NAZA CLEISS PEREIRA DO NASCIMENTO HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS EM MARITUBA: (1929 -1939) Belém-PA 2013 NAZA CLEISS PEREIRA DO NASCIMENTO HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS EM MARITUBA: (1929 -1939) Monografia apresentada ao curso de História como requisito para obtenção do grau em Licenciatura Plena, pelo professor Sérgio Bandeira. Belém-PA 2013 NAZA CLEISS PEREIRA DO NASCIMENTO HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS EM MARITUBA: (1929 -1939) Este trabalho de conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Licenciatura Plena em História pela banca examinadora da Faculdade Integrada Ipiranga. BANCA EXAMINADORA _________________________________________________ __________________________________________________ ___________________________________________________ Belém-PA 2013 A Deus para honra e Glória do seu nome, A minhas filhas Cleissielle e Cleissienne, ao meu esposo Jose Maria, aos meus pais Francisco Cabral e Osmarina Alves, e as minhas irmãs Nalzeli, Nalzilene e Nalzelice que muito contribuíram para a minha educação formal. BELÉM 2013 RESUMO Este estudo tem por finalidade investigar e conhecer a História da Fundação da Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba no período de 1929 a 1939 em face de carência de produções sobre o tema proposto, o que requer investigações como meio de produzir e propagar o conhecimento; dando visibilidade, através da constituição de uma narrativa sobre a História dessa instituição religiosa com atuação no Município de Marituba, valorizando assim a cultura religiosa em que as mesmas estão inseridas. Portanto para analisar a História da Fundação da Assembleia de Deus em Marituba, aplicou-se a utilização de estudos Bibliográficos, com inserção em documentos escritos e o resgate dessa Historia através da oralidade, relacionando-os com as narrativas obtidas através das entrevistas realizadas aos sujeitos sociais com faixa etária entre 54 e 98 anos de idade. Portanto o desafio para novos historiadores é o uso desse conhecimento, para um saber significativo da História da Fundação da Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba, para apresenta-lo a sociedade em geral, fazendo assim a relação entre história e memória. Os resultados nos mostram que os capítulos que compõem essa obra poderão oferecer subsídios que permitam aprimorar e potencializar um maior conhecimento do passado, oferecendo a você um panorama significativo e sólido a respeito da origem da Igreja Assembleia de Deus, em particular no Município de Marituba. PALAVRAS CHAVES: Memoria, História oral, Assembleia de Deus, Marituba. ABSTRACT This study aims to investigate and know the history of the Established Church Assembly of God in the city of Marituba in the period 1929-1939, since we found no detailed records on a past importantly you need to be registered to make known to future generations; giving visibility, voice and time, through the creation of a narrative history of the Established Church Assembly of God in the city of Marituba, thus enhancing the religious culture in which they are embedded. Therefore to analyze the history of the Foundation of the Assembly of God in Marituba, applied the methodology of studies Books about the origin of the Assembly of God in Brazil that caused this expansion to various locations and oral history of many authors, relating them with narratives obtained through interviews conducted with social subjects aged between 54 and 98 years old. So the challenge for new historians is the use of this knowledge to a knowledge of the significant history of the Foundation of the Church Assembly of God in the city of Marituba, presents it to society in general, thus making the relationship between history and memory. The results show that the chapters of this work may offer subsidies that enable us to improve and enhance a better understanding of the past, giving you significant insight and solid about the origin of the Assembly of God Church, particularly in the city of Marituba. KEYWORDS: Memory, Oral History, Assembly of God, Marituba. SUMÁRIO INTRODUÇÃO------------------------------------------------------------08 - 09 1 O PERCURSO HISTÓRICO DO MOVIMENTO PENTENCOSTAL----------------------------------------------------------10-16 1.1 ORIGEM DA ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL---------16-22 2 CONTEXTOS HISTÓRICOS DO MUNICÍPIO DE MARITUBA -------------------------------------------------------------------------------------23-28 2.1 CONTEXTOS RELIGIOSOS DO MUNICÍPIO DE MARITUBA------------------------------------------------------------------------------------28-31 3 MEMÓRIAS DA FUNDAÇÃO DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS NO MUNICÍPIO DE MARITUBA----------------------------------33 3.1 ENTREVISTAS REALIZADAS COM OS MEMBROS DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS NO MUNICÍPIO DE MARITUBA----------------------------------------------------------------------------------33 -41 3.2 ENTREVISTAS REALIZADAS COM MEMBROS DA IGREJA CATÓLICA NO MUNICÍPIO DE MARITUBA------------------------41-45 3.3 ENTREVISTAS REALIZADAS COM AS PESSOAS QUE NÃO COMPÕEM AS IGREJAS CITADAS ANTERIORMENTE-------46-48 4 CONCUSÃO--------------------------------------------------------------49-50 5 REFERENCIAS TEÓRICOS------------------------------------------51-52 8 INTRODUÇÃO Conhecer a História da Fundação da Igreja Assembleia Deus no Município de Marituba é um grande desafio que se propõe para essa investigação, pois se trata de um tema que ainda requer pesquisas em face ao grande movimento pentecostal no Brasil, país tradicionalmente católico desde as suas origens. Desta forma buscamos respostas para as nossas inquietações tentando compreender o processo de constituição Histórica dessa instituição religiosa. Estabelecemos um recorte temporal entre os anos 1929 a 1939 em função da origem da Assembleia de Deus no Município de Marituba no Estado do Pará ter ocorrido nesse período. Em função da escassez de fontes que dê suporte material para as investigações acadêmicas se justifica o interesse por resgatar através da memória e da oralidade de alguns moradores do Município de Marituba, fatos ocorrentes dentro do mesmo, como forma de garantir a esses sujeitos o olhar sobre o nosso objeto de investigação, assim como suporte teórico de autores do campo das humanidades. Nesse sentido é necessário apresentarmos alguns dados Históricos do período vivenciado pelo pentecostalismo, principalmente no período em que é notória a influência desse movimento no Brasil através de outras igrejas, visto que Paul Freston nos apresenta três ondas do movimento Pentecostal, sendo que a primeira se deu com a igreja Assembleia de Deus, a segunda com a Igreja Deus é Amor e a terceira com a igreja Universal do Reino de Deus, desta maneira podemos perceber que o Pentecostalismo não é exclusivo da Assembleia de Deus, pois se compreende fazer parte de vários fenômenos religiosos. Através dessa trajetória do Movimento Pentecostal, foi possível compreendermos como constituir uma narrativa da História de Fundação da Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba. Visto que a análise do cotidiano resgata a História cultural da sociedade. Neste contexto podemos compreender, a partir das pesquisas bibliográficas e das coletas de dados das entrevistas, o quanto é importante valorizarmos a História Oral, como forma de dar visibilidade, dar voz e vez aos entrevistados envolvidos no contexto, valorizando as memórias dos idosos que serão essenciais para constituir uma narrativa Histórica para o conhecimento das gerações futuras. 9 Sendo assim esse trabalho foi realizado no campo de investigação qualitativa, partindo das pesquisas bibliográficas que nos mostram a História do pentecostalismo, que inclui a ação evangelística e através das coletas de dados de entrevistas obtidas através dos relatos da memória dos indivíduos entrevistados, pois as pesquisas bibliográficas juntamente com as coletas de dados dos entrevistados serviram de base, para a construção da representação da História da Fundação da Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba. É importante compreendermos os diversos fatores que estão inseridos na sociedade maritubense no período de 1929 a 1939, a fim de promover as informações a partir da história oral, destacando a importância do passado como objeto de análise mais eficaz para lidarmos com as mudanças constantes e suas relações para a compreensão das diversas relações sociais imbricadas entre passado, presente e futuro. Para melhor apresentarmos o presente trabalho sua organização está dividida em três capítulos. No primeiro, apresentamos a discussão teórica circunscrita no campo da História e o percurso histórico do Movimento Pentecostal e da Assembleia de Deus no Brasil e no Pará. No segundo capítulo tratamos do contexto histórico e religioso do Município de Marituba e no terceiro capítulo mostramos as narrativas a partir da memória de moradores do município de Marituba sobre a fundação da Igreja Assembleia de Deus. Os sujeitos que participaram desse estudo são adeptos da Igreja Católica, da Assembleia de Deus e também outras pessoas que não participam de nenhuma das denominações citadas, mas que fazem parte do contexto no período analisado do referido Município. Avaliamos e analisamos os resultados das fontes de pesquisas historiográficas juntamente com as coletas de dados obtidos através das entrevistas. Desta forma podemos observar que não devemos analisar o contexto religioso do Município de Marituba isoladamente, uma vez que o universo cultural é amplo e estão inseridos na vida econômica, política e social dessa sociedade. 10 1- O PERCURSO HISTÓRICO DO MOVIMENTO PENTENCOSTAL O objetivo deste capítulo é dar visibilidade ao percurso histórico do pentecostalismo através do qual foi se construindo dentro de diversos fenômenos religiosos a formação de igrejas, em diversas localidades entre elas a Assembleia de Deus no Estado do Pará e sua propagação para o Brasil e várias outras localidades do mundo. Desta maneira foi dada ênfase a grande parte do processo de desenvolvimento do Movimento Pentecostal bem como à relação que se estabeleceu entre outras igrejas envolvidas no contexto do período proposto para essa investigação. O motivo central para esta abordagem está no fato de que, o Movimento Pentecostal tomou grandes dimensões que marcam profundamente a identidade e a vida de grande parte do povo brasileiro. Por essas e outras razões, é oportuno fazer-se uma nova reflexão sobre o impacto que causa valorizar o passado para que se tenha entendimento do presente sem deixar de perceber algumas possibilidades e limitações dos contextos estudados. A apresentação organização de um do capitulo panorama ocorre dos inicialmente antecedentes através da históricos do pentecostalismo e o processo de expansão do mesmo, onde relatamos também uma breve síntese da História da Igreja Assembleia de Deus no Brasil. Diante dessa sequência notamos que varias pessoas tem se disponibilizado a estudar a História da igreja por várias lentes, seja pela teoria do campo historiográfico ou da cultura de pessoas menos favorecidas dentro dos fatores econômicos, o que conhecemos por classes populares. A palavra Igreja é uma tradução da palavra grega EKKLESIA, que não está relacionado a um lugar de adoração e sim a uma reunião de pessoas mostrando desta maneira a organização de grupo de pessoas em determinado local que praticam a mesma crença, conforme nos apresenta Wycliffe (2006). É possível encontrarmos também o registro da palavra Igreja na Bíblia Sagrada no Novo Testamento que diz: “Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. (Matheus 16, 18). 