Curso de Especialização em Gestão Ambiental Gestão das Informações Ambientais Prof. Daniel Rigo, M.Sc., D.Sc. [email protected] DEA - CT - UFES Gestão das Informações Ambientais Capítulo 1 - A demanda de gestão dos dados ambientais Capítulo 2 - Gestão da coleta de dados de resíduos sólidos Capítulo 3 - Gestão da coleta de dados de qualidade do ar Capítulo 4 - Gestão da coleta de dados de quantidade e qualidade da água Capítulo 5 - Análise de dados Capítulo 6 - Modelagem de processos ambientais Capítulo 7 - Tomada de decisão para gestão ambiental Gestão das Informações Ambientais Trataremos de: - Informações ambientais internas - Informações ambientais externas Não trataremos de: - Meio Biótico - Meio Antrópico Gestão das Informações Ambientais Capítulo 1 - A demanda de gestão dos dados ambientais 1.1 – Mudando posturas em relação à gestão ambiental 1.2 – Necessidades de informação para gestão ambiental integrada 1.3 – Sistemas de gestão de dados ambientais 1.1 - Demanda de dados/Breve histórico Desde os anos 80 a gestão ambiental tem evoluído para uma ABORDAGEM INTEGRADA DO AMBIENTE - Poluição ambiental assumiu natureza espacial de regional a global; - Ambiente - “continuum” de ar, solo, água; - Estimativa espacial e temporal dos componentes do ambiente e suas interações; - Abordagens multidisciplinares e inter-organizacionais para a gestão do ambiente; - Escassez de água e degradação da qualidade das águas; - Solo: excesso de uso/mau uso; degradação do solo. 1.1 - Demanda de dados/Breve histórico A gestão sustentável de fontes naturais requer uma abordagem “integrada” para: - Promover a conservação e uso sustentável de recursos naturais; - Assegurar compatibilidade com crescimento econômico de longotermo; - Ter uma capacidade produtiva que é ambientalmente aceitável. 1.1 - Demanda de dados/Breve histórico (continuação) A abordagem integrada do ambiente necessita de DADOS - Informações confiáveis e adequadas do comportamento do ambiente - impactos naturais e realizados pelo homem; - A memória do estado dos recursos naturais, e por isso a sua segurança; - Únicos meios de sermos informados sobre o ambiente; - A ligação entre os processos ambientais altamente complexos e nosso entendimento, interpretação e avaliação. 1.1 - Demanda de dados/Breve histórico (cont.) Os dados são necessários para uma GESTÃO EFETIVA que a nível técnico conta com MODELAGEM E DADOS Modelagem: - Representação matemática de um processo no espaço e/ou tempo, utilizando programas computacionais (dependem da complexidade do assunto estudado). - Os resultados são geralmente apresentados através de mapas e/ou gráficos, que mostram o comportamento das variáveis estudadas. 1.1 - Demanda de dados/Breve histórico (cont.) Modelagem: - Modelos simples baseados em balanço de sistemas (ex. balanço de água) avaliando componentes discretos do ambiente não são mais suficientes. - Tendência para modelos integrados amplos de escala regional (ex. modelos de bacia) ou globais compreendendo processos de solo, componentes de qualidade e quantidade de água e outros processos no ecossistema. Os problemas ambientais passam a requerer abordagens interdisciplinares implicando em mais partilha de dados e informações que no passado. 1.1 - Demanda de dados/Breve histórico (cont.) Benchmarking: - Busca de melhores práticas => melhoria de desempenho ambiental -Empresa -Município -País Indicadores ambientais => quantificados a partir de dados. 1.1 - Demanda de dados/Breve histórico (cont.) Os dados ambientais são necessários para delinear (a) A natureza geral e tendências em características de processos ambientais; (b) Os efeitos de fatores naturais e realizados pelo homem sobre a tendência geral em processos ambientais; (c) A efetividade de medidas de controle de poluição; (d) A concordância das características de qualidade ambientais com padrões de qualidade estabelecidos para eventualmente reforçar medidas de controle. São também insumos essenciais para - Avaliação de impactos ambientais - Modelagem dos processos ambientais 1.1 - Demanda de dados/Breve histórico (cont.) DADO: série de figuras numéricas que constituem nossos meios de comunicação com a natureza. INFORMAÇÃO: o que