BOLETIM SBNp
Gestão 2011-2013 -Edição Julho/Agosto 2013
Editorial
Queridos associados da SBNp,
Nesta edição:
Nosso Boletim chega recheado com informações! No texto inicial, o
Prof. Dr. Alex López-Rolón do Departamento de Psicologia da UniTexto Inicial
Pluridisciplinaridade na
neuropsicologia:
o Brasil visto de fora
Entrevista do mês
versidade de Graz na Áustria faz um belo apanhado sobre a pluridisciplinaridade na neuropsicologia brasileira de uma visão de fora de
nosso país. Vale a pena conferir!!!
Ainda temos a honra ainda de contar com a brilhante entrevista realizada com o Prof. Dr. Mônica Miranda (UNIFESP), esclarecendo e
Profa. Dra. Mônica C. Miranda
dando sua opinião sobre as polêmicas relacionadas ao Transtorno
de Déficit de Atenção (TDAH).
Relato de pesquisa
O Relato de pesquisa desse volume fica por conta da do doutorando
Relações entre cognição e
funcionalidade em idoso:
A experiência do Laboratório
de Investigações
Neuropsicológicas
(LIN/UFMG)
NEUROeventos
em Medicina Molecular pela UFMG, Jonas Jardim, intutulado
“Relações entre cognição e funcionalidade em idoso: A experiência
do Laboratório de Investigações Neuropsicológicas (LIN/UFMG).”
Temos ainda o prazer de dar boas-vindas as mais novas do Boletim
da SBNp: Annelise Júlio (MG) e Ana Cláudia Silveira (SE), bem co-
“Second Brazilian Meeting on
Brain and Cognition”
Congresso Brasileiro de
Neuropsicologia e Instituto
Brasileiro de Neuropsicologia
mo a nova membro do boletim Candice Holderbaum (RS)!
Contamos também com a parte de NEUROeventos, sempre atualizando os associados no que há de melhor em relação a eventos na
área de neuropsicologia!
Equipe editorial da SBNp!
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Pluridisciplinaridade na neuropsicologia: o Brasil visto de fora.
Em artigo recente Haase e cols.
(2012) ressaltaram a importância
do trabalho colaborativo pluridisciplinar na „prevenção, pesquisa,
ensino, avaliação e diagnóstico
(funções preservadas versus deficitárias, estratégias utilizadas) e reabilitação neuropsicológicos nos
transtornos do desenvolvimento e
adquiridos (normal versus patológico – continuum entre normal e patológico) ao longo do ciclo vital“.
Ao leitor não familiarizado com
o debate doméstico e que motivou
a publicação deste manifesto de
importantes referências da neuropsicologia brasileira, pode surpreender que haja necessidade de
esclarecimento deste ponto. A necessidade de colaborar com colegas de outras disciplinas é tão óbvia que poderia muito bem ser caracterizada como um truísmo ou
„verdad de perogrullo“, como se diz
em espanhol.
A discussão toda teve origem
em um debate sobre a utilização,
validação e comercializaão de instrumentos de diagnóstico neuropsicológico por profissionais sem formação psicológica em nível de graduação (vide Haase et al., 2012).
No plano internacional, na maioria
dos países a comercialização de
testes clinicos é restrita a profissionais da área de saúde, com a correspondente formação clinica. O
panorama é variado, mas na maioria dos países não existem quaisquer restrições quanto o desenvolvimento, validação, normatização e
comercialização de instrumentos
neuropsicológicos por profissionais
de saúde. A utilização de instrumentos diagnósticos validados e
normatizados para avaliar as funções mentais não é prerrogativa
exclusiva de psicólogos.
Como foi exposto por Haase e
cols. (2012), os temas abordados
por nossa disciplina são de tal
complexidade, que desde o seu
alvorescer impôs-se a necessidade de participação de profissionais de diversas disciplinas. Restringir o uso de testes neuropsicológicos somente a psicólogos
equivale a negligenciar toda a
história, teoria e prática da neuropsicologia bem como o estudo e
tratamento clinicos dos problemas
por ela abordados. Esta política
restritiva vai na contramão da ten-
dência mundial em ciência e tecnologia de trabalhar em niveis
crescentemente integrativos de
diversas disciplinas. O debate
internacional não focaliza a criação de esferas mutuamente excludentes, mas se concentra no
esclarecimento dos requisitos e
meios para a integração pluridisciplinar requerida por qualquer tema mais complexo. A colaboração pluridisciplinar veio para ficar.
Desta forma, para organizar e
conferir mais eficiência ao trabalho, entre outras demacações,
distingue-se a inter- e a multidisciplinaridade. Os termos inter- e
multidisciplinaridade expressam o
nível de integração conceitual e
epistemológica da atividade pluridisciplinar. Estas distinções são
importantes, uma vez que nem
todas problemáticas requerem necessariamente uma completa integração conceitual e epistemológica
(Rogers, Rizzo, & Scaife, 2003). A
interdisciplinaridade pode ser considerada como o resultado de uma
síntese de insights de duas ou
mais discplinas, fornecendo um
sistema explicativo novo ou mais
completo acerca de um problema
complexo. Por outro lado, a multidisciplinaridade é definida como
justaposição disciplinária de natureza aditiva, buscando contrastar o
conhecimento de diversas disciplinas sem procuar integrá-las no
process (Klein, 1990; Newell,
2001).
