SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS VII LISTA DE FOTOS IX LISTA DE TABELAS XI APRESENTAÇÃO 1 1 INTRODUÇÃO 3 2 5 INFORMAÇÕES GERAIS 2.1 Identificação do Empreendimento 5 2.2 Objetivos e Justificativas do Empreendimento 6 2.3 Histórico 2.3.1 Antecedentes de Ocupação da Área do Empreendimento 9 9 2.4 Histórico da Concepção do Projeto 14 2.5 Estrutura Institucional Relacionada à Implantação do Empreendimento 22 2.6 Aspectos Legais 2.6.1 Legislação Federal 2.6.1.1 - Uso e Ocupação do Solo 2.6.1.2 -Proteção dos Recursos Naturais 2.6.1.3 -Licenciamento Ambiental e Avaliação de Impacto Ambiental 2.6.1.4 - Dispositivos Ambientais 2.6.2 Legislação Distrital 2.6.2.1 - Uso e Ocupação do Solo 2.6.2.2 - Proteção dos Recursos Naturais 2.6.2.3 - Licenciamento Ambiental e Avaliação de Impacto Ambiental 2.6.2.4 - Dispositivos Ambientais 2.6.2.5 - Aspectos do Patrimônio Histórico 2.6.3 Análise da Legislação Aplicada 24 24 24 26 27 29 38 38 42 43 44 50 52 2.7 Planos e Programas Governamentais 54 2.8 Etapas de Implantação do Empreendimento 58 2.9 Empreendimentos Associados e Decorrentes 58 3 CARACTERIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 60 3.1 Localização do Empreendimento 3.2 Plano de Ocupação 3.2.1 Plano Urbanístico para o Setor Habitacional Noroeste 3.2.2 Plano Diretor do Parque Ecológico Burle Marx 60 60 61 62 3.3 Descrição Sintética das Principais Características da Área do Projeto 68 3.4 Descrição da Interligação com a Área já Urbanizada 69 3.5 Áreas de Preservação Legal e de Servidão 3.5.1. Áreas de Preservação Permanente (APP) 3.5.2 Unidades de Conservação 3.5.3 Área de Valor Histórico e Cultural 3.5.4 Faixa de servidão 69 69 70 70 70 3.6 Processo de Implantação 3.6.1. Área Residencial (ou Bairro Noroeste) 3.6.2. Parque Burle Marx 3.6.3. Encosta do Bananal 72 72 74 75 3.7 Situação Fundiária 4 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE ESTUDO 4.1 76 79 Definição da Área de Estudo 4.2 Meio Físico 4.2.1 Aspectos Climáticos 4.2.2 Qualidade do ar 4.2.3 Poluição Sonora 4.2.4 Geologia 4.2.5. Geomorfologia 4.2.6. Solos 4.2.7. Hidrogeologia 4.2.8. Recursos Hídricos 4.2.8.1 Balanço Hídrico 4.2.8.2 Qualidade da água 4.2.9 Suprimento e Uso dos Recursos Naturais 4.3 Meio Biológico 4.3.1 Ecossistemas Terrestres 4.3.1.1 Vegetação e Flora 4.3.1.2. Fauna 4.3.2 Ecossistemas Aquáticos 4.4 Meio Antrópico 4.4.1 Dinâmica e Estrutura Populacional 4.4.1.1 Evolução da População do Distrito Federal 79 86 86 99 101 102 111 117 131 136 141 145 160 163 163 163 192 195 197 198 197 ii 4.4.1.2 Caracterização da Região Administrtiva de Brasília 4.4.1.3 Características de Emprego e Renda 4.4.1.4 Expectativas com Relação ao Setor 4.4.2 Novas Visões sobre a Implantação do Setor Noroeste 4.4.3 Uso e Ocupação Atual da Área de Estudo 4.4.4 Áreas de Valor Histórico, Cultural e Paisagístico 4.4.5 Infra-estrutura REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 200 202 202 209 212 218 220 241 iii LISTA DE SIGLAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas ADE – Área de Desenvolvimento Econômico ADEMI - Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário AID - Área de Influência Direta AII – Área de Influência Indireta APA - Área de Proteção Ambiental APP – Área de Preservação Permanente ARIE – Área de Relevante Interesse Ecológico ASBRACO - Associação Brasiliense de Construtores BELACAP - Serviço de Ajardinamento e Limpeza Urbana de Brasília CAESB – Companhia de Saneamento do Distrito Federal CEB – Companhia Energética de Brasília CODEPLAN – Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente CONHAB - Conselho de Habitação CONPLAN - Conselho de Planejamento Urbano e Territorial do Distrito Federal CTPB - Conselho Técnico de Preservação de Brasília DB – Delta do Bananal DER - Departamento de Estradas de Rodagem DETRAN – Departamento de Trânsito DFTRANS – Transportes Urbanos do Distrito Federal EIA – Estudo de Impacto Ambiental EIV – Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EPAA - Estrada Parque Armazenagem e Abastecimento EPIA - Estrada Parque Indústria e Abastecimento EPIA - Estudo Prévio de Impacto Ambiental ETA – Estação de Tratamento de Água ETE – Estação de Tratamento de Esgotos FUNAI – Fundação Nacional do Índio GDF - Governo do Distrito Federal IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBPC – Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural IEMA – Instituto de Ecologia e Meio Ambiente INMET - Instituto Nacional de Meteorologia IPHAN - Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional IQA - Índice de Qualidade da Água MDE – Memorial Descritivo NGB – Normas de Uso e Ggabarito NOVACAP – Companhia Urbanizadora Nova Capital do Brasil OMS Organização Mundial da Saúde ONM – Organização Meteorológica Mundial iv PDL – Plano Diretor Local PDOT – Plano Diretor de Ordenamento Territorial PEA População Economicamente Ativa PEOT - Plano Estrutural de Organização Territorial PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento POUSO – Plano de Uso e Ocupação do Solo do DF PqEN - Parque Ecológico Norte RA – Região Administrativa RAP – Reservatório Apoiado RBC – Reserva da Bbiosfera do Cerrado RIAC - Relatório de Impacto Ambiental Complementar RIAP - Relatório de Impacto Ambiental Prévio RIMA – Relatório de Impacto Ambiental RIVI – Relatório de Impacto de Vizinhança RSSN – Região Suave Ondulada do Setor Noroeste SAAN - Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte SAIN - Setor de Áreas Isoladas Norte SAM – Setor de Administração Municipal SCEN Setor de Clubes Esportivos Norte SCG - Setor de Cavalaria e Guarda SCIA – Setor Complementar de Indústria e Abastecimento SEDUH – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação SEMA – Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais SEMARH - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos SEMATEC – Secretaria do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia SGAN – Setor de Grandes Áreas Norte SHB - Setor Habitacional Buritis SHC/NW - Setor Residencial Noroeste SHC/SW - Setor de Habitações Coletivas Sudoeste SHCNW – Setor Noroeste SHEP - Setor Habitacional Estrada Parque SINDUSCON - Sindicato da Indústria da Construção Civil SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente Sisplan – Sistema de planejamento do DF SMU Setor Militar Urbano SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza SOF – Setor de Oficinas SOFN – Setor de Oficinas Norte SPRN – Setor de Recreação Públicas Norte STN - Setor Terminal Norte STRC – Setor de Transporte de Cargas SUDUR – Subsecretaria de Desenvolvimento Urbano e Preservação TC/BR – Tecnologia e Consultoria Brasileira S..A TERRACAP - Companhia Imobiliária de Brasília UnB – Universidade de Brasília UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura URB – Projeto Urbanístico de Parcelamento v USP – Universidade de São Paulo VAB – Vale do Aacampamento Bananal ZEU - Zona de Expansão Urbana ZIA - Zona de Interesse Ambiental ZRU - Zona Rural ZUR - Zona Urbana vi LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Plano de ocupação do projeto urbano em 1998 (Croqui). ............................ 7 Figura 2 – Croqui do projeto antigo. ............................................................................. 12 Figura 3 – Croqui do Projeto Atual............................................................................... 13 Figura 4 – Brasília Revisitada. ...................................................................................... 15 Figura 5 - Projeto de Parcelamento do Camping (URB89/89). .................................... 16 Figura 6 – Mapa de Ocupação Urbana Proposta no EIA Volume IV (Mapas). ........... 21 Figura 7– Corredor ecológico de diversidade biológica que interagirá com unidades verdes existentes ou em processo de consolidação. ............................................... 64 Figura 8 - Plano Diretor do Parque Burle Marx - Zoneamento..................................... 67 Figura 9 - Polígono da área tombada............................................................................. 71 Figura 10 – Influência do empreendimento adotando o conceito de microbacia hidográfica. ............................................................................................................. 82 Figura 11 - Limites do córrego Bananal à montante do empreendimento e os limites da área tombada à juzante do viaduto da EPIA sobre o córrego Bananal. .................. 83 Figura 12 – Limites do Parque Nacional e a área de tombamento de Brasília.............. 84 Figura 13 – Limites do córrego Bananal à montante do empreendimento, e algumas unidades hidrográficas do lago Paranoá. ................................................................ 85 Figura 14 - Distribuição anual dos totais mensais de precipitação da estação do INMET. ................................................................................................................................ 89 Figura 15 - Altura máxima de precipitação em 24 horas, com dia e ano de ocorrência para cada mês.......................................................................................................... 90 Figura 16 - Normais de temperatura média mensal na Estação Brasília (Período 1961 a 1990)....................................................................................................................... 