11 Agora, cabe aqui uma palavra de advertência. Quando nós lançamos mão da ciência Humana, a História; para estudar o fenômeno da religiosidade brasileira, nos deparamos sobre tudo com uma notável observação, a de que o catolicismo iniciou a nossa religiosidade, nos impossibilitando, portanto de fugir dos traços das origens da sociedade brasileira onde o trabalho de padres começava a interferir na cultura dos povos indígenas tanto na religião como na linguagem, vestuários entre muitos outros aspectos, visto que o objetivo dos padres era direcionar os índios ao catolicismo e isto fica claro. Desta forma notamos que os indígenas o qual a História apresenta como os primeiros habitantes do Continente Americano, mas especificamente da região Amazônica, viviam diante de uma religião diferenciada do catolicismo, onde os mesmos acreditavam na existência de vários deuses, que costumavam caracterizá-los através de elementos da natureza. Quanto a religião do povo indígena Tiese Junior afirma que: A religião indígena é chamada de religião de encantamento, pois quando um membro da comunidade morre, transforma-se em um elemento da natureza – uma árvore, uma pedra, um rio, um pássaro ou uma planta. Um dos principais deuses é Tupã, o criador do mundo existe a adoração de pedras, arvores e animais. Os fenômenos da natureza são controlados pelo deus tupã. Trovões, ventanias, chuvas fortes, relâmpagos são sinais de que deus estava bravo, que algo errado foi feito. (JUNIOR, 2010, P. 26). Vale a pena ressaltar que através dos relatos desses fatos Históricos é notável que a religião indígena e os padres evangelizadores se defrontam entre suas culturas visto que agora anunciavam aos indígenas a existência de um único Deus a ser adorado e que os elementos da natureza haviam sidos criados por Ele. E é esse novo ensinamento que a História caracteriza como processo de catequização dos indígenas. Porém e necessário compreendermos que a cultura de um povo vai muito além de suas religiosidades, onde a tal cultura esta entrelaçada nos diversos aspectos de uma sociedade. Quanto ao significado referente a cultura Pinsky nos diz que: [...] Cultura não é apenas o conjunto de manifestações artísticas. Envolve as formas de organização do trabalho, da casa da família, do cotidiano das pessoas, dos ritos, das religiões, das festas etc. Assim, o estudo das identidades sociais, no âmbito das representações culturais, adquiri ignificado e importância para caracterização de grupos sociais e de povos. (PINSKY, 2008, P. 46). 12 Sendo assim podemos conceber o resultado em que a sociedade em geral implica no desenrolar de processos que vem ocorrendo através da ação de instituições, resultantes de conceitos ou de ações individuais que envolvem um embate entre as relações sociais no tempo. Muito ouvimos falar ou lemos a respeito dos constantes processos de modificações ocorridos nas igrejas onde um deles é o Movimento Pentecostal, mas inicialmente é importante ressaltar que iremos identificar a origem para esse Movimento Pentecostal, a partir de seu surgimento no contexto dos Estados Unidos até a sua chegada ao Brasil. É possível identificarmos que entre os dois contextos que utilizamos para caracterizar as suas origens foi possível percebermos que Paul Freston apresenta a ocorrência de controvérsia entre os historiadores pentecostais no que diz respeito à data de origem do pentecostalismo em Los Angeles. Esse autor afirma que: [...] Alguns querem colocar seu início em 1900 ou 1901, enquanto outros dizem ter sido 1906, em Los Angeles. Tais debates são frequentemente intrapentecostais; penso, porém que faz mais sentido considerar 1906 como a origem do movimento internacional pentecostal. (FRESTON, 1996, P.3). Podemos observar que apesar do autor considerar o ano de 1906, como origem do Movimento Internacional Pentecostal, o mesmo entra em controvérsia com relação ao que afirma acreditar a respeito da origem desse movimento. Visto que em outro momento apresenta Charles Parham como um Dirigente de uma escola bíblica, que em anos anteriores aos de 1906 já enfatizava um movimento de santidade, onde se falava em algo á mais ocorrido dentro desse movimento após a conversão, visto que esta nova experiência era considerada a ter um nível superior de santidade, sendo então considerado esse período como o início do Movimento Pentecostal, pois esse mesmo autor em outro momento nos expõe que: Entre 1900 e 1901 um dirigente de uma escola bíblica na cidade de Kansa no Sul dos Estados Unidos, chamado Charles Parham, juntamente com outras pessoas ligadas às chamadas igrejas ou movimentos “holiness”. De santidade falavam de uma segunda experiência [...]. Essa segunda experiência já era chamada por muitos de “Batismo no Espirito Santo” [...]. (FRESTON, 1996, p.3). 13 Portanto mesmo diante da constatação de controvérsia de Freston, com relação a origem do Movimento Pentecostal, para esse trabalho iremos considerar que a origem do movimento pentecostal se caracteriza em um processo que se desencadeou em momento anterior ao ano de 1906 na cidade de Los Angeles. Nesse contexto, a partir da organização de uma escola bíblica, onde Charles Partham tinha dentre os seus novos alunos W. J. Seymouri, um negro, filho de escravos, cego de um olho e que trabalhava como garçom, que observava as aulas de Parham somente do lado externo pelo fato de ser negro não lhe era permitido adentrar a escola. Todavia, entendeu que aquelas aulas sinalizavam para a busca ao batismo com Espírito Santo, muito embora Seymour ainda não estivesse sido batizado com base nesses princípios mas sentia-se conduzido a dar ênfase a esse tema de Batismo em suas pregações. Freston (1996). [...] Como Partham era branco e racista, [...]. Dentro da sala só havia branco. Seymour, embora convencido da doutrina pentecostal, não havia ainda falado em línguas quando recebeu um convite de uma igreja em Los Angeles. Em uma igreja negra de santidade-holinesspastoreada por uma mulher que convidava Seymour para trazer a mensagem pentecostal. (FRESTON, 1996, p.4). Infelizmente a pratica de racismo naquele período era extremamente abusiva, principalmente pela falta de punições diante de tais situações como a registrada na citação acima em que Parham pratica contra Seymour, onde é possível percebermos que se diferencia dos dias atuais em que o racismo é condenado pela sociedade, inclusive prescrito como crime em nossa legislação, pois existe a lei nº 7.716/891 de 05 de janeiro de 1989, alterada pela lei 12.7352 de 30 de novembro de 2012 que tem como objetivo condenar aqueles que venham agir com atitudes racistas contra qualquer pessoa. Porém é possível percebermos que mesmo diante das práticas racista de Partham as reuniões realizadas por Seymour continuaram, onde o número de participantes crescia cada vez mais, chegou a crescer de tal 1 Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor 2 Altera a lei 7.716/89 para tipificar condutas realizadas mediante uso de sistema eletrônico, digital ou similares, que sejam praticadas contra sistemas informatizados e similares; e da outras providências 14 maneira que passou a chamar a atenção da imprensa norte-americana que enviou ate o local um repórter para fazer a cobertura dos acontecimentos ali ocorridos. As reuniões tinham grande participação de negros e de mulheres, que praticavam o fenômeno de falar em línguas visto que a ocorrência dessas práticas nesses personagens caracterizava também as origens do Pentecostalismo. Freston (1996). Naquela igreja houve uma ruptura em consequência da mensagem que Seymour começava a pregar, e esse grupo teve que alugar um antigo armazém e transferir sua missão à qual deram o nome de Missão de Fé Apostólica. [...]. O principal jornal de Los Angeles mandou um repórter ao local e esse escreveu ridicularizando o fenômeno presenciado [...], o artigo funcionou como propaganda gratuita e logo em seguida houve o famoso Reavivamento da Azuza Street, a rua onde ficava aquela igrejinha. (FRETON, 1996, p.4-5). È notório que a ação de falar em línguas, ou seja, o Batismo com o Espirito Santo ocasionou o que conhecemos por movimento pentecostal, e que esses feitos, eram realizados na Rua Azuza, lugar de onde vários missionários iniciaram a expansão do Pentecostalismo para outros continentes. Segundo Raiol (2011), diante do grande Movimento que ocorria ali na Rua Azuza, varias pessoas se sentiam incentivadas a chegar àquele local, visto que ali se tornará um centro irradiador do pentecoste para o mundo, onde Vários pioneiros do avivamento mundial foram influenciados pelo derramar do Espirito Santo em igrejas de Chicago. Entre eles Gunnar Vingren e Daniel Berg. Ainda conforme Raiol (2011) Daniel Berg era Sueco e viajou para os Estados Unidos em 1902 com 18 anos de idade a procura de trabalho e Gunnar Vingren estava em uma conferencia realizada pela primeira igreja Batista Sueco em Chicago. Quando ambos se encontraram em 1909 após serem batizados com Espirito Santo, a partir dai os jovens compartilharam a chamada missionaria que tinham, muito embora não soubessem ainda o lugar para onde iriam. Vale apena salientarmos que ao relatarmos a origem do Pentecostalismo em nossa pesquisa foi possível visualizamos através da obra de Pinsky (2008) a necessidade que se deve ter de um compromisso com o passado, onde não é viável que se estude o passado pelo passado sem 15 valorizá-lo, mas considerá-lo como importante para a humanidade, tendo assim grandes responsabilidades com os fatos Históricos apresentados sem inventálo ou distorcê-lo. Para o autor, [...] sem pensar no que a humanidade pode ser beneficiada com isso. Compromisso com o passado é pesquisar com seriedade, basear-se nos fatos Histórico, não distorcer o acontecido como se esse fosse uma massa amorfa à disposição da fantasia de seu manipulador. Sem o respeito ao acontecido, a História vira ficção. Interpretar não pode ser confundido com inventar. E isso vale tanto para fato como para processos. (PINSKY, 2008, P.24). Destacamos o contexto histórico do movimento pentecostal fazendo um passeio historiográfico apresentando o processo do desenvolvimento desse Movimento que se alastrou ao longo dos anos valorizando os acontecimentos do passado como eixo importante para o objeto de pesquisa desse trabalho. Ao fazermos essa trajetória compreendemos que para construir uma representação Histórica do Movimento Pentecostal é necessária a valorização do passado para que se possa fazer uma reflexão das relações entre passado, presente e futuro que me dará a compreensão no desenvolvimento do processo que ocasionou o aumento do movimento pentecostal conforme relata Hobsbawm (1998). O passado é, portanto, uma dimensão permanente da consciência humana, um componente inevitável das instituições, valores e outros padrões da sociedade humana. O problema para os historiadores é analisar a natureza desse “sentido do passado” na sociedade e localizar suas mudanças e transformações. (HOBSBAWM, 1998, P.22). Hobsbawm destaca a importância do passado entre objeto de análise mais eficaz para lidarmos com as mudanças constantes. Desse modo percebe-se a importância de valorizar o passado através da história. Podemos compreender a partir das reflexões de Hobsbawm, que no sentido mais amplo, todas as sociedades criam suas origens que depois desencadeiam o ritmo de vida da população. Reafirmando ainda, a importância do uso do passado narrado através da História como forma de dar visibilidade aos fatos Históricos ocorridos em meio à sociedade. 16 Ainda no contexto que se refere ao estudo sobre o passado lançamos mão de duas observações de Bittencourt (2005.) que em sua primeira observação destaca a História Local como uma indicação necessária para o ensino, por possibilitar a compreensão do que esta em volta do aluno facilitando a identificação do passado sempre presente nos vários locais de sobrevivência e na sua segunda observação Bittencourt aponta outro fator importante que é a História do cotidiano pelo fato de considerar que Historia local esta atrelada a Historia do cotidiano devido pessoas comum serem participantes de uma Historia que demonstra não ter importância alguma. A atenção volta-se também para o fato de que a História local tem sido utilizada por Historiadores de diferentes tipos que se dedicam a escrever Histórias locais com objetivos diversos, onde geralmente criam memórias mais do que Histórias nos apresentando assim a memória como um elemento importante para a representação de uma História local, tanto para os Historiadores como para o ensino. Diante das observações de Bittencourt (2005.) foi possível compreendermos a necessidade de valorizar a História Local e a História cotidiana pelo motivo de utilizarem a memória como elemento contribuinte para uma representação Histórica dando “voz” ao povo comum. Nesse sentido, tanto a análise da História Local, quanto da História cotidiana e da memória, tornouse importante à minha pesquisa, por me dar possibilidades de realizar a construção da narrativa Histórica primeiramente do movimento Pentecostal, por me oferecer como base o conhecimento da origem desse movimento que veio a se alastrar nas demais localidades, ajudando-me a chegar ao entendimento para a almejada construção da narrativa Histórica de fundação da Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba, no Estado do Pará - Brasil. 