Anais do XVIII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do III Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 24 e 25 de setembro de 2013 AVALIAÇÃO DA ANASTOMOSE ESOFAGOGÁSTRICA COM SUTURA MECÂNICA NO TRATAMENTO CIRÚRGICO DO MEGAESÔFAGO IDIOPÁTICO AVANÇADO E RECIDIVADO PELA ESOFAGOCARDIOPLASTIA Bruna Oliveira Begossi José Luis Braga de Aquino Pontifícia Universidade Cateolica de Campinas Faculdade de Medicina - CCV [email protected] Fapic/Reitoria Faculdade de Medicina - CCV Email: [email protected] Resumo: Atualmente há controvérsias na literatura quanto a melhor opção cirúrgica para o tratamento dos pacientes com megaesôfago com recidiva de sintomas após tratamento já que não existe um consenso quanto à técnica cirúrgica mais adequada. Um dos grandes óbices é a potencial deiscência da anastomose esofagogástrica com grande morbidade, quando é realizada a esofagocardioplastia. Com o surgimento da sutura mecânica, diversos autores propuseram a sua utilização para minimizar as complicações da fístula anastomótica. O presente estudo avaliou 05 pacientes com diagnóstico de megaesôfago avançado de origem idiopática e demonstrou que com a utilização da sutura mecânica para realização da anastomose esofagogástrica na esofagocardioplastia houve menor índice de complicações pós-operatórias e alívio da disfagia. Embora não se possa ter conclusões definitivas, devido a pequena casuística e tempo de seguimento médio de meses, podemos inferir que a esofagocardioplastia a SERRA DÓRIA, com a sutura mecânica, parece ser um procedimento adequado para o tratamento cirúrgico da acalásia idiopática do esôfago de forma avançada e com recidiva após tratamento prévio por ter oferecido qualidade de vida satisfatória, pelo resgate da deglutição. Palavras-chave: Megaesôfago, Acalasia idiopática, Esofagocardioplastia Área do Conhecimento: Cirurgia torácica – Esofagocardioplastia – CNPq. 1. INTRODUÇÃO A acalásia idiopatica do esôfago (AIE) é uma doença inflamatória desconhecida, caracterizada por aperistalse esofágica e falha no relaxamento do esfíncter inferior em resposta às deglutições [1,2,3]. As principais causas são lesão por agente tóxico por exposição prolongada com químicos [1,4,5]; doença autoimune [6,7]; infecções virais prévias como varice- la, caxumba, sarampo e herpes tipo I[1,8]; histórico familiar [9,10,11]; uso contínuo de medicamentos [12,13]; tabagismo e etilismo prologado [5,7,12]. Alguns estudos mostram que entre a AIE e a chagásica ocorre a destruição do plexo nervoso intramural do esôfago [3,4,7,14]. O diagnóstico da AIE é realizado após a exclusão da possibilidade de doença chagásica, ou seja, sorologias negativas, ausência de megacólon, cardiopatia e antecedentes epidemiológicos para a Doença de Chagas [3,4,5,7,12,14]. No Brasil esta afecção é pouco conhecida, pois a doença de Chagas é endêmica em vários estados, o que torna difícil de estimar a incidência da AIE [4,5,12]. No megaesôfago de origem chagásica, sempre houve controvérsias quanto a melhor opção cirúrgica quando há recidiva de sintomas após tratamento prévio. As alternativas variam desde procedimentos conservadores (remiotomia, e cardioplastias) [15,16,17,18] até complexos (esofagocardioplastia, esofagectomia, mucosectomia esofágica, cardiomiectomia) independente do grau da doença [15,19,20,21,22]. A revisão da literatura mostrou divergências, por não se selecionar a técnica cirúrgica adequada em relação a determinado grau da doença, destacando-se apenas, a experiência de AQUINO et al [23] que analisaram pacientes com megaesôfago chagásico não avançado e recidivado e obtiveram bons resultados em 81,4% dos casos. Também é discutível se os procedimentos cirúrgicos realizados nos pacientes com megaesôfago avançado recidivado e de origem idiopática teriam a mesma evolução com a mesma afecção e de origem