FACULDADE NORTE CAPIXABA DE SÃO MATEUS
CURSO DE PEDAGOGIA
FERNANDA RIBEIRO SOUZA
PANMELLA BARBOSA ALTOÉ
ZILMARA SANTOS DA SILVA
EVASÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UM ESTUDO DE
CASO NA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO PIO XII.
SÃO MATEUS
2013
FERNANDA RIBEIRO SOUZA
PANMELLA BARBOSA ALTOÉ
ZILMARA SANTOS DA SILVA
EVASÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UM ESTUDO DE
CASO NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO PIO XII.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
programa de Graduação em Pedagogia da
Faculdade Norte Capixaba de São Mateus, como
requisito parcial para a obtenção de título em
Licenciatura plena em Pedagogia.
Orientadora: Prof.ª Polyana Ziviani Contarato.
SÃO MATEUS
2013
FICHA CATALOGRÁFICA
3
FERNANDA RIBEIRO SOUZA
PANMELLA BARBOSA ALTOÉ
ZILMARA SANTOS DA SILVA
EVASÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UM ESTUDO DE
CASO NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO PIO XII.
Monografia apresentada ao Programa de Graduação em Pedagogia da Faculdade Norte Capixaba de
São Mateus, como requisito parcial para obtenção da Licenciatura Plena em Pedagogia.
Aprovado em
de de 2013
COMISSÃO EXAMINADORA
__________________________________________________
Profª Polyana Ziviani Contarato
Faculdade Norte Capixaba de São Mateus
Orientador
_________________________________________________
Profª Polyana Ziviani Contarato
Faculdade Norte Capixaba de São Mateus
Avaliador
4
Agradecemos a Deus pela iniciativa e
perseverança que se fizeram brotar em
nossas vidas, pelo desafio enfrentado
incansavelmente nessa jornada. Também
aos nossos familiares por abdicar de
nossas presenças, nos compreendendo e
incentivando rumo à trajetória do sucesso.
5
Dedicamos exclusivamente a construção
deste trabalho ao nosso Deus, que mostra
o quanto ele é fiel para conosco a cada
dia.
Aos nossos familiares pelo apoio,
confiança, carinho, incentivo e nossas
incansáveis aflições.
A nossa orientadora Polyana Ziviani
Contarato, pela paciência e dedicação. As
professoras Carolina Dadalto e Josete
Pertel pelas incríveis dicas habilidosas
direcionando a uma proposta significativa.
6
Tudo tem o seu tempo determinado, e há
tempo para todo propósito debaixo do
céu.
Há tempo de nascer e tempo de morrer;
tempo de plantar, e tempo de arrancar o
que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo
de derribar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo
de prantear, e tempo de saltar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de
ajuntar pedras; tempo de abraçar, e
tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder;
tempo de guardar, e tempo de deitar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser;
tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de aborrecer;
tempo de guerra, e tempo de paz.
(Eclesiastes, 3:1-8).
7
RESUMO
O presente desenvolvimento deste trabalho tem por objetivo entender e descobrir os
reais motivos da Evasão Escolar na EJA haja vista um grande problema encontrado
no contexto escolar atual. Abordaremos neste respectivo trabalho o histórico da EJA,
o método Paulo Freire, a evasão escolar na EJA, a relação professor/aluno, dando
embasamento a uma construção do processo e etapas para o entendimento do
respectivo tema. Nessa pesquisa utilizou-se a pesquisa descritiva, exploratória,
bibliográfica e estudo de caso para averiguação dos resultados. Aplicou-se um
questionário para uma turma do primeiro, do segundo e do terceiro ano do segundo
segmento do Ensino Médio e também a um professor de cada turma, da Escola
Estadual de Ensino Fundamental e Médio “PIO XII”, com o intuito de ter uma
estimativa quanto ao tema proposto, bem como também ir à busca de informações
importantes que servirão de subsídio para o referido apresentado na temática.
PALAVRAS-CHAVES: Educação de Jovens e Adultos, Evasão Escolar, Paulo
Freire.
8
ABSTRACT
This development of this work aims to understand and discover the real motives of
School in EJA considering a major problem encountered in the context of current
school. Discuss their work in this history of the EJA, the Paulo Freire method, truancy
in EJA, the teacher /student relationship, giving a foundation building process and
steps to the understanding of the respective subject. In this research we used a
descriptive, exploratory, literature and case study to investigate the results. We
applied a questionnaire to a group of first, second and third year of the second
segment of the High School and also a teacher of each class, the State School of
Elementary and Secondary Education " Pius XII ", in order to have an estimate as to
the theme, and also go to find valuable information that will inform the above
presented the theme.
KEYWORDS: Education for Youth and Adults, Dropouts, Paulo Freire.
9
LISTA DE SIGLAS
CAEE - Centro de Atendimento Educacional Especializado
E.E.E.F.M - Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio
EJA – Educação de Jovens e Adultos
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Básica
MEC – Ministério da Educação e Cultura
MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização
PNAC – Programa Nacional de Alfabetização e Cidadania
10
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Qual o seu sexo?.....................................................................................38
Gráfico 2 - Faixa etária..............................................................................................39
Gráfico 3 - Estado civil...............................................................................................39
Gráfico 4 - Série estudada.........................................................................................40
Gráfico 5 - Quantidade de filhos.............................................................................. 40
Gráfico 6 - Como você percebe seu professor.........................................................41
Gráfico 7 - Incentivo dos pais para o estudo...........................................................41
Gráfico 8 - O que o/a levou a voltar a estudar..........................................................42
Gráfico 9 - Volta aos estudos, o que mudou............................................................42
Gráfico 10 - Primeira vez que estuda na EJA...........................................................43
Gráfico 11 - Gosto pelo estudo.................................................................................43
Gráfico 12 - Você trabalha........................................................................................44
Gráfico 13 – Com estudo regular a vida seria melhor............................................44
Gráfico 14 - Vontade de abandonar a EJA..............................................................45
Gráfico 15 - Perdeu ao abandonar os estudos.......................................................45
Gráfico 16 - Onde deseja ir com seus estudos?.....................................................46
Gráfico 17 - Escolher da EJA para lecionar............................................................47
Gráfico 18 - Papel do professor da EJA..................................................................48
Gráfico 19 - Desafio em lecionar na EJA.................................................................48
Gráfico 20 - Problemas/desafios encontrados com os alunos.............................49
Gráfico 21 - A EJA traz relevância para a vida?......................................................49
Gráfico 22 - Professor da EJA quais as maiores dificuldades?............................50
Gráfico 23 - Métodos utilizados para trabalhar em sala.........................................50
Gráfico 24 - Alunos que conseguem concluir a EJA..............................................51
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA ................................................................................. 14
1.2 DELIMITAÇÃO TEMA ......................................................................................... 15
1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ........................................................................ 16
1.4 OBJETIVOS ........................................................................................................ 16
1.4.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................. 16
1.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................ 16
1.5 HIPÓTESE .......................................................................................................... 17
1.6 METODOLOGIA .................................................................................................. 17
1.6.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA .......................................................................... 17
1.6.2 TÉCNICAS PARA COLETA DE DADOS ............................................................... 18
1.6.3 FONTES PARA COLETA DE DADOS.................................................................... 18
1.6.4 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA PESQUISADA .......................................... 19
1.6.5 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS .................................................... 19
1.6.6 TRATAMENTO E ANÁLISE DE COLETAS ......................................................... 20
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 21
2.1 HISTÓRICO DA EJA NO BRASIL ....................................................................... 21
2.2 MÉTODO DE PAULO FREIRE ........................................................................... 23
2.3 O PROCESSO DE EVASÃO ESCOLAR NA EJA ............................................... 29
2.4 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO DA EJA ......................................................... 33
3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS/ ESTUDO DE CASO ....................... 36
3.1 E.E.E.F.M “PIO XII” – OBJETO DE ESTUDO DA PESQUISA ............................ 36
3.2 APRESENTAÇÃO DOS DADOS ........................................................................ 36
3.2.1 QUESTIONÁRIOS RESPONDIDOS PELOS ALUNOS......................................... 37
3.2.2 QUESTIONÁRIOS RESPONDIDOS PELOS PROFESSORES ............................. 46
4 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO .................................................................... 51
4.1 CONCLUSÃO...................................................................................................... 51
4.2 RECOMENDAÇÃO ............................................................................................. 54
5 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 55
APÊNDICE ................................................................................................................ 59
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO PARA OS ALUNOS ............................................ 60
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO PARA OS PROFESSORES ................................ 62
12
1 INTRODUÇÃO
A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade de educação básica, que busca
a preparação do aluno, do tempo perdido, propiciando a continuidade aos estudos,
que envolve como campo abrangente questões sociais, econômicas, políticas e
culturais. Dessa forma é assegurado por lei o acesso à Educação de Jovens e
Adultos através da Lei 9.394 no “Art.37. A educação de jovens e adultos será
destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino
fundamental e médio na idade própria” (BRASIL 1996, p.50). De modo que a
educação de jovens e adultos busca um ensino de qualidade com foco no
aprendizado do aluno, e uma real mudança na qualidade de vida, visando a sua
realidade.
De certo que a Educação de Jovens e Adultos enfrentou e vêm enfrentado várias
dificuldades ao longo dos tempos. Desse modo, um dos principais desafios
encontrados na EJA é que ao adentrar na escola o aluno já possui uma bagagem de
vivências e histórias, nesse contexto são variedades de culturas que a escola deverá
abraçar.
É importante respeitar as “condições culturais” desse jovem e adulto. Eles precisam
ser entendidos de fato, envolvidos com o meio criando um elo de comunicação entre
o educador e o educando (GADOTTI, 2011).
