Lesões Medulares
Classificação
 Congênitas  Estão associadas às falhas de
desenvolvimento de estruturas medianas e são as causas
mais freqüentes das anomalias do SNC
 Malformações Abertas (Mielomeningocele e
Meningocele)
 Malformações Fechadas




Tem em comum a integridade da camada epidérmica
Espessamento do Filium Terminale
Cistos Dermóide, Epidermólde
Malformações de Chiari (anomalia da porção caudal do
encéfalo, caracterizada por deslocamento de parte do cerebelo
para o canal cervical)
1
Lesões Medulares (cont.)

Degenerativas



Espondilose
Tumorais
Infecciosas



Meningite  mielite, radiculopatias ou abcessos
Poliomielite  acomete os neurônios do corno
anterior da medula
Herpes Zóster  com afinidade pelo gânglio
sensitivo dorsal
2
Lesões Medulares (cont.)

HTLV-1  Mielopatia Espástica Tropical
Existe predomínio da medula torácica,
comprometendo
principalmente
a
coluna
posterior e trato corticoespinhal


Abcessos Epidurais
Tuberculose 
forma mais comum é a
compressão medular secundária à tuberculose
vertebral)

3
Lesões Medulares (cont.)

Doenças Neurológicas e Sistêmicas



EM
Doenças Reumáticas
Traumática (TRM)

É um insulto traumático da medula que pode
resultar em alterações
das funções motoras,
sensoriais e autonômicas normais
4
TRM

Etiologia






Acidentes automobilísticos
Acidentes domésticos
Esportes
Acidentes Industriais
Lesões por arma de fogo e arma branca
Mecanismo de lesão


Indireto
Direto
5
TRM (cont.)

Mecanismos de Lesão



Lesão Indireta  Decorre da ação indireta do
agente sobre a coluna vertebral
Lesão Direta  O comprometimento é
conseqüente à ação direta do agente lesivo
sobre a coluna, seja em ferimentos abertos ou
fechados.
Patologia

Lesões Esqueléticas


Acunhamento vertebral ou fratura por compressão
Explosão vertebral
6
TRM (cont.)
Luxação facetaria bilateral com grande deslocamento
Ex.: Traumatismo em hiperflexão


Lesões em hiperextensão

Fratura de C1
Fratura de Odontóide: fratura da base respeitando o
corpo C2 é a fratura mais comum; é instável e tem
grande probabilidade de não se consolidar.

7
TRM (cont.)

Lesões Medulares





As alterações neurológicas agudas instalam-se muitas
vezes sem qualquer comprometimento do aspecto
radiológico da coluna vertebral
Destruição da estrutura essencial de funcionamento celular
devido trauma direto.
O exame macroscópico e microscópico revela uma medula
edemaciada,
hiperemiada,
amolecida,
pequenas
hemorragias na substância cinzenta central que se difunde
para a branca, fragmentação da mielina e axônio e
exsudatos locais.
Excitotoxicidade
Processo inflamatório secundário
8
TRM (cont.)

Concussão
Medular
caracterizada
por
grave
extravasamento protéico tendo como conseqüência quebra
da barreira hematoencefálica acompanhada de alterações
pressóricas locais e deformação tecidual não se produzindo
qualquer lesão residual reconhecível.
9
TRM (cont.)

Mecanismos da Lesão Vertebral






Lesão Medular no Traumatismo Vertebral Fechado



Flexão exagerada
Extensão muito acentuada
Compressão vertical
Tração
Rotação
A maior lesão ocorrerá ao nível do impacto
Sangramento, ruptura meníngea, laceração da substância
nervosa, edema, redução da perfusão vascular agravando
a isquemia e necrose
Lesão Medular no Traumatismo Vertebral Aberto
10
TRM (cont.)

Fisiopatologia



O traumatismo causa destruição mecânica do tecido
neural e hemorragia intramedular. A perda funcional do
axônio é conhecida como lesão primária e inicia uma
alteração química em cascata com significativa perda
axonal, a qual é conhecida como lesão secundária.
Aparecem hemorragias na substância cinzenta medular
imediatamente após o traumatismo, que em muitos se
alastram para a substância branca,
afetando a
microcirculação.
Na lesão secundária há uma série de alterações
químicas intracelulares que termina com a morte da
11
célula, o que recebe o nome de apoptose.
TRM (cont.)