chagásica [4,5,6,12,17,19]. Na literatura nacional, não se demonstrou nenhum estudo que faça referência ao tratamento cirúrgico do megaesôfago avançado recidivado e de origem idiopática, o que nos fez realizar este estudo de maneira mais seletiva com a técnica da esofagocardioplastia em pacientes com megaesôfago apenas com grau avançado, de Anais do XVIII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do III Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 24 e 25 de setembro de 2013 origem idiopática e com recidiva de sintomas após cardiomiotomia. Um dos grandes óbices desta técnica cirúrgica é a potencial deiscência da anastomose esofagogástrica. Com o advento da sutura mecânica demonstrando ser em dois planos fez com que vários autores começassem a propor a sua utilização em diferentes anastomoses para minimizar as complicações [24,25,26,27,28]. Daí a idéia de realizar este tipo de procedimento cirúrgico com a sutura mecânica ao nível da anastomose esofagogástrica na realização da esofagocardioplastia. Foram selecionados pacientes com grau avançado, sem condições clinicas de serem submetidos a procedimentos complexos e comprovados que não tinham a Doença de Chagas. Assim será possível demonstrar se haverá menor índice de complicações pós operatórias e alívio da disfagia. 2 – OBJETIVO O objetivo deste estudo foi avaliar os resultados da sutura mecânica em pacientes com megaesôfago avançado e recidivado de origem idiopática, submetidos a esofagocardioplastia. 3 – MÉTODO 3. 1. Casuística Em Agosto de 2013 a Julho de 2014, foram estudados no Serviço de Cirurgia do Hospital Celso Pierro da Pontifícia Universidade Católica de Campinas cinco pacientes com diagnóstico de megaesôfago avançado, recidivado, de origem idiopática. Quatro pacientes eram do sexo masculino e o restante feminino com idade de 72 a 81 anos. 3. 2. Avaliação Pré Operátoria a) Avaliação clínica - Os cinco pacientes do estudo apresentavam disfagia de moderada a intensa com tempo variável de 5 a 13 anos, regurgitação e emagrecimento de 15 a 26 Kg em tempo variável de 24 a 39 meses. Todos eram fumantes por mais de 20 anos, sendo que dois já tinham cessado a mais de 15 anos; três pacientes eram etilistas por mais de 30 anos. Nenhum deles referia constipação intestinal. O tempo da realização da cirurgia prévia – cardiomiotomia – variou de 11 a 37 anos. Em todos os pacientes a Imunoflorescência para Doença de Chagas foi negativa (três amostras). Nenhum deles referia contato com o triatomídeo, embora um deles era do interior do Ceará e os demais de Campinas. Três tiveram contato com agrotóxicos por ter trabalhado em lavouras, por mais de 10 anos. Um paciente referiu que a avó materna teve dificuldade de deglutição. b) Avaliação Radiológica - O estudo contrastado do esôfago foi realizado em todos os pacientes, sendo evidenciado megaesôfago Grau IV (RESENDE et al [29] - fig 1). O enema opaco realizado em todos não evidenciou sinais sugestivos de megacolo. Figura 1. c) Avaliação Endoscópica - A Endoscopia Digestiva Alta evidenciou em dois pacientes, esofagite Grau B de Los Angeles, em outros dois, esofagite Grau C e no restante foi normal. A colonoscopia também realizada nos cinco pacientes, não evidenciou nenhuma anormalidade. A avaliação clínica evidenciou que os pacientes apresentavam cardiopatia hipertensiva e não chagásica e doença pulmonar crônica, sendo que dois também apresentavam diabetes. Em três pacientes, houve necessidade de realização de suporte nutricional por sonda enteral, devido a perda de peso excessiva. 3. 