AU TO RA L EG ID O PE LA LE I DE DI R EI TO UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” Mauro Henrique Alves Coelho DO CU M EN TO PR OT Empresas Brasileiras: Sobrevivência Brasília, 04 de agosto de 2008 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” Empresas Brasileiras: Sobrevivência OBJETIVO: Esta publicação pretende demonstrar os índices de mortalidade empresarial, suas causas e levantar possíveis soluções para torná-las mais competitivas no mercado. 2 AGRADECIMENTOS Aos meus pais pelo apoio, ao corpo docente do Instituto “A Vez do Mestre”, a todos que, direta e indiretamente, contribuíram para a confecção desse trabalho acadêmico e em especial a minha esposa Mayra pela força e incentivo durante todo transcorrer dos meus estudos. 3 RESUMO Este trabalho monográfico relata a realidade constatada por pesquisa do SEBRAE das dificuldades encontradas pelos empresários brasileiros em abrir uma empresa e se manter atuante no mercado, dentre vários relatos mostrou-se como mais importante a forte concorrência, falta de conhecimentos gerenciais e excessivas cargas tributárias. Dentro deste panorama foi demonstrado por meio de diversos estudos como um administrador/gestor pode vencer estes entraves por meio da confecção de um bom planejamento e uma correta execução desse planejamento. Foram demonstradas boas práticas de gestão utilizadas por empresas que deram certo, teorias de renomados especialistas e algumas estratégias de marketing que auxiliam o empresário a planejar suas ações de abertura e gestão de seu negócio para se manter em um mercado globalizado e com forte concorrência. 4 Metodologia Para a formulação deste trabalho será utilizada pesquisa bibliográfica utilizando diversos trabalhos desenvolvidos pelo SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e obras de autores como Ansoff, Peter Drucker, Henry Mintzberg entre outros que ajudam a elucidar como uma empresa deve se estruturar para tornar-se competitiva e duradoura diante do mercado. Trazendo como foco principal a importância do Planejamento Estratégico para abertura e manutenção de uma empresa. 5 Sumário METODOLOGIA 5 INTRODUÇÃO 7 CAPÍTULO 01 – O MERCADO BRASILEIRO 8 CAPÍTULO 02 – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 18 ITEM 2.1 - NEGÓCIO ORGANIZACIONAL ITEM 2.2 - ASPECTOS FINANCEIROS DOS NEGÓCIOS ITEM 2.3 – MISSÃO EMPRESARIAL ITEM 2.4 - PLANEJANDO ESTRATEGICAMENTE 22 33 36 40 CAPÍTULO 03 – MARKETING 57 ITEM 3.1. – O QUE É MARKETING? ITEM 3.2. – MARKETING E A ADMINISTRAÇÃO ITEM 3.3. – A ADOÇÃO DO MARKETING ITEM 3.4. – MERCADOS-ALVO E SEGMENTAÇÃO ITEM 3.5. – OFERTA E DEMANDA 57 60 63 64 70 CONCLUSÃO 75 BIBLIOGRAFIA 76 ÍNDICE DE FIGURAS, GRÁFICOS E TABELAS 77 6 Introdução O objetivo dessa obra é estudar os índices de mortalidade empresarial, suas causas e levantar possíveis soluções para torná-las mais competitivas no mercado. Algumas das hipóteses que serão levantadas para esta problemática são: a falta de capital de giro, indicando descontrole do fluxo de caixa, falta de conhecimentos gerenciais, falta de mão de obra qualificada ou má utilização do capital, do trabalho especializado e dos recursos tecnológicos disponíveis. Este estudo, cujo tema é “Dificuldade do novo empresariado brasileiro em se manter no mercado” tentará demonstrar que uma empresa não se constrói só com boas idéias ou apenas com boa vontade e dinheiro, ressaltando a importância da qualidade em uma empresa e do planejamento estratégico. Longe de querer esgotar o assunto, este trabalho pretende contribuir para a discussão da fragilidade dessas empresas. E é importante na medida em que entra em um universo econômico social composto de mais de 4,5 milhões de empresas brasileiras formais que são responsáveis pela produção de quase toda a riqueza nacional e empregam formalmente a maior parte da força de trabalho no país, considerando apenas as pequenas e médias empresas. 7 Capítulo 01 – O Mercado Brasileiro O mercado brasileiro caracteriza-se por ser concentrado em termos geográficos e de renda, por sua magnitude e por seu potencial de crescimento. A concentração da renda implica forte concentração do consumo nas classes superiores. Esses dados mostram a elitização do consumo em termos de renda e a conseqüente concentração da atuação das empresas nas faixas de renda mais alta. Tal concentração vem sendo francamente questionada, por suas implicações sociais. Paralelamente ao mercado de consumo, existiria o chamado “mercado marginal”, cujo desenvolvimento poderia propiciar substantivas oportunidades para a empresa e vantagens para o país. Efetivamente, isto chegou a ocorrer por ocasião da implantação de dois planos econômicos de estabilização da moeda, o Plano Cruzado e o Plano Real, quando parcelas importantes do mercado marginal foram incorporadas ao mercado de consumo. Apesar da concentração do consumo nos segmentos mais altos de renda, trata-se de um mercado de amplas dimensões. É neste contexto que o novo empresariado brasileiro vem tentando se estabelecer, não só para descobrir quais são os novos conceitos e necessidades dos clientes e do mercado, mas também, aprender novas habilidades para concorrer com o forte mercado externo, que a cada ano vem se mostrando mais forte com a crescente e inevitável globalização do comércio de bens e serviços. Pesquisa recente do SEBRAE mostra-nos, na opinião dos empresários brasileiros, quais as dificuldades, facilidades, ameaças e oportunidades encontradas por eles no mercado. Nesta pesquisa foi possível constatar que o percentual de empresas de pequeno porte que sobrevive pelo menos dois anos passou de 50,6% em 2002 para 78% em 2005, ou seja, 27,4% a mais permanecem em atividade. Sendo este resultados atribuídos a dois importantes fatores: a maior qualidade empresarial e a melhoria do ambiente econômico. 8 Ou seja, na opinião dos consultores do Sebrae, os empresários estão se especializando mais, tornando-se mais qualificados e com experiência. Apresentam-se mais preparados para enfrentar os desafios do mercado, aliados ao aumento do crédito e ao aumento do consumo, especialmente das classes C, D e E, propiciando um período favorável ao desenvolvimento de negócios no Brasil. A pesquisa mostra também que mais da metade dos empresários vem buscando assessoria e/ou auxílio para o gerenciamento da sua empresa. Os contadores são os mais procurados por significativa parcela desses empresários, ou seja, cerca de 40%. Já as empresas de consultoria/consultores que foram demandados no triênio passado por cerca de 20% dos empresários, neste triênio foram por apenas 4%. Inversamente ao ocorrido com as empresas de consultoria, o Sebrae passou a ser demandado por 20% dos empresários neste triênio 2003-2005, contra cerca de 4% no período 2000-2002. Também, e não menos importante, o programa de treinamento de pessoal passou a ser uma forte preocupação do empresariado – cerca de 40% dos executivos das empresas ativas, nestes últimos anos, afirmou ser esta uma política necessária, uma vez que pessoal mais bem capacitado aumenta a competitividade da empresa. As áreas financeira e de organização empresarial e o conhecimento da área em que atua são as assessorias mais assinaladas como úteis para enfrentar as dificuldades das empresas, tanto para as empresas ativas como para as extintas. Nos levantamentos realizados sobre os fatores condicionantes do sucesso empresarial, determinantes da sobrevivência e mortalidade, foram avaliados, pelo Sebrae, os principais motivos que, na opinião dos empresários, levaram ou não as empresas ao encerramento das atividades. Para o melhor entendimento, esses fatores de sucesso apontados pelos empresários foram agrupados segundo três categorias comuns: 1) habilidades gerenciais; 2) capacidade empreendedora; 3) logística operacional. 9 1 - Os dois fatores que integram as chamadas habilidades gerenciais refletem a preparação do empresário para interagir com o mercado em que atua e a competência para bem conduzir seu negócio. A Tabela 01 mostra as assinalações feitas pelos empresários de empresas ativas e extintas que responderam no Brasil. Tabela 01 – Fatores condicionantes do sucesso empresarial segundo as habilidades gerenciais Os fatores mencionados na Tabela 01 foram considerados os mais importantes entre todas as indicações dos empresários como condicionantes para o sucesso nos negócios. Para os empresários das empresas ativas, é necessário ter bom conhecimento do mercado em que atua, o que pode ser traduzido como, por exemplo, conhecer sua clientela potencial, seus hábitos e costumes, a fim de identificar os produtos que ela deseja adquirir, bem como as melhores fontes para a aquisição de produtos e/ou insumos para a manutenção de seu estoque, dentre outros. Para os empresários das empresas extintas, a boa estratégia de vendas é o fator mais importante, ou seja, ter conhecimento sobre a melhor forma de disponibilizar os produtos e serviços à venda, envolvendo questões como: definição de preço de comercialização compatível com o perfil do mercado em que atua, estratégias de promoções das mercadorias e serviços, marketing, etc. 2 - No grupo de atributos que destacam a criatividade, a perseverança e a coragem de assumir riscos no negócio, que integram a capacidade empreendedora, temos as habilidades que são natas ao indivíduo, porém podem ser aprimoradas com novos conhecimentos e técnicas de liderança e de gestão. 10 Esses fatores refletem a disposição e a capacidade empresarial para comandar o empreendimento, permitindo, por meio de habilidades naturais, descobrir melhores oportunidades de negócios, assumir os riscos envolvidos no investimento de recursos financeiros e humanos na empresa e conduzir os negócios, mesmo diante de adversidades e dificuldades impostas no dia-a-dia empresarial. Tabela 02 – Fatores condicionantes do sucesso empresarial segundo a capacidade empreendedora Para os empresários das empresas ativas e extintas, os fatores persistência e perseverança e criatividade foram os mais destacados. 3 – O conjunto de fatores da logística operacional fornece as bases para a criação, a sustentação e o crescimento da atividade empresarial e representa a capacidade do empresário de utilizar de forma eficiente os fatores de produção, tais como: o capital, o trabalho especializado, recursos tecnológicos disponíveis, reunindo-os na atividade produtiva ou comercial da empresa para a obtenção dos melhores resultados. 11 Tabela 03 – Fatores condicionantes do sucesso empresarial segundo a logística operacional A escolha de um bom administrador e o uso de capital próprio foram os mais citados pelas empresas extintas como fatores – não observados – que contribuíram para o não sucesso deste estrato de empresas. Em suma, para esses empresários, segundo o Sebrae, o alcance de bons resultados está alicerçado em ter bom conhecimento do mercado em que atua; boa estratégia de vendas; persistência, perseverança e criatividade; bom administrador e buscar o uso de capital próprio. É imperioso, para a boa condução do negócio, deter conhecimento das áreas de planejamento, organização empresarial, vendas e recursos humanos. 12 Gráfico 01 – Fatores de sucesso das empresas – empresas ativas Gráfico 02 – Fatores condicionantes importantes para o sucesso de uma empresa – empresas extintas 13 Gráfico 03 – Áreas de conhecimento importantes para as empresas Foram apresentadas quinze questões, agrupadas em quatro categorias, para a avaliação das principais diferenças entre as empresas ativas e as extintas. A carga tributária elevada é o fator assinalado que mais impacta as empresas. Para 71% dos empresários, das empresas ativas, o bloco de políticas públicas e arcabouço legal é uma das maiores dificuldades no gerenciamento da empresa, seguido de causas econômicas e conjunturais, assinalado por cerca de 70%. Já para os empresários das empresas extintas (68% deles), a principal razão para o fechamento da empresa está centrada no bloco de falhas gerenciais, destacando-se: ponto/local inadequado, falta de conhecimentos gerenciais e desconhecimento do mercado, seguida de causas econômicas. Fator crucial para as empresas, segundo o Sebrae, é a dificuldade encontrada no acesso ao mercado, principalmente nos quesitos propaganda inadequada; formação inadequada dos preços dos produtos/serviços; informações de mercado e logística deficiente, caracterizando a falta de planejamento dos empresários. 14 Gráfico 04 – Dificuldades no gerenciamento da empresa – empresas ativas. Razão para o fechamento da empresa – empresas extintas (estimada) Gráfico 05 – Principal dificuldade no acesso ao mercado - empresas ativas. Principal motivo para o fechamento da empresa – empresas extintas 15 Esse estudo mostrado acima é de grande importância, pois o fechamento prematuro de empresas no país tem sido uma das preocupações da sociedade, sendo assim, é de grande importância identificar e oferecer alternativas para sanar as possíveis falhas no gerenciamento dos negócios. Estes fechamentos, conforme pesquisa realizada pelo SEBRAE, custaram à economia brasileira, em 2005, mais de 15 bilhões e o fechamento de 281 mil postos de trabalho no mercado, em um universo econômico social composto de mais de 4,5 milhões de empresas brasileiras formais que são responsáveis pela produção de quase toda a riqueza nacional e empregam formalmente a maior parte da força de trabalho no país, considerando apenas as pequenas e médias empresas. O índice de mortalidade das empresas no Brasil ainda é considerado pelos especialistas demasiadamente elevado e, com base na estimativa do número de empresas fechadas, tem-se o custo social advindo do encerramento de uma atividade econômica, em termos de despesa de mão-de-obra, perda de poupança e distribuição de renda. Projetando os percentuais de taxas de sobrevivência sobre o número total de empresas registradas neste triênio: 2003-2005, podemos estimar o ganho total advindo com a permanência dessas empresas no mercado e os empregos gerados por elas. Tabela 04 – Ganhos socioeconômico advindos da taxa de sobrevivência empresarial no Brasil De acordo com os cálculos do Sebrae, de 1.412.343 empresas constituídas no triênio 2003–2005, 993.985 empresas mantiveram-se em atividade, ou seja, 70,37% das que se constituíram no período permanecem no mercado. 16 Pressupõem-se ganho potencial da ordem de R$ 155,8 bilhões de inversões na atividade econômica por estas empresas. Esse valor, no entanto, não representa o todo, pois mais R$ 2,1 bilhões realimentaram a economia com a remuneração média percebida, no triênio, pelos 9.127.819 empregados dessas empresas. O diagnóstico da pesquisa realizada em 2004 pelo Sebrae, indicava que as empresas com até dois anos de atividade eram as mais vulneráveis, seja por falhas na condução gerencial seja no planejamento no início de suas atividades, o que fez o Sebrae intensificar suas ações em treinamento e capacitação empresarial, disponibilizando informações gerenciais e setoriais por vários meios e métodos, implantou a metodologia de Gestão Estratégica Orientada para Resultados pela qual grupos de empresas são atendidas, monitoradas e têm seus resultados mensurados ao longo da realização do projeto em que estão inseridas. 