CELSO YAMAMOTO ONO
VILMA MARIA DOS SANTOS
VITOR LENK FERREIRA
WALDINEYA DA SILVA
CONTROLE E GESTÃO DE CUSTOS EM OBRAS CIVIS
O CASO DO MONOTRILHO DE SÃO PAULO
SÃO PAULO
2014
2
CELSO YAMAMOTO ONO
VILMA MARIA DOS SANTOS
VITOR LENK FERREIRA
WALDINEYA DA SILVA
CONTROLE E GESTÃO DE CUSTOS EM OBRAS
CIVIS O CASO DO MONOTRILHO DE SÃO PAULO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como exigência parcial
para a obtenção do título de Graduação
do Curso de Engenharia Civil da
Universidade Anhembi Morumbi
Orientador: Profª. Me. Norma Gislene Urban Gomes
SÃO PAULO
2014
3
CELSO YAMAMOTO ONO
VILMA MARIA DOS SANTOS
VITOR LENK FERREIRA
WALDINEYA DA SILVA
CONTROLE E GESTÃO DE CUSTOS EM OBRAS
CIVIS O CASO DO MONOTRILHO DE SÃO PAULO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como exigência parcial
para a obtenção do título de Graduação
do Curso de Engenharia Civil da
Universidade Anhembi Morumbi
Trabalho____________ em: ____ de_______________de 2014.
______________________________________________
Profª. Me. Norma Gislene Urban Gomes
_____________________________________________
Nome do professor da banca
Comentários:_________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus por ter nos acompanhado neste caminho tão
sofrido, mas tão gratificante e permitir que tudo que sonhamos esteja se realizando.
Agradecemos também todos os professores que nos acompanharam durante a
graduação, em especial nossa orientadora Profª. Norma pela paciência, carinho e
compreensão. Foi essencial para realização deste trabalho, verdadeiro alicerce do
nosso sucesso.
5
RESUMO
A pesquisa em questão é sobre o controle e gestão de custos da obra do monotrilho
linha 17-Ouro que está sendo executada na cidade de São Paulo. Discute-se
primeiramente o conceito da importância de um sistema operacional de qualidade
com ferramentas precisas e bem interligadas para se fazer o controle de toda a
gestão administrativa. Em seguida, apresentam-se cada ferramenta e como elas são
utilizadas nesse controle e quais benefício que irão trazer para seus gestores.
Debate-se os conceitos de engenharia de custos praticados por gerentes de
planejamento em obras de construção civil. Conclui-se que para uma obra ter bons
resultados é necessário que se controle através de ferramentas que abranjam todos
os setores da obra e que os colaboradores sejam bem treinados com o intuito de
que todos os setores de planejamento, produção e controle de custos fiquem bem
alinhados.
Palavras Chave: CONTROLE, CUSTO, DESPESAS, DESVIOS, GESTÃO.
6
ABSTRACT
This research is about the control and management of costs of the construction on
the monorail line Gold-17 which is being executed in the city of São Paulo. Firstly
debate the importance of an operational system of quality tools needed and well
interconnected in order to do the whole administrative management. Followed by
presenting each tool and how they will be used in this control, and what benefits they
will bring to their managers. Debate the concept of engineering costs charged by
managers when planning the work in civil constructions. Conclusion is to have
successful construction results, it is necessary to control through tools that cover all
sectors of the construction and that employees are very well trained, in order to
ensure that all sectors of planning, production and cost control are well aligned.
Key Worlds: CONTROL, COSTS, EXPENSES, DIVERSIONS, MANAGEMENT.
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 3-1 - Programas utilizados para controle e gestão de custos......................... 18
Figura 3-2 - Fluxograma do sistema de apontamento eletrônico. ............................. 19
Figura 3-3 – Relatório de apontamento de mão de obra. .......................................... 20
Figura 3-4 – Programa para lançamentos de despesas. ........................................... 21
Figura 3-5 - Relatório fechamento de custos............................................................. 22
Figura 3-6 - Sistema de análise, integrando o custo previsto com o custo real de
cada serviço. ...................................................................................................... 23
Figura 4-1 - Diagrama de Gantt................................................................................. 27
Figura 4-2 - Caminho crítico PERTH/CPM. ............................................................... 28
Figura 4-3 - Curva ABC – Classificação dos itens..................................................... 30
Figura 5-1- Sistema Monotrilho ................................................................................. 34
Figura 5-2 - Mapa do trajeto da Linha Ouro - 17 ....................................................... 35
Figura 5-3 – Fases da montagem da estrutura do Monotrilho ................................... 37
Figura 5-4 - Fôrma da viga guia. ............................................................................... 40
Figura 5-5 - Armação da viga guia e protensão. ....................................................... 41
Figura 5-6 - Fechamento lateral da fôrma e concretagem. ....................................... 42
Figura 5-7 - Processo de cura e desfôrma da viga guia. ........................................... 43
Figura 5-8 - Lançamento da viga guia. ...................................................................... 44
Figura 5-9 - Composição de custo previsto da Fabricação de Vigas Guia ................ 46
Figura 5-10 - Detalhamento do custo real da viga guia. ............................................ 48
Figura 5-11 - Detalhamento da análise de custos previsto x real. ............................. 50
Figura 5-12 - Demonstrativo de desvios custos. ....................................................... 52
Figura 6-1 - Acompanhamento de Resultados .......................................................... 56
Figura 6-2- Despesas Indiretas em Maio/14.............................................................. 57
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 5-1 - Dados da Viga Guia .............................................................................. 38
Tabela 5-2 - Resumo do Custo Previsto ................................................................... 46
Tabela 5-3 - Resumo - Custo Real Viga Guia ........................................................... 49
Tabela 5-4 – Verificação de desvio no serviço em Maio/2014 .................................. 50
Tabela 5-5 - Detalhamento do grupo de equipamentos ............................................ 53
Tabela 5-6 – Detalhamento do grupo de mão de obra em Maio/14 .......................... 54
9
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AG
Andrade Gutierrez
BDI
Benefícios e Despesas Indiretas
CPTM
Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
EVA
Economic Value Added
PERTH
Program Evaluation And Review Technique
PMBOK
Project Management Body of Knowledge
PRA
Programa de Resultado Acumulado
NBR
Norma Brasileira
RH
Recursos Humanos
SA
Sociedade Anônima
SAPO
Sistema de Apontamento de Produção Obra
SCA
Sistema de Custeio e Análise
SUC
Sistema Único de Controle
WBS
Work Breakdown Structure
10
LISTA DE SÍMBOLOS
h
hora
Kg
Quilograma
Km
Quilometro
Km/h
Quilometro por hora
m
Metro
m²
Metro quadrado
m³
Metro cúbico
mpa
Mega pascal
Ton
Tonelada
%
Porcentagem
11
SUMÁRIO
p.
1
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
1.1
Objetivos ....................................................................................................... 14
1.1.1 Objetivos Gerais ........................................................................................... 14
1.1.2 Objetivos Específicos .................................................................................. 15
1.2
Justificativas ................................................................................................. 15
1.3
Abrangência .................................................................................................. 16
2
MÉTODO DE TRABALHO ................................................................................ 17
3
MATERIAIS E FERRAMENTAS ........................................................................ 18
4
CONTROLE E GESTÃO DE CUSTOS .............................................................. 24
4.1
Controle e Gestão de custos utilizando conceitos das construtoras de
obras civis................................................................................................................ 24
4.2
Controle e gestão de custos em obras utilizando os conceitos adotados
pela Construtora Andrade Gutierrez S.A. .............................................................. 30
4.2.1 Conceitos e critérios de padronização de custos. ....................................... 31
5
ESTUDO DE CASO ........................................................................................... 33
5.1
Sistema Monotrilho ...................................................................................... 33
5.2
Localização ................................................................................................... 34
5.3
Descrição do Projeto .................................................................................... 35
5.4
As Vigas Guias ............................................................................................. 36
5.4.1 Dados da Viga Guia .................................................................................... 37
5.5
Processo de fabricação do elemento pré-moldado Viga Guia ................. 38
5.5.1 Etapa 1: Preparação das fôrmas da viga guia ............................................ 39
12
5.5.2 Etapa 2: Armação da viga guia e protensão ............................................... 40
5.5.3 Etapa 3: Fechamento lateral da fôrma e concretagem. .............................. 41
5.5.4 Etapa 4: Processo de cura e desfôrma da viga guia ................................... 42
5.5.5 Etapa 5: Lançamento da viga guia .............................................................. 43
5.6
Controle e Gestão de Custos da Fabricação de Vigas Guias ................... 44
5.6.1 Custo Previsto da Fabricação de Vigas Guia .............................................. 45
5.6.2 Prazos e Metas – Cronograma de Execução .............................................. 47
5.6.3 Custo Real da Fabrição de Vigas Guias ..................................................... 47
5.6.4 Análise de Custos ....................................................................................... 49
5.6.5 Análise dos desvios ocorridos na Fabricação de Vigas Guia ...................... 51
6
6.1
ANÁLISE DOS RESULTADOS ......................................................................... 55
Detalhamento do resultado ......................................................................... 56
7
CONSIDERAÇÕES ........................................................................................... 58
8
RECOMENDAÇÕES.......................................................................................... 59
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 60
ANEXOS ..................................................................................................................... 1
13
1
INTRODUÇÃO
Ao se iniciar a construção de uma obra civil uma dúvida sempre se apresenta. Será
que os recursos disponíveis serão suficientes para se concluir a obra?
