EDUARDO PINHEIRO CAMPOS FAZENDA DONA NENEM Características do lote de café: Características da fazenda: Processamento tipo: Cereja Descascado Localização: Presidente Olegário Variedade: Bourbon Amarelo Região: Cerrado Mineiro Quantidade de sacas: 11Sacas Área Total da propriedade: Altitude média das áreas de onde o café foi Área cultivada com café: 280 ha colhido: 1062m Menor altitude: 1054m Maior altitude: 1068m Telefone: 034 9939 7939 / 034 9913 2070 E-mail: [email protected] História da Fazenda: HISTÓRIA FAMÍLIA CAMPOS Século XIX já findando nas últimas décadas. O Brasil efervescendo politicamente. O país já acenava em uma mudança de monarquia para república. A escravidão perdendo força, porém ainda sobrevivia em função da grande produção agrícola brasileira. É nesse cenário que a família Campos mantinha firme as raízes no interior de Minas Gerais, mais precisamente no povoado de São Francisco de Paula. A pequena vila era até então distrito da cidade de Oliveira, 160 quilômetros da capital do estado, Belo Horizonte. Os cafés brasileiros, em especial o mineiro, despontavam como produtos de grande penetração no mercado externo. Mário Campos e Silva se transforma em cafeicultor de grande força no povoado, em 1904. O visionário homem do campo, nascido em Paracatu em 3 de novembro de 1873 e radicado em São Francisco de Paula, tem uma produção avançada para os padrões da época, em que muitos produtores rurais ainda utilizavam a força escrava como mão-de-obra. Mário Campos e a esposa Maria José Cambraia de Campos, carinhosamente chamada de “voinha” pelos netos, têm o filho Francisco Cambraia de Campos. Não diferente do pai, Francisco também passa a trabalhar na fazenda, aprendendo desde pequeno os ofícios do campo, como administrar os negócios familiares e a cuidar dos cafezais. Décadas foram se passando e a família de Mário foi crescendo. Em 20 de maio de 1946 nasce o neto, Eduardo Pinheiro Campos. O garoto é o grande orgulho do pai, Francisco, e da mãe, Maria Conceição Pinheiro de Campos. Cresce, a exemplo do pai, na fazenda, acostumado a vida rural. Aprende in loco a tratar de bois e vacas, assim como também conhece os desafios e segredos da produção de café. A fase adolescente o instiga a alçar outros vôos. A vida na pequena São Francisco de Paula, hoje emancipada e com população não maior que 8 mil habitantes, é bucólica. Os 15 anos o provoca a procurar maior agitação. Eduardo era estudante aplicado, perspicaz. A inteligência o leva a Belo Horizonte, a 175 quilômetros de distância das terras do pai e do conforto da família. Após terminar o período escolar, Eduardo Campos já tem em mente a qual profissão vai se dedicar. Ser engenheiro está na cabeça do jovem como um caminho óbvio. Estuda engenharia civil e se torna um dos grandes profissionais do setor no sudeste brasileiro. Algum tempo depois, cria uma nova empresa, a Emccamp Residencial. Nela, Eduardo trabalha forte ao lado do irmão, Régis. O destino também é indubitável para Eduardo Pinheiro Campos Filho e André de Souza Lima Campos, filhos de Eduardo com a mulher Dalva Maria de Souza Lima Campos. Os dois jovens seguiram os caminhos do pai e hoje são engenheiros civis. A Emccamp mantém apertados os laços familiares no ambiente de trabalho, tornando-o sempre agradável e motivador. Mas o destino o exigia um olhar especial para a cafeicultura. Ainda jovem, Eduardo Campos recebe uma herança paterna, um bom pedaço de terra em Presidente Olegário, cidade mineira a 430 quilômetros da capital Belo Horizonte. A fazenda é batizada “Dona Neném”, em homenagem à mãe. Pouco tempo depois de se descobrir engenheiro, Eduardo Campos se redescobre como homem do agronegócio. O café retorna às mãos do mineiro de modo definitivo. “Eu comecei a trabalhar na cafeicultura na região do Cerrado em 1977. Na região de Patos de Minas fui o pioneiro na produção de café. Em outras partes do Cerrado já havia cafeicultura, ainda de forma tímida”, orgulha-se Campos. Em Patrocínio e Araguari já existiam amigos conhecidos de Oliveira que exploravam as terras férteis (porém até então indomadas) da região do Cerrado para a criação de gado e para o desenvolvimento da cultura do café. No entanto, em Presidente Olegário os cafezais são novidades. A primeira fazenda é a que tem a maior produção. Com 600 hectares de área total, a propriedade São João Grande tem 375 hectares de área destinada à cafeicultura. A Dona Neném, com 800 hectares, tem 230 hectares separados para a produção de café. A fazenda ainda também é forte na bovinocultura. Boa Sorte é outra propriedade em que é trabalhado o gado de corte. Aliás, a fazenda é a maior das três estâncias pertencentes a Campos, com 1900 hectares, além de ser a única em que não há sequer um pé de café. Ao todo são 2500 cabeças de zebu nelore, um gado rústico, forte e com boa aclimatação. O zebu é uma espécie de origem indiana e chegou ao Brasil no início do século XX. Atualmente, o rebanho brasileiro é reconhecidamente uma das melhores carnes no mercado mundial. Aí, incluem-se os nelores do senhor Campos. Os 3300 hectares não são utilizados apenas para o cultivo do café e a criação zebuína. Alguma parte das três estâncias é separada para a agricultura de subsistência. Muitos dos alimentos consumidos pela família e pelos colaboradores de Eduardo Campos são plantados nas fazendas em Presidente Olegário. Obviamente que outros hectares são intocáveis, respeitados unicamente para a preservação ambiental. O meio ambiente é prioridade número 1. Por isso, Campos replanta boa