UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA CURSO DE AGRONOMIA FUNDAÇÃO AGRISUS RELATÓRIO PARCIAL P.A. nº: 999/12 - USO DE NPK NA RECUPERAÇÃO DE PASTAGEM DEGRADADA DE CAPIM-BRAQUIARÃO NO ESTADO DE MATO GROSSO Profa. Suzana Pereira de Melo Adj. Solos (ICET/CUA/UFMT); Dra. Solos e Nutrição de Plantas - [email protected] Osvaldo Henrique Gunther Campos Graduando em Agronomia – ICET/CUA/UFMT – [email protected] Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$ 11.000,00 (onze mil reais) Natureza do projeto: Pesquisa Vigência do projeto: 05/09/2012 a 30/11/2013 Barra do Garças – Mato Grosso Abril de 2013 1.0 – INTRODUÇÃO Nas últimas três décadas, o Cerrado brasileiro tornou-se a mais importante região produtora de carne bovina no país. Atualmente, a região do Cerrado, com 49,6 milhões de hectares de pastagem cultivada (Sano et al., 1999), detém 41% do rebanho bovino nacional (Embrapa Cerrados, 1999). Quase a totalidade dessa produção é proveniente de sistemas extensivos de criação, caracterizados por baixa produtividade animal e baixo retorno econômico. Esses índices desfavoráveis refletem o manejo inadequado do sistema solo-planta-animal praticado em grande parte das propriedades de pecuária, o que, consequentemente, predispõe à degradação das pastagens. Atualmente, a degradação das pastagens é o maior obstáculo para o estabelecimento de uma pecuária bovina sustentável em termos agronômicos, econômicos e ambientais no Cerrado. Entre os fatores que explicam a degradação dos pastos da região do Cerrado, a baixa fertilidade do solo assume posição de destaque. Embora a necessidade de adubação do solo seja tecnicamente comprovada para a sustentabilidade das pastagens, apenas nos últimos anos tem aumentado o interesse de técnicos e produtores pela adubação de pastagens no Cerrado. Os macronutrientes primários (NPK) desempenham o principal papel na manutenção da produtividade das forrageiras. Ao iniciarem as atividades pecuárias, os produtores rurais não fornecem a quantidade ideal de NPK para o estabelecimento equilibrado de suas pastagens, fazendo com que essas, após 2 a 3 anos iniciem os processos de degradação. Barra do Garças - MT, um polo regional, possui a economia baseada principalmente em atividades pecuárias, tendo a Brachiaria brizantha como forrageira mais cultivada. Cercada por serras e morros, a alternativa para pecuária desse município é insistente comparando as condições que o cerca. Em comum com os diversos problemas que cercam a pecuária brasileira, principalmente a baixa fertilidade do solo e o alto nível de degradação dos pastos, a pastagem deste município também precisa de atenção e de pesquisas voltadas à área de fertilidade do solo, adubação e produtividade pecuária. A busca de uma formulação de NPK ideal, que supre as exigências mínimas nutricionais da forrageira, é fundamental, em partes que ajudam o meio acadêmicocientífico fornecendo informações precisas e relevantes de forma a contribuir para a evolução da pesquisa regional e nacional, minimizando os custos de produção, ajudando ativamente o produtor rural que está por trás de toda a cadeia. Com essa adubação secundária o capim adquire resistência ao ambiente e, principalmente, suas frações primárias totalmente desenvolvidas. 2.0 – OBJETIVO DA PESQUISA Avaliar doses de NPK que proporcione a recuperação da pastagem degradada de capim-Braquiarão, na região de Barra do Garças – MT. 3.0 - MATERIAL E MÉTODOS 3.1 – Área de estudo O experimento está instalado a campo, na área experimental da Universidade Federal de Mato Grosso (CUA/UFMT) (Figura 1), nas proximidades das coordenadas geográficas 15º18’34.41’’S e 52º18’34.41’’O a aproximadamente 337 m de elevação, com temperatura média de 30 ºC (podendo chegar aos 40 ºC), com duas estações bem definidas: seco de junho a setembro, e chuvoso de outubro a maio. Figura 1. Área experimental piqueteada. O delineamento utilizado foi o de blocos casualizados com três repetições, seguindo um fatorial de 2x3 com dois nutrientes (N e P) e três doses: 0, 40 e 80 kg/ha de N e 0, 50 e 100 kg/ha de P2O5, e três repetições A dose de K foi comum para todos os tratamentos, devido ao alto teor inicial no solo: 20 kg/ha de K2O. Os tratamentos selecionados foram (NPK): T1) 0-0-20, T2) 0-50-20, T3) 0-100-20, T4) 40-0-20, T5) 40-50-20, T6) 40-100-20, T7) 80-0-20, T8) 80-50-20, T9) 80-100-20. Cada parcela é constituída de uma área total de 20,0 m² (4x5m) e uma área útil de 12 m² (3x4m), no total foram 27 parcelas. O croqui e a análise química e física da área