1.1 - ORIGENS DA ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL Para falarmos sobre a História da Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba, foi necessário apresentarmos antes alguns relatos do Movimento Pentecostal que com sua expansão ocasionou o surgimento de 17 varias denominações, em diversas localidades entre elas a Assembleia de Deus no Brasil. Desta maneira, estarão contidas ainda nesse primeiro capítulo fontes bibliográficas que relatam a trajetória da Igreja Assembleia de Deus no Brasil. Conforme Oliveira (2000), O centro irradiador do avivamento pentecostal, ocorreu em Los Angeles na Rua Azuza no Estado da Califórnia no Estado Unidos, espalhando-se para outros Estados e nações, porém a cidade de Chicago destaca-se na História dessa denominação religiosa, lugar onde Vingren e Daniel Berg participavam de uma convenção de igrejas Batistas. Dois jovens pastores batizados pelo Espírito Santo que se conheceram e trocaram ideias sobre obras missionárias. No Brasil o primeiro culto evangélico foi realizado no Rio de Janeiro em 1557. Posteriormente estes cultos foram realizados nos Estados da Bahia e no Recife. Esses cultos eram ministrados para determinados grupos de pessoas. Conforme ressalta Oliveira (2000) O primeiro culto evangélico celebrado no Brasil foi realizado no dia 10 de Março [...]. Foi dirigido pelo Pastor Pierre Richier, um do três primeiro Pastores a chegarem ao nosso continente, [...] Mais tarde em 1624, os crentes da frota Holandesa, [...], iniciaram os cultos. Depois, em 14- 2 -1630, teve inicio à uma série de cultos, [...]. Os primeiros cultos em caráter definitivo, no território Brasileiro, foram realizados pela igreja Anglicana do Rio de Janeiro, desde 1810, para os membros da colônia Britânica constituídas de Diplomatas, comerciantes e suas famílias. (OLIVEIRA, 2000, p.165). Os cultos religiosos, ainda eram tímidos, considerando que movimentos religiosos, como a Igreja Luterana, por exemplo, que iniciou suas atividades no Brasil no ano de 1845, a partir desse ano outras igrejas foram fundadas como a Igreja congregacional, a igreja Presbiteriana e a igreja Batista. Os primeiros missionários Batistas chegaram ao Brasil em 1881, porém somente em 1882 foi fundada a igreja Batista na cidade de Salvador, conforme ressalta Oliveira (2000). Com um culto realizado a 27 de junho de 1845 a Igreja Luterana dava início as suas atividades no Brasil. Em 19 de Agosto de 1855, em Petrópolis, o Sr. Robert Kalley, fundou a escola dominical, dando assim origem à igreja Congregacional. No dia 12 de Janeiro [...] chegaram ao Brasil os primeiros missionários batistas, William Bagby e o Zachary C. Taylor. No ano seguinte, isto é, a 15 de outubro de 18 1882, fundaram eles a Igreja Batista em Salvador, na Bahia. [...]. (OLIVEIRA, 2000, P. 165). O Movimento Pentecostal teve início no Brasil somente a partir da primeira república, através do missionário Gunnar Vingren e Daniel Berg. Conforme relata Germano (2010). [...] A historiografia registra a presença de protestante no país. [...] Porém mesmo diante de tantas missões protestantes, [...] Só a partir do início da primeira república é que o movimento pentecostal chega ao Brasil por intermédio de dois missionários Suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg. (GERMANO, 2010, P.12-13). Segundo Mello (2000) os missionários desconheciam a localidade para onde foram enviados, e que por esse motivo houve necessidade de buscarem informações através de recursos cartográficos para que identificassem o local que lhes foi designado e neste caso particular, o local indicado foi a cidade de Belém no Estado do Pará. Portanto, as origens da Assembleia de Deus remontam à região amazônica com a chegada dos missionários suecos, nesta cidade, visto que partiram em cinco de novembro da cidade de Chicago, chegando finalmente, no dia 19 de novembro de 1910, na cidade de Belém do Pará, conforme ressalta Mello (2010). A Assembleia de Deus foi fundada no Brasil pelos missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren, ambos batistas,[...]. A aproximação entre os dois missionários aconteceu durante uma convenção de igrejas batistas reavivadas, em Chicago, ocasião em que sentiram o chamado para terras distantes. Unidos pelo ideal missionário, receberam uma mensagem profética enquanto oravam em companhia de um pentecostal sueco chamado Adolfo Uldin, para irem ao Pará. [...]. Uniram-se a uma igreja batista de origem sueca, onde, após haverem aprendido o português, passaram a pregar sobre o pentecostes. Urge mencionar que os missionários Berg e Vingren eram provenientes da Suécia em uma época que este país se encontrava estagnado e obrigava- se a exportar grande parte de sua população.(MELLO, 2010, P.4). Portanto, a Fundação da Assembleia de Deus que ocorre em terras brasileiras, está ligada ao Movimento Pentecostal que iniciou nos Estados Unidos, pois os missionários Suecos deram continuidade à ação evangelística no Brasil, iniciada na América do Norte. É notório que antes da Fundação da Igreja Assembleia de Deus, os missionários faziam parte da igreja Batista e somente após os conflitos entre as proposições doutrinarias da igreja Batista e 19 os referidos missionários é que se efetivou a “Igreja Missão de Fé Apostólica” que posteriormente passou a se chamar de Assembleia de Deus, Conforme ressalta Conde (2005). [...] Daniel Berg e Gunnar Vingren que sendo expulsos da Igreja Batista de Belém do Pará no ano de 1910 [...] fundaram a “Missão da Fé Apostólica” que viria a se chamar em 1914, de Igreja Evangélica Assembleia de Deus [...]. Depois de sua fundação a Assembleia de Deus teve um grande crescimento alcançando vários estados brasileiros [...]. Nas décadas seguintes já figurava entre as maiores igrejas pentecostais do mundo e conforme o Censo de 2000, no início do século XXI alcançou 8.418.154 adeptos de um total de 17.975.249 de evangélicos pentecostais, ou seja, 48.8% dos pentecostais, segundo estes dados, eram assembleianos. [...]. (CONDE, 2005 p. 7-8). De Chicago, partiram Gunnar Vingren e Daniel Berg para o Estado do Pará que está localizado no Brasil, Pais da América do Sul. O ministério desses dois missionários se estendeu para outras localidades nas terras paraenses o que pode ser confirmado pela seguinte posição apresentado por Raiol (2011) “Nesse tempo, receberam também a mensagem pentecostal no Pará: Belém, Soure, Mosqueiro, Vigia, Quatipuru, Igarapé–Açu, Benevides, [...]. Peixe-Boi, Vila são Luiz, Bonito etc.”. Desta maneira podemos perceber que esse movimento que iniciou lá nos Estado Unidos em Los Angeles chegou até o Pará se expandido por diversas localidades inclusive a cidade objeto dessa pesquisa que é no Município de Marituba, que trataremos na sequencia deste trabalho. Tornandose também necessário ao centro de nossas reflexões as obras que tratam sobre as narrativas Históricas que descrevem o processo de origem dessa instituição no Brasil, possibilitando-nos dessa maneira a descrevermos informações passadas que nos possibilitaram compreender a importância de valorizar a origem de fundação da igreja Assembleia de Deus no Brasil, servindo para aprofundar e compreender a sua expansão para as demais localidades. Para tentar compreendermos as mudanças de mentalidades quanto aos conflitos doutrinários que ocorreram ocasionando o surgimento da igreja 20 Assembleia de Deus foi necessário notar então, que ocorreu uma ruptura entre grupos locais de religiosos, em que a vivencia religiosa tirou pessoas da rotina e do anonimato, impulsionando a criação de outra doutrina em meio à sociedade, determinando um ritmo de vida diferenciado daquele já existente. Nesse sentido emerge a intenção de registrarmos os fatos históricos para conjuntamente refletir o quanto a formação da igreja Assembleia de Deus no Brasil implica em um campo social que se destaca a força de outros processos religiosos em diversos lugares envolvendo agentes sociais. Ao analisar as fontes bibliográficas obtivemos visibilidade do processo de desenvolvimento da origem da Igreja Assembleia de Deus no Brasil o que nos conduziu a pretensão de expressar dimensões e conflitos vivenciados durante a formação da mesma. Diante dessas investigações acreditamos propiciar um exercício de pesquisas a sociedade em geral, possibilitando-nos o repensar através dos dados bibliográficos registrados para que venhamos contribuir com novas fontes para futuras pesquisas e reflexões ao processo da origem da Igreja Assembleia Deus no Brasil, Portanto diante dessas análises, foi possível percebermos que precisamos conhecer as bases de nossa cultura, a forma em que a sociedade esta organizada, ou seja, interrogar a partir de questões que nos incomodam no presente, para que se possamos ter entendimento do passado necessitando desses conhecimentos sólidos do patrimônio cultural da humanidade, para então estabelecer um compromisso entre passado e o presente. Segundo afirma Pinsky (2008). O Passado deve ser interrogado [...], (caso contrário, estuda-lo fica sem sentido). Portanto as aulas de História serão muito melhores se conseguirem estabelecer um duplo compromisso: com o passado e com o presente. (PINSKY, 2008, P.23). Podemos concluir que a nossa reflexão em valorizar o passado nos deu entendimento do presente nas igrejas e na sociedade em geral, bem como compreensão das possibilidades e limitações desses contextos que completam uma trajetória histórica. Diante da sequência de reflexões que realizamos foi possível percebermos também que os Historiadores da igreja tem estudado a História da igreja tanto através da teoria de vários autores como também pelo 21 olhar da cultura de pessoas historicamente silenciadas pelo modelo de história que elegeu os grandes nomes como representantes da história oficial. Agora podemos oferecer aos nossos leitores através de anotações diversas Histórias de homens como Gunnar Vingren e Daniel Berg, assim como eles eram, descrevendo o cotidiano dos mesmos. Segundo vingren (1973) seu nascimento foi em Ostra Huby, Otergotland, Suécia em oito de agosto de 1879, o pai dele era jardineiro e por serem crentes os seus pais, procuravam sempre ensinar-lhes os caminhos e ensinamentos de Deus. Com onze anos de idade terminará o curso primário e começou ajudar o eu pai no oficio de jardineiro ate aos dezenove anos. Aos dezoito anos foi batizado nas águas em uma Igreja Batista em Wraka, Smaland, Suécia no mês de março ou abril de 1897, tornando-se, porém neste mesmo ano sucessor de seu pai no trabalho da escola dominical, desenvolveu o trabalho da escola dominical até 1898. Em setembro de 1904 viajou a Chicago para realizar um curso de quatro anos no seminário teológico sueco batista, depois Gunnar Vingren foi pastor da primeira igreja Batista em Menominee, Miichi a partir de junho de 1909 até fevereiro de 1910. Vingren diz ainda que foi batizado com Espirito Santo em uma conferencia que estava sendo realizado na primeira Igreja Batista Sueco em Chicago, e ao voltar para sua igreja passou a pregar sobre o Batismo com Espirito Santo e isso fez com que a igreja se dividisse, pois ele comenta que a metade creu no que ele estava falando, mas a outra metade não creu, e os que não creram o obrigaram a deixar o pastorado, conduzindose assim a outra Igreja Batista, localizada em South Bend, indiana onde todo creram no Batismo com Espirito Santo, tornando assim essa igreja em uma igreja Pentecostal. A partir dai passaram a se reunir na casa de um irmão chamado Adolfo Ulldin para realizarem orações, onde em um desses dias recebeu através de uma revelação que ele deveria ir ao Pará e que o povo para quem falaria de Jesus, era pessoas muito simples. Como não sabiam da existência de algum lugar conhecido por Pará, foram até uma biblioteca para pesquisar se existia algum lugar na terra com esse nome, descobrindo então que havia um Estado com esse nome e que ele estava situado no norte do Brasil. 