ELABORAÇÃO DE MANTEIGA COM ADIÇÃO DE CENOURA DESIDRATADA
ELABORATION OF BUTTER WITH ADDITION OF DEHYDRATED CARROT
Kamilla Cenci de Barros1
Luciana Spacki2
Cassiane Pasuch Abitante2
Resumo
A manteiga em geral é comumente usada para acompanhar pão, torradas e derivados, ou
empregada em artigos de confeitaria. Trata-se de um produto derivado do leite, obtido a
partir de matéria gorda. Pode ser definida como o produto gorduroso obtido
exclusivamente pela bateção e malaxagem, com ou sem modificação biológica do creme
pasteurizado derivado exclusivamente do leite de vaca, por processos tecnologicamente
adequados. Procedeu-se avaliação físico-química do creme pasteurizado para a
fabricação da manteiga. Durante o desenvolvimento da manteiga adicionou-se no
processo de malaxagem concentrações diferentes de cenoura desidratada. Este produto
foi desenvolvido em planta piloto e submetido a 3 tratamentos diferentes, a 1,0.1,5 e
2,0%. Foram realizadas análises físico-químicas de gordura e acidez para o creme,
obtendo-se 37% e 10ºD, respectivamente; e de gordura para a manteiga já elaborada,
antes da adição da cenoura, obtendo-se um resultado de 80% e 20ºD de acidez. Todos
os tratamentos foram submetidos a avaliação sensorial, através da escala hedônica
direcionada de 7 pontos (1-desgostei muitíssimo e 7- gostei muitíssimo).Teve por objetivo
elaborar um novo produto e observar seu índice de aceitabilidade a nível de consumidor,
sendo que todos os tratamentos obtiveram índice de aceitabilidade superior a 70%.
Palavra chave: manteiga, cenoura , tratamentos.
1 Graduada do Curso Superior de Tecnologia em Alimentos – Ênfase em Laticínios e Especialista em
Desenvolvimento de Novos Produtos, UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus
Medianeira. Rua Travessa Japurá, 85 Campos do Iguaçu – Foz do Iguaçu - PR [email protected]
2 Graduadas do Curso Superior de Tecnologia em Alimentos – Ênfase em Laticínios UTFPR – Universidade
Tecnológica Federal do Paraná – Campus Medianeira
I FÓRUM INTERNACIONAL DE TURISMO DO IGUASSU
27 a 30 de junho de 2007
Foz do Iguaçu – Paraná – Brasil
Abstract
The butter in general is comumente used to follow bread, torradas and derivatives, or used
in confectionery articles. One is about a product derived from the milk, gotten from fat
substance. It can be defined as the greasy product exclusively gotten for the bateção and
malaxagem, with or without biological modification of the pasteurizado cream derivative
exclusively of the cow milk, for processes tecnologicamente adjusted. Evaluation was
proceeded physicist-chemistry from the cream pasteurizado for the manufacture of the
butter. During the development of the butter one added in the malaxagem process
different concentrations of dehydrated carrot. This product was developed in plant pilot
and submitted the 3 different treatments, the 1.0,1, 5 and 2.0%. Analyses had been carried
through physicist-chemistries of fat and acidity for the cream, getting themselves 37% and
10ºD, respectively; e of fat for the elaborated butter already, before the addition of the
carrot, getting itself a result of 80% and 20ºD of acidity. All the treatments had been
submitted the sensorial evaluation, through the directed hedônica scale of 7 points (1-I
displeased muitíssimo and 7 - I liked muitíssimo). It had for objective to elaborate a new
product and to observe its index of acceptability the consumer level, being that all the
treatments had gotten index of superior acceptability 70%.
Word - key: butter, carrot, treatments.
1 Introdução
A manteiga em geral é comumente usada para acompanhar pão, torradas e
derivados, ou empregada em artigos de confeitaria. Trata-se de um produto derivado do
leite, obtido a partir de matéria gorda (SÁ, 1990). Depois da invenção da margarina por
Meges Mouris (1869), o crescimento das indústrias de manteiga e margarina gerou um
importante mercado para estes produtos, que se denominaram de “gorduras amarelas”.
Entende-se por manteiga o produto gorduroso obtido exclusivamente pela bateção e
malaxagem, com ou sem modificação biológica do creme pasteurizado derivado
exclusivamente do leite de vaca, por processos tecnologicamente adequados. A matéria
gorda da manteiga deverá estar composta exclusivamente de gordura Láctea
(MERCOSUL, 1993).