Segundo Gadotti (2011, p. 39):
Ler sobre a educação de jovens e adultos não é suficiente. É preciso
entender, conhecer profundamente, pelo contato direto, a lógica do
conhecimento popular, sua estrutura de pensamento em função da qual a
alfabetização ou aquisição de novos conhecimentos têm sentido.
A educação de jovens e adultos não se baseia apenas em métodos, mas em
processos e condições de conhecimento em formar cidadãos autônomos, críticos,
reflexivos e capazes de buscar melhores condições de vida. Cabe ao educador criar
situações que aproximem as relações de trocas de aprendizado dando ênfase na
participação através da socialização.
13
Por
meio
das
experiências
vivenciadas
no
espaço
escolar
no
Estágio
Supervisionado I, de observação e participação na sala de aula no ano de 2012 na
EJA, verificou-se que não há uma efetiva comunicação entre os professores e
alunos, chamando à atenção ao distanciamento no aspecto que diz respeito a um
ambiente acolhedor, de um espaço e material adequado, de motivação, de
acompanhamento desse aluno. Nesse caso o educador tem um papel de suma
importância, pois ele precisa entender e conhecer o seu aluno, é necessário criar
oportunidades nas quais ocorra uma troca não só de perspectiva de vida, mas de
situações que preparam o aluno para o mundo. E tratando-se da Educação de
Jovens e Adultos é importante frisar que:
O professor é um educador... e, não querendo sê-lo, torna-se um
deseducador. Professor-instrutor qualquer um pode ser, dado que é
possível ensinar relativamente com o que se sabe; mas professor/educador
nem todos podem ser, uma vez que só se educa o que se é! (GADOTTI,
2011, p.71 e 72).
Assim o objetivo dessa monografia é compreender os motivos que levam a evasão
escolar e sua(s) influência(s) no existencial pedagógico educacional. Empregando
uma pesquisa bibliográfica e um estudo de caso a realizar-se em uma turma de cada
série, juntamente com os professores das respectivas turmas da Educação de
Jovens e Adultos, na E.E.E.F.M “PIO XII”, no Município de São Mateus/ES.
1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA
A educação passa pelo processo em que a sociedade forma seus membros a uma
determinada imagem e a uma determinada função ligada a seus próprios interesses.
A educação é essencial e é insubstituível. Dentre todas as práticas culturais
da vida humana e da experiência de sociedade como a nossa, dificilmente
alguma outra será tão insubstituível quanto à educação. (BRANDÃO, 2002,
p.18).
Desta forma, o homem faz-se um ser em desenvolvimento constante em que se
adapta ao meio em que vive e sobrevive, até porque precisa de uma instrução
formal onde possa contribuir para a formação profissional qualificada e para o seu
sucesso no futuro. É então através da escola que os jovens e adultos são orientados
a buscar essas melhores condições de vida. Assim, em justificativa serão apontados
14
elementos bastante preocupantes que atigem a modalidadede ensino da EJA Educação de Jovens e Adultos. De modo geral, os estudos/pesquisas procuram
analisar quais são as causas que resultam neste alto índice de evasão, a fim de
obter explicações por meio de pesquisas bibliográficas e questionários na escola da
rede estadual apenas no ensino médio da EJA.
A escolha do tema não foi para resolver ou reverter este quadro de evasão, até
porque isto demandaria um bom tempo, mas sim para conhecer estas respostas
acerca do índice de evasão escolar neste segmento.
Neste sentido, o presente trabalho pode contribuir para uma conscientização coletiva
em que a educação formal especialmente a de jovens e adultos aconteça de
maneira siginficativa e prazerosa, em que desperte a busca pelo conhecimento,
contribuindo assim para a formação educacional.
É importante lembrar que todos podem contribuir para o desenvolvimento da
Educação de Jovens e Adultos, permitindo que este aluno não vise somente à
capacitação formal, mas que desenvolva suas capacidades em busca de saberes,
descobrindo um novo mundo e que através das suas habilidades e competências
possa ter uma formação indispensável no meio social para o exercício da cidadania,
partindo do conhecimento cultural que já possui, refletindo sobre o que antes era
desconhecida na sociedade a qual pertence, pois o jovem e o adulto busca na
Educação de Jovens e Adultos recuperar o tempo perdido. Logo a importância desta
pesquisa é entender como acontece à evasão e quais suas causas específicas, já
que esta é também uma preocupação dos educadores, e é claro, despertar o
interesse em busca de possíveis soluções.
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA
Esta pesquisa delimita-se em verificar através de questionários direcionados ao
corpo discente e docente, os motivos do processo de evasão escolar em três
turmas: uma do primeiro, do segundo e do terceiro ano e os professores da
Educação de Jovens e Adultos, na E.E.E.F. M “PIO XII” do Ensino Médio, localizada
15
na Rua Cel. Constantino Cunha, nº 1890, no Centro da Cidade de São Mateus, ES,
no Município de São Mateus/ES durante o segundo semestre no ano de 2013.
1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
A Educação de Jovens e Adultos tem um longo caminho percorrido e infelizmente a
evasão faz parte desse contexto.
Sendo assim o problema estabelecido neste trabalho consiste no seguinte
questionamento: Quais os motivos que levam os alunos da EJA a evadirem na
escola E.E.E.F.M “PIO XII” em São Mateus/ES no segundo semestre no ano de
2013?
1.4 OBJETIVOS
1.4.1 OBJETIVO GERAL
Compreender os motivos da evasão escolar e sua(s) influência(s) no existencial
pedagógico educacional da E.E.E.F.M “PIO XII” São Mateus/ ES, no ensino da
Educação de Jovens e Adultos do Ensino Médio.
1.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Investigar os principais fatores da evasão escolar no Ensino Médio da EJA, na
E.E.E.F.M “PIO XII” São Mateus/ ES, buscando conhecer o perfil dos alunos através
da aplicação de questionário, verificando os seguintes aspectos:

Verificar em qual série acontece mais a evasão escolar na Educação de
Jovens e Adultos;

Observar como é o perfil do professor na EJA quanto a sua formação
profissional e acadêmico;
16

Entender quais os motivos que levam os alunos a optarem por estudar na
EJA.
1.5 HIPÓTESE
Acredita-se que ao final deste trabalho serão conhecidos os principais motivos da
evasão na modalidade EJA no Ensino Médio da E.E.E.F.M “PIO XII” no ano de
2013, tendo como tentativa buscar respostas sobre os principais aspectos a serem
investigados no contexto educacional, a respeito do corpo discente e docente.
1.6 METODOLOGIA
1.6.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa foi classifica em Descritiva, Exploratória e Explicativa, buscando uma
análise quantitativa acerca do assunto tratado.
A pesquisa Exploratória tem como objetivo: o levantamento de dados, através de
bibliografia, e estudo de caso, onde segundo GIL (2002, p.41) “pode-se dizer que
estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a
descoberta de intuições”. Logo, pois busca o aprimoramento do assunto estudado.
Na pesquisa Descritiva trata-se de analisar e interpretar os dados coletados através
de questionários aplicados. Na concepção de GIL (2002, p.42) “as pesquisas
descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre
variáveis”.
Já na pesquisa Explicativa visa estudar fenômenos, registros e interpretá-los,
explicando a razão dos questionamentos encontrados, na visão de GIL (2002, p.42)
“esse é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque
explica a razão, o porquê das coisas”.
17
1.6.2 TÉCNICAS PARA COLETAS DE DADOS
A pesquisa tem por finalidade buscar respostas na realidade e na aquisição de
conhecimentos. A abordagem metodológica adotada constitui-se em três: Pesquisa
Bibliográfica, Pesquisa de Campo e Estudo de Caso.
Uma das fontes enriquecedoras do conhecimento é a abordagem Bibliográfica que
se tem a oportunidade de conhecer as várias concepções de diferentes autores,
para GIL (2002, p. 44):
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora quase em
todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há
pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.
Na abordagem a Pesquisa de Campo é onde coleta dados, vivencia situações,
explora ambiente, investiga, observa os processos para maior compreensão do
assunto proposto. Segundo GIL (2002, p.53): “(...) a pesquisa é desenvolvida por
meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com
informantes para captar suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo”.
Através do Estudo de Caso usa-se a investigação para explorar e descrever um fato
ocorrido onde não se tem a exatidão de uma resposta. Logo GIL diz que:
Estudo de caso consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos
objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento,
tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já
considerados. (GIL, 2002, p. 54).
É através do estudo de caso que se levantam dados para uma possível solução de
problemas previamente observados.
1.6.3 FONTES PARA COLETA DE DADOS
A presente abordagem é caracterizada por fontes primárias por constituir de material
não elaborado, algo que não foi publicado, no caso dos questionários aplicados na
instituição escolar. Na concepção de Andrade:
18
Fontes primárias são constituídas por obras ou textos originais, material
ainda não trabalhado, sobre determinado assunto. As fontes primárias
englobam as obras que ainda não foram analisadas ou interpretadas e
constituem o subsídio das pesquisas documentais. ANDRADE (2001, p. 43).
Já fonte secundária retrata-se sobre o processo de materiais já elaborados e
publicados, tais como: livros, revistas, artigos, etc. Na visão de ANDRADE (2001, p.
43): “Fontes secundárias referem-se a determinadas fontes primárias, isto é, são
constituídas pela literatura originada de determinadas fontes primárias e constituemse em fontes das pesquisas bibliográficas”.
1.6.4 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA PESQUISADA
A pesquisa será realizada no universo que envolve três salas de aula contendo: uma
turma do primeiro ano, com vinte e dois alunos, uma turma do segundo ano, com
vinte oito alunos e uma turma do terceiro ano com vinte e três alunos do Ensino
Médio. Quanto aos professores será aplicado a um professor de cada sala, num total
de três professores, e aos alunos um total de setenta e três alunos, sendo a
aplicação dos questionários feitos com uma amostragem de uma pesquisa
ocorrendo no exercício do ano letivo de 2013.
