemas de transporte público, ligando a Estação Jabaquara até a Estação Morumbi da CPTM e a Estação Aeroporto até o encontro com o trecho projetado da Avenida 35 Jornalista Roberto Marinho (11,0 km), e trecho 3 entre as Estações Morumbi (CPTM) e São Paulo/Morumbi, da linha 4 – Amarela, do metrô (6,9 km). A operação deverá contar em sua fase final de implantação com dois serviços: um entre as estações São Judas (metrô) e São Paulo/Morumbi (metrô) e outro entre as Estações Jabaquara (metrô) e São Paulo/Morumbi (metrô). Os dois serviços compartilharão da mesma infraestrutura implantada ao longo do trecho comum: desde a Avenida Jornalista Roberto Marinho até a Estação São Paulo/Morumbi, da linha 4 Amarela do metrô. Figura 5-2 - Mapa do trajeto da Linha Ouro - 17 Mapa do traçado proposto para implantação da linha 17 - Ouro. Fonte: Metrô – SP 5.3 Descrição do Projeto De acordo com a EIA RIMA – Estudo de IMPACTO AMBIENTAL E RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL, concedido pelo Consórcio Monotrilho Integração e procurando atender as exigências de implantação, pressupostos foram avaliados várias alternativas que pudessem desempenhar as funções preconizadas foram implantadas: - Ter desempenho de velocidade média acima de 35 km/h, compatível com as funções de rede de metrô. - Velocidade operacional máxima deverá ser de 90 km/h. 36 - Ser propício à operação em pequenos intervalos, adequando-se a incrementos de demanda e tempo de espera reduzido nas estações. - Oferecer regularidade, confiança e segurança aos operadores e usuários. - Ter adequada acessibilidade às estações, comodidade nas transferências e integração tarifária através de bilhetes eletrônicos. Os estudos realizados para o projeto funcional da ligação do aeroporto de congonhas à rede metroferroviária o monotrilho deve causar menor impacto no meio ambiente, seja em termos de ruídos, emissão de poluentes, ou obstrução visual e efeito sombra das estruturas de suporte. Assim foram levantadas as seguintes premissas básicas: - Equilíbrio econômico-financeiro do empreendimento. - Implantação do sistema em: Estação Jabaquara até a Estação Morumbi da CPTM e Estação Aeroporto até o encontro com o trecho projetado na Avenida Jornalista Roberto Marinho (11,0 km), e trecho 3, entre as estações Morumbi (CPTM) e São Paulo/Morumbi, da Linha 4-Amarela, do Metrô (6,9 km). - A capacidade de transporte exigida no projeto, em regime normal de operação, deverá ser de 20.000 passageiros por hora e por sentido, em todos os trechos e em todas as fases de implantação. - Os trens deverão ter capacidade mínima de 400 passageiros, sendo que, no mínimo, 12% deverão ser transportados sentados (deverá existir, pelo menos, dois bancos para obesos), considerando-se o nível de conforto de 6 passageiros/m². - Os trens deverão ter ar condicionado e engates automáticos. Os estudos referentes revelam que a solução como monotrilho ganha evidência por reunir melhor qualificação para inserção de soluções elevadas que por terem custos de implantação menores que subterrâneas, resultam melhor relação custo/benefício para o transporte de demandas de média capacidade. 5.4 As Vigas Guias A característica principal do sistema monotrilho é ser um sistema de transporte coletivo que trafega em estruturas elevadas em toda a sua extensão. 37 Nos trechos de via, as estruturas são compostas por fundações (estacas e blocos), por pilares ao longo da via, únicos e espaçados a cada 30m com altura média de 15m e por um par de vigas de concreto protendido distantes entre si de 4,8m por onde trafegam as composições. A figura a seguir representa as fazes da montagem das estruturas do Monotrilho no trecho da via. Figura 5-3 – Fases da montagem da estrutura do Monotrilho A figura ilustra as etapas de montagem no trecho da via, composto pelas fundações utilizando estacas e bloco de fundação, em seguida é construído o pilar e na sequência são incluído as vigas guia. Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014). 5.4.1 Dados da Viga Guia A tabela a seguir representa os dados gerais da viga guia com todas as informações da estrutura estudada. 