22 Segundo Vingren (1973) Daniel Berg foi conhecido por ele em 1909 em Chicago, pois Berg trabalhava em uma quitanda em Chicago, e o Espirito Santo falou para ele que viajasse a South Bend, Indiana, onde Vingren era o pastor da igreja, para que juntos louvassem o nome de Deus. A partir daí eles se conheceram e foram juntos em uma oração na casa de Ulldin, onde lá compreenderam através de uma revelação que deveriam partir juntos para o Pará, no dia cinco de Novembro de 1910, onde depois de quatorze dias de viagem no navio Clement chegaram ao Pará, Brasil em dezenove de novembro de 1910. 23 2-CONTEXTOS HISTÓRICOS DO MUNICÍPIO DE MARITUBA Agora, convidamos você a fazer um exercício imaginário de como seria o Município de Marituba há aproximadamente oitenta e quatro anos atrás. Visto que foi exatamente nesse período em que nos propusemos a investigar e analisar a História de Fundação da Igreja Assembleia de Deus pertencente a essa localidade. Diante desse sentido, faremos a única volta no tempo possível até os dias de hoje, aquela que somente o trabalho dos Historiadores nos permite. Um dos principais desafios que enfrentamos no processo de construção desse estudo foi o total desconhecimento da História do Município de Marituba, muito em função da insuficiência de um acervo suficiente para o desenvolvimento de nossas pesquisas, sendo assim se tornou necessário realizarmos nossas analises baseadas apenas na obra de Granhen (2002). Visto que é necessário compreender os aspectos que estão relacionados à história do Município de Marituba para estabelecer analises aos aspectos mais particulares relacionados com a igreja Assembleia de Deus. O objetivo deste capítulo foi dar visibilidade ao contexto histórico do Município de Marituba, através do qual se dará ênfase a grande parte do processo de desenvolvimentos do Município no campo político, econômico social e religioso bem como à relação que esses fatores estabeleceram com a população. Marituba é um Município da Região Metropolitana de Belém do Pará que fica localizado entre Benevides e Ananindeua, na altura do quilometro 14 as margens da BR-316. O que pode ser confirmado Por Borges (2005) [...]. Nasceu em 1994, depois de ter sido desmembrado de Benevides. É também um dos menores do estado com apenas 111,09 km², de área. Porém, possui a terceira mais elevada taxa de densidade demográfica do Pará. [...]. Em Marituba segundo o censo de 2000, vivem 75.448 pessoas. [...]. (BORGES, 2005, P. 87). Conforme o ultimo censo realizado no Município de Marituba no ano de 2010, apresentado pelo IBGE, nos mostra uma população de 108.246 hab. 24 A História do Município de Marituba começou por volta de 1880, com a habitação de algumas famílias. O vilarejo de Marituba recebeu tal nome por existir, neste período, uma grande quantidade de árvores de Umari, onde o fruto desta arvore, também era chamado de mari. Outra característica forte era o costume que as pessoas tinham de acrescentar a terminação tuba a qualquer palavra que designasse o nome de um lugar pequeno. A junção dos dois termos, muito utilizados na época, deu nome ao vilarejo, atual município de Marituba, conforme nos apresenta Granhen (2002). [...] o local onde se encontra o centro de Marituba era habitado por apenas 5 (cinco) famílias, formando um vilarejo. Estas famílias viviam em função da agricultura. O nome que recebeu o vilarejo, Marituba, deve-se [...] as pessoas acrescentavam a terminação tuba a qualquer palavra que designasse o nome de um lugar pequeno. A letra „u‟, inicial do nome do fruto, foi suprimida e, por final, o vilarejo recebeu o nome de Marituba [...] (GRANHEM, 2002, p.15) Hoje o Município de Marituba infelizmente já não conta mais com as inúmeras árvores de Umari, visto que nos deparamos com a escassez não só das árvores de Umari mais de tantas outras, e isso infelizmente ocasionou a eliminação de vários rios existentes no Município, levando assim varias pessoas a perder uma das poucas alternativas de lazer ocorrentes em Marituba. Observe a seguir a representação da árvore de Umari, juntamente com seu fruto e as características do vilarejo dentro do período analisado. Fonte: Granhen (2002) Fonte: Granhen (2002) 25 Granhen (2002) relata que as terras onde hoje se encontra o Município de Marituba foram doadas pelo Império ao governador Augusto Monte Negro, através da Lei nº 514 de outubro de 1848, sendo que o total de da área compreendia seis léguas. Ainda de acordo com o autor, em novembro de 1905 o governador Augusto Monte Negro decidiu construir na localidade de Marituba as oficinas da Estrada de Ferro Belém-Bragança e que já no ano de 1906 essas obras foram concluídas, podendo assim neste mesmo ano dar início a um núcleo de apoio para servir a Estrada de Ferro, onde a Rua Fernando Guilhon serviu de assentamento de trilhos em que uma antiga caixa d‟água localizada na rua em questão, onde os operários faziam o abastecimento das grandes maquinas que iam e vinham de Belém para Bragança. Você já percebeu que falar dos contextos Históricos do Município de Marituba é falar também de um processo de desenvolvimento político, econômico, social e religioso. Onde a partir de agora iremos destacar os aspectos econômicos através da forte presença dos operários na construção da Estrada de ferro Belém-Bragança. Durante muito tempo a vila de Marituba esteve atrelada administrativamente aos municípios de Benevides e Ananindeua. Nesse ponto, faz-se necessário uma importante explicação quanto ao processo de desenvolvimento do Município de Marituba, antes e após a emancipação, visto que a compreensão pelas questões inerentes ao referido município passa necessariamente por uma analise de alguns aspectos econômicos, políticos e sociais. Segundo Granhen (2002) O Município de Marituba, viveu o seu auge como vilarejo pela sua condição de espaço de moradia de operários, denominada de vila operária, que trabalharam na construção da estrada de Ferro Belém-Bragança, onde Inúmeros operários vieram na empreitada, pois as noticias da construção da estrada de ferro Belém- Bragança chegavam depressa as pessoas que buscavam o aumento de sua renda familiar, onde a primeira etapa se dava em hospedar os operário, depois em criar meios de oferecer recursos necessários a alimentação e ao trabalho que deveriam desenvolver. 26 Segundo Granhen (2002) ressalta que em 1907, deu-se a construção da vila operária de Marituba, quando Dr.Swindeler, juntamente com Senhor Palma Muniz e outros, viram-se obrigados a construir residências para seus operários de manutenção que trabalhavam nas oficinas da Estrada de Ferro de Belém Bragança. Mais de vinte casas foram construídas. Sendo que uma das mais de 20 casas construídas foi destinada para escola primária, na época, chamada de grupo escolar Padre Anchieta. A referida escola, que funcionou onde hoje se encontra o supermercado D‟ Rodrigues, era chamado de grupo escolar Padre Anchieta. Posteriormente sua localização foi modificada e o nome da escola também sofreu alteração passou a ser chamado de Padre Romeu Pires Borges localizando-se agora ao lado da igreja do Menino Deus. De acordo com Granhen (2002) Em 1908 o governador Augusto Montenegro comunicava sua mensagem oficial relativa à inauguração da estrada de ferro de Bragança. A construção da estrada de ferro BelémBragança estava relacionada com a necessidade de se escoar produtos agrícolas das colônias instaladas próximas à capital, com Apeú, Castanhal, Inhangapi, Jambuaçú e localidades na zona Bragantina. Na época, as ferrovias eram mais eficientes meio de transporte do País e o governo de Getúlio Vargas apostava no desenvolvimento de nossas regiões através da ferrovia que, segundo ele, era mais barata e de maior carregamento. O Município de Marituba viveu o seu auge como vilarejo pela sua condição de espaço de moradia de operários, denominada de vila operária, que trabalharam na construção da estrada de ferro Belém-Bragança e hoje vive como um dos municípios da região metropolitana de Belém. Nesse sentido, é válido lembrar que durante esses períodos os moradores de Marituba vivenciaram basicamente a sua rotina diária e acompanharam também a rotina dos operários da construção da estrada de ferro Belém-Bragança. Segundo Granhen (2002) Inúmeros operários vieram na empreitada, pois as noticias da construção da estrada de ferro Belém- Bragança chegavam depressa as pessoas que buscavam o aumento de sua renda familiar, onde a primeira etapa e dava em hospedar os operário, depois em criar meios de 27 oferecer recursos necessários a alimentação e ao trabalho que deveriam desenvolver. Um dos principais desafios que enfrentamos no processo de construção desse estudo foi o total desconhecimento da História do Município de Marituba, muito em função da insuficiência de um acervo suficiente para o desenvolvimento de nossas pesquisas, visto que é necessário compreender os aspectos que estão relacionados a história do Município de Marituba para estabelecer analises aos aspectos mais particulares relacionados com a igreja Assembleia de Deus. Granhen (2002) relata também que o Município de Marituba Passou quase cem anos como bairro de Santa Izabel depois Benevides e Ananindeua, ocorrendo o primeiro movimento para a emancipação em 1983, formando-se então a comissão de emancipação de Marituba (CEM), tendo como líder o exfuncionário da extinta Estrada de Ferro Belém-Bragança, Luiz Mesquita da Costa. O segundo movimento pró-emancipação de Marituba ocorreu em 1989, liderado por Nelson Rebelo fracassando mais uma vez, Porém em 1993 o vereador de Benevides, Edimauro, deu origem ao terceiro movimento chamado COPEM (Comissão pró- emancipação de Marituba), Lideradas por Fernando Corrêa e Posteriormente por Eládio Soares, entre outros. Com o crescimento do movimento houve a motivação da população maritubense levando às ruas em 1994, 12.444 cidadãos, o correspondente a (57% dos eleitores) favoráveis a emancipação do Município de Marituba, pois a maioria dos moradores estava insatisfeita com a falta de transporte digno, empregos, escolas, saneamento e assistência médica. Atualmente, Marituba vive como um dos Municípios da região Metropolitana de Belém. Finalmente Marituba em 1994 tornou-se Município quando se emancipou dos Municípios de Ananindeua e Benevides, a população maritubense foi às ruas e decidiu em plebiscito por sua emancipação, pois a maioria dos moradores já questionava as propostas dos prefeitos e vereadores que eram destinadas a Marituba, sempre em segundo plano, visto que a prioridade estava basicamente voltada para Benevides e Ananindeua. Granhen (2002). 28 De acordo com Granhen (2002), chegaram a Marituba na década de 40 os hansenianos que ocuparam a área conhecida por Colônia de Marituba, construindo-se pavilhões para abrigar os hansenianos, sendo providenciada também a ele assistência médica, a partir da década de 80 iniciou em Marituba o processo de ocupações desordenada, conhecida por invasões, surgindo assim osq bairros como: Nova União, Novo Horizonte, ASPA, São Francisco, Bairro Novo. Santa Lúcia, Almir Gabriel, São João, Pirelli, Pedreirinha, São José, Parque das Palmeiras, Uri boca, Decouville entre outros. Através das pesquisas de campo no Município de Marituba detectamos que existem outros bairros além dos que mencionou Granhen sendo eles: Beija-Flor, Mario Couto, Albatroz e Novo Horizonte II. Agora o Município de Marituba conta também com prédios para a prefeitura, câmara dos vereadores, Secretária de educação, Secretaria de saúde entre outras secretarias e um prédio para a realização das atividades que são desenvolvidas através de aulas semanais nos cursos de canto, contrabaixo, violão, percussão, oratória, redação, desenho, sopros em geral, teatro etc. Esses cursos são oferecidos no prédio que é conhecido na localidade por Casa da Cultura e fazem parte da aprendizagem de alguns alunos que moram nos bairros que foram mencionados, onde alguns desses estão ineridos na Igreja Assembleia de Deus e se utilizam do aprendizado dos cursos de violão, percussão, oratória, canto, contrabaixo e sopro em geral para desenvolverem durante a realização das programações da igreja. 