95 Figura 17- Normais de temperatura máxima mensal na Estação Brasília (Período 1961 a 1990)....................................................................................................................... 95 Figura 18 - Normais de temperatura mínima mensal na Estação Brasília (Período 1961 a 1990)....................................................................................................................... 96 Figura 19 - Normais de umidade relativa do ar - Estação Brasília (Período 1961 a 1990). ................................................................................................................................ 96 Figura 20 - Normais de evaporação total mensal (mm) - Estação Brasília (Período 1961 a 1990). ................................................................................................................... 98 Figura 21 - Normais de insolação total - Estação Brasília (Período 1961 a 1990). ...... 98 Figura 22 - Coluna litoestratigráfica da Seqüência Deposicional Paranoá, Região de Alto Paraíso/São João D’Aliança – GO (segundo Faria, 1995). .................................. 103 Figura 23 – Mapa de geologia..................................................................................... 106 Figura 24 – Mapa de Classes de declividade. ............................................................. 114 Figura 25 – Mapa de Geomorfologia. ......................................................................... 115 Figura 26 – Mapa de Solos.......................................................................................... 120 Figura 27 - Mapa de Geotecnia. .................................................................................. 122 Figura 28 – Hidrogeologia. ......................................................................................... 134 Figura 30 - Balanço Hídrico da Estação Brasília. ....................................................... 143 vii Figura 31 - Aporte de fósforo ao Lago Paranoá Concentração de fósforo na coluna d’água. .................................................................................................................. 155 Figura 32 – Hidrogeologia. ......................................................................................... 156 Figura 33 - Concentração de clorofila coluna d’água. ................................................ 156 Figura 34 – Localização das três propriedades com poços profundos. ....................... 161 Figura 35 - Mapa de vegetação. .................................................................................. 183 Figura 36 – Mapa de áreas protegidas......................................................................... 190 Figura 37 - Grau de Escolaridade da População do Plano Piloto................................ 201 Figura 38 - Grau de Escolaridade dos Entrevistados 203. ......................................... 203 Figura 39 - Opinião sobre a Criação de um Novo Setor Residencial.......................... 204 Figura 40 - Opinião sobre a necessidade da Criação de um Novo Setor Residencial. 204 Figura 41 - Opinião sobre a Qualidade de Vida.......................................................... 205 Figura 42 - Interesse na Aquisição de Imóveis. .......................................................... 205 Figura 43 - Grau de Escolaridade dos Entrevistados. ................................................. 206 Figura 44 - Opinião Sobre a Criação de um Novo Setor Residencial......................... 207 Figura 45 - Opinião Sobre a Necessidade de Criação de um Novo Setor Residencial.207 Figura 46 - Opinião Sobre a Qualidade de Vida. ........................................................ 208 Figura 47 - Interesse na Aquisição de Imóveis. .......................................................... 208 Figura 48 - Novos Limites do Parque. ........................................................................ 215 Figura 49 - Mapa de uso e ocupação do solo. ............................................................. 217 Figura 50 - Pontos de lançamento de drenagem e localização de aterro sanitário ...... 235 Figura 51 - Mapa de infra-estrutura. ........................................................................... 236 Figura 52 - Sistema viário proposto para o empreendimento ..................................... 238 viii LISTA DE FOTOS Foto 1 - Metassiltitos dobrados que compõem a maior porção da seção estratigráfica da Unidade S.... 105 Foto 2 - Bloco de quartzito presente em camadas maciças intercaladas no topo da Unidade S.107 Foto 3 - Detalhe de níveis de quartzitos grossos comumente observados nos areais presentes na área de interesse à implantação da Área de Expansão Urbana Noroeste. .......Erro! Indicador não definido. Foto 4 - Plano de falha de cisalhamento exposta em frente de lavra de areia na área em estudo. ........Erro! Indicador não definido. Foto 5 - Vista panorâmica do relevo na área de interesse à implantação do setor Habitacional Noroeste. Notar o desnível observado a partir do ponto mais elevado para o ponto mais baixo.................... 117 Foto 6 - Vista em planta de latossolo vermelho de textura média. ......................................................... 117 Foto 7 – Execução de ensaio em superfície com uso dos anéis concêntricos com carga variável.......... 128 Foto 8 - Vista geral do ensaio em profundidade com uso de método open end hole, os tubos cravados representam as diferentes profundidades de investigação. ............................................................. 128 Foto 9 - Deposição de entulho e restos de obras na área do Parque Ecológico Burle Marx, Distrito Federal................................................................................................Erro! Indicador não definido. Foto 10 - Terreno baldio no Parque Burle Marx, servindo de local para depósito de entulho e lixo, Cerrado Ralo ao fundo. Em primeiro plano indivíduos arbóreos de Vochysia thyrsoidea. ..........Erro! Indicador não definido. Foto 11 - Parque Ecológico Burle Marx, vista de área antropizada com remoção da vegetação e exposição de solo com textura arenosa. ..............................................................Erro! Indicador não definido. Foto 12 - Estrada que atravessa o Parque Ecológico Burle Marx, revelando a textura arenosa do solo; à direita, restos de entulho.....................................................................Erro! Indicador não definido. Foto 13 - Cerrado sentido restrito fortemente degradado, presença de lixo, entulho e marcas de queimadas recente; solo exposto com aspecto arenoso e início regeneração da vegetação, com a ocupação de ervas e subarbustos.............................................................................Erro! Indicador não definido. Foto 14 - Fundos do Detran, área anteriormente desmatada e atualmente dominada por gramíneas exóticas; presença de espécies remanescentes de cerrado. .................Erro! Indicador não definido. Foto 15 - Indivíduos arbóreos remanescentes de cerrado no Parque Ecológico Burle Marx. ..............Erro! Indicador não definido. Foto 16 - Cerrado perturbado por queimada, em regeneração no Parque Ecológico Burle Marx........Erro! Indicador não definido. Foto 17 - Fundos do Parque Burle Marx, limite com a via da Zoonose. ....Erro! Indicador não definido. Foto 18 - Fundos do Parque Burle Marx, limite com a via da Zoonose .....Erro! Indicador não definido. Foto 19 - Fundos do Parque Burle Marx, limite com a via da Zoonose . ...Erro! Indicador não definido. Foto 20 - Rede elétrica. Presença de área degradada em processo de sucessão ecológica. Presença de mamona, Ricinus communis (Euphorbiaceae)....................................Erro! Indicador não definido. Foto 21 - Área da Terracap, mostrando atrás da cerca Cerrado Sentido Restrito, subtipo Cerrado Típico, bem preservado. .................................................................................Erro! Indicador não definido. Foto 22 - Área da Terracap, mostrando atrás da cerca Cerrado Sentido Restrito, subtipo Cerrado Típico, bem preservado. .................................................................................Erro! Indicador não definido. Foto 23 - Área da Terracap, mostrando atrás da cerca Cerrado Sentido Restrito, subtipo Cerrado Típico, bem preservado. .................................................................................Erro! Indicador não definido. Foto 24 - Área da Terracap, mostrando Cerrado Sentido Restrito, com perturbação na borda. ...........Erro! Indicador não definido. Foto 25 - Vista da Mata de Galeria do ribeirão Bananal, mostrando as espécies dominantes: buriti (Mauritia flexuosa) e pindaíba-do-brejo (Xylopia emarginata). ........Erro! Indicador não definido. Foto 26 - Vista do Parque Nacional, limite com a EPIA............................Erro! Indicador não definido. Foto 27 - Área de Campo Sujo, à frente, e Cerrado Ralo ao fundo, no Parque Ecológico Burle Marx.Erro! Indicador não definido. Foto 28 - Campo sujo no limite norte, do Parque Ecológico Burle Marx. .Erro! Indicador não definido. Foto 29 - Vista da Ocupação Indígena. ......................................................Erro! Indicador não definido. Foto 30 - Ocupações Indígenas. ................................................................................................................... Foto 31 - Vista da área degradada com material argiloso, atrás do Sanatório Espírita de Brasília. .....Erro! ix Indicador não definido. Foto 32 - Vista da área degradada, atrás do Sanatório Espírita de Brasília.Erro! Indicador não definido. Foto 33 - Vista da área degradada, atrás da Casa de Repouso. ..................Erro! Indicador não definido. Foto 34 - Vista da área degradada, atrás da Casa de Repouso. Predominância de material arenoso....Erro! Indicador não definido. x LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Síntese da Estrutura Institucional relacionada ao empreendimento......................................... 