38 Tabela 5-1 - Dados da Viga Guia A tabela demonstra as informações gerais para a fabricação de viga guia. Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014). Os canteiros de obras ao longo da linha são utilizados para a execução dos pilares e as estações. No caso das vigas a sua fabricação é realizada na cidade de Cajamar/SP, em uma área de 65.357 m², onde deverão ser fabricadas as 1.791 unidades necessárias para a execução do projeto. Em função da necessidade de controle do risco ocasionado pelo transporte, içamento e montagem das estruturas pré-fabricadas do monotrilho, a adoção de medidas de segurança e o planejamento de toda a operação (carga, descarga, rotas, maquinários necessários, isolamento de áreas, etc) foram realizados antes do início das operações com objetivo de aliar rapidez e eficiência do transporte à garantia de segurança aos funcionários envolvidos e as pessoas que transitam nas proximidades das obras. 5.5 Processo de fabricação do elemento pré-moldado Viga Guia No Brasil, a primeira obra com a utilização de elementos pré-moldados foi no Hipódromo da Gávea na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1926. 39 A norma NBR 9062 define pré-moldado da seguinte forma: - PRÉ-MOLDADO – elemento que é executado fora do local definido de utilização, produzido em condições menos rigorosas de controle de qualidade, sem a necessidade de pessoa, laboratório e instalações congêneres próprias. Toda a estrutura de concreto pré-moldado deve ser concebida de acordo com uma filosofia específica do projeto. Com os projetos aprovados, é necessário seguir as regras definidas para que a estrutura atenda às necessidades determinadas conforme projeto estrutural. 5.5.1 Etapa 1: Preparação das fôrmas da viga guia Na execução de estruturas de concreto armado, exige a utilização de fôrmas, pois o concreto é lançado no estado fluido. O sistema de fôrmas deve ser projetado e construído de modo a ter rigidez suficiente para assegurar as tolerâncias da estrutura, de modo que os elementos estruturais mantenham sua integridade e não sejam afetadas. As funções principais da fôrma segundo MELHADO (1998) são: - Dar molde ao concreto. - Conter o concreto e sustentá-lo até que tenha resistência. - Proporcionar textura à superfície do concreto. As fôrmas devem adequar ao formato da viga guia, e suas dimensões deverão ser respeitadas, obedecendo às prescrições de projeto. Nesta etapa é realizado o alinhamento e posicionamento da fôrma definido pelo projeto estrutural. 40 As fôrmas devem ser executadas limpas e o desmoldante deve ser aplicado. O desmoldante é necessário para evitar que as fôrmas se fixem na estrutura após a cura do concreto. A figura abaixo ilustra o alinhamento e posicionamento definido pelo projeto estrutural. Figura 5-4 - Fôrma da viga guia. A figura ilustra a montagem da fôrma da viga guia, realizando o posicionamento e alinhamento. Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014). 5.5.2 Etapa 2: Armação da viga guia e protensão As armaduras são posicionadas e fixadas no interior das fôrmas de acordo com as especificações e tolerâncias estabelecidas pelo projeto para que durante o lançamento do concreto estas se mantenham na posição correta, mantendo inalteradas as distâncias das barras entre si e com relação às faces das fôrmas. Distribuem-se as quantidades de aço e cabos de protensão conforme projeto com suas determinadas bitolas adotando os espaçamentos definidos para cada tipo de viga. A montagem da armadura é feita por amarração, utilizando arames e pontos de solda. O cobrimento da armadura deve ser mantido por dispositivos adequados ou espaçadores de plástico ou de metal, sempre referindo-se às armaduras mais próximas às faces internas das fôrmas. 41 A figura a seguir ilustra o sistema de armação e protensão utilizado para fabricar a viga guia. Figura 5-5 - Armação da viga guia e protensão. A figura ilustra a montagem de armação, conforme orientação do projeto. Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014). 