experimental estão apresentados nas tabelas 1 e 2, respectivamente. Tabela 1. Croqui representado o delineamento e a área experimental Tabela 2. Análise química e física da área experimental. (Fonte: Lab. Plante certo, Cuiabá-MT) QUÍMICA Profundidade pH pH P K mg/dm³ K H2O CaCl2 5,40 4,60 2,70 77,00 0,20 Ca+Mg 1,16 Ca 0,66 FÍSICA Mg cmolc/dm³ 0,50 Al H H+Al M.O Areia Silte g/kg Argila 754,00 95,00 151,00 g/dm³ 0,19 3,06 3,25 17,00 3.2 - Procedimentos metodológicos Incialmente a área experimental foi roçada a 20 cm de altura (Figura 2). A correção do solo foi feita com a aplicação de 670 kg/ha de calcário (PRNT 100%) a fim de se elevar a Saturação por Bases para 45% (Sousa e Lobato, 2004) (Figura 3). Posteriormente os tratamentos foram aplicados, no mês de Outubro de 2012, em superfície (Figura 4). A fonte de N foi o nitrato de amônio (34% de N). A dose de N (80 kg/ha de N) foi parcelada em duas épocas, a primeira aplicação (40 kg/ha de N) foi feita na instalação do experimento e o restante após 20 dias, com o intuito de evitar perdas e melhorar a eficiência da adubação nitrogenada. A fonte de P foi o superfosfato triplo (41% de P2O5) e a fonte de K o cloreto de potássio (60% de K2O), ambos foram aplicados no inicio do experimento. Figura 2. Roçagem da área experimental. Figura 3. Calagem superficial sem incorporação. Figura 4. Distribuição a lanço dos tratamentos nas parcelas correspondentes. Após três meses da distribuição dos tratamentos procedeu-se o primeiro corte da pastagem. Nesse corte foi avaliada a altura do capim, massa fresca, massa seca, além de serem feitas algumas análises químicas do solo, as quais serão apresentadas no relatório final. 4.0 – RESULTADOS PARCIAIS Na tabela 3 são apresentadas as avaliações agronômicas do capim-Braquiarão, na situação do primeiro corte. Os resultados são preliminares e ainda estão sendo analisados estatisticamente, para serem publicados no XXXIV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo. No período de vigência deste projeto, serão executados aproximadamente cinco cortes, acompanhados de avaliações agronômicas, avaliações da fertilidade do solo e nutrição e recuperação da pastagem degradada. Sendo assim, os resultados obtidos até este momento são substanciais e ainda não representam o objetivo geral do projeto. Conforme o cronograma de execução, até o momento foi possível executar somente uma amostragem (um corte do capim-Braquiarão). Apenas no relatório final será possível comparar os resultados e discuti-los de maneira mais consolidada. De forma geral, o experimento está apresentando respostas visuais promissoras, e também algumas tendências de responsividade dos tratamentos de NPK apresentados na tabela 3, para as variáveis analisadas. Tabela 3. Avaliações agronômicas do capim-Braquiarão, no primeiro corte, em função das doses de NPK aplicadas em superfície. Massa Fresca Tratamentos (NPK) 0-0-20 0-50-20 0-100-20 40-0-20 40-50-20 40-100-20 80-0-20 80-50-20 80-100-20 Altura (cm) 88 95 126 121 143 144 126 135 144 11.200,00 13.133,30 13.800,00 18.133,30 22.666,60 22.733,30 18.266,60 19.666,60 22.000,00 Massa seca kg/há 4.255,40 4.608,00 4.774,00 6.825,30 9.069,50 8.941,60 6.831,40 7.067,20 9.042,20 5.0 – CONCLUSÕES Por se tratar de um relatório parcial, as conclusões ainda estão sendo formuladas e estarão mais consolidadas no relatório final. 6.0 - DESCRIÇÃO DAS DIFICULDADES E MEDIDAS CORRETIVAS O experimento foi instalado dentro do prazo previsto, respeitando-se todas as atividades propostas no cronograma de execução. A maior dificuldade foi na aquisição do calcário, pois este se encontrava em uma propriedade afastada da UFMT. Este problema foi resolvido com o auxílio da própria UFMT, que nos cedeu um veículo para fazer o transporte deste produto. As atividades experimentais foram e serão trabalhosas, e exigem muito esforço e tempo. Este fato está sendo resolvido com o auxílio do grupo de pesquisa que temos no Laboratório de Solos e Nutrição de Plantas da UFMT (Figura 5), composto por alunos do curso de agronomia, os quais estão auxiliando na execução de todas as atividades. No mais, as atividades tendem a serem realizadas sem muitas dificuldades e, caso surja algum contratempo, temos a colaboração e orientação da Profa. Dra. Suzana Pereira de Melo, que por sua vez possui a competência e experiência necessária para resolvê-lo. Figura 5. Grupo de pesquisa do Laboratório de Solos e Nutrição de Plantas da UFMT. Suzana Pereira de Melo Coordenadora e Orientadora Osvaldo Henrique Gunther Campos Graduando em Agronomia