17 Capítulo 02 – Planejamento Estratégico O planejamento estratégico é um importante instrumento de gestão para as organizações na atualidade. Constitui uma das mais importantes funções administrativas e é através dele que o gestor e sua equipe estabelecem os parâmetros que vão direcionar a organização da empresa, a condução da liderança, assim como o controle das atividades. O objetivo do planejamento é fornecer aos gestores e suas equipes uma ferramenta que os municie de informações para a tomada de decisão, ajudandoos a atuar de forma pró-ativa, antecipando-se às mudanças que ocorrem no mercado em que atuam. O primeiro passo na evolução da administração estratégica foi dado no final da década de 50, quando as empresas inventaram uma abordagem sistemática para decidir onde e como operariam no futuro. A parte analítica dessa abordagem recebeu o nome de formulação de estratégias, e o processo pelo qual os administradores conjuntamente formulam estratégias tem sido chamado de planejamento estratégico. Michael Porter, importante autor no campo da estratégia, afirma que uma empresa sem planejamento corre o risco de se transformar em uma folha seca, que se move ao capricho dos ventos da concorrência. De fato, o administrador que não exerce a sua função enquanto planejador acaba por se concentrar excessivamente no operacional, atuando principalmente como um bombeiro que vive apagando incêndios, mas que não consegue enxergar onde está a causa desses incêndios. Segundo Ansoff, (1993), a administração estratégica é um enfoque sistemático a uma responsabilidade importante e cada vez mais essencial da administração geral: posicionar e relacionar a empresa a seu ambiente de modo que garanta seu sucesso continuado e a coloque a salvo de eventuais surpresas. 18 É possível afirmar que, embora o crescimento das organizações esteja repleto de acidentes e eventos aleatórios, é inegável que as empresas que prosperam e conseguem se perpetuar no mercado atualmente possuem algo mais do que sorte. O que determina grande parte do seu sucesso é a capacidade de se adaptar às mudanças de seu ambiente, antecipando-se aos seus concorrentes. Saber utilizar os instrumentos do planejamento de forma coerente, adaptando-os à realidade da empresa e às suas necessidades. Para utilizá-la eficazmente, é importante que os gestores conheçam bem cada um dos elementos do planejamento e suas funções, assim como as mudanças que estão ocorrendo no contexto competitivo, as quais estão influenciando na própria prática do planejamento e lançando alguns desafios para a sua gestão nas empresas. O sistema de administração empregado por uma empresa é um ingrediente crucial de sua capacidade de resposta a mudanças no ambiente externo, porque determina o modo pelo qual a administração percebe os desafios ambientais, diagnostica seu impacto sobre a empresa, decide o que fazer e põe em prática suas decisões. Num período relativamente curto — talvez desde o final dos anos 40 ou início dos 50, nunca houve tantas novas técnicas gerenciais como hoje: redução (downsizing), terceirização, gerenciamento da qualidade total, análise de valor econômico, benchmarking, reengenharia. Cada uma delas é uma ferramenta poderosa. Porém, com exceção da terceirização e da reengenharia, elas foram concebidas principalmente para fazer de forma diferente aquilo que já é feito. São ferramentas de “como fazer”. Contudo, o que fazer está, cada vez mais, se tornando o desafio central enfrentado pelos dirigentes de empresas, em especial das grandes empresas que tiveram sucesso por muito tempo. Uma empresa que ainda ontem era uma estrela de primeira grandeza hoje vê-se estagnada, frustrada, com problemas e, muitas vezes, numa crise aparentemente inadministrável. Este fenômeno não se limita, de forma alguma, á países menos desenvolvidos, ele tornou-se comum nos Estados Unidos, no Japão, na Alemanha, na Holanda, na França, na Itália, entre 19 outros. E ocorre com a mesma freqüência fora das empresas — em sindicatos, agências governamentais, hospitais, museus e igrejas. Para Ansoff, a causa básica de quase todas essas crises não é o fato de as coisas estarem sendo malfeitas, nem erradas. Na maioria dos casos, estão sendo feitas as coisas certas — mas inutilmente. As hipóteses sobre as quais as organizações foram construídas e estão sendo dirigidas não mais se encaixam com a realidade. Elas moldam o comportamento de qualquer organização, ditam suas decisões a respeito do que fazer ou não, definem o que as organizações consideram resultados significativos, tratam de mercados, clientes e concorrentes, seus valores, comportamento, da tecnologia e sua dinâmica e das forças e fraquezas de uma empresa. Estas hipóteses são a respeito do motivo pelo qual uma empresa é paga. A teoria do negócio de Ansoff explica o sucesso de empresas como a General Motors e a IBM, as quais dominaram a economia dos Estados Unidos durante a segunda metade do século XX e também os desafios hoje enfrentados por elas. O que está por baixo da atual doença de tantas organizações grandes e bemsucedidas em todo o mundo é que suas teorias do negócio não funcionam mais. Sempre que uma grande organização enfrenta problemas — e especialmente se ela teve sucesso por muitos anos — as pessoas culpam a preguiça, a complacência, a arrogância, as burocracias enormes. Através da história, toda empresa grande e bem-sucedida, quando confrontada com tal surpresa, recusa-se a aceitá-la. “Este é um modismo estúpido que terá desaparecido em três anos”, disse o CEO da Zeiss depois de ver a Kodak Brownie em 1888, quando a empresa alemã dominava o mercado fotográfico mundial, como a IBM o faria no mercado de computadores um século depois. A maioria dos fabricantes de computadores de grande porte reagiu da mesma maneira. A lista era longa: Control Data, Univac, Burroughs e NCR nos Estados Unidos; Siemens, Nixdorf, Machines Buil e ICL na Europa; Hitachi e Fujitsu no Japão. A IBM, suprema em computadores de grande porte, com vendas iguais à 20 soma de todos os outros fabricantes de computadores e com lucros recorde, poderia ter reagido da mesma maneira. Na verdade, deveria tê-lo feito. Ao invés disso, a IBM aceitou a nova realidade. Quase da noite para o dia, ela deixou de lado todas as suas políticas, regras e regulamentações comprovadas e formou não uma, mas duas equipes concorrentes para projetar um PC ainda mais simples. Dois anos depois, ela havia se tornado a maior fabricante mundial de PC e ditava os padrões da indústria. O’Brien discute este assunto mais afundo quando discute a respeito de aspectos sociais, argumentando que os gerentes devem redefinir suas tarefas. Devem abrir mão do antigo dogma de Planejamento, Organização e Controle e perceber a natureza quase sagrada de sua responsabilidade pela vida de tantas pessoas. E afirma que uma organização deve aprender unida, pois uma “Organização que Aprende” é aquela que seus funcionários estão em busca de conhecimento contínuo. Aprender neste contexto, não significa adquirir mais informações, mas sim expandir a capacidade de produzir os resultados que realmente queremos. O que não seria possível se não houver, em todos os níveis, pessoas que a pratiquem. Afirma também que se as pessoas crescessem e se desenvolvessem, a organização seria mais eficaz. No tipo de organização que buscamos construir, o desenvolvimento pleno das pessoas está no mesmo plano que o sucesso financeiro. A prática das virtudes da vida e o sucesso nos negócios não são apenas compatíveis, mas enriquecem-se mutuamente. Isso está muito longe do tradicional mercado Ver o desenvolvimento das pessoas com um meio para os fins organizacionais desvaloriza qualquer relacionamento que possa existir entre o indivíduo e a organização. A visão empresarial mostra-se, neste aspecto, muito mais humanista, demonstra que um indivíduo satisfeito, valorizado, emocionalmente equilibrado, aquele que se sente feliz ao acordar para ir ao trabalho, é ouvido e ouvi opiniões criativas e construtivas, se desenvolve muito mais, seu potencial é aflorado e valorizado, 21 gerando um comprometimento maior com a instituição, maiores acerto, logo, maior crescimento pessoal, profissional e empresarial. Se as pessoas não compartilharem de uma visão comum e não compartilharem “modelos mentais” comuns sobre a realidade do negócio, do qual operam, investilas de poder só aumentará o estresse organizacional e a responsabilidade gerencial de manter a coerência e a direção. O compromisso organizacional com o domínio pessoal seria ingênuo e tolo se os líderes da organização não tivessem capacidade de construir uma visão compartilhada e modelos mentais compartilhados para guiar os responsáveis pelas decisões. A habilidade de focar nos desejos intrínsecos mais intensos, não apenas metas secundárias, é uma das bases do domínio pessoal. Não se pode entender a verdadeira visão sem levar em consideração a idéia de propósito. Propósito para Peter, é semelhante a um direcionamento geral. Visão é um destino específico, uma imagem de um futuro desejado. O propósito é ser o melhor possível, excelência. Visão é quebrar as barreiras. Podemos afirmar que nada acontece até que exista visão. Mas é verdade também que uma visão sem senso de propósito subjacente é apenas uma boa idéia. Item 2.1 - Negócio Organizacional Porque é estratégico que todos na sua empresa entendam em qual Negócio ela está? Para Vasconcelos e Dernizo Pagnocelli é necessário ter a completa consciência de qual é o negócio da empresa: produto, serviço ou satisfação, qualidade, bem estar, etc., para que ele, "o negócio", oriente decisões para a delimitação estratégica, para: focar o diferencial competitivo; o marketing; treinamento; posicionamento estratégico; terceirização; concorrente; conquista de mercado; criação de mercado futuro; evitar a “miopia estratégica”. 22 A primeira dificuldade é a diferenciação do negócio da missão: Missão é a razão da existência da empresa em seu negócio. O negócio é abrangente ex.: transporte; lacticínios; etc. e a missão é o delimita qual será a atuação dentro destes segmentos. (Construindo Estratégias para vencer, Paulo Vasconcelos Filho e Dernizo Pagnocelli) Muitas empresas utilizam o negócio da empresa como slogan. ex.: soluções para transporte; soluções em fixação; ect. Segundo Peter Drucker, a definição incorreta do negócio é a mais importante causa do fracasso das empresas. NEGÓCIO, para Vasconcelos e Pagnocelli é o atendimento do principal benefício esperado pelo cliente. Sendo necessário, para a correta definição do negócio, três etapas: A primeira etapa é a identificação do negócio atual composto de três processos. 1. O primeiro é a identificação do cliente, à primeira vista parece óbvio identificar quem é o cliente da sua empresa, porém na realidade muitos se mostram não eficazes nesta definição, pois muitos se confundem ou não consideram que quem realmente impacta a decisão na compra de seu produto não são os compradores primários e sim os finais, pois caso o produto não os agrade o fornecedor não mais irá comprá-lo. Muitas empresas hoje, como a BR distribuidora, cujo eslogan “Nós cuidamos de você, nosso slogan não é um truque publicitário é um compromisso assumido publicamente" já se conscientizaram do real cliente que eles têm que atender, neste exemplo, não só os postos compradores de seu produto, mas o usuário do produto. 2. O segundo faz referência ao benefício que seu cliente efetivamente procura ao comprar ou usar o seu produto ou serviço. 23 Esta reflexão nos leva a confirmar se o nosso negócio está realmente “antenado” com que o cliente realmente precisa, uma definição correta do negócio é definir corretamente o que o seu público alvo realmente espera de sua empresa. 3. O terceiro é a identificação dos concorrentes, para que fará com que a empresa tenha a visão da percepção das outras do que o cliente realmente possui preferência, tendo em mente que muitos podem ser os concorrentes não só aqueles que produzem ou fornecessem o mesmo produto mas todos aqueles que podem influenciar positivamente ou negativamente o seu negócio. Uma observação importante que eles fazem a esse respeito é que em relação aos Clientes, expectativas e concorrentes não são estáticos, podem mudar. A segunda etapa faz referência à checagem da consistência do negócio atual. Não basta definir o Negócio atual. É necessário checar a consistência com as tendências relevantes para o futuro, tais como: § Globalização da concorrência; § Capital intelectual valendo mais que o capital financeiro; § Virtualização do mundo; § Diferenciação pela inovação; § Tempo valendo mais do que o dinheiro; § Crescente consciência ambiental; § Padronização de produtos; § Concentração de empresas; § Crescente violência social; § Aumento do trabalho sem vínculo empregatício; § Aumento da informalidade nas empresas; § Crescente desregulamentação; § Valorização do indivíduo; § Valorização da qualidade de vida. 24 Na reflexão sobre adequação do Negócio às Tendências Relevantes para o futuro, a grande questão que deve ser respondida é: Com o Negócio atual, sua empresa terá sucesso no futuro? Se a resposta for não há de se rever o negócio da empresa. A terceira etapa diz respeito à Adequação do Negócio aos dias atuais e futuros. A primeira dica é: evite a miopia. A tendência natural de entender que o negócio é o produto e/ou serviço é míope, pois limita o campo e percepção. Muitas oportunidades são perdidas quando se foca apenas o produto /ou serviço e não os benefícios gerados. A segunda dica é: Pergunte ouça o cliente. Não devemos esquecer que os clientes não compram o produto e sim o benefício que conseguem ao utilizar o produto. Há tempos que Drucker vem avisando: “É o cliente quem determina em que negócio a empresa está”. O que a empresa pensa que produz não é importante. O que o cliente pensa que está comprando, o que ele considera valor, isto sim é decisivo - isto determina qual é o negócio e o que a empresa deve produzir. O que o cliente compra, nunca é um produto, mas sempre um benefício. “O cliente é a base de uma empresa e sua razão de existir.” A melhor maneira para ajudar na definição do Negócio é ouvir o cliente. Pergunte a ele qual o principal benefício que ele busca ao adquirir seu produto ou serviço. Terceira dica: Abra o foco da lente. Diz respeito a não se fechar apenas no seu negócio atual aguce a percepção para enxergar outras oportunidades. Quarta: Use Farol Alto. Diz respeito à necessidade do empresário de estar atento as oportunidades futuras, antever as oportunidades. Quinta: não basta definir, é preciso divulgar. Para tirar proveito o máximo possível da definição do seu negócio, é preciso que a equipe, clientes e parceiros estejam bem-informados e em sintonia. 