5.5.3 Etapa 3: Fechamento lateral da fôrma e concretagem. Na etapa 3 da fabricação das vigas, as fôrmas laterais são travadas por tirantes e galgas presas nos perfis do lado externo das fôrmas nas partes superior e inferior para que suportem as forças exercidas durante a concretagem. O concreto deve ser lançado e adensado de modo que toda a armadura e os componentes embutidos previstos em projeto sejam adequadamente envolvidos na massa de concreto. A especificação do concreto em uma estrutura deve levar em consideração as propriedades exigidas em projeto, especialmente quanto à sua resistência característica e à durabilidade da estrutura, às condições em função do método de preparo e das condições de lançamento, adensamento e cura. Devem ser tomadas precauções para que a homogeneidade do concreto seja mantida. O molde da fôrma deve ser preenchido de maneira uniforme, evitando o 42 lançamento em pontos concentrados que possam provocar deformações nas fôrmas. As fôrmas devem ser preenchidas em camadas de altura compatível com o tipo de adensamento (em camadas de altura inferior à altura da agulha do vibrador mecânico) para se obter um adensamento ideal. A figura a seguir ilustra o fechamento lateral da fôrma e a concretagem da viga guia. Figura 5-6 - Fechamento lateral da fôrma e concretagem. A figura ilustra o travamento das laterais e aplicação de concreto conforme procedimento operacional. Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014). 5.5.4 Etapa 4: Processo de cura e desfôrma da viga guia Enquanto não atingir endurecimento satisfatório, o concreto deve ser curado e protegido contra agentes prejudiciais para evitar a perda de água pela superfície exposta. A cura da viga guia será química aplicando o produto adequado para que o concreto não tenha perda de água e fissure. Em seguida, no momento em que concreto atender requisitos especificados de resistência e não apresentar qualquer patologia será realizado a desfôrma. 43 A retirada das fôrmas só pode ser feita quando o concreto estiver suficientemente endurecido para resistir às ações que sobre ele atuarem e não conduzir a deformações inaceitáveis, tendo em vista o baixo valor do módulo de elasticidade do concreto e a maior probabilidade de grande deformação diferida no tempo quando o concreto é solicitado com pouca idade. Para que essas condições sejam atendidas, o responsável pelo projeto da estrutura deve informar ao responsável pela execução da obra os valores mínimos de resistência à compressão e módulo de elasticidade que devem ser obedecidos para a retirada das fôrmas. A figura a seguir ilustra o elemento pré-moldado já concluído o processo de cura e desfôrma. Figura 5-7 - Processo de cura e desfôrma da viga guia. A figura ilustra o processo de cura e desfôrma da viga guia. Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014). 5.5.5 Etapa 5: Lançamento da viga guia Após os processos de fabricação da viga guia, é realizado o transporte e içamento do elemento pré-moldado, para realização desse processo é necessário atender os procedimentos de segurança que visa todas as etapas (carga, transporte, içamento e alinhamento in-loco). Essa operação também se faz necessário o fechamento de 44 umas das faixas da via pública para que a operação aconteça da forma mais segura possível. Para a realização do içamento da viga guia, é necessário o uso de 2 guindastes, pois a estrutura ficará em nível elevado de aproximadamente de 15m de altura em relação ao solo. A figura a seguir representa o içamento da viga guia, demonstrando como é realizado o lançamento da estrutura no trecho onde irá passar o Monotrilho Linha 17 – Ouro. Figura 5-8 - Lançamento da viga guia. A figura demonstra a simulação de lançamento da estrutura na rede do monotrilho. Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014). 5.6 Controle e Gestão de Custos da Fabricação de Vigas Guias Após os procedimentos legais e a devida aprovação orçamentária com os clientes, os setores de Planejamento e Controle de Custos, que são áreas dentro da Construtora Andrade Gutierrez S.A responsável por seguir as diretrizes pré estabelecidas e os procedimentos adotados visando atender e garantir o resultado financeiro esperado e definido na proposta de preço com os valores previstos nos serviços da obra. 45 A função do setor de Planejamento é oferecer ao setor de Controle de Custos as metas a serem cumpridas e os prazos contratuais. É a função também a elaboração de um cronograma de execução onde consta a programação de todas as etapas a serem realizadas da maneira mais exata possível. 