CONVENÇÃO SOBRE O COMÉRCIO INTERNACIONAL DE ESPÉCIES AMEAÇADAS DA FAUNA E FLORA SILVESTRES Décima Segunda Reunião da Conferência das Partes Santiago, Chile – 03-15 de Novembro de 2002 A. Proposta Incluir as populações neotropicais da espécie Swietenia macrophylla King (Meliaceae), toras, madeira serrada, laminada e madeira compensada, no Apêndice II de acordo com o Artigo II.2(a): “a retirada de espécies do meio silvestre destinada ao comércio internacional tem, ou pode ter, um impacto prejudicial sobre a espécie, seja excedendo, durante um período prolongado, o ritmo em que pode manter-se indefinidamente, ou reduzindo sua população a um nível em que sua sobrevivência poderia ver-se ameaçada por outros fatores” (Res. Conf. 9.24, Anexo 2a). O objetivo é promover o manejo sustentável de S. macrophylla para assegurar sua conservação e comércio contínuo. B. Proponente: Nicarágua C. Justificativa 1. Taxonomia 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 Classe Magnoliopsida Ordem Sapindales Família Meliaceae Gênero Swietenia Jacquin Espécie Swietenia macrophylla King Sinônimo S. candollei Pittier Nomes comuns (muitos: i.e. ver Lamb 1966) Espanhol: caoba, mara, aguano ou ahuano Português: mogno Inglês: bigleaf mahogany, bigleafed mahogany, Brazilian mahogany Francês: Acajou amérique, Swiéténie O nome “mogno” é utilizado por muitos comerciantes de madeira para referir-se a outras espécies, i.e., as espécies africanas Khaya spp., e as do sudeste da Ásia Shorea spp. 2. Parâmetros Biológicos 2.1 Distribuição A distribuição natural de S. macrophylla (Lamb 1996) vai do sul do México (23º N) em direção à América Central até a América do Sul e, ali, faz um arco da Venezuela ao redor da bacia Amazônica, até a Bolívia e o Brasil (18º S). Recentemente, o Centro Científico Tropical (CCT 2000) fez uma revisão da atual área de distribuição da espécie na América Central, com base na vegetação, solos, clima e coleções botânicas. A Conservation International (CI 2001) está conduzindo um estudo similar voltado para a América do Sul. Desta área de distribuição revisada, 235 milhões de hectares (ha) são cobertos por floresta (Tabela 1), ainda que grande parte dela tenha sido derrubada seletivamente para extração de mogno (S. macrophylla) (ver §2.2, §2.7). 1 Dentro desta faixa, a S. macrophylla geralmente ocorre em bosques secos tropicais, >24ºC, 1-2 m de precipitação anual, <1.400 m. de elevação – ainda que haja uma considerável variação (Lamb 1996). Dentro deste habitat definido, a S. macrophylla não se distribui em pares, mas tende a formar grupos – resultado de preferências locais de habitat e eventos catastróficos que favorecem sua regeneração (§2.7). Por exemplo, no Brasil, a S. macrophylla prefere áreas baixas e úmidas (Grogan 2001); no México e Belize, forma grupos de indivíduos adultos em aberturas de dossel que se abrem depois de furacões e incêndios (Snook 1993, 1996); e na Bolívia prefere áreas inundadas (Gullison et al. 1996). 2.2 Disponibilidade de Habitat Para os países com populações nativas de S. macrophylla (países da área de distribuição ou ‘range States’), a taxa média de desmatamento é >1.0% por ano (Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas – Food and Agriculture Organisation of the United Nations (FAO) 2001; Tabela 2). Estes dados têm sido criticados por subestimar o índice de desmatamento, já que a FAO mudou recentemente sua metodologia. Eles incluem plantações e floresta secundária na “cobertura florestal” estimada (Matthews 2001). Dentro dos países da área de distribuição do mogno, parece que a perda de floresta é ainda maior dentro das áreas que são adequadas à S. macrophylla, porque o habitat de floresta preferido por esta espécie também é valorizado para a agricultura e gado (Cochrane 2001). Isto é particularmente certo no Brasil, onde a espécie de S. macrophylla se sobrepõe amplamente ao “arco do desmatamento”, a zona ao sul da Amazônia, onde o problema é particularmente pronunciado (Cochrane et al. 1999). Do total de mogno S. macrophylla distribuído, foram perdidos 28% da cobertura florestal. Estas taxas (Tabela 3) subestimam a perda porque a maior parte do remanescente florestal já foi cortado seletivamente para extração de S. macrophylla. Por exemplo, apesar das províncias de Santa Cruz e Beni, na Bolívia, permanecerem com florestas em sua maioria, o corte insustentável visando oferecer mogno ao mercado internacional tem deixado as existências comerciais de S. macrophylla “essencialmente extintas” e “dizimadas” nas duas províncias, respectivamente (UNEP-WCMC 2000). A relação direta entre a perda de habitat, a extração insustentável e a redução da população de S. macrophylla é discutidas nas Seções §2.4, §2.5, y §2.7. Há uma completa relação entre exploração florestal, abertura de estradas, assentamentos humanos e desmatamento. Em muitos casos, a única espécie suficientemente valiosa para justificar a construção de caminhos para extração é a S. macrophylla (Howard et al. 1996). Estas vias podem abrir a floresta à colonização e desmonte (Veríssimo et al. 1992), especialmente em áreas de fronteira que, previamente, teriam um desenvolvimento limitado. Efetivamente, a exploração pode inclusive promover a mudança da floresta. Florestas exploradas no Pará, Brasil, tendem a se converter em pastos, em parte porque a probabilidade para um segundo corte de madeira é escassa (Veríssimo et al. 1995). A exploração também está correlacionada com incêndios florestais, especialmente durante fenômenos climáticos como o El Niño, em 1998 (Cochrane 2001). Juntamente com o aumento da população humana em áreas de floresta e a extração para obtenção de combustível (lenha, carvão), a exploração em geral favorece a redução da umidade no sub-bosque, aumentando a probabilidade de incêndios e de que estes sejam mais prolongados e intensos. Ainda que não ocorram cortes subseqüentes, os incêndios causariam a “completa destruição” de um terço das florestas no “arco de desmatamento” no Brasil dentro dos próximos 50 anos (Cochrane 2001). 2 Os mega-projetos que se tentam desenvolver na América Latina também constituem uma grande ameaça para as florestas da região. O projeto “Avança Brasil”, por exemplo, planeja pavimentar 7 mil km adicionais de estradas, especialmente na Amazônia, o que conduzirá ao corte raso de 12-17 milhões de ha de floresta primária dentro dos próximos 25 a 35 anos (Laurence et al. 2001, Carvalho et al. 2001). Projetos como este somente reduzirão o habitat disponível para a S. macrophylla. 