É de grande importância o planejamento de todo empreendimento para que cada
etapa seja realizada com eficácia. O primeiro passo necessário para um bom
controle de custos é a organização como um todo, observando a necessidade de um
plano discriminando as várias fases da execução da obra.
No entanto, as previsões dos custos quanto ao acompanhamento dos gastos devem
ter um nível de detalhamento suficiente para a conclusão da obra por fases.
“Considerando a relevância do planejamento que atualmente é um
dos principais fatores para o sucesso de qualquer empreendimento
da construção civil, para que se possa realizar uma gestão de custos
eficiente é necessária à criação de um sistema que canalize as
informações e conhecimentos que possam ser utilizados pela
empresa, sendo a realimentação do sistema uma de suas
características” (GOLDMAN, 2004, p.41).
No mercado existem vários recursos para controle de custos como: para previsões
das despesas dentro dos quais existem vários sistemas sendo alguns simples e
outros mais complexos, inclusive com as apropriações de custos contábeis
geralmente utilizados por grandes construtoras.
O processo de gestão e controle tem papel importantíssimo para o desenvolvimento
das empresas, objetivando este, a obterem ganhos de qualidade e produção.
Entretanto, busca-se explanar a ligação do planejamento (acompanhando o
cronograma de execução) com o controle na gestão empresarial que ao estruturar
estes processos podem contribuir para uma dinâmica de qualidade da empresa.
14
Enfim, como resultado, essas informações produzem dados que são repassados aos
gestores para que os mesmos tomem decisões mais acertadas, em tempo hábil,
simultaneamente a curto e longo prazo. Logo, objetivando a possibilidade de corrigir
ou melhorar erros na execução do projeto e com isto alcançar o custo previsto para
cada etapa do serviço.
1.1
Objetivos
O Foco principal deste trabalho é apresentar a eficiência do controle e gestão de
custos em obras civis, demonstrando o fechamento mensal das despesas que
ocorreram durante o período analisado, evidenciando o resultado, apontando
desvios positivos ou negativos, direcionando os gestores nas tomadas de decisões a
fim de reverter ou minimizar os custos.
1.1.1
Objetivos Gerais
O objetivo geral do trabalho é a identificação de instrumentos de controles e gestões
de custos para a construção de uma estrutura pré-moldada de um trecho do
Monotrilho - Linha 17 Ouro do metrô de São Paulo. Tem-se a finalidade de encontrar
o custo real da peça e os números aqui apresentados serão fictícios.
Dessa maneira, o controle e gestão de custos em obras têm como compromisso a
eficiência na redução dos gastos através de estudos e análises voltados para as
mudanças de processos construtivos e gestões financeiras adequadas.
Esta obra compõe o projeto que concerne fabricação e fornecimento de sistema do
material rodante e a execução de serviços civis contemplando uma frota de 24 trens
que deu início dia 11/08/2011 numa previsão de término em 31/01/2015 na qual
interligará o bairro do Morumbi ao Jabaquara e ao Aeroporto de Congonhas, com o
valor de contrato de R$ 1.722.861.098,54.
Enfim, os objetivos gerais ressaltam a importância de um estudo conciso e cauteloso
para uma gestão de custos adequada na realização da obra dentro do orçamento
15
contratual previsto e desta forma concluí-la com padrão de qualidade e baixos
custos.
1.1.2
Objetivos Específicos
- Identificar conceitos de análise de custos com produtividades e apontar lucro ou
prejuízo em determinados serviços da obra.
- Demonstrar a inter-relação do orçamento com a gestão e controle de custo
alinhado com o planejamento de execução da obra.
- Identificar as formas de acompanhamento e controle orçamentário.
- Elaborar estudo de caso da fabricação de vigas guia do Monotrilho.
1.2
Justificativas
Na área da construção civil o conhecimento das construtoras para oferecer uma obra
de grande porte é bem pequeno em relação ao mercado imobiliário. Tal dificuldade
se deve à complexidade de executar a obra devido ao uso de mão de obra
qualificada, equipamentos de uso específico e altos gastos com projetos.
A necessidade de obras de infraestrutura pesada se intensifica cada vez mais, como
exemplo: obras do metrô, monotrilho, portos, rodovias entre outros.
Construtoras e empreiteiras concentram-se e estudam os projetos na tentativa de
oferecerem os melhores preços, qualidade e menores prazos para a realização das
obras propostas. Para se executar essas obras de grande porte é necessário um
grande esquema de planejamento das mesmas, orçamentos e metodologias de
trabalho são fundamentais para que a obra cumpra os prazos e custos.
O controle e gestão de custos prevêem distintas metodologias que estabelecem
critérios para o acompanhamento dos custos conforme a execução dos serviços. As
16
gestões das obras oferecem comparativos com os orçamentos, numa dinâmica de
trabalho, conferindo a produtividade e a produção dos processos.
Quando o sistema de gestão e controle de custos é eficiente e utiliza toda a
tecnologia disponível é possível diminuir o fluxo de papel, implantando um sistema
de apontamento eletrônico para acompanhamento dos serviços e maior precisão e
rapidez nas informações entre campo e escritório. Realizar o detalhamento das
várias etapas do planejamento é fundamental para o sucesso do empreendimento.
1.3
Abrangência
Com o intuito de demonstrar a importância da gestão de custos no decorrer da
construção da obra o trabalho irá abordar os conceitos necessários para se obter um
adequado controle das despesas que ocorrerão ao longo da montagem do
empreendimento.
Adotaremos uma metodologia em que, ao longo do trabalho, apresentaremos as
diretrizes para o acompanhamento de cada despesa e a forma a serem tratadas.
Neste caso, não serão abordadas as metodologias de montagem de orçamentos e
sim o acompanhamento dos custos previstos do orçamento em relação ao custo real
durante os meses da construção do empreendimento.
17
2 MÉTODO DE TRABALHO
No intuito de concluir o objetivo proposto desenvolvemos a seguinte metodologia:
realização de uma revisão bibliográfica sobre os métodos de acompanhamento dos
custos previstos com o realizado e análise de resultados acompanhados do
planejamento e controle de custos.
Na sequência elaboramos um estudo de caso onde se acompanha os custos com da
fabricação de vigas guia do Monotrilho de São Paulo, de responsabilidades das
construtoras consorciadas Andrade Gutierrez S.A. e C.R Almeida S.A. Utilizando os
conceitos de controle adotados pela líder de contrato (Construtora Andrade Gutierrez
S.A), verificando os desvios de custos sendo positivo ou negativo, e para isso será
utilizado algumas ferramentas apontadas no desenvolvimento do trabalho.
Com os resultados encontrados pretendemos demonstrar a importância da gestão
de custos, colocando em evidência os pontos a serem melhorados e as dificuldades
encontradas na prática e não previstas na teoria.
Enfim, concluímos que os custos serão obtidos através de diversos programas que
estarão apontando todos os dias o volume de trabalho para a realização do mesmo
e ao final de um mês esses valores serão fechados e dessa maneira será possível
identificar o custo unitário para a realização de cada etapa do serviço. Com base
nesses dados é fácil determinar quando a etapa é mais ou menos rentável.
18
3 MATERIAIS E FERRAMENTAS
Na área de controle e gestão de custos o principal desafio é ter o conhecimento de
tudo que ocorre dentro de uma obra, desde a compra de uma simples ferramenta até
o recebimento de medições durante todo o empreendimento.
Sendo assim, tudo que envolve despesas, faturamento, compras de material e
pagamentos de salários deverão ser filtrados e contabilizados pelo setor
responsável, pois só assim é possível diagnosticar os custos comparando as
despesas previstas com o trabalho realizado.
Entretanto, para a tomada de decisões se faz necessário um alinhamento rígido com
os setores de produção, planejamento, medição, subempreiteiros, técnica, RH, entre
outros. Sem esse fluxo seria impossível chegar ao custo unitário real de um serviço,
produtividade (homem/hora), custo por peças pré-moldadas e despesa de cada
setor.
Todavia, os trabalhos diários requerem cuidados principalmente por lidar com
números de grandes valores, pois dependendo da decisão a ser tomada a mesma
poderá influenciar diretamente no lucro ou prejuízo da obra.
No entanto, com o objetivo de controlar custos e minimizar riscos de prejuízos são
inerentes as ferramentas de gestão e acompanhamento conforme os programas
abaixo relacionados:
Figura 3-1 - Programas utilizados para controle e gestão de custos.
Softwares utilizados pela Construtora Andrade Gutierrez S.A.
Fonte: Metaframe – Servidor de Aplicações AG (2014).
Custo Programado: programa que utiliza a planilha de orçamento (custo previsto)
para a montagem de composições, detalhando as quantidades de insumos, custo
19
com subempreiteiros e horas de mão de obra e equipamentos necessários para
cada etapa do serviço a ser executado.