1.6.5 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS
A realização da coleta de dados será por meio de um questionário para os alunos e
outro para os professores, da EJA na E.E.E.F.M “PIO XII”, em três turmas da
Educação de Jovens e Adultos, no Município de São Mateus/ES que será no
segundo semestre no ano de 2013.
Segundo Andrade:
Questionário é um conjunto de perguntas que o informante responde, sem
necessidade de presença do pesquisador. O formulário também é
constituído por uma série de perguntas, mas não dispensa a presença do
pesquisador. ANDRADE (2001, p. 148).
Desse modo o questionário possibilita a diagnosticar e auxiliar no levantamento de
possíveis questionamentos e a sua aplicabilidade será a possível resolução da
formulação do problema proposto na monografia.
19
1.6.6 TRATAMENTO E ANÁLISE DE COLETAS
As informações coletadas serão analisadas de forma quantitativa, de acordo com:
O processo de análise de dados envolve vários procedimentos, codificação
das respostas, seleção e tabulação dos dados. A codificação, análise e
tabulação para a obtenção de informações só se efetivam após a coleta de
dados. GIL (2002, p.125).
São através dos gráficos que se podem interpretar os dados coletados, é de suma
importância que essas informações estejam claras e objetivas para melhor
compreensão.
20
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 HISTÓRICO DA EJA NO BRASIL
A história da Educação teve início com a chegada dos jesuítas, aproximadamente
em 1549, tendo em vista a catequização de adultos com funções religiosas, tendo o
aspecto mais religioso do que o educacional.
Segundo Azevedo:
[...] Em dois séculos, ou precisamente, em 210 anos, que tanto se
entendem desde a chegada dos primeiros jesuítas até a expulsão da Ordem
pelo Marquês de Pombal, em 1759, foram eles quase os únicos educadores
do Brasil. (AZEVEDO, 1976 p. 9-11).
Com a chegada da família real ao Brasil, percebeu-se a necessidade de mão-deobra para atender e servir a realeza. Segundo Piletti (1988, p. 165) “a realeza
procurava facilitar o trabalho missionário da igreja, na medida em que esta
procurava converter os índios aos costumes da Coroa Portuguesa”.
Em 1881 foi intitulada a “Lei Saraiva” homenageando o então Ministro do Império
José Antônio Saraiva, através do Decreto nº 3.029, a Lei tinha por objetivo ser
responsável pela primeira reforma eleitoral do Brasil, conceder o “título de eleitor”,
aos homens, modo que proibia analfabeto ao voto, começou então a pensar que o
voto era de grande contribuição política, pois grande parte não sabia nem ler e
escrever (PAIVA, 1973).
Entre 1887 a 1897 no Império-República, grandes discussões na educação surgiram
tais como as “ligas contra o analfabetismo” que visava o direito ao voto e tendo o
Estado assumir suas reais obrigações em relação à educação, voltadas para
melhorias na qualidade do ensino, com intuito a população analfabeto. (PAIVA,
1973).
As discussões ainda não pararam segundo Paiva:
21
As reformas da década de 20 tratam da educação dos adultos ao mesmo
tempo em que cuidam da renovação dos sistemas de um modo geral.
Somente na reforma de 28 do Distrito Federal ela recebe mais ênfase,
renovando-se o ensino dos adultos na primeira metade dos anos 30.
(PAIVA, 1973, p.168).
Com a falta de políticas consistentes voltadas para a educação de jovens e adultos o
governo viu a necessidade de criar um “fundo destinado à alfabetização de adultos”,
pois o índice de analfabetismo surgiria em meados de 1940. Já em 1945 no final da
ditadura de Vargas, ocorreu o “movimento de fortalecimento dos princípios
democráticos do país”, (PORCARO, 2011).
No ano de 1949 na Dinamarca foi realizada a “I Conferência Internacional sobre a
Educação de Adultos”. Essa Conferência trouxe a ideia de uma educação de adultos
como uma “espécie de educação moral”, onde contribuiria para o “respeito aos
direitos humanos”. Já a “II Conferência Internacional” realizada em Montreal em
1963, baseava-se em dois enfoques: a “educação permanente, a educação de base
ou comunitária”. Na “III Conferência Internacional” em Tóquio em 1972, a educação
de adultos ficou entendida como “suplência da educação fundamental (escola
formal)”, e em Paris aconteceu “IV Conferência Internacional em 1985”
caracterizando-se pela “pluralidade de conceitos”, onde se discutiu temas
relacionados à educação de forma que proporcionasse melhorias no aspecto
técnico, pedagógico e metodológico da EJA, (GADOTTI, 2011).
De acordo com Gadotti (2011, p.43), a “história da educação de adultos dita, no
Brasil, poderia ser dividida em três períodos”:
1º De 1946, em que foram realizadas grandes campanhas nacionais de
iniciativa oficial, chamadas de “cruzadas”, sobretudo para “erradicar o
analfabetismo“, entendido como uma “chaga”, uma doença como a malária.
Por isso se falava em “zonas negras de analfabetismo”.
2º De 1958 a 1964. Em 1958 foi realizado o 2º Congresso Nacional de
Educação de Adultos, que contou com a participação de Paulo Freire. Partiu
daí a ideia de um programa permanente de enfrentamento do problema da
alfabetização que desembocou no Plano Nacional de Alfabetização de
Adultos, dirigido por Paulo Freire e extinto pelo Golpe de Estado de 1964,
depois de um ano de funcionamento. A educação de adultos era entendida
a partir de uma visão das causas do analfabetismo, como educação de
base, articulada com as “reformas de base“, defendidas pelo governo
popular / populista de João Goulart. Os CPCs (Centros Populares de
Cultura), extintos logo depois do golpe militar de 1964, e o MEB (Movimento
22
de Educação de Base) apoiado pela Igreja e cuja duração foi até 1969,
foram profundamente influenciados por essas ideias.
3º O governo militar insistia em campanhas como a “Cruzada do ABC”
(Ação Básica Cristã) e posteriormente, com o MOBRAL.
Nessa perspectiva o MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização) ficou
marcado na história da EJA, com finalidade de “redemocratização”, que visava o
“controle da população rural”. No ano de 1989 foi criada a “Comissão Nacional de
Alfabetização” com o então coordenador Paulo Freire, com intuito de preparar o
“Ano Internacional da Alfabetização (1990)”, GADOTTI (2011).
Ainda no ano 1990 foi lançado o PNAC (Programa Nacional de Alfabetização e
Cidadania), que proporcionou uma ambiciosa estratégia de mobilização nacional,
contudo o mesmo não foi instaurado devido à crise do governo do presidente
Fernando Collor, pelo impeachment. Tempo depois o MEC formalizou em destinar
mais recursos na educação infantil do que na EJA, objetivando reduzir a geração de
analfabetos. A União voltou a investir na EJA no ano de 1997, com o Programa
Alfabetização Solidária, que atendia os municípios com maiores taxas de
analfabetismo.
Todos esses fatos históricos contribuíram para uma mudança na educação da EJA,
tornando-a mais igualitária, focada na valorização do Adulto e do Jovem, e na
capacitação dos professores vinculados ao Programa/ Modalidade.
2.2 MÉTODO PAULO FREIRE
Tratar de Paulo Freire consiste em falar de libertação, conscientização e visão de
mundo transformado. Freire defendia os direitos do povo, daqueles que não tiveram
a oportunidade de fazer valer seus direitos como cidadãos. De acordo com Cecília
de Lora:
“Paulo Freire revela-nos de forma vivencial as exigências mais sutis do
processo de conscientização. Penso que o grande mérito de Paulo, o
mestre bondoso e estimulante, está precisamente em ser catalizador
honesto de uma série de inquietudes que se agitam em nosso meio.” [...].
(DE LORA, 2006, apud FREIRE, 2006, p. 10).
O método Paulo Freire era voltado para a realidade vivenciada do indivíduo, onde o
aluno identifica-se com a aprendizagem. Prezava por uma alfabetização que
23
estimulasse a criação, o desenvolvimento psicológico, emocional e social do aluno,
levando em consideração suas vivências, ou seja, um método inovador e
transformador. De acordo com Freire:
“Contradizendo os métodos de alfabetização puramente mecânicos;
projetávamos levar a termo uma alfabetização direta, ligada realmente a
democratização da cultura e que servisse de introdução; ou, melhor
dizendo, uma experiência susceptível de tornar compatíveis sua existência
de trabalhador e o material que lhe era oferecido para aprendizagem.”
(FREIRE, 2006, p. 47).
Desse modo, o processo de ensino deveria dar-se a partir da vivência da realidade
de cada aluno, de sua visão de mundo, onde o conteúdo da aprendizagem estivesse
de fato ligado ao processo de aprender. Passando assim por várias fases de
elaboração e aplicação do método, procurava-se abordar as palavras principais
dentro do universo e do dia a dia do grupo a ser pesquisado e trabalhado. O
processo passa por três etapas importantes: a etapa da investigação onde o
professor e o aluno buscam as palavras geradoras dentro do universo vocabular e
da sociedade na qual ele está inserido, a etapa de tematização, em que os alunos
aprendem a codificar e decodificar o significado das palavras tomando consciência
do mundo e a etapa da problematização, transformando o modo que esse aluno vê
para assim ter a possibilidade de mudar o contexto na qual ele vive.
“As palavras geradoras devem nascer desta procura e não de uma seleção que
efetuamos no nosso gabinete de trabalho, por mais perfeita que ela seja do ponto de
vista técnico” (FREIRE, 2006, p.49). Selecionando as palavras dentro do contexto
vocabular do aluno, criando e elaborando situações cotidianas que fazem parte da
realidade do grupo ao qual se trabalha. Desse modo o educando sente-se
familiarizado com o processo de ensino e aprendizagem, pois o que ele está
aprendendo faz parte de fato de sua vida cotidiana.