2.3 Estado da População De acordo com a lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da UICN, a S. macrophylla é considerada Vulnerável. O nível de exploração tem levado ao esgotamento das existências e suas características ecológicas, em particular seus requerimentos de regeneração, tornando-a vulnerável ao corte (§2.4). Atualmente, há muitos poucos incentivos para o manejo sustentável das árvores naturais. Conclusões sobre a S. macrophylla realizadas por organizações internacionais Organização CITES (PC11 Doc.13.3) PNUMA-WCMC UICN (de acordo a WCMC) Diretório Internacional para Recursos Genéticos de Plantas Organização Internacional de Madeiras Tropicais (OIMT) FAO Painel de Especialistas em Recursos Genéticos Florestais Associação Nacional para a Conservação da Natureza (Panamá) IBAMA (Brasil) Sociedade Botânica do Brasil Equador E.U.A. Conselho Nacional de Investigação Convenção sobre a Proteção da Natureza e Preservação da Vida Silvestre no Hemisfério Ocidental Comentário Qualifica para Apêndice II (cumpre II Bi) Qualifica para Apêndice II (cumpre II Bi) VU A1cd+2cd Uma espécie de alta prioridade para conservação genética Uma espécie de alta prioridade Uma espécie de alta prioridade para conservação in situ Ameaçada Em Perigo de Extinção (Proc. No. 006/92 N) Em Perigo de Extinção Em risco de extinção (Art. 36, Decreto 131, 2000) Vulnerável Brasil listada em Anexo (22/10/65) Venezuela listada em Anexo (3/02/42) Costa Rica listada em Anexo (22/10/65) Nicarágua listada em Anexo (23/04/41) Quase não existem estudos detalhados sobre a densidade da população de S. macrophylla através da área de distribuição. Os estudos ecológicos e inventários de extração não podem ser utilizados para estimar o tamanho da população porque tendem a estar localizados em áreas com altas densidades de S. macrophylla com o fim de obter amostras de grande tamanho ou áreas com grandes volumes de madeira. Então, se superestima a densidade média da S. macrophylla. Os estudos que utilizam parcelas localizadas ao acaso sugerem que a densidade média é muito baixa. Em > 60 ha. no Peru, Terborgh, Núñez & Pitman (dados não publicados) descobriram somente uma árvore de S. macrophylla >10 cm. de diâmetro na altura do peito (dap). O projeto RADAMBRASIL instalou 552 quadrantes de 1 ha. ao acaso através da área de distribuição de S. macrophylla no Brasil e descobriu que a densidade variava dramaticamente. A S. macrophylla foi encontrada somente em 55 quadrantes, sugerindo uma densidade de aproximadamente 0,1 árvores de tamanho comercial/ha (Contente de Barros et al. 1992). CCT (2000) estima a densidade de árvores >60 cm. dap como 0,025 – 2/ha dentro da América Central. Contudo, deve-se evitar qualquer extrapolação devido à extrema variação de densidade através da faixa de distribuição (Grogan 2001). Com base em entrevistas, visitas de campo e investigação bibliográfica, CCT (2000) determinou que Costa Rica e El Salvador não têm produção comercial porque a superexploração esgotou os recursos. Realmente, na América Central, dois terços do habitat de S. macrophylla desapareceram e somente três grandes áreas permanecem com florestas: el Petén, fronteira entre Nicarágua/Honduras; e Darién, no Panamá. Mas, ainda ali, a S. macrophylla tem sido explorada 3 seletivamente em grande parte das florestas (§2.7). Por exemplo, em Honduras (2001), a S. macrophylla está sendo explorada nas regiões de Gracias a Dios, Colón, Yoro e Olancho, que são relativamente cobertas por florestas. Além da variação na densidade ao longo de sua área de distribuição, as populações genéticas de S. macrophylla parecem variar. Através da América Central, Gilles et al. (1999) descobriram que, utilizando marcadores aleatórios amplificados de DNA polimórfico (RAPDs), eles puderam distinguir três populações geneticamente distintas. Plantações Globalmente, existem aproximadamente 200 mil ha. de plantações de S. macrophylla (Tabela 4). Contudo, pouca madeira proveniente de plantações entra no comércio internacional. Os compradores americanos consideram que a madeira crescida em plantações é inferior à madeira de árvores naturais (Robbins 2000). Quase não existem plantações dentro da área natural de S. macrophylla (Tabela 4) porque estas não podem competir com a madeira de baixo preço proveniente de florestas naturais, cuja exploração não é sustentável e, freqüentemente, é ilegal (§2.7). Além disso, as plantações são suscetíveis ao fogo e são freqüentemente atacadas por um inseto (Hypsipyla; Mayhew & Newton 1998). Foram realizadas várias tentativas de plantações ao longo da área de distribuição e existem outras iniciativas recentes. 2.4 Tendências da população Regeneração Natural A regeneração da S. macrophylla não é freqüente; geralmente ocorre depois de grandes distúrbios climáticos. Esta germina melhor na sombra (Morri set al. 2000) e suas plântulas são relativamente intolerantes a uma forte luz (Negreros-Castillo 1991). Se não ocorrem clareiras, com aberturas de dossel, dentro dos primeiros anos, onde estão as plantas jovens, elas perdem sua habilidade para responder a uma alta luminosidade (Grogan 2001). Parece que a S. macrophylla requer grande quantidade de luz criada por fenômenos climáticos, como incêndios e furacões (Snook 1993) ou inundações (Gullison et al. 1996), para alcançar o dossel. Mas, a S. macrophylla também persiste em áreas como o Pará, Brasil (Grogan 2001, Baima 2001), que carecem destes fenômenos – ainda que ali o fogo possa ser um fator importante também (Balée & Campbell 1990). Em muitos lugares, esta dependência de aberturas de dossel grandes e não-frequentes tem gerado árvores relativamente maduras (Snook 1993, Gullison et al. 1996). A exploração pode ter um efeito bastante prejudicial sobre a regeneração porque a extração remove as sementes, reduzindo dramaticamente a oportunidade para a regeneração quando há distúrbios ou catástrofes. Dadas às taxas de crescimento médio, a S. macrophylla requer 120 anos para alcançar os atuais 55 cm. de diâmetro comercial mínimo no México (Snook 1993) e 90 anos no Brasil (Grogan 2001). Na Bolívia, leva de 52-105 anos alcançar os 80 cm. dap do tamanho comercial (Gullison & Hubbell 1992). Ausência de regeneração depois do corte seletivo Em geral, se pensa que a exploração de S. macrophylla excede a capacidade da floresta para a regeneração (Veríssimo & Grogan 1998). Além dos efeitos óbvios da diminuição de abundância da população e estrutura de tamanho, a exploração é prejudicial porque: 1) reduz a produção de 4 sementes ao remover as árvores mais reprodutivas (i.e. as árvores maiores); e 2) as clareiras criadas são muito pequenas para estimular a regeneração (Snook 1993). Em áreas exploradas ilegalmente no território Kayapó (Brasil), 85% da população adulta foi removida (Zimmerman et al. 2001). Quevedo (1986) encontrou alguma regeneração de S. macrophylla em clareiras abertas, mas nenhuma depois de nove anos. Veríssimo et al. (1995) não encontraram árvores entre 10 – 30 cm. dap em áreas derrubadas. Grogan et al. (na imprensa) descobriram que 65% de clareiras derrubadas de 2 e 3 anos continham plântulas de S. macrophylla. Contudo, somente duas plântulas nestas 40 clareiras estavam crescendo vigorosamente e, ainda assim, não se sabe se estas alcançarão o dossel e se reproduzirão. No Acre, Brasil, as plântulas de S. macrophylla encontradas em clareiras abertas e trilhas de arraste tinham >65% de sobrevivência e alcançavam cerca de 4 m de altura em 7 anos (d’Oliveira 2000). Baima (2001) encontrou uma alta variação na densidade juvenil em quatro lugares do Pará, Brasil (0,67 – 59 juvenis < 10 cm. dap/ha). Todavia, a maioria estava sujeita a uma baixa luminosidade e, portanto, improvável de sobreviver até alcançar o dossel. Das espécies encontradas nas clareiras, o crescimento foi maior, mas os investigadores estavam continuamente removendo a vegetação e, sem esta intervenção, não se sabe se as plantas teriam morrido por outras razões. Wang & Scatena (em imprenta) descobriram que as plantas de S. macrophylla eram competidoras débeis em relação às espécies pioneiras. As mudanças em tamanho da população podem ser inferidas às mudanças no habitat. Aproximadamente um terço do habitat de S. macrophylla desapareceu (Tabela 3; §2.1) e, assim, um terço das populações de S. macrophylla também pode desaparecer. Esta perda é certamente maior se – como parece – a extração ocorre primeiro em áreas de alta densidade. 