PRA (Programa de resultado acumulado): utilizado para agrupar os dados e verificar
o lucro (EVA: Economic Value Added). Módulo utilizado pelas empresas de grande
porte para acompanhar o indicador que mede a parcela do lucro mínimo necessário
em função do risco do negócio.
Construmobil: sistema de apontamento eletrônico utilizado para substituir os
apontamentos de mão de obra e equipamentos que antes eram feitos por fichas em
papel, utilizando celulares em uma gestão on-line. O principal benefício é o maior
controle de produtividade dos equipamentos e dos coeficientes de mão de obra,
além da agilidade na tomada de decisões. O que era estabelecido nas fichas de
papel tornou-se uma tela no celular e o operador não precisa mais escrever, ele
apenas digita uma informação numérica ou seleciona opções já listadas, o que traz
mais qualidade ao processo, em tempo real que são transmitidos aos servidores e
pode ser visto via web acompanhando onde cada equipamento/funcionário está
trabalhando e qual a etapa da obra.
Figura 3-2 - Fluxograma do sistema de apontamento eletrônico.
A figura mostra o sistema de apontamento eletrônico realizado pelo aparelho celular, substituindo
o apontamento via papel.
Fonte: Simova ConstruMobil (2013).
20
SAPO (Sistema de apontamento produção obra): programa desenvolvido para
extrair e contabilizar todos os apontamentos registrados pelo sistema Construmobil.
A figura a seguir representa os apontamentos realizados durante o turno de serviço
exportado do programa Construmobil e contabilizado pelo SAPO.
Figura 3-3 – Relatório de apontamento de mão de obra.
Observa-se os apontamentos de campo realizado pelo aparelho celular integrado com o SAPO,
apresentando as horas apontadas nos determinados serviços.
Fonte: Metaframe – Servidor de Aplicações AG (2014).
SUC (Sistema único de controle): programa utilizado para inclusão de todos os
pagamentos de contas nas quais englobam, materiais, medição de subempreiteiros
e folhas de pagamentos são contabilizados pelo SUC com uma interface de todos os
setores da obra.
A figura a seguir ilustra o programa com os recursos disponíveis para possibilitar a
inclusão das despesas que ocorreram durante o período de construção do
empreendimento.
21
Figura 3-4 – Programa para lançamentos de despesas.
Sistema utilizado para lançamentos de despesas financeiras, compras de materiais e folha de
pagamento.
Fonte: Metaframe – Servidor de Aplicações AG (2014).
SCA Custeio: programa utilizado para realizar o fechamento de custo mensal da
obra. Este programa permite um agrupamento de todas as despesas financeiras e
apontamentos de mão de obra e equipamentos lançados durante o mês pelos
programas apresentados anteriormente denominados
SUC e Construmobil,
respectivamente.
Os registros das despesas lançados pelo SUC e os apontamentos de mão de obra e
equipamentos desempenhados pelo Construmobil são extraídos e contabilizados
pelo programa SCA Custeio, permitindo realizar o fechamento de custo do mês,
agrupando todos os dados com o objetivo de apresentar o valor final do serviço no
período de fechamento analisado.
A figura a seguir representa o custo de um determinado serviço, demonstrando os
apontamentos de mão de obra e as despesas que houve durante o mês.
22
Figura 3-5 - Relatório fechamento de custos.
Relatório retirado do programa SCA Custeio integrando os custos lançados pelos sistemas
anteriores, alcançando o custo real do mês de um serviço executado na obra.
Fonte: Metaframe – Servidor de Aplicações AG (2014).
SCA Análise: programa utilizado para analisar os custos (previsto e real). Após
realizar os fechamentos dos serviços executados durante o mês pelo programa SCA
Custeio é realizado a análise das informações obtidas, sendo necessário verificar os
desvios que ocorreram no fechamento.
Em função do previsto verifica-se onde houve os desvios e os serviços que foram
executados com maior produtividade e menos custo. Comparando desta forma, o
SCA Custeio x Custo Programado, permitindo saber quais os serviços que houve
maior lucratividade e os demais serviços que saíram do orçamento.
A figura a seguir ilustra o programa SCA Análise que demonstra os valores previstos
e reais que ocorreram durante o fechamento de custo.
23
Figura 3-6 - Sistema de análise, integrando o custo previsto com o custo real
de cada serviço.
A figura demonstra a integração do custo previsto x custo real, apresentando o desvio de cada
serviço.
Fonte: Metaframe – Servidor de Aplicações AG (2014).
24
4 CONTROLE E GESTÃO DE CUSTOS
Neste capítulo serão abordados dois conceitos de gestão e controle de custos, um
utilizado em construtoras de obras civis e outro utilizado pela construtora líder no
Consórcio que está construindo o Monotrilho Linha 17 – Ouro.
Os dois métodos de gestão são eficientes, e demonstram eficácia nos resultados,
porém as metodologias e os conceitos são diferentes.
4.1
Controle e Gestão de custos utilizando conceitos das construtoras
de obras civis.
Na execução de uma obra de grande porte é necessária a quantificação e
qualificação dos insumos utilizados para a realização dos serviços que determinam a
execução de um projeto e/ou empreendimento de qualidade dentro do orçamento
previsto.
As especificações da mão de obra, levantamento e/ou quantificação dos materiais e
equipamentos que serão utilizados e/ou alocados devem ser o ponto de partida para
o gerenciamento e planejamento dos empreendimentos relacionados com a
construção civil. Observa-se nesta etapa do trabalho e/ou planejamento e
gerenciamento que todos os projetos devem estar bem coesos e sem margens de
erros para que não seja prejudicial ao planejamento. Portanto, os projetos devem ser
analisados,
corrigidos
e
fechados
juntamente
com
o
cliente,
parceiros,
empreendedores, construtores, entre outros, e desta forma todos que estão
envolvidos nas equipes de trabalho.
Desta maneira, a partir da quantificação dos serviços as composições de custos se
relacionam com os consumos de materiais, mão de obra e equipamentos
necessários para concluir cada etapa de um determinado serviço, assim como o
dimensionamento do tempo que será gasto para realizar o projeto. Quando se fala
de projeto refere-se ao trabalho na construção de um empreendimento e/ou
desenvolvimento de um produto (FREIRE, 2011).
25
Portanto, o projeto é a base para o desenvolvimento na execução da obra. De posse
dos projetos é possível elaborar todo o levantamento de materiais e serviços que
darão base para o orçamento.
“O orçamento discriminado, também chamado de Orçamento
Convencional, é o sistema mais utilizado entre as empresas para
levantamento de custos e geração de planilhas que contenham
informações dos serviços a serem realizados" (BAZANELLI, 2003).
No entanto, as variáveis utilizadas destes serviços num orçamento não podem ser
previamente fixadas, pois devem ser calculadas com base nas informações do
projeto da obra a ser executada. Por exemplo: no levantamento do consumo de
concreto, a medição poderá ser feita em metragem cúbica para determinado serviço,
no qual abrangerá quantidades no consumo de material, mão de obra e
equipamentos (CONTE, 1999).
Ainda de acordo com o exposto acima, os custos resultam da discriminação de
serviços necessários à execução da obra, e acompanhados das quantidades
necessárias e suas respectivas unidades de medidas que podem ser metro
quadrado, metro linear, metro cúbico, verbas de serviços, entre outros. A partir daí,
são levantados os custos unitários, que serão subdivididos em insumos, os quais
recebem índices de produtividades padrão. Esta etapa pode-ser denominada “work
breakdown structure (WBS)” (PMBOK, 2004). WBS é um processo de subdivisão
das entregas e do trabalho do projeto em componentes menores e mais facilmente
gerenciáveis.
Entretanto, para a subdivisão dos trabalhos é necessário que se estime os custos e
para isso é utilizado variáveis comuns para esses cálculos. Dentre elas tem o BDI
(Benefícios e Despesas Indiretas) que corresponde a uma taxa gerada pelas
despesas indiretas e o lucro que nos permite apurar seu custo total. Esta taxa tanto
pode ser aplicada na composição dos custos unitários, como pode ser aplicada
diretamente ao final do orçamento, sobre o custo total, com objetivo de conseguir o
preço de execução do projeto (ANGELO, 2000).
26
Desta forma, normalmente utiliza-se de um coeficiente multiplicador com valores
diferentes para mão de obra e para os serviços gerais. Porém DIAS (2011) cita que
em algumas situações pode-se solicitar que se calcule um BDI exclusivo para
aplicação sobre o fornecimento dos materiais de alto consumo que contém os custos
mais elevados de projeto.
Em toda estimativa de custos sempre existirá uma margem de erros. Nas licitações
públicas a margem de erro a ser admitido de acordo com o previsto na lei Nº
8.666/93 é de 5 a 10%. Essas margens de erros podem ocasionar a necessidade do
pedido de aditivo deste contrato em alguma etapa executiva do projeto. Neste caso,
não aceitar o aditivo contratual torna-se passível de uma eventual ação judicial por
prejuízos inerentes a mesma.