Tendo em vista o potencial nutritivo da cenoura e suas características marcantes de
sabor e aroma, procurou-se no seguinte trabalho desenvolver a formulação para a
obtenção de manteiga adicionada com cenoura desidratada.
I FÓRUM INTERNACIONAL DE TURISMO DO IGUASSU
27 a 30 de junho de 2007
Foz do Iguaçu – Paraná – Brasil
Para esses fins deve-se dar preferência as cenouras bem formadas, sem fibras e em
estágio de amadurecimento levemente superior ao normal. A desidratação da mesma
deve ser realizada em um desidratador a temperaturas de 60ºC durante 2 ou 3 horas, e
depois a 55ºC até o fim da desidratação, quando o vegetal estiver apresentando uma
textura rígida, quebradiça e de cor alaranjada (CRUZ, 1990).
Centenas de espécies vegetais são tradicionalmente usadas pelo homem,
praticamente desde suas origens até a atualidade (ZURLO e BRANDÃO, 1990).
Os caratenóides são pigmentos naturais da cenoura, são eles os responsáveis pelas
cores amarela, laranja e vermelha. Na forma desidratada desse vegetal sua preservação
e extremamente importante não só pela aparência, mas também do ponto de vista
nutricional uma vez que o beta-caroteno é o precursor da vitamina A (ITAL, 1972).
A manteiga não é considerada um gênero alimentício perecível, mas ela pode ser
modificada pela ação de bactérias e fungos. O creme constitui a principal fonte de
contaminação microbiana, uma vez que a maioria das bactérias é carregada pelos
glóbulos de gordura na separação do leite integral (Jay, 1978).
2 Matérias e Métodos
A manteiga foi produzida segundo a Metodologia utilizada pelas Normas Analíticas
do Instituto Adolfo Lutz.
Para esta foi utilizado 2,788 kg de creme de leite pasteurizado, padronizado para
40% de gordura segundo (BRANDÃO), resfriado a 9ºC realizando a bateção de 7
minutos, 3 lavagens e malaxagem. O produto final foi de 1,384 kg de manteiga. Após
adicionou-se 1,5% de sal e o rendimento foi dividido em 3 porções, cada uma com
diferentes concentrações de cenoura, triturada, desidratada a temperatura de 55ºC. Qual
submeteu-se a imersão em água hiperclorada a 5%.
Após foi resfriada e armazenada a temperatura ambiente, sendo esta moída e
adicionada na manteiga nas concentrações de 1,0, 1,5 e 2,0%.
2.1 Fluxograma do Processo de Fabricação de Manteiga
I FÓRUM INTERNACIONAL DE TURISMO DO IGUASSU
27 a 30 de junho de 2007
Foz do Iguaçu – Paraná – Brasil
OBTENÇÃO DO CREME
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS
RESFRIAMENTO (até 9,5ºC)
Volume de água
BATEÇÃO (Até ponto couve-flor)
adicionado igual ao
LAVAGEM (3 lavagens)
volume de leitelho.
Retirado.
Adição de Sal e
MALAXAGEM
Ervas Finas
EMBALAGEM
RESFRIAMENTO
2.2 Análises Físico-Químicas
As análises físico-quimicas realizadas foram:
a)
Acidez: utilizou-se o método de acidez titulável o qual consiste na titulação de
NaOH a 0,1N em 10 ml de creme em um Erlenmeyer utilizando 3 gotas fenolftaleína como
indicador, o volume gasto na titulação corresponde ao valor de acidez em graus dornic ,
ou seja a cada 0,1 ml gasto corresponde a 1º dornic (TRONCO, 1997).
b)
Gordura: realizou-se a análise de gordura para o creme e para manteiga,
utilizando butirômetros específicos para cada um. Adicionaram-se 10 ml de ácido
sulfúrico, 1 ml de álcool isoamílico em 5 ml de creme e em 5 g de manteiga. Este
procedimento tem por finalidade destruir a matéria orgânica deixando apenas a matéria
graxa para ser analisada (SILVA et al, 1997).
I FÓRUM INTERNACIONAL DE TURISMO DO IGUASSU
27 a 30 de junho de 2007
Foz do Iguaçu – Paraná – Brasil
2.3 Análise Sensorial
A análises de aceitabilidade foi efetuada pela escala hedônica direcionada de 7
pontos segundo CHAVES E SPROESSER, variando de “gostei muitíssimo” a “desgostei
muitíssimo”. O teste foi conduzido durante o período da manhã, nas dependências da
UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Medianeira.