25 Para Ansoff a teoria do negócio tem três partes. Primeiro, existem hipóteses a respeito do ambiente da organização: da sociedade e sua estrutura, o mercado, o cliente e a tecnologia. Segundo, há hipóteses a respeito da missão específica da organização. Terceiro, existem hipóteses a respeito das competências essenciais necessárias à realização da missão da organização. As hipóteses a respeito do ambiente definem aquilo que uma organização é paga para fazer. Aquelas a respeito da missão definem o que uma organização considera resultados significativos; em outras palavras, elas mostram como ela está fazendo uma diferença na economia e na sociedade em geral. Finalmente, as hipóteses a respeito de competências essenciais definem em que a organização precisa se superar para manter a liderança. Tudo isto soa enganosamente simples. Normalmente são necessários anos de muito trabalho, reflexão e experimentação para se atingir uma teoria clara, consistente e válida do negócio. No entanto, toda organização precisa desenvolver a sua para ter sucesso. Seguindo a mesma linha de raciocínio serão mostradas a seguir quatro especificações de uma teoria válida do negócio. 1. As hipóteses a respeito do ambiente, da missão e das competências essenciais precisam se encaixar na realidade. 2. As hipóteses nas três áreas precisam encaixar-se. 3. A teoria do negócio precisa ser conhecida e compreendida em toda a organização. Isto é fácil nos primeiros dias de uma organização. Porém, à medida que se torna um sucesso, uma organização tende cada vez mais a dar sua teoria como certa, tornando-se cada vez menos consciente da mesma. Então, a organização torna-se descuidada. Ela começa a tomar atalhos, a seguir aquilo que é conveniente ao invés daquilo que é certo. Ela pára de pensar e de questionar, se lembra das respostas, mas esqueceu as perguntas. A teoria do negócio transforma-se em “cultura”, Embora esta não substitua a disciplina, e a teoria do negócio é uma disciplina. 4. A teoria do negócio precisa ser constantemente testada. Ela não está gravada em pedra. É uma hipótese, e a respeito de coisas que estão em 26 fluxo constante — a sociedade, os mercados, os clientes, a tecnologia. Portanto, a teoria do negócio deve ter a capacidade para mudar a si mesma. Algumas teorias do negócio são tão poderosas que duram por muito tempo. Porém, sendo artefatos humanos, elas não duram para sempre; aliás, hoje em dia elas raramente duram por muito tempo. Com o passar do tempo, toda teoria do negócio torna-se obsoleta e sem valor. A primeira reação de uma organização cuja teoria está se tornando obsoleta é quase sempre defensiva. A tendência é enterrar a cabeça na areia e fingir que nada está acontecendo. A reação seguinte é a tentativa de remendar. Mas remendar nunca funciona. Ao contrário, quando uma teoria dá os primeiros sinais de obsolescência, está na hora de começar a pensar novamente, de perguntar novamente quais hipóteses a respeito do ambiente, da missão e das competências básicas refletem com maior precisão a realidade — a partir da clara premissa de que nossas hipóteses historicamente transmitidas, aquelas com as quais crescemos, não mais são suficientes. Há a necessidade de cuidados preventivos, isto é, embutir na organização o monitoramento e teste sistemáticos da sua teoria do negócio. E fundamental um diagnóstico precoce, repensar uma teoria que está estagnada e tomar providências efetivas para mudar políticas e práticas, alinhando o comportamento da organização às novas realidades do seu ambiente, a uma nova definição da sua missão e às novas competências essenciais a serem desenvolvidas e adquiridas. Para Ansoff existem somente duas medidas preventivas, porém, se forem usadas de forma consistente, elas devem manter uma organização alerta e capaz de mudar rapidamente a si mesma e à sua teoria. A primeira medida é o abandono. A cada três anos, uma organização deve questionar cada produto, serviço, política, canal de distribuição com a pergunta: Se já não estivéssemos nisto, onde nós entraríamos agora? Questionando políticas e rotinas aceitas, a organização se força a pensar a respeito da sua teoria, a testar suas hipóteses e a perguntar: Por que isto não funcionou, apesar de parecer tão promissor quando entramos há 27 cinco anos? E porque cometemos um erro? Porque fizemos as coisas erradas? Ou por que as coisas certas não funcionaram? Sem um abandono sistemático e determinado, a organização será colhida pelos acontecimentos. Ela irá dissipar seus melhores recursos em coisas que nunca deveria estar fazendo ou que não deveria mais fazer. Em conseqüência disso, ela irá carecer de recursos, especialmente humanos, para explorar as oportunidades que surgem quando mudam mercados, tecnologias e competências essenciais. Em outras palavras, ela estará incapacitada de reagir de forma construtiva às oportunidades que são criadas quando sua teoria do negócio se tornar obsoleta. A segunda medida preventiva é estudar aquilo que acontece fora da empresa, especialmente os não-clientes, O gerenciamento através de “andar por aí” tornouse popular há alguns anos e ele é tão importante quanto conhecer o máximo possível a respeito dos clientes — talvez a área na qual a tecnologia da informação esteja fazendo os avanços mais rápidos. Mas os primeiros sinais de mudanças fundamentais raramente aparecem dentro da organização ou entre seus próprios clientes. Quase sempre eles surgem primeiro entre os não-clientes, os quais são mais numerosos que os clientes. Para diagnosticar cedo os problemas, os gerentes precisam prestar atenção aos sinais de alerta. Uma teoria do negócio sempre se torna obsoleta quando uma organização atinge seus objetivos originais. Portanto, atingir os objetivos não é motivo para comemorações, mas para novas reflexões. Segundo o livro A Quinta Disciplina, de Peter, é importante ao administrador analisar com frieza os acontecimentos sem se deixar levar por emoções de lucratividade ou prejuízo, pois pode acarretar em “cegueira administrativa”. Afirma também que é perigoso quando uma empresa cresce desacertadamente, pois este pode ser um problema; a empresa pode não ter capacidade financeira e administrativa para acompanhar ou promover um crescimento necessário à demanda apresentada, porque depois de algum tempo a qualidade do produto cai, gerando a médio prazo queda nas vendas e futura falência da empresa. 28 Reconquistar clientes torna-se mais caro e mais difícil do que se imagina devido à concorrência no mercado. Ansoff ainda completa, afirmando que o crescimento rápido é sinal seguro de crise na teoria de uma organização. Qualquer organização que dobre ou triplique seu tamanho dentro de um período relativamente curto necessariamente ultrapassou sua teoria. Até mesmo o Vale do Silício’ aprendeu que reuniões para tomar cerveja com os colegas não são mais adequadas para a comunicação quando a empresa cresceu tanto que as pessoas precisam usar crachás de identificação. Mas um crescimento destes questiona hipóteses, políticas e hábitos muito mais profundos. Para continuar saudável, para não falar em crescer, a organização precisa se fazer novamente as perguntas a respeito do seu ambiente, sua missão e suas competências essenciais. È mais aconselhável segurar o crescimento para que a empresa ande na velocidade que consegue e não no que se espera, sem deixar de lado, é claro, o fator mercado, que pode fazer com que o crescimento estaguine ao invés de crescer num passo menos intempestivo. Para Peter, antes de qualquer coisa: lucros, crescimento, etc.; deve-se ter em mente que a qualidade do produto e a satisfação do cliente não devem cair jamais, são esses fatores que sustentam uma boa lucratividade e um bom crescimento e não o contrário. Há dois sinais para identificar se a teoria do negócio de uma organização não é mais válida, segundo Ansoff. Um é o sucesso inesperado - dela própria ou de um concorrente e o outro um fracasso inesperado - mais uma vez, dela própria ou de um concorrente. Um fracasso inesperado é tão importante como alerta quanto um sucesso inesperado e deve ser levado tão a sério quanto um pequeno ataque cardíaco de um homem de sessenta anos. 29 Tradicionalmente, temos buscado pelo trabalhador milagroso para curar uma organização enferma. No entanto, o estabelecimento, a manutenção e a restauração de uma teoria não requerem um expert na presidência. A questão não é de genialidade, mas de trabalho duro. Não se trata de ser inteligente, mas consciencioso. A incerteza - na economia, na sociedade, na política - ficou tão grande que tornou inútil, senão contraproducente, o tipo de planejamento ainda praticado pela maioria das empresas: previsão baseada em probabilidades. Eventos únicos, como a dissolução do império soviético, não têm probabilidade. Contudo, os executivos têm de tomar decisões que comprometem para o futuro recursos correntes de tempo e dinheiro. Pior, eles têm de tomar decisões de não comprometer recursos — de desistir do futuro. As durações desses compromissos estão crescendo sem parar: em estratégia e tecnologia, marketing, manufatura, desenvolvimento de funcionários, no tempo que se leva para colocar uma nova fábrica em operação, ou nos anos até que o investimento feito numa loja se pague. Todos esses compromissos baseiam-se em suposições a respeito do futuro. Para chegar a elas, o planejamento tradicional pergunta: “O que é mais provável que aconteça?” Ao invés disso, o planejamento para a incerteza pergunta: “O que já aconteceu que irá criar o futuro?” Os dados demográficos são os primeiros a serem olhados. Houve duas mudanças revolucionárias na força de trabalho dos países desenvolvidos: a explosão da educação avançada e a investida das mulheres em carreiras fora de casa, ambas são fatos consumados. A passagem do centro de gravidade da população dos trabalhadores braçais para os trabalhadores de conhecimento e serviços é irrevogável, assim como o envelhecimento tanto da força de trabalho como da população. Os homens de negócios precisam perguntar: “O que esses fatos consumados significam para o nosso negócio? Que oportunidades eles criam? O que ameaçam? Que mudanças eles exigem na maneira pela qual a empresa é organizada e dirigida em nossas metas, produtos, serviços e em nossas políticas? Que mudanças eles tornam possíveis e são provavelmente vantajosas?” 30 A pergunta seguinte é: “Que mudanças na estrutura, em valores básicos (por exemplo, a ênfase no meio ambiente), e em ciência e tecnologia já ocorreram, mas ainda não tiveram todo o impacto?” Acredita-se comumente que as inovações criam mudanças, mas muito poucas o fazem. As inovações bem sucedidas exploram mudanças que já ocorreram. Elas exploram o prazo - em ciência, muitas vezes de vinte e cinco ou trinta anos - entre a mudança em si e sua percepção e aceitação. Durante esse prazo, o explorador da mudança raramente enfrenta muita concorrência. As outras pessoas na indústria ainda operam com base na realidade de ontem. E uma mudança, depois de ocorrida, normalmente sobrevive até mesmo às turbulências extremas. Outras perguntas a serem feitas são; Quais são as tendências nas estruturas econômica e social e como elas afetam o nosso negócio? Desde 1900, a unidade de mão-de-obra necessária para uma unidade adicional de produção em manufatura vem caindo à taxa composta de um por cento ao ano. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, a unidade de matérias-primas necessária à fabricação de uma unidade adicional de produto manufaturado vem decrescendo à mesma taxa. Desde 1950, a unidade de energia necessária à fabricação de uma unidade adicional de manufaturado também está caindo à mesma taxa. Mas a partir de 1880, da introdução do telefone e dos Princípios de Administração Cientifica de Frederick Winslow Taylor, o volume de informações e conhecimentos necessários para cada unidade adicional de produção vem crescendo à taxa composta de um por cento ao ano — taxa à qual as empresas vêm acrescentando pessoas educadas às suas folhas de pagamento. Complementando esta idéia, Peter em A Quinta Disciplina, nos remete à questão de que a arte do pensamento sistêmico está em ver através da complexidade, enxergando as estruturas subjacentes que geram a mudança. Pensamento sistêmico não significa ignorar a complexidade, ao contrário, significa organiza-la em uma história coerente que lance uma luz sobre as causas dos problemas e sobre a forma que eles podem ser solucionados de maneira duradoura. 31 Muitas vezes o empresário reclama de falta de informação, mas, ao contrário, ele sofre de excessivas informações, não sabendo talvez digeri-las adequadamente, ou seja, manipular as informações de maneira a tirar o maior proveito possível. Muitas vezes seria importante ter-se uma equipe ou uma pessoa encarregada de traduzir tais informações ou agrupar as que realmente irão trazer benefícios. Para Ansoff o computador pode ter sido uma resposta a esta explosão de informações. Tendências estruturais semelhantes podem ser encontradas na maior parte das indústrias e mercados. Elas não fazem o “tempo” para uma indústria ou empresa, mas criam o “clima”. A curto prazo, seus efeitos são ligeiros, mas a um prazo mais longo, essas tendências estruturais são de importância muito maior que as flutuações de curto prazo às quais os economistas, políticos e executivos dedicam toda a sua atenção. Quem quer que explore as tendências estruturais tem sucesso quase •garantido. Porém, é difícil combatê-las a curto prazo e quase impossível a longo prazo. Quando uma dessas tendências estruturais se esgota ou se verte, aqueles que continuam como antes enfrentam a extinção e os que mudam depressa se defrontam com oportunidades. As tendências estruturais mais importantes são aquelas das quais muitos executivos nunca ouviram falar: a distribuição da renda disponível dos consumidores. Elas são particularmente importantes numa época de incerteza, como a de hoje. Em ocasiões como esta, essas tendências tendem a mudar — e depressa. Nos últimos cem anos, a maior parte do extraordinário aumento na capacidade de produção de riqueza e nas rendas pessoais tem sido gasta mais em lazer, em cuidados com a saúde e em educação. Em outras palavras, estas foram as áreas dominantes de crescimento do século XX. Estes assuntos não são particularmente enigmáticos. A maioria dos executivos conhece as respostas ou como obtê-las. Só que raramente eles fazem as perguntas. 