Através da metodologia de vivência do aluno, de acordo com Freire, é possível
perceber as dificuldades fonéticas desse grupo a partir da identificação das palavras
geradoras.
“(...) o educador propõe a visualização da palavra geradora, e não a
memorização, quando se visualiza a palavra e se estabelece o laço
semântico entre ela e o objeto a que se refere representado na situação,
mostra-se ao aluno por meio de outro diapositivo, a palavra sozinha sem o
24
objeto correspondente. Imediatamente depois apresenta-se a mesma
palavra separada em sílabas, que o analfabeto geralmente identifica como
partes. Reconhecidas as partes, na etapa da análise, passa-se a
visualização das famílias silábicas que compõe as palavras em estudo.”
(FREIRE, 2006, p.51).
Levando assim o educando a possibilidade de analisar e classificar as palavras, a
partir de uma sílaba e assim, identificar todo o resto da família fonética, formando a
palavra final. Desse modo produzindo, não somente o conhecimento, mas levando
ao reconhecimento, e a partir daí chegar a escrita.
Em um dos seus livros “Educação como Prática da Liberdade”, Freire (2011, p.48)
cita ainda, mais cinco fases para se executar a prática do método: o levantamento
do universo vocabular com quem se trabalha; a escolha das palavras selecionadas
do universo vocabular pesquisado; a criação de situações existenciais típicas do
grupo com que vai se trabalhar; a elaboração de fichas de roteiro que auxiliem os
coordenadores de debate no seu trabalho e a elaboração de fichas para a
decomposição das famílias fonéticas. Freire procurava através dessas fases
investigar e conhecer o educando para assim elaborar as atividades de forma que
eles pudessem identificar-se com o processo de aprendizagem, sentisse-se parte do
processo, e não meros reprodutores, mas sim, transformadores e agentes de sua
própria história.
Os conceitos e métodos a liberdade oferecida aos alunos segundo Freire é a:
“[...] matriz que proporciona sentido a uma educação que não pode ser
efetiva e eficaz senão na medida em que os educandos nela tomem parte
de maneira livre e crítica. Esse é um dos princípios essenciais da
organização dos círculos de leitura” [...] (FREIRE, 2006, p. 59).
Tendo mais liberdade de expressão o educando consegue transferir para o
educador a realidade a qual ele vive, de modo que consiga absorver desses
diálogos coletivos as reais necessidades de aprendizagem desse aluno, podendo
assim intervir de maneira qualitativa dando a necessária orientação.
Dessa forma, tem-se o foco voltado para a alfabetização em conjunto com a
conscientização, pois de nada adianta alfabetizar sem conscientizar, sem ampliar e
transformar a visão de mundo dos educandos. “Contribuindo para a vida social do
25
grupo”. “A conscientização tem por ponto de partida o homem brasileiro, o homem
do povo, com sua maneira própria de captar e de compreender a realidade,
captação e compreensão de tipo especialmente mágico” (FREIRE, 2006, p.60).
Despertando um novo olhar no analfabeto, levando-o a compreender que a falta de
conhecimento não precisa ser eterna e que ignorância total não existe. Assim, todos
podem aprender e desenvolver suas capacidades e habilidades por mais difícil que
se pareça a princípio.
Segundo Brandão:
Falo sobre como o método educa enquanto se constrói e, portanto, falo de
método como um processo, com as sequências e etapas que ele repete a
cada vez; como uma história coletiva de criar e fazer, que é sua melhor
ideia (BRANDÃO, 2006, p.15).
Para Paulo Freire não bastava apenas ensinar, a aprendizagem precisava estar
ligada ao processo de criação e inovação, um aprendendo com a experiência do
outro, ensinava-se coletivamente, trazendo a realidade vivenciada pelo povo no dia
a dia, para a sala de aula por meio dos círculos de cultura.
Paulo Freire pensou que um método de educação construído em cima da
ideia de um diálogo entre educador e educando, onde há sempre partes de
cada um no outro, não poderia começar com o educador trazendo pronto,
do seu mundo, do seu saber, o seu método e o material da fala dele.
(BRANDÃO, 2006, p.21).
Ninguém é detentor do saber; sempre haverá algo novo para aprender, o processo
de ensino e aprendizagem é longo e contínuo. Por isso criou-se o círculo de cultura,
onde se aprendia coletivamente.
Círculo, porque todos estão a volta de uma equipe de trabalho que não tem
um professor ou um alfabetizador, mas um animador de debates, que como
um companheiro alfabetizado, participa de uma atividade comum em que
todos se ensinam e aprendem [...]. De cultura porque muito mais do que o
método individual de “saber ler e escrever”, o que círculo produz são modos
próprios e novos, solidários, coletivos de pensar. E todos juntos aprenderão,
de fase em fase, de palavra a palavra, que aquilo que constroem e uma
outra maneira de fazer a cultura que os faz, por sua vez, homens sujeitos,
seres de história-palavras e ideias-chaves no pensamento de Paulo Freire.”
(BRANDÃO, 2006, p.44).
26
Através das fichas de cultura era possível levar o educando a reler o mundo, com
desenhos que faziam parte da realidade daquele povo, e também, com perguntas
simples sobre o desenho, que os levavam a refletir e a pensar sobre a razão das
coisas, e assim, mudando e transformando o modo no qual esses educandos
enxergavam o mundo. Por meio do círculo de cultura, eles tinham a oportunidade de
se reunir em grupos para discutir e procurar soluções para os problemas diários da
vida cotidiana. A democratização da cultura disse certa vez um desses anônimos
mestres analfabetos, tem que partir do que somos e do que fazemos como povo.
Não do que pensam e querem alguns de nós (BRANDÃO, 2006).
O conceito de círculo de cultura tinha a mesma concepção que hoje temos na EJA,
ou seja, a concepção de transformar a visão de mundo desses educandos, levandoos a ter novas perspectivas de vida, enxergando o mundo de outra forma, para que
assim eles se sintam autores da própria história.
O objetivo do círculo de cultura era provocar o diálogo e a clareza da consciência,
incentivando o educando a escrever em casa todas as palavras que foram capazes
de gerar, procurando sempre respeitar o ritmo de cada um, não forçando nem
exigindo. O mesmo trabalho coletivo de construir o método, a cada vez, deve ser
também o trabalho de ajustar, inovar e criar a partir dele (BRANDÃO, 2006, p. 68).
Após o diálogo gerado através do círculo de cultura, os educandos eram
incentivados a pensar e a repensar sobre o que fora aprendido, para que assim o
aprendizado não ficasse somente no círculo de cultura, mas fosse levado para o
cotidiano, o dia a dia de cada um deles. Como as palavras geradoras eram palavras
do cotidiano, faria com que automaticamente eles ligassem uma coisa a outra, esse
processo era feito de forma lenta, respeitando as limitações de cada um, a
aprendizagem ia surgindo aos poucos.
No círculo de cultura era inserido tudo aquilo que faz parte da vida da comunidade e
da localidade. Cada aluno já vem com conteúdos do seu cotidiano, cabe ao
educador saber trabalhar isso em sala de aula, para tornar esse educando um
sujeito alfabetizado/letrado; ou seja, alguém que conhece e entende de fato o mundo
ao qual está inserido. “Mundo este, ao qual o aluno está inserido, reflete na
27
aprendizagem de cada um, por isso é tão relevante à leitura anterior do mundo.” O
método de alfabetização de adultos do professor Paulo Freire não representa mais
do que a fase inicial de um longo processo dentro do sistema de educação”.
(BRANDÃO, 2006 p.81).
A partir do método Paulo Freire, iniciou-se o processo de educação de Jovens E
Adultos, porém, esse processo é longo e demorado, pois requer toda uma mudança
no sistema educacional. Requer uma educação voltada especialmente para jovens e
adultos, que realmente fale a linguagem desses educandos.
Não basta somente ensinar, mas sim preparar o educando para a vida em
sociedade, para a cidadania, de modo que ele venha desenvolver o senso crítico
reflexivo para entender e compreender o real motivo e o porquê das coisas e não
apenas reproduzir, mas aprender a pensar e questionar o que pensou. De forma que
ele entenda que é o principal sujeito de sua história.
O educador tem como trabalho “reinventar” a educação. Há uma proposta
politicamente humana: a de criar com o poder do saber do homem libertado, um
homem novo, livre também de dentro para fora. Trabalhando e alfabetizando com
amor, diálogo e compreensão, Paulo Freire fez história, e atualmente, seus métodos
são utilizados no processo de ensino e aprendizagem na educação de jovens e
adultos (BRANDÃO, 2006 p.85).
O método Paulo Freire era voltado para a libertação do homem, libertação esse a
qual ele se referia, era a libertação do homem com relação a sua visão de mundo, a
partir do momento em que esse homem começava a ler e escrever, ele se renovava,
descobria um mundo antes não visto por ele. Freire usava o amor e acreditava que é
a partir do diálogo que se percebe as reais necessidades para assim procurar
coletivamente a solução.
Poucas vezes, em toda a história da educação, um mero “processo de
alfabetização” atingiu tantas pessoas e ocasionou tamanha discussão. Poucas
vezes, também um método, vinte anos depois de sua criação, continuou a gerar
conhecimento com a mesma força e vida de seu início. Mais que um simples
28
processo de alfabetização, Paulo Freire criou uma prática pedagógica. Cujo
embasamento político obrigou a própria educação, a repensar-se a reconhecer em
cada indivíduo um agente da história (BRANDÃO, 2006).