Classificação


Classificação de Frankel  usa a avaliação da
motricidade e sensibilidade
Classificação Clínica da “American Spinal Injury
Association (ASIA)  que se vale da avaliação
motora (força muscular de fez músculos - chave
dos MMSS e MMII e sensitiva (sensibilidade tátil e
dolorosa))
12
TRM (cont.)
Denominações utilizadas
paciente com lesão medular

na
avaliação
do
Tetraplegia  diminuição da função motora e/ou
sensitiva nos membros superiores, tronco, membros
inferiores e órgão pélvicos
 Paraplegia
 diminuição ou perda da função
motora e/ou sensitiva nos membros inferiores, órgão
pélvicos e tronco.
 Lesão Incompleta  quando a lesão é incompleta e
há preservação parcial da função sensitiva e/ou
motora abaixo do nível neurológico, com inclusão dos
segmentos sacrais.
13

E sca la d e d e ficiê n cia s d a A S IA p a ra e xte n sã o
d a le sã o
A:
C o m p le ta : n e n h u m a fu n ção sen so ria l o u m o to ra n o s
se g m e n to s sa cra is S 4 – S 5
B:
In c o m p le ta : n en h u m a fu n çã o m o to ra , po ré m a lg u m a
fu n çã o
se n so ria l é
p re se rva d a
a b a ixo
do
n íve l
n e u ro ló g ico in clu in d o o s se g m e n to s sacra is S 4-S 5
C:
In c o m p le ta : fu n çã o m o to ra p rese rva da a b a ixo do n íve l
n e u ro ló g ico e m a is d a m e ta d e d o s m ú scu lo s ch a ve
a b a ixo d o n íve l n e u ro ló g ico te m u m g ra u d e fo rça
m u scu la r m a io r o u ig u a l a 3
D:
In c o m p le ta : fu n çã o m o to ra p rese rva da a b a ixo do n íve l
n e u ro ló g ico e p e lo m e n o s m e ta d e d o s m ú scu lo s ch a ve
a b a ixo d o n íve l n e u ro ló g ico te m u m g ra u d e fo rça
m u scu la r m a io r o u ig u a l a 3
E:
N o rm a l: F u n çõ es m o to ras e se n sitivas n o rm a is
14
TRM (cont.)
Lesão Completa  lesões medulares nas quais não se
observa a presença de zona de preservação parcial ou
esta não abrange a região perineal, não se verificando
nenhuma atividade neurológica motora ou sensitiva
relativa à inervação dos segmentos sacrais.
 Nível Neurológico  expressão utilizada para designar o
segmento medular mais caudal que apresenta todas as
funções sensitivas e motoras normais em ambos os
hemicorpos
 Nível Sensitivo  é dado pelo segmento mais caudal da
medula espinhal com sensibilidade normal à D e à E
 Nível Motor  estabelecido pelo segmento mais caudal
da medula espinhal com força muscular normal à D e à15 E