2.5. Tendências geográficas Através da faixa de distribuição parecem existir populações geneticamente distintas, ao menos na América Central (§2.3), e talvez haja diferenças geográficas na regeneração e resposta aos distúrbios. (§2.4) Brasil. Ainda que a faixa de distribuição de S. macrophylla seja ampla e a intensificação da exploração tenha ocorrido somente nas últimas décadas, as existências locais foram esgotadas e a oferta teve que mudar “principalmente devido à disponibilidade do produto (quantitativo e qualitativo) e às pressões do meio ambiente” (Brasil 2001). Por exemplo, as exportações caíram nos estados de Rondônia (Browder 1989) e Pará (AIMEX 2002). Na década de 80, os madeireiros abriram 3 mil km de estradas em uma área do Pará (Veríssimo et al. 1995). O mogno está comercialmente extinto em Tocantins, sudeste do Pará, Mato Grosso e Rondônia (leste da pista de Cuibá-Santarém e oeste do Amazonas e Acre, desde a BR-364 (Grogan 2001)). As Áreas Protegidas e Terras Indígenas oferecem pouca proteção real. O Greenpeace (2001) documentou cerca de 8 mil metros cúbicos cortados ilegalmente de terras Kayapó e o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) proibiu toda extração, processamento e comércio até que a indústria possa garantir a origem da madeira. Bolívia. Em 1996, de acordo com a CITES, a Bolívia foi o maior exportador de S. macrophylla. Atualmente, representa <8% do comércio (Robbins 2000). “A diminuição de volume de exportação reflete, em parte, uma diminuição da existência de madeira” (Traffic 2001c, e Cites; §2.2). “As populações de mogno tiveram uma rápida e drástica diminuição como conseqüência do corte ilegal” (Bolívia 2001). Para tornar a exploração sustentável, as Autoridades da CITES na Bolívia agora exigem que cada carregamento obtenha um relatório de extração não prejudicial do meio silvestre (Bolívia 2001). Assim, a inclusão no Apêndice II requereria uma regulação adicional mínima. 5 Peru. As exportações aumentaram dramaticamente (>400%) nos últimos cinco anos (Peru 2001). “A drástica diminuição das populações desta espécie, devido ao corte seletivo, é mais que aparente” e “a extração seletiva pôde causar a perda sistemática de espécies com as melhores características genéticas” (Peru 2001). Peru (2001) tem dificuldades para controlar a exploração nas várias pequenas (1000 ha) concessões que não requerem planos de manejo. Por exemplo, uma serraria financiada pelos Estados Unidos em Madre de Dios é multada por áreas exploradas ilegalmente, onde o corte é estritamente proibido, incluindo a construção de >100 km de estradas para retirada de madeira (NRDC 2002). Ainda que alguns parques remotos sirvam para proteger as Áreas Protegidas com S. macrophylla, como a “Reserva Nacional Pacaya-Samiria (Loreto), ainda são outra fonte de madeira extraída ilegalmente” (Peru 2001). Equador considera a S. macrophylla uma espécie em risco de extinção (Decreto Ministerial 131 [Dezembro 2000] Art. 36). O comércio é permitido se estiver sujeito a um Programa de Exploração Florestal Sustentável (nenhuma aprovação havia sido dada até 2001; Equador 2001). A Venezuela exportou 22.607 m3 em 1972, principalmente dos estados de Portuguesa, Barinas e Cojedes. Em 1999, <2.000 m3 foram exportados (Venezuela 2001). A S. macrophylla da Colômbia era particularmente abundante, especialmente nas cidades de Santander, Cesar, Magdalena e Chocó, mas agora é considerada comercialmente extinta e o comércio é proibido (Colômbia 2001). As populações do México estão diminuindo devido a superexploração, e o comércio é proibido (CCT 2000). A perda de hábitat causou a perda de 80% de florestas que contém S. macrophylla (México 2001). A S. macrophylla da Guatemala sofre uma diminuição substancial dvido à exploração não sustentável e severa perda de habitat, e as populações remanescentes se restringem ao Petén (CCT 2000). Na Costa Pacífica, a S. humilis foi comercialmente extinta por volta de 1950. O Petén foi severamente cortado de 1940 a 1957 e, novamente a S. macrophylla entre 1982 e 1995 (CCT 2000). Belize já teve abundância de S. macrophylla (Lamb 1966). No entanto, o recurso foi superexplorado severamente. As árvores de tamanho comercial agora são raras (Weaver & Sabido 1996). A exploração é 30% maior que a considerada sustentável (Apresentação de Belize no Grupo de Trabalho sobre o Mogno (MWG) 2001). Honduras proíbe a exportação de madeira em tora de S. macrophylla (Honduras 2001). O estado de S. macrophylla em Honduras é pouco conhecido, ainda que em algum momento as densidades tenham sido altas (Lamb 1966). S. humilis, está “em grave perigo de extinguir-se” (Honduras 2001). El Salvador não exporta S. macrophylla por muitas décadas devido à escassez resultante da superexploração (CCT 2000). A Nicarágua proibiu o comércio de S. macrophylla por cinco anos (Nicarágua 2001). A S. macrophylla foi reduzida substancialmente ou eliminada em algumas áreas, como Boaco e Chontales, e em grandes partes de Matagalpa e Jinotega, e em Rio San Juan. A região de Bluefields já teve grandes populações de S. macrophylla, mas foram cortadas para exportação (CCT 2000). A superexploração na Costa Rica esgotou as populações de S. macrophylla (CCT 2000). O Panamá experimentou severas perdas de habitat (Tabela 3). A maior parte das florestas remanescentes que contém S. macrophylla estão em Darién, mas o mogno se encontra em densidades muito baixas nestas regiões. 6 2.6 Função da espécie em seu ecossistema A S. macrophylla é uma árvore emergente (Lamb 1966, Lugo 1992). As diminuições substanciais da população, resultado da exploração das árvores de maior tamanho (§2.4), são consistentes com a eliminação de S. macrophylla de sua função. Abelhas e traças polinizam as flores de S. macrophylla (Styles & Khosla 1976) e suas sementes são comidas por roedores (Jennings 2002), aves e insetos. 