5.6.1 Custo Previsto da Fabricação de Vigas Guia Na elaboração dos custos previstos para cada serviço, o setor denominado Controle de Custos juntamente com a Gerência e os setores de Produção e Engenharia se reúnem nesta etapa para a montagem das composições de custos. Estes servem para demonstrar todas as etapas a serem realizadas e os quantitativos necessários para a execução de cada serviço. No caso da fabricação de vigas guia são demonstrados nesta etapa os coeficientes de mão de obra, equipamentos, insumos e subempreiteiros que serão necessários para a fabricação de cada unidade, sendo que esses valores terão como base para setor da Produção iniciar a montagem da estrutura com finalidade de não ultrapassar o valor previsto. Para a montagem das composições de custos é utilizado o programa CUSTO PROGRAMADO, onde serão inseridos os quantitativos necessários para executarem todos os serviços da obra. A figura a seguir representa o programa denominado CUSTO PROGRAMADO e demonstra o valor previsto por unidade de viga guia, com valores orçados. 46 Figura 5-9 - Composição de custo previsto da Fabricação de Vigas Guia COMPOSIÇÃO - ESTUDO: FABRICAÇÃO DE VIGAS GUIA Tipo Descrição unid. Coeficiente EQ CAMINHAO MUNCK H 10,00 EQ VIBRADOR DE IMERSAO H 0,50 EQ COMPRESSOR PNEUMATICO H 2,55 100 MO PEDREIRO H 45,00 MO FEITOR H 50,00 MO SOLDADOR H 29,00 MO MONTADOR H 94,00 MO SERVENTE H 189,00 100 MA ADITIVO CONCRETO L 16,00 MA CHAPA RESINADA M2 1,44 MA AÇO KG 3.200,00 MA EMBUTIDOS KG 122,00 MA FORMA KG 76,00 MA CORDOALHAS KG 1.500,00 MA DIVERSOS GL 1.000,00 100 SE CONCRETO M3 30,00 SE PROTENSÃO UNI 2,50 SE SUB 2 UNI 23,00 100 % Part. / DMT Cotação 100 100,44 100 2,08 100 48,68 Total operação mecânica 100 18,79 100 28,83 100 20,72 100 26,09 100 15,83 Total mão de obra 100 1,38 100 12,4 100 4,13 100 10,64 100 98,25 100 3,66 100 2 Total materiais 100 280,00 100 101,88 100 14,43 Total subempreiteiro Total Geral R$ Total 1.004,40 1,04 124,13 1.129,57 845,55 1.441,50 600,88 2.452,46 2.991,87 8.332,26 22,08 17,86 13.216,00 1.298,08 7.467,00 5.490,00 2.000,00 29.511,02 8.400,00 254,70 331,89 8.986,59 47.959,44 A figura representa uma composição de custo previsto para fabricação de viga guia, demonstrando o valor previsto de R$ 47.959,44 por unidade de viga guia. Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014). Observa-se que o valor previsto por unidade de viga guia foi de R$ 47.959,44. Este é o custo que a obra Monotrilho Linha 17- Ouro pretende alcançar para o serviço analisado. A tabela 5-2 ilustra o resumo do valor previsto da Viga Guia retirado da figura 5-9. Tabela 5-2 - Resumo do Custo Previsto Fonte: Os autores (2014). 47 5.6.2 Prazos e Metas – Cronograma de Execução No cronograma de execução elaborado pelo setor de Planejamento através do software MS Project, deverão ser especificados as fases de cada serviço, indicando o início e término das atividades propostas ao longo do mês. Os prazos previstos em cada fase deverão estar distribuidos em termos de sequência lógica do tempo de duração de cada serviço, o setor de Produção será responsável para cumprir as metas definidas. No Anexo I podemos observar o cronograma mensal de Outubro/2013 e identificar os serviços que estão planejados a serem executados e os respectivos prazos. 5.6.3 Custo Real da Fabrição de Vigas Guias Para obter do custo real de cada serviço é realizado ao longo do mês os apontamentos de mão de obra e equipamentos, utilizando o sistema de apontamento eletrônico Construmobil, em seguida os dados são exportados para o programa SAPO que irá contabilizar a quantidade de horas apontadas de cada colaborador e equipamentos. Os custos com pagamentos de subempreiteiros, compras de materiais e salários dos colaboradores são lançado pelos setores Financeiro, Suprimentos e RH respectivamente, utilizando o programa SUC que faz a contabilização de todas as despesas nos determinados serviços