23 Tabela 2 - Estimativa da Demanda de Equipamentos Públicos Comunitários . ....................................... 62 Tabela 3 - Totais mensais de Precipitação Pluviométrica da estação do INMET em milímetros. ........... 88 Tabela 4 - Total de Precipitação – Estação Brasília (1963-2001)............................................................ 91 Tabela 5 - Direção e Velocidade dos Ventos - Ministério da Aeronáutica. ............................................. 92 Tabela 6 - Velocidade média e máxima dos ventos em cada mês de 2001 - (m/s)................................... 92 Tabela 7 - Direção preferencial dos ventos em 2001. .............................................................................. 92 Tabela 8 - Comportamento da temp. média, mínima e máxima mensais da estação do INMET.............. 93 Tabela 9 - Temperatura média mensal de 2001........................................................................................ 93 Tabela 10 - Normais de umidade relativa do ar média em porcentagem - estação do INMET. ............... 94 Tabela 11 - Média mensal da umidade relativa do ar em 2001. .............................................................. 94 Tabela 12 - Normais de evaporação total mensal, em milímetros- estação do INMET . ......................... 97 Tabela 13 - Normais de insolação total, em horas e décimos................................................................... 97 Tabela 14 - Normais de nebulosidade (0-10). .......................................................................................... 98 Tabela 15 - Nebulosidade (0-10) anual período (1991-2000). ................................................................. 98 Tabela 16 - Níveis de poluição toleráveis. ............................................................................................. 100 Tabela 17 - Classificação geotécnica dos solos Universal de Casagrande Simplificada. ....................... 124 Tabela 18 - Classes de riscos geotécnicos.............................................................................................. 124 Tabela 19 - Ensaio de infiltração em superfície - anéis concêntricos..................................................... 129 Tabela 20 - Ensaio de infiltração em profundidade – open end hole. Obs: por dificuldades de transposição do material (presença de matacões) não foi possível perfurar até 2,2 m. ....................................... 129 Tabela 21 - Ensaio de infiltração em superfície - anéis concêntricos..................................................... 129 Tabela 22 - Ensaio de infiltração em profundidade - open end hole. ..................................................... 129 Tabela 23 - Ensaio de infiltração em superfície - anéis concêntricos..................................................... 129 Tabela 24 - Ensaio de infiltração em profundidade – open end hole. .................................................... 130 Tabela 25 - Ensaio de infiltração em superfície – anéis concêntricos. ................................................... 130 Tabela 26 - Ensaio de infiltração em profundidade – open end hole. .................................................... 130 Tabela 27 - Ensaio de infiltração em superfície – anéis concêntricos. ................................................... 130 Tabela 28 - Ensaio de infiltração em profundidade – open end hole. .................................................... 130 Tabela 29 - Resumo da classificação dos Domínios, Sistemas/Subsistemas aqüíferos do Distrito Federal com respectivas vazões médias (Campos & Freitas-Silva 1998).................................................... 132 Tabela 30 - Vazões Mínimas de 7 de Dias Consecutivos no Ribeirão Bananal (m3/s)........................... 139 Tabela 31 - Ribeirão Bananal na Estação EPIA - Vazões Médias Mensais (m3/s)................................. 140 Tabela 32 - Medição de Descarga Sólida no Ribeirão Bananal – 1988/89 ............................................ 141 Tabela 33 - Dados climatológicos para Balanço Hídrico - Brasília ....................................................... 143 Tabela 34 - Classificação climática de Thornthwaite............................................................................. 143 Tabela 35 -Subdivisão de Thornthwaite em função dos índices de aridez e de umidade. ................................ 144 Tabela 36 - Classificação das águas doces em função dos usos preponderantes de águas doces, conforme Resolução Conama nº 20/1986....................................................................................................... 145 Tabela 37 - Análise de parâmetros monitorados no ribeirão Bananal. ................................................... 147 Tabela 38 - Locais de amostragem florística e descrição fisionômica da área de estudo - Área de Expansão Urbana Noroeste............................................................................................................................. 164 Tabela 39 - Principais espécies introduzidas no Lago Paranoá.............................................................. 197 Tabela 40 - Evolução da População no Distrito Federal. ...................................................................... 198 Tabela 41 – Subsistemas que compõem o Sistema Integrado Santa Maria /Torto ................................. 220 Tabela 42 - Demandas estimadas de água para a Área de Expansão Noroeste. ..................................... 224 Tabela 43 - Estimativa da composição dos resíduos sólidos domiciliares e comerciais coletados no Distrito Federal............................................................................................................................... 236 xi APRESENTAÇÃO O presente trabalho constitui uma adequação ao EIA – Estudo de Impacto Ambiental da Área de Expansão Urbana Noroeste, da cidade de Brasília1, realizado em 1998. O empreendimento é de responsabilidade do Governo do Distrito Federal, por meio da Companhia Imobiliária de Brasília – Terracap, sediada no SCRN, bloco F, em Brasília/DF. A TC/BR – Tecnologia e Consultoria Brasileira S/A, localizada em Brasília/DF, no SCRN 704/705 bloco H, lojas 33/43, foi a empresa contratada para elaboração do primeiro Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental, bem como de sua adequação. O projeto da Área de Expansão Urbana Noroeste é resultado da revisão do estudo urbanístico previamente realizado para a ocupação da área. O primeiro projeto, que se denominava Setor Residencial Noroeste, ocupava uma área de aproximadamente 300 hectares, com uma população de projeto estimada em 40.000 habitantes, foi analisado por um EIA/RIMA, elaborado no segundo semestre de 1998, pela TC/BR, que apresentou várias medidas ou ações de controle ambiental, visando mitigar os impactos negativos avaliados. Tal estudo considerou o projeto que previa a instalação de 12 Superquadras, alinhadas com o eixo da EPIA e um Centro de Bairro localizado entre as superquadras e o Parque e com a seguinte poligonal: • ao norte a área é delimitada pelo Setor Terminal Norte (STN); • a noroeste a área delimita-se com a Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA); • ao sul a área delimita-se com o Setor Militar Urbano (SMU) e o Setor de Recreação Pública (Camping); e, • a leste, o limite é o Parque Ecológico Norte. Em 1999, o Governo do Distrito Federal decidiu analisar todas as glebas remanescentes no quadrante noroeste do polígono de tombamento, com o objetivo de planejar os futuros usos e ocupações de forma integrada e harmônica. Esse novo estudo resultou uma nova poligonal de análise, de 825 hectares. Essa poligonal engloba as áreas do Parque Burle Marx, da encosta direita do ribeirão Bananal, da área destinada ao setor residencial (consignada pelo projeto Brasília Revisitada) e pelo Camping (Setor de Recreação Pública). Essa poligonal tem a seguinte delimitação: • ao norte a área é delimitada pelo ribeirão Bananal; • a noroeste a área delimita-se com a Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA); 1 Brasília é a Região Administrativa I – denominada de RA I - Plano Piloto (antiga RA IBrasília) pela Lei 1.648 de 16 de setmbro de 1997. 