2.7 Ameaças A exploração de indivíduos adultos grandes e reprodutivos põe em risco a capacidade da floresta em se regenerar e se renovar (Veríssimo & Grogan 1998; §2.4). Em Belize, os madeireiros estão explorando árvores tão pequenas, como aquelas de 20 cm de dap (Weaver & Sabido 1996). A extração seletiva de S. macrophylla pode reduzir a variabilidade genética, afetando adversamente sua capacidade para adaptar-se às mudanças do meio ambiente e limitando futuras opções para uma reprodução seletiva. O corte de árvores de tamanho comercial reduz a produção de sementes da população em cerca de 85% (Grogan 2001). Além disso, o corte aumenta a endogamia e o cruzamento disminuiu em 15% quando a floresta ao redor das árvores foi derrubada (Loveless & Gullison 1996). Efetivamente, o corte foi associado com a redução da diversidade genética da S. macrophylla em regeneração (Gillies et al. 1999). Sem evidência do contrário, assumir que a redução da diversidade genética é nociva é precautelar. Os efeitos adversos imediatos do corte estão combinados com as dificuldades econômicas no manejo sustentável (Rice et al. 1997). Todos os especialistas e entrevistados consideram que a atual exploração de S. macrophylla é insusutentável (Lamb 1966, Snook 1993, Gullison 1995, Lugo 1999, Oldfield et al. 1999, Grogan 2001); efetivamente, porque os madeireiros não contribuem com um manejo posterior. Veríssimo & Grogan (1998) consideram que a exploração é equivalente a una ‘mineração’ do recurso. Esta exploração insustentável é exacerbada porque os madeireiros operam ilegalmente (§3.3). Na América Central, CCT (2000) reporta que o corte ilegal produz duas vezes o volume da extração legal. Em 2001, o Ibama determinou que >80% de S. macrophylla é explorada ilegalmente no Brasil. Conseqüentemente, o Ibama suspendeu toda a extração, produção e exportação de S. macrophylla. 3. Utilização e Comércio 3.1 Utilização Nacional A S. macrophylla é explorada por sua madeira de alta qualidade, utilizada por fabricantes de móveis, de botes e de painéis caros. A maior parte das exportações são madeira serrada de alta qualidade sem processamento (Robbins 2000). A madeira disponível para vendas nacionais e internacionais representa uma fração de toda a extração de madeiras. Das árvores caídas, só cerca de um terço do volume termina em madeira. Aproximadamente 26% do volume cortado são deixados na floresta (Barreto et al. 1998). Do restante, cerca da metade ou mais se perde no processamento (rendimento da serraria na Bolívia = 55% (Panfill et al. 2001), Brasil = 47% (Veríssimo et al. 1995) e Peru = 35% (Mancilla 2001)). A quantidade de S. macrophylla utilizada domesticamente varia entre os países produtores (Robbins 2000, MWG 2001). América Central (CCT 2000) e Perú (2001) usam aproximadamente um terço localmente. As estimativas de uso doméstico no Brasil variam entre 33% (Veríssimo et al. 1995) a 60% (Brasil 2001). 7 3.2 Comércio legal internacional Cerca de 150 mil m3 de S. macrophylla (Tabela 5) é exportado anualmente, aproximadamente dois terços destinados aos EUA. O volume não é a única – nem a melhor – indicação da importância de S. macrophylla no comércio internacional. Usualmente, se exportam as de melhor qualidade (“Primeira e Segunda” [FAS] e “No. 1 & Mejor”) (Robbins 2000), ficando o material de pior qualidade nos países produtores. A S. macrophylla está avaliada em $1.300/m3 no mercado internacional, mas somente em $800/ m3 no Brasil (ITTO 2002). No Peru, os preços da madeira serrada de mogno na cadeia de comercialização vão de $276/m3 a $ 553/m3 e avaliada em aproximadamente $1590/m3 nos EUA (Ríos T. et al, 2000). Além disso, compradores estrangeiros pré-financiam o corte. Sem compradores estrangeiros desejosos de pagar altos preços, a exploração não ocorreria, já que os baixos preços do mercado doméstico não fariam da exploração uma atividade lucrativa. Desde novembro de 1995, a S. macrophylla tem estado sujeita a CITES, quando Costa Rica incluiu “todas as populações das Américas” no Apêndice III. Desde então, Bolívia (março 1998), México (abril 1998), Brasil (julho 1998), Peru (junho 2001) e Colômbia (outubro 2001) também incluíram suas populações no Apêndice III. De acordo com o Grupo de Trabalho sobre o Mogno da CITES (Santa Cruz, 2001), o Apêndice III tem sido geralmente útil para regular o comércio, obter maior informação sobre os volumes comercializados. Todavia existem problemas de comércio ilegal entre fronteiras e de extração ilegal de mogno, além do comércio não divulgado. A severa diminuição de S. mahagoni nos anos de 1850 causou uma mudança do comércio de S. macrophylla. A S. macrophylla facilmente acessível na América Central foi esgotada e, agora, representa somente cerca de 10% do comércio internacional (Robbins 2000). Ainda dentro da América do Sul, o comércio segue o mesmo padrão de esgotamento local, seguido pela mudança na oferta, i.e., as exportações diminuíram dramaticamente na Bolívia e, conseqüentemente, aumentaram as do Peru (Tabelas 5 & 6). Contudo, como a oferta global de S. macrophylla se torna mais difícil de manter, os madeireiros querem trocar para espécies similares da América Latina ou do Sudeste da Ásia e África, tais como meranti e Khaya spp. Reino Unido foi o segundo maior importador nos primeiros anos de 1990, mas uma campanha da Amigos da Terra (Friends of the Earth UK), chamada “O mogno é assassinado”, aparentemente contribuiu para a redução de seu comércio por quase 90% (Hering & Tanner 1998). A campanha sinalizou a conexão entre a compra de S. macrophylla e sua extração ilegal de terras indígenas, frequentemente às custas da vida dos índios – seja porque eles foram assassinados por causa da madeira ou indiretamente atingidos por enfermidades contagiosas transmitidas pelos madeireiros. A República Dominicana (RD) aparece agora como o maior importador de S. macrophylla (Tabela 7), apesar de não divulgarem este comércio a CITES (Robbins 2000). Desde 1997-1999, os relatórios de exportação da RD quase igualam às importações combinadas de toda a União Européia (Traffic 2001a). A aparência de uma constante oferta de S. macrophylla para exportação se mantém por uma redução nos limites dos diâmetros mínimos de corte (Weaver and Sabido 1996) e uma mudança na origem da oferta, uma vez que as existências locais se esgotaram. 8 3.3. Comércio ilegal Por sua própria natureza, é difícil estimar a dimensão da atividade ilegal. Contudo, a demanda alta e contínua por sua valiosa madeira, combinada com una débil aplicação das leis com ações informais existentes, resultaram em um controle inadequado sobre a exploração de S. macrophylla (§2.5, §2.7). “Devido ao valor extraordinário do mogno, é extremamente difícil protegê-la – mesmo com a existência de árvores subcomerciais – da extração ilegal” (Brasil 2001). Extração ilegal Na América Central, a extração ilegal é mais que o dobro da extração legal (CCT 2000). No Peru, dados oficiais estimam que 30-40% do comércio é ilegal (Traffic 2001b). Em 1999, as províncias de Madre de Dios e Tahuamanu foram declaradas em estado de emergência e oficiais superiores foram demitidos devido a uma desenfreada exploração ilegal (Traffic 2001b). A serraria financiada pela companhia Newman dos EUA foi multada por corte ilegal em um valor de $44 milhões de S. macrophylla na região de Madre de Dios, entre 1998/99 (NRDC 2002). No Brasil, aproximadamente 22,5% da concentração de S. macrophylla estão em terras indígenas (Contente de Barros et al. 1992), e mesmo que ilegal, uma grande quantidade de madeira se origina destas reservas (Veríssimo et al. 1992, Greenpeace 2001). Em 1996, o Ibama suspendeu ou cancelou 75% dos planos de manejo florestal em operação porque não cumpriam com as regulamentações. Novamente, em 