da obra. No caso a fabricação de vigas guia é realizado mensalmente o fechamento de custos que irá integrar todos os dados lançados pelo SUC e apontados pelo Construmobil, unificando ao programa SCA CUSTEIO, detalhando todas as despesas que ocorrerram ao longo do mês, demonstrando o custo real da viga guia. A figura a seguir representa o programa denominado SCA CUSTEIO com todos os dados integrados demonstrando o valor real por unidade de viga guia. 48 Figura 5-10 - Detalhamento do custo real da viga guia. Resumo do Custo Unitário local: 1160 Grupo: Serviço: Fabricação Vigas Guia Geral Fabricação INSUMO OPERAÇÃO MECÂNICA 539821 CAMINHAO MUNCK 538920 VIBRADOR 773212 COMPRESSOR PNEUMATICO 536229 GUIND. PORTICOS Total Operação Mecânica MATERIAIS 101 ADITIVO 102 CHAPA RESINADA 103 AÇO CONSTRUÇÃO 104 EMBUTIDOS 105 FORMA 106 CORDOALHA 107 ELETRODO 108 BARRA CHATA 109 DESMOLDANTE Total Materiais MÃO DE OBRA 200 PEDREIRO 201 FEITOR 202 SOLDADOR 203 MONTADOR 204 SERVENTE 205 CARPINTEIRO 206 SINALEIRO Total Mão de Obra SUBEMPRETEIRO 301 SUB. CONCRETO 302 SUB. PROTENSÃO 303 SUB. CONST. CIVIL Total Subempreiteiro TOTAL do Local / Serviço CUSTO UNITARIO REAL MÊS: MAIO/2014 ESTRUTURA DE CONCRETO M3 PRODUÇÃO: QUANTIDADE CUSTO UNITARIO CUSTO TOTAL Sub-Grupo: UNI H H H H 70,00 21,00 227,50 114,00 100,40 4,90 156,00 365,00 626,30 7.028,00 102,90 35.490,00 41.610,00 84.230,90 700,00 56,70 112.000,00 5.250,00 2.485,00 57.750,00 62,00 620,00 240,00 1,40 12,90 4,50 10,60 98,25 3,66 11,90 3,65 6,70 980,00 731,43 504.000,00 55.650,00 244.151,25 211.365,00 737,80 2.263,00 1.608,00 1.019.775,05 H H H H H H H 1.400,00 1.785,00 1.050,00 3.570,00 6.615,00 183,00 516,00 18,79 28,83 20,72 26,09 15,83 30,00 19,00 159,26 26.306,00 51.461,55 21.756,00 93.141,30 104.715,45 5.490,00 9.804,00 312.674,30 M3 UNI UNI 1.032,50 60,00 35,00 295,00 101,88 14,43 304.587,50 6.112,80 505,05 311.205,35 L M2 KG KG KG KG KG KG L 35,00 1.727.885,60 R$ 49.368,16 A figura representa a simulação de um fechamento integrando todos os custos reais para fabricação de viga guia, chegando ao valor real de R$ 49.368,16 por viga guia fabricada. Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014). Observa-se que foram fabricadas 35 unidades de viga guia e o valor total do serviço no mês de maio/14 foi de R$ 1.727.885,60 e cada unidade de fabricada teve um custo de R$ 49.368,16. A tabela a seguir ilustra o resumo do valor real da Viga Guia, retirado da figura 5-10. 49 Tabela 5-3 - Resumo - Custo Real Viga Guia Fonte: Os autores (2014). 5.6.4 Análise de Custos Com os valores previstos e reais consolidados em seguida é realizado a junção dos mesmos para a realização da análise de custo utilizando-se o programa SCA ANÁLISE, que permite a exportação dos resultados obtidos pelos programas anteriores já citados, demonstrando os desvios que ocorreram em cada etapa da construção. Para se ter um análise com mais exatidão é imprescindível agendar uma reunião com as equipes envolvidas nos determinados serviços da obra para analisar os números, incluir as justificativas dos desvios, e encontrar a melhor forma de obter o maior ganho e amenizar onde estiver havendo as maiores perdas. A figura a seguir exportado do SCA ANÁLISE coloca em evidência as diferenças dos valores previsto x valores real, indicando os desvios que houve no mês de fechamento. 50 Figura 5-11 - Detalhamento da análise de custos previsto x real. A figura mostra a integração entre o custo previsto x custo real, demonstrando o desvio sendo positivo ou negativo. No caso a fabricação de vigas guia houve um desvio negativo no mês de maio/14 de R$ (49.305) no acumulado da obra esta com desvio positivo de R$ 114.497. Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014). No caso na fabricação de vigas guia, a quantidade fabricada no mês de maio/14 foi de 35 unidades e o valor previsto orçado pelo programa CUSTO PROGRAMADO foi de R$ 47.959,00 por unidade. Após realizar o fechamento de custo no programa SCA CUSTEIO o valor real da viga guia foi de R$ 49.368,16. A tabela 5-4 representa a análise do serviço multiplicando com a quantidade de vigas guia fabricadas durante o mês. Tabela 5-4 – Verificação de desvio no serviço em Maio/2014 Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014). O desvio que houve durante o fechamento no mês de maio/14 foi de - R$ 49.305,20. Compete ao setor de Controle de Custos analisar para saber onde está a perda, em sequência os números deverão ser avaliados pelos gestores com o intuito 51 de atuarem com um plano de ação para melhorar o resultado do serviço em questão. 