Introdução ao Cálculo Variacional • 1 O Funcional da Energia Potencial Total em Vigas Submetidas à Flexão ¾ Energia Potencial Total ( Π ) é o trabalho realizado por todas as forças atuantes quando a estrutura é movida de sua configuração com carga para uma posição sem carregamento. ¾ Forças atuantes na estrutura: Cargas Externas e Esforços Internos. ¾ Energia Potencial dos Esforços Internos: Energia de Deformação (U ) . ∫ U = U 0 dV V onde U 0 é a energia de deformação específica. ¾ Energia Potencial das Cargas Externas (V ) : é o trabalho realizado pela força atuante, quando movida da posição final de volta para a inicial. V =− ∫∫∫ B V i ⋅ u i ⋅ dV − ∫∫ T ⋅ u i i ⋅ dS S onde Bi é força externa aplicada por unidade de volume; Ti é força externa aplicada por unidade de área; u i é o deslocamento realizado por cada uma das forças. ¾ Energia Potencial Total ( Π ) : Π = U +V ¾ Flexão de vigas: 2 Notas de Aula - Prof Luiz A. C. Moniz de Aragão Filho σ x = E ⋅ ε x ; θ ≈ tgθ = εx ∫ ⇒ U0 = εx σ x dε x = 0 E ⋅ v ,, 2 2 L ⇒U = ∫ 0 ∫ E ⋅ ε x ⋅ dε x = 0 ∫∫ A y dAdx = 2 L ∫ ⇒ V = − q ⋅ v ⋅ dx 0 L ⇒Π = E ⋅ J ,, 2 v − q ⋅ v dx 2 ∫ 0 L ∫ 0 dv ; ε x = − y ⋅ v ,, dx E ⋅ ε 2x E ⋅ y 2 ,, 2 = v dx 2 2 E ⋅ J ,, 2 v dx 2 Introdução ao Cálculo Variacional 3 • Variação do Funcional de Energia Potencial da Flexão de Vigas L 0 ⇒ δ (1) Π = L ∫ 0 E ⋅ J ,, 2 v − q ⋅ v dx 2 ∫ Π = ( ) ∂ E ⋅ J ∂ ,, 2 (q ⋅ v ) ⋅ δv dx ⋅ δv ,, − 2 ⋅ ,, v ∂v ∂v L E ⋅ J ⇒ δ (1) Π = ∫ ⋅ 2 ⋅ v ,, ⋅ δv ,, − q ⋅ δv dx 2 0 (1) L [ ] ⇒ δ Π = ∫ E ⋅ J ⋅ v ,, ⋅ δv ,, − q ⋅ δv ⋅ dx 0 Integrando por partes: L [ ] L L 0 0 ⇒ δ (1) Π = ∫ EJ ⋅ v ,, ⋅ δv ,, − q ⋅ δv ⋅ dx = ∫ EJ ⋅ v ,, ⋅ δv ,, dx − ∫ q ⋅ δv ⋅ dx = 0 , L ,, = EJ ⋅ v ⋅ δv o ,, = EJ ⋅ v ⋅ δv , L o L L ∫ − EJ ⋅ v ,,, ∫ , ⋅ δv ⋅ dx − q ⋅ δv ⋅ dx = 0 0 − EJ ⋅ v , L ,,, ⋅ δv L L o L ∫ + EJ ⋅ v L iv ∫ ⋅ δv ⋅ dx − q ⋅ δv ⋅ dx = 0 L [ 0 ] = EJ ⋅ v ⋅ δv − EJ ⋅ v ⋅ δv + ∫ EJ ⋅ v iv − q ⋅ δv ⋅ dx = 0 o 144444 2444443o 0 ,, , ,, cond contorno (a condição de estacionariedade do funcional leva a δΠ = 0 ) Condições de contorno naturais: EJ ⋅ v ,, = −M (momento fletor) EJ ⋅ v ,,, = −Q (força cortante) Condições de contorno cinemáticas (geométricas): δv = 0 (deslocamento vertical nulo no apoio) δv , = 0 (rotação nula no apoio) 4 Notas de Aula - Prof Luiz A. C. Moniz de Aragão Filho Para a viga bi-apoiada: EJ ⋅ v ,, δv L o L 0 =0 (momento fletor nulo nos apoios) =0 (deslocamentos nulos nos apoios) L ⇒ ∫ [EJ ⋅ v iv ] − q ⋅ δv ⋅ dx = 0 0 A equação acima tem de ser válida quaisquer que sejam os valores de δv : ⇒ EJ ⋅ v iv − q = 0 que é a equação de equilíbrio da viga. x2 Logo, para funcionais do tipo: I = ∫ F (x, y , y' , y' ' ,..., y )⋅ dx n x1 a equação de Euler-Lagrange é da forma: ∂F d ∂F d 2 + − ∂y dx ∂y' dx 2 ∂F dn + ... + (− 1)n dx n ∂y' ' ∂F ∂y n =0 A solução da equação diferencial é da forma: v (x ) = q x 4 + C1 x 3 + C 2 x 2 C 3 x + C 4 24 EJ Sendo as condições de contorno geométricas: v (0 ) = v (L ) = 0 E as condições de contorno naturais: M (x = 0 ) = M (x = L ) = 0 ⇒ v ,, (0 ) = v ,, (L ) = 0 Obtém-se: q v (x ) = 24 EJ 3 x 4 x x − 2 + L L L Princípio da Energia Potencial Total Estacionária: “Dentre todos os campos de deslocamentos cinematicamente compatíveis (admissíveis) num corpo solicitado por forças externas estaticamente compatíveis, aquele que satisfaz ao equilíbrio, extremiza Π .”