1999, o Ibama suspendeu 29 dos 31 planos de mogno em operação. Em 2001, o Ibama descobriu que 80% da S. macrophylla explorada era ilegal e suspendeu seu comércio. Uma liminar concedeu aos madeireiros a permissão de comercializar seus estoques de S. macrophylla e considerou ilegal a ação do Ibama (ITTO 2001). Dado este ambiente regulatório, há poucas probabilidades de que se cumpram as sanções como capturas e multas pela extração ilegal. Portanto, a conduta do madeireiro é racional, quer liquidar a S. macrophylla o mais rápido possível para maximizar o valor bruto do recurso e reduzir o risco de expor o recurso à regulamentação (Rice et al. 1997). Isto conduz ao padrão familiar de esgotamento local e mudança na oferta. Comércio ilegal Na Nicarágua, o comércio ilegal representa aproximadamente 60% do volume total das exportações de mogno (Traffic 2001c). Belize estima 40%, dos quais um quarto passa como contrabando através das fronteiras. Este comércio ilegal fronteiriço também é uma preocupação entre Equador e Colômbia, Honduras, Nicarágua, Costa Rica e El Salvador, Argentina, Bolívia, Brasil, e Peru (Traffic 2001c). Quase todos os carregamentos declarados (~90%) que entraram nos EUA entre 1997 e 2000 tinham os documentos CITES corretos (Blundell & Rodan 2001). Mas, no Canadá, cerca de 60% das importações de S. macrophylla não tinham a documentação correta, i.e., nenhum dos documentos do Peru ou Brasil havia sido firmado pelos oficiais autorizados para emitir a documentação CITES (Gerson 2001). O comércio não declarado de S. macrophylla é muito mais difícil de detectar. A S. macrophylla pode entrar no comercio dos EUA através da República Dominicana e Porto Rico, classificada como sendo de outras espécies (CCT 2000). 9 3.4 Impactos atuais ou potenciais do comércio A atual exploração insustentável de S. macrophylla é impulsionada pelo comércio internacional e, então, a espécie qualifica para o Apêndice II de acordo com o Artigo II.2(a), “a retirada de espécies do meio silvestre destinada ao comércio internacional tem, ou pode ter, um impacto prejudicial sobre a espécie, seja excedendo, durante um período prolongado, o ritmo em que pode manter-se indefinidamente, ou reduzindo sua população a um nível em que sua sobrevivência poderia ver-se ameaçada por outros fatores” (Res. Conf. 9.24, Anexo 2a). A diferença do Apêndice I, o critério para o Apêndice II não requer que a espécie esteja em perigo. Desde a proposta de 1997, informação científica recente reforça a conclusão de que a S. macrophylla qualifica para sua inclusão no Apêndice II. Em particular: 1) A quantidade de floresta dentro da área de distribuição de S. macrophylla na América Central está diminuindo rapidamente – resta menos de um terço (CCT 2000); 2) As Áreas Protegidas são inadequadas – somente 3% de sua faixa de distribuição estão em Parques (CI 2001); 3) Mesmo dentro de Áreas Protegidas, a extração ilegal está espalhada. Em alguns países – como o Brasil, por exemplo – mais de 80% da S. macrophylla extraída é ilegal; 4) A silvicultura da S. macrophylla está bem compreendida (Mayhew & Newton 1998). Há informação técnica suficiente disponível para o manejo de populações de mogno (Anon. 2002); 5) Não obstante, todos os especialistas e entrevistados estão de acordo que a exploração atual de S. macrophylla é insustentável (§2.7). A demanda internacional por S. macrophylla é o principal fator de suas ameaças – e possíveis soluções – para o manejo não sustentável de S. macrophylla. Se for aplicado devidamente, o Apêndice II poderia limitar o comércio a níveis sustentáveis e poderia incrementar concomitantemente o custo da produção de S. macrophylla. Este incremento refletiria melhor o verdadeiro valor de S. macrophylla como um recurso, incorporando os fatores externos do manejo e a legalidade. Além disso, o salvoconduto associado com o Apêndice II (i.e., os relatórios não prejudiciais) serviria para proteger populações representativas e recursos genéticos. Para os países da área de distribuição de mogno, os controles de fronteiras dos países importadores servem para agregar valor para o cumprimento doméstico dos mesmos. A legitimidade acordada pela CITES também agregaria confiança ao consumidor de que a S. macrophylla comercializada por eles foi obtida legalmente e de fontes sustentáveis. Se o Apêndice II previne as proibições comerciais (tais como a atual aplicada no Brasil), então a inclusão é de interesse da indústria. 3.5. Propagação artificial com fins comerciais Na década passada, quase todas as importações de S. macrophylla era, provenientes de madeira extraída de florestas de idade madura; <2% eram provenientes de plantações, principalmente da Indonésia (ver também §2.3). 10 4. Conservação e Manejo 4.1 Estado legal 4.1.1 Nacional De acordo com uma recente revisão realizada por Traffic (2001b), todos os maiores produtores têm leis e regulamentações para o manejo sustentável de S. macrophylla. O manejo florestal no Brasil é governado pela Lei Nacional Florestal No. 4771, a qual requer planos de manejo baseados em inventários pré-exploratórios e corte de impacto reduzido (Traffic 2001b). Desde 1996, o Brasil não permite novas concessões (Traffic 2001b), o que criou efetivamente um cartel de produtores. Atualmente, o Brasil proibiu a extração, processamento e exploração de S. macrophylla com o objetivo de reduzir a quantidade de corte ilegal. O decreto suspende atividades estipulando que a proibição somente excluirá operações que estejam certificadas. A Bolívia aprovou uma Nova Lei Florestal (#1700, Art. 28) em 1996 que requer i.e., planos de manejo com um imposto de concessão de $1/ha/ano, e que os carregamentos de S. macrophylla obtenham um relatório de extração não prejudicial do meio silvestre (apesar de só estar listada no Apêndice III). Estes controles parece haver reduzido dramaticamente a extração ilegal (Bolívia 2001), ainda que as existências comerciais tenham sido bastante reduzidas antes que estes controles fossem aplicados (Traffic 2001a). Peru (2001) também tem uma nova Lei Florestal e de Fauna Silvestre (#27308) aprovada em julho de 2001. Muitos países usam um sistema de quotas de exportação para S. macrophylla. Na Colômbia, é ilegal exportar desde 1967, na Costa Rica desde 1997; e em Honduras desde 2000 (Traffic 2001c). No Brasil (2001), a quota diminuiu fixamente, de 150 mil m3 em 1990 para 50 mil m3 em 2000. Mesmo assim, as permissões legais aos excessos nestas quotas têm tido êxito – por exemplo, um excesso de 12.962 m3 foi embarcado em 1999 (Traffic 2001b). Na Bolívia, um Decreto Presidencial de 2000 permitiu um excesso de aproximadamente 6 mil m3 da quota a ser exportada de terras indígenas. Sem um sistema para rastrear a origem das toras, tais exceções permitem introduzir as toras ilegais no comércio internacional legal. A execução das regulamentações florestais têm sido insuficientes para eliminar a extração e comércio ilegal e, assim, assegurar uma exploração sustentável. O Apêndice II facilitaria seu cumprimento, agregando um nível necessário de investigação para as operações de extração de S. macrophylla. Além disso, este serviria para “nivelar o campo de jogo” entre países, alguns dos quais, como Bolívia, já solicitam um relatório de extração não prejudicial para suas exportações. 