A forma de alfabetizar de Paulo Freire é tão importante para a nossa educação que
venceu o tempo, fez com que os métodos pedagógicos fossem repensados de forma
a qual a educação começasse a entender que é o indivíduo que constrói sua própria
história, e até hoje esse método é utilizado com a mesma eficácia do início,
logicamente com algumas adaptações, mas ajudando a muitas pessoas a se
reconhecerem como agentes construtores e reconstrutores de sua história.
2.3 O PROCESSO DE EVASÃO ESCOLAR NA EJA
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino da rede pública
que visa garantir as pessoas que não tiveram acesso ao ensino regular na idade
apropriada a dar continuidade aos estudos.
A Legislação Brasileira diz:
Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios
de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o
pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1997, p.2).
A respeito disso, é possível compreender que educação é dever da família, Estado e
escola visando à permanência do aluno. Como diz no Art. 37º LDB/96: “A educação
de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade
de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria”.
Mas com o passar dos anos o mercado de trabalho vêm avançando e surgem as
novas tecnologias, em que essas exigem mais mão de obra qualificada. Dessa
forma, várias famílias que se situavam nas zonas rurais foram morar nos centros
urbanos. Com mudanças ocorridas, exigiam-se mais conhecimentos e maior
escolarização e dessa forma precisariam voltar à escola básica. A partir daí, surge o
reingresso do adulto as turmas da EJA.
A educação permite ir em busca de uma vida mais equilibrada permitindo a
esses adultos buscar uma melhoria de vida. Para que aumentem as
29
possibilidades individuais de educação, e para que se tornem universais, é
necessário que mude o ponto de vista dominante sobre o valor do homem
na sociedade, o que só ocorrerá pela mudança de valoração atribuída ao
trabalho. Quando o trabalho manual deixar de ser um estigma e se
converter em simples diferenciação do trabalho social geral, a educação
institucionalizada perderá o caráter de privilégio e será um direito
concretamente igual para todos. (Pinto, 2000, p.37).
Haja vista que, a Educação de Jovens e Adultos reflete bastante na vida dos adultos
ingressantes, abrindo cada vez mais espaço trazendo assim mais significado em
busca de novos conhecimentos, fazendo-os refletir sobre a importância de ir à busca
do crescimento pessoal.
A estrutura da Educação Brasileira com toda a sua diversidade vem garantir uma
educação que se organiza e se distribui de diversas formas.
Deste modo, a educação no Brasil tem passado por grandes mudanças começando
pela educação básica, levando no desenvolvimento de uma escolarização mais
qualitativa.
A Educação Básica no Brasil se destina as crianças com até três anos de idade,
sendo que na pré-escola se destina a crianças com 4 e 5 anos dessa forma
denomina-se Educação Infantil.
Dos seis anos de idade em diante, dá-se início a educação formal em que o
conhecimento do aluno se aproxima em diversos assuntos de modo geral e científico
dando continuidade ao durante todo o Ensino Fundamental.
O Ensino Fundamental nos dias atuais têm duração de 9 anos se estendendo do 1º
ao 9º ano obrigatório na constituição descrito na lei Nº 11.274 oportunizando maior
tempo na aprendizagem e mais qualidade no ensino.
E por fim, o Ensino Médio com duração de três anos, não há uma obrigatoriedade
descrita na constituição que descreve no artigo 208: “[...] II- progressiva
universalização do ensino médio gratuito.” (BRASIL, 2006, p.102). A obrigatoriedade
no Ensino Médio é, portanto responsabilidade do Estado.
30
No entanto, o abandono nesta última modalidade é maior devido a não
obrigatoriedade deste ensino. Entretanto, em 2003 o MEC – (Ministério da Educação
e Cultura) propunha que a alfabetização de Jovens e Adultos passaria a ser
prioridade do Governo Federal.
Para compreender sobre a evasão escolar se tem em vista que não é um caso
isolado, mas um termo preocupante e que pode vir a produzir uma série de
determinantes que causa efeito na produtividade da vida escolar.
Deste modo fica em evidência a importância que a educação de jovens e adultos
representa na vida dos ingressantes, pois assim têm-se a oportunidade de recuperar
o que lhe é de direito.
[...] defasado em relação aos processos educativos com as novas
tecnologias; com falta de qualidade dos serviços oferecidos; com falta de
relação entre os currículos e a realidade social; com iniquidade de acesso e
permanência nas escolas. (GÓMEZ, 1999, p.35-7)
Tais aspectos acompanham a trajetória dos alunos da EJA, e de certa forma pode
vir a ter grandes influências no que diz respeito ao processo escolar.
Os alunos da Educação de Jovens e Adultos ao integrarem-se, tendo isso por
direito, buscam a princípio satisfazer suas particularidades no que diz respeito à
escolarização. Em se tratando de Evasão Escolar, ARROYO relata:
“Na maioria das causas a evasão escolar tem a responsabilidade de atribuir a
desestruturação familiar, e o professor e o aluno não têm responsabilidade para
aprender, tornando-se um jogo de empurra.” (ARROYO, 1997, p.23).
Sabe-se que muitos são os fatores que levam a evasão, mas é importante a escola
estar preparada tanto para receber quanto para formar os adultos ingressantes, pois
estes estão em busca de novas oportunidades.
Segundo ARROYO:
“(...) os jovens e adultos continuam vistos na ótica das carências escolares:
não tiveram acesso, na infância e na adolescência, ao ensino fundamental,
ou dele foram excluídos ou dele se evadiram; logo propiciemos uma
segunda oportunidade”. (ARROYO, 2006, p.23).
31
A grande questão em evidência quando se trata de evasão, sem deixar de citar as
questões sociais, econômicas, políticas e culturais, poderá ter muito a ver com o que
a não permanência na EJA causa na vida desses adultos e estar na EJA propicia
uma nova oportunidade de vida.
E pensando nessa problemática à medida que isso acontece mais cresce o número
de jovens e adultos que ainda não completaram a educação básica na idade correta.
Carlos Cury aponta no artigo “Direito a Educação direito à igualdade, direito à
diferença” que:
O direito à educação escolar é um desses espaços que não perderam e
nem perderão sua atualidade. Existe garantia ao acesso dos cidadãos à
educação básica. Afinal, a educação escolar é uma dimensão fundante da
cidadania, e tal princípio é indispensável para políticas que visam à
participação de todos nos espaços sociais e políticos e, mesmo, para
reinserção no mundo profissional. O contorno legal indica os direitos, os
deveres, as proibições, as possibilidades e os limites de atuação, enfim:
regras. Tudo isso possui enorme impacto no cotidiano das pessoas, mesmo
que nem sempre elas estejam conscientes de todas as suas implicações e
consequências. (CURY, 2002, p. 245-246).
Por outro lado, para que se possa superar o fracasso escolar é necessário o
investimento em alternativas de modo que o educando possa se desenvolver na
sociedade.
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação a LDB:
A educação nacional é inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de
solidariedade humana, objetiva o pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o serviço responsável da cidadania e sua qualificação para o
trabalho. (BRASIL, Lei nº 9.394/96 Art. 2º 1996).
Muito mais que ensinar a ler e escrever são também ter a preocupação em inseri-los
no processo educacional, valorizando a experiência que este aluno já traz consigo
ao longo da vida para que ele possa se sentir alguém importante e que possa ter
uma visão de novas perspectivas de vida.
32
2.4 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO DA EJA
A Educação de Jovens e Adultos permeia por um processo, que visa uma efetiva
relação de respeito de se colocar no lugar do outro tanto do aluno quanto do
professor. Nessa perspectiva ambos os papéis estão interligados, necessitando
assim de um melhor desenvolvimento no processo educacional. Nesse aspecto o
que o professor precisa ensinar e o que o aluno precisa aprender?
O professor dentre muitos atributos que possui, precisa buscar significado dentro
das diferentes situações de aprendizagem desenvolvendo com seus alunos as
competências para um melhor aprendizado. É importante trazer as suas realidades
várias alternativas e refletir sobre cada uma delas na prática em diferentes situações
e buscando pensar no seu educando em sua totalidade, “a noção de professor
reflexivo vivenciadas em sala de aula baseia-se na consciência da capacidade de
pensamento e reflexão que caracteriza o ser humano como criativo e não mero
reprodutor de ideias e práticas que lhe são exteriores”. (ALARCÃO, 2011, p. 44).
O perfil desse educador vai além de conhecimentos adquiridos, na verdade vai ao
encontro no desempenho das suas funções no cotidiano, estando em contato com o
educando e de como esta relação acontece.
Segundo Augusto Cury:
O educador tem como trabalho levar seu aluno a pensar, a desenvolver
autonomia, senso crítico, mas sem esquecermos que estamos ensinando
pessoas, sendo assim não se pode deixar de humanizar a educação,
levando em consideração o educando no seu total. (CURY, 2013, p.57).
Para que o educar aconteça é imprescindível que o contexto em que o educando
está inserido se desenvolva, neste conceito o papel do educador além de
proporcionar meios e alternativas de aperfeiçoamento intelectual e cognitivo está
também em cumprir com o seu papel social.
O educador/professor necessita estar ao lado de seu educando buscando
compreender, e acompanhar seu desempenho. Esforçando – se em formar
reconhecer a sua identidade e aperfeiçoar a sua consciência crítica e visão de
33
mundo direcionando a buscar e compreender qual o seu verdadeiro papel de
educador da EJA.
Buscar conhecer o aluno é um pré-requisito para uma boa relação, assim evidenciase um avanço da qualidade no processo de ensino-aprendizagem. Este conhecer só
acontece através da afetividade nas relações, em que um respeita o limite e o
espaço do outro possibilitando assim, uma consonância que vai muito além de mais
um aprendizado, mas no encontro em benefício de reconhecimento da consciência e
autonomia.
