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Buiatria 2015
PREVALÊNCIA E CONCENTRAÇÃO DE CORPOS CETÔNICOS DE VACAS LEITEIRAS EM SISTEMAS INTENSIVOS
DE PRODUÇÃO DE LEITE EM MINAS GERAIS. SOUZA, R.C. de1; SOUZA, R.C.1; ZAMPIROLLI, F.B.1; SOUSA, B.M. de2;
REZENDE, F.A.1 1Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil. E-mail: felipe.zampirolli@gmail.
com 2Centro Universitário de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG, Brasil.
A cetose é uma patologia metabólica de grande interesse econômico, pois tem impacto sobre a saúde animal e a produtividade.
Tal patologia está associada a uma alteração no metabolismo energético, que acomete principalmente vacas de alta produção.
O monitoramento e o diagnóstico precoce da cetose subclínica é de fundamental importância, já que sua ocorrência, além de
ocasionar perdas diretas como na produção de leite, é também um fator de risco para a ocorrência de outras patologias. Além
disso, o custo com diagnósticos é baixo, pois representa menos de 1% das perdas totais ocasionadas por cetose em sistemas de
produção de leite. No presente estudo foram analisadas 326 vacas da raça Holandesa, com média de produção de 27,55 kg/dia,
manejadas em sistema intensivo de produção, provenientes de cinco fazendas localizadas no Estado de Minas Gerais. Foi feita
análise das concentrações de corpos cetônicos totais utilizando-se o método de diagnóstico eletrônico rápido a campo através
do aparelho portátil. Imediatamente após a colheita de amostra de sangue da veia ou artéria coccígea, o volume de uma gota de
sangue foi colocado na tira reagente teste para beta-cetona, que já estava devidamente inserida no aparelho portátil e a leitura
realizada após 5 segundos. O equipamento foi padronizado para determinação da mensuração de beta hidroxibutirato tanto em
sangue venoso quanto capilar e expressa os valores analíticos de 0 a 8,0 mmol/L. Foi considerado com cetose subclínica quando a
concentração de corpos cetônicos totais foram acima de 1,2 mmol/L e sem sinais clínicos. Dos 326 animais avaliados, 156 (47,85%)
apresentaram concentração de corpos cetônicos normais. Já 170 animais (52,29%) apresentaram concentrações de corpos cetônicos
acima de 1,2 mmol/L, ou seja, positivos para cetose subclínica. Nenhum animal apresentou sinais de cetose clínica. Para a análise
da concentração de corpos cetônicos os animais foram agrupados em quatro extratos, segundo os dias em lactação nos quais se
encontravam; menor que 15 dias; entre 16 a 30 dias; entre 31 a 45 dias; maior que 46 dias. Os dados foram analisados pelo o teste
t de “Student”, a 5% de probabilidade. Vacas menores que 15 dias apresentaram médias de corpos cetônicos de 1,28 mmol/L,
enquanto vacas entre 16 a 30 dias de 1,36 mmol/L, vacas entre 31 a 45 dias de 1,19 mmol/L e maior que 45 dias de 1,34 mmol/L.
Não foi observada diferença significativa (P = 0,345) para as médias das concentrações de corpos cetônicos totais em função dos
dias em lactação das vacas. A média geral dos corpos cetônicos em vacas foi de 1,30 mmol/L. Concluiu se que a prevalência foi
alta e não houve diferença da concentração de corpos cetônicos entre os dias em lactação avaliados.
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ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS DE BOVINOS INTOXICADOS COM PALICOUREA MARCGRAVII A. ST. HIL
E TRATADOS COM TIOSSULFATO DE SÓDIO. RAHAL, N.M.; RODRIGUES, M.K.F.*; GERRA, M.N.; SANTOS JÚNIOR,
M.B.**; RODRIGUES, B.G.; BORGES, C.M.S.; JÁCOME, R.G.F.; CARVALHO, R.O.A.; PASSOS, P.B.; CUNHA, P.H.J. da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil. E-mail: [email protected]
A Palicourea marcgravii A. St Hil é a principal planta tóxica brasileira causadora de morte súbita, tendo como princípio tóxico o
ácido monofluoroacetato de sódio (MF) que bloqueia o Ciclo de Krebs ocasionando efeitos cardiotóxicos como arritmias e neurotóxicos em bovinos. Procurou-se avaliar as alterações eletrocardiográficas apresentadas por bovinos intoxicados experimentalmente
pela P. marcgravii e tratados com tiossulfato de sódio, visto que este composto teve efeito protetor comprovado em estudos com
ratos. Foram utilizados 12 bovinos, machos, da raça Nelore, com idade aproximada de 10 meses e peso vivo médio de 154 kg.
Após período de adaptação de 14 dias, os animais foram intoxicados (Fase 1) experimentalmente com P. marcgravii (0,5 mg/kg
de ácido monofluoroacetato de sódio) por sondagem orogástrica e tratados (Fase 2) com tiossulfato de sódio nas doses de 50 g/
animal (grupo G1) e 100 g/animal (grupo G2). Foram realizados exames eletrocardiográficos (ECG) antes da intoxicação (T0), após
a intoxicação (T1) e após o tratamento com tiossulfato de sódio (T2). A média e os desvios padrão foram calculados em todos os
momentos e posteriormente submetidos à análise de variância (ANOVA) e comparadas pelo teste de Tukey, considerando um
nível de significância de p < 0,05. Durante o ECG o animal foi monitorado por 5 min conforme técnica proposta. O número de
extra-sístoles presentes em cada exame foi contado e as arritmias classificandas quanto a origem e tipo, na derivação D2. Antes
da intoxicação (T0), os animais apresentavam-se hígidos com ritmo cardíaco sinusal. No T1 e T2 todos os bovinos apresentaram
arritmias ventriculares, atriais (8 animais), bigeminismo (2 animais) e taquiventricular parossística isolada e aos pares (5 animais).
Todos os animais morreram independentemente do tratamento. Somente um animal apresentou melhora das alterações no ECG,
às 18 horas após o tratamento, mas três horas e 15 minutos depois teve morte súbita. Quanto às extras-sístoles, apesar de o grupo
G2 ter apresentado a média do T2 (41,25) maior que a do T1 (19,5) não houve diferença significativa entre os tempos (p > 0,05).
No T1 a média de extra-sístoles do grupo G1 (50,67) foi estatisticamente maior que a do G2 (19,50) (p < 0,05 ). Os animais intoxicados pela P. marcgravii na dose de 0,5 mg/kg de MF apresentaram arritmias multifocais capazes de levar estes animais ao óbito e
apesar da administração do tiossulfato de sódio nas doses de 50 e 100 g/animal as alterações do ECG não apresentaram melhora.
Fonte Financiadora: CNPq - Edital Universal (Processo 479011-7).
*Bolsista da CAPES.
**Bolsista do CNPq.
Biológico, São Paulo, v.77, Suplemento 2, p.1-235, 2015
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Biológico, São Paulo, v.77, Suplemento 2, p.1