4.1.2. Internacional O Apêndice II da CITES e a Res. Conf. 8.3 são compatíveis com outros objetivos de uso sustentável, tais como aqueles da Meta 2000 da OIMT (1992), produtores regionais (i.e., AIMEX e Câmara Florestal na Bolívia e em outros países), e compradores internacionais (i.e., IWPA). 11 4.2 Manejo da Espécie 4.2.1 Monitoramento da População Não há programas de monitoramento publicados em nenhum país da área de distribuição da espécie. O Fundo Mundial para Natureza (WWF) realizou uma análise de S. macrophylla no Peru. CCT (2000) revisou o estado de S. macrophylla na América Central, e CI (2001) está em processo de fazer o mesmo para a América do Sul. 4.2.2 Conservação do Habitat No momento, somente 3% da área de S. macrophylla estão em florestas de Áreas Protegidas (Tabela 8). Contudo, pela amplitude da exploração ilegal (§ 3.3), estas áreas não são suficientes para proteger populações e suas variação genética. 4.2.3 Medidas de Manejo Todos os comentaristas especializados estão de acordo que S. macrophylla é explorada de forma insustentável (§2.7). No momento, só 300 mil ha de florestas com S. macrophylla são manejadas e certificadas pelo Conselho de Manejo Florestal (Forest Stewardship Council-FSC). Todas estão localizadas na América Central (FSC 2001). A Conservation International recomendou o passo pré-cautelar de formar uma rede de áreas protegidas para apoiar e assegurar a viabilidade a longo prazo da espécie e para que sirva como um banco de germoplasma (Gullison et al. 2000). Traffic (Robbins 2000) recomenda pagar uma taxa de exportação para a conservação – no momento, a madeira serrada de S. macrophylla não está sujeita a nenhuma tarifa nos EUA. 4.3 Medidas de Controle 4.3.1 Comércio Internacional Todo o comércio está sujeito às regulamentações do Apêndice III de CITES, o qual parece operar bem nos EUA (Blundell y Rodan 2001). Mesmo assim, dentro de outros países importadores, a aplicação permanece inconsistente (Traffic 2001a). Para os países exportadores, as perguntas permanecem em quanto e como os países da área de distribuição confirmam que os volumes de S. macrophylla foram obtidos legalmente (Traffic 2001a). 4.3.2 Medidas domésticas Como se mencionou anteriormente (§4.1.1), as regulamentações existem, mas têm uma aplicação débil. A S. macrophylla é extraída geralmente de maneira não sustentável e ilegal (§2.7). 12 5. Informação sobre espécies similares Os outros dois congêneros são atualmente regulados pelo Apéndice II (S. humilis (julio 1975) e S. mahagoni (Junho 1992)), mas estão comercialmente extintas. Espécies relacionadas, tais como o mogno real (Carapa guianensis; andiroba), são comercializadas, mas com uma qualidade significativamente menor. O Cedro (Cedrela odorata) também está incluído no Apêndice III, ainda que o mogno siga passando como cedro em vários países e há problemas de identificação. Khaya e Entandrophragma spp., conhecidas como “mogno africano,” são bastante comercializadas, mas produzem uma madeira inferior. 6. Outros Comentários Na Conferência das Partes da CITES COP 10, a proposta para incluir a S. macrophylla no Apêndice II não foi aprovada por oito votos (67 votos a favor, 45 contra) e, na COP 9, a proposta falhou por seis votos (50 votos a favor, 33 contra). Na COP 8, Costa Rica e EUA retiraram suas propostas. A taxonomia de Swietenia é incerta pela possibilidade de hibridizar, particularmente com S. humilis – alguns especialistas não fazem distinção entre S. humilis e S. macrophylla (Costa Rica 2001). A S. humilis está listada no Apêndice II. 7. Observações adicionais A exploração insustentável distorce o mercado A exploração insustentável e ilegal distorce o mercado, inundando-o com madeira de baixo preço. Os madeireiros que operam ilegalmente não investem nada em manejo. O Apêndice II, o qual tem como objetivo eliminar os competidores ilegais, ajudaria a eliminar as distorções do mercado. O Apêndice II poderia permitir aos países da área de distribuição levantar as proibições sobre as novas concessões, rompendo assim o cartel existente de provedores e, adicionalmente, eliminar as distorções do mercado. O Apêndice II proporciona credibilidade A presença de operadores ilegais e não sustentáveis continuará marcando a investigação e ativismo de organizações ambientalistas. Esta investigação continuará influenciando os compradores internacionais e também as autoridades de manejo para examinar, e proibir o comércio se for necessário, como aconteceu no Brasil, com sua atual proibição à extração e comércio de mogno. O Apêndice II proporciona investigação de mercado As atuais atividades fazem com que o mercado internacional esteja confuso e nervoso sobre o futuro de uma oferta consistente de S. macrophylla. É possível que alguns consumidores parem de comprar não apenas a S. macrophylla, mas as madeiras tropicais em geral. Qualquer ação tomada para regular a indústria será percebida como uma ação benéfica pelos consumidores preocupados com a legalidade e conservação. Ainda que o Apêndice II diminua o comércio a níveis sustentáveis, os operadores legais se beneficiarão, eliminando do mercado os competidores ilegais e de práticas insustentáveis. 13 Tabela 1. Área de floresta dentro da faixa de 90; dados de CCT (2000) e CI (2001)). Área de bosque (milhões ha) Brasil 139,6 Peru 56,5 Bolívia 18,9 Nicarágua 5,0 México 3,6 Equador 3,5 Guatemala 2,8 S. macrophylla (baseada em imagens de satélite da metade dos anos Honduras Venezuela Panamá Belize Costa Rica El Salvador Área de bosque (milhões ha) 1,7 1,2 1,0 0,95 0,29 0,14 Tabela 2. Taxa de desmatamento (de acordo com a FAO FRA 2001). % cambio por ano % cambio por ano ’80 – ‘90 ’90 – ‘00 ’80 – ‘90 ’90 – ‘00 Nicarágua -1,9 -3,0 Honduras -2,1 -1,0 Belize -0,2 -2,3 Costa Rica -2,9 -0,8 Guatemala -1,7 -1,7 Brasil -0,6 -0,4 Panamá -1,9 -1,6 Peru -0,4 -0,4 Equador -1,8 -1,2 Venezuela -1,2 -0,4 México -1,3 -1,1 Bolívia -1,2 -0,3 Tabela 3. Perda de habitat disponível para S. macrophylla (CCT (2000) e CI (2001)). % % Venezuela 91 Nicarágua 47 Costa Rica 84 Bolívia 33 El Salvador 80 Belize 32 México 76 Brasil 27 Panamá 75 Equador 5 Honduras 55 Peru 5 Guatemala 47 14 Tabela 4. Plantações† de S. macrophylla (Mayhew & Newton 1998). Indonésia 116.000 ha Guadalupe Fiji 42.000 Ilhas Salomón Filipinas ~25.000 W. Samoa Sri Lanka 4.500 Martinica 4.200 ha 3.000 2.300 1.479 †Países com mais de 1.000 ha de plantações Tabela 5. Exportações (m 3) de S. macrophylla de 1997-1999 (dados CITES; de Traffic 2001c). 