5.6.5 Análise dos desvios ocorridos na Fabricação de Vigas Guia Para a verificação do desvio há a necessidade de fazer uma separação por tipo de despesa (equipamentos, mão de obra, materiais e subempreiteiro). Com os dados separados fica mais visível a apresentação dos números e coloca em evidência os desvios possibilitando a averiguação de qual grupo de despesa está ocorrendo os custos que necessitam ser examinados. Para realização do agrupamento por tipos de despesas é realizado pelo programa SCA Análise, que permite dividir todos os custos nos devidos grupos que ocorreram durante o mês de execução. Os grupos de despesa é separado pelos custos de equipamentos, mão de obra, materiais e pagamentos/subempreteiros. A figura a seguir representa o demonstrativo de desvio de custo, exportado pelo programa SCA Análise. A partir disso é possivel agendar uma reunião com a equipe responsável pelo serviço e fazer a análise dos custos, o objetivo da reunião é verificar se o valor do serviço está condizente com o previsto que foi orçado e colocar as justificativas de onde está havendo a perda, para o setor de Produção atuar com o finalidade de minimizar o resultado do serviço. 52 Figura 5-12 - Demonstrativo de desvios custos. A figura apresenta os custos reais e previstos em relação com a quantidade de vigas fabricadas durante o mês de Maio/14 separado por grupo de despesa, apresentando os desvios e colocando as justificativas que ocorreram durante a fabricação. Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014). Na reunião de custos analisando os números separados por tipo de despesa é possível verificar onde está o desvio. No caso a fabricação de vigas, ocorreram no grupo de equipamentos e mão de obra, demonstrado na figura 5-12. Para a inclusão das justificativas é necessário a avaliação dos custos previstos com os custos reais, com isso é possível discriminar com detalhes onde irá ser atuação dos gestores da área para reverter o resultado do serviço. Em relação ao desvio que ocorreu no grupo de equipamentos, analisando o custo previsto com o custo real do mês, fica evidente qual equipamento que está influenciando no resultado do serviço. 53 A tabela a seguir representa o detalhamento do grupo de equipamentos, apresentando os desvios que houveram no fechamento do mês de maio/14. Tabela 5-5 - Detalhamento do grupo de equipamentos Fonte: Os autores (2014). Observa-se que os maiores diferenças foram no Compressor Pneumatico (-R$ 31.145,31) e Guindaste Pórtico (-R$41.610,00). Sabendo em quais equipamentos ocorreram os desvios os gestores responsáveis pelo serviço terão ciência e poderão agir exatamente no equipamento que está causando as diferenças. No exemplo da figura 5-12, as justificativas apresentadas foram que o Guindaste Pórtico não estava na previsão do orçamento, mas houve a necessidade de contratação e em relação ao Compressor Pneumático houve uma adptação no equipamento para melhor atender as necessidades do serviço. No grupo de mão de obra, é realizado o mesmo processo feito nos equipamentos para verificação das diferenças que ocorreram no mês de fechamento de custos. A tabela a seguir representa o detalhamento do grupo de mão de obra, apresentando os desvios que ocorreram no fechamento do mês de Maio/14. 54 Tabela 5-6 – Detalhamento do grupo de mão de obra em Maio/14 Fonte: Os autores (2014). Observa-se que os maiores desvios foram as funções de carpinteiro (-R$ 5.490,00) e sinaleiro (-R$9.804,00), os mesmos não foram previsto no orçamento, mas houve a necessidade de contratação, os outros desvios nas distintas funções (feitor, soldador, montador), constata que houve o excesso de horas extras. Com os custos examinados os gestores podem atuar para com o plano de ação para reverter ou minimizar o resultado do serviço. Conlui-se que para uma boa gestão de custos é necessário verificar se as ações ordenadas estão sendo executados de acordo com o planejamento e em relação ao previsto, dentro das regras definidas pela empresa, e quando necessário tomar decisões visando corrigir os planos, execução e os resultados. 