32 As respostas à pergunta: “O que já aconteceu que irá fazer o futuro?” definem o potencial de oportunidades para uma dada empresa ou indústria. A conversão deste potencial na realidade requer que se iguale as oportunidades às forças e competências da empresa. “Em que esta empresa é boa? O que ela faz bem? Ou: “Que forças lhe dão uma vantagem competitiva? Aplicadas a quê?” A análise de força também mostra onde é preciso melhorar ou aumentar as forças existentes e onde adquirir novas. Ela mostra tanto o que a empresa pode fazer como o que ela deveria fazer. A equiparação das forças de uma empresa às mudanças que já ocorreram produz um plano de ação, permitindo que ela transforme o inesperado em vantagem. A incerteza deixa de ser uma ameaça e se torna uma oportunidade. Porém, existe uma condição: que a empresa crie os recursos de conhecimento e de pessoal para reagir quando surgir a oportunidade. Isto significa o desenvolvimento de um orçamento de futuros em separado. Ansofff acredita que de 10 a 12 por cento dos gastos anuais necessários à criação e manutenção dos recursos para o futuro — em pesquisa e tecnologia, em posição de mercado e atendimento, em pessoal e seu desenvolvimento — precisam ser colocados num orçamento constante, mantido tanto nos anos bons como nos maus. Trata-se de investimentos, embora os contadores e cobradores de impostos os considerem despesas operacionais. Eles capacitam uma empresa a fazer seu futuro, é isto, em última análise, o que significa planejar para a incerteza. Item 2.2 - Aspectos financeiros dos Negócios Nos últimos anos ocorreu a queda de uma série de empresas. Em todos os casos, a causa principal foi pelo menos um dos cinco pecados mortais dos negócios — erros evitáveis que causam danos às empresas mais poderosas. 33 O primeiro pecado, o mais comum, é o culto às altas margens de lucro e ao preço alto”. O melhor exemplo de para onde isto leva é o quase colapso da Xerox nos anos 70. Tendo inventado a copiadora — e poucos produtos na história industrial tiveram sucesso maior em tão pouco tempo —, a Xerox logo começou a acrescentar novas características às máquinas, cada uma com preço objetivando a máxima margem de lucro e levando para cima os preços das máquinas. Os lucros da Xerox aumentaram, o mesmo acontecendo com os preços das suas ações. Mas a grande maioria dos consumidores que necessitavam somente de uma máquina simples tornaram-se cada vez mais dispostos a comprar de um concorrente. E quando a Canon japonesa lançou essa máquina, dominou imediatamente o mercado americano. A Xerox mal sobreviveu. A lição: o culto aos preços altos sempre cria um mercado para o concorrente, e altas margens de lucro não significam maximização dos lucros. O lucro total é a margem de lucro multiplicada pelo número de unidades vendidas. Portanto, o lucro máximo é obtido pela margem de lucro que produz o maior fluxo de lucro total, e normalmente esta é a margem que produz uma posição ótima de mercado. O segundo pecado mortal está intimamente relacionado ao primeiro: fixar erradamente o preço de um novo produto, cobrando “aquilo que o mercado irá suportar”. Isto também cria uma oportunidade isenta de risco para a concorrência. Esta é uma política errada, mesmo se o produto estiver protegido por patentes. Se o incentivo for suficiente, um concorrente em potencial irá encontrar um meio para contornar a patente mais forte. Hoje os japoneses dominam o mercado de máquinas de fax porque os americanos — que inventaram, desenvolveram e primeiro a produziram — cobraram aquilo que o mercado iria suportar: o preço mais alto possível. Os japoneses, entretanto, lançaram a máquina nos Estados Unidos, dois ou três anos depois, a um preço quarenta por cento mais baixo, conquistando, assim, o mercado virtualmente da noite para o dia; o único fabricante americano que sobreviveu foi uma pequena empresa que fez um produto especial em quantidades reduzidas. 34 O terceiro pecado mortal é fixar o preço com base nos custos. O que funciona é o preço ditando os custos. A maioria das empresas chega aos seus preços somando os custos e adicionando uma margem de lucro. E então, logo depois que lançam o produto, elas precisam começar a reduzir o preço, re-projetar o produto com enormes despesas, sofrer prejuízos e, com freqüência, abandonar um produto perfeitamente adequado porque teve seu preço incorretamente fixado. O argumento delas é: “Precisamos recuperar nossos custos e ter lucro”. Isto é verdade, mas irrelevante: os clientes não acham que têm de garantir um lucro aos fabricantes. A única maneira sensata de fixar preços é começando com aquilo que o mercado está disposto a pagar - supondo que é isso que a concorrência irá cobrar - e fazer o projeto com base nessa especificação de preço. O preço ditado pelos custos é a razão para o desaparecimento da indústria americana de eletrônicos de consumo. Ela possuía a tecnologia e os produtos, mas operava com o preço ditado pelos custos e os japoneses praticavam o custeio ditado pelos preços. O preço ditado pelos custos também quase destruiu a indústria de máquinas operatrizes dos Estados Unidos e deu aos japoneses, que mais uma vez usavam o custeio ditado pelos preços, a liderança no mercado mundial. O recente, e ainda modesto, retorno da indústria americana resulta de ela ter finalmente passado para o custeio ditado pelos preços. É claro que começar pelo preço e então reduzir os custos dá mais trabalho inicialmente. Mas no final o trabalho será muito menor do que se você começar errado e passar anos com prejuízos até conseguir custos adequados, e muito melhor do que perder um mercado. O último pecado mortal é alimentar problemas e matar de fome as oportunidades. Tudo o que se pode conseguir com a “resolução de problemas” é a contenção dos danos. Só as oportunidades produzem resultados e crescimento, e elas são tão difíceis e exigentes quanto os problemas. Faça primeiro uma lista das oportunidades que a empresa tem diante de si e certifique-se de que cada uma receba pessoal e suporte adequados. Só depois você deverá fazer uma lista dos problemas e se preocupar a respeito de quem irá cuidar deles. 35 Item 2.3 – Missão Empresarial Qual deverá ser a Missão da sua empresa. "Acredito que muitas pessoas supõem que uma empresa existe para fazer dinheiro. Embora isso seja uma conseqüência importante da existência de uma empresa, precisamos ir mais fundo e descobrir as razões reais de existirmos. À medida que examinamos o assunto, chegamos à inevitável conclusão de que uns grupos de pessoas se reúnem e existem como instituição, que chamamos de empresa, para realizar coletivamente algo que não seriam capazes de realizar individualmente - fazem uma contribuição à sociedade. A missão é uma frase que parece banal, mas é fundamental." David Packard, fundador da HP. Por que é estratégico que todos na sua empresa entendam qual é a Missão que ela deverá desempenhar. A explicitação da Missão não é um modismo, mas sim uma necessidade permanente. É uma questão estratégica que todos na empresa entendam qual é a Missão que ela deverá desempenhar, pois traz uma série de benefícios a empresa: 1. A missão orienta a partida. Por que nasce uma empresa? Segundo David Packard, fundador da HP, uma empresa só é criada para permitir que um grupo de pessoas consiga concretizar uma Missão, que não conseguiria realizar isoladamente. Peter Druker reforçou a opinião de Pckard, afirmando que “Definir a missão de uma empresa é difícil, doloroso e arriscado, mas é só assim que se consegue estabelecer políticas, desenvolver estratégias, concentrar recursos e começar a trabalhar”. É só assim que uma empresa pode será administrada, visando um desempenho ótimo. 2. A missão evita a armadilha do sucesso. Drucker acredita que o sucesso sempre torna obsoleto o comportamento do qual ele resultou, cria novas realidades e diferentes problemas. 36 Os dirigentes das empresas precisam ter sensibilidade e humildade para, mesmo tendo sucesso, perceber as mudanças e tendências do ambiente e incorporá-las à sua Missão. 3. A missão funciona como farol alto. Michael Porter alertou: O que de pior pode acontecer com empresa e nações é tomar decisões tópicas no contexto de curto prazo, se um Planejamento estratégico de logo prazo. Como a missão é um dos pilares de Plano Estratégico, ela tem todas as condições para funcionar como farol alto para a empresa, orientando seu comportamento futuro. Para o Professor Fred David da Auburm University do Alabama, sem uma declaração de missão as ações de curto prazo de uma empresa podem comprometer os seus interesses de longo prazo. Toda organização tem um propósito único e uma razão para existir. Esta singularização deve estar refletida na declaração de missão. Uma organização só alcança um elevado senso de propósito quando explicita e divulga uma clara Missão. 4. A missão atrai, motiva e retém talentos. Stephen Covery, no seu famoso livro Os 7 Hábitos das Pessoas Muito Eficazes, afirmou: Uma Missão cria uma grande unidade e um imenso envolvimento. Gera nas mentes e nos corações das pessoas um quadro de referência, um conjunto de critérios e orientações, por meio dos quais eles poderão governar suas vidas. Não precisam de ninguém para dirigi-los e criticá-los. Eles estão em harmonia com o âmago da organização. O professor Philip Kotler produziu a seguinte pérola ao escrever sobre o assunto: Uma missão bem difundida desenvolve nos funcionários um senso comum de oportunidade, direção, significância e realização. Uma missão bem explícita atua como mão invisível que guia os funcionários para um trabalho independente, mas coletivo, na direção da realização dos potenciais da empresa. 37 Collins e Porras, autores do livro Feitas para Durar da mesma maneira afirmam que “As empresas precisam compreender claramente sua missão para dar significado ao trabalho e, assim, atrair, motivar e reter os melhores talentos”. 5. A Missão orienta a formulação de objetivos. Druker afirma que "Uma empresa não é definida pelo seu nome ou estatuto. É definida pela sua missão. Somente uma definição clara da missão da organização possibilita ter objetivos claros e realísticos". 6. A missão ajuda a aumentar a produtividade. Adam Bryant, editor da News York Times “Empresas que atingiram os limites do downsizing e da reengenharia, descobriram que uma das poucas maneiras que ainda restaram para conseguir mais dos funcionários é ajudando-os a encontrar um propósito". Para os professores King e Cleland a definição clara e objetiva da Missão traz como benefícios: § Assegurar um propósito único dentro da organização; § Servir como referência para a alocação de recursos; § Estabelecer uma orientação geral para a empresa; § Servir como ponto para os funcionários se identificarem com o propósito da organização; § Facilitar a tradução dos objetivos em uma estrutura de trabalho, definido a responsabilidade de cada um da equipe; § Facilitar a definição dos parâmetros de controle do curso, tempo e performance no atingimento do objetivo. Neste contesto podemos definir Missão como a razão de existir da empresa no seu negócio. Podendo se definida por meio de algumas etapas sugeridas por Vasconcelos: 38 Primeira etapa: Responder as seguintes perguntas: § O que faz a empresa? § Como ela faz? § Onde ela faz? § Com qual responsabilidade social? Segunda etapa: Checagem da consistência da missão atual. Não basta ter a missão. É necessário checar a consistência da missão face a Tendências Relevantes para o futuro. Ou seja, com a missão atual sua empresa terá sucesso no futuro? Terceira Etapa: Adequação da Missão ao futuro, devendo-se responder as seguintes perguntas: § O que a empresa deverá fazer? § Como deverá fazer? § Onde deverá estar fazendo? § Com qual responsabilidade social deverá atuar? Para Vasconcelos a missão deve ser a carteira de identidade da sua empresa. Para Drucker: Uma empresa não é definida pelo nome e sim pela sua missão. E a definição da missão deve trazer benefícios a empresa, algo que a diferencie das outras - Professor Martins. Ou seja a missão deve explicitar o negócio da empresa, sendo concisa e objetiva. - Na opinião do professor George Steiner, autor do famoso Hndbook of Strategic Planning, a declaração de missão serve para motivar, dar uma direção, imagem e um tom para guiar a organização. A Missão, depois de ser explicitada, pode ser detalhada. - O objetivo de detalhar uma missão, após sua explicitação, é assegurar entendimento uniforme a qualquer leitor, seja ele cliente, funcionário, fornecedor, acionista, etc. Resumindo: Pense na carteira de identidade da sua empresa; Explique o negócio da sua empresa; Seja conciso e objetivo; Detalhe a missão; Não basta explicitar, é preciso divulgar e fazer acontecer. 39 Uma missão corretamente explicitada, divulgada e utilizada no dia-a-dia da empresa é, sem dúvida, um instrumento vital para sobreviver e competir na arena de negócios. A seguir são descritos alguns exemplos de Missão de algumas empresas. McDonald's Servir alimentos de qualidade com rapidez e simpatia, em um ambiente limpo e agradável. Dunkin'Donuts Aumentar a satisfação e lealdade do cliente através do serviço rápido, de produtos frescos em um ambiente limo e acolhedor. USC - Universidade de Caxias do Sul Produzir conhecimento em todas as suas formas e torná-lo acessível à sociedade, contribuindo principalmente para o envolvimento integrado da gestão. Citibank Oferecer serviços financeiros, em qualquer país, desde que legais e rentáveis. Item 2.4 - Planejando Estrategicamente Para começar a pensar em planejamento é preciso ter bem definido o Negócio e a Missão da organização, conforme já explicitado nos Itens anteriores, mas, além desses, são necessárias a definição de algumas questões principais e que ajudam a nortear o planejamento e a sua operacionalização: Negócio – Missão – Princípios - Análise do Ambiente – Visão – Objetivos Estratégias Competitivas. O terceiro passo, conforme demonstrado acima são os princípios organizacionais, o que nos remete a indagar: Quais princípios deverão nortear sua empresa? 