1 • ao sul a área delimita-se com o Setor Militar Urbano (SMU) e o Autódromo (integrante do Setor de Recreação Pública); e, • a leste, o limite é o Setor de Grandes Áreas Norte e o Setor Terminal Norte. Esse novo limite ampliou a área de análise procurando avaliar as interrelações entre as ocupações e usos existentes com os usos projetados. Procurou também considerar as influências de ocupação sobre a microbacia do ribeirão Bananal, adotando-a como uma das unidades de planejamento. Este procedimento permitiu a elaboração integrada das áreas residenciais, do Parque e da encosta do Bananal. Permitiu também, rever a ocupação proposta no MDE 054/98 (que reparcelou o Camping). Essa nova poligonal implicou o reestudo dos contornos do Setor Habitacional (bairro residencial) e do Parque Ecológico Norte, atualmente denominado Burle Marx. O atual projeto prevê a implantação de 20 quadras residenciais, além de comércio local e equipamentos comunitários, perfazendo uma população estimada em 39.800 habitantes. O novo planejamento dessa área como um todo requer, por isso, uma revisão e readequação do estudo de impacto ambiental realizado. O sistema de licenciamento ambiental implantado no DF permite a realização de um Relatório de Impacto Ambiental Complementar (RIAC) para ratificar ou mesmo retificar a avaliação ambiental prévia realizada. Contudo, como o poder discricionário do processo de licenciamento compete à Semarh, a mesma entendeu que se faz necessário a realização de um novo estudo (EIA/RIMA), demandando contudo, a reavaliação do existente. O EIA e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA visam apresentar os elementos necessários para subsidiar o licenciamento ambiental e foram elaborados em conformidade com o Termo de Referência emitido pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos - Semarh. Este estudo permite o conhecimento dos impactos que o empreendimento gera sobre o meio ambiente, proporcionando medidas que evitem e corrigam possíveis danos e otimizando,desta forma, os benefícios, aprimorando a eficiência das soluções propostas. Brasília – DF, agosto de 2005. 2 1 INTRODUÇÃO O Setor Noroeste foi uma iniciativa proposta pelo urbanista Lúcio Costa, em 1987, no projeto Brasília Revisitada, com o objetivo de propiciar um maior número de moradias no entorno do Plano Piloto sem prejuízo de sua funcionalidade, coesão e, sobretudo, em complemento à proposta original do Plano Piloto. Desde então, essa proposta sempre esteve inserida nos Planos Diretores que se sucederam no Distrito Federal; ou seja: Pouso; PDOT/93 e o PDOT/97. A implementação dessa proposta, além de procurar atender as demandas por moradia, tinha como princípio a necessidade de preservar a concepção da estrutura urbanística do Plano Piloto. A implantação de um projeto urbano, como é o caso da Área de Expansão Urbana Noroeste, incide na alteração das condições atuais da gleba a ser parcelada e de sua área de influência, ocasionando impactos (positivos e negativos) sobre o meio ambiente e gerando uma nova realidade ambiental no local, induzida ou determinada pelas ações a serem efetuadas no período de implementação e de operação do empreendimento. O conceito normativo básico de desenvolvimento e meio ambiente considera a necessidade de conciliar as posições econômicas, sociais e ambientais obedecendo simultaneamente a três critérios fundamentais: equidade social, prudência ecológica e eficiência econômica, privilegiando a qualidade do crescimento e valorizando os recursos ambientais como dimensão e base fundamental de sua sustentação. O Estudo de Impacto Ambiental - EIA é uma exigência legal na implantação de determinados projetos e visa à previsão de como o meio socioeconômico-ambiental ficará afetado positiva ou negativamente pela implantação do empreendimento a que se refere o projeto. É um estudo multidisciplinar que envolve uma gama de profissionais das mais diversas especialidades, pertencentes à empresa especialmente contratada pelo empreendedor para essa finalidade. O Relatório de Impacto no Meio Ambiente - RIMA nada mais é que uma versão simplificada e resumida do EIA em linguagem acessível ao público, dispensando termos técnicos complexos. Dentro dessa perspectiva, este Estudo de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) procura assegurar a qualidade ambiental natural e social nos processos dinâmicos e interativos que ocorrerão nas diversas áreas de intervenção propostas, bem como tentará garantir a sustentabilidade das medidas propostas, compreendida pelas potencialidades dos recursos envolvidos e pela capacidade de sustentação dos mesmos, em plena harmonia com as condições locais e características sócio-culturais das populações envolvidas. Sob esse enfoque, o Estudo orientou seus critérios e metodologias de análise ambiental de maneira a priorizar os aspectos de relevância ambiental, definindo as responsabilidades de controle pelo empreendedor e sugerindo os itens a serem controlados pelos órgãos governamentais e pela sociedade organizada. 3 O ideal é que se integre, desde o início, aos trabalhos de engenharia, os aspectos importantes para a viabilização ambiental do empreendimento. O empreendimento a ser analisado se constitui uma evolução de um processo de ocupação da área – como se verá no diagnóstico ambiental. Sua concepção urbanística é resultado de uma reavaliação de um projeto anterior (daí o Termo de Referência do presente estudo referir-se a uma “adequação”). Sob essa ótica, o presente estudo estabeleceu, primordialmente, algumas considerações metodológicas de análise, consideradas como diretrizes específicas ao processo de licenciamento,quais sejam: - Estabelecer como princípio fundamental a preservação da concepção urbanística do Plano Piloto – como aspirou o urbanista que o criou, e como está explícito nos diversos planos urbanos e no processo de planejamento oficial do Distrito Federal; - Considerar que o estudo urbanístico em análise é uma alternativa tecnológica e locacional da proposta urbanística elaborada em 1998 – que já apontava a ocupação urbana (predominantemente habitacional da área); - Para que se estabelecesse, no processo de licenciamento, parâmetros de comparação entre as diferentes concepções urbanísticas para a área, o presente estudo manteve a mesma metodologia de avaliação de impacto proposta pelo estudo ambiental anterior (Terracap & TCBR, 1998), e a mesma delimitação das áreas de influência – como convém a um estudo de caráter correlacional. O estudo está subdivido em quatro partes, a saber: Na primeira parte, que é o Volume I, constam, além da Apresentação e Introdução, os seguintes capítulos: 2 -Informações Gerais; 3 -Caracterização e Localização do Empreendimento; e 4 -Diagnóstico Ambiental da Área de Estudo. No volume II constam os capítulos 5 -Prognóstico das Alterações Ambientais sobre a Área de Estudo e sua Região de Influência; 6-Alternativas de Uso e Ocupação do Solo e Saneamento Básico; 7 -Avaliação dos Impactos Ambientais do Projeto e suas Alternativas; 8 -Definição das Medidas Mitigadoras; 9 -Programa de Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos Ambientais; 10 -Conclusões e Recomendações; Referências Bibliográficas e os Anexos (volume IV). No volume IV constam todos os mapas elaborados necessários ao entendimento das informações descritas e espacialização das informações relevantes. E, por fim, no último volume, é apresentado o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), de modo conciso e adequado à compreensão, refletindo as conclusões do Estudo de Impacto Ambiental, apontando as vantagens e desvantagens da implantação do empreendimento, bem como as consequências ambientais de sua implantação. 4 2 INFORMAÇÕES GERAIS 2.1 Identificação do Empreendimento Este Estudo de Impacto Ambiental visa subsidiar o processo de licenciamento ambiental de nº 191.000.070/97, para a implantação da Área de Expansão Urbana Noroeste, empreendimento de responsabilidade da Companhia Imobiliária de Brasília - Terracap. A implantação de um projeto urbano, como é o caso, incide na alteração das condições originais da gleba a ser parcelada e de sua área de influência, ocasionando impactos sobre o meio ambiente e gerando uma nova realidade ambiental no local. Essa nova realidade é induzida ou determinada pelas ações a serem efetuadas no período de implementação e de operação do empreendimento. O Estudo ora apresentado refere-se à análise das repercussões ambientais, físico-espaciais e socioeconômicas, advindas da implantação de tal empreendimento (Figura 1) no limite noroeste do Plano Piloto. Deverá, o mesmo, por meio da avaliação dos impactos, indicar medidas mitigadoras para os diferentes fatores impactados ou que possam sofrer interferências por ações do empreendimento. A área de intervenção compreende uma gleba de 825 hectares, inscrita no polígono de tombamento de Brasília. Essa grande gleba denominada Área de Expansão Urbana Noroeste, tem as seguintes delimitações: • ao norte o ribeirão Bananal; • a noroeste a Estrada Parque Indústria e Abastecimento - EPIA; • ao sul o Setor Militar Urbano (SMU) e o Autódromo de Brasília (integrante do Setor de Recreação Pública); e • a leste limita-se com o Setor de Grandes Áreas Norte - SGAN e com Setor Terminal Norte – STN. Esses e outros aspectos referentes à área de implantação do empreendimento podem ser observados no Mapa de Localização (Volume IV - Mapas). Cumpre ressaltar que o Parque Burle Marx foi originalmente criado a partir do Decreto n.