VI SEMANA ASSEMBLEIANA DA F AIFA
A HISTORICIDADE DO PENTECOSTALISMO NO BRASIL
CONFERENCISTA: Reginaldo Cruz Ferreira
É formado em Teologia e pós-graduado em Ciências da Religião/Ensino Religioso pela PUC/GOIÁS. É
articulista com produções publicadas, entre outras, na Revista Ciberteologia da Editora Paulinas, em
ciberteologia.paulinas.org.br e no site www.cpgls.ucg.br; nestes veículos publicou A vulgarização do
sagrado e a comercialização da fé. Fez parte da equipe de escritores que escreveram a revista Família,
Igreja e Sociedade da Editora Betel. É pastor auxiliar na Assembleia de Deus - Ministério Vila Nova, onde
trabalha como Superintendente de Família e professor de Teologia Sistemática na Faculdade FAIFA,
Sepego, Saber e Setal. Atualmente continua os estudos teológicos na Universidade Metodista de São Paulo.
ESTUDO 1
Assembleia de Deus: origem, implantação e crescimento
Pesquisadores e jornalistas concordam que hoje, em cada 10 evangélicos brasileiros,
quatro estão ligados à Assembleia de Deus. Essa realidade pode ser vista sob quatro aspectos
consecutivos: 1) o contexto religioso brasileiro no início do século XX; 2) os pioneiros; 3) o
surgimento das Assembleias de Deus; e 4) seu vertiginoso crescimento.
1) Quanto ao contexto religioso brasileiro no início do século XX, pode-se dizer que a
mensagem cristã era transmitida em latim (Catolicismo), alemão (Luteranismo), inglês
(Anglicanismo) e italiano (Congregação Cristã do Brasil); apenas um sistema religioso
transmitia a mensagem em português (Presbiterianismo).
2) Os pioneiros das Assembleias de Deus desembarcaram no país, no contexto acima. Gunnar
Vingren e Daniel Berg, suecos, recém-avivados nos Estados Unidos através da experiência
do batismo com o Espírito Santo, iniciaram então suas pregações num país cuja religião
institucional era o Catolicismo Romano e religião marginal eram as demais denominações
protestantes.
3) Das pregações dos suecos nasce, em 1911, a Assembleia de Deus em Belém do Pará, com 17
pessoas; em 1930, o número chega a 14.000 membros; em 1950, a 120.00; pensando em
Pentecostalismo, em 1980 eram 51% da população cristã; e as estimativas são que hoje
80% da população evangélica é pentecostal.
4) Mas, por que crescem as Assembleias de Deus? Segundo Elben Lenz Cesar, diretor de
redação e jornalista responsável pela Revista Ultimato, há quatro razões que justificam o
crescimento assembleiano no Brasil: (1) as Assembleias de Deus crescem por causa da
importância dada à pessoa e à obra do Espírito Santo; (2) as Assembleias de Deus crescem
por causa do seu ardor evangelístico; (3) as Assembleias de Deus crescem por causa da
oração; e (4) aAs Assembleias de Deus crescem porque começaram com missionários
pobres (imigrantes suecos nos Estados Unidos) e se infiltraram nas camadas mais
desenvolvidas do país.
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ESTUDO 2
O Pentecostalismo no Brasil
Segundo Alderi Souza de Matos, doutor em História da Igreja (Universidade de Boston), o
moderno movimento pentecostal é considerado por muitos estudiosos o fenômeno mais
revolucionário da história do Cristianismo no século XX, e talvez um dos mais marcantes de toda
a história da igreja. Esse fenômeno pode ser visto sob três perspectivas: 1) o crescimento do
Pentecostalismo mundial, 2) revisão histórica e 3) revisão fenomenológica.
1) Quanto ao número de pentecostais, Alderi de Souza Matos afirma que hoje há cerca de
meio bilhão de adeptos do Pentecostalismo ao redor do mundo. No Brasil, a magnitude
do Pentecostalismo é evidente a todos os observadores. Há muitos anos esse segmento
congrega a maioria dos protestantes. De acordo com o senso de 2000, dos 26,2 milhões
de evangélicos brasileiros, 17,7 milhões são pentecostais (67%).
2) Da perspectiva histórica, o movimento pentecostal pode ser localizado,
embrionariamente, (1) no avivamento da Rua Azuza, em Los Angeles (1906), (2) no
movimento pentecostal no Chile (1909) e, finalmente, (3) no movimento pentecostal no
Brasil (1910).