2.1 – CONTEXTOS RELIGIOSOS DO MUNICÍPIO DE MARITUBA Ao analisarmos o contexto Histórico de Marituba, é importante tentar percebê-lo nas suas relações com o aspecto sócio - culturais para compreender as suas implicações com a sociedade Maritubense, particularmente com a questão religiosa na qual está inserida a existência de varias igrejas, onde percebemos que a igreja católica foi à pioneira em inserir uma cultura religiosa nesta localidade, marca da sua própria trajetória histórica no Brasil. Podemos observar através da leitura da obra de Granhen (2002), que os operários e dirigentes da antiga vila de Marituba eram católicos, e por volta de 1917, os diretores da Estrada de Ferro Belém-Bragança e Gerentes das 29 oficinas da Estrada de ferro do Município de Marituba, adaptaram uma casa para servir de capela, onde hoje se localiza a igreja matriz que foi inaugurada oficialmente em 24 de dezembro de 1954. Porém, no Município de Marituba, se registra a existência de outros movimentos religiosos, onde um deles, objeto central para essa investigação, é o surgimento da Assembleia de Deus nesse Município, que iniciou suas atividades no dia 17 de maio de 1929 pelo Pastor Ursulino Costa, o que pode ser confirmado em um documento da igreja, que consta o Estatuto da Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba que diz: Artigo I- A igreja Evangélica Assembleia de Deus em Marituba, com sua sede própria nesta cidade, a Rua Fernando Guilhom nº 5090, BR-316, foi fundada no dia 17 de maio de 1929 pelo Pastor Ursulino Costa e registrada em 1º de julho de 1970 pelo pastor Adalberto Galvão de Lima, tendo prazo indeterminado de existência. Ao longo do tempo, a referida igreja foi dirigida por diversos pastores, entre eles, Ursulino Costa, Adalberto Galvão de Lima, Arthur Nunes Piedade, Jônatas Moraes Cavalcante e o Pastor Itamar Cursino do Nascimento [...]. “O pastor Ursulino ficou à frente desta igreja até o ano de 1931, quando foi substituído pelo Pastor Adalberto, que ficou até o ano de 1973”. (GRANHEN, 2002, pg71). Analisaremos “o contexto religioso de Marituba” como forma de compreender as transformações pela qual a sociedade Maritubense estava passando no período de 1929 a 1939, levando em conta as mentalidades em relação à fundação da Assembleia de Deus em Marituba diante do processo econômico da época, visto que nesse período ocorria a construção da Estrada de Ferro Belém- Bragança. Em entrevista, o atual Pastor presidente Itamar Cursino do Nascimento informou que o Pastor Ursulino Costa liderou essa igreja até 1931, sendo substituído posteriormente pelo Pastor Adalberto Galvão de Lima, que assumiu a liderança por 42 anos. Ele comentou também que a sua chegada à Igreja Assembleia de Deus do Município de Marituba ocorreu em 1979, sendo que a mesma era pequena e que somente alguns anos depois e que foi ampliada, porém desde sua chegada iniciou um trabalho evangelístico na localidade, onde muitas vezes essa árdua missão não lhe permitia horário para 30 fazer as refeições ou dormir, pois era necessária a realização de visitas nas casas dos moradores, convidando-os a participar das programações da igreja, onde os mesmos aceitavam o convite e passavam a frequentar a igreja, envolvendo-se também na obra evangelística, e dessa maneira a igreja foi se desenvolvendo, sendo que hoje é composta por 42 novos templos que estão distribuídos entre todos os bairros do Município. Em visita a Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba no dia dezoito de junho de 2013 foi possível observarmos a exposição de alguns quadros que apresentam as fotografias dos pastores que lideraram a referida igreja na seguinte ordem cronológica: Pastor Ursulino Costa (1929 a 1931), Pastor Adalberto Galvão de Lima (1931 a 1973), Pastor Arthur Nunes Piedade (1973 a 1975), Pastor Jônatas M. Cavalcante (1975 a 1979), Pastor Itamar Cursino do Nascimento 1979 até os dias de hoje. Sendo assim diante da delimitação que nos propusemos a apresentar nesse trabalho, iremos destacar os pastores que se encontravam a frente do trabalho da igreja entre 1929 a 1939, sendo eles os Pastores Ursulino Costa e o Adalberto Galvão de Lima. [...] O trabalho começou em uma casa, com poucos membros. O pastor fundador permaneceu à frente do trabalho até o ano de 1931. Poucos foram os pastores que permaneceram a frente de uma mesma igreja por um período tão longo como o pastor Adalberto Galvão de Lima que dirigiu por 42 anos o trabalho naquele campo. Nesse período, os campos de Benevides, americano, Benfica, Muriní, Maguari e entroncamento pertenciam a Marituba. Os obreiros eram poucos, mas o pastor saia em sua bicicleta para ganhar almas para cristo, trazendo grande êxito para a obra de Deus. (BORGES, 2005, P. 88). Podemos observar através do relato do autor que a igreja Assembleia de Deus em Marituba era o único polo que atendia aos fieis dos campos de Benevides, Benfica, Maguari entre outros e apesar dos recursos humanos serem escassos não impedia o crescimento da igreja. De acordo com Borges (2005). Porém a realidade do contexto religioso de Marituba não esta ligado apenas às igrejas Católica e Assembleia de Deus, pois e possível percebermos 31 que após a existência dessas igrejas começaram, então a surgir outras igrejas no Município, sendo elas denominadas pelos seguintes nomes: Deus é amor, quadrangular, Batista renovada, Adventista do sétimo dia entre outras. Dessa forma podemos notar que o processo de formação das igrejas no Município de Marituba vai muito mais além do que a igreja Católica e Assembleia de Deus. Dessa forma podemos observar que no Município de Marituba foram originadas através de missões de Padres e Pastores. Podemos notar então, que a religião dividiu-se em grupos locais, em que a vivencia religiosa tira o homem da rotina e do anonimato, impulsionando a pessoa para o relacionamento em meio à sociedade, determinando um ritmo de vida econômico e social. Os fatos que desencadearam outras igrejas, provavelmente são muitos, mas aqui serão apontaremos os principais que envolvem a História da Igreja Assembleia de Deus, por ser o alvo de nossa pesquisa. Portanto em 1929 de acordo com o quadro exposto na igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba e com o relato de alguns entrevistados deu-se origem na realização das programações da Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba, pelo Pastor Ursulino Costa que ficou a frente desse trabalho até 1931, onde em seguida o mesmo passou a ser dirigido pelo Pastor Adalberto Galvão de Lima que exerceu suas funções de 1931 até 1975. Sendo assim vamos tentar descrever os passos percorridos por essa igreja durante o período que estiveram à frente da igreja os pastores Ursulino Costa e Adalberto Galvão. Na realidade a igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba surgiu e existe até os dias de hoje e é descrever sobre o início de sua origem que nos interessa, (VINGREN p. 43-44) através de seus relatos nos mostra de que maneira tudo começou conforme segue. “Assim o Senhor começou a acender a suas luzes em diferentes lugares. E isto foi o princípio de todas as grandes igrejas que hoje existem nestes lugares”„. É possível perceber que Historicamente a Fundação da Assembleia de Deus no Município de Marituba está ligada aos missionários Gunnar Viingren e Daniel Berg. Nesse sentido é preciso ter cuidado com a construção da narrativa Histórica de Fundação da Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba, 32 diante de algumas de nossas conclusões, sem perder de vista a importância das questões levantadas pelos autores estudados e coleta de dados dos entrevistados que muito nos auxiliarão na construção dessa narrativa Histórica, pois apresentará vivencias religiosas que exemplificarão a experiência sagrada dentro da percepção da sociedade maritubense, nos possibilitando a análises de diferentes manifestações religiosas da localidade. Um pouco desse percurso Histórico de Fundação da Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba é o que procuraremos resgatar a seguir. 33 3- MEMÓRIAS DA FUNDAÇAO DA IGREJA ASSEMBLÉIA DE DEUS EM MARITUBA A pesquisa Sobre a História da Fundação da Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba, no período de 1929 a 1939 foi efetivada, através de entrevistas orais, sendo entrevistadas dezoito pessoas do Município em questão, das quais estão divididas da seguinte forma: dez membros da Igreja Assembleia de Deus, cinco membros da igreja católica e três pessoas que não fazem parte de nenhuma das religiões citadas, mas que moram no Município. Logo, se faz necessário analisar as entrevistas, tendo como base o ponto de vista dos entrevistados a partir da sua própria memória representando o cotidiano dessa sociedade dentro dos diversos contextos que a engloba. Portanto, suas memórias se interligam com situações vivenciadas por alguns deles e outras que foram narradas por seus pais, avós, bisavós, enfim antepassados em geral; pois os depoimentos declarados por meio da memória e da oralidade dos entrevistados também contribuirão para a construção de uma representação Histórica da fundação da Igreja Assembleia de Deus do Município de Marituba. 3.1 ENTREVISTAS REALIZADAS COM MEMBROS DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS DO MUNICÍPIO DE MARITUBA Conforme os relatos da senhora Maria Cavalcante de Oliveira, nascida em 07/05/1922, os fiéis que iniciaram a igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba vieram de uma Comunidade chamada “Vinte” ii que fica no Parque Verde, área localizada as Margens da Rodovia BR-316. Os mesmos vinham para dirigir os cultos e passaram a se congregar em duas casas que pertenciam aos senhores Alacid Rocha e Cláudio Barbosa essas casas estavam localizadas do lado esquerdo da Rodovia BR 316. Segundo Dona Maria quem trouxe o evangelho para Marituba foi O SR. João Nascimento e o SR. Julião que eram somente membros da igreja, passando, porém depois de alguns anos a condição de pastor. Conforme suas afirmações eles iam para vários lugares dirigir os cultos e apresentou como exemplo os municípios de Benfica e Murini, Em que realizavam as atividades da Escola Dominical sempre 34 aos domingos pela manhã. Para Dona Maria eles tinham muita disposição para realizar esses trabalhos, pois não havia meios de transportes como os existentes nos dias de hoje, só existia a disposição dos moradores a linha de trem e isso fazia com que os fiéis da igreja, por muitas vezes fossem de pés até os municípios vizinhos, para a realização de suas programações, que segundo ela tinham boa aceitação da sociedade local, pois não costumavam criticar a igreja. A mesma lembra-se apenas de uma vez que jogaram pedra em cima da igreja durante a realização de um culto. Em entrevista realizada no dia, 09/12/2011. Com o senhor Pastor Hélio Cruz nascido em 20/09/1948. Obtivemos o relato de que os fiéis que iniciaram a igreja Assembleia de Deus em Marituba vinham de uma comunidade chamada Vinte que fica as margens da BR-316, o Pastor Hélio comentou que algumas vezes jogavam pedras encima das casas durante a realização dos cultos. Ele falou também que algumas vezes eles iam de pés e outras utilizavam os trens como meio de transporte para se direcionarem aos Municípios vizinhos como Ananindeua, Benfica, Murini, para a realização das programações da igreja, Cabe analisarmos a trajetória da igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba, considerando os relatos dos entrevistados que apresentam o desenvolvimento das atividades evangelísticas do Município em questão, assim como os pastores inseridos no andamento desse trabalho. Diante dos relatos detectamos que algumas pessoas não concordavam com as ações realizadas pela igreja e que por isso agiram com apedrejamentos aos locais de realização dos cultos. È notável, porém que essa situação conflituosa em que a igreja vivenciou diante de algumas pessoas são fatos apontados por Vingren (1973) como perseguições que eram comuns nesse período. Quanto a isso ele relata que: Os inimigos da obra de Deus nos perseguiram muito durante esse tempo. Uma noite apedrejaram terrivelmente a casa onde estávamos reunidos [...]