FUNDAÇÃO CULTURAL DO MARANHÃO CENTRO DE CULTURA POPULAR DOMINGOS VIEIRA FILHO GRUPO DE PESQUISA RELIGIÃO E CULTURA POPULAR - UFMA COMISSÃO MARANHENSE DE FOLCLORE Seminário sobre o tombamento da Casa das Minas A Casa das Minas, localizada à Rua de São Pantaleão nº 857, e o terreiro de tambor de mina, mais antigo de São Luís. Foi fundado na década de 1840 por escravos africanos procedentes do Daomé, atual República do Benin. Os africanos fundadores denominavam a Casa de Querebentã de Zomadonu. A fundadora do terreiro, conhecida como Maria Jesuína, era consagrada ao vodun Zomadonu, o dono da Casa. Pesquisas realizadas por Pierre Verger revelaram que a Casa das Minas foi fundada pela rainha Na Agontimé, viúva do Rei Agonglô (1789-1797), vendida como escrava por Adondozã (1797-1818), que governou o Daomé após o falecimento do pai e que foi destronado pelo meio irmão, Ghezo (1818-1858), filho de Na Agontimé. Ghezo organizou uma embaixada às Américas para procurar a sua mãe e doou a D. Pedro I a cadeira trono de Adondozã. A Casa das Minas possui uma organização matriarcal, sendo chefiada por mulheres. Uma das mães mais conhecidas foi Andresa, que governou a Casa entre 1914 e 1954. Dona Deni Prata Jardim, vodunsi de Toi Lepon, atualmente é a nona dirigente da Casa. As divindades, ou voduns da Casa, são agrupados em três famílias principais: a família real ou de Davisse, a família de Dambirá, a família de Quevioçô, que têm como hóspedes voduns das famílias de Savalunu e Aladanu. Tambor de mina é o nome dado à religião de origem africana no Maranhão. O modelo de organização dos terreiros de tambor de mina é muito influenciado pela Casa das Minas. O IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, é um órgão do Governo Federal, criado em 1937, com a missão de proteger os bens culturais que interessam à memória nacional. Atualmente apenas dois terreiros de culto afro-brasileiro estão inscritos no Livro de Tombo do IPHAN, o Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, Ilê Axé Iyá Nassô Oká, tombado em 1987, e o Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, tombado em1999, ambos localizados em Salvador na Bahia. A Casa das Minas, desde a década de 1930, tem sido visitada e comentada por pesquisadores nacionais e do exterior, que destacam o patrimônio musical, coreográfico, histórico, etnolínguístico e cultural deste importante terreiro jeje. Seu tombamento pelo IPHAN representa o reconhecimento oficial, no país, de sua importância como foco de resistência da cultura negra. Com este tombamento pelo Governo Federal, o Brasil e o Maranhão assumem a responsabilidade de preservar e de proteger o patrimônio que a Casa das Minas simboliza, enfatizando o caráter multicultural da sociedade brasileira. Seminário sobre tombamento da Casa das Minas Programação Terça -feira 26 de Novembro de 2002 às 18:00 horas - Abertura: Local: Casa das Minas - Rua de São Pantaleão 857 - Bairro da Madre de Deus Visita à Casa das Minas e inauguração de placa de azulejos do artista plástico Paulo César Alves de Carvalho, comemorativa ao tombamento da Casa pelo IPHAN Quarta-feira 27 de Novembro de 2002 16:30 hs - Local: Centro de Cultura Popular Domingos Viera Filho - Rua do Giz (28 de Julho) 221 - Praia Grande, fone: 231-1557 Abertura de exposição comemorativa ao tombamento da Casa das Minas na Galeria Zelinda Lima 17:00 às 20:00 hs - Local: Auditório Rosa Mochel do CCPDVF Mesa redonda sobre Tombamento de Terreiros de culto Afro no Brasil Sergio Ferretti - Coordenação Raul Lody, antropólogo da FUNARTE - Patrimônio Cultural e Cidadania José Leme Galvão Júnior - arquiteto do IPHAN - Bens Materiais e imateriais para a memória cultural Kátia Santos Bogéa, historiadora do IPHAN e Stella Regina Soares de Brito, arquiteta do IPHAN - O processo de tombamento da Casa das Minas pelo IPHAN Dona Deni Prata Jardim - Chefe da Casa das Minas, vodunsi de toi Lepon Depoimento sobre o tombamento da Casa das Minas Debates Quinta-feira 28 de Novembro de 2002 17:00 às 20:00 hs - Mesa Redonda sobre o Tombamento da Casa das Minas (continuação) Mundicarmo M. R. Ferretti - Coordenação Dr. Alexandre Fernandes Corrêa, antropólogo da UFMA- Memória, Patrimônio e Tombamento de terreiros afro-brasileiros. Luis Phelipe Andrés, engenheiro - Parecer ao processo nº 1464-T00 sobre o tombamento do Terreiro Casa das Minas Deusdédit Carneiro, arqueólogo da FUNC - O tombamento da Casa das Minas a nível do Estado Dona Maria Celeste Santos, vodunsis de toi Averquete na Casa das Minas Depoimento sobre o tombamento da Casa das Minas Debates Apoio: Fundação Souzandrade de apoio à UFMA FUNTUR - Fundação Municipal de apoio ao Turismo de São Luís Museu Histórico e Artístico do Maranhão IPHAN FUNDAÇÃO CULTURAL DO MARANHÃO CENTRO DE CULTURA POPULAR DOMINGOS VIEIRA FILHO GRUPO DE PESQUISA RELIGIÃO E CULTURA POPULAR - UFMA COMISSÃO MARANHENSE DE FOLCLORE CONVITE Seminário sobre o tombamento da Casa das Minas Programação Abertura: Terça -feira 26 de Novembro de 2002 às 18:00 horas Local: Casa das Minas - Rua de São Pantaleão 857 - Bairro da Madre de Deus Visita à Casa das Minas e inauguração de placa de azulejos do artista plástico Paulo César Alves de Carvalho, comemorativa ao tombamento da Casa pelo IPHAN Quarta-feira 27 de Novembro de 2002 Local: Centro de Cultura Popular Domingos Viera Filho - Rua do Giz (28 de Julho) 221 - Praia Grande, fone: 231-1557 16:30 horas- Reabertura do Prédio de exposições Casa da Festa, do CCPDVF 17:00 às 20:00 hs - Mesa redonda sobre Tombamento de Terreiros de culto Afro Quinta-feira 28 de Novembro de 2002 Local: Centro de Cultura Popular Domingos Viera Filho 17:00 às 20:00 hs - Mesa Redonda sobre o Tombamento da Casa das Minas Apoio: Fundação Souzandrade de apoio à UFMA FUNTUR - Fundação Municipal de apoio ao Turismo de São Luís Museu Histórico e Artístico do Maranhão IPHAN