3) Contudo, esse é também um fenômeno religioso com base protestante que pode ser
entendido sob as “três ondas” de Paul Freston ou três fases de implantação: (1) a
primeira onda, que começa com o surgimento da Congregação Cristã no Brasil (1910),
termina com o das Assembleias de Deus (1911); (2) a segunda onda, que tem início com
a introdução no Brasil da Igreja do Evangelho Quadrangular (1951), continua com a
fundação da Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil para Cristo (1955) e termina com o
surgimento da Igreja Pentecostal Deus é Amor (1962); e (3) a terceira onda, que tem
começo com o advento da Igreja Universal do Reino de Deus (1977), continua com o
surgimento da Igreja Internacional da Graça de Deus (1980), Igreja Apostólica Renascer
em Cristo (1985), a Comunidade Sara Nossa Terra (1992) e muitas outras.
ESTUDO 3
O Pentecostalismo no século XX: implantação e crescimento de igrejas pentecostais e
neopentecostais
O século XX é caracterizado por uma grande evangelização do Brasil de modo que as igrejas
protestantes (evangélicas) crescem vertiginosamente. Elben M. Lenz César, em seu livro História
da Evangelização do Brasil: dos Jesuítas aos Neopentecostais, a pentecostalização do século XX
acontece da seguinte ordem e modo:
1) Operário italiano organiza em São Paulo a mais fechada igreja evangélica brasileira.
2) Missionários suecos fundam a maior denominação evangélica brasileira.
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3) Galã de Holywood traz o evangelho Quadrangular para o Brasil.
4) Pedreiro pernambucano funda em São Paulo a mais aberta igreja pentecostal do Brasil.
5) Jovem de 26 anos converte-se em São Paulo e funda a igreja pentecostal mais rígida do
Brasil.
6) Nascida nos Estados Unidos em 1967, a Renovação Carismática Católica chega ao Brasil
três anos depois.
7) Edir Macedo abandona a umbanda e a loteria e funda a Igreja Universal do Reino de
Deus.
8) Surgem os neopentecostais com novas doutrinas/teologias, liturgias, práticas etc..
9) Pentecostais e históricos precisam tomar cuidado com o joio no meio do trigo.
Esse roteiro da pentecostalização não apenas é histórico, factual como também norteia a
compreensão do fenômeno pentecostal.
ESTUDO 4
O futuro do Pentecostalismo: repensando sobre nossa herança pentecostal
Os pentecostais cresceram, e com esse crescimento vieram os desafios e surgiram os perigos que
rondam esse fascinante movimento. Eles saíram do ostracismo religioso, e agora são
prestigiados; mas o prestígio cobra seu preço e o Pentecostalismo começou a perder
características fundamentais na medida em que optou por um lugar ao sol.
O Pentecostalismo de hoje é bem diferente. Há um enorme distanciamento de sua herança. Há
dilemas que afetam e alteram seu perfil, que impõem conflitos entre sua herança, o status quo
atual e a opção por mantê-lo. Esses dilemas podem ser analisados no decorrer dos passos que se
seguem:
1) Síntese da experiência pessoal do autor com o movimento pentecostal.
2) A evangelização no Brasil deve muito aos pentecostais.
3) Ventos estranhos e preocupantes vêm soprando.
4) O Pentecostalismo precisou se institucionalizar.
5) A elite religiosa.
6) Os filhos dos pentecostais estudaram e ascenderam socialmente.
7) As pessoas confundem os pentecostais com os neopentecostais e nivelam todos por
baixo.
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8) Crescimento numérico e o cortejo dos políticos.
9) O neopentecostalismo tenta gerar artificialmente aquela antiga efervescência.
10) Saudades de Seymour.
Conclusão:
O Espírito Santo ainda batiza e concede dons espirituais. Ele é o mesmo. E os pentecostais
acreditam.
REFERÊNCIAS
ALENCAR, Gedeon. Assembleia de Deus: origem, implantação e militância (1911-1946). São
Paulo: Arte Editorial, 2010.
CABRAL, Elienai. Movimento Pentecostal: as doutrinas da nossa fé. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
CONDE, Emílio. História das Assembleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
GONDIM, Ricardo. O que os evangélicos (não) falam: dos negócios à graça, do desencanto à
esperança. Viçosa, MG: Ultimato, 2006.
SOUZA, Alexandre Carneiro de. Pentecostalismo: de onde vem, para onde vai? um desafio às
leituras contemporâneas da religiosidade brasileira. Viçosa: Ultimato, 2004.
Revistas:
ARAÚJO, Isael de Araújo. Assembleia de Deus: 100 anos de Pentecostes. Lições Bíblicas – 2º
Trimestre de 2011. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
CÉSAR, Elben M. Lenz César. Assembleia de Deus: 100 anos: a maior denominação evangélica do
Brasil. Julho/Agosto de 2011 – Ano XLIV . Nº 331. Viçosa, MG: Ultimato, 2011.
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ESTUDO 1 Assembleia de Deus: origem