. Numa outra noite tinham preparado um plano para tirar a minha vida e queimar a casa. (VINGREN, 1973, P. 37). Diante dessas dificuldades enfrentadas durante o desenvolvimento das programações da igreja, observamos peculiaridades que nos possibilitaram valorizar também a História cultural da sociedade maritubene, ou seja, a 35 Historia das pessoas comuns, como parte também importante que nos permitem ter acesso aos motivos das rejeições às programações da igreja, nos deixando claro, porém que um dos motivos seria a existência de outras denominações religiosas na localidade, em que esses sujeitos sociais conviviam com os discursos cotidianos diferenciados dos que estavam sendo apresentados pela Igreja Assembleia de Deus. Para a senhora Maria Benedita Silva de Jesus, nascida em 18/04/1937 a Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba iniciou através de fiéis que tinham amor em Deus, pessoas que obedeciam a seus pais, professores e pastores. Alguns moravam em Marituba, mas havia aqueles que vinham de outros lugares E a mesma informou que quem começou o trabalho de fundação da Igreja citada acima foi o Pastor Itamar e que ele foi o primeiro pastor a dirigir essa Igreja e que as atividades da mesma eram realizadas com muita união, Paz e alegria, como é até os dias de hoje. Em entrevista realizada com o senhor Pedro da Silva de Jesus nascido em 23/08/1936 e que tem como profissão ser ajudante de maquinas, percebeu-se, conforme seus relatos que os fiéis iniciaram a igreja Assembleia de Deus em Marituba vieram de Belém e Bragança, ele acredita que o responsável por iniciar a igreja nesse local foi o Pastor Itamar. Ele nos falou que o trabalho da igreja é realizado através da pregação do evangelho e que a igreja sofria com criticas de pessoas que não aceitavam a religião evangélica. Em entrevista realizada no dia, 13/02/2013. Com a senhora Cleonice Costa da Silva nascida em 09/10/1941. Obtivemos o relato de que os fiéis que iniciaram a igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba, Estado do Pará vinham de uma localidade chamada Vinte que fica no parque verde passando o circulo militar as margem da BR-316. Os mesmos vinham para dirigir os cultos aqui na localidade de Marituba. Dona Cleonice falou que a pessoa que trouxe o evangelho para o Município de Marituba foi o Pastor Adalberto Galvão de Lima e que depois foi dado continuidade a esse trabalho pelo Pastor Arthur Nunes Piedade e depois de alguns anos o trabalho se estendeu para o Pastor Jonathan Moraes de Carvalho e os senhores Gerônimo Rocha e Claudio Barbosa eram os Dirigentes na congregação, ela nos afirmou 36 ainda que eles iam pra vários lugares dirigir culto, deu como exemplo o municípios de Benfica e Murini, aonde às vezes iam de pé ou então utilizavam o trem que passava na localidade, ela falou que onde hoje tem uma empresa conhecida por EMATER, localizada as margens da Rodovia BR-316, funcionava a oficina de trem onde os trabalhadores ficavam para trabalhar na construção da Estrada de ferro, ela relatou ainda que existiam as estações onde o trem parava sendo elas nos seguintes lugares: Marituba, Benevides e Santa Isabel que era o final da Linha na época ela disse que eles faziam a escola Dominical aos domingos de manha visitavam, oravam e cantavam, pois os cultos sempre eram realizados na igreja, não havia cultos particulares e as vigílias eram realizadas em sítios. Dona Cleonice relata que tinham muita disposição para realizarem essas atividades da igreja, ela comenta ainda que esses trabalhos eram bem aceito pela sociedade local, pois não costumavam criticar a igreja. Sendo assim, as entrevistas realizadas acima nos possibilitaram ter acesso ao passado a partir da memória dos sujeitos sociais que conviveram ou que ouviram através dos relatos de seus antepassados a respeito dos pastores inseridos na trajetória da igreja no Município de Marituba, onde nos apontaram algumas dificuldades vivenciadas pelos fiéis para a realização das atividades da igreja nesse período, Diante disso Borges (2005) afirma que; [...] O pastor fundador permaneceu à frente do trabalho até o ano de 1931. Poucos foram os pastores que permaneceram à frente de uma mesma igreja por um período tão longo como o pastor Adalberto Galvão de Lima que dirigiu por 42 anos o trabalho naquele campo. Nesse período, os campos de Benevides, americano, Benfica, Muriní, Maguari e entroncamento pertenciam a Marituba. Os obreiros eram poucos, mas o pastor saia em sua bicicleta para ganhar almas para cristo, trazendo grande êxito para a obra de Deus. (BORGES, 2005, P. 88). Conforme registrado por Borges as dificuldades enfrentadas para a realização das atividades da igreja dentro das localidades citadas acima não impossibilitou a igreja de obter crescimento. Porém cabe analisarmos também a trajetória da igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba, considerando os relatos dos entrevistados acima que apresentam outros pastores inseridos no andamento desse trabalho dentre os quais foram citados 37 por eles, Adalberto Galvão de Lima, Arthur Nunes Piedade, Jonathan Moraes de Carvalho, Itamar Cursino do Nascimento. Diante dos relatos dos entrevistados observamos também que houve grandes dificuldades enfrentadas pelos fiéis nas suas locomoções a outras localidades para desenvolverem as programações da igreja, visto que contavam com poucas alternativas de transportes, e sabemos que nesse período no Município de Marituba era disponibilizada a população somente o trem como meio de transporte alternativo, certamente esse fato trazia desconforto aos moradores, revelando-nos assim problemas de ordem administrativa desde essa época, situações que provavelmente agravaram-se ao longo dos anos, que certamente culminaram com a quebra de dependência do Município de Marituba com os Municípios de Benevides e Ananindeua através da emancipação. Logo, porém, os ventos dos novos tempos trariam melhoria para Marituba. Todavia no período de 1929 a 1939 em que o Município de Marituba contou com as dificuldades de transportes, é notório que esse fato ocorrente não invalidou ou impossibilitou o desenvolvimento das atividades da igreja, pois os relatos nos mostram que em alguns momentos seguiam de pés, outros seguiam de trem, e outros seguiam de bicicleta. Isso nos mostra a ideia de sacrifícios, que porem consta através dos relatos que eram ações realizadas com muitas satisfações, pois Marituba era o único polo que atendia aos fieis dos campos de Benevides, Benfica, Maguari entre outros e que apesar dos recursos humanos serem escassos não impedia o crescimento da igreja. Diante dessa visão Thompson (2001) relata que: O primeiro deles seria a ideia de sacrifício-principalmente para Deus ou de um ato de graça do doador. Depois as dádivas são símbolos de prestígios, implicando a subordinação do receptor. Por fim o destinatário é inserido sob uma obrigação- e aqui o dom “serve como método de controle social”. (THOMPSON, 2001, P. 244) O autor se utilizou da ideia de sacrifício para Deus ou de um ato de graça para o doador. Sendo assim, esse estudo nos possibilita valorizar novamente a História cultural das pessoas comuns, que nos permitem ter acesso ao passado a partir da memória dos sujeitos sociais que conviveram com os discursos cotidianos, nos mostrando também que existia muito 38 entusiasmo e disposição entre as pessoas que faziam parte da igreja, pois os mesmos relatam que as atividades eram realizadas muitas vezes nas casas dos fieis onde se lembram de que os fiéis da igreja, cantavam, oravam ou rezavam de acordo com a igreja que faziam parte. Quanto à importância da memoria Le goff (2003) ressalta que: A memória, na qual cresce a historia que por sua vez alimenta, procura salvar o passado para servir ao presente e ao futuro. Devemos trabalhar de forma que a memória coletiva sirva para a libertação e não para servidão dos homens (LE GOFF, 2003, P.471) Nossas pesquisas nos revelaram a necessidade de valorizarmos a memoria coletiva, visto que diante da ausência de acervos documentais o único instrumento que se pode contar para resgatar o passado desejado diante das diversas circunstancia é a memoria, onde a mesma se torna mais convincente se apresentada de forma coletiva, pois no caso de nosso trabalho nos utilizamos da memoria coletiva, sendo recebida por nós de forma oral, onde será repassada a sociedade em geral de forma escrita, revelando, portanto a narrativa Histórica de Fundação da Igreja Assembleia de Deus em Marituba. Em entrevista realizada no dia, 13/02/2013. Com o senhor Ferruço Costa Garcia nascido em 14/12/1941. Obtivemos os relatos de que os fiéis que iniciaram a igreja Assembleia de Deus em Marituba vinham de varias localidades e que quando chegou aqui em Marituba a igreja já era dirigida pelo Pastor Itamar, e que nunca tomou conhecimento de que antes dele houve outros pastores. Ele no informou que ocorreu grande mudança de trinta anos atrás pra hoje e que essas mudanças ocorreram também na igreja por que os jovens de hoje estão com comportamentos diferentes, visto que estão muito voltados para o modismo. Em entrevista realizada no dia, 13/06/2012. Com a senhora Lindalva dos Santos nascida em 12/02/1949, obtivemos o relato de que não conheceu outros pastores que dirigisse a igreja antes do Pastor Itamar, pois desde que chegou aqui a igreja já era dirigida por ele. Dona Lindalva falou que as atividades da igreja sempre foram realizadas com muito entusiasmo, ela comenta ainda que esses trabalhos eram bem aceito pela sociedade local, as pessoas da comunidade não criticam a igreja, muito embora hoje ocorram muitas diferenças na igreja com relação às vestimentas, 39 Em outra entrevista realizada no dia, 13/02/2013, com a senhora Maria Honorata de Souza Silva nascida em 30/06/1942. Obtivemos o relato de que ao chegar ao Município de Marituba, a igreja já era coordenado pelo Pastor Itamar a mesma não tomou conhecimento de que houve outros pastores antes do Pastor Itamar ela comentou também que a realização da escola Dominical sempre é aos domingos de manhã e que nessa atividade da Igreja eles oravam cantavam e aprendiam sobre a Bíblia. Dona Honorata relata que eles tinham muita disposição para realizarem essas atividades. Ela comentou ainda que as atividades desenvolvidas pela Igreja eram aceitas pela sociedade local, visto que os mesmos não costumavam criticar a Igreja. Dona Honorata comentou também que observa a grande mudança nas vestimentas das pessoas que compõem a igreja hoje, visto que muitos já não se trajam mais com a mesma decência de alguns anos atrás. Em entrevista realizada no dia, 31/12/2011 com a senhora Maria do Socorro Pinheiro nascida em 28/12/1945 obtivemos o relato de que os fiéis que iniciaram a igreja Assembleia de Deus em Marituba vinham de uma localidade chamada Vinte que fica as margens da BR-316. Ela afirmou que eles iam pra vários lugares dirigir culto, deu como exemplo os municípios de Benfica e Murini, eles faziam a escola Dominical aos domingos de manhã visitavam, oravam e cantavam, Dona Maria relata que tinham muita disposição para realizarem esses trabalhos, ela comenta ainda que esses trabalhos eram bem aceito pela sociedade local, pois não costumavam criticar a igreja, a mesma lembra-se apenas de uma vez que jogaram pedra em cima da igreja durante a realização de um culto. Em entrevista realizada Com a senhora Olinda Linhares nascida em 15/04/1932. Obtivemos os relatos de que os fiéis que iniciaram a igreja Assembleia de Deus