MEGAESÔFAGO
MEGAESÔFAGO
Afecção caracterizada por distúrbio motor do
esôfago, com falta de peristaltismo e acalásia
do esfíncter inferior do esôfago, decorrente
da diminuição dos plexos nervosos
submucosos e mioentéricos.
 EIE não relaxa corretamente.
 Perda da propulsão nos dois terços inferiores
do esôfago.
EPIDEMIOLOGIA
Apresenta grandes diferenças geográficas,
sendo baixa na Europa e nos países
americanos situados acima da linha do
Equador.
Nos países onde a doença de Chagas é
endêmica número de portadores da doença é
elevado. No Brasil a área de maior incidência
situa-se nos estados de Minas Gerais, Goiás,
Bahia e São Paulo.
ETIOLOGIA
Primárias-
Acalasia
Espasmo esofágico difuso
Esôfago hipercontrátil
Esôfago hipocontrátil
Secundárias- Doença do refluxo GE
Lesões estenosantes esofágicas
Doenças neoplásicas não esofágicas
Doenças sistêmicas(Esclerodermia, DM, Neuropatia alcoólica)
Outras causas(D. Chagas, Amiloidose,Vagotomia, Idiopática)
ETIOPATOGENIA E FISIOPATOLOGIA
Diversas etiologias – familiar(hereditários),
auto-imune, infecciosa, idade e devido a
fatores ambientais.
Em nosso meio a infecciosa é a mais comum,
pela transmissão do protozoário
Tripanosoma Cruzi.
A fisiologia do megaesôfago é estudada
pela manometria esofágica.
 Normal- Propagação do estímulo
nervoso pelos plexos mioentéricos,
resultando em ondas peristálticas,
responsáveis pela condução do
alimento até o estômago.
 Megaesôfago(D. Chagas)- Função
comprometida pela destruição dos
plexos pelo T. Cruzi.
Contrariamente ao que ocorre na
musculatura lisa a musculatura estriada
está íntegra.
Três características são encontradas na
anatomia:
 Perda de células ganglionares do plexo
Auerbach.
 Degeneração do nervo vago.
 Alterações qualitativas e quantitativas
no núcleo motor dorsal do n.vago
QUADRO CLÍNICO
Disfagia, insidiosa e progressiva
 Regurgitação
 Dor
 Pirose
 Emagrecimento
 Constipação Intestinal

DIAGNÓSTICO
 - Rx contrastado – esofagograma
 - Endoscopia Digestiva Alta
 - Esofagomanometria
 - Testes farmacológicos de denervação
 - Cintilografia do esôfago
 - Reações sorológicas –IFI
Machado Guerreiro
DIAGNÓSTICO

Esofagograma- classifica o megaesôfago em
4 grupos de acordo com os parâmetros
radiológicos(Rezende).
– Grau I – calibre ‹ 4 cm, pequeno ou
nenhum retardo de esvaziamento.
– Grau II – calibre de 4 a 7 cm, ondas
terciárias, retardo de esvaziamento,
associado ou não a hipertonia do esôfago
inferior.
– Grau III – Calibre de 7 a 10 cm, hipotonia
do esôfago inferior, atividade motora
reduzida e grande retenção de contraste.
– Grau IV – Calibre › 10 cm
(Dolicomegaesôfago), grande retenção de
contraste. Esôfago alongado, dobrando-se
sobre a cúpula diafragmática.
Endoscopia
Avaliar a integridade da mucosa, detecção de
lesão neoplásica isolada e diagnóstico de lesão
pré cancerosa(biópsia).

Eletromanometria
-
Aperistalse do esôfago em seu corpo
Não relaxamento do EEI- Hipertonia
-
Solicitada quando o exame contrastado e a
endoscopia não conseguem diagnosticar a
causa da disfagia(acalásia idiopática,
esclerodermia).
Além de auxiliar no estudo de recidivas pós
cirúrgicas.

Testes farmacológicos de denervação

Cintilografia do esôfago

Reação sorológica
– Reação de Machado Guerreiro, positiva
para muitos pacientes de zona endêmica.
– Imunofluorescência Indireta, superior no
diagnóstico da D. de Chagas, tem maior
sensibilidade.
TRATAMENTO
CLÍNICO
– Farmacoterapia com relaxantes de
musculatura lisa(nitratos, bloqueadores de
canal de Ca).
– Toxina Botulínica- pouco sucesso, por não
ser duradouro
– Dilatação esofágica- utilizado
principalmente em pacientes com acalásia
idiopática.
CIRÚRGICO
Até grau II – cardiomiotomia a Heller
associado à procedimento anti-refluxo.
Graus mais elevados – ressecção
subtotal do esôfago com anastomose
esofagogástrica.
COMPLICAÇÕES








Bezoar
Aspiração de conteúdo esofagiano
Divertículo do esôfago distal
Carcinoma de células escamosas do esôfago
Fístula esofagocárdica
Pneumopericárdio
Pericardite supurativa
Obstrução de vias aéreas com estridor
O câncer de esôfago incide 33 vezes
mais nos portadores de megaesôfago,
do que na população em geral, portanto
devem ter vigilância assegurada.
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COMPLICAÇÕES DA DOENÇA DE CHAGAS EM CIRURGIA