40 Collinis & Porras afirmam: "Não pergunte em que princípios devemos acreditar. Pergunte em que princípios acreditamos de fato e defendemos com paixão". I. Porque é importante que sua empresa tenha Princípios explicitados e divulgados? "O que define uma empresa são seus valores. Em cima deles é que se constroem as competências que a empresa precisa ter". - Abaeth Abasumgsrder (Diretora da Mundial de Recursos Humanos da Microsoft). Lewis Platt, ex-presidente mundial da HP, diz que o segredo de sucesso da empresa é pautar o comportamento por uma cultura homogênea. "Passo maior parte do tempo falando sobre valores. Cuido dos Valores, o resto acontece". Nem sempre os princípios organizacionais são plenamente respeitados. Algumas empresas, apesar de terem princípios explicitados e divulgados, não os respeitam. Exemplo amplamente divulgado e que parece ser lembrado é o Banco Nacional. O Nacional, quando definiu seu conjunto de Princípios, chamou de Valor Nacional e incluiu o da Ética: "Devemos ter uma postura transparente com os clientes, funcionários, fornecedores, acionistas e autoridades. Igualmente importante é a adesão e a firmeza da prática de normas importantes da organização". Um dos possíveis motivos para o desaparecimento do Banco pode ter sido o desrespeito a esse princípio. A definição e o segmento de princípios trazem os seguintes benefícios: § Criam um diferencial competitivo; § Os princípios balizam o processo decisório; William Ouchi nos revela que "A base de qualquer empresa são os seus princípios. Na mediada em que as decisões forem tomadas com base em um conjunto de princípios coerentes e integrados, elas têm maior probabilidade de êxito à longo prazo". (teoria Z) 41 A tomada de decisão estratégica, para Vasconcelos, é geralmente um ato solitário. Além do Feeling, experiência e conhecimento, o profissional necessita de algo mais, que entendemos ser um sólido conjunto de Princípios. Para ele os princípios orientam o comportamento e segundo Peter Sengue, autor do best-seller A Quinta Disciplina, publicou em 1999 o livro A Dança das Mudanças, onde afirma que uma das características das empresas de sucesso é o forte senso de identidade baseando em princípios. Eles são seus alicerces e, paradoxalmente, lhes conferem maior flexibilidade que sempre faltou às organizações hierárquicas tradicionais. Seguindo o mesmo raciocínio afirma que os princípios balizam as estratégias. O que pode ser constatado com a frase proferida por Ralph S. Larsen - CEO da Johnson & Jphnson: "Nossos princípios podem ser uma vantagem competitiva, mas não foram incorporados por causa disso e sim porque definem o que defendemos. E nós os defendemos mesmo que, em determinadas situações, se tornassem uma desvantagem competitiva". Pesquisa McKindey, uma das maiores empresas de consultoria do mundo, realizada em 1998 com 5679 executivos de 77 empresas de grande porte, descobriu que 62% dos executivos consideram que os valores (princípios) são os fatores mais importantes para uma empresa atrair e manter talentos. Como hoje os talentos são considerados a única vantagem competitiva impossível de ser copiada e, portanto, altamente estratégicos para qualquer influência no sucesso das organizações. Quando sua empresa iniciar um processo de recrutamento e seleção, ela deve buscar talentos com perfis compatíveis com os princípios da organização, ou seja, os princípios orientam o recrutamento, a seleção e o treinamento. Um exemplo a ser seguido é o da Randon, que criou um programa especial para preparar os seus líderes para o Século XXI. Dentre os 400 funcionários das empresas Randon, foram criteriosamente selecionados 26, que durante dois anos foram preparados para ajudar a Randon a enfrentar os desafios do Século XXI, mantendo-a como líder, cumprindo assim o Princípio: "Randon, sempre líder". 42 Para Vasconcelos os princípios fundamentam a avaliação. Avaliar não é só para punir, é também para reconhecer e valorizar. As empresas devem usar os princípios para orientar os processos de avaliação, minimizando a subjetividade que vem sendo o "calcanhar-de-aquiles" desses processos. Jack Welch, CEO da GE, afirmou no livro O Executivo do Século: "Não há um ser humano na GE que não tenha o guia de valores. Significa tudo, o seguimos e removemos as pessoas que não seguem aqueles valores, mesmo que obtenham excelentes resultados". II. Conceitos e Princípios Para cumprir o seu Negócio a empresa precisará de alguns balizamentos para impedir que os “fins justifiquem os meios”. Os dois pilares que servem de sustentação na orientação e balizamento de uma empresa são a Missão e os Princípios. Enquanto a Missão atua como um norte, os Princípios servem de balizamento para decisões e comportamentos na empresa. Assim, concluímos que o nosso conceito de Princípios é: Balizamentos para o processo decisório e comportamento da empresa no cumprimento da sua Missão. Princípios podem ser entendidos também com: Credo; as políticas; as filosofias; etc. III. Como explicar os princípios da sua empresa? Primeira etapa: Identificação dos princípios. "Uma filosofia pode ajudar uma organização a manter seu sentido de singularidade ao declarar o que é e o que não é importante. Também oferece eficiência em planejamento e coordenação entre pessoas que compartilham uma mesma cultura." William Ouchi (Teoria Z). Nos processos que uma empresa participa, a partida é dada com o resgate da sua cultura. É fundamental identificar os traços marcantes do comportamento dela ao longo dos anos, suas crenças e seus valores. 43 No livro feita para durar, Collins e Porras informaram que os executivos da Ford, em reuniões que mais pareciam aulas de filosofia, definiram "Missão, Valores e Princípios Básicos". Segundo os autores, estes Princípios constituem algo que nunca se tornará obsoletos, pois são uma herança cultural transferida de geração em geração de funcionários da empresa. Informados sobre a cultura da empresa, agora devemos selecionar os temas que irão efetivamente balizar o processo decisório e o comportamento de toda a equipe. Vasconcelos entende como natural que, em um primeiro momento, surja um número excessivo de temas para os princípios. Tudo parece ser importante e que deveria estar no conjunto de Princípios. A prática mostra que, apesar de a intenção ser boa, o exagero não ajuda, muito pelo contrário, pode dificultar a utilização prática dos Princípios, pois os princípios só serão úteis se forem efetivamente praticados por todos na empresa. E, para que sejam assimilados, os princípios devem ser poucos e redigidos de forma clara e concisa. Segunda Etapa: Deve-se checar a Consistência dos princípios. Terceira Etapa: Adequação dos princípios à atualidade. Stephen Covey - "Os líderes de sucesso no Século XXI valorizarão mais os princípios do que suas próprias empresas". Após verificar a consistências dos princípios, deverá ser feita caso necessário, uma adequação dos mesmos. O caminho é modificá-lo ou substituí-lo, ou até mesmo incluir novos. Vale destacar que este é o momento de agregar novos princípios. Devem ser princípios que traduzam as tendências relevantes. Se na primeira etapa foi importante resgatar os valores do passado, agora é hora de assumir os desafios do futuro. “É impossível vestir a camisa se suas emoções ficarem em casa - A Telet (operadora de telefonia celular na banda B no Rio grande do sul).ao tentar tornara as pessoas felizes no trabalho - “Se eu der um aparelho de graça 44 para os clientes, a concorrência também pode dar, mas formar uma equipe capacitada e motivada não é algo que se copie facilmente. Ou seja: § Torne inesquecíveis os princípios; § Detalhe os princípios; § Não basta explicar, é preciso divulgar; § Não basta divulgar, é preciso praticar. Seguindo a seqüência descrita no início deste Item, o próximo aspecto a ser considerado é a Análise do Ambiente. Sun Tzu Arte da Guerra "Se conhecemos o inimigo (ambiente externo) e a nós mesmos (ambiente interno), não precisamos temer uma centena de combates. Se nos conhecemos, mas não ao inimigo, para cada vitória sofreremos uma derrota. Se não nos conhecemos nem ao inimigo, perderemos todas as batalhas." Peter Drucker, em seu livro Administração em Tempos Turbulentos, faz as seguintes afirmações: "Em épocas turbulentas as empresas não podem pressupor que o amanhã será sempre um extensão do presente. Pelo contrário, devem administrar visando mudanças que representem oportunidades e ameaças”. "Uma era de turbulência é também uma era de grandes oportunidades para aqueles que compreenderem, aceitarem e explorarem as novas realidades. Os tomadores de decisão devem enfrentar face a face a realidade e resistir àquilo que todos nós já conhecemos, a tentação das certezas do passado - certezas que estão prestes a se tornar as superstições do futuro." Os que se acomodam e se desculpam dizendo "não temos certeza de coisa alguma", devem se lembrar da famosa afirmação de ALVIN TOFFLER: "As mudanças são a única certeza que temos”. Para os que temem a mudanças, Vasconcelos adverte: “Mudanças são oportunidades”. Podem ser vistas como ameaças por muitos executivos, mas todas precisam ser exploradas como uma oportunidade para fazer algo de 45 diferente, algo novo e, acima de tudo, para fazer algo melhor, algo mais produtivo e lucrativo. Alvin Toffler, em seu livro previsões e Premissas, afirma: ''Prospectar o futuro é uma das melhores maneiras de otimizar as decisões no presente". Para Vasconcelos e Dernizo Pagnocelli, em Construindo Estratégias para Vencer, definem a análise ambiental da seguinte maneira: “A análise do ambiente é um conjunto de técnicas que permitem identificar e monitorar permanentemente as variáveis competitivas que afetam a performance da empresa”. Para a análise e o monitoramento do Ambiente, Vasconcelos, afirma que são necessárias algumas etapas. Primeira etapa: Definir a abrangência do ambiente a ser analisado. Segunda etapa: Definir o que analisar no ambiente. - Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem é preciso ter ouvidos afiados para ouvir o trovão. “Para ser vitorioso você precisa ver o que não está visível.” Sun Tzu. Ou seja: § Quem é o cliente? § Quais são os concorrentes? § Quais são os nossos públicos relevantes? § Como funciona a Cadeia de Agregação de Valor da nossa Empresa? § Quais são as nossas competências competitivas? Terceira Etapa: Identificar o Cenário Referência para sua empresa. - Para realizar a Análise do Ambiente, é preciso visualizar cenários alternativos e escolher o cenário que será referência. Os cenários referência vai permitir visualizar as mudanças mais importantes que poderão ocorrer com clientes concorrentes e outros públicos em função das tendências relevantes. § Quem será nosso cliente no futuro? § Quais serão os nossos concorrentes no futuro? § Quais serão os públicos relevantes da empresa no futuro? 46 § Como funcionará a nossa Cadeia de Agregação de Valor no futuro? § Que Competência Competitiva precisaremos desenvolver no para ter sucesso no futuro? Recomenda-se analisar com profundidade os cenários econômicos, tecnológicos e mercadológico para definir o cenário referência para a sua empresa. Quarta etapa: Levantar as informações relevantes sobre a empresa (perfil estratégico da empresa). Quinta etapa: Descrever o resultado da análise do ambiente. A melhor maneira de registrar as conclusões obtidas nas quatro fases anteriores, para Vasconcelos é separando-as em dois conjuntos: No ambiente externo, identificando oportunidades e ameaças relevantes, e no ambiente eterno identificando as forças e franquezas relevantes. Ambiente Externo: Oportunidade são situações externas, atuais, que podem influenciar positivamente o desempenho da empresa. Ameaças são situações externas, atuais ou futuras, que podem influenciar negativamente o desempenho da empresa. E Ambiente Interno: Forças são características ou qualidades da empresa, tangíveis ou não, que podem influenciar positivamente o seu desempenho. Franquezas são características da empresa, tangíveis ou não, que podem influenciar negativamente o desempenho da empresa. Sexta etapa: Criar o radar do ambiente. A acelerada dinâmica do ambiente requer uma constante monitoria das mudanças que podem afetar o desenvolvimento da sua empresa. Não basta, porém, perceber os sinais e identificar as oportunidades e ameaças, é necessário incorporar essas informações obtidas pelo radar ao processo de Planejamento Estratégico. 47 "A marcha dos acontecimentos é tão rápida que, a não ser que encontremos alguma maneira de prospectar o futuro, não poderemos agir para influenciá-lo" Dean Rusk, Ex-Secretário de Estado Americano. "O problema do nosso tempo é muito simples: o futuro já não é mais o que costumava ser." Paul Valéry. "Não há máquina mais poderosa para direcionar uma empresa para a excelência e o sucesso duradouro do que uma visão atraente, compensadora, realizável e amplamente comparativa." Burt Nanus, Liderança Visionária. “Mais do que nunca, ter uma visão voltada para o futuro é a diferença entre o sucesso e o fracasso" Peter Drucker Diante do desafio de planejar em ambiente cada vez mais complexo e competitivo, a visão passou a ter importância fundamental na construção do futuro de pessoas, organizações, cidades e países. A crescente utilização da visão em processos de planejamento estratégico nos levou a incluir a explicitação da visão, cujos benefícios são: § A visão apóia a parceria empresa/empregado na construção do futuro. Este envolvimento está de acordo com a tendência crescente de que as empresas, através da visão, partilhem a construção do futuro com os funcionários; § A visão promove a inovação. A visão energiza a empresa e cria um ambiente propício ao surgimento de novas idéias. Nenhuma matéria-prima é mais relevante para empresa, independente do ramo em que atue, do que as idéias; "É preciso criar o ambiente certo para inovação. Não adianta dizer às pessoas, de uma hora para outra, que elas têm de ter imaginação simplesmente porque a empresa está precisando." Livio de Simone, presidente mundial da companhia, em entrevista concedida à revista exame em 15 de fevereiro de 1995. 48 § A visão levanta uma bandeira; § A visão funciona como bússola para a equipe; § A visão reduz a dependência da empresa para com "gênios e líderes". Todos os gênios e líderes morrem um dia. Se uma empresa for construída apenas ao redor deles surgem muitas dúvidas sobre o futuro após sua morte; § A visão tira a empresa da zona de conforto. "O perigo de não se ter uma visão é que a maioria de nós irá continuar a operar num determinado nível, aquele que sentimos inconscientemente ser o correto. A importância de se ter um sonho bem definido e nos visualizarmos operando em um nível muito mais elevado é que a nossa mente, inconscientemente, vai interpretar isso como um novo nível de desempenho esperado e nos fará corrigir positivamente o nosso curso rumo à visão." Lynch e Kordis, no livro Estratégia de Golfinho; § A visão motiva e inspira a equipe. O maior desafio das empresas é o de mobilizar e motivar seus talentos; § A visão orienta o planejamento da sua atuação na cadeia produtiva. § A visão orienta a virada; § A visão mobiliza para os programas de qualidade. A qualidade deixará de ser uma opção, passando a ser condição de sobrevivência para a empresa competitiva; § A visão complementa a missão; § A visão orienta os objetivos; § A visão orienta os investimentos; A visão permite administrar a continuidade e a mudança simultaneamente. A visão deve requerer um desafio para a organização como um todo, exigindo muitos anos de esforços para ser alcançada. Para ter este efeito, a visão precisa ter uma descrição viva. A visão deve ser clara e inspiradora, levando a equipe a concentrar todos os talentos e recursos na efetivação do futuro visualizado. Ser clara significa não precisar de explicação e ser entendida de imediato. Para assegurar que a visão tenha força suficiente, na visão de Vasconcelos, deve-se perguntar: 49 § A visão fará as pessoas se moverem naquela direção? § As pessoas continuarão a se mover mesmo sem os líderes atuais? § A visão irá criar o nível necessário de comprometimento da equipe? A pesquisa, realizada por James Collins e Jerry Porras com empresas vencedoras (HP, 3M, Disney e P&G), mostrou que só 1% do sucesso depende da visão, enquanto 99% dependem da adesão da equipe que a visão consegue gerar. John Kotler, professor na Harvard Business School, considerado uma das maiores autoridades mundiais em liderança, durante entrevista com editor da revista Strategy & Leadrshiop, em janeiro de 1997, afirmou: "Ter somente a visão não resolve. Uma visão sem o senso estratégico de como você fará acontecer resulta em vontade sem realidade prática." Ou seja, motivar a sua equipe, ser criativo, explicitar, explicar e divulgar a visão organizacional, ser flexível e ser persistente são algumas sugestões para quem deseja que sua empresa vença no mercado. Após a observância dos passos anteriores para a perfeita definição e utilização da Visão empresarial é necessário a definição dos objetivos empresariais. "Os objetivos da empresa são uma espécie de ímã, a direção que une toda a equipe." John Young, presidente da HP. Para concretizar a Visão e cumprir a missão no seu negócio, a empresa precisará definir um conjunto harmonioso de objetivos. Objetivos são, portanto, resultados que a empresa deve alcançar, em prazo determinado, para concretizar sua visão competitiva no ambiente atual e no futuro. Se o planejamento estratégico tem como desafio construir o futuro da empresa, agora é chegado o momento de escolher o futuro a ser construído, e essa escolha deve ser feita através da definição dos objetivos. 