Automação CLP Professor: Carlos Roberto da Silva Filho, M. Eng. Introdução à Automação • • • • Automação é um sistema de equipamentos eletrônicos e/ou mecânicos que controlam seu próprio funcionamento, quase sem a intervenção do homem. Automação é diferente de mecanização, pois a mecanização consiste simplesmente no uso de máquinas para realizar um trabalho, substituindo assim o esforço físico do homem. Já a automação possibilita fazer um trabalho por meio de máquinas controladas automaticamente, capazes de se regularem sozinhas. Pode-se dizer que o progresso da automação, tem melhorado sensivelmente o padrão de vida da população, principalmente devido ao aumento dos níveis de produtividade do trabalho. No início, os processos produtivos usavam ao máximo a força da mão-de-obra. Introdução à Automação • • • • A produção era composta por estágios nos quais as pessoas desenvolviam sempre as mesmas funções, especializando-se numa certa tarefa ou etapa da produção. É o princípio da produção seriada. O mesmo ocorria com as máquinas, que eram específicas para uma dada aplicação, o que impedia de utilizá-las em outras etapas. Por exemplo, uma determinada máquina só fazia furos e de um só tipo. Com o passar do tempo e a valorização do trabalhador, foi preciso fazer algumas alterações nas máquinas, de forma a resguardar a mão-de-obra de algumas funções que não se adequavam à estrutura física do homem. A máquina passou a fazer o trabalho mais pesado e o homem, a supervisioná-la. Introdução à Automação • • • • Para obter uma boa integração entre o operador e seu instrumento de trabalho, foram colocados sensores nas máquinas, para indicar a situação da produção, e também atuadores, para melhorar a relação entre o homem e a máquina. O processo da produção era controlado diretamente pelo operador, o que caracterizava um sistema automático. Automatizar um sistema tornou-se viável quando a eletrônica passou a dispor de circuitos capazes de realizar funções lógicas e aritméticas com os sinais de entrada, e de gerar sinais de saída. Assim, o controlador uniu-se aos sensores e atuadores para transformar o processo produtivo num sistema automatizado. Introdução à Automação • • • • Os controladores lógicos programáveis (CLPs) são equipamentos eletrônicos de última geração, utilizados em sistemas de automação flexível. Permitem desenvolver e alterar facilmente a lógica para acionamento das saídas em função das entradas. Desta forma, pode-se utilizar inúmeros pontos de entrada de sinal para controlar pontos de saída. Desenvolvido a partir de necessidades da indústria automobilística, com o objetivo de substituir os painéis de controle à relés, o Controlador Lógico Programável (PLC – Progamable Logic Controller), se tornou um dos equipamentos mais utilizados na implementação de sistemas automatizados. Resumo Histórico • • • Na década de 60, o aumento da competitividade fez com que a indústria automotiva melhorasse o desempenho de suas linhas de produção, aumentando tanto a qualidade como a produtividade. Fazia-se necessário encontrar uma alternativa para os sistemas de controle a relés, sendo que uma possível saída, imaginada pela General Motors, seria um sistema baseado no computador. Assim, em 1968, a divisão hydramatic da GM determinou os critérios para o projeto do CLP, sendo que o primeiro dispositivo a atender as especificações foi desenvolvido pela Gould Modicon em 1969. Resumo Histórico • • • • • • As principais características desejadas nos novos equipamentos de estado sólido, com flexibilidade dos computadores eram: Preço competitivo com os sistemas a relés; Dispositivos de substituíveis; entrada e saída facilmente Funcionamento em ambiente industrial (vibração, calor, poeira, ruídos); Facilidade de programação e manutenção por técnicos e engenheiros; Repetibilidade de operação e uso. Resumo Histórico • • Originalmente os CLPs foram usados em aplicações de controle discreto (on/off ), como os sistemas a relés, porém eram facilmente instalados, economizando espaço e energia, além de possuírem indicadores de diagnóstico que facilitavam a manutenção. Uma eventual necessidade de alteração na lógica de controle da máquina era realizada em pouco tempo, apenas com mudanças no programa, sem a necessidade de muitas alterações (ou até nenhuma) nas ligações elétricas. Resumo Histórico • • • • • A década de 70 marca uma fase de grande aprimoramento dos CLPs. Com as inovações tecnológicas dos microprocessadores, maior flexibilidade e um grau mais elevado de inteligência, os CLPs incorporaram: 1972 – funções de temporização e contagem; 1973 – operações aritméticas, manipulação de dados e comunicação