º 12.249, de 7 de março de 1990, retificado pelo Decreto nº 13.231, de 4 de junho de 1991, tendo o Governo no Distrito Federal destinado para tanto uma área de 175,46 hectares. Não obstante a elaboração do Plano Diretor do Parque foi realizada a partir de uma nova interpretação, quando surgiu a oportunidade de se estabelecer uma integração com o Projeto Urbanístico do Setor de Habitações Coletivas Noroeste. Essa oportunidade permitiu uma nova configuração desta área de relevante interesse ambiental, paisagístico e recreacional para Brasília, que, ao final de sua implantação ocupará cerca de 300 hectares, mais que 1/3 da área total de intervenção (825 ha). Por outro lado, nota-se que o Setor Habitacional ocupa uma área de intervenção de 5 aproximadamente 275 ha. 2.2 Objetivos e Justificativas do Empreendimento Em 1987, no documento Brasília Revisitada, o urbanista Lúcio Costa identifica áreas que comportam ocupação residencial multifamiliar diretamente vinculadas ao Plano Piloto: “As duas primeiras (áreas propostas para ocupação), na parte oeste da cidade, resultam da distância excessiva entre a Praça Municipal e a Estrada Parque Indústria e Abastecimento decorrente do deslocamento do conjunto urbano em direção ao lago recomendado por Sir William Holford no julgamento do concurso”. E recomenda que: “...tal ocupação deve ser conduzida para integrar-se ao que já existe, na forma e no espírito, ratificando a caracterização de cidade-parque — "derramada e concisa" — sugerida como traço urbano diferenciador da capital”. Essas novas áreas de expansão urbana e recomendações quanto à forma de ocupação propostas pelo urbanista são incorporadas às políticas, planos e programas governamentais. Segundo o macrozoneamento do Plano Diretor de Ordenamento Territorial - PDOT, aprovado pela Lei Complementar nº 17, de 28 de janeiro de 1997 (GDF, 1997), o empreendimento analisado encontra-se em Zona Urbana de Consolidação. O PDOT/97 prevê que nessa Zona deve ser induzida a ocupação das áreas ociosas e com disponibilidade de infra-estrutura, respeitando a capacidade de suporte do Lago Paranoá como corpo receptor de efluentes, bem como as restrições pertinentes quanto ao Patrimônio Cultural da Humanidade. Destaca ainda, a necessidade de se implementar ações no sentido de induzir a ocupação de áreas ociosas e com disponibilidade de infra-estrutura no setor Noroeste, entre outros. O plano do empreendimento enfatiza a necessidade de um ordenamento racional da Área de Expansão Urbana Noroeste, inscrita na bacia do Lago Paranoá e no polígono de tombamento do Plano Piloto. Ressalta o processo de degradação que vem sofrendo a área, cuja ausência de planejamento tende a agravar os problemas ambientais. Assim, justifica que, planejar ocupação dessa parcela urbana é, portanto, importante para evitar sua atual vulnerabilidade a invasões e a grilagem de terras públicas para assegurar a preservação do Plano Piloto como bem cultural da humanidade e para garantir uma qualidade ambiental compatível com a sensibilidade dos recursos naturais disponíveis. 6 Figura 1 – Plano de ocupação do projeto urbano em 1998 (Croqui). N 0 2 NW 3 Km 7 NORO ESTE URB ANA EXPAN SÃO Á R EA D E R IM A E IA LO C A LIZ A Ç Ã O Se to r H a bita c io n al Pa rq u e Ár ea de e stu d o 1 Base Cartográfica: Sistema Cartográfico do Distrito Federal – SICAD, trecho das Folhas 11, 12, 20 e 21, Codeplan, 1991. Le g e n da E sca la : 1 :8 0 .0 00 1 NW A implantação do empreendimento integra o Plano de Governo sob o item Projeto Lúcio Costa, e consta entre as linhas mestras da Política Habitacional do Distrito Federal 1999/2002. Esse documento adota o conceito de “necessidades habitacionais” desenvolvido pela Fundação João Pinheiro. Sob esse conceito enquadram-se e diferenciam-se déficit habitacional, inadequações de moradias e demanda demográfica. As “necessidades habitacionais”, dessa forma, englobam tanto a necessidade de construção de novas moradias, quanto a necessidade de substituir unidades habitacionais precárias e/ou melhorar moradias inadequadas por falta de um ou mais dos serviços públicos de abastecimento de água, esgotamento sanitário, energia elétrica ou de coleta de resíduos sólidos, sendo também considerados inadequados aqueles domicílios que apresentam problemas fundiários urbanos. No Distrito Federal é expressivo o número de domicílios com problemas fundiários cujas famílias possuem rendimentos superiores a 10 salários-mínimos, fato que em parte deve-se à incapacidade das políticas públicas em atender às necessidades das faixas de renda média. O documento da Política Habitacional do DF (2001) indica necessidades habitacionais da ordem de 144.000 unidades domiciliares, que correspondem a 8% da população, e identifica a origem da demanda entre os seguintes grupos de diferentes faixas de renda: • Acima de 40 salários-mínimos, representando 10% da população do DF, que exercem uma demanda por imóveis maiores, objetivando a moradia ou como alternativa para investimento; • Entre 25 e 40 salários-mínimos, representando 10% da população, normalmente atendidos pelos mecanismos de financiamento existentes no mercado; • Entre 10 e 25 salários-mínimos, representando 25% da população, que eventualmente podem ser atendidos pelos mecanismos de financiamento existentes no mercado; • Entre 2 e 10 salários-mínimos, representando 40% da população, que costumam ser clientela dos programas sociais do governo; e • Renda de até 2 salários-mínimos, que sequer conseguem ser clientela dos programas sociais do governo. A demanda originada nos quatro primeiros grupos seria aquela a ser atendida pelo empreendimento.2 O documento informa que do total da demanda habitacional do país, 85% são procurados por pessoas com rendimentos mensais de até 5 salários-mínimos. A demanda por faixas de renda no DF não é quantificada. Reconhece-se porém, que a proliferação de loteamentos irregulares (chamados condomínios) de classe média deve-se em parte à falta de opções de 2 Resta salientar que a definição do padrão de renda dos adquirentes das unidades imobiliáras no novo empreendimento dependerá basicamente da tipologia arquitetônica (a ser desenvolvida pelos incorporadores), das necessidades de mercado e da efetiva ação de uma política habitacional – que poderá centrar ações sobre uma determinada faixa de renda. Parte-se do princípio, porém, em função dos preços atuais de mercado que o empreendimento atenderá a classe média. 8 moradia para essa faixa de renda que, premidas pela valorização das poucas áreas disponíveis para o uso habitacional no mercado imobiliário, incrementa a prática de ocupação irregular de terras de propriedade pública e privada, no território do DF. A multiplicação deste tipo de ocupação resulta em amplos impactos negativos de ordem urbana, social e ambiental. O Governo, no sentido de minorar o déficit habitacional para a classe de renda média, dentro do contexto da política habitacional, tem tomado medidas como a regularização dos bairros Taquari, Boa Vista, São Bartolomeu, Jardim Botânico e Dom Bosco, que surgiram como opção ilegal, e, portanto, com preços mais acessíveis. No contexto da política habitacional proposta, acredita-se que a implantação deste empreendimento, ao aumentar a oferta de áreas residenciais terá importante papel na diminuição dos preços cobrados pelos imóveis, tornando-os mais acessíveis a essa faixa de renda. É relevante citar estudos recentes da Companhia de Sanemaneto do Distrito Federal - Caesb que constroem, por meio de cenários de ocupação, uma visão prospectiva de ocupação da bacia do lago Paranoá. Os estudos fazem considerações quanto ao tempo de implantação/consolidação para parcelamentos, propostos em planos governamentais, localizados na bacia, tomando como modelo a elaboração de cenários para um horizonte de 30 anos. Em todos os cenários de ocupação analisados, verifica-se que o tempo de implantação/consolidação não será inferior a duas décadas. 2.3 Histórico Em 1987, é elaborado o documento “Brasília Revisitada”, institucionalizado por meio do Decreto nº 10.829/87, que propõe áreas de expansão urbana – de caráter residencial, nas proximidades do Plano Piloto. A abordagem, no entanto, atém-se ao aspecto habitacional, sugerindo tipologias de ocupação, considerando, fundamentalmente, a preservação das características essenciais das quatro escalas em que se traduz a concepção urbanística de Brasília (monumental, residencial, gregária e bucólica), e as possibilidades de adensamento e expansão do entorno do Plano Piloto. “Brasília Revisitada” orientou, ao longo do tempo, a formalização de propostas e projetos para o Setor de Habitações Coletivas Sudoeste (SHCSW) e das áreas do Setor Habitacional Estrada Parque (SHEP), do Setor Habitacional Taquari (SHTQ), do Setor Habitacional Buritis (SHB), e do Setor Residencial Noroeste (SHCNW). 