Na atividade de pesquisa, a integração de insights de diversas disciplinas depende da coerência entre as facetas abordadas pelas
disciplinas intervenientes. Se a
coerência é baixa , então é melhor
tratar o tema de forma multidisciplinar. Isto implica no estabelecimento de conexões entre resultados de
uma investigação, sem que haja
uma integração de „conceitos,
epistemologia
o
metodologias“ (Flinterman, TeclemariamMesbah, Broerse, & Bunders,
2001). Por outro lado, como é bem
sabido, a neurociência cognitiva é
um exemplo de interdisciplinaridade. Esta disciplina nasceu como
resultado de uma integração das
teorias da psicologia cognitiva com
a metodologia neurocientífica. Um
casamento que propiciou o nascimento de uma nova área disciplinar, a qual por sua vez, enriquece
as áreas originárias. Saudamos o
surgimento deste debate no Brasil
e confiamos que vai contribuir para
o fortalecimento do trabalho pluridisciplinar.
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Continua
Boletim SBNp—Julho/Agosto—2013
Por: Alex López-Rolón
School of Cognitive and Compu-
Referências
ting Sciences.
Flinterman, J., TeclemariamMesbah, R., Broerse, J. E. W., &
Boletim SBNp—Julho/Agosto—2013
Bunders, J. F. G. (2001). Transdisciplinarity: The New Challenge for Biomedical Research. Bull
Sci Technol Soc, 21(4), 253–
266.
Haase, V. G., De Salles, J.
F., Miranda, M. C., Malloy-Diniz,
L., Abreu, N., Argollo, N., … Bueno, O. F. A. (2012). Neuropsicologia como ciência interdisciplinar: consenso da comunidade
brasileira
clínicos
de
em
pesquisadores/
Neuropsicologia.
Revista Neuropsicología Latinoamericana,
4(4),
1–8
(http://
neuropsicolatina.org/index.php/
Neuropsicologia_Latinoamericana/article/
view/125).
Klein, J. T. (1990). Interdisciplinarity: History, Theory, and
Practice. Wayne State University Press.
Newell, W. H. (2001). A Theory of Interdisciplinary Studies.
Issues in Integrative Studies, 19,
Alex López-Rolón
1–25.
Dept. de Psicologia/Neuropsicologia,
m&i-Fachklinik Enzensberg, Hopfen am
See/Füssen, Alemanha.
Rogers, Y., Rizzo, A., & Scaife, M. (2003). Interdisciplinarity:
An Emergent Or Engineered
Process? University of Sussex,
Lab. de Neuropsicología, Instituto de
Psicología, Universidade de Graz,
Graz, Austria.
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Profa. Dra. Mônica C. Miranda
Nesta entrevista, a Mônica ofereceu a sua perspectiva, enquanto uma profissional da área,
sobre as recentes polêmicas
envolvendo o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), além de comentar
sobre os seus projetos de pesquisa. Façam bom proveito!
SBNp: Mônica, você pode
nos contar um pouco sobre
os projetos de pesquisa que
você está desenvolvendo em
seu grupo de pesquisa atualmente e sobre os projetos que
estão a caminho?
Mônica Miranda: “As pesquisas que eu estou envolvida atualmente dizem respeito a duas
linhas principais: a primeira se
refere
a
desenvolvimento/
normatização de instrumentos
de avaliação neuropsicológica
na infância, levando em consideração as características socioeconômicas e culturais na infância; a segunda linha é de
diagnóstico, intervenção e prevenção nos distúrbios do neurodesenvolvimento.”
SBNp: Como surgiu o seu
interesse pela sua área de
pesquisa?
Mônica Miranda: “A Universidade São Marcos, na qual fiz o
curso de Psicologia, oferecia um
curso com base na Psicanálise
que me fascinou a princípio e
me fez pensar em buscar a especialização nessa área, e a
área clínica me parecia o caminho mais “lógico”; iniciei, a partir
do 5º ano, os estágios clínicos,
obrigatórios e opcionais, mas
um dos estágios opcionais,
atendimento psicoterápico a crianças com obesidade, mostrou-me
outros caminhos. As crianças eram
encaminhadas pela Disciplina de
Nutrologia da UNIFESP, onde tinham acompanhamentos com médicos, nutricionistas, entre outros, e
nossa atuação era a intervenção
psicológica. Nesses atendimentos
descobri o quanto era fascinante, e
ao mesmo tempo inquietante, lidar
com esses quadros. Inquietante porque percebia haver não só fatores
psíquicos que determinavam esse
quadro, mas também outros fatores
os quais eu ainda não conseguia
denominar na época, pelo pouco
conhecimento. Essa inquietude me
fez buscar a especialização na área
da saúde, especificamente na UNIFESP devido à parceria com a Universidade São Marcos, no trabalho
com as crianças com obesidade. Ao
receber uma indicação de uma vaga
de estágio no Departamento de Psicobiologia, iniciei o contato com a
pesquisa científica, bem como com
a neuropsicologia, ambas desconhecidas para mim. A neuropsicologia
se tornou minha paixão exatamente
por estudar as interações entre os
fatores neurobiológicos e psicológicos.”