com computadores; 1974 – comunicação com interfaces IHM (Interface Homem Máquina); Maior capacidade de memória, controles analógicos e controle PID; Resumo Histórico • • 1979/80 – módulos de I/O remotos, módulos inteligentes e controle de posicionamento. Nos anos 80, aperfeiçoamentos foram atingidos, e em 1981 veio a possibilidade de comunicação em rede. Além disso, atingiu-se um alto grau de integração, tanto no número de pontos como no tamanho físico (surgiram mini e micro CLPs – a partir de 1982). Resumo Histórico • • • • • • Atualmente, os CLPs apresentam as seguintes características: Módulos de I/O de alta densidade (elevado número de pontos de I/O por módulo); Módulos remotos controlados por uma mesma CPU; Módulos inteligentes (co-processadores que permitem a realização de tarefas complexas: posicionamento de eixos, controle PID, transmissão via rádio ou modem, leitura de código de barras); Softwares de programação em ambiente windows (facilidade de programação); Integração de aplicativos windows para comunicação com CLPs (Access, excel, etc); Resumo Histórico • • • • • • Recursos de monitoramento da execução do programa, diagnósticos e detecção de falhas; Instruções avançadas que permitem operações complexas (ponto flutuante, funções trigonométricas); Scan time reduzido (processamento mais rápido) devido à utilização de processadores dedicados; Processamento paralelo (sistema de redundância), proporcionando confiabilidade na utilização em áreas de segurança; Pequenos e micro CLPs que oferecem recursos de hardware e software dos CLPs de grande porte; Conexões de CLPs em rede (diferentes CLPs na mesma rede – comunicação via rede Ethernet). CLP - Definição • • É um equipamento eletrônico digital que tem como objetivo implementar funções específicas de controle e monitoração sobre variáveis de uma máquina ou processo por intermédio de módulos de entrada e saída. Todas as funções disponíveis devem poder ser programadas em uma memória interna e o hardware deve ser universal, podendo ser aplicado a todos os tipos de processos. O CLP, de acordo com (NATALE, 2001), é um computador com as mesmas características conhecidas do computador pessoal, porém, em uma aplicação dedicada na automação de processos em geral, assim como no comando Numérico Computadorizado – CNC, que se trata de um computador na automação da manufatura. CLP - Definição • • O CLP, de acordo com (GEORGINI, 2000), pode ser definido como um dispositivo de estado sólido- um computador industrial, capaz de armazenar instruções para implementação de funções de controle (seqüência lógica, temporização e contagem, etc), além de realizar operações lógicas e aritméticas, manipulação de dados e comunicação em rede, sendo utilizado no controle de sistemas automatizados. A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT padronizou o nome deste equipamento como Controlador Programável, porém a sigla CLP em português ou PLC (Programable Logical Controller, em inglês) se popularizou. CLP - Definição CLP - Definição • • • O CLP alcançou o maior sucesso comercial em controle de processos industriais e na automação da manufatura, embora ele possa ser aplicado em qualquer tipo de sistema que se deseja tornar automático. O CLP pode controlar uma grande quantidade de variáveis, substituindo o homem com mais precisão, confiabilidade, custo e rapidez. Os principais blocos que compõem um CLP são: CPU, Módulos de I/O, fonte de alimentação, base ou rack e algumas vezes módulos especiais. Arquitetura de CLPs Arquitetura de CLPs • • • CPU (Central Processing Unit – Unidade Central de Processamento): compreende o processador (que pode ser um microprocessador, microcontrolador ou processador dedicado), o sistema de memória (ROM e RAM) e os circuitos auxiliares de controle. Fonte de Alimentação: responsável pela tensão de alimentação fornecida a CPU e aos módulos de I/O. Módulos de I/O (Input/Output): são módulos de entrada e saída que podem ser discretos (sinais digitais – 12 VDC, 24 VDC, 110 VAC, 220 VAC, contatos “NA”, “NF”), ou analógicos (em tensão de 0 à 10 VDC ou em corrente 4 a 20 mA). Arquitetura de CLPs • • Base ou Rack: proporciona conexão mecânica e elétrica entre a CPU, os módulos de I/O e a fonte de alimentação. Contém o barramento de comunicação entre eles, no qual os sinais de dados, endereço, controle e tensão de alimentação estão presentes. Módulos Especiais: podem ser contadores rápidos (1 ou mais de 5, 10 ou 100 kHz), interrupção por hardware, controlador de temperatura, PID, Coprocessadores (transmissão via rádio, posicionamento de eixos, sintetizador de voz, etc), de comunicação em rede, etc. Arquitetura de CLPs