Relatório Semanal
16-12-2011
Varejo (restrito) fica estável em outubro
DEPTO ANÁLISE ECONÔMICA
Vendas sem surpresas.
Economista chefe
Fernando Montero
[email protected]
Confiança do Consumidor bate recorde no IPSOS/ACSP
Já a sondagem da CNI mostra um sentimento mais contido das famílias.
Colaboradores
Marcelo Arbex
[email protected]
O PIB (BC): IBC-Br cai 0,32% em outubro
Eduardo Azevedo
[email protected]
O desempenho, abaixo da mediana de -0,1% no mercado, veio com a revisão
na série que piorou a curva de crescimento.
Christiano Clemente
[email protected]
Cristina Cardoso
Outros indicadores: Medo do Desemprego (CNI) e a Confiança na
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Construção (FGV/BCB)
Sobe o medo de perder o emprego e cai a confiança na construção. Mas as
Consultor Associado
manchetes parecem piores do que em realidade são.
Ibrahim Eris
Varejo (restrito) fica estável em outubro
Vendas da PMC/IBGE sem surpresas.
O varejo restrito ficou estável em outubro (0,0%), resultado ligeiramente abaixo da mediana de +0,2% nas
expectativas do mercado (primeiro gráfico abaixo). Já a queda de 0,4% do varejo ampliado ficou algo menor aos
-0,65% esperados na mediana do mercado. Esta série, ademais, sofreu uma leve revisão para baixo (segundo
gráfico abaixo).
As vendas ajustadas restritas e ampliadas de outubro comportam arrastos respectivos de +0,1% e de -0,5% no
quarto trimestre ante o terceiro (e de +6,3% no ano). O recente desempenho pior das vendas ampliadas
comparativamente às restritas (o varejo ampliado caiu 1,7% desde seu pico em junho, ante +1,2% do varejo
restrito) obedece a uma queda de 6,8% nas vendas ajustadas de veículos, motos, partes e peças. Este segmento
esboçou uma importante reação em novembro, evidenciada nos emplacamentos que subiram +6% na margem
segundo nosso ajuste ( -2,1% em nov.11/nov.10). Tal reação, infelizmente, não chegará cedo a sua produção
devido a estoques elevados de carros que ampliarão a boca entre varejo e indústria (gráfico abaixo). Ademais
dos estoques de carros, seu consumidor pode adiar compras pela expectativa criada de uma possível nova
desoneração tributária. Embora desmentida pelo governo, essa expectativa pode já ter afetado o movimento da
1ª quinzena de dezembro (deve fechar 10,3% abaixo de igual quinzena de 2010).
O Índice Nacional de Confiança do IPSOS/ACSP bateu recorde em novembro. O avanço na confiança
parece ir além de um esperado movimento sazonal com a proximidade do fim do ano (a série curta dificulta o
ajuste de uma sazonalidade que, no entanto, transparece claramente no gráfico abaixo). O ganho ocorreu em
todas as regiões. Já entre classe, localizou-se nas classes AB e C, caindo na classe DE.
A CNI, por sua vez, mostra um sentimento dos consumidores mais contido.
Seu Índice Nacional de
Expectativa do Consumidor ficou estável em dezembro, após três altas modestas. O indicador está acima de sua
média histórica, mas aquém de níveis alcançados um ano atrás (gráfico).
Segundo o noticiário, por fim, o Natal estaria vindo no teto da sazonalidade. O clima, entretanto, é de muita
cautela. O varejo teme entrar com estoques em janeiro, um mês já morto em termos de atividade e que, por
cima, arrisca um clima de fim do mundo do noticiário europeu. Por enquanto, as consultas crescem no teto do
esperado na passagem de novembro para dezembro. Este mês de dezembro tem, ademais, um dia útil mais na
semana chave que segue ao natal, quando as trocas ainda mantêm o movimento.
O PIB (BC): IBC-Br cai 0,32% em outubro
Em outubro, o IBC-br apurado pelo BC como proxy de PIB mensal caiu 0,32% ajustados ante setembro. O
desempenho, abaixo da mediana esperada de -0,1% no mercado, veio junto a uma revisão na série nova que
piorou a curva de crescimento do indicador (gráfico abaixo). O patamar de outubro acusa um arrasto de -0,6%
ante a média do 3º trimestre.
PIB deve crescer 2,8% em 2011
Revisamos nosso crescimento esperado para 2011 de 3,2% para 2,8%. Embora o PIB do 3o trimestre não tenha
surpreendido muito na margem (0,0% ante nossos esperados 0,2%) o inter anual observado veio bem mais baixo,
acusando 2,1% antes nossos esperados 2,7%.
Indicadores: Medo do Desemprego (CNI) e a Confiança na Construção (FGV/BCB)
Sobe o medo de perder o emprego e cai a confiança na construção. Mas as manchetes parecem piores do que
em realidade são.
Medo do Desemprego - A CNI captou um medo maior de perder o emprego em dezembro. O patamar,
entretanto, está muito próximo de seu mínimo histórico alcançado em setembro (ver gráfico abaixo).
Confiança na Construção (FGV/BCB) - A FGV em parceria com o BC lançou a valiosa Sondagem da
Construção.
As séries curtas, iniciadas em meados do ano passado, não permitem ajustes sazonais. As
comparações com iguais meses do ano passado mostram, entretanto, níveis bastante mais baixos de otimismo
no empresariado da construção (1º gráfico abaixo), especialmente quando referido à situação atual
comparativamente às expectativas (2º e 3º gráficos abaixo). Há que observar, entretanto, que os patamares
ainda apontam otimismo (os índices oscilam de 0 a 200 pontos com pontuação acima de 100 denotando
otimismo). O levantamento mostra, portanto, não queda senão uma desaceleração de atividade, o que seria de
esperar uma vez que a construção civil passou de crescer +11,6% em 2010 para estimados +3,5% em 2011.
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