SBNp: Em relação à sua primeira
linha de pesquisa, como se dá
essa relação entre avaliação neuropsicológica e características
sócio-econômicas? As características sócio-econômicas podem
influenciar o desenvolvimento
neurocognitivo (e até que ponto
se dá essa influência)?
ção precisam ter dados padronizados levando em consideração
se há ou não a influencia de
fatores socioeconômicos e culturais. O que isso quer dizer?
que esse é um fenômeno complexo, não basta utilizarmos
testes que tenham padrão de
desempenho internacionais se
não soubermos até que ponto
esse desempenho sofre a influencia dessas variáveis. Por
exemplo, vimos que em algumas culturas determinadas habilidade (verbais, por ex.) podem ser mais estimuladas, e
ainda que em ambientes menos
favorecidos
economicamente
essas mesmas habilidades verbais, como no caso da aquisição de vocabulário, podem se
desenvolver de forma diferente.
Veja que utilizo o termo
'diferente' e não 'pior' ou
'melhor', pois seria muita imprudência qualquer afirmação disso, na medida em que, como eu
disse antes, o fenômeno ambiental é algo complexo e não
totalmente entendido, ou seja, o
que nesse ambiente em que a
criança cresce e se desenvolve
poder ser prejudicial e no que?
Outro exemplo, a desnutrição é
prejudicial ao desenvolvimento
cognitivo, mas quando aliado a
extensão desse quadro mais
condições de extrema pobreza
que potencializam o risco de
continuidade da desnutrição. O
papel das pesquisas é exatamente esse, determinar o que e
como.”
Mônica Miranda: “A avaliação neuropsicológica na infância é fundamental na definição de vários diagnóstico, e assim as diversas técnicas (testes, instrumentos) de avalia-
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Boletim SBNp—Julho/Agosto—2013
Por: Marcus Vinícius Alves
Mônica Miranda: “Essa argumentação não se sustenta
a luz da comunidade científica. Essa discussão surgiu
acerca de 2 anos no Brasil por
um grupo de profissionais
apoiados pelo Conselho Federal de Psicologia, mas sem
nenhuma base cientifica, ou
seja, essa discussão se apoia
em concepções teóricas e
ideais que já foram contestadas pela comunidade cientifica brasileira por não terem
nenhuma base cientifica.
Por exemplo, uma carta
emitida e publicada pela Associação Brasileira do Déficit
de Atenção (www.tdah.org.br),
escrita pelo Dr. Paulo Mattos
e Dr. Luiz A. Rohde, respeitados pesquisadores brasileiros
em TDAH, bem como pela
Associação Brasileira de Psiquiatria (www.abp.org.br), traz
argumento importantes acerca
dessas opiniões. Segue um
trecho dessa carta: “Quando
você ouve alguém falar que
TDAH é uma doença inventada, por mais eloquente que
seja o autor desta opinião
sem qualquer base científica,
ou mesmo a sua titulação (a
incapacidade e leviandade
sempre foram democráticas:
também acometem médicos,
psicólogos, etc.), pesquise
sobre a veracidade (e a ori-
gem) do que está sendo dito
(…).
O reconhecimento que se
trata de um transtorno neurobiológico que causa prejuízo
significativo é inequívoco, com
estimativa de prevalência, no
mundo inteiro, em cerca de
5,2% de crianças afetadas e
que persiste na idade adulta. Há sim estudos como o do
Prof. Dr. Marcos Arruda, cujo
tem o diagnóstico de déficit de
atenção, hiperatividade ou dos
dois” (afirmativa desse grupo
de profissionais). Porém, a delimitação diagnóstica não se limita apenas aos critérios descritos em escalas de comportamento, mas a uma ampla variedade de comportamentos que
são verificados em diferentes
contextos que permitirão uma
observação mais flexível e dinâmica da criança com TDAH,
bem como na avaliação interdisciplinar que poderá afastar
outras causas, como as ambientais.
(...) “ O reconhecimento que
se trata de um transtorno
neurobiológico que causa
prejuízo significativo é inequívoco” (...)
resumo foi apresentado no 3rd
International Congress on
ADHD, Berlim/Alemanha, e os
resultados mostram que muitos diagnósticos são realizados por profissionais que não
conhecem os critérios internacionais. Há necessidade de
critérios diagnósticos baseados em instrumentos goldstandard, mas o mesmo estudo
ainda
aponta
que
“aproximadamente 1,7 milhões
de adolescentes e crianças
brasileiras com TDAH nuca
foram diagnosticados e 2,5
milhões nunca foram tratados”.