Quando o educador se preocupa com seu educando está cumprindo com o seu
papel e deste modo à relação entre ambos pode refletir positivamente no processo
de aprendizagem. Assim, o educador em potencial tem a tarefa de preparar o
educando para a sociedade pensando nele como alguém com potencial.
Esta relação professor/aluno é de grande importância, pois consiste em encaminhálo a vida, de modo a identificar qual é a sua contribuição no meio social, a partir da
autoconsciência, “(...) exerce o papel de um dos mediadores sociais entre o
universal da sociedade e o particular do educando” (LUCKESI, 1994, p.15).
No processo de ensino e aprendizagem da EJA não é somente o educando que
aprende, a aprendizagem é construída com a troca de experiências de educandos e
educador, ambos fazem parte desse processo, e através do diálogo é possível obter
essa troca de experiência.
Com tudo o que pesquisamos e com toda a nossa vivência na modalidade da EJA,
percebemos que o educador, o aluno e a escola precisam estar em sintonia. O aluno
da EJA não pode ser tratado como criança, não se pode simplesmente pegar um
plano de aula qualquer com conteúdos do Ensino Fundamental Regular e aplicar
para eles, afinal estamos educando adultos, é preciso que se diferencie o modo de
ensino e aprendizagem para esse público, esse processo de educação de jovens e
adultos é chamado de Andragogia como definiria Cavalcanti (1999):
34
A Andragogia significa, portanto, “ensino para adultos”. Um caminho
educacional que busca compreender o adulto desde todos os componentes
humanos, e decidir como um ente psicológico, biológico e social. Busca
promover o aprendizado através da experiência, fazendo com que a
vivência estimule e transforme o conteúdo, impulsionando a assimilação.
(CAVACANTI, 1999, p. 67).
No entanto sabemos que ainda existem muitas barreiras na Educação de Jovens e
Adultos, barreiras essas que com o passar dos tempos estão sendo superadas,
porém ainda tem muito que melhorar no que se refere a investimentos.
O educando entende que ele faz parte do mundo em vive e que é responsável pelas
mudanças que ocorrem em sua vida, sendo capaz de construir e reconstruir sua
história da melhor forma e quando quiser.
Assim, a aprendizagem acontece de modo motivador e com significado em uma
relação direta em que é possível expressar a autenticidade do indivíduo enquanto
agente ativo em seu meio social.
35
3
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS / ESTUDO DE
CASO
3.1 E.E.E.F.M “PIO XII” – OBJETO DE ESTUDO DA PESQUISA
A Escola “PIO XII” fica localizada na Rua Cel. Constantino Cunha, nº 1890, no
Centro da Cidade de São Mateus, ES. A instituição se caracteriza por três turnos
ofertando: o Ensino Fundamental do1º ao 9º ano no turno (matutino e vespertino),
tendo o CAEE- Centro de Atendimento Educacional Especializado (Deficiente
Auditivo) no turno (matutino e vespertino) e Educação de Jovens Adultos (Ensino
Médio - noturno). A Escola contempla uma clientela no total de novecentos alunos, e
compõem a equipe de noventa funcionários.
A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “PIO XII”, foi criada pelo Decreto
nº 723 de 04 de Agosto de 1959, constituída de 6 (seis) classes excedentes do
Grupo Escolar Amâncio Pereira e recebeu esse nome e homenagem ao Papa Pio
XII, o Papa da paz, falecido naquele mesmo ano. A primeira diretora foi à professora
Maria Iêda Laordello Lê, designada pela Portaria nº 924 de Agosto de 1959, até
chegar a atual diretora Divana Maria Marquezine se passaram 11 diretores.
A clientela da Escola “PIO XII” são de alunos moradores em bairros vizinhos, dentre
eles: Aviação, Ideal, Porto e também alunos que residem no meio rural e em bairros
mais distantes que vem da Ilha de Guriri, Pedra D’ Água, Nativo de Barra Nova,
Meleira, Liberdade, Areinha, Cerejeira, Litorâneo, Vila Nova, Bom Sucesso, São
Jorge, e dos municípios de Conceição da Barra.
3.2 APRESENTAÇÃO DOS DADOS
A amostra dos alunos pesquisados é composta de setenta e três alunos, e dos
professores pesquisados são três, sendo cada um de uma turma, da Escola
Estadual de Ensino Fundamental e Médio “PIO XII”, do município de São Mateus –
ES.
36
3.2.1 QUESTIONÁRIOS RESPONDIDOS PELOS ALUNOS
O questionário foi aplicado aos
a alunos no período noturno da Escola Estadual de
Ensino Fundamental e Médio “PIO XII”, da zona urbana da cidade de São Mateus
MateusES, com o objetivo de analisar quais os reais motivos da evasão escolar na EJA
nessa respectiva cidade.
1 – QUAL O SEU SEXO?
Gráfico 1 - Qual o seu sexo?
De acordo com o gráfico 1 a demanda é em maior parte
parte no sexo feminino. No
primeiro e no terceiro ano apresenta uma porcentagem de 32,5% no feminino, já no
segundo ano a porcentagem é 35% no feminino e 42% no masculino.
37
2 – QUAL DESSA FAIXA ETÁRIA VOCÊ SE ENQUADRA?
Gráfico 2 - Faixa etária
No gráfico 2 os ingressantes em sua maioria estão entre 18 a 25 anos de idade nas
três séries pesquisadas. Na idade de 26 a 50 anos a maior procura está no segundo
ano, esse número cai de forma relevante no terceiro ano do ensino médio.
3 – QUAL O SEU ESTADO CIVIL?
90,0%
83%
80,0%
70,0%
55%
60,0%
SOLTEIRO
50,0%
CASADO
40,0%
30,0%
34%
37,4%
36%
DIVORCIADO
28,6%
OUTROS
17%
20,0%
9%
10,0%
0%
0%
0%
0%
0,0%
1° ANO
2 ° ANO
3° ANO
Gráfico 3 - Estado civil
De acordo com o gráfico 3 mostra que a maioria do solteiros está no terceiro ano
equivalente a 37,4%, já no primeiro ano a grande maioria são casados com
estimativa de 55%, no quesito divorciado o segundo ano abrange 83% em maior
quantidade.
38
4 – QUAL A SUA SÉRIE?
ANO
38%
40%
35%
32,0%
30%
30%
25%
20%
ANO
15%
10%
5%
0%
1° ANO
2 ° ANO
3° ANO
Gráfico 4 - Série estudada
O gráfico 4 afirma que a maior quantidade dos alunos estão cursando o segundo
ano do ensino médio com 38%.
5 – QUANTIDADES DE FILHOS?
Gráfico 5 - Quantidade de filhos
O gráfico 5 enfatiza que o terceiro ano 40% não tem filhos, já no segundo ano
predomina 42% de um a dois filhos, nesta mesma série, apresenta também alunos
com 3 a 4 filhos com estimativa de 75% em sua maioria.
39
6 – COMO VOCÊ PERCEBE SEU PROFESSOR?
60%
54%
50%
40%
30%
31%
29%
32%
37%
36%
34%
Uma pessoa comum
32%
Uma pessoa despreparada
Um facilitador
Um mes tre
20%
15%
10%
0%
0%
0%
0%
1° ANO
2 ° ANO
3° ANO
Gráfico 6 - Como você percebe seu professor
O gráfico 6 acima afirma que o terceiro ano percebe seu professor como uma
pessoa comum com 37%, no segundo ano 54% dos alunos observa o professor
como um facilitador e ainda no segundo ano 36% visualiza o professor como um
mestre.
7 – VOCÊ TEM INCENTIVO DOS SEUS PAIS PARA ESTUDAR?
80%
67%
70%
60%
50%
SIM
40%
34,5%
31%
30%
34,5%
NÃO
22%
20%
11%
10%
0%
1° ANO
2 ° ANO
3° ANO
Gráfico 7 - Incentivo dos pais para o estudo
Conforme a análise do gráfico 7 os alunos do segundo e terceiro ano tem incentivo
dos pais com 34,5%, já no primeiro ano apenas 31% tem este incentivo. Já no
segundo ano 67% não tem incentivo em comparação ao primeiro e segundo ano
com estimativa de 22% e 11%.
40
8 - O QUE O/A LEVOU A VOLTAR A ESTUDAR?
Gráfico 8 - O que o/a levou a voltar a estudar.
O gráfico 8, segundo os dados analisados nota-se
nota se que a maioria dos alunos
voltaram a estudar por necessidade no primeiro e no terceiro com 38,5%, no
segundo ano apresenta uma necessidade pelo trabalho com 50% e vontade própria
no primeiro e segundo ano com 36%.
9 – COM A VOLTA AOS ESTUDOS, O QUE MUDOU EM SUA VIDA?
Gráfico 9 - Volta aos estudos, o que mudou.
Ao realizarmos a analise do gráfico 9 acima, percebemos que inicialmente no
segundo e terceiro ano 38% dos alunos decidiram voltar para ter oportunidade de
emprego melhor com a volta aos estudos. No segundo 40% sentiu-se
sentiu se melhor como
pessoa. Já no primeiro e terceiro ano disseram que não sentiram nada com o
retorno abrangendo a porcentagem de 40%.
41
10 - É A PRIMEIRA VEZ QUE ESTUDA NA EJA?
Gráfico 10 - Primeira vez que estuda na EJA
O gráfico mostra que os alunos no primeiro ano em maior número já estudaram na
EJA no primeiro com 20%, no segundo ano com 35% e no terceiro ano com 45%.
No primeiro e segundo ano 42% não frequentou anteriormente a EJA.
11 – VOCÊ GOSTA DE ESTUDAR?
Gráfico 11 - Gosto pelo estudo
No gráfico 11, acima percebe-se
percebe
nitidamente que a maioria
oria dos alunos no segundo
ano respondeu que gostam de estudar com 44%, sendo que, no primeiro com 29% e
terceiro com 27%. No primeiro ano 40% e no terceiro ano 60% responderam que
não gostam de estudar.