Conforme DIAS (2011): “evitar a elaboração de aditivo contratual,
quando necessário, é um autoritarismo que merece que a autoridade
pública receba uma punição, seja administrativa ou judicial. Não é
razoável quanto à ordem econômica”.
Ainda assim, conforme DIAS (2011): “para facilitar a análise,
negociação e aprovação de um aditivo contratual é muito importante
que a proposta de preços seja exigida aberta, isto é, contenha os
seguintes formulários de acordo com a engenharia de custos:
composição de preços unitários de serviços, detalhamento do cálculo
dos encargos sociais e detalhamento do cálculo do BDI”.
Entretanto, a engenharia de custos não se encerra com a previsão dos custos do
projeto ou empreendimento. Ela segue a todo vapor na fase construtiva e executiva,
exigindo rigor, através do planejamento, controle, acompanhamento de custos e
definição dos custos para a manutenção da mesma. Ela fornece a base necessária
para a elaboração de planilhas e para a montagem de bancos de dados
extremamente úteis à empresa gestora do projeto. Esses dados são fundamentais
para a análise dos serviços executados para cada etapa da obra e para projetos
futuros.
27
Com base nos dados obtidos fica possível se traçar um cronograma físico –
financeiro da execução do empreendimento. Esse cronograma é representado
graficamente como um plano de execução do projeto e deve representar todas as
fases executivas, desde a mobilização, passando por todas as atividades previstas
no projeto, até a desmobilização do canteiro de obras.
Para o cronograma físico-financeiro, DIAS (2004) cita que pode-se adotar o
Diagrama de Gantt, ilustrando graficamente os avanços das diferentes etapas do
projeto, representando o início e fim de cada etapa do processo. Então, através
desse gráfico é possível analisar o empenho de cada membro do grupo, desde que
estejam associadas às tarefas e aos recursos necessários ao desempenho dela.
Figura 4-1 - Diagrama de Gantt.
A figura apresenta os avanços das diferentes etapas, representando o início e fim de cada processo.
Fonte: Diagrama de Gantt (WALLACE CLARK, 1982)
A partir do cronograma físico – financeiro fica possível identificar os custos
separados, por exemplo: quanto foi gasto com os colaboradores do setor da
produção em uma quinzena de trabalho e o retorno financeiro correspondente.
Ainda de acordo com DIAS (2004): “uma das mais conhecidas
técnicas
de
planejamento
e
controle
de
projetos
e
ou/empreendimento é o [ Program Evaluation And Review Technique
– Critical Path Method ] conhecida pela sigla PERTH/CPM.”
Dentro da linguagem do controle e planejamento entende-se como o caminho crítico
PERTH/CPM. Essa tecnologia foi desenvolvida em 1950 e utiliza o sistema de redes
(grafos) para a visualização do planejamento e coordenação do projeto ou
empreendimento.
28
Para DIAS (2004): “PERT nada mais é que um método de
planejamento, replanejamento e avaliação de progresso, destinado
ao controle do projeto”.
De acordo com NOGUEIRA (2005): “essa rede pode ser construída
utilizando arcos para representar as atividades e nós para separar
essas atividades das atividades precedentes“.
A figura a seguir ilustra a rede conforme exemplo dado:
Figura 4-2 - Caminho crítico PERTH/CPM.
A figura mostra a rede de caminho crítico dentro da linguagem de controle e planejamento.
Fonte: Pesquisa operacional PERT/CPM (NOGUEIRA, 2005)
O plano de operação acima está relacionado ao controle financeiro da construção ou
empreendimento, e para que isso ocorra de uma forma engrenada são necessários
definições dos planos de controle a serem aplicados e também uma fiscalização
rígida e bem preparada.
Normalmente, aplica-se o controle de recursos de contas a receber e o controle de
desembolso que se referem às contas a pagar. Esses planos de controle recebem
uma fiscalização administrativa.
29
Para o controle de programa de prazos e controle de orçamentos a fiscalização é
realizada por uma equipe técnica que compatibilizará as datas de entrega das
atividades a serem concluídas com as datas de desembolso e reembolso.
Em todo projeto e/ou empreendimento no decorrer e final da execução das
atividades é elaborado um gráfico de curva ABC, no qual irá conter informações
importantes dos itens mais significativos da obra, os quais o gerente deverá dispor
de mais atenção. Neste tipo de gráfico localiza-se a faixa A que representa a
economia importante do empreendimento. Os itens da classe C têm uma menor
importância e por isso recebem menor atenção. Os itens da classe B têm
importância intermediária (CARVALHO, 2002).
De acordo com MELLO (2014): “é importante deixar claro que o uso
da Curva ABC pode acontecer sempre que o gestor tiver a
necessidade de classificar objetivando facilitar seu processo de
tomada de decisão”.
Porém, de acordo com MATTOS (2006), a Curva ABC de insumos é exatamente
uma relação de insumos, em ordem decrescente de custos. No topo estão os
principais insumos da obra em termos de custo, à medida que a tabulação vai
descendo, vão surgindo os insumos menos significativos.
Na figura 4-3 tem-se a demonstração da Curva ABC de insumos da obra. Ela nada
mais é do que a tabulação dos insumos em ordem decrescente de custo total, indo
do mais representativo em termos de custo – no caso, o azulejo, que responde por
32,00% do custo da obra - até o menos representativo – a lixa (0,10%).
30
Figura 4-3 - Curva ABC – Classificação dos itens.
Observa-se que nada mais é do que uma tabulação dos insumos em ordem decrescente, indo do
mais representativo em termos de custo (A) até o menos representativo (C).
Fonte: Curva ABC de insumos da obra (MATTOS, 2006).
4.2
Controle e gestão de custos em obras utilizando os conceitos
adotados pela Construtora Andrade Gutierrez S.A.
O setor de controle e gestão de custos tem como função verificar se as ações
ordenadas estão sendo executadas de acordo com o planejamento dentro das
regras definidas pela empresa e, quando necessário tomar decisões para corrigir os
planos, a execução e/ou os resultados.
De acordo com o Manual de Controle de Custos elaborado no ano de 2009 pela
Construtora Andrade Gutierrez S.A. com o intuito à padronização dos critérios de
apuração de resultados da área de controle e gestão empregando os conceitos
fundamentais com a importância de preservar a uniformidade dos resultados da
empresa. Porém, como todo o trabalho para apuração de produção, faturamento e
despesas orientam-se pelo centro de custos, entendemos que devemos iniciar com
a definição de conceitos e critérios de padronização.
31
4.2.1 Conceitos e critérios de padronização de custos.
Centro de custos: refere-se a contas e onde serão alocados todos os custos e
despesas, serviços a serem executadas, seções indiretas (setores de apoio),
estruturas a serem construídas. Também, os equipamentos da empresa próprios e
alugados são tratados como centro de custos, pois recebem despesas (peças,
combustível, lubrificantes, mão de obra, depreciação, etc).
Mão de obra: analisada e separada por mão de obra direta e indireta.
Mão de obra direta: são as funções que executam o serviço de campo (serventes,
pedreiros, carpinteiros, soldador, etc) interligando diretamente nas montagens das
estruturas. Nesta envergadura, o custo unitário mensal de uma função exercida de
mão de obra direta ou de operação (custo/h) é calculado dividindo-se o somatório
dos salários totais (mensais) de todos os funcionários desta mesma função pelo total
de suas horas sendo apontas no serviço realizado por cada funcionário.
Mão de obra indireta: esta se refere à mão de obra de apoio à construção da obra
(encarregados, engenheiros, técnicos administrativos, auxiliares, gerentes, entre
outros) é calculada no centro de custo que o funcionário estiver cadastrado pelo
valor total de seu salário.
Despesas diretas: são as despesas ligadas diretamente à execução dos serviços.
Trata-se da provisão ou pagamento dos materiais necessários à produção, no qual
poderíamos dizer que a despesa direta se incorpora ao serviço.
Despesas indiretas: são gastos administrativos ou de apoio local necessário à
execução do objeto do contrato. Os materiais indiretos são considerados de apoio
como, por exemplo: computadores, materiais de escritório, gastos com viagens,
contas com escritório. Estes gastos referem-se às áreas indiretas que apóiam todos
os setores da obra como a administração, engenharia, meio ambiente, segurança do
trabalho, controladoria, etc.
32
Apontamento de campo: é o registro de fatos ocorridos na obra e que reunidos
permitem ao setor de controle de custos possa alimentar um sistema de
apontamento de produção na obra. O apontamento é a origem de todas as
informações, por isto, devem expressar com exatidão os fatos ocorridos no
empreendimento e eles devem ser claros, precisos e detalhados para que sejam
obtidas todas as informações necessárias. E também, divididos em apontamentos
de mão de obra direta e equipamentos que apuram com exatidão cada colaborador
e máquina trabalhando para agregar ao valor do serviço.
Ainda assim, caso o equipamento seja da construtora, é calculado a depreciação do
mesmo de acordo com o método de tabelas que se enquadra o equipamento e
obtém-se a parcela a ser depreciada em horas ou quilômetros dependendo do tipo
de equipamento.