E sca la p a ra A v a lia çã o M o to ra E sca la p a ra A v a lia çã o
S e n sitiv a
P a ra lisia to ta l
0
0
A u se n te
1
C o n tra çã o visu a l o u p a lp á ve l
2
M o vim e n to a tivo , A D M to ta l co m
e lim in a çã o d a g ra vid a d e
1
3
M o vim e n to
a tivo ,
co n tra a g ra vid a d e
D e ficie n te (se n sa çã o p a rcia l
o u a lte ra d a, in clu in d o
h ip e re stesia)
2
N o rm a l
4
M o vim e n to a tivo , A D M to ta l co n tra
re sistê n cia m o d e ra d a
3
N ã o testá ve l
5
(N o rm a l) M o vim e n to a tivo , A D M
to ta l co n tra m á x im a resistê n cia
NT
ADM
to ta l
N ã o testá ve l
16
M ú scu lo s C h a ve s
C5
F le xo re s d e co to v e lo
C6
E xte n so re s d e p u n h o
C7
E xte n so re s d e co to v e lo
C8
F le xo r p ro fu n d o d o s d e d o s n o d e d o m é d io
T1
P e q u e n o s a b d u to re s d o s d ed o s
L2
F le xo re s d e q u a d ril
L3
E xte n so re s d e jo e lh o
L4
D o rsifle xo re s d e to rn o ze lo
L5
E xte n so lo n g o d o h á lu x
S1
F le xo re s p la n ta re s d o to rn o ze lo
17
P o n to s C h a v e s S e n sitiv o s
C2
P ro tu b e râ n cia o ccip ita l
C3
F o ssa su p ra cla v icu la r
C4
T o p o d a a rticu la çã o a cro m io cla vicu la r
C5
F a ce la te ra l d a fo ssa a n te cu b ital
C6
P o le g a r
C7
D e d o m éd io
C8
D e d o m ín im o
T1
F a ce m e d ia l (u ln a r) d a fo ssa a n te cu b ital
T2
Á p ice d a a xila
T3
T e rce iro e sp a ço in te rco sta l
T4
Q u a rto e sp a ço in te rco sta l (lin h a m a m ila r)
T5
Q u in to e sp a ço in te rco sta l (e n tre T 4 e T 6 )
T6
S e xto e sp a ço in te rco sta l (n ív el d o p ro ce sso
xifó id e )
T7
S é tim o e sp a ço in te rco sta l (en tre T 6 e T 8 )
T8
O ita vo e sp a ço in te rco sta l (en tre T 1 0 e T 1 2 )
18
T9
N o n o e sp a ço in te rco sta l (en tre T 8 e T 1 0 )
T10
D é cim o e sp a ço in te rco sta l (u m b ig o )
T11
D é cim o p rim e iro e sp a ço in te rco sta l (en tre
T10 e T12)
T12
P o n to m é d io d o lig a m e n to in g u in a l
L1
M e ta d e e n tre T 1 2 e L 2
L2
M e ta d e a n te rio r d a co xa
L3
C ô n d ilo fe m o ra l m e d ial
L4
M a lé o lo m e d ia l
L5
D o rso d o p é n a te rce ira a rticu la çã o
m e ta ta rso fa la n g e a n a
S1
B o rd o la te ra l d o ca lca n h a r
S2
F o ssa p o p líte a n a lin h a m é d ia
S3
T u b e ro sid a d e isq u iá tica
S 4 -S 5 Á re a p e rin e a l
19
TRM (cont.)

Quadro clínico

Choque medular
 Decorre da depressão reflexa dos segmentos
medulares localizados abaixo da lesão, devido à
perda da facilitação descendente
 “A essência fisiopatológica do choque espinhal
está na profunda alteração das sinapses,
conseqüente à interrupção de um número crítico
de fibras nervosas”. Illis
20
TRM (cont.)

Clinicamente, nesta fase, o paciente apresenta:
Anestesia superficial e profunda
 Paralisia flácida da musculatura situada abaixo do nível
da lesão
 Arreflexia tendinosa e cutânea
 Alterações
vegetativas, tais como: vasodilatação
paralítica e anidrose das áreas corporais localizadas abaixo
do nível da lesão
 A bexiga apresenta-se flácida, sem atividade contrátil e
com grande capacidade para reter urina
 Déficit de peristaltismo intestinal

Pode manter-se durante dias ou meses, porém a
duração média é de 3 a 4 semanas
21

TRM (cont.)
Retorno da Atividade Medular Reflexa
 Início da reorganização funcional das estruturas
medulares localizadas abaixo da lesão
 Automatismo Medular (respostas em massa)
Clinicamente se caracteriza por:
Anestesia e paralisia

 Lesão tipo MMS: paralisia espástica e  ROT e cutâneos
 Lesão tipo MMI: paralisia flácida
Reinicio gradativo da atividade do SNA
Alterações Esfincterianas e Sexuais
 Bexiga neurogênica
 Disfunção Intestinal
 Alterações sexuais
22
TRM (cont.)

Complicações

Os fatores primários que contribuem para as
complicações são a presença de urina residual, o
refluxo uretral e o confinamento no leito.





Infecção
Hidronefrose
Cálculo
O repouso no leito e a inatividade causam
desmineralização do esqueleto, mobilização do cálcio
e subseq6Uente hipercalciúria
Permanência no leito e ingestão inadequada de
liquido contribuem para a estase urinária,
possivelmente com aumento da concentração
23
urinária de cálcio.
TRM (cont.)
Bexiga Neurogênica


Controle neurológico da bexiga: o controle urinário
resulta amplamente de um arco reflexo periférico
simples centralizado nos segmentos sacrais da
medula. Este por sua vez, é controlado por centros
superiores do mesencéfalo e córtex.
Classificação

Bexiga Neurogênica Espástica (reflexa ou
automática)

Resulta de lesão neurológica parcial ou extensa acima do
cone medular (T12)
24
TRM (cont.)