3. Técnica Cirúrgica Em todos os pacientes, a técnica utilizada foi a esofagocardioplastia com gastrectomia parcial (técnica de SERRA DORIA, fig. 2 e 3: a) Laparotomia mediana superior; b) Liberação das aderências da cirurgia prévia e isolamento do esôfago; c) Anastomose gastroesofágica laterolateral com sutura mecânica linear com aparelho DHC-75mm; d) Gastrectomia parcial com anastomose gastrojejunal terminolateral à Y de Roux; e) Fechamento da parede abdominal por planos, com colocação de dreno por contra abertura lateral. Figura 1; Figura 2. Anais do XVIII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do III Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 24 e 25 de setembro de 2013 3. 4. Avaliação Pós-Operatória a) Complicações clínicas sistêmicas: cardiovasculares, pulmonares e infecciosas. b) Complicações locais: principalmente deiscências das anastomoses esofagogástricas/gastrojejunal e estenose da anastomose esofagogástrica. O diagnóstico das deiscências foi realizado pela eliminação de secreção gástrica ou entérica pelo dreno abdominal e pelo exame físico. Já as estenoses, foram avaliadas a partir do 30° dia do pós operatório por exame de imagem de Raio-X contrastado de esôfago, estômago e duodeno. c) Qualidade de vida: foi avaliado o dia de pós operatório em que os pacientes iniciaram deglutição normal. 4 - RESULTADOS Na avaliação precoce até com 30 dias de pós operatório, três pacientes apresentaram infecção pulmonar com boa evolução em dois deles; o paciente restante evoluiu com empiema pleural havendo necessidade de realização de pleuroscopia, com boa evolução. Nenhum dos pacientes estudados apresentaram evidência clinica de fístula até o 7º dia de pós operatório, sendo indicado Raio-X contrastado neste dia. Nos cinco pacientes por não haver evidência de nenhum extravasamento de contraste a nível das anastomoses, foi introduzido dieta via oral, segundo a aceitação dos pacientes. A avaliação a médio prazo, entre quatro a 11 meses, com média de 6,5 meses, foi realizada nos cinco pacientes. Destes, dois referiram disfagia leve e de maneira intermitente, a partir do 3º mês de pós operatório até a realização da ultima avaliação. Foram realizados Raio-X contrastado e Endoscopia Digestiva Alta, que não revelaram nenhuma anormalidade a nível da anastomose esofagogastrica. Apesar desta queixa, ambos pacientes referiram estarem satisfeitos com o ato cirúrgico, já que no pré operatório, os mesmos apresentavam disfagia de moderado a intensa com comprometimento do seu estado nutricional. Os três pacientes restantes, não apresentaram nenhuma queixa, referindo estarem satisfeitos com o procedimento cirúrgico, com deglutição normal e terem aumento de peso. Nenhum óbito foi evidenciado nesta série estudada. 5 - DISCUSSÃO Apesar dos diversos fatores da etiologia da AIE, o principal é um defeito neuromuscular, porém seu mecanismo permanece discutível. São demonstradas alterações do sistema nervoso intrínseco e extrínseco do esôfago e anormalidades no numero de neurônios [2,6,7,30]. É possível que na fisiopato- logia da AIE ocorra inflamação do plexo nervoso mioentérico do esôfago ocasionada por vários fatorescom possível evolução para resposta autoimune crônica, nas pessoas com predisposição genética e consequente destruição dessa inervação[1,30], o que talvez explique o diagnóstico da AIE nos pacientes do nosso estudo, pois todos relataram um ou mais fatores que poderiam predispor a essa inflamação, como contato prolongado com agentes químicos, histórico familiar, tabagismo e etilismo por longa data, como já observados por outros [1,4,5,6,7,11,12,30]. A semelhança da AIE com a esofagopatia de etiologia chagásica do ponto de vista de achados clínicos, radiológicos e histopatológicos é grande, sendo difícil diagnosticar a AIE no Brasil. Em outros continentes como América do Norte, Europa e Ásia em que a AIE é encontrada com relativa frequência, não existe a Doença de Chagas [4,5,12]. O pequeno número de pacientes em nosso estudo, pode ser explicado pelo tempo limitado do estudo e pelo fato de que vários autores têm demonstrado a pequena prevalência de formas