em Marituba vinham de uma localidade chamada Vinte que fica as margens da rodovia BR-316. Dona Olinda falou que quem trouxe o evangelho para Marituba foi o pastor Adalberto Galvão, ela afirmou que eles iam pra vários lugares dirigir culto, deu como exemplo os municípios de Benfica e Murini, eles faziam a escola Dominical aos domingos de manhã visitavam, 40 oravam, cantavam. Dona Maria relata que tinham muita disposição para realizarem esses trabalhos, ela comenta ainda que esses trabalhos eram bem aceitos pela localidade, pois não costumavam criticar a igreja. Dona Olinda lamentou as mudanças ocorridas hoje no meio da igreja tanto com relação a disposição para realizarem as atividades da igreja, quanto a maneira que alguns utilizam suas vestes. A unanimidade na fala dos entrevistados com relação ao modismo na igreja e diversas mudanças ocorridas em sua trajetória nos despertaram a atenção e alguns questionamentos, por que os fiéis descrevem com tanta precisão que há anos anteriores existia mais pudor diante das vestimentas dos fiéis? E por que a igreja mudou quanto as suas praticas habituais? As respostas vêm sobre nós a esclarecer que as mudanças quanto ao modismo se expandira e as mudanças comportamentais também ocorreram ao longo da Historia da Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba diante disso vem uma grande necessidade de orientação pela chamada “a nova história” que trás consigo alguns questionamentos tipo o que se segue “Quanto ela é nova”? È um modismo temporário ou uma tendência de longo prazo? Ela irá – ou deverá – substituir a história tradicional, ou as rivais podem coexistir pacificamente? Quanto a essa reflexão Peter Burke (1992) ressalta que: O movimento da história vista-de-baixo também reflete uma nova determinação para considerar mais seriamente as opiniões das pessoas comuns sobre seu próprio passado [...]. O mesmo acontece com algumas formas de historia oral [...]. (PETER BURKE, 1992, P.16). Todavia é notório a opinião dos entrevistados quanto diversas mudanças na igreja, tanto com relação às vestimentas como com relação a disposição diante dos trabalhos a serem desenvolvidos pela igreja, fato que nos conduz a ter uma visão de que a igreja passou por um processo de modificações ao longo dos anos dentre os quais alguns fiéis por muitas vezes se sentem insatisfeitos, não aceitando assim atitudes novas que surgem. Diante dessa análise questionamos aos entrevistados como eram realizados os trabalhos da igreja com relação ao evangelismo? E como esta sendo realizado esse trabalho nos dias de hoje? Os entrevistados informam que o evangelismo 41 continua sendo realizado, porém não com a mesma constância e eficácia de anos anteriores, Ai surge diante de nós outro questionamento será que as mudanças ocorridas perante a igreja resultam a sociedade em geral alguns desconfortos quanto aos aspectos econômicos, políticos e culturais? Quanto a esses questionamentos Peter Burke (1992) afirma que: O que essas abordagens tem em comum é sua preocupação com o mundo da experiência comum (Mais do que a sociedade por si só) como seu ponto de partida, juntamente com uma tentativa de encarar a vida cotidiana como problemática, no sentido de mostrar que o comportamento ou os valores, que são tacitamente aceitos em uma sociedade, são rejeitados como intrinsecamente absurdos em outra. (PETER BURKE, 1992, P.23). Desta maneira nos compete apenas mostrar que comportamentos e valores sofrem alterações em meio à sociedade que vivemos, onde todos tendem a aceitar ou rejeitar de acordo com sua visão, tornando o ser humano impossibilitado de moldar o meio que esta inserido na sua totalidade e as suas próprias perspectivas, conduzindo-nos dessa maneira a aceitar as diferenças existentes dentro de uma sociedade heterogênea. Talvez a heterogeneidade no meio da igreja contribua para o conhecimento das necessidades a serem trabalhadas diante das problemáticas da sociedade em geral, visto que o evangelismo tende a resgatar pessoas com problemáticas em geral para serem conduzidas a um novo proceder em meio à sociedade que esta inserida. 3.2 ENTREVISTAS REALIZADAS COM MEMBROS DA IGREJA CATÓLICA DO MUNICIPIO DE MARITUBA. Em entrevista realizada no dia, 23/12/2011. Com a senhora Maria Carlota Farias nascida em 10/11/1933. Obtivemos o relato de que os fiéis que iniciaram a igreja católica no Município de Marituba vinham da Itália, pois eram padres e freiras. Os mesmos vinham dirigir as novenas nas casas das pessoas que pertenciam a Igreja Católica, ela informou ainda que eles realizavam as novenas ou missas na casa de varias pessoas e aos domingos de manha rezavam e cantavam, realizando assim as missas Dona Carlota relata que tinham muita disposição para realizarem esses trabalhos. Dona Maria nos afirma que o homem e que ditava as ordens e a mulher tinha que obedecer, eles saiam pra trabalhar e as mulheres ficavam cuidando da casa e das 42 crianças ela comentou também quanto ao sistema educacional em que aluno tinha que respeitar o professor, tinha que ser o que o professor dizia, não era como é hoje o aluno que fazer o quem bem entendi. Ela nos afirma também que os estudantes eram muito inteligentes porque estudavam de verdade e tinham muita educação e quanto às vestimentas todos independente de religião tanto homem como mulher se vestiam com decência, pois ninguém andava mostrando o corpo como nos dias atuais quanto às questões de alimentos eram difícil para chegar a suas casas porque tudo ficava muito caro, mas assim mesmo a sociedade sonhava com dias melhores, queria boa vida pra sua família. Em entrevista realizada no dia, 21/12/2011. Com a senhora Osmarina Alves Pereira nascida em 22/03/1957. Obtivemos o relato de que padres e freiras se colocaram a disposição da igreja católica para a realização de novenas na casa das pessoas da tal denominação e aos domingos pela manhã cantavam e rezavam realizando assim as missas. Dona Osmarina nos afirmou que os homens não se envolviam muito atividades da igreja, somente as mulheres tinham maior participação, pois os homens saiam em busca dos mantimentos pra família e por isso não reservavam tempo para as atividades da igreja, ela comentou também quanto ao sistema educacional em que os alunos recebiam o ensino religioso católico dentro das escolas e ela acredita que isso conduzia os alunos a respeitarem o professor, tinha que ser o que o professor dizia, não era como é hoje o aluno que fazer o quem bem entendi, ela nos afirma também que os estudantes eram muito inteligentes porque estudavam de verdade porque eram ensinados e cobrados pela igreja. Dona Osmarina relatou ainda quanto as vestimentas das pessoas em que todos independente da religião e do sexo se vestiam com decência, pois ninguém andava mostrando o corpo como no dias atuais. Em entrevista realizada no dia, 31/12/2011. Com O senhor Gabriel Gomes da Costa nascido em 30/06/1952. Obtivemos o relato de que os fiéis que iniciaram a igreja vinham da Itália, pois eram padres e freiras. Os mesmos vinham dirigir as novenas nas casas das pessoas que pertenciam a Igreja Católica, ela informou ainda que eles realizavam as novenas ou missas na casa de varias pessoas e aos domingos de manha rezavam e cantavam, 43 realizando assim as missas. O Senhor Gabriel relata que os fiéis da igreja tinham muita disposição para realizarem suas atividades, ele nos informou também que os homem e que ditavam as ordens e as mulheres tinha que obedecer, pois eles saiam pra trabalhar e as mulheres ficavam cuidando da casa e das crianças e que por isso geralmente as mulheres tinham mais tempo para se empenharem nas atividades da igreja, porém alguns homens também se envolviam, muito embora fosse em menor quantidade que as mulheres ele comentou também quanto ao sistema educacional em que aluno tinha que respeitar o professor, tinha que ser, o que o professor dizia, não era como é hoje em que o aluno que fazer o quem bem entendi, ele acredita que só funcionava desta maneira porque os alunos recebiam dentro das escolas os ensinamentos religiosos da igreja católica e que esses ensinamentos conduziam os alunos a serem inteligentes. Já quanto as vestimentas, todos independente de religião, tanto o homem quanto a mulher se vestiam com decência, pois ninguém andava mostrando o corpo como atualmente. Em entrevista realizada no dia, 05/01/2013. Com a senhora Maria Benedita 10/03/1957, obtivemos os relatos de que os fiéis que iniciaram a igreja eram italianos, pois eram padres e freiras. Os mesmos dirigiam as novenas nas casas das pessoas que pertenciam a Igreja Católica, ela informou ainda que eles realizavam as novenas ou missas na casa de varias pessoas e aos domingos de manhã realizavam as missas Dona Maria relata ainda quanto a disposição e o tempo que elas tinham para realizarem as atividades da igreja, pois como os homens saiam pra trabalhar as mulheres ficavam cuidando da casa e das crianças e que por isso tinham mais tempo para se envolverem nas tarefas da igreja, do que os homens ela comentou também quanto ao sistema educacional em que alunos respeitavam os professores, talvez pelo fato de receberem ensinamentos religiosos da igreja católica dentro das escolas. Porém quanto as vestimentas ele afirma que todos independente de religião tanto homem como mulheres se vestiam com respeito, pois ninguém andava quase despido como nos dias atuais com vestimentas que muitas vezes impulsionam pessoas a agirem de forma violenta ao agredir sexualmente ao próximo, pois infelizmente tem se perdido o pudor, o respeito e a valorização pelo próprio corpo. 44 Em entrevista realizada no dia, 31/12/2011. Com a senhora Maria Alves da Costa nascida em 08/12/1953. Obtivemos o relato de que os fiéis que iniciaram a igreja vinham da Itália, pois eram padres e freiras. Os mesmos realizavam as novenas nas casas das pessoas que pertenciam a Igreja Católica e em outros momentos em um barracão que ficava localizado na 4ª Rua do Bairro Novo no Município de Marituba, onde atualmente se localiza a creche Nossa Senhora da Paz, ela informou ainda que as mulheres eram responsáveis para passar os ensinamentos da igreja católica aos filhos conduzindo-os as missas aos domingos de manhã para rezar e cantar e também aos locais que eram realizadas as novenas. Dona Maria nos relatou também que os homens davam as ordens e as mulheres tinham que obedecer, eles saiam pra trabalhar sempre bem cedo e as mulheres ficavam cuidando da casa e das crianças, zelando pelo ensino nas escolas e pelo ensino religioso, nesse caso da igreja católica, ela comentou também quanto ao sistema educacional em que alunos tinham que respeitar os professores, e que isso era mais fácil de acontecer porque recebiam ensinamentos religiosos do catolicismo dentro das escolas. Já quanto às vestimentas disse que todo independente de religião tanto homem como mulher se vestiam com decência, pois ninguém andava mostrando o corpo como nos dias atuais, pois o que a sociedade desejava mesmo eram dias melhores e boa vida pra suas famílias. Através dos relatos dos membros da igreja católica, notamos que houve unanimidade em afirmar que as pessoas responsáveis pelo desenvolvimento das atividades da igreja, vinham da Itália, visto que geralmente eram padres e freiras que realizavam as atividades nas casas de moradores e também dentro das escolas. Isso nos conduziu ao entendimento de que as realizações das atividades da igreja dentro dos lares e das escolas certamente influenciava a sociedade local ao convívio de uma religiosidade católica, que ao se deparar diante de novas teorias religiosas, agora voltadas ao pentecostalismo, quem sabe poderá ocasionar desconforto, conduzindo-os a reações diversas de rejeição ao desenvolvimento das atividades da igreja Assembleia de Deus, diante de grande parte dos habitantes da localidade ou caso contrário reforçava o ditado popular que diz “todas as religiões são boas”. Sendo assim podemos considerar que a sociedade do Município de Marituba 45 esta formada pela junção de uma religiosidade que se interliga com o pentecostalismo. Quanto a essa reflexão Antoniazzi (1994) ressalta que: Mas o pentecostalismo, por