Funciona ao nível dos reflexos segmentares, sem regulação
eficiente dos centros cerebrais superiores
Desenvolve hipertrofia do detrusor, levando, muitas vezes,
ao refluxo vesicuretral
A micção é interrompida, involuntária e incompleta
Os músculos do esfíncter externo e do períneo tornam-se
espáticos (lesão de NMS) e obstrutivos levando à
diminuição do jato e ao aparecimento de urina residual.
Se a lesão é completa, a lesão sensitiva priva o paciente
percepção da repleção vesical
25
TRM (cont.)

Bexiga Neurogênica não inibida (bexiga
neurogênica ou levemente espástica)





Pode desenvolver-se após lesões incompletas do córtex,
tratos, tratos piramidais ou medula (ex: TU cerebral, TRM,
Doença de Parkinson, EM, AVC, prolapso discal)
Pode enfraquecer, mas não abolir, a inibição cerebral.
Arco reflexo sacro normal
Sensação de repleção normal, jato livre e não há urina
residual; porém a capacidade encontra-se diminuída
Freqüência urinária, urgência.
26
TRM (cont.)

Bexiga Neurogênica Flácida (atômica, não
reflexa)






Causada por lesão de NMI (TRM, tumores, poliomielite,
mielomeningocele)
Lesão do centro da micção localizado na medula (S2-S4),
lesão da cauda eqüina ou lesão das raízes ou dos nervos
sacros, interrompendo o arco reflexo
Perda da percepção da repleção, permitindo a
superdistensão do detrusor e a atonia do músculo
Incapacidade vesical aumentada e grande quantidade de
urina residual
Não ocorre micção voluntária
Retenção com incontinência por hiperfluxo
27
TRM (cont.)
Pode ocasionar hemorragia intracerebral e morte
O
distúrbio
é
desencadeado
por
estímulos
proprioceptivos e nociceptivos, periféricos e viscerais que
ativam o SNA simpático, promovendo vasoconstrição
periférica e vesical, além de taquicardia e conseqüente
aumento da PA

Estímulos desencadeantes

Originados na bexiga

Distensão vesical

Lesões de pele
28
TRM (cont.)

Úlceras de decúbito

Unhas encravadas

Ato sexual

Stress psicológico
29
TRM (cont.)
Alterações Cardiocirculatórias
Trombose
Pulmonar

Venosa
Profunda
e
Embolia
É considerada a maior complicação na lesão medular
aguda


Incidência

Aumenta na presença de lesão motora completa

Maior nas duas primeiras semanas após a lesão
30
TRM (cont.)
Relacionada a três fatores, descritos pela tríade
de Virchow

Estase Venosa: no lesado medular agudo é
conseqüente à vasodilatação periférica, por lesão e
desequilíbrio do SNA, além da imobilidade prolongada
e da ausência do bombeamento venoso.

Lesão do Endotélio: a liberação de aminas vasoativas,
em situação de trauma promove vasodilatação que,
por sua vez, provoca lesões na camada do endotélio,
liberando
tromboplastina
tecidual,
promovendo
agregação plaquetária e aumentando a predisposição
a trombogênese no local da lesão endotelial
31

TRM (cont.)
Hipercoagulabilidade: é encontrada em situações
como trauma, gravidez avançada, câncer disseminado,
imobilização


Quadro clínico

Dor do tipo cãimbra

Sinal de Homans (pode estar presente ou não)

Aumento da temperatura e do volume da panturrilha

Musculatura empastada à palpação

Sinal de bandeira +
32
TRM (cont.)
Cianose ou hiperemia e dilatação da rede venosa
superficial


Edema evidente
O risco de ocorrer embolia pulmonar é maior quando o
trombo se localiza em segmentos venosos proximais

Sintomas de Embolia Pulmonar

Dispnéia

Taquicardia

Febrícula
33
TRM (cont.)

Hipotensão Ortostática
Ocorre com mais freqüência em
tetraplégicos ou com lesão acima de T6

pacientes
Sintomas
 Zumbido
 Escurecimento da visão
 Perda súbita da consciência
34
TRM (cont.)
Disreflexia Autonômica (ou Crise Autonômica
Hipertensiva)


É freqüente em pacientes com lesão acima de T6

Geralmente após 6 meses

Incidência media de 85%
Caracterizada por
 Aumento súbida da PA sistólica e diastólica
 Cefaléia
35
TRM (cont.)
 Dilatação das pupilas
 Rubor facial (acima do nível da lesão)
 Palidez cutânea (abaixo do nível da lesão)
 Bradicardia
 Sudorese
 Piloereção
36
TRM (cont.)
Função Gastrointestinal na Lesão Medular



Há diminuição ou abolição do peristaltismo
acompanhada de retenção fecal
A incidência de abdome agudo é alta (5% dos
pacientes no primeiro mês de lesão; na fase tardia é
causa de 10% das mortes)
As complicações mais freqüentes são:




Hemorragia gastrointestinal
Obstrução gastrointestinal
Necrose intestinal
Pancreatite
37
TRM (cont.)