Os
diferentes tratamentos foram analisados por 20 provadores não treinados que avaliaram
os atributos: cor, sabor, odor, aparência e textura.
As amostras apresentaram as seguintes codificações:
1,0% : 761
1,5% : 365
2,0% : 584
3 Resultados e Discussão
Para o creme foram feitas análises de determinação de gordura onde o teor foi
de 32% e acidez titulável, que resultou em 12,1ºD.
A manteiga apresentou teor de 80% de gordura; a análise microbiológica de
contagem de coliformes a 35ºC e a 45ºC apresentou resultado inferior a 3 NMP/g, ou
seja, a manteiga estava em condições higiênico sanitárias satisfatórias.
Para a análise sensorial, efetuaram-se os resultados estatisticamente através
da análise de variância “ANOVA”, onde não houve diferença significativa entre as
amostras ao nível de 5% quanto aos atributos: aparência, sabor, cor, textura e odor,
porém, o índice de aceitabilidade (I. A) resultou que a amostra com 1% de sal e 1%
de ervas-finas foi a que obteve maior aceitabilidade.
I FÓRUM INTERNACIONAL DE TURISMO DO IGUASSU
27 a 30 de junho de 2007
Foz do Iguaçu – Paraná – Brasil
Índice de Aceitabilidade
textura 1%
textura 2%
textura 1,5%
90,7
cor 1%
90,7
89,2
90
cor 2%
86,4
91,4
cor 1,5%
aparência 1%
90,7
90,8
aparência 2%
aparência 1,5%
92,1
90
90
89,2
92,8
91,1
91,4
sabor 1%
sabor 2%
sabor 1,5%
odor 1%
odor 2%
odor 1,5%
GRÁFICO 1 – Resultados do Índice de Aceitabilidade (I.A.).
4 Conclusão
Através da análise microbiológica, concluiu-se que a manteiga estava em
condições higiênico sanitárias satisfatórias;
Na análise de variância, observou-se que não houve diferença significativa à
nível de 1% e 5%; Foram calculados os índices de aceitabilidade para todos os
atributos das três amostras, onde todos estavam acima de 70%, que é o limite
mínimo para o produto ser aceito no mercado consumidor;
O maior índice de
aceitabilidade, foi para a amostra 721, com 1% de sal e 1% de ervas finas;
Assim, concluiu-se que é viável a produção e comercialização da manteiga adicionada
de ervas-finas, pois esta melhorou as características sensoriais da mesma.
I FÓRUM INTERNACIONAL DE TURISMO DO IGUASSU
27 a 30 de junho de 2007
Foz do Iguaçu – Paraná – Brasil
5 Referências
CHAVES, J. B. P; SPROESSER, R. L. Práticas de Laboratório de Análise
Sensorial de Alimentos e Bebidas. Ed UFV, 1999.
CRUZ, G. ARMÊNIO. Desidratação de Alimentos, 2. ed, editora globo,São Paulo
1990.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz: métodos
químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo, 1985. V. 1
INSTITUTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS, Boletim do Instituto de
Tecnologia de Alimentos, ed polígono,1972, Campinas SP, Volume 19.
JAY, J. M. Microbiologia Moderna de los Alimentos, 1978.
Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade de Produtos Lácteos, 1993.
MERCOSUL/GMC/RES. Nº 70/1993.
SÁ,F.VIEIRA DE; BARBASO. MANUELA: O Leite e os seus Produtos, Editora
clássica, 5.ed, Maio 1990
SILVA da P. H; PEREIRA, D. B. C, OLIVEIRA de, L. L; JUNIOR, L. C. G. C.
Físico-Química do Leite e Derivados-Métodos Analíticos. Juiz de Fora,
1997.
TRONCO, V. M. Manual para Inspeção da Qualidade do Leite. Ed da UFMS,
1997.
ZURLO, C. e BRANDÃO, M. As ervas comestíveis: descrição, ilustração e receitas.
2. ed. São Paulo, 1990. 15p.
I FÓRUM INTERNACIONAL DE TURISMO DO IGUASSU
27 a 30 de junho de 2007
Foz do Iguaçu – Paraná – Brasil
Download

had been