UNIJUÍ - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Teoria Política – Djalma Cremonese
Míriam Santiago da Hora
A CONSTRUÇÃO SOCIAL DA MENDICÂNCIA
Jaguaquara – Bahia
Março/2008
 A pobreza se diferencia em cada época
histórica.
 No período Medieval a carência de todo
conforto e mesmo de alimento, não implicava em
marginalização.
 A pobreza estava associada ao despojamento e
pouco tem a ver com a pobreza como falta.
Acreditava-se que privações ocasionais faziam
parte de um papel que seria recompensado na
vida futura, nos céus...
Com as transformações culturais a pobreza
perde o sinal positivo, o valor espiritual e
adquire um valor negativo de carência, de
falta de bens, perda de status, de poder e
sucesso social.( Zaluar)
 Para Weber, dentro do espírito capitalista a
pobreza é sinal de
desperdício
e
ociosidade
Marx caracteriza como:
• Exército industrial de reservas
• A superpopulação relativa
• Sub-proletariado
(...) uma modernidade que não cria o
emprego e a cidadania prometida, mas que
engendra o seu avesso na lógica devastadora
de um mercado que desqualifica – e descarta
– povo e população que não tem como se
adaptar a velocidade das mudanças e as
atuais
exigências
da
competitividade
econômica .
Telles
São dimensões contraditórias do Brasil criar
condições de diminuir a desigualdade sociais
num jogo político excludente que...
repõe privilégios,
cria outros e
exclui a maioria.
COMPREENSÃO DE MARX PARA O SER
HUMANO:
•
•
•
•
Consciência de um ser racional
Político
Singular
Que produza suas condições de existências
O indivíduo nasce com a predisposição para a
sociabilidade ...
Na vida de cada indivíduo existe uma
seqüência temporal no curso da qual é
induzido a tomar parte na dialética da
sociedade. BERGER E LUCKMAN
De um lado, o segmento social dos integrados, com melhores, mais
justas e corretas relações sociais, relações essas cuja vivência pode
ser nomeada por cidadania, e do outro o segmento social dos
excluídos, com direito à exclusão integrativa, vil inserção marginal às
sobras do banquete dos eleitos da cidade cindida. (VÉRAS apud
ALVAREZ, 2004).
A produção da condição de condição de
existência não é livremente escolhida. Apesar
do homem fazer sua história, ele não pode
fazê-la nas condições por ele escolhidas.
São os homens que produzem as suas representações, as suas idéias etc.,
mas os homens reais, atuantes, e tais como foram condicionados por um
determinado desenvolvimento das suas forças produtivas e do modo de
relações que lhe corresponde, incluindo até as formas mais amplas que
estas possam tomar. A consciência nunca pode SER mais que o SER
consciente, e o SER dos homens é o seu processo da vida real... Assim, a
moral, a religião, a metafísica e qualquer outra ideologia, tal como as
formas de consciência que lhes correspondem, perdem imediatamente
toda aparência de autonomia. Não têm história, não têm desenvolvimento
; serão, antes, os homens que, desenvolvendo a sua produção material e
as suas relações materiais, transformam, com esta realidade que lhes é
própria, o seu pensamento e os produtos deste pensamento. Não é a
consciência que determina a vida, mas sim a vida que determina a
consciência.
MARX
OS ESTUDOS SOBRE POPULAÇÃO DE RUA E EXCLUSÃO
SOCIAL SE DIFERENCIAM
1º )O ponto de partida
é a perda da
qualificação para o
trabalho em um
ambiente de fortes
transformações na
ordem produtiva e
tecnológica.
2º) Sistema de valores
simbólicos – a
sociedade que
determina quem são
aqueles que estão
“fora da norma”.
3º) Perda de vínculos
sociais, relação de
trabalho e família.
4º Forma de
intolerância social,
onde um conjunto
inteiro de pessoas são
“apartadas” como se
fossem animais, não
somente das
possibilidades de
consumo de bens de
serviço mas do próprio
gênero humano.