42
12 – VOCÊ TRABALHA?
Gráfico 12 - Você trabalha
A análise do gráfico 12 nos mostra que a maioria dos alunos no terceiro ano, ainda
não trabalha com 52% sendo que no primeiro ano com 30% e segundo com 18%.
Os que não trabalham 55% estão no segundo ano, 30% no primeiro e metade deste
valor no terceiro ano com apenas 15%.
13 – SE VOCÊ ESTIVESSE ESTUDADO REGULARMENTE SUA VIDA SERIA MELHOR?
Gráfico 13 – Com estudo regular a vida seria melhor
O gráfico acima diz que 47% dos alunos no segundo ano afirmam que se estivesse
estudado regularmente sua vida seria melhor, já no primeiro ano 60% diz que não
seria melhor a vida, e 50% no terceiro ano disseram que talvez mudasse.
43
14 – EM ALGUM MOMENTO SENTIU VONTADE DE ABANDONAR A EJA?
Gráfico 14 - Vontade de abandonar a EJA
O gráfico 14 mostra que parte dos alunos do primeiro 27%, no segundo ano 43% e
terceiro ano 30% sentiram vontade de abandonar a EJA. Dos que não sente
sentem
vontade em abandonar a EJA 24% estão no primeiro ano, 41% estão no segundo
ano e no terceiro ano 35%.
15 - O QUE VOCÊ PERDEU AO ABANDONAR OS ESTUDOS?
60%
56%
48%
50%
42%
40%
33%
30%
SIM
29%
30%
28%
NÃO
24%
TALVEZ
20%
11%
10%
0%
1° ANO
2 ° ANO
3° ANO
Gráfico 15 - Perdeu ao abandonar os estudos
No gráfico 15 os dados coletados nos mostra que no primeiro ano 30% ,segundo
ano 42% e no terceiro ano 28% afirma perder uma etapa na vida, a maioria dos
alunos no segundo ano com 56% disseram que não perderam e no terceiro ano com
48% a maioria disseram que talvez perdessem.
44
16 – ATÉ ONDE VOCÊ DESEJA IR COM SEUS ESTUDOS?
Gráfico 16 - Onde
de deseja ir com seus estudos
A análise do gráfico acima nos afirma que a maioria dos alunos no segundo ano
50% deseja concluir o ensino médio e também nesta mesma série a maioria com
39% pretende fazer faculdade e 40% dos alunos do primeiro ano querem fazer até
pós-graduação.
45
3.2.2 QUESTIONÁRIOS RESPONDIDOS PELOS PROFESSORES
O questionário foi aplicado para os professores no período noturno, da Escola
Estadual de Ensino Fundamental e Médio “PIO XII”, da zona urbana da cidade de
São Mateus-ES,
ES, com o objetivo de analisar quais os reais motivos da evasão escolar
na EJA nessa respectiva cidade.
17 - O QUE O LEVOU A ESCOLHER A EJA PARA LECIONAR?
Gráfico 17 - Escolher da EJA para lecionar
De acordo com a análise do gráfico 17 nota-se
nota
que cerca de 67% dos professores
optou por lecionar na EJA por identificar-se
identificar se com a modalidade. Destes apenas 33%
escolheram a EJA por indisponibilidade de vagas em outras modalidades.
46
18 – QUAL O PAPEL DO PROFESSOR AO LECIONAR NA TURMA DA EJ
EJA?
80%
70%
67%
60%
ESTIMULAR A APRENDIZAGEM
50%
40%
DINAMISMO
33%
COMPREENDER A REALIDADE DO
ALUNO
30%
TRANSMITIR CONTEÚDOS
20%
10%
0%
0%
0%
PROFESSORES
Gráfico 18 - Papel do professor da EJA
Nota-se
se no gráfico acima que o maior percentual de professores atingindo 67%
acredita que o papel do professor ao lecionar na EJA é estimular a aprendizagem,
enquanto que 33% acredita que é preciso ser dinâmico.
dinâmico
19 – QUAL O SEU MAIOR DESAFIO EM LECIONAR COMO PROFESSOR DA
EJA?
Gráfico 19 - Desafio em lecionar na EJA
Neste gráfico, 67% dos professores da EJA veem como maior desafio em lecionar
nesta modalidade a evasão escolar e 33% acredita que seja o fator desânimo.
47
20 – QUAIS OS MAIORES PROBLEMAS/DESAFIOS ENCONTRADOS COM RELAÇÃO AOS
ALUNOS DA EJA?
Gráfico 20 - Problemas/desafios encontrados com os alunos
Considerando os dados acima o maior motivo para que a evasão ocorra, é o
cansaço físico dos alunos com 67%. Apenas 33% acredita
redita que seja o horário de
início das aulas.
21 – VOCÊ ACREDITA QUE A EJA TRA
TRAZ RELEVÂNCIA PARA A VIDA PESSOAL
L DOS ALUNOS?
Gráfico 21 - A EJA traz relevância para a vida
O gráfico mostra que 100% dos entrevistados acreditam que a EJA trouxe relevância
para a vida dos alunos.
48
22 – ENQUANTO O PROFESSOR DA EJA QUAIS AS MAIORES DIFICULDADES
LDADES QUE VOCÊ TÊM
ENCONTRADO?
Gráfico 22 - Professor da EJA quais as maiores dificuldades
Os dados do gráfico acima mostram que as maiores dificuldades encontradas
lecionar como professor da EJA ainda destaca-se
destaca se o fator evasão escolar com 67% e
o desinteresse dos alunos com apenas 33%.
23 – QUAIS OS MÉTODOS
OS QUE VOCÊ UTILIZA PARA TRABALHAR COM OS SEUS ALUNOS DA
EJA?
Gráfico 23 - Métodos
todos utilizados para trabalhar em sala
Segundo a análise do gráfico, 67% dos professores afirmam que os métodos mais
utilizados para trabalhar em sala com os alunos da EJA, são: revistas, jornais e
dinâmicas, sendo que 33% afirmam utilizar como métodos aulas,
aulas, apostilas e livros.
49
24 – APROXIMADAMENTE, QUANTOS % DE ALUNOS CONSEGUEM CONCLUIR EJA NA SUA
VISÃO?
Gráfico 24 - Alunos que conseguem concluir a EJA
O gráfico demonstra que 67% dos professores afirmam que o maior percentual dos
alunos que concluem
em a EJA está entre 30 e 50%, sendo que apenas 33% dos
professores acreditam que 50 a 100% chegam a concluir.
50
4
CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
4.1 CONCLUSÃO
A motivação para a realização deste trabalho surgiu através das experiências
vivenciadas no estágio supervisionado I em que ao estagiarmos em turmas da
Educação de Jovens e Adultos percebemos as dificuldades na modalidade da EJA,
dentre elas destacou-se a evasão, despertando o interesse de pesquisar e
aprofundar em busca de entender essa problemática.
Ao longo desta pesquisa constatamos os principais aspectos que norteiam a
educação de jovens e adultos tais como o histórico, o método Paulo Freire, o
processo de evasão, a relação professor/aluno que serviram de subsídio para uma
completa absorção de dados.
Através dos estudos realizados, importantes informações foram levantadas que
ajudaram a compreender os reais motivos que levam a evasão escolar
especificamente na turma da EJA. Muito mais que compreender nos levou também a
refletir em como existem fatores determinantes que influenciam no processo de
ensino-aprendizagem.
A evasão infelizmente está presente no contexto da EJA por diversos motivos,
dentre eles destacam-se o cansaço físico, pois a grande maioria dos alunos opta por
estudar na EJA devido a trabalhar durante o dia e estudar no período da noite, o
horário de início das aulas também é uma dificuldade, a falta de incentivo da família
e a dificuldade em aprender contribuem em grande peso para que os alunos da EJA
evadam.
Mediante os dados coletados o que mais nos chamou a atenção foi o fato de que a
grande maioria dos alunos quer estar na EJA, apesar do mercado de trabalho ser
exigente, eles voltaram a estudar por vontade própria, por acreditarem que o estudo
tem grande relevância em suas vidas e faz diferença sim, pois acreditam que se não
tivessem abandonado os estudos suas vidas seriam melhores, destacando que os
51
alunos da EJA em sua maioria, apesar das dificuldades não tem vontade de
abandonar os estudos, muito pelo contrário, desejam não apenas concluir o Ensino
Médio, mas chegarem a faculdade e até mesmo a pós- graduação.
O objetivo dessa pesquisa permeia também em conhecer o perfil do professor
atuante na EJA bem como o perfil do aluno ingressante nessa modalidade em que é
possível conhecer como este professor está preparado para ensinar e de como o
aluno vem absorvendo a aprendizagem. Em decorrência dos dados levantados
através da aplicação do questionário observou-se que esses profissionais optaram
por atuar na EJA por identificarem-se ou por indisponibilidade de vagas em outros
turnos.
Verificou-se que o educador da EJA em sua maioria se percebe como um
estimulador da aprendizagem, fazendo com que seus alunos se sintam instigados a
buscar cada vez mais conhecimentos que podem servir de motivação para que se
sintam parte do processo. Como diz PINTO (2010. P.116): “O educador tem,
portanto, que acompanhar o movimento da realidade. A forma de vida pessoal mais
perfeita na qual pode realizar este intento é permanecer em constante vinculação
com o povo”.
Para que assim aconteça é importante que este educador esteja em constante
contato com seu aluno passando a conhecê-lo em sua totalidade para que haja a
troca de experiência.