sua vez, é sociologicamente fruto de uma conjuntura sociocultural que afeta toda sociedade brasileira e, nela, a própria igreja católica. Sem entrar em maiores discussões e sutis distinções, pode-se afirmar – em linhas gerais – que os mesmos fatores sócios- pentecostalismo culturais criam o que favorecem terreno propicio a ao expansão do crescimento da “Renovação Carismática Católica”, a qual – apesar das diferenças doutrinais ou teóricas – apresenta na prática fortes analogias com o pentecostalismo de matriz protestante. (ANTONIAZZI, 1994, P. 18-19). Desta maneira acreditamos que o movimento Pentecostal influenciou a igreja católica conduzindo-a a transformações dentro de seus conceitos tradicionais, de forma a valorizar pontos que outrora eram utilizados apenas pelas igrejas evangélicas como, por exemplo, a glossolalia, ou seja, o falar em línguas estranhas, no qual os carismáticos adotaram em suas doutrinas. Paul Frestom (1996) acredita que se a sociedade funcionasse corretamente não daria espaço para o surgimento de outras versões religiosas. Quanto às igrejas evangélicas o autor ressalta que: A existência das igrejas evangélicas é, pois considerada fruto de uma patologia social, ou então, numa outra versão, uma patologia religiosa justifica-se então que, infelizmente, a igreja católica tem poucos padres, não consegue dar conta do recado, deixando, portanto, espaço para estas seitas que tiram proveito da situação. Como dizia o jornal o Estado de São Paulo: “o dia em que a igreja católica jogar fora a teologia de libertação, e voltar a pastorear o rebanho e tratar somente de coisas espirituais não haverá mais estas seitas no pedaço” (FRESTON, 1996, P. 13). Certamente a igreja Católica no Município de Marituba sofreu uma ruptura em consequência das novas mensagens que começavam a ser anunciada através das igrejas evangélicas, ocasionado quem sabe a perda de alguns de seus fiéis, fatos que talvez tenham impulsionado a igreja católica a abandonar algumas práticas tradicionais e tomar para si nesse novo momento práticas que outrora eram utilizadas somente dentro do movimento pentecostal como, por exemplo, o de glossolalia, acreditando desta maneira conquistar fiéis e trazer de volta os que haviam se perdido. A verdade é que agora a igreja católica já não estava sendo a única a ensinar aos habitantes do Município de Marituba, seus conceitos religiosos, tinha agora que compartilhar o mesmo espaço com as igrejas evangélicas que traziam consigo conceitos religiosos que algumas vezes contradiziam com os do catolicismo. No entanto ate os dias de hoje o Município de Marituba dispõe tanto de igrejas católicas como de igrejas evangélicas, onde cada uma realiza suas atividades de acordo com o seu credo religioso conquistando membros para si, porém apesar das doutrinas religiosas existentes nesta localidade ainda há pessoas que não se decidiram por nenhuma das doutrinas apresentadas, e é o relato de algumas delas que iremos apresentar a seguir. 46 3.3 ENTREVISTAS REALIZADAS COM PESSOAS QUE NÃO FAZEM PARTE DAS IGREJAS CITADAS ANTERIORMENTE. Em entrevista realizada no dia, 11/12/2011. Com o senhor Francisco Cabral Pereira nascido em 24/09/1953. Obtivemos o relato de que os fiéis que iniciaram a igreja católica eram padres e freiras que tinham características de Italianos que costumavam ficar no Município por vários anos fazendo visitas nas casas das pessoas que pertenciam a Igreja Católica, realizando as novenas ou as missas aos domingos de manhã, onde costumavam cantar e realizar suas rezas. Seu Francisco relatou ainda que mesmo não participando das igrejas existentes no Município de Marituba, percebia que eles tinham muita alegria para desenvolver suas atividades, tanto a missas, novenas como os cultos. Seu Francisco destacou que durante a realização das atividades das igrejas evangélicas deveria se utilizar menos som, deixando assim o desenvolvimento somente para a apreciação dos que estivessem envolvidos com a igreja, desta feita sugeriu que as igrejas evangélicas comparassem a altura do som que utilizam com a altura do som que é utilizado pela igreja católica. Já com relação às vestimentas nos relatou que as pessoas se matinam sempre muito bem trajadas. Entrevista realizada no dia, 11/12/2011. Com a senhora Lindomar Ferreira de Souza nascida em 21/07/1944. Obtivemos o relato de que a igreja católica do Município de Marituba, foi iniciada pelo padre Marcos que veio da Itália e ficou na localidade para realizar as missas, ela informou ainda que ele juntamente com os fiéis realizavam as novenas nas casas das pessoas, a senhora Lindomar relata que mesmo não participando das igrejas existentes na localidade, percebia que eles tinham muita disposição e união para realizarem suas atividades, pois muitas vezes observava que os fiéis saiam para visitar os moradores, ela nos relatou que os moradores recebiam também as visitas de pessoas que traziam seus alimentos; geralmente utilizando os rios pois na época não existiam pontes no Município de Marituba e por isso a maioria das vezes recebiam seus alimentos através das embarcações que ali chegavam ou através dos trens que era um outro meio de transporte utilizado na localidade, que segundo ela tinha seus pontos de parada, sendo que a primeira parada, ocorria na localidade conhecida por São Braz, depois seguia-se para a 47 localidade do entroncamento, Ananindeua, Marituba, Benevides e Americano todos situados dentro da área metropolitana de Belém que faz parte do Estado do Pará. Dona Lindomar disse que seu pai como funcionário da estrada de ferro Belém-Bragança, tinha o direito de receber 1K de carne que era entregue a eles nas quintas-feiras e aos sábados. Outro fato ocorrente nesse período segundo dona Lindomar é que a família só podia permanecer nas casas que eram doadas aos funcionários da estrada de ferro, enquanto o funcionário estivesse vivo e trabalhando, se por ventura o funcionário viesse a óbito tornava-se necessário à retirada da família da casa que havia sido doada pelo governo federal, e as famílias muitas vezes ao se deparar diante dessa situação, buscavam auxilio nas igrejas existentes na localidade, que lhes concediam a ajuda necessária porém mesmo admirando as atividades e as atitudes que eram desenvolvidas pelas igrejas, nunca desejou participar de nenhuma delas. Em entrevista realizada no dia, 11/12/2011. Com o senhor Manoel de Oliveira nascido em 14/09/1952. Obtivemos o relato de que os fiéis que iniciaram a igreja eram padres que vinham da Itália. Os mesmos realizavam as novenas nas casas das pessoas que pertenciam a Igreja Católica, ele se lembra, que ocorriam também as missas principalmente aos domingos de manhã rezavam e cantavam. Seu Manoel relata que mesmo não participando das igrejas, percebia que eles tinham muita disposição para realizarem esses trabalhos, tanto a missas, novenas ou cultos. Podemos afirmar que apesar dos grandes esforços para a realização das atividades das igrejas localizadas no Município de Marituba, existem pessoas na localidade que não se envolveram com nenhuma das doutrinas que lhes são apresentadas, nos conduzindo dessa maneira a análise de uma diversificação de atitudes dos que fazem parte das igrejas, como dos que não fazem parte das igrejas. E dentro dessa analise podemos encontrar uma explicação na qual seria a de que as igrejas estão sempre diante de novos desafios por se deparar diante de uma sociedade diferente, porem que precisa receber a assistência básica que todo ser humano almeja, seja materialmente ou espiritualmente, desta maneira concretiza-se através das igrejas existentes no Município de Marituba o interesse de atender as necessidades básicas dos 48 habitantes da localidade lhes oferecendo oque anseiam, dando-lhes porem o direito de escolha. 49 CONCLUSÃO A construção da representação dos dez primeiros anos da Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba nos levou a um grande desafio, onde as fontes bibliográficas e as coletas de dados das entrevistas tornaram-se necessários para o desenvolvimento desse trabalho, pois pelo motivo de nos propormos a analisar o período de 1929 a 1939, tornou-se longínquo e por isso apresentou-se algumas barreiras no meio do percurso, quanto aos dados coletados dos entrevistados, devido a memoria de alguns, pois os mesmos confessam esquecer alguns fatos, onde é possível perceber que o tempo apaga da memoria algumas informações que provavelmente seriam de suma importância para dar maior visibilidade a História de Fundação da Igreja Assembleia de Deus no Município de Marituba. O movimento pentecostal no Brasil e a essência de suas doutrinas podem ser vistas como à liberdade de expressão espiritual mediante a manifestação do Batismo com Espírito Santo que é uma de suas características, contudo precisa ser revisto em busca de um equilíbrio doutrinário cujo fiel da balança deve ser para a compreensão do desenvolvimento do Pentecostalismo, através da contribuição é pela preservação de seus princípios estratégicos em oferecer assistência aos idosos, crianças, enfermos, pobres, negros, brancos, mulheres sem distinções o que garante a sua identidade como religião. Dentro desta perspectiva, possivelmente, possa-se aplicar aqui o conceito, que as diferenças apresentadas entre as religiões são geradas por tensões inerentes ao processo de Universalização das religiões, pois variam as estratégias sociais para resolver o dilema: adaptação versus preservação de princípios. Entende-se que é um conceito que nos permite justificar processos de interação que não dependem nem da causalidade direta, nem da relação "expressiva" entre forma e conteúdo (por exemplo, a forma religiosa como "expressão" de um conteúdo político ou social). Mas que naturalmente, faz parte da espiritualidade pura, que é favorecida ou desfavorecida por condições históricas ou sociais. Neste sentido, uma análise em termos do desenvolvimento da Igreja Assembleia de Deus no Brasil e em especial no 50 Municipio de Marituba é perfeitamente compatível com o reconhecimento do papel determinante das condições econômicas e sociais. A junção destes dois pensamentos leva ao conceito dos “dois eixos”, onde há um fixo e outro móvel. O fixo seria o eixo teológico, mais definido, mais claro e comum a todos (mesmo na diversidade). O eixo móvel seria o que se aproximaria às expressões culturais do povo, como por exemplo, já abordado no culto pentecostal o fiel participa, canta as suas músicas é o conteúdo que é mantido, possivelmente esse conteúdo é também o motivo da aceitação, e quem sabe um dos fatores consequentes do desenvolvimento do Pentecostalismo por parte de seus fundadores no Brasil. É digno salientar que no caso dos membros da Assembleia de Deus, os indivíduos que chegavam à cidade de Marituba, iram convidados a participar de uma comunidade Pentecostal, onde muitas vezes também assumia os laços Pertencendo a esse grupo. Com o passar das décadas e o seu crescimento o Pentecostalismo começou a se justificar como um movimento crescente no número de fiéis dessas instituições. Um dos diferenciais entre a religião evangélica e a católica a Igreja que fundada por dois suecos, no seu início não teve nenhum apoio institucional e nem foi fruto de estratégias elaboradas, porém tornou-se patrimônio do povo que a abraçou. Cabe à geração atual inclusive do Município de Marituba que vive essa fé, entender o processo para que a mensagem chegue de forma compreensiva às gerações futuras. 51 REFERÊNCIAS ANDRADE, Moises Germano de. Uma História social da Assembleia de Deus: A conversão Religiosa como forma de ressocializar pessoas oriundas do mundo da criminalidade - Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião)Universidade Católica de Pernambuco, Recife, 2010. ANTONIAZZI, Alberto, Nem Anjos, Nem demônios, Petrópolis, RJ ed. Vozes 1994 BERG, Daniel. Enviado por Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 1997. BORGES, Jonas. Nossa História – Assembleia de Deus no Estado do Pará. 1ª ed. Belém-Pará-Brasil. Editora Semin. 2005. BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. 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