avançadas na AIE [4,5,12,32]. O tratamento nos países em que a AIE é prevalente nem sempre é cirúrgico, tendo preferência por muitos autores a dilatação forçada da cardia e preconizando tratamento cirúrgico apenas para os que não apresentassem melhora ou com recidiva dos sintomas [32,33]. Com a evolução da técnica cirúrgica e dos cuidados peri operatórios, vários autores preconizam, à semelhança do megaesôfago chagásico, o tratamento cirúrgico nos pacientes portadores de AIE virgens de tratamento [4,5,34]. No megaesôfago recidivado de origem chagásico e idiopática, o tratamento cirúrgico ainda é bastante controverso, devido à escolha inadequada da técnica cirúrgica para determinado grau do megaesôfago, além de que os diferentes tempos de seguimento dos pacientes e más condições anâtomicas locais desses indivíduos determinam dificuldade na escolha da técnica cirúrgica ideal [15,17, 35,36]. Por ser a cardiomiotomia o procedimento mais utilizado para o tratamento do megaesôfago, chagásico ou idiopático, se faz com que a maioria das séries relatem a recorrência da disfagia após esta técnica, sendo a mesma consequente a miotomia incompleta, fibrose cicatricial na junção esofagogástrica, principalmente em pacientes operados por megaesôfago não avançado [15,17,18,37]. A recidiva dos sintomas, por miotomia incompleta, geralmente ocorre nos primeiros meses, sendo que quando é consequente a fibrose cicatricial, a disfagia se manifesta após um a dois anos, como tem sido demonstrado [15,38,39,40]. Por isso a importância da história pre- Anais do XVIII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do III Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 24 e 25 de setembro de 2013 gressa dos pacientes, fato que foi realizado no nosso estudo, pois nos cinco pacientes, a cardiomiotomia foi a cirurgia de eleição, sendo que a recidiva de sintomas em todos, surgiu após dez anos do procedimento, o que infere que a recidiva deve ter sido ocasionada por fibrose cicatricial. HOLT &LARGE [41], sugeriram o uso da gastrectomia a Y de Roux para reoperação do megaesôfago com severa esofagite secundaria a cardioplastia preconizada por GRONDHAL [42]. Baseado nisto, fez com que SERRA DÓRIA e cols [43,44] preconizasse no meio nacional este tipo de procedimento, associado a cardioplastia de GRONDHAL com a gastrectomia parcial a Y de Roux, para facilitar o esvaziamento esofágico e também prevenir o refluxo alcalino. Isto fez com que vários autores começassem a realizar este procedimento, seja para o megaesôfago virgem de tratamento ou recidivado e muitas vezes sem seleção adequada do grau da afecção [19,45,46,47]. Baseado na experiência desses autores, é que surgiu a idéia da realização do procedimento proposto por SERRA DÓRIA, no megaesôfago recidivado, sendo que o grande mérito do nosso estudo é que procuramos selecionar os pacientes com o mesmo grau da doença – avançado - e sem condições clinicas de serem submetidos a esofagectomia, que seria o procedimento de escolha em graus avançados da doença, como tem sido preconizado por vários autores [20,21,47]. Outro fato relevante deste estudo é que selecionamos pacientes sem doença chagásica, já que na literatura nacional não se destaca nenhum estudo que faça referência ao tratamento cirúrgico do megaesôfago avançado recidivado e de origem idiopática. Como são pacientes submetidos a cirurgia prévia, se faz necessária maior dissecção do esôfago, podendo ocasionar comprometimento da vascularização e evoluir para deiscência da sutura esofagogástrica, como tem sido demonstrado [15,45,47]. Entretando, nenhum paciente do estudo apresentou estas complicações, fato importante de se destacar em relação a anastomose esofagogástrica, pois das anastomoses do trato gastrointestinal, as do esôfago possuem peculiaridades anatômicas e gerais que as distinguem das outras