55 6 ANÁLISE DOS RESULTADOS Com a obtenção dos resultados verificados com o fechamento dos custos podemos comparar os valores previstos e reais de todos os serviços realizados durante o período. Estudando os resultados podemos observar alguns serviços com custos mais elevados do que o previsto e outros com a produtividade maior que a esperada. Para que estas diferenças sejam reorganizadas é realizado um procedimento para uma conciliação entre os valores obtendo um resultado separado por tipo de despesa, indireta aquela que é proveniente dos setores de apoio e a direta que é proveniente dos custos que foram necessários para executarem os serviços. Para o acompanhamento de resultados é necessário incluir o faturamento que se refere aos valores produzidos no mês. Não é utilizado necessariamente valores referentes à emissão de faturas, mas sim a produção executada durante o período. Com todos os dados alinhados e conciliados é realizado o cálculo do EVA (valor econômico agregado) que, segundo DAVIES (1996), traduz um resultado que demonstra se a empresa está ganhando, em um exercício, mais do que o custo de capital imputado aos seus recursos utilizados. Portando EVA é uma forma de medir a real lucratividade de uma operação ou empreendimento. De posse resultados podemos verificar o andamento do empreendimento como um todo, mês a mês, comparando os valores previstos e reais e verificando o resultado conforme todo o fechamento de mês. A figura a seguir exportada do programa PRA demonstra toda a memória de cálculo necessária para se chegar ao valor do EVA. 56 Figura 6-1 - Acompanhamento de Resultados A figura representa o detalhamento da memória de cálculo utilizado para se chegar ao EVA, indicando se houve lucro ou prejuízo no determinado mês de fechamento. Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014). Observa-se que para se chegar ao cálculo do valor do EVA é realizado um abatimento de todas as despesas diretas, indiretas, instalações, impostos e custo capital. 6.1 Detalhamento do resultado No exemplo da Figura 6-1, o valor do EVA previsto foi de (R$ 490.502) e o real (R$ 456.724), isso indica que no mês estudado a obra esta tendo um prejuízo de (-R$ 33.778). Depois dos dados integrados pelo programa PRA fica evidente que mesmo com um faturamento líquido real (R$ 21.529.298) maior do que o faturamento previsto (R$ 21.336.399) o resultado negativo ocorreu devido às despesas indiretas. 57 Analisando separadamente as despesas indiretas observa-se que houve um desvio de (-R$ 627.870). Faz-se necessário avaliar separadamente a despesa para saber qual o setor causou os desvios negativos. A figura a seguir exportada pelo programa SCA Análise representa os valores de despesas indiretas separadas por setores, indicando qual área está gastando mais do que o previsto. Figura 6-2- Despesas Indiretas em Maio/14 A figura ilustra o detalhamento das despesas indiretas, indicando qual o setor que esta causando o desvio. Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014). Observando o exemplo da Figura 6-2 é possível perceber que os setores que estão ocasionando o resultado negativo no fechamento do mês foram: Administração, Engenharia, Produção e Manutenção. Após a identificação e conhecimento das áreas que estão com resultado negativo os gerentes responsáveis por cada setor podem atuar estudando a melhor forma de cortar os custos na tentativa de reverter os números, pois os valores negativos estão implicando diretamente no resultado da obra. Por fim conclui-se que mesmo tendo um faturamento maior que o previsto as despesas reais devem estar sempre alinhadas para não ocorrer os desvios em relação ao orçamento, pois o indicador de resultado EVA é a chave para direcionar o gerente da obra na tomada de decisões. 