Faturamento: refere-se aos valores produzidos no mês (executado), medidos ou a
medir (quantidade x preço). O faturamento não significa, necessariamente, emissão
de faturas, mas sim produção executada, porém serviços sem preços aprovados só
devem ser considerados no faturamento da obra com a certeza de aprovação pelo
cliente.
No que diz respeito ao método de trabalho a ser seguido entende-se que é regrado
e os colaboradores são treinados, pois o trabalho realizado hoje e os números
conquistados são obtidos pela gestão de custos e necessários para elaboração de
orçamentos para eventuais obras a serem conquistadas.
33
5 ESTUDO DE CASO
Para a realização do estudo de caso sobre o método de controle e gestão de custos
na fabricação de vigas guia, foi necessário por motivos de confidencialidade adotar
os valores apresentados não condizentes com os reais. Essa prática permite
demonstrar os índices de acerto ou erros na exata proporção com os valores reais
consolidados.
A metodologia de controle e gestão de custos que o trabalho apresenta são
conceitos adotados pela empresa líder de contrato que é a Construtora Andrade
Gutierrez S.A, onde a própria empresa possui um sistema individualizado de controle
de custos.
O estudo apresenta a simulação de um fechamento de custos demonstrando um
comparativo entre o orçamento previsto que é composto por um levantamento
quantitativo dos materiais utilizados para a execução da mesma, custos totais com
mão de obra e ainda são computados os custos complementares, incidentes para a
fabricação de vigas. Ao final a comparação do custo previsto com realizado e a
demonstração dos desvios, sendo estes positivos ou negativos.
5.1
Sistema Monotrilho
O monotrilho é um sistema de transporte inovador em nível elevado, a sua estrutura
contém duas vigas de concreto longitudinais de 0,70m de largura e 1,3m de altura
separadas de 3,25m criando um espaço vazado ao longo de todo o trajeto.
Os trens do monotrilho são movidos a eletricidade e trafegam com pneus de
borracha para suporte a tração, tornando a operação silenciosa e confortável,
proporcionando baixa emissão de ruídos comparando com os sistemas de transporte
público que a cidade de São Paulo oferece e maior flexibilidade para vencer rampas
acima de 4% de declividade.
34
A tecnologia do monotrilho se mostra mais favorável para o trajeto da linha Ouro 17,
pois o traçado proposto irá passar por espigões, vales e áreas residenciais.
A figura a seguir ilustra a inserção do sistema monotrilho trafegando entre as áreas
residenciais.
Figura 5-1- Sistema Monotrilho
A figura demonstra como irá ficar a situação final depois de implantado o sistema monotrilho
implantado no trecho Congonhas - Água Espraiada.
Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014).
5.2
Localização
A linha 17 - Ouro faz parte do plano de expansão da rede metroferroviária da cidade
de São Paulo e o projeto quando implantado contribuirá para a melhoria dos
sistemas de transporte público, ligando a Estação Jabaquara até a Estação Morumbi
da CPTM e a Estação Aeroporto até o encontro com o trecho projetado da Avenida
35
Jornalista Roberto Marinho (11,0 km), e trecho 3 entre as Estações Morumbi (CPTM)
e São Paulo/Morumbi, da linha 4 – Amarela, do metrô (6,9 km).
A operação deverá contar em sua fase final de implantação com dois serviços: um
entre as estações São Judas (metrô) e São Paulo/Morumbi (metrô) e outro entre as
Estações Jabaquara (metrô) e São Paulo/Morumbi (metrô). Os dois serviços
compartilharão da mesma infraestrutura implantada ao longo do trecho comum:
desde a Avenida Jornalista Roberto Marinho até a Estação São Paulo/Morumbi, da
linha 4 Amarela do metrô.
Figura 5-2 - Mapa do trajeto da Linha Ouro - 17
Mapa do traçado proposto para implantação da linha 17 - Ouro.
Fonte: Metrô – SP
5.3
Descrição do Projeto
De acordo com a EIA RIMA – Estudo de IMPACTO AMBIENTAL E RELATÓRIO DE
IMPACTO AMBIENTAL, concedido pelo Consórcio Monotrilho Integração e
procurando atender as exigências de implantação, pressupostos foram avaliados
várias alternativas que pudessem desempenhar as funções preconizadas foram
implantadas:
- Ter desempenho de velocidade média acima de 35 km/h, compatível com as
funções de rede de metrô.
- Velocidade operacional máxima deverá ser de 90 km/h.
36
- Ser propício à operação em pequenos intervalos, adequando-se a incrementos de
demanda e tempo de espera reduzido nas estações.
- Oferecer regularidade, confiança e segurança aos operadores e usuários.
- Ter adequada acessibilidade às estações, comodidade nas transferências e
integração tarifária através de bilhetes eletrônicos.
Os estudos realizados para o projeto funcional da ligação do aeroporto de
congonhas à rede metroferroviária o monotrilho deve causar menor impacto no meio
ambiente, seja em termos de ruídos, emissão de poluentes, ou obstrução visual e
efeito sombra das estruturas de suporte.
Assim foram levantadas as seguintes premissas básicas:
- Equilíbrio econômico-financeiro do empreendimento.
- Implantação do sistema em: Estação Jabaquara até a Estação Morumbi da CPTM
e Estação Aeroporto até o encontro com o trecho projetado na Avenida Jornalista
Roberto Marinho (11,0 km), e trecho 3, entre as estações Morumbi (CPTM) e São
Paulo/Morumbi, da Linha 4-Amarela, do Metrô (6,9 km).
- A capacidade de transporte exigida no projeto, em regime normal de operação,
deverá ser de 20.000 passageiros por hora e por sentido, em todos os trechos e em
todas as fases de implantação.
- Os trens deverão ter capacidade mínima de 400 passageiros, sendo que, no
mínimo, 12% deverão ser transportados sentados (deverá existir, pelo menos, dois
bancos para obesos), considerando-se o nível de conforto de 6 passageiros/m².
- Os trens deverão ter ar condicionado e engates automáticos.
Os estudos referentes revelam que a solução como monotrilho ganha evidência por
reunir melhor qualificação para inserção de soluções elevadas que por terem custos
de implantação menores que subterrâneas, resultam melhor relação custo/benefício
para o transporte de demandas de média capacidade.
5.4
As Vigas Guias
A característica principal do sistema monotrilho é ser um sistema de transporte
coletivo que trafega em estruturas elevadas em toda a sua extensão.
37
Nos trechos de via, as estruturas são compostas por fundações (estacas e blocos),
por pilares ao longo da via, únicos e espaçados a cada 30m com altura média de
15m e por um par de vigas de concreto protendido distantes entre si de 4,8m por
onde trafegam as composições.
A figura a seguir representa as fazes da montagem das estruturas do Monotrilho no
trecho da via.
Figura 5-3 – Fases da montagem da estrutura do Monotrilho
A figura ilustra as etapas de montagem no trecho da via, composto pelas fundações utilizando
estacas e bloco de fundação, em seguida é construído o pilar e na sequência são incluído as vigas
guia.
Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014).
5.4.1 Dados da Viga Guia
A tabela a seguir representa os dados gerais da viga guia com todas as informações
da estrutura estudada.
38
Tabela 5-1 - Dados da Viga Guia
A tabela demonstra as informações gerais para a fabricação de viga guia.
Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014).
Os canteiros de obras ao longo da linha são utilizados para a execução dos pilares e
as estações.
No caso das vigas a sua fabricação é realizada na cidade de Cajamar/SP, em uma
área de 65.357 m², onde deverão ser fabricadas as 1.791 unidades necessárias para
a execução do projeto.
Em função da necessidade de controle do risco ocasionado pelo transporte,
içamento e montagem das estruturas pré-fabricadas do monotrilho, a adoção de
medidas de segurança e o planejamento de toda a operação (carga, descarga,
rotas, maquinários necessários, isolamento de áreas, etc) foram realizados antes do
início das operações com objetivo de aliar rapidez e eficiência do transporte à
garantia de segurança aos funcionários envolvidos e as pessoas que transitam nas
proximidades das obras.
5.5
Processo de fabricação do elemento pré-moldado Viga Guia
No Brasil, a primeira obra com a utilização de elementos pré-moldados foi no
Hipódromo da Gávea na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1926.
39
A norma NBR 9062 define pré-moldado da seguinte forma:
- PRÉ-MOLDADO – elemento que é executado fora do local definido de utilização,
produzido em condições menos rigorosas de controle de qualidade, sem a
necessidade de pessoa, laboratório e instalações congêneres próprias.
Toda a estrutura de concreto pré-moldado deve ser concebida de acordo com uma
filosofia específica do projeto.
Com os projetos aprovados, é necessário seguir as regras definidas para que a
estrutura atenda às necessidades determinadas conforme projeto estrutural.
5.5.1 Etapa 1: Preparação das fôrmas da viga guia
Na execução de estruturas de concreto armado, exige a utilização de fôrmas, pois o
concreto é lançado no estado fluido.
O sistema de fôrmas deve ser projetado e construído de modo a ter rigidez suficiente
para assegurar as tolerâncias da estrutura, de modo que os elementos estruturais
mantenham sua integridade e não sejam afetadas.