1997 1998 1999 Brasil 116.916 46.816 59.758 Peru 10.893 20.720 35.170 Bolívia 27.963 20.159 8.520 Nicarágua 19.029 5.773 5.165 Guatemala 1.687 1.098 406 Honduras 885 880 1.324 Belize 233 125 2.326 México 521 271 212 Panamá 0 71 23 Equador 0 0 77 Tabela 6. Importações dos EUA (m 3) de S. macrophylla de 1991-2000 (Dept. de Agricultura, Comércio e Tesouro dos EUA; de Robbins 2000). Belize Bolívia Brasil Chile Costa Rica Equador Guatemala Guiana Honduras México Nicarágua Panamá Peru Venezuela Total 1991 281 47.646 54.913 2.957 79 0 4.871 0 141 81 412 0 1.908 103 113.392 1992 180 21.017 71.558 343 61 89 4.673 0 491 610 164 0 2.223 0 101.409 1993 1994 161 760 24.244 44.668 66.901 54.381 442 4.474 0 0 0 0 3.729 4.061 0 0 775 1.668 0 30 913 688 0 0 3.565 7.265 0 40 100.730 118.035 1995 2.634 51.414 51.388 9.490 7 50 5.060 0 951 4.998 3.653 0 8.654 0 138.299 15 1996 1.853 42.331 35.324 6.622 0 0 2.799 20 10 2.692 3.925 84 11.257 0 106.917 1997 5.286 28.815 34.375 400 144 0 1.896 2 62 400 7.483 0 19.965 18 98.846 1998 3.084 17.456 46.634 0 0 0 1.368 3 37 26 1.615 71 31.033 0 101.327 1999 2.424 7.802 40.907 0 59 344 442 0 2.222 409 1.628 0 39.851 0 96.088 2000 1.939 8.811 31.604 0 163 0 2.004 0 241 43 1.007 1.139 37.613 0 84.564 % 2 28 46 2 <1 <1 3 <1 1 1 2 <1 15 <1 Tabela 7. Importações (m 3) de S. macrophylla de 1997-1999 (para países com >1000 m3 de comércio) (dados de CITES; de Traffic 2001c). Estados Unidos República Dominicana Reino Unido Espana Países Baixos Canadá Cuba Argentina Dinamarca Bélgica Porto Rico 1997 90.870 1998 77.066 1999 85.307 10.643 1.676 825 537 28 832 220 687 582 327 5.163 4.167 2.392 1.685 470 458 1.032 207 364 105 11.634 5.078 2.034 2.819 1.231 225 227 412 89 573 Tabela 8. Quantidade de área de distribuição de S. macrophylla em Categorias I & II (UICN) de áreas florestais protegidas, (CCT (2001) y CI (2001)). % % El Salvador 0 Venezuela 1 Nicarágua 1 Brasil 2 Costa Rica 2 Peru 4 Honduras 4 Bolívia 11 México 4 Equador 27 Panamá 7 Belize 10 Guatemala 11 16 8. Referências AIMEX. 2002. (presented by G. Carvalho) Comércio e manejo sustentável do mogno. Seminário TFF/Embrapa. Belém, Brasil. Maio 2-4, 2002. ANON. 2002. Mahogany Workshop “Sustainable Trade and Management of Mahogany”. Working Principles, Findings, Recommendations, and Unresolved Issues. Co-Hosts: Tropical Forests Foundation and EMBRAPA Amazonia Oriental. Sponsors: International Wood Products Association and AIMEX. Hilton Hotel – Belém May 04-05, 2002. BAIMA, A. 2001. O status de S. macrophylla King (Mogno) em duas florestas exploradoras: a casa de Marabá e Rio Maria, no estado do Pará. M. Forest Sci. thesis. Faculdade de Ciências Agrárias do Pará. BALEE, W. and CAMPBELL, D.G. 1990. Evidence for the successional status of liana forest (Xingu River Basin, Amazonian Brazil.). Biotropica. 22: 26-47. BARRETO P, AMARAL P, VIDAL E, UHL C. 1998. Custos e benefícios do manejo florestal para produtos florestais no leste da Amazônia. Forest Ecology And Management. 108 (1-2): 9-26. BLUNDELL, A.G. and RODAN, B.D. 2001. United States Imports of Bigleaf Mahogany (S. Macrophylla King) Under CITES Appendix III CITES INF Doc 1. CITES Mahogany Working Group. Santa Cruz, Bolivia. Oct 3-5, 2001. BOLIVIA. 2001. Informe Nacional. Grupo de Trabajo sobre la Caoba de CITES. MWG1 Doc. 8.8. Santa Cruz, Bolivia. Oct 3-5, 2001. BRASIL. 2001. Avaliação da situação atual do mercado e comércio de mogno. CITES Grupo de Trabalho do Mogno. MWG1 Doc. 8.12. Santa Cruz, Bolivia. Oct 3-5, 2001. BROWDER, J.O. 1989. Lumber production and economic development in the Brazilian Amazon: Regional trends and a case study. J. World Forest Resource Management 4: 1-19. CARVALHO G, AC BARROS, P MOUTINHO, AND D NEPSTAD. 2001. O desenvolvimento sensível poderia proteger a Amazônia ao invés de destruí-la. Nature 409, 131. CCT. 2000. Diagnóstico de la caoba en Mesoamérica: Visión general. Centro Científico Tropical. Costa Rica. San Jose, Costa Rica. CITES. 2001. PC11.13.3. A review of the appendices: tree species (Decision 11.116). http://www.cites.org/eng/cttee/plants/11/E-PC11-13-03.doc COCHRANE, MA. 2001. In the line of fires: understanding the impacts of tropical forest fires. Environment. 43(8):28-38. COCHRANE, M.A., A. ALENCAR, M.D. SCHULZE, C.M. SOUZA JR., D.C. NEPSTAD, P. LEFEBVRE, AND E.A. DAVIDSON. 1999. Positive Feedbacks in the Fire Dynamic of Closed Canopy Tropical Forests. Science 284: 1832-1835. CI (Conservation International). 2001. Protected areas and forest cover. CITES Mahogany Working Group. Santa Cruz, Bolivia. Oct 3-5, 2001. COLOMBIA. Informe Nacional. Grupo de Trabajo sobre la caoba. MWG1 Doc. 8.15. Santa Cruz, Bolivia. Oct 3-5, 2001. CONTENTE de BARROS, P.L. C. DE, QUEIROZ, W.T., SILVA, J.N.M., OLIVEIRA, F. DE A., FILHO, P.P.C., TEREZO, E.F. DE M., FARIAS, M.M. and BARROS, A.V. 1992. Reservas Natural e Artifical de Swietenia macrophylla King na Amazônia Brasileira – Uma Perspectiva para a Conservação. FCAP, Belém, Pará, Brazil. 17 COSTA RICA. 2001. Informe Nacional. Grupo de Trabajo sobre la Caoba. MWG1 Doc. 8.6. Santa Cruz, Bolivia. Oct 3-5, 2001. D’OLIVEIRA, M.V.N. 2000. Artificial regeneration in gaps and skidding trails after mechanized forest exploitation in Acre, Brazil. Forest Ecology And Management. 127:67-76. ECUADOR. Informe Nacional. Grupo de Trabajo sobre la Caoba. MWG1 Doc. 10. Santa Cruz, Bolivia. Oct 3-5, 2001. FAO. 2001. Forest Resources Assessment. FAO. Rome, Italy. FSC (Forest Stewardship Council). 2001. FSC website: http://www.fscoax.org/principal.htm GERSON, H. 2000. An investigation of the tropical timber trade in Canada with emphasis on the compliance, reporting and effectiveness of legislation and regulatory procedures for CITES-listed timber species. Canada Customs and Revenue Agency Report. Unpublished report. Ottawa, Canada. GILLIES, A.C.M., NAVARRO, C., LOWE, A.J. , NEWTON, A.C., HERNANDEZ, M., WILSON, J. and CORNELIUS, J.P. 1999. Genetic diversity in Mesoamerican populations of mahogany , assessed using RAPDs. Heredity. 83:722-732. GREENPEACE. 2001. Partners in mahogany crime. Greenpeace International. Amsterdam, The Netherlands. GROGAN, J.E. 2001. Bigleaf mahogany in SE Para, Brazil: a life history study with management guidelines for sustained production from natural forests. PhD Thesis. Yale University. New Haven, Conn. GROGAN, J.E., J. GALVAO, L. SIMOES, and A. VERISSIMO. In press. Observations on the regeneration status of bigleaf mahogany in closed and logged forests of SE Para, Brazil. . In Big-leaf mahogany : ecology, genetic resources and management. (ed J.C. Figueroa Colon). Springer-Verlag. NY. GULLISON, R.E. 1995. Conservation of Tropical Forests Through the Sustainable Production of Forest Products: The Case of Mahogany (Swietenia macrophylla King) in the Chimanes Forest, Beni, Bolivia. Doctoral dissertation, November 1995, Princeton University, Princeton, N.J., USA. GULLISON, R.E. and HUBBELL, S.P. 1992. Natural regeneration of Swietenia macrophylla in the Bosque Chimanes, Bolivia. In Hartshorn, G., ed., Mahogany Workshop: Review and Implications of CITES, February 3-4, 1992. Tropical Forest Foundation, Washington, D.C. GULLISON, R.E., PANFIL, S.N., STROUSE, J.J. and HUBBELL, S.P. 1996. Ecology and management of mahogany (Swietenia macrophylla King) in the Chimanes Forest, Beni, Bolivia. Botanical Journal of the Linnean Society 122(1): 9-34. GULLISON, R.E., RICE, R.E. and BLUNDELL, A.G. 2000. ‘Marketing’ species conservation. Nature 404:923-924. HERING, R. and TANNER, S. 1998. Plunder for profit: The UK and Brazilian mahogany trade. FOE publication. London, UK. HONDURAS. 