Umas das alegações desse
grupo de profissionais é que
os critérios diagnósticos baseados nas escalas de comportamento como a SNAP não é
critério de doença, “Se você
preencher seis das perguntas
Para finalizar, é um absurdo
esse grupo promover esses
fóruns sem dar espaço aos
pesquisadores da área, pois
para mim esses fóruns com
uma visão unilateral são uma
irresponsabilidade, pois pode
negar o direito a essas crianças
de tratamento adequado. Essa
semana o Instituto ABCD divulgou que a Câmara analisa o
Projeto de Lei 3394/12, do deputado Manoel Junior (PMDBPB), que obriga os estados e
municípios a manter programa
nas instituições de educação
básica para diagnóstico e tratamento de estudantes com dislexia. Outra conquista foi o Edital
do ENEM de 24 de Maio desse
ano que haverá atendimento
DIFERENCIADO aos portadores de dislexia, déficit de atenção, autismo, etc. Sem as pesquisas que mostram as dificuldades dessas crianças essa
conquista não teria acontecido
e é irresponsabilidade não dar
o direito a estes indivíduos de
que há um distúrbio e que a
culpa não é deles.”
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Boletim SBNp—Julho/Agosto—2013
SBNp: Tem-se debatido regularmente na mídia sobre
o TDAH, sendo que alguns
grupos de profissionais
questionam a existência
deste distúrbio e de outros,
os chamando de ‘supostos
transtornos’. Qual é a sua
posição sobre este tema?
tas vezes com diversos medicamentos diferentes e sem a eficácia
possível. Por outro lado, muitos
médicos relutam em prescrever
doses adequadas de medicamentos, o que pode impedir a identificação de uma dose ótima.
Mônica Miranda: “Primeiro é importante ressaltar que quando o
diagnóstico de TDAH é estabelecido, o uso de medicações é uma
estratégia muito útil e necessária
para atingir os objetivos dos pacientes. A utilização de medicações
não é a regra para todos os casos,
particularmente aqueles com sintomas leves e sem repercussões
importantes na vida social e acadêmica, mas isso tem que ser
analisado caso a caso. Mesmo
assim, pode ser necessário medicar esses casos leves e monitorar
os efeitos e eficácia.
Em uma entrevista à Revista Época
(edição 2229) o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria
afirmou algo muito importante
“Podemos discutir se estamos medicando demais, mas dizer que o
TDAH não existe ou que a medicação é desnecessária não é o caminho para que isso aconteça”, considera. “E não é comum as pessoas
terem TDAH. Se olharmos as estatísticas, 95% das crianças não têm
a doença, e não o contrário”.
Sim, houve um aumento de prescrições de metilfenidato (principal
medicamento utilizado para tratamento do TDAH), mas isso não
significa que está tendo prescrição
indiscriminada, e se isso ocorre é
devido a um importante fator: em
minha opinião há profissionais mal
preparados e que saem fazendo
“diagnóstico”
equivocado
de
TDAH. Já vi apresentações em
congressos (pôsteres, apresentações orais) de profissionais da
saúde que são verdadeiros absurdos, pois isoladamente faziam tal
“diagnóstico” e ai obviamente pode haver prescrição inadequada
de medicamentos.
Outro fator, que destacamos em
nosso livro (ver referência ao final), é que o TDAH é um transtorno crônico do desenvolvimento,
melhor tratado vagarosa e sistematicamente. Isso vai de encontro
ao senso de urgência do paciente
ao descobrir que tem TDAH – ele
busca uma cura rápida, e pode
tentar apressar o processo com
suas próprias mãos, aumentando
as doses muito rapidamente, que
pode levar a um curso mais longo
de tentativas de tratamento, mui-
Os debates devem, sim, acontecer
em torno dessa questão, alertando
a população que simplesmente não
utilizar medicamento em casos de
TDAH, principalmente quando há
comorbidades psiquiátricas, é um
risco à vida desses pacientes. Tivemos vários casos atendidos em
nosso núcleo (Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Infantil)
em que as mães se recusavam a
medicar seus filhos e vimos essas
crianças em situação de risco extremo (atravessar a rua correndo
muito bem na frente de carros, pulando muros muito altos das escolas, escalando, literalmente, janelas).
Vou ousar bastante, mas em minha
opinião a população deve ser alertada que pode haver diagnóstico
realizado por profissionais não tão
bem preparados, que pais e/ou pacientes devem procurar profissionais reconhecidos pelas Associações de Classe como a ABP, ABDA. Fazendo uma analogia com a
cirurgia plástica, a recomendação
do Conselho Federal de Medicina é
que os pacientes procurem especialistas em cada área, ou seja, o
paciente não deve procurar um cirurgião geral, mas um membro da
Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica. No caso do TDAH muitos
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pacientes que tomam o remédio podem o estar fazendo sem ter passado por um diagnóstico adequado.”
SBNp: É difícil ser um pesquisador em psicologia no Brasil?