vísceras do trato digestivo[24,26,28], tornando-as as deiscências anastomóticas de maior incidência. Com o advento da sutura mecânica, vários autores começaram a realizar este tipo de sutura ao nível do esôfago [24,25,26,28]. Por isso, mais uma vez, a grande relevância do nosso estudo, pois não há referência no meio nacional do emprego deste tipo de sutura na realização da esofagocardioplastia em pacientes com esta afecção. Com a realização desta técnica mecânica, em nenhum dos pacientes houve evidência clinica ou radiológica de deiscência da anastomose esofagogástrica, já que a partir do 7º dia de pós operatório os pacientes iniciaram progressivamente a deglutição até alimentos sólidos e sem queixas. Pelo fato da casuística ser limitada, torna-se difícil realizar uma análise mais pertinente para concluir se a técnica da sutura mecânica ao nível da anastomose esofagogástrica foi adequada. Por isso a importância de se realizar um estudo comparativo com a sutura manual, para se ter uma análise mais significativa. A infecção pulmonar apresentada por três pacientes, talvez se deva a potencial desnutrição que se manifesta em pacientes com megaesôfago, principalmente em sua forma avançada, além do maior comprometimento pulmonar devido ao tabagismo, fator presente nestes pacientes [15,19,45]. Apesar da avaliação precoce, demonstrar poucas complicações com o procedimento de SERRA DÓRIA, no seguimento a longo prazo, algumas séries têm demonstrado dificuldade em avaliar o real benefício deste procedimento pelo resgate adequado da deglutição. Isto se deve devido a perda de seguimento de alguns pacientes, amostra de pacientes com graus diferentes da afecção, o que torna difícil comparar os resultados [45]. Em nossa experiência, com cinco pacientes, avaliados a médio prazo, se demonstrou a validade do procedimento cirúrgico proposto, pois três pacientes conseguiram resgatar a deglutição normal. Os outros dois pacientes, apesar de terem apresentado disfagia, se sentiram satisfeitos pois a mesma se manifestou de maneira intermitente e leve. Pelo fato da Endoscopia Digestiva Alta e o Raio-X contrastado, não terem evidenciado nenhuma anormalidade, talvez este sintoma apresentado, apesar de pouca repercussão, seja pelo comprometimento da motilidade do corpo do esôfago, consequente a esofagopatia chagásica, o que necessitaria a realização de estudo manométrico para confirmação, exame este que não foi realizado. Assim como a AIE pode se confudir com o megaesôfago chagasico, na grande maioria das vezes, torna-se difícil identificar seus portadores. Alguns antecedentes presentes na historia pregressa dos pacientes do nosso estudo, e os critérios utilizados para identificar casos de AIE já citados, parecem bem lógicos, para excluir a esofagopatia de origem chagasica, como também tem sido demonstrado por outros autores [3,4,5,12]. Do ponto de vista da terapêutica, embora não se possa ter conclusões definitivas, devido a pequena casuística e tempo de seguimento médio de apenas 6,5 meses, podemos entre- Anais do XVIII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do III Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 24 e 25 de setembro de 2013 tanto inferir que a esofagocardioplastia a SERRA DÓRIA, parecem ser um procedimento adequado para o tratamento cirúrgico da AIE de forma avançada e com recidiva após tratamento prévio por ter oferecido qualidade de vida satisfatória, pelo resgate da deglutição. Além disso a sutura mecânica parece ser adequada por não ter apresentado nenhuma complicação ao nível da anastomose esofagogástrica, apesar da necessidade de maior tempo de acompanhamento com maior numero de pacientes e de um estudo comparativo com a sutura manual, para confirmar a validade deste procedimento. REFERÊNCIAS [1] PARK W, et al. 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