As funções principais da fôrma segundo MELHADO (1998) são:
- Dar molde ao concreto.
- Conter o concreto e sustentá-lo até que tenha resistência.
- Proporcionar textura à superfície do concreto.
As fôrmas devem adequar ao formato da viga guia, e suas dimensões deverão ser
respeitadas, obedecendo às prescrições de projeto.
Nesta etapa é realizado o alinhamento e posicionamento da fôrma definido pelo
projeto estrutural.
40
As fôrmas devem ser executadas limpas e o desmoldante deve ser aplicado. O
desmoldante é necessário para evitar que as fôrmas se fixem na estrutura após a
cura do concreto. A figura abaixo ilustra o alinhamento e posicionamento definido
pelo projeto estrutural.
Figura 5-4 - Fôrma da viga guia.
A figura ilustra a montagem da fôrma da viga guia, realizando o posicionamento e alinhamento.
Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014).
5.5.2 Etapa 2: Armação da viga guia e protensão
As armaduras são posicionadas e fixadas no interior das fôrmas de acordo com as
especificações e tolerâncias estabelecidas pelo projeto para que durante o
lançamento do concreto estas se mantenham na posição correta, mantendo
inalteradas as distâncias das barras entre si e com relação às faces das fôrmas.
Distribuem-se as quantidades de aço e cabos de protensão conforme projeto com
suas determinadas bitolas adotando os espaçamentos definidos para cada tipo de
viga. A montagem da armadura é feita por amarração, utilizando arames e pontos de
solda.
O cobrimento da armadura deve ser mantido por dispositivos adequados ou
espaçadores de plástico ou de metal, sempre referindo-se às armaduras mais
próximas às faces internas das fôrmas.
41
A figura a seguir ilustra o sistema de armação e protensão utilizado para fabricar a
viga guia.
Figura 5-5 - Armação da viga guia e protensão.
A figura ilustra a montagem de armação, conforme orientação do projeto.
Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014).
5.5.3 Etapa 3: Fechamento lateral da fôrma e concretagem.
Na etapa 3 da fabricação das vigas, as fôrmas laterais são travadas por tirantes e
galgas presas nos perfis do lado externo das fôrmas nas partes superior e inferior
para que suportem as forças exercidas durante a concretagem.
O concreto deve ser lançado e adensado de modo que toda a armadura e os
componentes embutidos previstos em projeto sejam adequadamente envolvidos na
massa de concreto.
A especificação do concreto em uma estrutura deve levar em consideração as
propriedades exigidas em projeto, especialmente quanto à sua resistência
característica e à durabilidade da estrutura, às condições em função do método de
preparo e das condições de lançamento, adensamento e cura.
Devem ser tomadas precauções para que a homogeneidade do concreto seja
mantida. O molde da fôrma deve ser preenchido de maneira uniforme, evitando o
42
lançamento em pontos concentrados que possam provocar deformações nas
fôrmas.
As fôrmas devem ser preenchidas em camadas de altura compatível com o tipo de
adensamento (em camadas de altura inferior à altura da agulha do vibrador
mecânico) para se obter um adensamento ideal.
A figura a seguir ilustra o fechamento lateral da fôrma e a concretagem da viga guia.
Figura 5-6 - Fechamento lateral da fôrma e concretagem.
A figura ilustra o travamento das laterais e aplicação de concreto conforme procedimento operacional.
Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014).
5.5.4 Etapa 4: Processo de cura e desfôrma da viga guia
Enquanto não atingir endurecimento satisfatório, o concreto deve ser curado e
protegido contra agentes prejudiciais para evitar a perda de água pela superfície
exposta.
A cura da viga guia será química aplicando o produto adequado para que o concreto
não tenha perda de água e fissure. Em seguida, no momento em que concreto
atender requisitos especificados de resistência e não apresentar qualquer patologia
será realizado a desfôrma.
43
A retirada das fôrmas só pode ser feita quando o concreto estiver suficientemente
endurecido para resistir às ações que sobre ele atuarem e não conduzir a
deformações inaceitáveis, tendo em vista o baixo valor do módulo de elasticidade do
concreto e a maior probabilidade de grande deformação diferida no tempo quando o
concreto é solicitado com pouca idade.
Para que essas condições sejam atendidas, o responsável pelo projeto da estrutura
deve informar ao responsável pela execução da obra os valores mínimos de
resistência à compressão e módulo de elasticidade que devem ser obedecidos para
a retirada das fôrmas.
A figura a seguir ilustra o elemento pré-moldado já concluído o processo de cura e
desfôrma.
Figura 5-7 - Processo de cura e desfôrma da viga guia.
A figura ilustra o processo de cura e desfôrma da viga guia.
Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014).
5.5.5 Etapa 5: Lançamento da viga guia
Após os processos de fabricação da viga guia, é realizado o transporte e içamento
do elemento pré-moldado, para realização desse processo é necessário atender os
procedimentos de segurança que visa todas as etapas (carga, transporte, içamento
e alinhamento in-loco). Essa operação também se faz necessário o fechamento de
44
umas das faixas da via pública para que a operação aconteça da forma mais segura
possível.
Para a realização do içamento da viga guia, é necessário o uso de 2 guindastes,
pois a estrutura ficará em nível elevado de aproximadamente de 15m de altura em
relação ao solo.
A figura a seguir representa o içamento da viga guia, demonstrando como é
realizado o lançamento da estrutura no trecho onde irá passar o Monotrilho Linha 17
– Ouro.
Figura 5-8 - Lançamento da viga guia.
A figura demonstra a simulação de lançamento da estrutura na rede do monotrilho.
Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014).
5.6
Controle e Gestão de Custos da Fabricação de Vigas Guias
Após os procedimentos legais e a devida aprovação orçamentária com os clientes,
os setores de Planejamento e Controle de Custos, que são áreas dentro da
Construtora Andrade Gutierrez S.A responsável por seguir as diretrizes pré
estabelecidas e os procedimentos adotados visando atender e garantir o resultado
financeiro esperado e definido na proposta de preço com os valores previstos nos
serviços da obra.
45
A função do setor de Planejamento é oferecer ao setor de Controle de Custos as
metas a serem cumpridas e os prazos contratuais. É a função também a elaboração
de um cronograma de execução onde consta a programação de todas as etapas a
serem realizadas da maneira mais exata possível.
5.6.1 Custo Previsto da Fabricação de Vigas Guia
Na elaboração dos custos previstos para cada serviço, o setor denominado Controle
de Custos juntamente com a Gerência e os setores de Produção e Engenharia se
reúnem nesta etapa para a montagem das composições de custos. Estes servem
para demonstrar todas as etapas a serem realizadas e os quantitativos necessários
para a execução de cada serviço.
No caso da fabricação de vigas guia são demonstrados nesta etapa os coeficientes
de mão de obra, equipamentos, insumos e subempreiteiros que serão necessários
para a fabricação de cada unidade, sendo que esses valores terão como base para
setor da Produção iniciar a montagem da estrutura com finalidade de não ultrapassar
o valor previsto.
Para a montagem das composições de custos é utilizado o programa CUSTO
PROGRAMADO, onde serão inseridos os quantitativos necessários para executarem
todos os serviços da obra.
A figura a seguir representa o programa denominado CUSTO PROGRAMADO e
demonstra o valor previsto por unidade de viga guia, com valores orçados.
46
Figura 5-9 - Composição de custo previsto da Fabricação de Vigas Guia
COMPOSIÇÃO - ESTUDO: FABRICAÇÃO DE VIGAS GUIA
Tipo
Descrição
unid. Coeficiente
EQ
CAMINHAO MUNCK
H
10,00
EQ
VIBRADOR DE IMERSAO
H
0,50
EQ
COMPRESSOR PNEUMATICO
H
2,55
100
MO
PEDREIRO
H
45,00
MO
FEITOR
H
50,00
MO
SOLDADOR
H
29,00
MO
MONTADOR
H
94,00
MO
SERVENTE
H
189,00
100
MA
ADITIVO CONCRETO
L
16,00
MA
CHAPA RESINADA
M2
1,44
MA
AÇO
KG
3.200,00
MA
EMBUTIDOS
KG
122,00
MA
FORMA
KG
76,00
MA
CORDOALHAS
KG
1.500,00
MA
DIVERSOS
GL
1.000,00
100
SE
CONCRETO
M3
30,00
SE
PROTENSÃO
UNI
2,50
SE
SUB 2
UNI
23,00
100
% Part. / DMT
Cotação
100
100,44
100
2,08
100
48,68
Total operação mecânica
100
18,79
100
28,83
100
20,72
100
26,09
100
15,83
Total mão de obra
100
1,38
100
12,4
100
4,13
100
10,64
100
98,25
100
3,66
100
2
Total materiais
100
280,00
100
101,88
100
14,43
Total subempreiteiro
Total Geral R$
Total
1.004,40
1,04
124,13
1.129,57
845,55
1.441,50
600,88
2.452,46
2.991,87
8.332,26
22,08
17,86
13.216,00
1.298,08
7.467,00
5.490,00
2.000,00
29.511,02
8.400,00
254,70
331,89
8.986,59
47.959,44
A figura representa uma composição de custo previsto para fabricação de viga guia, demonstrando o
valor previsto de R$ 47.959,44 por unidade de viga guia.
Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014).
Observa-se que o valor previsto por unidade de viga guia foi de R$ 47.959,44. Este
é o custo que a obra Monotrilho Linha 17- Ouro pretende alcançar para o serviço
analisado.
A tabela 5-2 ilustra o resumo do valor previsto da Viga Guia retirado da figura 5-9.
Tabela 5-2 - Resumo do Custo Previsto
Fonte: Os autores (2014).
47
5.6.2 Prazos e Metas – Cronograma de Execução
No cronograma de execução elaborado pelo setor de Planejamento através do
software MS Project, deverão ser especificados as fases de cada serviço, indicando
o início e término das atividades propostas ao longo do mês.
Os prazos previstos em cada fase deverão estar distribuidos em termos de
sequência lógica do tempo de duração de cada serviço, o setor de Produção será
responsável para cumprir as metas definidas. No Anexo I podemos observar o
cronograma mensal de Outubro/2013 e identificar os serviços que estão planejados
a serem executados e os respectivos prazos.
5.6.3 Custo Real da Fabrição de Vigas Guias
Para obter do custo real de cada serviço é realizado ao longo do mês os
apontamentos de mão de obra e equipamentos, utilizando o sistema de
apontamento eletrônico Construmobil, em seguida os dados são exportados para o
programa SAPO que irá contabilizar a quantidade de horas apontadas de cada
colaborador e equipamentos.
Os custos com pagamentos de subempreiteiros, compras de materiais e salários dos
colaboradores
são
lançado
pelos
setores
Financeiro,
Suprimentos
e
RH
respectivamente, utilizando o programa SUC que faz a contabilização de todas as
despesas nos determinados serviços da obra.
No caso a fabricação de vigas guia é realizado mensalmente o fechamento de
custos que irá integrar todos os dados lançados pelo SUC e apontados pelo
Construmobil, unificando ao programa SCA CUSTEIO, detalhando todas as
despesas que ocorrerram ao longo do mês, demonstrando o custo real da viga guia.
A figura a seguir representa o programa denominado SCA CUSTEIO com todos os
dados integrados demonstrando o valor real por unidade de viga guia.
48
Figura 5-10 - Detalhamento do custo real da viga guia.
Resumo do Custo Unitário
local: 1160
Grupo:
Serviço:
Fabricação Vigas Guia
Geral
Fabricação
INSUMO
OPERAÇÃO MECÂNICA
539821
CAMINHAO MUNCK
538920
VIBRADOR
773212
COMPRESSOR PNEUMATICO
536229
GUIND. PORTICOS
Total Operação Mecânica
MATERIAIS
101
ADITIVO
102
CHAPA RESINADA
103
AÇO CONSTRUÇÃO
104
EMBUTIDOS
105
FORMA
106
CORDOALHA
107
ELETRODO
108
BARRA CHATA
109
DESMOLDANTE
Total Materiais
MÃO DE OBRA
200
PEDREIRO
201
FEITOR
202
SOLDADOR
203
MONTADOR
204
SERVENTE
205
CARPINTEIRO
206
SINALEIRO
Total Mão de Obra
SUBEMPRETEIRO
301
SUB. CONCRETO
302
SUB. PROTENSÃO
303
SUB. CONST. CIVIL
Total Subempreiteiro
TOTAL do Local / Serviço
CUSTO UNITARIO REAL
MÊS:
MAIO/2014
ESTRUTURA DE CONCRETO
M3
PRODUÇÃO:
QUANTIDADE CUSTO UNITARIO
CUSTO TOTAL
Sub-Grupo:
UNI
H
H
H
H
70,00
21,00
227,50
114,00
100,40
4,90
156,00
365,00
626,30
7.028,00
102,90
35.490,00
41.610,00
84.230,90
700,00
56,70
112.000,00
5.250,00
2.485,00
57.750,00
62,00
620,00
240,00
1,40
12,90
4,50
10,60
98,25
3,66
11,90
3,65
6,70
980,00
731,43
504.000,00
55.650,00
244.151,25
211.365,00
737,80
2.263,00
1.608,00
1.019.775,05
H
H
H
H
H
H
H
1.400,00
1.785,00
1.050,00
3.570,00
6.615,00
183,00
516,00
18,79
28,83
20,72
26,09
15,83
30,00
19,00
159,26
26.306,00
51.461,55
21.756,00
93.141,30
104.715,45
5.490,00
9.804,00
312.674,30
M3
UNI
UNI
1.032,50
60,00
35,00
295,00
101,88
14,43
304.587,50
6.112,80
505,05
311.205,35
L
M2
KG
KG
KG
KG
KG
KG
L
35,00
1.727.885,60
R$ 49.368,16
A figura representa a simulação de um fechamento integrando todos os custos reais para fabricação
de viga guia, chegando ao valor real de R$ 49.368,16 por viga guia fabricada.
Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014).
Observa-se que foram fabricadas 35 unidades de viga guia e o valor total do serviço
no mês de maio/14 foi de R$ 1.727.885,60 e cada unidade de fabricada teve um
custo de R$ 49.368,16.
A tabela a seguir ilustra o resumo do valor real da Viga Guia, retirado da figura 5-10.
49
Tabela 5-3 - Resumo - Custo Real Viga Guia
Fonte: Os autores (2014).
5.6.4 Análise de Custos
Com os valores previstos e reais consolidados em seguida é realizado a junção dos
mesmos para a realização da análise de custo utilizando-se o programa SCA
ANÁLISE, que permite a exportação dos resultados obtidos pelos programas
anteriores já citados, demonstrando os desvios que ocorreram em cada etapa da
construção.
Para se ter um análise com mais exatidão é imprescindível agendar uma reunião
com as equipes envolvidas nos determinados serviços da obra para analisar os
números, incluir as justificativas dos desvios, e encontrar a melhor forma de obter o
maior ganho e amenizar onde estiver havendo as maiores perdas.
A figura a seguir exportado do SCA ANÁLISE coloca em evidência as diferenças
dos valores previsto x valores real, indicando os desvios que houve no mês de
fechamento.
50
Figura 5-11 - Detalhamento da análise de custos previsto x real.
A figura mostra a integração entre o custo previsto x custo real, demonstrando o desvio sendo
positivo ou negativo. No caso a fabricação de vigas guia houve um desvio negativo no mês de
maio/14 de R$ (49.305) no acumulado da obra esta com desvio positivo de R$ 114.497.
Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014).
No caso na fabricação de vigas guia, a quantidade fabricada no mês de maio/14 foi
de 35 unidades e o valor previsto orçado pelo programa CUSTO PROGRAMADO foi
de R$ 47.959,00 por unidade. Após realizar o fechamento de custo no programa
SCA CUSTEIO o valor real da viga guia foi de R$ 49.368,16.
A tabela 5-4 representa a análise do serviço multiplicando com a quantidade de
vigas guia fabricadas durante o mês.
Tabela 5-4 – Verificação de desvio no serviço em Maio/2014
Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014).
O desvio que houve durante o fechamento no mês de maio/14
foi
de - R$
49.305,20. Compete ao setor de Controle de Custos analisar para saber onde está a
perda, em sequência os números deverão ser avaliados pelos gestores com o intuito
51
de
atuarem com um plano de ação para melhorar o resultado do serviço em
questão.
5.6.5 Análise dos desvios ocorridos na Fabricação de Vigas Guia
Para a verificação do desvio há a necessidade de fazer uma separação por tipo de
despesa (equipamentos, mão de obra, materiais e subempreiteiro). Com os dados
separados fica mais visível a apresentação dos números e coloca em evidência os
desvios possibilitando a averiguação de qual grupo de despesa está ocorrendo os
custos que necessitam ser examinados.
Para realização do agrupamento por tipos de despesas é realizado pelo programa
SCA Análise, que permite dividir todos os custos nos devidos grupos que ocorreram
durante o mês de execução.
Os grupos de despesa é separado pelos custos de equipamentos, mão de obra,
materiais e pagamentos/subempreteiros.
A figura a seguir representa o demonstrativo de desvio de custo, exportado pelo
programa SCA Análise. A partir disso é possivel agendar uma reunião com a equipe
responsável pelo serviço e fazer a análise dos custos, o objetivo da reunião é
verificar se o valor do serviço está condizente com o previsto que foi orçado e
colocar as justificativas de onde está havendo a perda, para o setor de Produção
atuar com o finalidade de minimizar o resultado do serviço.
52
Figura 5-12 - Demonstrativo de desvios custos.
A figura apresenta os custos reais e previstos em relação com a quantidade de vigas fabricadas
durante o mês de Maio/14 separado por grupo de despesa, apresentando os desvios e colocando as
justificativas que ocorreram durante a fabricação.
Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014).
Na reunião de custos analisando os números separados por tipo de despesa é
possível verificar onde está o desvio. No caso a fabricação de vigas, ocorreram no
grupo de equipamentos e mão de obra, demonstrado na figura 5-12.