Mônica Miranda: “Por estar num
campo de pesquisa que é a Neuropsicologia as dificuldades são as
mesmas para todos os pesquisadores da área da saúde, faltam verbas,
financiamentos inadequados, baixos
salários, além do fato de no Brasil a
carreira do pesquisador ser completamente ligada a um concurso público para professor adjunto de uma
universidade. Uma matéria publicada
pelo renomado cientista brasileiro o
Dr. Miguel Nicolelis resume bem o
que está errado e o que precisa mudar em nosso cenário: “A política da
ciência brasileira está ultrapassada.
Principalmente, a gestão científica. O
mais importante nós temos: o talento
humano. Mas ele é rapidamente sufocado por normas absurdas dentro
das universidades. Não podemos
mais fazer pesquisa de forma amadora. Devemos ter uma carreira para
pesquisadores em tempo integral e
oferecer um suporte administrativo
profissional aos cientistas.”
Por ultimo a maior dificuldade para
as publicações em minha área é devido aos critérios da CAPES, pois
atuo em dois departamentos na UNIFESP e cada um terá uma área diferente de avaliação pela CAPES, no
meu caso Medicina e Interdisciplinaridade, e isso implica em critérios de
impacto diferentes o que torna os
indicadores adequados para uma
área e baixo para a outra. A unificação dos critérios para todas as áreas
seria essencial, pois cada vez mais o
trabalho interdisciplinar em pesquisas aumenta substancialmente.
Boletim SBNp—Julho/Agosto—2013
SBNp: Ainda sobre esta polêmica, estes mesmos profissionais têm alegado haver uma
prescrição indiscriminada de
medicamentos relacionados ao
TDAH. Este é um problema real?
Mônica Miranda: “Não sei como mudar essa situação em
curto prazo, só acho muito estranho que para ser professor
universitário passamos muito
tempo no mestrado e no doutorado aprendendo basicamente a
fazer pesquisa, e depois lutamos para poder orientar e conduzir pesquisas no tempo que
nos sobra entre reuniões e outra
tarefas acadêmicas, como a graduação. Bom, não posso reclamar muito, porque estou em
uma universidade muito boa,
aonde a pesquisa é valorizada e
os alunos são muito bons e interessados em pesquisa. A gente
“sofre” um pouquinho, mas consegue levar os projetos adiante.”
transtornos” e a outra ainda sobre o
problema do CFP considerar testes
neuropsicológicos como sendo testes psicológicos, o que difere substancialmente.”
Boletim SBNp—Julho/Agosto—2013
SBNp:
Existem mudanças
que facilitariam o seu trabalho?
Para ler mais:
MUSZKAT, Mauro, MIRANDA, M.
C., RIZZUT, S. Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade.
São Paulo: Cortez Editora, 2011,
v.3. p.142.
O “Mito” do TDAH: como entender
o que você ouve por aí
A polêmica do déficit de atenção”
SBNp: Qual foi o melhor conselho que você já recebeu?
Mônica Miranda: “Do meu orientador e chefe atualmente, o
Prof. Dr. Orlando Bueno. Um dia
eu perguntei a ele como conseguiu fazer com que um grupo de
alunos de mestrado e doutorado
abrisse um dos centros de neuropsicologia mais conhecidos no
Brasil, o CPN e em nosso caso
o NANI, ele apenas me respondeu “Eu não sei, assim como
você também não saberá até ter
as pessoas que querem fazer
isso caminhando livremente para tal.”
SBNp: Você recomenda alguma leitura para quem se interessa pela sua área?
Mônica Miranda: “Sim, há no
mercado brasileiro diversos livros escritos por renomados
pesquisadores em Neuropsicologia no Brasil, mas o mais importante é a leitura crítica acerca
das questões políticas que estamos enfrentando hoje. Uma delas refere-se a sua 1ª pergunta
sobre a existência de “supostos
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Mônica C. Miranda
Pesquisadora pela Associação Fundo de
Incentivo à Pesquisa (AFIP), formada em
Psicologia pela Universidade São Marcos e
possui Mestrado e Doutorado em Psicobiologia pela Universidade Federal de São Paulo.
É orientadora do Programa de PósGraduação em Educação e Saúde e Pesquisadora do Depto de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo. Coordena o
Núcleo de Atendimento Neuropsicológico
Infantil Interdisciplinar (NANI) do Centro Paulista de Neuropsicologia. Mônica é também
uma das autoras do livro Neuropsicologia do
Desenvolvimento: conceitos e abordagens,
publicado em 2006. Além disso, ela também
é uma das organizadoras do livro Neuropsicologia do Desenvolvimento:
Transtornos do neurodesenvolvimento, que
será publicado em outubro de 2012 pela
Editora Rubio.
