O PENSAMENTO DAS
IGREJAS SOBRE
COMUNICAÇÃO
Semana Teológica – ITESC
26-30/09/2011
Prof. Dr. Pe. Pedro Gilberto Gomes,sj
I. OS DOCUMENTOS ESCRITOS E AS
P R Á T I C A S C O M U N I C AC I O N A I S
1. Igreja Católica
• Desde Gutemberg, o desenvolvimento das tecnologias de
comunicação tem chamado a atenção da Igreja. Primeiro como
problema, depois como solução.
• Houve uma trajetória do pessimismo ao otimismo.
• Clemente XIII escreveu uma encíclica na qual condenava as obras de
cunho anticristão (1766).
• Pio XI escreveu a encíclica Vigilanti Cura, na qual abordou as questões
trazidas pelo cinema. Aqui entra a questão da censura. Apoiou A Legião
da Decência, nos USA (1936).
DOCUMENTOS (CONT.)
• Pio XII publica a encíclica Miranda Prorsus, onde começa a aparecer
uma postura mais positiva. Aborda dos meios emergentes: rádio e
televisão (1957).
• Para alguns, é melhor do o Inter Mirifca.
• A Igreja deseja acolher os modernos meios para impulsionar a Palavra de
Deus.
• Pio XII expressa a sua admiração pela técnica.
• Aborda os diversos meios. Sua posição quanto ao cinema aproxima-se da
Vigilanti Cura.
• Apoia o controle do Estado sobre o conteúdo.
• O Concílio Vaticano II publica o Decreto Inter Mirifica.
• Esta foi a primeira vez que um Concílio trata do tema da comunicação.
• Este decreto cunhou o termo Comunicação Social.
DOCUMENTOS (CONT.)
• Criou o Dia Mundial das Comunicações Sociais e encarregou o Papa de
produzir um documento mais amplo sobre o tema.
• Propôs a criação de um Secretariado mundial especializado.
• Paulo VI publicou a Instrução Pastoral Communio et Progressio (1971).
• Este é considerado por muitos como o trabalho mais importante da
respeito da comunicação.
• Já no Pontificado de João Paulo II, foi publicada a Instrução Pastoral
Aetatis Novae (1992).
DOCUMENTOS (CONT.)
• No âmbito latino-americano, devemos salientar os documentos do
Celam.
• Puebla, precedido por uma série de encontros regionais, dos quais o mais
conhecido é o Documento de Santa Inês.
• O marco de Puebla foi, de um lado, o Concilio Vaticano II. Sua
orientações foram aplicadas ao continente.
• De outro lado, a realidade política, social, econômica do continente.
Nesse momento, estruturava-se a teoria da dependência.
• Ganhavam força os postulados da Teologia da Libertação.
DOCUMENTOS (CONT.)
• No contexto brasileiro, existem vários documentos. Desde o tema da
CF de Fraternidade de 89, até a Assembleia da CNBB em 1997.
• Além disso, existem vários estudos da CNBB sobre a questão da
liturgia de rádio e televisão.
• No entremeio desses documentos, houve a carta aos comunicadores,
redigida pela Equipe de Reflexão sobre comunicação da CNBB.
DOCUMENTOS (CONT.)
2. Igreja Luterana
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A IECLB possui jornais, rádios, revistas.
Entretanto, essa Igreja possui escassos documentos sobre o
assunto. A sua opinião aparece nos diversos documentos de seus
sínodos.
Muito embora tenha tido um estúdio de gravação e produzido
programas de rádio para suas emissoras, ela é fundamentalmente
uma Igreja da Palavra.
DOCUMENTOS (CONT.)
3. Igreja Metodista
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Esta Igreja possui ainda menos documentos eu a Igreja Luterana.
Possui jornais, cursos de comunicação em suas universidades, mas não
os tematiza em documentos.
Está na Internet, com portal que apresenta a estrutura da Igreja.
Há links para a revista on line da Escola Dominical.