50 São sugeridas, por Vasconcelos, quatro etapas no processo de definição dos objetivos de sua empresa. § Definição do horizonte dos objetivos; § Escolha dos temas; § Definição dos indicadores de desempenho; § Preenchimento do painel de controle. Para organizar temas, indicadores de desempenho e horizonte dos objetivos, sugerimos o quadro que batizamos de painel de controle dos objetivos, que facilita sua visualização e controle. Para apoiar a definição sugere-se: § Não exagere concentre-se no que é essencial. § Seja claro: não atinge o que não se entende. § Não basta definir, é preciso divulgar; § Não caia na armadilha do crescimento. Para crescer não basta ter equipe, instalações, equipamentos e know-how. Tudo isso requer capital de giro. § Não esqueça que os objetivos são interdependentes. Após a definição de objetivos é chegada a hora de responder a seguinte pergunta: Quais deverão ser as estratégias Competitivas da sua empresa? "Nenhuma empresa pode ousar entrar no mercado competitivo sem uma definição clara de como posicionar-se em seu setor, ou seja, sem ter estratégias." Michael Porter, Harvard Business School Press. No Brasil, com a mudança de um ambiente de protecionismo para outro mais competitivo, aumentou tremendamente a necessidade de pensar em estratégia. É imprescindível investir mais tempo para trazer a estratégia que diferencie a sua empresa. Muitas perderam de vista a estratégia, confundindo com benchmarking e reengenharia. Por isso é que empresas são vistas competindo do mesmo modo, com as mesmas ferramentas, em uma concorrência destrutiva na qual, todos tendem a eliminar os lucros. 51 Para Vasconcelos a estratégia é uma necessidade para qualquer empresa, não importa seu tamanho, pois o único modo de sobreviver é se diferenciar dos concorrentes. Sendo demonstrados por eles alguns benefícios: § As estratégias apóiam a escolha de caminhos. § As estratégias criam diferencial competitivo. § As estratégias orientam o Marketing. § As estratégias levantam uma bandeira e motivam a equipe. § As estratégias orientam o recrutamento, a seleção e o treinamento. § As estratégias orientam a cadeia de agregação de valor. § As estratégias orientam os investimentos. Só decida sobre investimentos tendo uma estratégia que os justifique. Ou seja, Estratégia Competitiva é o que a empresa decide fazer e não fazer, considerando o Ambiente, para concretizar a Visão e atingir os objetivos, respeitando os Princípios, visando cumprir a Missão no seu negócio. “Não use estratégias medíocres, elas não têm a magia para mover as pessoas”. Daniel Burnham Resgatando a etimologia da palavra estratégia, do grego strategos, que significa a arte dos generais, fazendo uma analogia, podemos dizer que o conjunto de Estratégias é uma arsenal à disposição da empresa. Ao decidir o que fazer e o que não fazer para alcançar os Objetivos, tenha em mente as seguintes dicas características das Estratégias: § Não exagere na quantidade de estratégias. § Seja claro ao explicitá-las. § Não confunda estratégia com ações. As estratégias devem considerar as tendências relevantes para o século atual, bem com a análise do ambiente, criando vantagens competitivas duradouras, sendo compatíveis com os recursos da empresa, estar dentro do limite de risco aceito por ela e serem fundamentadas nos princípios da empresa. 52 As estratégias devem ser coerentes entre si. Se estratégias são decisões, é impossível ter coerência com decisões conflitantes. Devem buscar o compromisso das pessoas envolvidas e serem criativas e inovadoras. "Se você quer ter sucesso, deve lançar-se por novos caminhos, em vez de seguir pelas trilhas batidas do sucesso tradicional." John Rockfeller. Após a formulação das estratégias é prudente checar sua consistência. Nem sempre uma estratégia é de implantação imediata e algumas são mais impactantes do que outras, o que nos leva à necessidade de estabelecer prioridades dentre as estratégias. A estratégia nada significa até que se transforme em ação, e esta em resultados. Assim, é necessário passar do planejamento ao "fazejamento". Vasconcelos sugere algumas ações para que o administrador consiga concretizar o seu planejamento: § Criar forças tarefas dos objetivos. A força tarefa é responsável pela elaboração e implantação do plano de ação do objetivo; § Elaborar cronograma do processo; § Formular os planos de ação; § Compatibilizar os planos de ação; § Assegurar recursos para as ações; § Aprovar formalmente o plano estratégico e os planos de ação. É inegável que a tendência relevante na direção da crescente abertura da sociedade, da transparência e da democratização de informações. Assim, o plano estratégico, antes considerado documento de acesso restrito à alta administração, tornou-se objeto de ampla divulgação em todos os níveis da empresa. Se a intenção da empresa é o sucesso, é necessário que ela informe a todos os seus funcionários como pretende alcançá-lo. Temos observado nas empresas diferentes graus de abertura com relação à divulgação do plano estratégico. Cabe à diretoria da empresa decidir qual o grau de abertura é mais conveniente e estratégico para a divulgação do seu plano. 53 Ao tomar essa decisão, considere o benefício de seus funcionários conhecerem como e aonde a empresa quer chegar, e não apenas o risco de seus concorrentes serem informados sobre seus passos. “Não se preocupe se algum competidor começar a imitar seus métodos”. Enquanto ele estiver seguindo seus passos, não poderá ultrapassá-lo. Sun Tzu. Todo o esforço de divulgação tem como objetivo a busca de compromisso pelos diversos níveis da empresa. Para Vasconcelos a palavra chave em todo o processo de planejamento é COMPROMISSO. Para reforçar e manter vivo o compromisso com processo, é vital promover e incentivar a participação direta ou indireta dos funcionários. Além disso, muitas empresas têm realizado avaliações de desempenho e utilizado programas de incentivo, ambos vinculados ao atingimento dos objetivos da empresa. O esforço de divulgação deve ser dosado para evitar a tendência natural de concentração no início do processo e seu esvaziamento posterior. Sugere-se, desta forma, que seja estabelecido um eventograma considerando datas especiais de sua empresa. Algumas empresas têm obtido ótimos resultados divulgando seu plano estratégico com o apoio de suas agências de publicidade, as quais dão ao assunto o tratamento técnico e profissional preciso. Para a implantação do que foi planejado, Vasconcelos sugere que se comece fazendo um grande evento para lançar o planejamento estratégico, com a presença de toda a diretoria da empresa. Cabendo ao principal executivo da empresa o papel de líder no processo de planejamento estratégico, assegurando sua prioridade e continuidade. Multiplique a liderança. É essencial que a liderança se propague por toda a empresa e ela deve ser complementada através da atuação de agentes multiplicadores, que também precisam ser líderes e formadores de opinião. 54 Valorize a disciplina, o otimismo e a determinação. São características das empresas e pessoas vencedoras. "Não faça previsão do tempo faça chover". Mantenha o rumo, faça como Alexandre Randon, que disse: "Não é qualquer turbulência que leva nossa Randon a abandonar o nosso Plano Estratégico.”. Mantenha o foco. O que não é planejamento estratégico, não é importante e, portanto, não deve ser feito. A não ser que, sendo considerado importante, seja incluído no plano estratégico. Mantenha a equipe bem informada, utilizando os meios de comunicação mais aceitos pela cultura de sua empresa, sem desprezar os virtuais. O desafio de construir o futuro da empresa diante de mudanças, surpresas e, principalmente, de forças concorrentes, só será vencido se as pessoas envolvidas estiverem motivadas e capacitadas. As tendências relevantes mostram que não basta ser uma Learning (organização de aprende) ou uma Teaching Organization (organização que ensina) para ter sucesso, é necessário transformar a empresa em uma Learning and teaching Organization. As informações sobre os resultados alcançados, devem, mês a mês ser obtidas através de balancetes mensais, do orçamento e através do coordenador de cada força-tarefa. Para corrigir a rota, não ceda à tentação de mover o alvo para o local para onde foi a flecha. O essencial é corrigir e compensar suas ações e atingir os objetivos definidos. Os resultado dessa avaliação devem ser registrados em gráficos que vão compor o que chamamos de painel de performance. Este deve ser colocado nas mesas e das telas dos computadores dos diretores. 55 Se o planejamento estratégico faz sintonia entre o ambiente e a empresa, ele precisa ser atualizado periodicamente para acompanhar as mudanças relevantes do ambiente. Para as etapas Negócio, missão e princípios as atualizações devem ser feitas a cada 5 anos. Mesmo não ocorrendo mudanças tão significativas no ambiente a ponto de existirem antecipações de um questionamento, não deve ser dispensada uma validação anual. Para a etapa visão, o importante é avaliar sua realização. Se ela for realizada, deverá ser proposto novo desafio, cabendo então a sua atualização. Para as etapas análise do ambiente, objetivos e estratégias competitiva, além do processo permanente de acompanhamento, avaliação de resultados e correção de rota, é recomendado uma atualização anual. Não basta planejar, é preciso administrar estrategicamente. Ansoff, um dos criadores do planejamento estratégico e da administração estratégica, nos resume a questão com a afirmação a seguir: "O planejamento estratégico é um processo sistemático para a tomada de decisões, visando a garantir o sucesso da empresa em seu ambiente futuro. Faz-se necessário um conceito gerencial mais abrangente, que assegure a implantação eficaz e oportuna de planos estratégicos. A administração estratégica é justamente esse conceito." 56 Capítulo 03 – Marketing Item 3.1. – O que é Marketing? Marketing é estratégia e a estratégia empresarial tem sido objeto de intensos estudos e pesquisas no campo acadêmico e empresarial nos últimos 40 anos. Tais estudos e pesquisas têm considerado pelo menos três questões principais: a questão do conceito, a questão do processo, e a questão do conteúdo da estratégia. A questão do conceito procura respostas sobre o que é estratégia, a questão do processo de como ela é formulada ou “formada” nas organizações, e a questão do conteúdo diz respeito aos elementos básicos que devem compor sua definição. Em relação ao conceito de estratégia, o consenso está longe de ser alcançado. Reconhecendo essa dificuldade, Hax e Majluf (1991:6) propõem um conceito amplo que busca agregar diversas dimensões. Segundo esses autores, estratégia: (1) é um padrão coerente, unificado e integrativo de decisões; (2) que determina e revela os propósitos organizacionais em termos de seus objetivos de longo prazo, programas de ação, e prioridades para alocação de recursos; (3) seleciona os negócios em que a organização está ou vai estar; (4) busca alcançar uma vantagem sustentável de longo prazo em cada um dos negócios, por meio de respostas adequadas às oportunidades e ameaças do ambiente, e aos pontos fortes e fracos da organização; (5) engloba todos os níveis da organização (corporativo, negócio e funcional); e (6) define a natureza das contribuições econômicas e não econômicas aos interessados. Com relação ao processo de formulação, ou formação das estratégias, o consenso também está longe de ser alcançado. Mintzberg (2000) identifica dez processos distintos, os quais compõem as chamadas escolas do pensamento estratégico: a escola do design, a do planejamento, a do posicionamento, a empreendedora, a cognitiva, a de aprendizado, a do poder, a cultural, a ambiental e a de configuração, que vêem a estratégia como um processo de concepção, 57 formal, analítico, visionário, mental, emergente, de negociação, um processo coletivo, reativo e de transformação, respectivamente. Com relação ao conteúdo da estratégia, duas dimensões básicas têm sido objeto de estudos. A primeira refere-se às estratégias de crescimento, que contemplam a definição do escopo de atuação da empresa (seus negócios, produtos e mercados, e o escopo vertical ou grau de integração na cadeia de valor da indústria) e as formas de alcançar seus objetivos (via desenvolvimento interno, aquisições e/ou fusões, e alianças estratégias). A segunda dimensão relaciona-se às estratégias competitivas, ou seja, quais as alternativas para a empresa alcançar e manter uma vantagem competitiva sustentável no mercado. Tais dimensões estão inter-relacionadas, ou seja, a definição do escopo afeta e definição da estratégia competitiva, e vice-versa, porém poucos estudos têm procurado explorar essa interdependência. Outra questão a ser considerada refere-se aos níveis em que se define a estratégia – corporativo, negócio e produto/mercado – pois as definições das estratégias têm naturezas distintas em cada um desses níveis. Segundo Rocha, Marketing é uma função gerencial, que busca ajustar a oferta da organização a demandas especificas do mercado, utilizando como ferramental um conjunto de princípios e técnicas. Pode ser visto, também, como um processo social, pelo qual são reguladas a oferta e a demanda de bens e serviços para atender às necessidades sociais. E, ainda, uma orientação da administração, uma filosofia, uma visão. Essa orientação reconhece que a tarefa primordial da organização é satisfazer o consumidor, atendendo a suas necessidades, levando em conta seu bem-estar a longo prazo, respeitadas as exigências e limitações impostas pela sociedade e atendidas as necessidades de sobrevivência e continuidade da organização. O termo marketing pode ser usado, vários sentidos, refletindo-se em diferentes conceituações, como indicado a seguir: 58 Marketing é “O processo pelo qual a economia integrada à sociedade para servir às necessidades humanas. (Peter Drucker)” “Criar e manter clientes.” (Theodore Levitt) Para Kotler (Administração de Marketing, 10ª Edição), marketing é visto como a tarefa de criar, promover e fornecer bens e serviços a clientes, sejam estes físicas ou jurídicas. Envolvendo os profissionais em marketing de bens, serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e idéias. No processo competitivo, cada empresa está permanentemente buscando o melhor ajustamento entre o produto específico que ela oferece e algum grupo de consumidores no mercado. Nisto reside a essência da concorrência entre as empresas, e ao marketing cabe a tarefa de realizar esse ajustamento. Como o mercado é dinâmico, tal ajuste se deve realizar de forma permanente, já que toda empresa está constantemente ameaçada de perder sua posição por: § Mudanças no ambiente; § Mudanças no comportamento dos consumidores; § Mudanças na ação dos concorrentes. Na verdade Kotler distingue três estágios pelos quais a atividade de marketing pode passar: 1. Marketing empreendedor: a maioria das empresas é fundada por indivíduos perspicazes. Eles recebem uma oportunidade e saem batendo de porta em porta a fim de chamar a atenção para seu produto. 