58 7 CONSIDERAÇÕES Os resultados obtidos mostram a importância da adoção de uma metodologia para a realização de um adequado Controle de Custos em obras civis no Brasil, tendo em vista as possíveis interferências que possam haver e levando em conta a complexidade da obra estudada. Para um melhor controle se faz necessário lançar mão de ferramentas apropriadas que permitam avaliação física e financeira do empreendimento com respostas rápidas e eficazes. Entretanto, a dificuldade em se obter um controle totalmente eficaz ocorre devido às exigências que as ferramentas de controle necessitam. A identificação antecipada de problemas, como os desvios negativos das despesas indiretas e custos mais altos nos determinados serviços da obra, podem exigir mudanças na forma de trabalho para que possa tomar decisões com mais propriedade. A comparação entre os custos previstos e custos reais, apresentados pelos sistemas de gerenciamento são de suma importância, pois permitem que as empresas de construção civil consigam atingir o objetivo de se obter o custo real não ultrapassando o valor orçado. Atualmente existem empresas que no seu trabalho não utilizam nenhum tipo de sistema para controle de custos. Dessa forma, as mesmas deixam de ter ciência dos reais lucros e prejuízos que a execução dos determinados serviços da obra em tempo hábil. Com isso deixam de ter conhecimentos importantes que servirão para tomadas de decisões. 59 8 RECOMENDAÇÕES Para uma empresa concorrer em uma licitação, seja ela de pequeno a grande porte, se faz necessário que a mesma atenda a todos os requisitos exigidos no edital. De posse do orçamento é importante que a planilha seja bem estudada e que os preços nela contidos estejam condizentes com os preços praticados no mercado garantindo a lucratividade para não comprometer o desenvolvimento do projeto. A alta competitividade e a concorrência acirrada entre as empresas tornam-se as ferramentas de controle e gestão de custo um instrumento imprescindível para gerenciar a lucratividade, conhecer as despesas, comparar e controlar a evolução dos gastos. Por meio dessas ferramentas de controle as empresas conhecem seus limites e orientam o rumo do empreendimento, reduzindo os riscos e as incertezas do negócio. O diferencial das empresas que estão atuando na construção do Monotrilho da Linha 17 - Ouro tem acima das demais construtoras é a experiência profissional e os resultados conquistados utilizando o sistema de gestão de custos. Concedendo-lhe maior poder de competição diante da concorrência cada vez mais crescente no mercado de trabalho possibilitando que a empresa possa oferecer maior qualidade com o menor custo possível, visando à rentabilidade e a viabilidade econômica das empresas. Ao longo de todo o trabalho foi demonstrado a necessidade e importância de gestão de custos. Com esse sistema torna-se eficaz e rápida a tomada de decisões em um período menor de tempo. O mesmo não só é importante para a obra no presente, como também para futuras obras que poderão utilizar os resultados obtidos ajudando reduzir os riscos nos negócios. 60 REFERÊNCIAS ANGELO, J. S. V. Metodologia para Cálculo do BDI – Benefícios e Despesas Indiretas. VII – Congresso Brasileiro de Custos, Recife, PE, 04/08/2000. BAZANELLI, Ana Cristina Danelon Rigo. Uma nova abordagem do orçamento na construção civil frente à filosofia gerencial do pensamento enxuto. 2003. Campinas. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Estadual de Campinas. 157p. BAZANELLI, A.C.; DEMARZO, M.A.;CONTE, A.S. I. Otimização da planilha orçamentária de edificações através da aplicação dos princípios da lean construction , III Simpósio Brasileiro de Gestão e Economia da Construção - III SIBRAGEC,UFSCar, São Carlos, SP, 2003. Disponível em: <http://dc401.4shared.com/doc/FgM0INL2/preview.html> Acesso em: 18 Abr. 2014. CARVALHO, J. M. C. Logística. 3ª ed. Lisboa: Editora Silabo, 2002. CONSORCIO MONOTRILHO LINHA 17 OURO. Disponível em: <http://www.consorciomonotrilho.com.br/linha17ouro.html>. Acesso em: 17 Abr. 2014. CONTE, Antonio Sérgio Itri. Planejando a obra em ambientes enxutos – tendências e diretrizes. 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