4. Igreja Universal do Reino de Deus.
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Nasceu sobre o signo midiático.
Não possui nenhum documento escrito sobre comunicação. Age, não
fala.
Seu pensamento transparece na prática.
2. VISÃO DE
COMUNICAÇÃO
1. Igreja Católica.
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A igreja Católica é a que mais subsídios apresenta para a análise.
Sua visão de comunicação está ligada com a perspectiva que assumiu
com respeito ao uso dos meios.
Num primeiro momento, sua preocupação girou em torno dos
conteúdos dos meios. Comunicação é transmissão de informações.
O importante é saber.
A preocupação da pastoral da comunicação centrou-se na qualidade
da mensagem. Essa posição teve força até o Concílio Vaticano II.
VISÃO (CONT.)
• Num segundo momento, a ênfase foi dada nos efeitos. É a
comunicação persuasiva.
• Os vários documentos posteriores ao Concílio perfilaram-se nessa
linha.
• Supera-se a condenação. Busca-se o uso. O importante é fazer.
• Os meios são instrumentos adequados para evangelização.
• O terceiro momento preocupa-se com o processo. Já estamos na
perspectiva de Medellin.
• Mais importante que os conteúdos ou os efeitos, são os processos.
• Aqui, o importante é pensar. Cada pessoa é emissor e receptor ao
mesmo tempo.
VISÃO (CONT.)
• Para chegar a isso, a reflexão da Igreja se desenvolveu muito, Desdr
Medellín a Santo Documento, passando por Puebla.
• No Brasil, a mencionada Carta ao Comunicadores e o documento da
CF/89 foram os balizadores do pensamento sobre comunicação da
CNBB.
• Hoje, advertimos uma volta ao saber e ao fazer. Tal posicionamento
aparece na prática e ação dos diversos grupos e movimentos que
estão nos meios de comunicação.
• A comunicação não é problema, mas solução.
VISÃO (CONT.)
2. Igreja Luterana.
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Como foi dito, é uma Igreja da Palavrsa.
O pensamento é a transmissão do evangelho através da palavra e da
escrita. O diálogo é acentuado.
3. Igreja Metodista.
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Como Igreja da Palavra, não se aventurou nos meios eletrônicos.
Logo, não desenvolveu projetos e políticas de comunicação. Não
reflete muito sobre o assunto.
Faz uso da internet, mas a preocupação é a difusão de sua teologia.
O uso que faz dos meios é puramente funcional.
VISÃO (CONT.)
4. Igreja Universal.
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É de longe a Igreja que mais navega no mundo da cultura
midiática.
Ela nasceu sob o signo da midiatização. No seu trabalho, uso de
todos os meios possíveis.
Não escreve e não pensa o fenômeno da comunicação. Para ela,
mais que para as outras, a comunicação não problema a ser
discutido, analisado, equacionado, mas uma solução para o traalho
de evangelização.
VISÃO (CONT.)
• A IURD não possui produção teórica sobre a comunicação. Sua
relação é funcionalisra,
• Seus programas criam uma comunidade virtual. Entretanto, são
chamadas a participar da Igreja presencial.
• Nos programas, busca-se o espetáculo grandioso. Grandes curas e
conversões.
• Tudo está voltado para atingir a prosperidade aqui na terra e o
prêmio no céu.
CONCLUSÃO
 Em síntese, podemos apontar algumas constantes.
• Todas as Igrejas, atualmente, veem a ida aos meios como uma
solução de seus problemas pastorais.
• Salvo a Igreja Católica, não uma maior preocupação em refletir sobre
o fenômeno comunicacional para além dos dispositivos tecnologicos
de comunicação.
• Os grupos de base, nas Igrejas que pensam o fenômeno (com a
Igreja Católica), não se deixam questionar pelos documentos
emanados da hierarquia eclesiástica.
• A questão é: que religião e que Igreja estão surgindo da mídia hoje.
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O pensamento das Igrejas sobre comunicação