2. Marketing profissionalizado: quando as pequnas empresas alcançam o sucesso, elas inevitavelmente passam a dotar procediemntos de marketing mais profissionais. 3. Marketing burocrático: muitas grandes empresas mergulham de cabeça no marketing profissionalizado, examinando detalhadamente os últimos números, investigando minuciosamente relatórios de pesquisa de mercado 59 e tentando aperfeiçoar suas relações com os distribuidores e suas mensagens publicitárias. O resultado é que o marketing efetivo pode assumir várias formas. Sempre existirá uma tensão entre o estágio profissionalizado do marketing e sua manifestação mais criativa. Os profissionais de marketing possuem técnicas para estimular a demanda pelos produtos de uma empresa. Mas essa é uma visão demasiadamente simplista das atribuições dos profissionais de marketing. Da mesma maneira que profissionais de produção e logística são responsáveis pela gestão do suprimento, os profissionais de marketing são responsáveis pela gestão da demanda. Gerentes de marketing procuram influenciar o nível, a velocidade e a composição da demanda para alcançar os objetivos da organização. Item 3.2. – Marketing e a Administração Quando se analisam as relações entre a empresa e seus consumidores, podemse identificar três orientações básicas: a orientação para o produto, para vendas e para marketing (Marketing: Teoria e Prática no Brasil/ Ângela da Rocha, Carl Christensen). A orientação para o produto segue a lógica do fabricante e não a do consumidor. Em vez de olhar para o que o consumidor está querendo, focaliza o que o fabricante tem a oferecer. A ênfase das empresas que seguem essa orientação está na qualidade e nos aspectos técnicos do produto, na melhoria dos processos de produção e nos controles de custo. As empresas orientadas para o produto têm uma fé inabalável em seu produto e na capacidade de o mesmo atrair clientes. Sua lógica se expressa na afirmativa: “Meu produto é bom e se vende sozinho”. Essa lógica é, porém, de curto prazo, e assim provou ser no caso de muitas empresas e setores. A orientação para o produto predominou nas empresas americanas até as primeiras décadas desse século; e, por muito mais tempo, na maioria das 60 empresas nos países industrializados da Europa. Essa orientação era coerente com um mundo de demanda reprimida e escassez de bens. No advento da Revolução Industrial, o importante era produzir ao menor custo, pois tudo o que fosse produzido era consumido. Figura 01 – Sistema de produção A orientação para vendas enfatiza o uso dos instrumentos promocionais — propaganda, promoção, venda pessoal etc. — com o propósito único de gerar vendas a curto prazo para a empresa. Essa mentalidade se expressa no “vender a qualquer custo”. Tipicamente, uma empresa orientada para vendas gera clientes insatisfeitos a longo prazo. A gerência, porém, não está preocupada apenas com isso: novos clientes serão atraídos e a empresa continuará a vender seus produtos. Uma empresa com esse enfoque só poderá subsistir por muito tempo em condições específicas: § Quando o mercado é de vendedores e as empresas “ditam” aos clientes as condições pelas quais estão dispostas a vender seus produtos; § Quando as empresas concorrentes adotam essa mesma orientação, de tal forma que o consumidor, ainda que insatisfeito, não dispõe de alternativas; § Quando a sociedade não está organizada em movimentos de consumidores, de forma a coibir abusos de fabricantes e comerciantes; 61 § Quando o produto em questão é de compra altamente infreqüente e os sistemas de produção e de distribuição são automizados, não havendo penalidades para o vendedor nem possibilidade de o consumidor obter informações prévias sobre o mesmo ou os serviços que pretende adquirir. Já no início dos anos 60, o professor Theodore Levitt, seu manifesto clássico “Miopia em Marketing”, dizia que o marketing devia centrar-se nas necessidades do cliente, e não nas características do produto. No início da década de 70 era preciso reformular o conceito de marketing — e praticá-lo. Era importante que as necessidades do cliente fossem entendidas em um contexto de longo prazo (não seus desejos imediatos, ou esses desejos apenas se não se opusessem ao atendimento de suas necessidades futuras) e que, sobretudo, fossem consistentes com as demandas da sociedade (e não com demandas individuais que pudessem conflitar com as necessidades sociais). O marketing abdicava, assim, de uma tradição individualista-imedíatista, muito própria da sociedade norte-americana, para adotar uma visão mais coletivista e de longo prazo. Na década de 80, a filosofia de marketing recebeu nova contribuição, a dos japoneses, que impuseram a reflexão sobre seus métodos de negócios, por um motivo muito simples — eles funcionavam. A empresa japonesa era a vencedora nos principais mercados mundiais nos anos 80. Desbancava ou ameaçava a liderança de empresas como a Xerox, a Caterpillar, a Kodak, a Harley-Davidson e a todo-poderosa General Motors. Qual o segredo de seu marketing? Servir, servi; servir. Osegredo era a atenção máxima aos mínimos detalhes, o melhor produto, o melhor atendimento, a melhor assistência técnica — e tudo isso ao melhor preço. O segredo era a melhoria contínua, a busca incessante da melhor oferta ao cliente, do que não havia sido pensado antes (como o walkmun da Sony) ou do que já havia sido pensado, mas não tão bem (como os carros da Toyota e as motos da Honda). O segredo era o interesse em ser o campeão do cliente. 62 As empresas ocidentais reagiram. Pela adoção de programas de qualidade, reinventaram seus produtos, tomando-os competitivos com os dos japoneses. Fortes controles de custos levaram ao enxugamento de estruturas organizacionais dispendiosas. Mudanças radicais nas operações permitiram aumentar a produtividade, reduzir os custos e melhorar produtos. Termos como CQT (controle de qualidade total), just in time, kaizen (melhoria contínua), reengenharia, downsizing tornaram-se correntes, refletindo o emprego de novos conceitos de administração. As empresas passaram a enfocar a satisfação do cliente como o princípio básico da organização. Em meados da década de 90, a reestruturação competitiva da indústria ocidental, particularmente norte-americana, já se havia processado: eram empresas mais enxutas, mais competitivas e orientadas para o cliente. No Brasil, os impactos tardios da globalização só se fizeram sentir na década de 90, com a abertura do mercado brasileiro aos produtos estrangeiros, a entrada no Mercosul e o conseqüente ingresso de capitais estrangeiros. A reestruturação da indústria brasileira encontra-se em processo. Espera-se que dela saiam empresas fortalecidas, capazes de lidar com as complexidades do mercado global e, sobretudo, atentas às necessidades do consumidor e aptas a melhor servi-lo. Tal postura significará a adoção ampla do conceito de marketing. Item 3.3. – A adoção do Marketing A adoção do conceito de marketing pelas empresas pode proporcionar muitas vantagens. Em primeiro lugar, a sobrevivência e a continuidade da empresa, a longo prazo, derivam de sua capacidade de atrair e reter clientes. Além disso, há indicações de que as empresas orientadas para marketing são mais lucrativas, independentemente do grau de turbulência do mercado em que atuam, da intensidade da competição e do grau de mudança tecnológica. Isto significa dizer que, quaisquer que sejam as condições vigentes, uma orientação 63 para marketing produz resultados superiores aos das empresas que não têm essa orientação. Algumas empresas julgam, erroneamente, que adotaram o marketing, quando na verdade aplicam apenas um simulacro do marketing. A organização precisa adaptar-se às exigências do mercado, aprender a considerar sua função, não a produção de bens ou serviços, mas a aquisição de clientes. Para isso, a empresa precisa definir seu negócio não em termos de produtos específicos, mas em termos de necessidade do cliente. ROCHA completa afirmando que na busca de uma redefinição de seu negócio em termos de marketing, é importante ter em mente o fato de que não existe uma forma única, ou “melhor”, pela qual uma empresa deva concorrer em um mercado. São muitas as formas de concorrer, e o que parece distinguir uma empresa bem-sucedida de uma malsucedida é a combinação criativa de vários elementos da sua estratégia. Cada empresa deverá definir seu próprio “conceito de marketing” e integrar esses elementos de forma única e inovadora. A solução, para cada empresa, será distinta. Item 3.4. – Mercados-alvo e Segmentação Gerenciamento do Marketing é o conjunto de atividades de marketing dirigidas para o atendimento das necessidades do cliente a longo prazo, tendo em vista seu bem-estar e o sucesso da organização (ROCHA). A gerência de marketing inclui as atividades relativas a: § Avaliação de oportunidades de mercado e de capacidades e recursos da empresa; § Posicionamento do produto; § Determinação do marketing mix; § Implementação e controle dos programas de marketing. 64 Uma empresa raramente consegue satisfazer a todos em um mercado. Sendo assim os profissionais de marketing devem começar com a segmentação de mercado. Identificando e traçando os perfis de grupos distintos de compradores que poderão preferir ou exigir produtos. Para Kotler, segmentos de mercado podem ser identificados analisando-se diferenças demográficas, pscicográficas, e comportamentais existentes entre compradores. A empresa então decide que segmentos apresentam as maiores oportunidades – aqueles a cujas necessidades a empresa pode atender de maneira superior. Os empresários frequentemente utilizam o termo mercados para indicar vários grupos de clientes. Falam de mercados de necessidades; mercados de produtos; mercados demográficos (o mercado de jovens, por exemplo), e mercados geográficos (ex.: o mercado francês). Ou então estende o conceito para incluir outros mercados, como o de eleitores, o de mão-de-obra e o de doadores. O administrador, ou profissional de marketing neste parâmetro precisa identificar quem são os clientes potenciais, seus desejos, necessidades e demandas. Normalmente considera-se que as pessoas satisfazem a suas necessidades e a seus desejos com produtos, sendo um produto qualquer oferta que possa satisfazer a uma necessidade ou a um desejo: bens, serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e idéias. Segundo Kotler, um produto ou oferta alcançará êxito se proporcionar valor e satisfação ao comprador-alvo. O comprador escolhe entre diferentes ofertas com base naquilo que parece proporcionar o maior valor. Sendo definido valor como a razão entre o que recebe e o que ele dá. O cliente recebe benefícios e assume custos. Os benefícios incluem funcionais e emocionais. Os custos incluem custos monetários, de tempo, de energia e psicológicos. Para alcançar um mercado-alvo, a empresa pode fazer usos de três tipos de canais de Marketing. Pode utilizar canais de comunicação para transmitir mensagens a compradores e deles receber mensagens, estes canais podem ser: 65 jornais, revistas, televisão, rádio, correio, telefone, outdorors, pôsteres, folhetos, CD-ROMs, internet, etc. Já os canais de distribuição são utilizados pelas empresas para demonstrar ou entregar produtos ou serviços tangíveis ao comprador ou usuário. Há canais de distribuição de serviços: armazéns; veículos de transporte; e diversos canais comerciais, como distribuidores, atacadistas e revendedores. A empresa pode utilizar também canais de vendas para realizar transações com compradores potenciais. São canais de vendas não apenas os distribuidores e revendedores, mas também as instituições bancárias e as companhias de seguro que facilitam as transações. Os administradores ficam realmente diante de um problema de projeto quando se deparam com a escolha do melhor meio de comunicação, distribuição e venda para suas ofertas. Para Kotler, os profissionais de marketing utilizam diversas ferramentas para obter as respostas desejadas de seus mercados-alvo. Essas ferramentas constituem o chamado “mix de marketing”, ou seja, o conjunto de ferramentas de marketing que a empresa utiliza para perseguir seus objetivos de marketing no mercado. Para Rocha, o marketing mix também chamado de composto de marketing, mix de marketing ou composto mercadológico, é o conjunto de instrumentos controláveis pelo gerente de marketing, por meio dos quais ele pode obter melhor ajustamento entre a oferta que sua empresa faz ao mercado e a demanda existente. O marketing mix é composto por quatro subconjuntos de variáveis, que se costumam identificar como “os quatro Ps”. São eles: § Produto (características, qualidade, marca, design, embalagem, etc.); § Preço (preço básico, descontos, prazos de pagamento, etc.); § Praça (canais de distribuição, distribuição física, transporte, armazenagem, etc.); § Promoção (venda pessoal, propaganda, promoção de vendas, publicidade, relações públicas, etc.). 66 A consistência e a coerência entre os vários elementos do mix são fundamentais para o sucesso da empresa. O marketing precisa ser integrado, para que a empresa possa aplicá-lo com sucesso. Figura 02 - Gerencia de Marketing McCarthy foi que classificou essas ferramentas em quatro grupos amplos que denominou os 4Ps do marketing. Para ele as variáveis específicas de marketing sob cada “P” são mostradas na Figura 02. Decisões de mix de marketing devem ser tomadas para que se exerça influência sobre os canais comerciais, bem como sobre os consumidores finais. A Figura 03 mostra uma empresa preparando um mix de ofertas de produtos, serviços e preços, utilizando um mix de promoção, formado por promoção de vendas, publicidade, força de vendas, relações públicas, mala direta, telemarketing e internet, para alcançar os canais de distribuição e os clientes. 