Detectores de partículas: alguns modelos Prof. Marcelo Sant’Anna Sala A-310 (LaCAM) e-mail: [email protected] Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 1 Lembrando.... Uma descrição (muito) esquemática detector d.d.p. ou corrente partícula A partícula deposita sua energia, ou parte dela, no detector. Assim, gera cargas livres que são coletadas de alguma forma. Meço d.d.p. ou corrente (um pulso ou uma medida contínua). Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 2 Detectores de Ionização Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 3 Detectores de Ionização + - + + + + A R sinal foram os primeiros aparelhos elétricos desenvolvidos para a detecção de radiação. Durante a primeira metade do século XX, três tipos básicos de detectores foram desenvolvidos: a câmara de ionização, o contador proporcional e contador Geiger-Müller. Exceto para aplicações especificas como monitoração do nível de radiação, estes aparelhos não são mais utilizados em experimentos modernos. Detectores de ionização são aparelhos projetados para medir a ionização produzida quando uma partícula incidente atravessa algum meio. O número de elétrons e de íons positivos detectados é uma medida da energia depositada no material, então deve-se evitar que qualquer par elétron-íon seja recombinado. Isto pode ser realizado aplicando-se um campo elétrico suficientemente alto no meio. Este campo irá separar as cargas, e empurrá-las para os seus respectivos eletrodos (coletores), prevenindo assim que recombinem. Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 4 Detectores de Ionização + - + + + + A R Há uma câmara preenchida com gás próprio que pode ser devidamente ionizado. A câmara possui um catodo e um anodo que são mantidos a uma diferença de potencial alta, caracterizando assim uma capacitância (C) que é determinada pela geometria dos eletrodos. O gás deve ser quimicamente estável (inerte) de modo que os elétrons não sejam facilmente capturados pelas moléculas do meio. O meio deve também não ser sensível a danos por radiação de modo que sua resposta às partículas incidentes não deteriore com o tempo. Outro fator importe é o baixo potencial de ionização (Ip) de modo a maximizar a número de eventos de ionização por energia depositada por uma partícula incidente. Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ sinal 5 Detectores de Ionização + - + + + + A R Como mencionado anteriormente, quando uma partícula carregada atravessa uma região sensível do detetor, ela ioniza o meio e produz pares elétron-íon. Devido ao campo elétrico, os elétrons migram para o anodo e os íons para o catodo, produzindo assim um sinal, que dá origem a uma corrente pequena que flui através de um resistor R. O resistor produz uma diferença de tensão que é sentida por um amplificador A. O sinal do amplificador pode ser analisado de modo a obter uma altura de pulso que pode estar relacionada com a quantidade de ionização produzida, que por sua vez, depende da densidade e estrutura atômica do meio ionizável, da energia e da carga da partícula incidente. Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ sinal 6 Detectores de Ionização Comportamento com a voltagem aplicada Diversas regiões características Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 7 Região de recombinação Quando a diferença de potencial entre os eletrodos é pequena, os elétrons e íons podem se recombinar logo após a ionização, e somente uma pequena fração dos íons e elétrons chegam aos eletrodos. Isto produz um sinal que não corresponde na realidade o número de pares criados. Esta faixa de valores de tensão é chamada de região de recombinação. Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 8 Câmara de ionização Aumentando-se a tensão além da região de recombinação, obtemos um sinal que reflete a quantidade total de ionização produzida porque o campo é suficientemente alto de modo que todos os portadores de carga são coletados e um pequeno aumento do campo não tem nenhum efeito sobre o sinal. Esta faixa de operação é chamada região de ionização. O sinal de corrente nesta região é muito pequeno e deve ser medido com um eletrômetro. Câmaras de ionização são geralmente usadas para medir exposição a raios gama e monitoramento de altos fluxos de radiação. Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 9 Região proporcional Aumentando ainda mais a tensão, os elétrons livres começam a ter energia suficiente para produzir novas ionizações. Os elétrons liberados nestas ionizações secundarias, são também acelerados de modo a produzir mais ionizações. Como resultado, temos uma avalanche de ionizações. No caso de uma câmara com um fio como anodo (próximo slide), o campo elétrico e mais intenso perto do fio, a avalanche ocorre perto do fio. Este aumento na ionização é freqüentemente chamado de amplificação de sinal ou multiplicação. O sinal de saída é maior, mas ainda proporcional a quantidade inicial de ionização, e por razões óbvias, esta faixa de operação é chamada região proporcional. Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 10 Região proporcional anodo catodo +Vo Radiação sinal Janela fina CVo E rˆ 2rL C 2L ln(b / a) Gás a r V (r ) Vo b CVo r ln 2 a Fig. Construção básica de um detector de ionização com um fio. Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 11 Região Geiger Aumentando-se ainda mais a tensão chegamos a uma região onde produz-se uma avalanche de pares elétron-íon. Neste modo, a energia dos elétrons ionizados primários aumenta tanto que eles podem imediatamente excitar ou ionizar outros átomos, produzindo mais elétrons livres. Um detector Geiger Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 12 Região Geiger Região de descarga Finalmente, aumentando a tensão alem da região Geiger, rompe-se a rigidez dielétrica do gás gerando descargas mesmo sem radiação presente e a câmara deixa de ser sensível a qualquer tipo de radiação. Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 13 Detectores Semicondutores Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 14 Propriedades básicas dos semicondutores Banda de condução Estrutura de bandas Elétrons livres Banda De condução Eg ~ 6 eV Banda de Valência Banda de valência isolante buracos semicondutor metal Portadores de cargas: elétrons e buracos Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 15 Algumas propriedades físicas do Si e Ge Si Ge Numero atômico Z 14 32 Peso atoico A 28.1 72.6 Densidade [g/cm2] 2.33 5.32 Constante dielétrica (relativa) 12 16 Resistividade intrínseca (300k) [cm] 230 000 45 Gap de energia (300K) [eV] 1,1 0,7 Gap de energia (0K) [eV] 1,21 0,785 Mobilidade de elétrons (300K) [cm2/Vs] 1350 3900 Mobilidade dos buracos (300K) [cm2/Vs] 480 1900 Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 16 Junção n-p: camada de depleção Na camada de depleção (depletion layer) há um campo elétrico mesmo sem a aplicação de voltagem ao detector. Elétron ou buracos criados nesta região (pela partícula incidente) irão ser acelerados. A variação com o tempo de carga coletada irá resultar em um pulso. Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 17 Resolução em energia Gap ~ eV (comparar com potenciais de ionização atômicos ~10 eV) Alta densidade se comparados a gases. Muitos pares elétron buraco criados por particula incidente boa resolução em energia Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 18 Alguns tipos de detectores de diodo de Si Diffused Junction Diodes Barreira de superfície (Surface Barrier Detectors) Camada de ouro na superfície em semicondutor tipo-n Barreira Schottky Ion-implanted diodes Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 19 Detectores Multiplicadores de elétrons Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 20 Fotomultiplicadora Múltiplos estágios Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 21 Channeltron Comparação com fotomultiplicadora fotomultiplicadora x channeltron Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 22 Sinais rápidos Resolução em energia pobre Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 23 Microchannel-plate Placas de microcanais Sinais rápidos Resolução em energia pobre Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 24 Fabricação das MCP Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 25 Há MCPs sensíveis a posição em x-y Laboratório de Física Corpuscular - aula expositiva 7 - 2008.1 - IF - UFRJ 26