esses dados comunicam. O dado pode comunicar: - tudo que necessitamos saber sobre o que ocorre na natureza (informação completa), - parte mas não tudo sobre a natureza (informação parcial), - nada (nenhuma informação). A disponibilidade de dados não é condição suficiente a menos que eles tenham utilidade; o termo “informação” descreve essa utilidade ou inutilidade do dado. 1.1 - Demanda de dados/Breve histórico (cont.) Observações: 1- Falta de dados => interpretações e decisões erradas...; 2 - Dados => devem levar em conta os componentes ambientais e suas interações; 3 - A informação é extraída a partir de dados adequados; 4 - Para dar conta dos problemas ambientais, os dados devem refletir as variações espaciais e as alterações temporais; 5 - Enquanto a complexidade dos problemas ambientais aumenta, a demanda de informações e por isso a necessidade de dados torna-se mais variada e complicada. 1.2 - Demanda de gestão de dados Objetivo Produzir um sistema de informações eficiente onde a utilidade do dado é maximizada. Modo de ação Produção de coleções de dados efetivas em custos e eficientes para afastar perdas econômicas tanto no monitoramento como nos dimensionamentos baseados nas informações produzidas. 1.2 – Demanda de gestão de dados (cont.) Os sistemas de gestão de dados devem ser avaliados via abordagens integradas, buscando: a) Aproximar a demanda de informações sobre o ambiente e a produção de informações por sistemas de gestão e coleta de dados; b) Fortalecer a colaboração entre as atividades de gestão de dados de organizações diferentes para assegurar: - coordenação apropriada de bancos de dados ambientais, - fluxo de dados e - arquivamento, evitando duplicação de esforços em níveis regionais, nacionais e internacionais. 1.2 – Demanda de gestão de dados (cont.) O intercâmbio de dados em níveis locais, nacionais e globais (internacionais) pode ser necessário para: - Dados do mesmo tipo, por exemplo dados de qualidade de água coletados através de métodos diferentes; - Dados de diferentes tipos de uma disciplina, por exemplo física, química, e biologia marinha e outros tipos de dados oceanográficos; - Dados de diferentes disciplinas, por exemplo dados de oceanografia, meteorologia, geofísica e demografia. 1.3 - Elementos básicos de sistemas de gestão de dados Passos básicos para transformar dados em informação visando a realização da decisão na gestão ambiental Gestão de Dados Ambientais - Passos básicos Objetivos e restrições Dimensionamento da rede Coleta de amostras Análises de laboratório Manejo dos dados Armazenamento e recuperação Gestão de Dados Ambientais - Passos básicos Armazenamento e recuperação Distribuição dos dados Análise dos dados Modelagem Utilização da informação Tomada de decisão 1.3 - Elementos básicos de sistemas de gestão de dados (cont.) Objetivos e restrições – devem ser estabelecidos claramente para evitar falhas na definição da demanda de informação. Dimensionamento da rede/coleta de amostras - seleção de locais de amostragem, freqüências, variáveis e duração da amostragem; amostras representativas. Análises laboratoriais - padronização entre laboratórios (métodos de análise e unidades usadas); laboratórios de referência; controle de qualidade das amostras. 1.3 - Elementos básicos de sistemas de gestão de dados (cont.) Armazenamento de dados – bancos de dados bem estabelecidos e facilmente acessíveis aos usuários; harmonizar ou padronizar os bancos de dados para facilitar a troca de dados em níveis regionais e globais. Análise de dados - passo inicial para transformar dados em informação; existem muitos métodos, dependendo do que se está analisando (o problema é selecionar o melhor deles...). Modelagem – estágio onde dados são transformados em informação; funciona bem quando os mecanismos fundamentais dos processos ambientais são completa e seguramente percebidos. 1.3 - Elementos básicos de sistemas de gestão de dados (cont.) Observações: - Cada etapa no sistema de gestão contribui para a utilidade do dado; - Problemas em qualquer passo reduzem a realidade da informação de saída; - Assim, o sistema deve ser olhado como um todo coesivo pois a saída de um passo constitui a entrada do outro.