67 MIX DE AMRKETING PRODUTO PRAÇA Variedade de produtos Qualidade Design Características MERCADO-ALVO Nome da marca Embalagem Tamanhos PREÇO Serviços Garantias Preço de lista Devoluções Descontos Concessões Prazo de pagamento Condições de financiamento Canais Cobertura Variedade Locais Estoque Transporte PROMOÇÃO Promoção de vendas Publicidade Força de vendas Relações públicas Marketing direto Figura 03 – Os 4Ps do mix de marketing Promoção de vendas Publicidade Empresa Produtos Serviços Preços Força de vendas Canais de distribuição Clientes-alvo Relações públicas Mala direta, telemarketing e Internet Figura 04 – Estratégia de mix de marketing Kotler nos diz que normalmente, a empresa pode alterar seu preço, o tamanho de sua força de vendas e suas despesas com propaganda no curto prazo. Mas ela só pode desenvolver novos produtos e modificar seus canais de distribuição no longo prazo. Dessa maneira, no curto prazo, a empresa geralmente realiza menos mudanças de mix de marketing de um período para outro para outro do que a variedade de decisões de mix de marketing pode sugerir. 68 Os 4Ps representam a visão que a empresa vendedora tem das ferramentas de marketing disponíveis para influenciar compradores. Do ponto de vista da empresa compradora cada ferramenta de marketing é projetada para oferecer um benefício ao cliente. Robert Lauterborn sugeriu que os 4Ps do vendedor correspondem aos 4Cs dos clientes. 4Ps 4Cs Clientes (solução para o) Produto Preço Custo (para o cliente) Conveniência Praça Comunicação Promoção Empresas vencedoras, para Kotler, serão as que conseguirem atender às necessidades dos clientes de maneira econômica e conveniente, com comunicação efetiva. Uma empresa pode identificar seu mercado-alvo, mas falhar em compreender com exatidão as necessidades dos clientes. Compreender as necessidades e os desejos dos clientes nem sempre é uma tarefa fácil. Alguns consumidores têm necessidades das quais não têm plena consciência, ou não consegue articular essas necessidades. Considere o cliente que diz querer um carro barato. O profissional de marketing deve sondar mais profundamente. Pode-se distinguir, para Kotler, cinco tipos de necessidades: 1. Necessidades declaradas (o cliente quer um carro econômico). 2. Necessidades reais (o cliente quer um carro cujo custo de manutenção seja baixo, não seu preço inicial). 3. Necessidades não-declaradas (o cliente espera um bom atendimento por parte do revendedor). 4. Necessidades de ‘algo mais’ (o cliente gostaria que o revendedor incluísse um mapa rodoviário como brinde). 69 5. Necessidades secretas (o cliente que ser visto pelos amigos como um consumidor inteligente). Para ele, responder apenas à necessidades declarada pode não ser bastante para o cliente. Deve-se fazer uma distinção entre o marketing reativo, o marketing pró-ativo e o marketing criativo. Um profissional de marketing reativo encontra uma necessidade declarada e a preenche. Um profissional de marketing pró-ativo vê adiante, pensando nas necessidades que os clientes possam vir a ter no futuro próximo. Um profissional de marketing criativo descobre e produz soluções que os clientes não pediram, mas às quais respondem com entusiasmo. Hamel e Prahalad acreditam que as empresas devem ir além de simplesmente perguntar aos clientes o que eles desejam: “Os clientes são notoriamente falhos em termos de previsão. Há 10 ou 15 anos, quantos de nós pensávamos em possuir telefones celulares e aparelhos de fax e copiadoras em casa, assim como aplicações financeiras 24 horas por dia, motores multiválvulas para automóveis, aparelhos de CD, carros com sistemas de navegação a bordo, receptores manuais de posicionamento global por satélite, caixas eletrônicos automáticos ou sistemas de compras via internet?” A principal meta da orientação de marketing é auxiliar organizações a tingir seus objetivos. No caso de empresas privadas, o objetivo maior é o lucro; no caso de organizações sem fins lucrativos e órgãos públicos, é sobreviver e atrais recursos suficientes para desempenhar um trabalho útil. Empresas privadas não devem puramente objetivar lucros, mas alcançar lucros como conseqüência da criação de valor superior para o cliente. Uma empresa ganha dinheiro ao satisfazer as necessidades dos clientes melhor do que a concorrência o faz. Item 3.5. – Oferta e Demanda O ambiente de marketing está mudando a um ritmo cada vez mais acelerado. Sendo assim a necessidade de informações de mercado em tempo real é maior do que em qualquer outra época. 70 Felizmente, a explosão de necessidade de informações deu um estímulo às impressionantes novas tecnologias da informação: computadores, microfilme, televisão a cabo, copiadora, aparelho de fax, gravadores de áudio, videocassetes, DVDs, internet, etc. Algumas empresas desenvolveram sistemas de informação de marketing que suprem a gerência da empresa com informações rápidas e incrivelmente detalhadas sobre desejos, preferências e comportamentos dos compradores. Entretanto, em muitas empresas, falta sofisticação em relação às informações. Em muitas delas, não há departamento de pesquisa de marketing. Outras têm departamentos cujo trabalho se limita a projeções rotineiras, análise de vendas e estudos ocasionais. Além disso, muitos gerentes reclamam por não saber onde estão as informações essenciais dentro da empresa; por obter as informações importantes quando já é tarde demais e duvidar da precisão dessas informações. Na sociedade atual, baseada na informação, empresas com melhores sistemas de informações obtêm uma vantagem competitiva. A empresa pode escolher melhor seus mercados, desenvolver melhores ofertas e executar melhor seu planejamento. Neste contexto. Toda empresa deve organizar um rico fluxo de informações para seus gerentes/administradores. Empresas competitivas estudam as necessidades de informações de seus gerentes e projetam seus sistemas de informações de marketing (SIM) de modo a satisfazer a essas necessidades. Um sistema de informações de marketing é composto de pessoas, equipamentos e procedimentos para a coleta, classificação, análise, avaliação e distribuição de informações necessárias de maneira precisa e oportuna para os que tomam decisões. Uma das principais razões para se empreender pesquisa para obter informações que apóiem o gerenciamento das variáveis que afetam a administração de uma empresa é a possibilidade de identificar oportunidades de mercado. Uma vez concluída a pesquisa, a empresa deverá mensurar e prever o tamanho, o crescimento e o potencial de lucros de cada oportunidade de mercado. Previsões 71 de vendas são utilizadas para levantar o caixa necessário, para o investimento e para as operações; para estabelecer níveis de capacidade e de produção; para a aquisição dos suprimentos necessários; e para a contratação do número certo de funcionários. As previsões de vendas são baseadas em estimativas de demanda. Os administradores precisam definir o que demanda de mercado significa para eles. Para Kotler, as empresas podem prepara até 90 tipos de estimativas de demanda. A demanda pode ser mensurada em seis diferentes níveis de produto, cinco diferentes níveis espaciais e três diferentes níveis de tempo. Cada mensuração da demanda atende a um propósito específico. Uma empresa pode prever uma demanda de curto prazo por um determinado produto para fins de pedido de matérias-primas, planejamento de produção e levantamento de recursos financeiros. Segundo Kotler, um mercado é o conjunto de todos os compradores, efetivos e potenciais, de uma oferta ao mercado. O tamanho de um mercado depende do número de compradores que possa existir para uma determinada oferta ao mercado. O mercado potencial é o conjunto de consumidores que demonstram um nível de interesse suficiente por uma oferta ao mercado. O interesse dos consumidores não é suficiente para definir um mercado. Consumidores potenciais devem possuir renda suficiente e devem ter acesso à oferta. O mercado disponível é o conjunto de consumidores que possuem renda, interesse e acesso a uma determinada oferta. Essas definições de mercado são uma ferramenta útil para a elaboração do planejamento de mercado. Se a empresa não estiver satisfeita com suas vendas atuais, pode empreender uma série de ações. Pode tentar atrair uma porcentagem maior de compradores de seu mercado-alvo. Pode reduzir as qualificações de compradores potenciais. Pode expandir seu mercado disponível, passando a operar com canais de distribuição em algum outro lugar ou reduzindo 72 seus esforços. Finalmente, a empresa pode tentar ampliar seu mercado potencial anunciando o produto a consumidores menos interessados ou a outros que até então não eram tidos como público-alvo. Para Rocha, outra importante variável que pode afetar o ajustamento entre oferta e demanda é o comportamento dos consumidores. Alterações no comportamento dos consumidores são, muitas vezes, o resultado de adaptações a mudanças ambientais. Algumas dessas alterações poderão ser de caráter conjuntural, desaparecendo com a volta da situação anterior Outras, contudo, são de caráter estrutural, modificando, em nível mais profundo, atitudes, crenças e comportamentos. Algumas vezes, é a própria ação competitiva que força as empresas a procurarem novo ajustamento. Essa ação pode consistir na entrada de novos concorrentes ou na saída de concorrentes atuais, no lançamento de novos produtos, na introdução de novas práticas gerenciais etc. Segundo Rocha, existem apenas duas formas pelas quais o marketing ajuda a produzir o ajustamento entre oferta e demanda: § Oferecendo maior satisfação ao consumidor (diferenciação da oferta feita pela empresa com relação à dos concorrentes); § Oferecendo a mesma satisfação por menor preço (concorrência de preços). A primeira forma é aquela que a maior parte das empresas utiliza. Não existe produto que não seja diferençável, de uma forma ou de outra: são praticamente ilimitados os modos pelos quais a empresa pode diferenciar seu produto. A base da diferenciação pode ser tangível ou intangível, material ou psicológica, mas deve ter importância real para o comprador. A segunda forma está limitada àquelas poucas empresas que podem oferecer seu produto a preço inferior ao dos concorrentes, obtendo assim a preferência dos consumidores. Para que a empresa possa competir a longo prazo oferecendo 73 produto similar ao dos concorrentes a preço mais baixo, é importante que ela disponha de uma posição de custos melhor do que a dos demais. Qualquer que seja a forma utilizada, toda organização busca o segmento da demanda que está mais bem aparelhada a atender. Para tal, precisa desfrutar de alguma vantagem competitiva diferencial. Existem várias bases para a obtenção de vantagens competitivas, tais como: § Base tecnológica — produto, processo; § Base legal — marcas registradas, patentes, proteção do governo; § Base geográfica — localização. Essas bases para a vantagem competitiva permitirão à empresa concorrer por meio de diferenciação ou de preços. Se a vantagem competitiva lhe permitir ter custos mais baixos que os concorrentes, mediante, por exemplo, economias de escala ou efeitos de aprendizagem ou experiência, ela oferecerá aos clientes um preço mais vantajoso; se, ao contrário, permitir-lhe dispor de produto superior, ela concorrerá por meio de diferenciação. De qualquer modo, é no equilíbrio entre preço e satisfação para o consumidor que se processa o ajustamento entre oferta e demanda no mercado. Em última análise, a empresa mais bem-sucedida é aquela capaz de oferecer maior valor ao consumidor. Ao buscar a diferenciação, a empresa “não deve focalizar seus esforços apenas em seus produtos ou serviços. Na verdade, a empresa tem a oportunidade de se diferenciar em qualquer momento de contato com seus clientes”, ou seja, no decorrer de cada estágio da cadeia de consumo. 74 Conclusão Neste trabalho foi possível constatar que uma empresa só existe se tiver um negócio, uma missão e objetivos claros e definidos, delimitados por metas alcançáveis. Este trabalho demonstrou a importância de se planejar antes durante e depois da abertura de um novo negócio e que para se manter em um mercado globalizado com rápidas transformações e altamente competitivo é preciso traçar boas estratégias para se manter sempre à frente no mercado. Ou seja, primeiro descubra quem você é, o que deseja e onde quer chegar, realize uma análise ambiental para descobrir aonde você está e quais fatores podem ser decisivos para a sua manutenção ou total aniquilação do mercado, descubra quais são suas possíveis fraquezas perante ele e suas forças, conheça seus adversários e quem devem ser seus aliados nesta luta. Junte a isso tudo um pouco de coragem e garra, algumas ferramentas úteis de marketing e siga em frente, sempre com foco no seu propósito, sem se esquecer de realizar no meio do percurso algumas vistorias em suas ações e resultados, e se necessário corrija a direção e as estratégias, e continue. 75 Bibliografia • ANSOFF, H. Igor, MCDONNELL, Edward. J. Implantando a Administração Estratégica. São Paulo: Atlas, 1993. • CERTO, C. Samuel e PETER, J. Paul. Administração Estratégica: planejamento e implantação de estratégia. São Paulo: Makron Books, 1993. • DRUCKER, Peter. Administrando em tempos de grandes mudanças. São Paulo: Pioneira, 1995. • FILHO, Paulo Vasconcelos e PAGNOCELLI, Dernizo. Construindo Estratégias para Vencer, um método prático, objetivo e testado para sua empresa. 8ª edição, Ed. Campus, Rio de janeiro, 2001. • KOTLER, Philip. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. 10ª edição. São Paulo: Prentice Hall, 2000. • ROCHA, Ângela da, CHRISTENSEN, Carl. Marketing: teoria e prática no Brasil. 2. São Paulo: Atlas, 1999. • WRIGHT, Peter L. Administração estratégica: conceitos, metodologia e práticas. 14. São Paulo: Atlas, 2000. 76 Índice de Figuras, Gráficos e Tabelas TABELA 01 – FATORES CONDICIONANTES DO SUCESSO EMPRESARIAL SEGUNDO AS HABILIDADES GERENCIAIS 10 TABELA 02 – FATORES CONDICIONANTES DO SUCESSO EMPRESARIAL SEGUNDO A CAPACIDADE EMPREENDEDORA 11 TABELA 03 – FATORES CONDICIONANTES DO SUCESSO EMPRESARIAL SEGUNDO A LOGÍSTICA OPERACIONAL 12 GRÁFICO 01 – FATORES DE SUCESSO DAS EMPRESAS – EMPRESAS ATIVAS 13 GRÁFICO 02 – FATORES CONDICIONANTES IMPORTANTES PARA O SUCESSO DE UMA EMPRESA – EMPRESAS EXTINTAS 13 GRÁFICO 03 – ÁREAS DE CONHECIMENTO IMPORTANTES PARA AS EMPRESAS 14 GRÁFICO 04 – DIFICULDADES NO GERENCIAMENTO DA EMPRESA – EMPRESAS ATIVAS. RAZÃO PARA O FECHAMENTO DA EMPRESA – EMPRESAS EXTINTAS (ESTIMADA) 15 GRÁFICO 05 – PRINCIPAL DIFICULDADE NO ACESSO AO MERCADO - EMPRESAS ATIVAS. PRINCIPAL MOTIVO PARA O FECHAMENTO DA EMPRESA – EMPRESAS EXTINTAS 15 TABELA 04 – GANHOS SOCIOECONÔMICO ADVINDOS DA TAXA DE SOBREVIVÊNCIA EMPRESARIAL NO BRASIL 16 FIGURA 01 – SISTEMA DE PRODUÇÃO 61 FIGURA 02 - GERENCIA DE MARKETING 67 FIGURA 03 – OS 4PS DO MIX DE MARKETING 68 FIGURA 04 – ESTRATÉGIA DE MIX DE MARKETING 68 77