RELAÇÕES ENTRE COGNIÇÃO E FUNCIONALIDADE EM IDOSOS: A EXPERIÊNCIA DO
LABOARATÓRIO DE INVESTIGAÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS (LIN/UFMG)
pesquisa em neuropsicologia no
os textos de Chaytor & Schimitter-
realização de AVDs em idosos. Ao todo,
Brasil tem crescido de forma exponen-
Edgecombe (2003) e Royall e colabo-
118 pacientes realizaram um protocolo
cial nos últimos anos, com o desenvol-
radores (2007).
de exame neuropsicológico contendo os
A
testes Escala Mattis para Avaliação de
vimento de diferentes linhas e aborda-
No Laboratório de Investigações
gens em vários estados de todas as
Neuropsicológicas (LIN) do Instituto
regiões brasileiras. Muitos dos artigos
Nacional de Ciência e Tecnologia em
publicados nos últimos anos têm por
Medicina Molecular, com sede na Uni-
objetivo e tema central o desenvolvi-
versidade Federal de Minas Gerais,
mento, validação ou normatização de
desenvolvemos nos últimos anos uma
testes neuropsicológicos, sobretudo de
série trabalhos sobre a validade ecoló-
instrumentos mais específicos e preci-
gica do exame neuropsicológico em
sos para a avaliação de diferentes fun-
idosos, com foco em transtornos psi-
ções cognitivas. Tais avanços permitem
quiátricos, comprometimento cognitivo
aos profissionais utilizarem um amplo
leve e quadros demenciais. Esses
As medidas de funções executivas,
conjunto de métodos para exame, ca-
trabalhos forma um alinha de pesquisa
memória de trabalho e memória episódi-
racterização do perfil clínico e diagnós-
do LIN que tem por foco caracterizar a
ca foram reduzidas por meio de uma
tico de diferentes transtornos e síndro-
contribuição de funções cognitivas
análise fatorial exploratória a esses três
mes. Muitos desses trabalhos podem
específicas (e por consequência, dos
fatores, de forma a facilitar as análises
ser encontrados em periódicos como
testes utilizados para seu exame) para
subsequentes. Os três fatores e os sinto-
Dementia & Neuropsychologia, Psycho-
o desempenho funcional dos idosos na
mas depressivos apresentados pelos
logy & Neuroscience, Revista de Psiqui-
realização de atividades de vida diária
participantes (caracterizados por meio
atria Clínica, Arquivos de Neuropsiquia-
(AVDs). O último termo se refere a
da Escala de Depressão Geriátrica) fo-
tria e Revista Brasileira de Psiquiatria,
atividades cotidianas realizadas pelo
ram utilizados como preditores das
revistas conceituadas e de acesso livre
paciente,
básicas
AVDs em um modelo de regressão múlti-
aos profissionais brasileiros.
(como a higiene pessoal) às mais com-
pla. Os resultados sugerem que na po-
Embora muito se tenha avançado
plexas (como o controle financeiro). O
pulação avaliada as funções executivas
no quesito adaptação/validação de ins-
primeiro artigo d essa linha de pesqui-
foram o único preditor significativo do
trumentos para a prática clínica, um
sa foi publicado recentemente (de
desempenho funcional, respondendo por
aspecto dos procedimentos de valida-
Paula & Malloy-Diniz, 2013), com re-
aproximadamente 30% da variância ex-
ção é ainda pouco abordado pelos arti-
sultados preliminares e de natureza
plicada pelo modelo. Embora os testes
gos e estudos brasileiros: a Validade
exploratória sobre o tema.
das outras funções se associem ao de-
desde
as
mais
Ecológica. O termo refere-se à associa-
O artigo intitulado Executive func-
ção entre os resultados obtidos em um
tions as predictors of functional perfor-
determinado teste neuropsicológico e o
mance in mild Alzheimer's dementia
comportamento/cognição em condições
and mild cognitive impairment elderly
ecológicas manifestas pelo paciente.
(Funções executivas como preditores
Em outras palavras, o termo se refere
do desempenho funcional em idosos
ao poder preditivo de um determinado
com demência de Alzheimer em fase
instrumento sobre o desempenho funci-
inicial e comprometimento cognitivo
onal do paciente. Para duas revisões
leve) aborda a associação entre medi-
importantes sobre o tema, sugerimos
das cognitivas e a autonomia para a
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Demências, Mini-Exame do Estado Mental, Fluência Verbal Semântica e Fonêmica, Bateria de Avaliação Frontal, Torre
de Londres, Span de Dígitos, Cubos de
Corsi e o Teste de Aprendizagem Auditivo Verbal de Rey. As atividades de vida
diária foram estimadas por meio de 15
perguntas relacionadas às AVDs feitas
aos cuidadores.
sempenho funcional quando avaliados
de forma isolada, apenas o fator representando as funções executivas foi associado às AVDs em um modelo multidimensional. Os resultados também indicaram um possível envolvimento dos
sintomas depressivos com o desempenho funcional (resultados marginalmente
significativos).