2.3.1 Antecedentes de Ocupação da Área do Empreendimento A primeira proposta para a ocupação da área estudada figura no Relatório do Plano Piloto de Brasília, do urbanista Lúcio Costa. Logo no início do processo de implantação do Plano Piloto, parte da área deveria ser ocupada por um cemitério – o cemitério norte. No período inicial a ocupação do setor se dá pela criação de áreas isoladas, desarticuladas entre si. Como 9 exemplo, podem ser citadas as propostas de criação das seguintes áreas: • Camping de Brasília, em 12 de fevereiro de 1974, pelo Decreto nº 2.544, regulamentado em 1986, pela NGB 62/86, é administrado pela Secretaria de Esportes e Turismo; • Reserva de área para o cemitério norte, não implementado; • Área destinada à Secretaria de Saúde para implantação de Hospital de Base, criada pelo Conselho de Administração da Novacap, em 12 de fevereiro de 1968. Nela se encontram implantados o hospital de apoio para crônicos e convalescentes e o canil público (Departamento de Zoonoses da Secretaria de Saúde); • Gleba destinada à Companhia Energética de Brasília - CEB, mediante Decreto nº 3.908/77, desocupada; • Gleba destinada à implantação de quartel da Polícia Militar, desocupada; • Lotes destinados a hospitais psiquiátricos, já implantados e parcialmente construídos – Planta PR-07/6 (1968); e • Parque Ecológico Norte, em 7 de março de 1990, pelo Decreto n° 12.249, retificado pelo Decreto n° 13.231, de 4 de junho de 1991, com área original de 175,46 hectares, para “reencontro da população do DF com a natureza e sua paisagem de origem – o Cerrado”. Atualmente, o Parque se denomina Parque Burle Marx e teve sua poligonal ampliada, atendendo às diretrizes estabelecidas no plano urbanístico da Área de Expansão Noroeste. Na década de 1990, começam a surgir iniciativas de planejamento para a ocupação do setor, entre as quais destacam-se: • A iniciativa de se planejar uma ocupação ordenada da área começa em 1990, com a edição do Concurso de Estudos Preliminares para o Parque Ecológico Norte, conduzido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Distrito Federal, cuja equipe vencedora foi conduzida pela Arquiteta paisagista Maria Assunção Rodrigues – professora da USP; • Em 1992, em função da inscrição de Brasília à candidatura de sediar as Olimpíadas para o ano 2000, foi elaborado para a área um Plano Urbanístico de Vila Olímpica, de autoria dos arquitetos Oscar Niemeyer e Rui Othake; • O primeiro plano urbanístico preliminar de bairro residencial para o Setor Noroeste, com previsão de cerca de 52.000 habitantes, foi apresentado por empresas do setor imobiliário local, ao governador Cristóvam Buarque, no início de sua gestão, em janeiro de 1995; • Em 1998, a Companhia Imobiliária de Brasília - Terracap, no âmbito de seu quadro técnico, supervisionados pela urbanista Maria Elisa Costa, elaborou um novo Plano de Ocupação para a área, prevendo uma população de 45.000 habitantes aproximadamente. A Figura 2 apresenta o croqui deste projeto. Ressalta-se que, sobre o mesmo, foi elaborado um Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) – TC/BR, em 1998; • Em dezembro de 1999, visando atender outras demandas de atividades, o GDF 10 elaborou o projeto de parcelamento do Camping de Brasília, considerando necessária a transferência da atividade de camping para outro local – a ser estudado; • Em 2000, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação - Seduh, em parceria com a sociedade organizada da área de construção e do setor imobiliário, elaborou um novo projeto – denominado ÁREA DE EXPANSÃO NOROESTE. Esse novo projeto envolveu o planejamento da ocupação do setor residencial, da área do Parque, e de áreas adjacentes (incluindo futuras áreas de expansão urbana) – perfazendo um total de 825 hectares aproximadamente. Aprovado pelo Decreto do Governo do Distrito Federal, que merecerá atenção de análise ambiental (Figura 3). Vale ainda ressaltar que a área tem sido alvo de inúmeras tentativas de invasão. 11 Figura 2 – Croqui do projeto antigo. 12 Figura 3 – Croqui do Projeto Atual. 13 2.4 Histórico da Concepção do Projeto O Plano Diretor de Ocupação Territorial do DF – PDOT/DF (1997); o documento “Brasília Revisitada” (GDF, 1987), e as recomendações do GT DePHA/Iphan/IPDF (1999), constituíram num primeiro momento, os documentos de referência para a definição do conjunto de diretrizes estabelecidas para o plano de ocupação da área de expansão noroeste, quais sejam (Figura 4): • Adotar, para a ocupação do bairro, princípios básicos que assegurem a manutenção do conceito de “Cidade-Parque”, estabelecendo o tratamento das áreas residenciais em sintonia com os princípios adotados para as superquadras de Brasília; • Ter características urbanísticas que respeitem a experiência histórica de Brasília, aprofundando-a, atualizando-a e enriquecendo-a à luz dos recursos técnicos e tecnológicos contemporâneos disponíveis; • Adotar conceitos e diretrizes de desenho urbano que propiciem diversidade tipológica e morfológica, observadas as referências contidas no “Brasília Revisitada”; • Valorizar o espaço público e coletivo como local de convivência, estar e troca de experiências; • Considerar a possibilidade de incorporação da área do Camping de Brasília ao bairro Noroeste, visando o melhor aproveitamento do espaço urbano e de sua infraestrutura. Em 1998, a Terracap contratou a elaboração do EIA/RIMA do Setor Habitacional Noroeste. O Plano de Ocupação, elaborado no ano anterior, submetido a este estudo, contemplava uma área de cerca de 300 hectares. Esta área referia-se apenas ao setor destinado às habitaçõesPrevendo a implantação de 12 superquadras alinhadas ao eixo da EPIA e um centro de bairro localizado entre as superquadras e o parque, e deveria abrigar uma população de 40 mil habitantes aproximadamente. O projeto não propôs nenhuma alteração na poligonal do Parque – que na época contava com apenas 175 hectares nem considerou a ocupação do Camping – já que a diretriz governamental da época era de parcelar o Camping para abrigar atividades institucionais (Figuras 5 e 5A), e atividades comerciais de grande porte, como: hotéis de turismo, albergue da juventude etc. 14 Figura 4 – Brasília Revisitada. 1 N 0 1 2 3 4 NW 5 Km NOROESTE URBANA EXPANSÃO ÁREA DE RIMA EIA Figura 4: BRASÍLIA REVISITADA Área F ASA NOVA NORTE Área E ASA NOVA SUL Área D Quadras da E.P.I.A. Área C QUADRAS PLANALTO Área B BAIRRO OESTE NORTE Área A BAIRRO OESTE SUL Áreas definidas pelo Decreto nº 10.829, de 14 de outubro de 1987 (Brasília Revisitada): Legenda NW 15 Figura 5 - Projeto de Parcelamento do Camping (URB89/89). 16 N 0 400 800 m NOR OESTE URBANA EX PANSÃO ÁREA DE Figura 5A - Porção da área do Camping que deverá ser abrangida pelos limites do Parque Ecológico Burle Marx. NW RIMA EIA ÁREA CA MPING A SE R ANEXADA À POLI GONAL DO PARQUE BURLE M ARX Setor Habitacional Parque B urle Marx Área do Camping a ser anexada à poligonal do Parque Burle Marx Área do projeto de parcelamento do Camping (URB 89/89) Legenda 400 NW 17 Assim, o EIA/RIMA de 1998 avaliou os impactos decorrentes dessa proposta de implantação do setor habitacional sem fazer considerações sobre as áreas do entorno próximo – o Camping, o Parque Ecológico Burle Marx e a encosta do ribeirão Bananal, mas apresenta como resultado do estudo várias medidas ou ações de controle ambiental, visando mitigar impactos negativos nas áreas mencionadas. No entanto, desse EIA/RIMA não houve audiência pública, nem parecer técnico oficial3 do órgão ambiental competente. Em 1999, o Governo do Distrito Federal decide, então, analisar todas as glebas remanescentes do quadrante noroeste do polígono de tombamento, com o objetivo de planejar futuros usos de forma planejada e harmônica. Assim, é proposta nova poligonal de estudo que compreendeu o Parque Ecológico Norte (Parque Burle Marx), o Setor Habitacional Noroeste, o Setor de Recreação Pública Norte (Camping) e parte da encosta do Bananal, totalizando cerca de 825 hectares. Em virtude dessa decisão, foi elaborada nova proposta urbanística. Como resultado de uma parceria entre a Associação Brasiliense de Construtores (Asbraco), a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-DF), o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-DF) e o Governo do Distrito Federal – GDF, é apresentado em março de 2000, em versão preliminar, o Plano de Ocupação da Área de Expansão Urbana Noroeste, para abrigar uma população de cerca de 80 mil habitantes, sendo aprovado pelo Decreto nº 21.132, de 14 de abril de 20004. A Área de Expansão Noroeste foi definida no plano de governo da gestão 2003-2006 do Governo do Distrito Federal, como prioritária, para fins de estudo e planejamento de sua ocupação, no intuito de evitar que ações parcelares, não planejadas venham a comprometer as diretrizes estabelecidas para aquele setor no Plano “Brasília Revisitada”. A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação – Seduh, responsável pelas ações integradas de ordenamento territorial do DF, tem, no âmbito do sistema de planejamento preconizado pela Lei Orgânica do DF e pela Lei do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT/97), a tarefa de validar suas políticas e ações através da interação com os diversos atores institucionais pertinentes e de consulta formal aos seguintes conselhos do GDF: Conselho de Planejamento Urbano e Territorial do Distrito Federal – Conplan, Conselho de Habitação – Conhab e Conselho Técnico de Preservação de Brasília – CTPB (posteriormente substituído pelo Conpresb – Conselho de Gestão da Área de Preservação de Brasília). Durante o processo de elaboração do plano, a equipe técnica responsável pela condução dos trabalhos, sob a supervisão da Seduh, manteve constante diálogo com os diversos Conselhos, Órgãos e Instituições distritais e federais diretamente responsáveis por sua implementação, na esfera de suas respectivas competências. Desse diálogo, resultaram inúmeras 3 A subcomissão de análise do EIA-RIMA, instituída pela Ordem de Serviço de 09 de novembro de 1999, e publicada no Diário Oficial do DF de 12/11/1999, chegou a elaborar o Parecer Técnico 06/2000 acerca do estudo empreendido. Efetivamente, porém, esse estudo não foi oficializado pelo órgão ambiental. 