Para a inclusão das justificativas é necessário a avaliação dos custos previstos com
os custos reais, com isso é possível discriminar com detalhes onde irá ser atuação
dos gestores da área para reverter o resultado do serviço.
Em relação ao desvio que ocorreu no grupo de equipamentos, analisando o custo
previsto com o custo real do mês, fica evidente qual equipamento que está
influenciando no resultado do serviço.
53
A tabela a seguir representa o detalhamento do grupo de equipamentos,
apresentando os desvios que houveram no fechamento do mês de maio/14.
Tabela 5-5 - Detalhamento do grupo de equipamentos
Fonte: Os autores (2014).
Observa-se que os maiores diferenças foram no Compressor Pneumatico (-R$
31.145,31) e Guindaste Pórtico (-R$41.610,00). Sabendo em quais equipamentos
ocorreram os desvios os gestores responsáveis pelo serviço terão ciência e poderão
agir exatamente no equipamento que está causando as diferenças.
No exemplo da figura 5-12, as justificativas apresentadas foram que o Guindaste
Pórtico não estava na previsão do orçamento, mas houve a necessidade de
contratação e em relação ao Compressor Pneumático houve uma adptação no
equipamento para melhor atender as necessidades do serviço.
No grupo de mão de obra, é realizado o mesmo processo feito nos equipamentos
para verificação das diferenças que ocorreram no mês de fechamento de custos.
A tabela a seguir representa o detalhamento do grupo de mão de obra,
apresentando os desvios que ocorreram no fechamento do mês de Maio/14.
54
Tabela 5-6 – Detalhamento do grupo de mão de obra em Maio/14
Fonte: Os autores (2014).
Observa-se que os maiores desvios foram as funções de carpinteiro (-R$ 5.490,00) e
sinaleiro (-R$9.804,00), os mesmos não foram previsto no orçamento, mas houve a
necessidade de contratação, os outros desvios nas distintas funções (feitor,
soldador, montador), constata que houve o excesso de horas extras.
Com os custos examinados os gestores podem atuar para com o plano de ação para
reverter ou minimizar o resultado do serviço.
Conlui-se que para uma boa gestão de custos é necessário verificar se as ações
ordenadas estão sendo executados de acordo com o planejamento e em relação ao
previsto, dentro das regras definidas pela empresa, e quando necessário tomar
decisões visando corrigir os planos, execução e os resultados.
55
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Com a obtenção dos resultados verificados com o fechamento dos custos podemos
comparar os valores previstos e reais de todos os serviços realizados durante o
período. Estudando os resultados podemos observar alguns serviços com custos
mais elevados do que o previsto e outros com a produtividade maior que a
esperada. Para que estas diferenças sejam reorganizadas é realizado um
procedimento para uma conciliação entre os valores obtendo um resultado separado
por tipo de despesa, indireta aquela que é proveniente dos setores de apoio e a
direta que é proveniente dos custos que foram necessários para executarem os
serviços.
Para o acompanhamento de resultados é necessário incluir o faturamento que se
refere aos valores produzidos no mês. Não é utilizado necessariamente valores
referentes à emissão de faturas, mas sim a produção executada durante o período.
Com todos os dados alinhados e conciliados é realizado o cálculo do EVA (valor
econômico agregado) que, segundo DAVIES (1996), traduz um resultado que
demonstra se a empresa está ganhando, em um exercício, mais do que o custo de
capital imputado aos seus recursos utilizados.
Portando EVA é uma forma de medir a real lucratividade de uma operação ou
empreendimento.
De posse resultados podemos verificar o andamento do empreendimento como um
todo, mês a mês, comparando os valores previstos e reais e verificando o resultado
conforme todo o fechamento de mês.
A figura a seguir exportada do programa PRA demonstra toda a memória de cálculo
necessária para se chegar ao valor do EVA.
56
Figura 6-1 - Acompanhamento de Resultados
A figura representa o detalhamento da memória de cálculo utilizado para se chegar ao EVA,
indicando se houve lucro ou prejuízo no determinado mês de fechamento.
Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014).
Observa-se que para se chegar ao cálculo do valor do EVA é realizado um
abatimento de todas as despesas diretas, indiretas, instalações, impostos e custo
capital.
6.1
Detalhamento do resultado
No exemplo da Figura 6-1, o valor do EVA previsto foi de (R$ 490.502) e o real (R$
456.724), isso indica que no mês estudado a obra esta tendo um prejuízo de (-R$
33.778).
Depois dos dados integrados pelo programa PRA fica evidente que mesmo com um
faturamento líquido real (R$ 21.529.298) maior do que o faturamento previsto (R$
21.336.399) o resultado negativo ocorreu devido às despesas indiretas.
57
Analisando separadamente as despesas indiretas observa-se que houve um desvio
de (-R$ 627.870). Faz-se necessário avaliar separadamente a despesa para saber
qual o setor causou os desvios negativos.
A figura a seguir exportada pelo programa SCA Análise representa os valores de
despesas indiretas separadas por setores, indicando qual área está gastando mais
do que o previsto.
Figura 6-2- Despesas Indiretas em Maio/14
A figura ilustra o detalhamento das despesas indiretas, indicando qual o setor que esta causando o
desvio.
Fonte: Consórcio Monotrilho Integração (2014).
Observando o exemplo da Figura 6-2 é possível perceber que os setores que estão
ocasionando o resultado negativo no fechamento do mês foram: Administração,
Engenharia, Produção e Manutenção.
Após a identificação e conhecimento das áreas que estão com resultado negativo os
gerentes responsáveis por cada setor podem atuar estudando a melhor forma de
cortar os custos na tentativa de reverter os números, pois os valores negativos estão
implicando diretamente no resultado da obra.
Por fim conclui-se que mesmo tendo um faturamento maior que o previsto as
despesas reais devem estar sempre alinhadas para não ocorrer os desvios em
relação ao orçamento, pois o indicador de resultado EVA é a chave para direcionar o
gerente da obra na tomada de decisões.
58
7 CONSIDERAÇÕES
Os resultados obtidos mostram a importância da adoção de uma metodologia para a
realização de um adequado Controle de Custos em obras civis no Brasil, tendo em
vista as possíveis interferências que possam haver e levando em conta a
complexidade da obra estudada. Para um melhor controle se faz necessário lançar
mão de ferramentas apropriadas que permitam avaliação física e financeira do
empreendimento com respostas rápidas e eficazes.
Entretanto, a dificuldade em se obter um controle totalmente eficaz ocorre devido às
exigências que as ferramentas de controle necessitam. A identificação antecipada
de problemas, como os desvios negativos das despesas indiretas e custos mais
altos nos determinados serviços da obra, podem exigir mudanças na forma de
trabalho para que possa tomar decisões com mais propriedade.
A comparação entre os custos previstos e custos reais, apresentados pelos sistemas
de gerenciamento são de suma importância, pois permitem que as empresas de
construção civil consigam atingir o objetivo de se obter o custo real não
ultrapassando o valor orçado.
Atualmente existem empresas que no seu trabalho não utilizam nenhum tipo de
sistema para controle de custos. Dessa forma, as mesmas deixam de ter ciência dos
reais lucros e prejuízos que a execução dos determinados serviços da obra em
tempo hábil. Com isso deixam de ter conhecimentos importantes que servirão para
tomadas de decisões.
59
8 RECOMENDAÇÕES
Para uma empresa concorrer em uma licitação, seja ela de pequeno a grande porte,
se faz necessário que a mesma atenda a todos os requisitos exigidos no edital. De
posse do orçamento é importante que a planilha seja bem estudada e que os preços
nela contidos estejam condizentes com os preços praticados no mercado garantindo
a lucratividade para não comprometer o desenvolvimento do projeto.
A alta competitividade e a concorrência acirrada entre as empresas tornam-se as
ferramentas de controle e gestão de custo um instrumento imprescindível para
gerenciar a lucratividade, conhecer as despesas, comparar e controlar a evolução
dos gastos. Por meio dessas ferramentas de controle as empresas conhecem seus
limites e orientam o rumo do empreendimento, reduzindo os riscos e as incertezas
do negócio.
O diferencial das empresas que estão atuando na construção do Monotrilho da Linha
17 - Ouro tem acima das demais construtoras é a experiência profissional e os
resultados conquistados utilizando o sistema de gestão de custos. Concedendo-lhe
maior poder de competição diante da concorrência cada vez mais crescente no
mercado de trabalho possibilitando que a empresa possa oferecer maior qualidade
com o menor custo possível, visando à rentabilidade e a viabilidade econômica das
empresas.
Ao longo de todo o trabalho foi demonstrado a necessidade e importância de gestão
de custos. Com esse sistema torna-se eficaz e rápida a tomada de decisões em um
período menor de tempo. O mesmo não só é importante para a obra no presente,
como também para futuras obras que poderão utilizar os resultados obtidos
ajudando reduzir os riscos nos negócios.
60
REFERÊNCIAS
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ANEXOS
Anexo I – Cronograma de Execução
Download

Arquivo Modelo - Escola de Engenharia e Tecnologia