parte da vegetação nativa da região, compensando algum impacto ambiental causado pelo rebanho bovino e pelo café. E não só as árvores recompõem o cenário, as águas também fazem parte da proteção natural. Eduardo Campos recupera Áreas de Preservação Permanente. As APP’s (como são popularmente conhecidas no Brasil) são limites traçados entre o fim de córregos, lagos ou rios e o início das lavouras. A distância mantém a boa qualidade das águas e garante o futuro das bacias hidrográficas. As rígidas leis ambientais seguidas à risca, somadas a boas práticas agrícolas de produção, manejo e atenção ao social, garantem às três fazendas selos de importantes certificadoras internacionais. Boa Sorte, Dona Neném e São João Grande são certificadas pela UTZ Certified e pela Rainforest Alliance. Além da preocupação extra com o meio ambiente, as lavouras recebem tratamento totalmente monitorado contra pragas. Os terreiros, tulhas, depósitos e todos os outros setores das fazendas são devidamente higienizados, sem riscos de contaminação dos grãos. Os funcionários são bem acolhidos e recebem todos os benefícios previstos pela lei do trabalho brasileiro. Outra etapa importante para a manutenção das certificações é o período de colheita. Campos explica como consegue fazer uma coleta seletiva, visando a alta qualidade dos frutos. “A minha colheita é feita por máquinas que já fazem uma coleta seletiva. A escolha vai pelo grau de maturação dos grãos, o que é diferenciado pelo peso e densidade de cada semente. A gente regula a máquina para que ela recolha apenas a chamada “cereja”, deixando os cafés verdes ainda amadurecendo no pé. Dias mais tarde, a gente volta e recolhe aqueles grãos que ficaram no cafezal, que antes estavam verdes e agora já estão maduros, no ponto ideal para a colheita. Depois dessa segunda parte ainda restam alguns grãos, e o que sobra nos pés a gente faz a colheita manual, que nós chamamos de repasse manual. Todo o processo é para obter uma safra de qualidade”. Mais um ponto de atenção é a renovação do cafezal. Os pés de cafés são renovados para garantir a força dos frutos. Existem estufas com mudas cultivadas para a reposição, substituindo plantas antigas. “Temos um programa de renovação, e todo ano eu renovo 10% das minhas lavouras. O Cerrado é uma região que possui muitas variações, é um local com temperaturas com médias mais altas em comparação com outras regiões como, por exemplo, o Sul de Minas, e por isso alguns fazendeiros, como nós, temos optado por 10 a 12 anos refazer a renovação das lavouras”, conta Campos. Após aproximadamente uma década, o rendimento do pé começa a ter um declínio e a renovação garante uma safra mais nova e com maior quantidade de grãos e frutos de maior qualidade. Todo o trabalho com prudência redobrada é recompensado. A produção de Eduardo Campos repetidas vezes figura em posições de destaque em competições que premiam os melhores cafés do país. Os cafés da família conquistaram o terceiro lugar no 13º concurso da Illy, foi vencedor da IV Prova de Cafés Certificados Rainforest Alliance do Brasil, finalista do Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais em 2010, 2011, 2012, foi Vencedor do Festival dos Cafés do Cerrado realizado em Tóquio-Japão em 2011, 2012, ainda no Cerrado Mineiro foi Terceiro Lugar no Primeiro Prêmio da Região, e foi finalista em vários concursos da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA – Brazil Specialty Coffee Association), inclusive por três anos seguidos, 2001, 2002 e 2003, e agora em 2013. Nota-se que não se pode alcançar boas produções do dia para a noite. As lavouras cafeeiras são um sustento secular da família. É uma tradição aliada à inovação, o que enriquece a produção local e a força do café brasileiro. “É uma satisfação trabalhar com a cafeicultura. Primeiro porque é uma tradição familiar. Só da minha parte, eu já estou na cafeicultura há mais de 40 anos. Meu pai, com 70 anos, e meu avô que já produzia há bastante tempo... Podemos falar que são 100 anos que o café faz parte da família. E é mais de um século de tradição na cafeicultura, e sempre inovando”, calcula Campos. Tanta qualidade é saboreada por apreciadores de café em, pelo menos, três continentes. As 70 mil sacas produzidas nos últimos três anos chegaram a milhões de consumidores na Itália, no Japão, em Israel, Holanda e em diversos outros países. A certeza é que muitos outros sentirão na boca a delícia que é a “cereja” plantada e bem tratada nas terras dos Campos, esse sabor especial de qualidade, que vem sendo degustado desde o século XIX. Sistema de processamento de café: Esta citando na história, mas cito que todos os processos são realizados na estrutura de lavador: Natural, cereja descascado, cereja desmucilado, lavado. Preocupação com a qualidade: Está citando na história. Porém comento que a preocupação com a qualidade inicia antes da colheita e todos os talhões são analisados tanto na parte física e sensorial antes mesmo da colheita para encontrar o ponto ideal de colheita e qual é o melhor processo a ser utilizado. Todos os lotes são separados e rastreados usando nomes dados conforme sua pontuação. Todo maquinário é preparado para recebimento e separação de todos os lotes, secadores rotativos que utilizam metodologia de rodizio para secagem, máquina de beneficio com regulagem para cada tipo de processo, mesas densimétricas de última geração, selecionadoras eletrônicas com alto rendimento e eficiência, além do armazenamento totalmente protegido da luz e umidade.