2001. Informe Nacional. Grupo de Trabajo sobre la Caoba. MWG1 Doc. 8.5. Santa Cruz, Bolivia. Oct 3-5, 2001. HOWARD, A.F., RICE, R.E. and GULLISON, R.E. 1996. Simulated financial returns and selected environmental impacts form four alternative silvicultural prescriptions applied in the neotropics: a case study of the Chimanes Forest, Bolivia. Forest Ecology And Management. 89:43-57. IBAMA. 1992. Lista oficial de espécies da flora Brasileira ameaçadas de extinçao (unpublished). 18 ITTO. 1992. Criteria for the Measurement of Sustainable Tropical Forest Management. Policy Development Series No. 3, International Tropical Timber Organization, Yokohama, Japan. 5 pp. ITTO. 2002. Tropical Timber Market Report. Unpublished report. Yokohama, Japan. JENNINGS, S. 2002. Comercio e maneho sustentavel do mogno. TFF/Embrapa workshop. Belem, Brazil. May 2-4, 2002. LAMB, F.B. 1966. Mahogany of Tropical America: Its Ecology and Management. University of Michigan Press, Ann Arbor, Mich., USA. LAURANCE, M, COCHRANE, A., BERGEN, S., FEARNSIDE, P.M., DELAMÔNICA, P., BARBER, C., D'ANGELO, S. and FERNANDES, T. 2001. The Future of the Brazilian Amazon. Science 291: 438-439. LOVELESS, M.D. and GULLISON, R.E. 1996. Genetic variation, population differentiation, and mating systems in natural populations of mahogany Swietenia macrophylla in the Beni, Bolivia. Presentation to International Conference on Big-leaf Mahogany, San Juan, P.R., October 22-24, 1996. USDA Forest Service, International Institute of Tropical Forestry, Río Piedras, Puerto Rico. LUGO, A.E. 1992. Comparison of tropical tree plantations with secondary forests of similar age. Ecological Monographs 62(1): 1-41. LUGO, A.E. 1999. Point-counterpoints on the conservation of big-leaf mahogany. USDA General Technical Report WO 64. MANCILLA, R. 2001. Presentación en el Grupo de Trabajo sobre la Caoba. Santa Cruz, Bolivia. Oct 3-5, 2001. MATTHEWS, E. 2001. Understanding the Forest Resources Assessment (2000) WRI. Forest Briefing Report No. 1. Unpublished report. Washington, DC. http://www.wri.org/pdf/fra2000.pdf MAYHEW, J.E. and NEWTON, A.C. 1998. The silviculture of mahogany. CABI Publishing. NY. MEXICO. Informe Nacional. Grupo de Trabajo sobre la Caoba. MWG1 Doc. 8.1. Santa Cruz, Bolivia. Oct 3-5, 2001. MORRIS, M.H., NEGREROS-CASTILLO, P. and MIZE, C. 2000. Sowing date, shade, and irrigation affect big-leaf mahogany. Forest Ecology And Management. 132:173-181. NEGREROS-CASTILLO, P. 1991. Ecology and management of mahogany regeneration in Quintana Roo, Mexico. PhD Thesis. Iowa State Univ. Ames, Iowa. NICARAGUA. 2001. Informe Nacional. Grupo de Trabajo sobre la Caoba. MWG1 Doc. 8.14. Santa Cruz, Bolivia. Oct 3-5, 2001. NRDC (Natural Resources Defense Council). 2002. Fact Sheet: Illegal Logging in the Peruvian Amazon, Information from the Peruvian Ministry of Agriculture Resolution 951-99-AG, December 6, 1999. Logging road construction was verified by the Peruvian Minister of Agriculture and agents of the National Natural Resources Institute (IRENA). OLDFIELD, S., LUSTY, C. AND MACKINVEN, A. (1998) The world list of threatened trees. World Conservation Press. Cambridge, UK PANFILL, S.N., GULLISON, R.E. and LEAÑO, C. 2001, in review. Dos Experimentos Silviculturales para Enriquecer Poblaciones de Mara (Swietenia macrophylla King) en el Bosque Chimanes, Beni Bolivia. 19 PERU. 2001. Informe Nacional. Grupo de Trabajo sobre la Caoba. MWG1 Doc. 8.4. Santa Cruz, Bolivia. Oct 3-5, 2001. QUEVEDO, L. 1986. Evaluación del Efecto de la Tala Selectiva sobre la Renovación de un Bosque Húmedo Subtropical en Santa Cruz, Bolivia. Masters thesis, Universidad de Costa Rica y Centro Agronómico Tropical de Investigación y Enseñanza [CATIE], Turrialba, Costa Rica. RICE, R.E., GULLISON, R.E. and REID, J.W. 1997. Can sustainable management save tropical forests? Scientific American. 276:44-49. RIOS, T., J., M. STERN, F. LEON y F. REATEGUI. 2002. Estado de conservación de la caoba (Swietenia macrophylla) en el Perú. Documento de trabajo, no publicado, WWF-OPP, Lima. ROBBINS, C. 2000. Mahogany matters: The US market for big-leafed mahogany and its implications for the conservation of the species. TRAFFIC North America. Washington, DC. SNOOK, L.K. 1993. Stand Dynamics of Mahogany (Swietenia macrophylla King) and Associated Species After Fire and Hurricane in the Tropical Forests of the Yucatan Peninsula, Mexico. Doctoral dissertation, May 1993, Yale University, New Haven, Conn., USA. SNOOK, L.K. 1996. Catastophic disturbance, logging and the ecology of mahogany (Swietenia macrophylla King): Grounds for listing a major tropical timber species on CITES. Botanical Journal of the Linnean Society 122(1): 35-46. SOCIEDADE BRASILEIRA DE BOTÂNICA. 1992. Centuria Plantarum Brasiliensium Exstintionis Minitata. Rio de Janeiro, Brazil. STYLES, B.T. and KHOSLA, P.K. 1976. Cytology of and reproductive biology of Meliaceae. Pp. 61-67 in Tropical Trees: Variation, Breeding and Conservation (eds. Burley, J. and Styles, B.T.). Linnean Society, London, UK. xv + 243 pp. TRAFFIC. 2001a. La Caoba de Hoja Grande y CITES. Resumen. Red Traffic . Octubre 2001. Reporte no publicado. Quito, Ecuador. TRAFFIC. 2001b. Legislación y controles para la extracción y comercio de la caoba de hoja grande en Bolivia, Brasil y Perú. Resumen. Red Traffic. Octubre 2001. Reporte no publicado. Quito, Ecuador. TRAFFIC. 2001c. Aplicación del Apéndice III de la CITES para la caoba (Swietenia macrophylla). Grupo de Trabajo sobre la Caoba. MWG1 Doc. 7. Santa Cruz, Bolivia. Oct 3-5, 2001. UNEP World Conservation Monitoring Centre, Contribution to an evaluation of tree species using the new CITES Listing Criteria, 1999. VENEZUELA. 2001. Informe Nacional. Grupo de Trabajo sobre la Caoba. MWG1 Doc. 8.3 Santa Cruz, Bolivia. Oct 3-5, 2001. VERÍSSIMO, A., BARRETO, P., TARIFA, R. and UHL, C. 1992. Mahogany extraction in the Eastern Amazon: A case study. In Hartshorn, G., ed., Mahogany Workshop: Review and Implications of CITES, February 3-4, 1992. Tropical Forest Foundation, Washington, D.C. VERÍSSIMO, A., BARRETO, P., TARIFA, R. and UHL, C. 1995. Extraction of a high-value natural resource in Amazonia: The case of mahogany. Forest Ecology and Management 72: 39-60. VERÍSSIMO, A. and GROGAN, J. 1998. Encontro do Grupo de Trabalho sobre Mogno: síntese da situação do mogno em nível internacional. Inf. Rep. Nr. 02-98-English. MMA-FAO-PNUD. Brasília, Brasil. 20 WANG, H.H. and SCATENA, F.N. in press. Regeneration dynamics of big-leaf and hybrid mahogany plantations in Puerto Rico following hurricane disturbance. In: Big-leaf mahogany : ecology, genetic resources and management. (ed J.C. Figueroa Colon). Springer-Verlag. NY. WEAVER, P.L. and SABIDO, O.A. 1996. Mahogany in Belize: An historical perspective. Presentation to International Conference on Big-leaf Mahogany, San Juan, P.R., October 22-24, 1996. USDA Forest Service, International Institute of Tropical Forestry, Río Piedras, Puerto Rico. ZIMMERMAN, B.L., PERES, C.A., MALCOLM, J.R. and TURNER, T. 2001. Conservation and Development Alliances with the Kayapó of Southeastern Amazonia, a Tropical Forest Indigenous People. Environmental Conservation 28: 10-22. 21