Boletim SBNp—Julho/Agosto—2013
Por: Jonas Jardim de Paula
Leandro Fernandes Malloy-Diniz
Esse foi o primeiro trabalho
de uma linha de cinco estudos
destinados à avaliação das
relações entre cognição e funcionalidade nesses pacientes
propostos pelo LIN. Uma fraqueza dessa primeira análise,
de natureza exploratória, é a
interpretação das AVDs enquanto construto único e o
uso de apenas três domínios
cognitivos como preditores. O
segundo artigo dessa linha de
pesquisa, aceito para publicação no periódico Revista Brasileira de Psiquiatria (de Paula
et al., no prelo), propõe um
novo inventário de AVDs
(juntamente às análises de
sua validade construto, critério
e consistência interna do mesmo), que subdivide as AVDs
em: autocuidado (AVDs bási-
cas), domésticas (AVDs instrumentais realizadas no lar,
fortemente associadas à memória procedural e hábitos) e
complexas (AVDs instrumentais mais fortemente relacionadas à memória prospectiva, planejamento e solução
de problemas). Um terceiro
artigo, em fase de revisão
propõe o uso de um protocolo de exame neuropsicológico
contendo algumas medidas
retratadas no primeiro estudo
e a adição de testes mais específicos para a avaliação da
linguagem, memória semântica e habilidades visioespaciais, apresentando evidências
de validade (estrutura fatorial,
correlações convergentes e
divergentes, validade ecológica e pontos de corte) para os
testes e validando novas medidas cognitivas para os estudos como um todo. O quarto
artigo, recentemente submetido, trabalhou a influência
dos sintomas depressivos
sob o desempenho funcional
de idosos, encontrando associações mais circunscritas às
AVDs complexas. Por fim, o
último trabalho, em fase de
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submissão, propõe uma análise
hierárquica da relação entre fatores cognitivos e neuropsiquiátricos (previamente validados
nos estudos anteriores) com as
AVDs nessa população, desde
a funcionalidade como um todo,
até cada uma das atividades
específicas (por exemplo, analisando quais preditores cognitivos se relacionam ao controle
financeiro, uso do telefone, habilidade de cozinhar ou siar de
casa sozinho), passando também pela divisão autocuidadodomésticas-complexas.
Os resultados desse primeiro
estudo e o objetivo dessa linha
de pesquisa do LIN é caracterizar quais os preditores cognitivos e neuropsiquiátricos do desempenho funcional em idosos.
A construção desses modelos
tem caráter prospectivo: determinando os preditores de uma
atividade específica e utilizando
instrumentos validados para
sua avaliação podemos predizer, com certa acurácia, quais
serão dos déficits funcionais do
paciente. Tal perspectiva é importante para o desenvolvimento de rotinas de adaptação e
reabilitação a tais paciente, antecipando as demandas ambientais necessárias a sua boa
adaptação ao cotidiano. Acreditamos que os trabalhos vinculados a essa linha de pesquisa
estejam disponíveis aos profissionais brasileiros até o final de
2013.
Boletim SBNp—Julho/Agosto—2013
Os resultados apontam para o papel central do funcionamento executivo para o desempenho funcional dos participantes, achado também encontrado por outros estudos
(Royal et al., 2007; Greenaway et al., 2012; Pereira et al.,
2008). Também fornecem indícios da validade ecológica
dos testes utilizados no estudo: uma matriz de correlações
avaliou a associação de cada
uma das medidas com o desempenho funcional, com resultados significativos para
todos os testes neuropsicológicos, mas magnitudes de
efeito variando de baixas a
altas.
de Paula, J.J., & Malloy-Diniz,
L.F. (2013). Executive functions as
predictors of functional performance
in mild Alzheimer's dementia and
mild cognitive impairment elderly.
Estudos de Psicologia (Natal), 18(1),
117-124. Disponível em: http://
www.scielo.br/pdf/epsic/
v18n1/19.pdf. [Versão em português
disponível no perfil do autor – Jonas
Jardim de Paula – na rede social
Research
Gate:
https://
www.researchgate.net/profile/
Jonas_De_Paula/?ev=hdr_xprf).
lates with impaired functional status
in older adults with varying degrees
of cognitive impairment. International Psychogeriatrics, 20 (6), 11041115.
Boletim SBNp—Julho/Agosto—2013
Referências:
Greenaway, M.C., Duncan, N.L.,
Hanna, S., & Smith, G. (2012). Predicting functional ability in Mild Cognitive Impairment with the Dementia
Rating
Scale-2.
International
Psychogeriatrics, 24(6), 987-993.
de Paula, J.J., Bertola, L., Ávila,
R.T., Assis, L., Moreira, L., Albuquerque, M., Bicalho, M.A.C., Moraes, E.N., Nicolato, R., & MalloyDiniz, L.F. Development, Validity,
and Reliability of the IFI-LIN: A Multidimensional Measure of Activities of
Daily Living for Older People. Revista Brasileira de Psiquiatria, no prelo.
Chaytor, N., &
SchimitterEdgecombe, M. (2003). The ecological validity of neuropsychological
tests: A review of the literature on
everyday cognitive skills. Neuropsychology Reviews, 13 (4), 181196.
Royall, D.R., Kaufer, D., Malloy,
P., Coburn, K.L., Black, K.J., The
Comitee on Research of the American Neuropsychiatric Association.
(2007). The cognitive correlates of
functional status: A review from the
committee on research of the American Neuropsychiatric Association.
The Journal of Neuropsychiatry and
Clinical Neuroscience, 19(3), 249265.