O BRASIL PRODUZIU A RIQUEZA PELA
PRODUÇÃO DA POBREZA
“...de um lado, os senhores, proprietários,
doutores. De outro, índios, escravos,
trabalhadores, pobres, indigentes.”PLASENCIA
Uma minoria rica branca, sofisticada e
comparável ao Canadá. Uma maioria pobre,
negra, silenciosa e resignada, do tamanho do
México. E 32 milhões de indigentes, uma
Argentina de miséria dentro do Brasil. SOUZA
MOTIVOS DO DESABRIGO
 Desastres naturais;
 Trabalho que obrigam a viver migração
perpétua;
Fuga de seus países por razões políticas e
econômicas;
Razões econômicas e institucionais os
empurram para as ruas.
SNOW e ANRDERSON diferenciam o
desabrigo em três dimensões:
1ª) Dimensão residencial – ausência de moradia convencional
permanente.
2ª)Dimensão de apoio familiar – perda ou enfraquecimento
de vínculo familiar.
3ª)Dimensão de valor moral e dignidade baseada nem papel
desempenhado – ser detentor de um papel básico ou de um
status modelar.
A exclusão social é um processo de ruptura. Ela não é
apenas uma exclusão econômica, do trabalho e do
consumo. A exclusão social seria uma exclusão moral e
cultural que torna os excluídos em miseráveis sociais e
culturais, posto que desumaniza o indivíduo. (...)
Os habitantes das ruas não são como os biscateiros, ainda
que possuam uma característica similar a estes: a
flexibilidade ou capacidade de se adaptarem a diferentes
possibilidades de trabalho, mesmo que já não possuam
profissões ou ofício(...) Seu mundo restringe-se às ruas e
seu trabalho só se dá nas ruas. Por esta razão, talvez, suas
atividades “produtivas” muitas vezes se resumem à
obtenção do estritamente necessário à subsistência
imediata: a fome. PORTUGAL
TIPOLOGIAS
O modo como os membros de algum domínio são classificados em termos de
diferenças e semelhanças é chamado de tipologização, constituído como um
instrumento conceitual. A categoria tratada neste trabalho trás diversas nomeclaturas
diante da sociedade:

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







MENDIGOS
POVO DA RUA
POPULAÇÃO FLUTUANTE
ESCÓRIA DA HUMANIDADE
URBANOCÊNTRICO
SEM TETO
ANDARILHOS
MALUCOS
INTINERANTES
DESAFURTUNADOS
Este mundo social não é criado ou escolhido,
a princípio, mas para o qual a maioria foi
empurrada por circunstância além do seu
controle. É um mundo social no qual os
habitantes compartilham um destino singular:
o de ter de sobreviver nas ruas, nas rodovias,
nos becos.
RESPOSTAS DA SOCIEDADE
 ACOMODADORA – atende às necessidade básicas – alimento
e abrigo;
 RESTAURADORA – orientação para o tratamento e não para
subsistência;
 EXPLORADORA - interesse de mercado, exploração d mão de
obra barata;
 EXCLUSÃO/EXPULSÃO – objetos de compaixão, vítimas das
forças sociais do azar,expulsão das cidades para não
contaminarem o ambiente;
 CONTENÇÃO – trabalho policial quando detidos por pequenos
delitos, embriaguez pública, uso de substâncias ou
contravenções.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
TELLES, Vera da Silva. Caderno CRH n.1(1987) – Salvador, Centro de
Recursos Humanos/UFBA,1999.
QUINTANEIRO, Tânia ET.Al. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e
Weber – 2.ed. ver. Amp. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. 159p.
BERGER, Peter L. LUCKMANN, Thomas. A construção Social da
realidade. 15ed. Ed. Vozes. Petrópolis, 1998.
SNOW, David A. ANDERSON, Leon. Desafortunados: um estudo sobre o
povo da rua; Tradução Sandra Vasconcelos, Ed. Vozes. Petrópolis,
1998.
Marx, Karl. ENGELS, Friedrich. Manifesto Comunista.
www.folhadonorte.com.br/site/fotos
www.uniaonet.com/mvida06051
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