Sinais de alerta:




Febre
Anorexia
Vômito
Disreflexia autonômica
38
TRM (cont.)
Complicações Pulmonares devido ao TRM

Relacionadas ao Nível da Lesão Medular

Lesão Medular Cervical Alta (C1-C2)  apresenta
paralisia total da musculatura respiratória e
necessita de intubação no local do acidente, pois
existe paralisia diafragmática e flacidez da
musculatura abdominal
39
TRM (cont.)
Lesão Medular Cervical Média e Baixa (C3-T1) 
Os pacientes com comprometimento de C3 a C5
podem mostrar alguma contração diafragmática
que, somada à musculatura acessória, pode
retardar o quadro de insuficiência respiratória, que
aparece por volta do 3º ao 5º dia. Os pacientes
com lesão medular do nível C6 a T1 têm função
diafragmática, mas o comprometimento da função
expiratória leva, em muitos casos - pelo acúmulo
de secreções, atelectasias, diminuição do volume
de reserva expiratório, aumento do volume residual
e trabalho respiratório - à insuficiência respiratória

40
TRM (cont.)
Lesão Medular Torácica Alta  Existe
preservação da função diafragmática, musculatura
acessória e musculatura intercostal normal ou
fraca. O quadro de insuficiência respiratória pode
ser conseqüência da diminuição da reserva
pulmonar e da dificuldade para mobilização das
secreções, por comprometimento da musculatura
abdominal, porém em menor proporção que os
níveis cervicais baixos.

41
TRM (cont.)
Lesão Medular Torácica Baixa  Basicamente, os
pacientes podem apresentar comprometimento
respiratório pela redução da reserva expiratória,
devida à perda parcial ou total da musculatura
abdominal e distensão do trato gastrointestinal.
Pacientes com comprometimento medular abaixo
de T12 não exibem complicação respiratória
relacionada
ao
nível
da
lesão
medular.
É importante salientar que o nível da lesão
vertebral pode estar ampliado quando comparado
com o nível da lesão medular, em virtude de edema
ou hemorragia no local do trauma.

42
TRM (cont.)
Disfunção Sexual


Função sexual depende da integridade dos órgãos
genitais, das influências hormonais, do controle
neurológico encefálico e medular, com interferência
das condições emocionais
Desejo sexual

Pode estar alterado por problemas orgânicos (efeitos
de medicamentos tais como tranqüilizantes,
antidepressivos, relaxantes musculares, redução da
mobilidade, espasticidade, problemas de controle
vesical ou intestinal) ou psicossociais
43
TRM (cont.)

Ereção




80% apresentam alguma capacidade erétil
Lesão do tipo NMS: maior expectativa de ereção
Lesão do tipo NMI: não aparece ereção reflexa, mas
pode surgir ereção psicógena
Ejaculação


Menos de 10% dos homens com lesão medular
apresentará emissão de sêmen e ejaculação
anterógrada
Geralmente há diminuição do número de
espermatozóides e da motilidade destes gametas,
porém estudos recentes revelam que a qualidade do
sêmen não parece ser afetada.
44
TRM (cont.)



Em lesão tipo NMS: a ejaculação será rara nos casos
de lesão completa, porque o centro sacral isolado do
comando supra-segmentar age inibindo o centro
tóracolombar, mediador da ejaculaçao.
Em lesão tipo NMI: pode ocorrer ejaculação desde
que o nível de lesão seja abaixo do centro
tóracolombar (T8)
Orgasmo


Teoricamente a possibilidade de alcançar o orgasmo
por estimulação sexual tátil direta da genitália não
existe em lesões completas
Paraorgasmos ou orgasmos fantasmas
45
TRM (cont.)
Espasticidade


Origina - se do aumento de excitabilidade segmentar
na medula espinal, por perda de mecanismos
inibitórios segmentar ou supra-segmentar e por
lesão do encéfalo ou medula espinal.
Avaliação
Escala de Ashworth
Escore
Tônus
1
Normal
2
Discreto aumento
3
Maior aumento e movimentos passivos dificultados
4
Muito aumento
5
Membro permanentemente em flexão ou extensão
46
TRM (cont.)