Pereira, F.S., Yassuda, M.S.,
Oliveira, A.M., & Forlenza, O.V.
(2008). Executive dysfunction corre-
Jonas Jardim de Paula
Doutorando do Programa de PósGraduação em Medicina Molecular,
Faculdade de Medicina, Universidade
Federal de Minas Gerais.
Leandro F. Malloy-Diniz
Professor Adjunto do Departamento de
Saúde Mental, Faculdade de Medicina,
Universidade Federal de Minas
Gerais.
Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnp.com.br
Nesse
segundo semestre
a Equipe do Boletim da Socie-
ropsicologia do Desenvolvimen-
baum (foto 3), Doutora em Psico-
to (LND-UFMG).
logia pela Universidade Federal
A nova representante deSer-
do Rio Grande do Sul (UFRGS).
gipe, Ana Cláudia Viana Silvei-
Possui graduação (2007) e Mes-
ra (foto 2) psicóloga, formação
trado (2009) também em Psicolo-
psicanalítica e pós-graduanda
gia pela UFRGS. Realizou douto-
Como representante regio-
de Neuropsicologia, representa
rado sanduíche no Centre de Re-
nal de Minas Gerais da SBNp,
o estado de Sergipe. Além dis-
cherche de l`Institut de Geriatrie
contamos com Annelise Júlio-
so, atualmente Ana Cláudia atuo
da
Costa (foto 1), Psicóloga Clíni-
como psicologa clinica e na Se-
(Canadá). Trabalha como psicólo-
ca e Farmacêutica Bioquímica.
cretaria Estadual de Saúde co-
ga responsável pelo serviço de
Atualmente
dade Brasileira de Neuropsicologia conta com um reforço de
peso!
Neurociências
Université
de
Montreal
mestranda
em
mo apoiadora institucional na
neuropsicologia do Centro Avan-
(UFMG),
que
área de saúde mental.
çado de Neurologia e Neurocirur-
atualmente gerencia o Ambulatório de Pesquisa sobre a Neuropsicologia das Dificuldades
Matemáticas e Síndromes Genéticas do Laboratório de Neu-
Foto 1: Annelise Júlio Costa
Para fechar nosso time, apresentamos a mais nova colabora-
gia do Hospital Centenário/ São
Leopoldo.
dora do Boletim da SBNp, pesquisadora do Rio Grande do
Sejam muito bem-vindas!
Sul, Candice Steffen Holder-
Foto 2: Ana Cláudia Viana Silveira
Foto 3: Candice Steffen Holderbaum
Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnp.com.br
O “Second Brazilian Meeting on Brain and Cognition” ocorrerá nos dias 9 e 10 de setembro em São Bernardo do Campo—
SP!
O evento contará com temas de destaques como: Neurociência
e Percepção do Tempo, Neurociência da Linguagem e Neuroproteção!
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Sociedade Brasileira de Neuropsicologia - www.sbnp.com.br
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEUROPSICOLOGIA (SBNp)
GESTÃO 2011-2013
Presidente:
Santa Catarina: Rachel Schlindwein-Zanini.
Leandro Fernandes Malloy-Diniz (MG-UFMG)
São Paulo: Juliana Góis
Vice-Presidente:
Lúcia Iracema Zanotto Mendonça (SP-PUCSP;USP)
Equipe do Boletim SBNp:
Coordenadora:
Cristina Yumi N. Sediyama (MG - Coordenadora)
Secretário:
Carina Chaubet D’Alcante (SP)
Thiago S. Rivero (SP-UNIFESP)
Gabriel Coutinho (RH)
Tesoureira:
Giuliano Ginani (York-UK)
Deborah Azambuja (SP)
Jessica Fernanda (RO)
Secretária Geral:
Jonas Jardim de Paula (MG)
Camila Santos Batista (SP)
Juliana Burges Sbicigo (RS)
Tesoureira Geral:
Maicon Albuquerque (MG)
Eliane Fazion dos Santos (SP)
Marcus Vinicius Costa Alves (SP)
Ricardo Franco de Lima (SP)
Conselho Deliberativo:
Sabrina Magalhães (PR)
Daniel Fuentes (SP-USP)
Thiago S. Rivero (SP)
Jerusa Fumagalli de Salles (RS-UFRGS)
Paulo Mattos (RJ-UFRJ)
Vitor Geraldi Haase (MG-UFMG)
Conselho Fiscal:
Carina Chaubet D’Alcante (SP-USP)
Gabriel C. Coutinho
(RJ– Instituto D`OR)
Neander Abreu (BA-UFBA)
Representações Regionais:
Alagoas: Katiúscia Karine Martins da Silva
Bahia: Tuti Cabuçu
Ceará: Silviane Pinheiro de Andrade
Centro Oeste: Leonardo Caixeta
Minas Gerais: Jonas Jardim de Paula
Paraíba: Bernardino Calvo
Paraná: Amer Cavalheiro Handan
Pernambuco: Lara Sá Leitão
Piauí: Inda Lages
Rio de Janeiro: Flávia Miele
Rio Grande do Norte: Katie Almondes
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