4 Em função da necessidade de se estabelecer um horizonte de projeto de 40.000 habitantes, essse decreto foi revogado pelo Decreto nº 21.893, de 29 de dezembro de 2000. 18 contribuições e sugestões à concepção original do plano – especialmente advindas dos conselheiros do governo. Após a consideração das críticas e recomendações suscitadas pelo debate dos documentos preliminares, a Seduh orientou os trabalhos de revisão da concepção inicial, tendo em vista as seguintes ponderações apresentadas: • Estabelecer horizonte populacional máximo de 40 mil habitantes, como recomendado no EIA/RIMA elaborado pela TC/BR em 1998, considerando as atuais limitações do sistema de tratamento de efluentes domésticos implantado na bacia. O atual padrão tecnológico das estações de tratamento de esgotos existentes limita o aporte máximo de nutrientes (em particular, fósforo) no lago Paranoá. Segundo estudos da Caesb, até que sejam implantados novos padrões tecnológicos de depuração de esgotos ou sejam organizados novos sistemas de destinação final de efluentes, deve ser respeitado esse horizonte populacional para a área; • Afastar o conjunto residencial proposto do alinhamento da EPIA, como forma de assegurar um nível de isolamento acústico e segurança compatível com um setor destinado a habitações. Essa providência atende também às preocupações de representantes do Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama no sentido da manutenção de uma “área tampão” entre o setor residencial e o Parque Nacional de Brasília (Água Mineral), até que se desenvolvam estudos aprofundados sobre a influência da consolidação do setor na recarga de aqüíferos das piscinas e no empobrecimento genético da biodiversidade do parque. Essa medida obedece ao princípio da precaução, já que os estudos de perda de fluxo genético da biodiversidade ainda não estão suficientemente desenvolvidos para que possam ser aplicados. Reduz, também, consideravelmente os custos de implantação do projeto, posto que, um grande conjunto de redes de alta tensão existente na área não necessitará ser remanejado; • Ampliar o Parque Burle Marx, de modo a acrescentar à gleba original de 175 hectares, os 105 hectares já incorporados na versão preliminar do plano, mais uma área de 20 hectares, remanescente do projeto de parcelamento do Camping (MDE 54/98). Essa ampliação vem ao encontro das manifestações dos conselheiros do Conselho de Planejamento Urbano e Territorial do DF – Conplan e do Conselho Técnico de Preservação de Brasília – CTPB, no sentido de consolidar a escala bucólica do Plano Piloto, como estabelecido nas diretrizes do conjunto urbano tombado. Ao mesmo tempo, mantém a possibilidade de se preservar as instalações já existentes do Camping. O Parque, com essa providência, totalizará uma área de 300 hectares; • Manter a destinação da área restante, não ocupada pelo projeto, como “Área para Parcelamento Futuro”, cuja consolidação deverá ser orientada pelo Plano de Ocupação já aprovado, sendo condicionada aos estudos ambientais futuros e às novas formulações tecnológicas dos sistemas de saneamento. Dessa forma, serão asseguradas as configurações propostas por Lúcio Costa, encerrando-se assim o processo de expansão do Plano Piloto na direção oeste, já que não existe áreas para expansão urbana nos limites da Região Administrativa de Brasília nesse sentido. 19 É também proposta pelo governo a criação de uma vila olímpica destinada a formar crianças e adolescentes na prática desportiva e a revisão, além dos atuais limites do Parque Ecológico, do seu programa de necessidades. Esse conjunto de recomendações resultou no empreendimento que é analisado pelo presente Estudo de Impacto Ambiental. Resta salientar que, como estratégia metodológica, este estudo, por ter sido também realizado no âmbito da TC/BR, procurou integrar os aspectos temáticos semelhantes ao EIA/RIMA anterior, e, quando necessário, apontar analisar os aspectos específicos do novo projeto. Isso permite aos analistas e leitores uma visão comparativa – que auxiliará no entendimento das alterações ambientais promovidas por essa nova proposta (Figura 6). 20 186.000 188.000 189.000 190.000 191.000 a 6 – Mapa de Ocupação Urbana Proposta no EIA Volume IV (Mapas). 187.000 8.254.000 8.254.000 185.000 8.255.000 8.255.000 191.000 8.256.000 190.000 8.256.000 189.000 8.257.000 188.000 8.257.000 187.000 8.258.000 186.000 8.258.000 185.000 N NW Área de influência direta Área de estudo Parque Burle Marx Área de Expansão Urbana Noroeste Legenda Base: Imagem de satélite, Ikonos, 2002. Escala: 1:10.000 500 0 234 233 232 231 230 229 228 NW 240 239 161 242 225 209 193 177 243 226 210 194 178 162 146 129 112 95 NOROESTE URBANA EXPANSÃO ÁREA DE RIMA EIA 1000m DISTRITO FEDERAL 241 OCUPAÇÃO URBANA PROPOSTA 500 238 217 216 215 214 211 235 237 223 236 201 200 199 198 197 213 196 212 195 224 208 207 218 206 204 220 203 219 202 222 189 188 187 186 185 184 183 182 181 180 179 173 172 171 170 168 167 166 165 164 163 169 205 155 154 153 152 151 150 149 148 147 221 160 159 158 156 139 138 137 136 135 134 133 132 131 192 144 143 142 141 157 140 122 121 120 119 118 117 116 115 114 191 128 127 126 125 124 123 105 104 103 102 101 100 99 98 97 190 111 110 109 108 107 106 88 87 86 85 84 83 82 81 80 145 94 93 91 90 89 176 77 76 75 92 74 73 72 71 70 69 68 67 66 65 64 63 175 60 59 58 57 56 55 54 53 52 51 50 49 48 47 46 174 62 61 43 42 41 40 39 244 227 130 113 96 79 45 44 28 27 26 25 24 38 37 36 35 34 33 32 31 30 78 29 14 13 12 11 10 9 23 8 22 7 21 6 20 5 19 4 18 3 17 2 16 1 15 Articulação das folhas SICAD 1:10.000 21 Figur 2.5 Estrutura Institucional Relacionada à Implantação do Empreendimento Este item remete-se ao arcabouço institucional relacionado à implantação do empreendimento em análise, em suas diversas fases. A implantação da Área de Expansão Urbana Noroeste tem no papel de empreendedor e de executor a Companhia Imobiliária de Brasília-Terrcap. A efetivação de um empreendimento de parcelamento urbano, por iniciativa do Distrito Federal enseja a articulação de um conjunto de órgãos e instituições setoriais sob a organização do Sistema de Planejamento DF (SISPLAN), como previsto na Lei Orgânica e no PDOT/97. Nesse sentido, destacam-se a seguir os agentes coresponsáveis pela implantação: a) A Companhia Imobiliária de Brasília – Terracap e a Subsecretaria de Desenvolvimento Urbano e Preservação - Sudur, vinculadas à Secretaria de Estado de desenvolvimento Urbano e Habitação – Seduh; b) A Companhia Urbanizadora da Nova Capital – Novacap; a Companhia Energética de Brasília – CEB; o Departamento de Estradas de Rodagem – DER/DF; e o Serviço de Ajardinamento e Limpeza Urbana de Brasília – Belacap, vinculados à Secretaria de Estado de Obras e Infra-estrutura; c) A Subsecretaria de Meio Ambiente e a Companhia de Saneamento do Distrito Federal – Caesb, vinculadas à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – Semarh; d) A Agência Transportes Urbanos do DF – DFTRANS, vinculada à Secretaria de Estado de Transportes; e) As empresas concessionárias de telefonia fixa e celular, sob supervisão da Anatel; f) Administração Regional de Brasília – RA I-Plano Piloto5; g) O Ibama, por intermédio da Administração do Parque Nacional, considerando que o empreendimento encontra-se em área contígua à essa Unidade de Conservação de Proteção Integral; h) O Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan, por meio de sua representação regional, já que o empreendimento encontra-se em área tombada pelo patrimônio cultural; i) A Fundação Nacional do Índio - Funai, vinculada ao Ministério da Justiça. A 5 A denominação da antiga RA I -Brasília foi alterada para RA I - Plano Piloto pela Lei 1.648 de 16 de setmbro de 1997 22 consulta à Funai deve-se ao fato de existir uma ocupação (chácaras) constituída por índios que, em sua maioria, são originários