Desta forma, o questionário aplicado trouxe informações que reforçam os problemas
que geram a evasão. Muito ainda precisa ser feito, mas é preciso buscar meios que
possam contribuir para que se tenha uma inclusão desses alunos evadidos entre
eles destaca-se que: é necessário contemplar uma metodologia diferenciada que dê
sustentação e ainda possibilite que o aluno adulto se sinta seguro e atuante na sala
de aula com os professores e colegas. É considerável pontuar assinalar que todos
podem e precisam contribuir de maneira a oportunizar a inclusão dos alunos
ingressantes na EJA.
52
Notamos que a grande maioria dos alunos percebe o professor não como um
estimulador ou um mestre, mas como uma pessoa comum. Baseadas nesses dados,
concluirmos e percebemos que o professor é ferramenta
indispensável
no processo de
ensino e aprendizagem, que por meio da figura do educador o aluno sente-se
estimulado e motivado a seguir em frente e essa relação precisa ser de interação e
colaboração entre as partes, para que se alcancem os objetivos desejados, como
cita CURY (2003, p. 62):
“Não basta ser eloquente. Para ser um professor fascinante é preciso
conhecer a alma humana para descobrir ferramentas pedagógicas capazes
de transformar a sala de casa e a sala de aula num oásis, e não numa fonte
de estresse”.
O professor da EJA precisa perceber seu aluno como um todo levando sempre em
consideração todos os seus aspectos, intermediando o processo de ensino
aprendizagem, mas sem jamais se esquecer de que está trabalhando com seres
humanos que não são uma tabula rasa e sim pessoas com experiências
enriquecedoras e transformadoras que contribuem para a aprendizagem.
Percebemos que de fato a evasão ainda é uma problemática que precisa ser
vencida no contexto da EJA, mas para que isso ocorra é preciso que haja mudanças
desde o sistema educacional, perfil do professor da EJA, a metodologia de ensino
aplicada e a postura de todos os profissionais que lidam diretamente com Jovens e
Adultos.
A responsabilidade é de todos, em todos os aspectos, pois o trabalho precisa ser
realizado em conjunto envolvendo aluno, professor, equipe pedagógica e família em
todas as etapas do desenvolvimento do ensino aprendizagem na educação de
jovens e adultos tendo em vista uma educação qualitativa e transformadora.
53
4.2 RECOMENDAÇÕES
Recomenda-se em relação à metodologia aplicada o professor precisa relacionar o
conteúdo com a prática vivenciada pelos alunos, pois é um processo de construção
em que ambos participam ativamente e assim os alunos sentem-se parte do
contexto escolar, trazendo a segurança necessária para o desenvolvimento da
aprendizagem.
No decorrer do processo dentro dos resultados obtidos por meio do questionário
aplicado é importante ressaltar que gerou um questionamento por meio dos
educandos na questão da flexibilidade ao início das aulas, que começa às
18h30min, desse modo por se tratar de um fator que gera uma problemática no que
diz respeito às faltas, devido ao fato de que os mesmos trabalham durante o dia
encontrando dificuldades em chegar à escola neste horário.
Sendo assim, a interação entre professor, aluno e escola se faz presente com a
colaboração de ambas as partes, fortalecendo o vínculo afetivo de maneira
agradável e construtiva e a partir daí todos os envolvidos poderão alcançar os
objetivos desejados.
.
54
5
REFERÊNCIAS
1.
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Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei 9.394/1996. -2. ed.- Rio de Janeiro:
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EJA. Disponível em: <http://revista.univar.edu.br/downloads/praticasescolares.pdf>.
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adultos. Revista de Clínica Cirúrgica da Paraíba, 1999. Disponível em:
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CEMIN, Alexandra; UNISALLE – Centro Universitário La Salle, Programa de
Pós-Graduação em Educação; A Evasão Escolar no Ensino Médio na Visão da
Escola Estadual Santa Catarina de Caxias do Sul – RS. Disponível
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11.
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Mariana Furtado. UniUbe. O Processo da Evasão Escolar na Vida dos Alunos da
EJA de uma Escola Estadual de Uberaba MG. Disponível em: http://
www.unifacef.com.br/novo/iv_congresso_de_iniciacao_cientifica/pdf.
Acesso
em:
19/02/2013.
12.
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de Janeiro. Ed sextante, 2003.
13.
DURANTE, Marta. Alfabetização e Adultos: leitura e produção de textos/
Marta Durante. — Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
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FREIRE, Paulo. Conscientização: Teoria e prática da libertação: uma
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escritos/ Paulo Freire. 14. Ed. ver atual. --- Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.
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PINTO, Álvaro Vieira.Sete lições sobre educação de adultos/ Álvaro Vieira
Pinto: Introdução e entrevista de Dermeval Saviani e Betty Antunes de
Oliveira:versão final revista pelo autor. --- 16. Ed. ---São Paulo, Cortez, 2010.
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REBELO, Márcia Nunes; SANTOS, Sandra Jaqueline Salvador dos; Evasão
Escolar: Um Desafio a ser Superado na Educação de Jovens e Adultos. Disponível
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Planejamento escolar no combate e Evasão no ensino Noturno. Disponível em:
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do mundo --- Rio de Janeiro: Wk Ed, 2009.
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momentos históricos e desafios atuais.Revista Presença Pedagógica, v.2, nº11,
Dimensão, set/out 1996.
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Brasil: articular, socializar e intervir. In: RAAAB, alfabetização e Cidadania –
políticas Públicas e EJA. Revista de EJA, n.17, maio de 2004.
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letrada/ Leda VerdianiTfouni. --- ed. Ver. --- São Paulo: Cortez, 2006.
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Educação
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Disponível
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http://educador.brasilescola.com/politica-educacional/ensino-fundamental-de-noveanos.htm. Acesso em: 04/09/2013.
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Thais.
Ensino
Médio.
Disponível
em:
http://www.infoescola.com/educacao/ensino-medio/. Acesso em: 04/09/2013.
58
APÊNDICES
59
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO PARA OS ALUNOS
Este questionário destina-se somente a estudo de caso com finalidade acadêmica
neste Trabalho de Conclusão de curso de Pedagogia no ano de 2013, na E.E.E.F.M
“PIO XII”.
1 - Qual o seu sexo?
( ) Masculino ( ) Feminino
2 - Qual dessa faixa etária você se enquadra?
( ) 18 a 25
( ) 26 a 50
( ) acima de 50
3 - Qual o seu estado civil?
( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Separado/divorciado ( ) Outros
4 - Qual a sua série?
( ) 1º
( ) 2º ( ) 3º
5 - Quantidade de filhos?
( )0
( ) 1 ou 2 ( ) 3 ou 4 ( ) 5 ou mais
6 - Como você percebe seu professor?
( ) Uma pessoa comum ( ) Uma pessoa despreparada ( ) Um facilitador
( ) Um mestre
7 - Você tem incentivo dos seus pais para estudar?
( ) Sim ( ) Não
8 - O que o/a levou a voltar a estudar?
( ) Necessidade ( ) Trabalho ( ) Vontade
9 - Com a volta aos estudos, o que mudou em sua vida?
( ) Oportunidade de emprego melhor
60
( ) Sentiu-se melhor como pessoa
( ) Não mudou nada
10 - É a primeira vez que estuda na EJA?
( ) Sim
( ) Não mudou nada
11 - Você gosta de estudar?
( ) Sim ( ) Não
12 - Você trabalha?
( ) Sim ( ) Não
13 - Se você tivesse estudado regularmente sua vida seria melhor?
( ) Sim ( ) Não ( ) Talvez
14 - Em algum momento sentiu vontade de abandonar a EJA?
( ) Sim ( ) Não ( ) Talvez
15 - O que você perdeu ao abandonar os estudos?
( ) Uma etapa na vida
( ) Oportunidade de trabalho
( )Não perdi nada
16 - Até onde você deseja ir com seus estudos?
( ) Concluir apenas o ensino médio
( ) Fazer faculdade
( ) Fazer pós-graduação
61
APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO PARA OS PROFESSORES
Este questionário destina-se somente a estudo de caso com finalidade acadêmica
neste Trabalho de Conclusão de curso de Pedagogia no ano de 2013, na E.E.E.F.M
“PIO XII”.
Nome:________________________ Idade:_______________ Sexo:_____________
Formação: __________________________ Tempo de serviço: _________________
17 - O que o levou a escolher a EJA para lecionar?
( ) Nada em particular
( ) Identificou-se
( ) Indisponibilidade de vagas em outros turnos
( ) Não sei
( ) Oportunidade de trabalho
18 - Qual o papel do professor ao lecionar na turma da EJA?
( ) Estimular a aprendizagem
( ) Transmitir conteúdos
( ) Desânimo
( ) Compreender a realidade do aluno
19 - Qual o seu maior desafio em lecionar como professor da EJA?
( ) Evasão
( ) Desânimo
( ) Falta de material didático apropriado
20 - Quais os maiores problemas/desafios encontrados com relação aos alunos da
EJA?
( ) Falta de tempo
( ) Cansaço físico
( ) Horário de início das aulas
62
( ) Falta de apoio da família
21 - Você acredita que a EJA traz relevância para a vida pessoal dos alunos?
( ) sim
( ) não
22 - Enquanto professor da EJA quais as maiores dificuldades que você tem
encontrado? Enumere de 1 a 4.
( ) Evasão escolar
( ) Limitação de material didático
( ) Desinteresse dos alunos
( )Ambiente desfavorável
23 - Quais os métodos que você utiliza para trabalhar com os alunos da EJA?
( ) Revistas, jornais, dinâmicas
( ) Vídeos, Filmes, data show e outros
( ) Projetos
( ) Aula expositiva, apostila, livros
24 - Aproximadamente, quantos % de alunos conseguem concluir a EJA na sua
visão?
( ) 10 a 30%
( ) 30 a 50%
( ) 50 a 100%
63
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Evasão escolar na educação de jovens e adultos: Um estudo de