Morfina Intratectal  Produz relaxamento muscular
seletivamente em segmentos motores abaixo do
nível lesado.
Tratamento Fisioterápico

Fase Aguda






Posicionamento correto
Mudanças periódicas de decúbito
Mobi1ização passiva e estiramentos suaves
Iniciação gradual do ortostatismo
Assistência Respiratória
Orientação familiar
47
TRM (cont.)
Fase de Reabilitação Intensiva
Visa adequá-lo à utilização de todo o seu potencial
funcional até o nível máximo de independência
possível








Relaxamento muscular
Alongamento
Fortalecimento muscular
Atividades motoras
Treino de AVD
Ortostatismo
Marcha
48
TRM (cont.)
Úlceras de Pressão


Fatores Predisponentes





A pressão continuada leva a um déficit circulatório
e esta isquemia evolui para necrose
Falta de sensibilidade
Déficit de movimento
Alteração na percepção
Incontinência fecal e urinária
Profilaxia


Cuidados com a pele
Alteração dos pontos de pressão
49
TRM (cont.)

Tratamento


Sistêmico
 Medidas nutricionais
 Tratamento do espasmo
Local
 Limpeza das úlceras de pressão
 Indicação cirúrgica
50
TRM (cont.)
Ossificação Heterotópica

Ocorre em aproximadamente 48% dos pacientes
Geralmente ocorre em torno do segundo ao 4º mês
pós lesão.


Locais mais acometidos:

Quadril

Joelhos

Ombros

Cotovelos
51
TRM (cont.)

Etiologia


Permanece desconhecida. Acredita - se que a
hipóxia tecidual e outros fatores desconhecidos
induzem a metaplasia de células do tecido
conjuntivo que se transformam em condrócitos e
osteoblastos
Quadro Clínico



Inicial: Aumento do volume, calor local, leve
limitação do movimento.
Intermediário: massa palpável e acentuada
limitação de ADM.
Tardia: rigidez, compressão vascular (que pode
causar flebite, TVP) e nervosa.
52
TRM (cont.)

Exames Subsidiários



Aumento
da
fosfatase
alcalina
(intensa
osteogênica)
Ultra-sonografia:
imagens
hipoecogênicas
compatíveis
com
micro
hemorragias
intramusculares e necrose e ao início da
calcificação há o aparecimento de imagens
ecogênicas
A indicação cirúrgica só é feita no momento em que a
calcificação atinja a fase de osso maduro.
53
TRM (cont.)
Dor



34% a 94% pacientes com TRM
Mais comum nos 6 primeiros meses de lesão
Fisiopatologia



A lesão medular não é diretamente responsável
pelo desenvolvimento de dor crônica
Há
necessidade
de
destruição
do
trato
espinotalâmico
Há desinibição dos neurônios responsáveis pelo
sistema modulatório de dor, ocasionada por lesão
da coluna dorsal e do lemnisco medial
54
TRM (cont.)


Qualidade da dor

Queimação

Latejante

Choque

Pressão
Classificação

Dor Central ou Difusa

Abaixo do nível da lesão
55
TRM (cont.)


Dor Radicular ou Segmentar

É localizada, freqüentemente em tomo do nível da lesão

Pode ser súbita ou surgir em ondas

É geralmente pior durante a inatividade
Dor Visceral

É percebida na área abdominal ou pélvica
Não é causada por patologia visceral e sim de origem
neuropática


Não há tratamento especifico
56
TRM (cont.)



Dor Musculoesquelética

Localizada em estruturas musculoesquelética

Exacerba com atividade
Dor Psicogênica
Tratamento clínico
Baclofeno

impede
a
liberação
neurotransrnissores excitatórios no nível medular

de
Benzodiazepina  mesmo principio do Baclofeno,
porém, apresenta sedação intensa

57
TRM (cont.)

Bloqueio dos nervos periféricos com fenol
Baclofeno Intratectal  se infunde nas camadas
superficiais da medula e se liga aos receptores de
GABA resultando em ação antiespástica

Efeitos colaterais:

Náusea

Vômito

Alteração de visão
58
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Apresentação do PowerPoint