do Mato Grosso e Goiás. A seguir apresenta-se um quadro explicativo (Tabela 1), contendo de forma sucinta, as atribuições desses órgãos em cada fase de implantação do empreendimento. Tabela 1 - Síntese da Estrutura Institucional relacionada ao empreendimento. ÓRGÃOS PÚBLICOS Sudur – Seduh Terracap PLANEJAMENTO Acompanhamento de Estudos e Projetos Executivos Contratação e acompanhamento de Estudos e Projetos Executivos e Gestão imobiliária Projetos de drenagem pluvial e diretrizes de arborização urbana Acompanhamento de Estudos e Projetos Executivos Licenciamento ambiental e Acompanhamento de Estudos e da área do empreendimento FASES IMPLANTAÇÃO Acompanhamento e fiscalização da implantação de empreendimentos Acompanhamento e fiscalização da implantação de empreendimentos, e financiamento de execução de obras Implantação de obras de Urbanização Implantação das obras referentes ao Saneamento Básico Fiscalização e gestão ambiental (geral) e Plano de Manejo do Parque Burle Marx OPERAÇÃO Definição de normas e gabaritos Alienação de unidades imobiliárias Empresas de Telefonia Belacap * Ibama Manifestação sobre o licenciamento ambiental e definição de diretrizes especiais e medidas compensatórias Manifestação sobre o plano de ocupação e aprovação do projeto urbanístico - URB * Acompanhamento da implantação. Aprovação da Licença de Instalação Manutenção das obras de Urbanização/ Arborização Manutenção das obras de Saneamento Básico Fiscalização e gestão ambiental (geral) e Implementação do Plano de Manejo do Parque Burle Marx Manutenção dos serviços de telefonia Implementação e manutenção dos serviços de limpeza urbana e destinação de resíduos sólidos Acompanhamento da operação e emissão da LO Acompanhamento da implantação Acompanhamento da operação Manifestação de procedimentos sobre o remanejamento das chácaras ocupadas por índios Autorização e participação no processo de remanejamento das ocupações. Novacap Caesb Semarh Iphan DER CEB DFTRANS Funai Secretaria de Estado de Fiscalização de Atividades Urbanas Secretaria de Estado de Administração de Parques e Unidades de Consevação Admin. Reg. RA I * Implantação dos serviços de telefonia Coordenação da destinação de entulhos de obra Acompanhamento ou implantação de Manutenção e fiscalização de obras rodoviárias rodovias * Implantação da rede elétrica Manutenção das redes de fornecimento de energia elétrica Elaboração de política distrital de Planejamento do sistema de Planejamento e implantação de transporte transporte coletivo local sistemas locais Fiscalização do processo de construção das edificações Opina no licenciamento de Define diretrizes de uso e ocupação Define diretrizes de uso e atividades em parques e unidades de parques. ocupação de parques. de Conservação sob sua responsabilidade Acompanhamento do processo de Responsável pela limpeza urbana Aprovação de projetos, emissão implantação do empreendimento de alvarás e habite-se. Fonte: TC/BR – 1998 adaptado *Contribuição no Processo de Planejamento informando sobre interferências existentes e projetadas e capacidade de atendimento ao empreendimento. 23 2.6 Aspectos Legais 2.6.1 Legislação Federal 2.6.1.1 - Uso e Ocupação do Solo • Lei n º10.257, de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade Dentre os dispositivos legais que regem o parcelamento do solo no âmbito Federal, destaca-se a Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, denominada Estatuto da Cidade, que estabelece normas gerais de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental. A Lei Federal nº 10.257/2001 regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal e estabelece diretrizes gerais da Política Urbana. Segundo essa Lei, a política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante algumas diretrizes gerais. O Distrito Federal ainda não compatibilizou o seu Plano Diretor (PDOT/97) com as novas diretrizes instituídas pelo Estatuto da Cidade. O art. 2º inciso VI dessa Lei estabelece, como uma das diretrizes gerais da política urbana a ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar: a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos; b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes; c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivo ou inadequado em relação à infra-estrutura urbana; d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura correspondente; e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização; f) a deterioração das áreas urbanizadas; g) a poluição e a degradação ambiental; Como instrumentos gerais da Política Urbana definidos no Estatuto das Cidades destacam-se: I - planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; II - planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões; 24 III - planejamento municipal, em especial: a) plano diretor; b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do solo; c) zoneamento ambiental; d) plano plurianual; e) diretrizes orçamentárias e orçamento anual; f) gestão orçamentária participativa; g) planos, programas e projetos setoriais; h) planos de desenvolvimento econômico e social; V - institutos jurídicos e políticos: a) desapropriação; b) servidão administrativa; c) limitações administrativas; d) tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano; e) instituição de unidades de conservação; f) instituição de zonas especiais de interesse social; g) concessão de direito real de uso; h) concessão de uso especial para fins de moradia; i) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; j) usucapião especial de imóvel urbano; l) direito de superfície; m) direito de preempção; n) outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso; o) transferência do direito de construir; p) operações urbanas consorciadas; q) regularização fundiária; r) assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidades e grupos sociais menos favorecidos; s) referendo popular e plebiscito; VI - estudo prévio de impacto ambiental (EPIA) e estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV). A Lei Municipal específica, baseada no respectivo plano diretor, poderá delimitar área para aplicação de operações consorciadas (art. 32). A operação urbana consorciada é o conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo Poder Público municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar em uma área transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental. Conforme o Art. 32, § 2º poderão ser previstas nas operações urbanas consorciadas, entre outras medidas: “I - a modificação de índices e características de parcelamento, uso e ocupação do solo e subsolo, bem como alterações das normas edilícias, considerado o impacto ambiental delas decorrente; II - a regularização de construções, reformas ou ampliações executadas em desacordo com a legislação vigente” Para execução dessa operação, no caso do DF, seria necessária uma revisão no PDOT/97 delimitando as áreas passíveis de aplicações das operações consorciadas. Além disso, a operação urbana consorciada deverá ser aprovada por Lei específica (art. 33), onde constará um plano da operação, com a definição da área a ser atingida, programa básico de ocupação, finalidades da operação, estudo prévio de impacto de vizinhança, ente outros. Anterior a Lei nº 10.257/2001, é importante destacar a Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, que dispõe sobre o parcelamento do solo e dá outras providências. 25 • Lei n º6.766 de 19 de dezembro de 1979 A lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, combinada com a lei nº 9.785, de 29 de janeiro de 1999, que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano destaca, sem seu artigo 2º que o parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento. No caso do empreendimento será realizado eminentemente o parcelamento. O parágrafo único do artigo 3º destaca que não será permitido o parcelamento do solo: I. em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas; II. em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente saneados; III. em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes; IV. em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação; V. em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção. Como existem áreas degradadas na área de implantação do empreendimento, não haverá impedimentos legais definidos na lei de parcelamento do Setor de Habitações Coletivas Noroeste (SHCNW), desde que o projeto urbanístico (a ser elaborado) demande a correção e recuperação das áreas – em especial nas áreas de empréstimo de areia existentes. Essa correção deverá definir obras de terraplenagem a partir do projeto planimétrico. 2.6.1.2 -Proteção dos Recursos Naturais A legislação ambiental brasileira é relativamente recente, principalmente as relacionadas com proteção e manejo de recursos naturais do meio biótico. No âmbito federal, o Código Florestal foi instituído pela Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, modificado pela Lei nº 7.511, de 7 de julho de 1986 e, posteriormente, pela Lei nº 7.803 de 18 de julho de 1989. Recentemente o Conama, por meio das Resoluções 302 e 303/2002 regulamentou o código florestal. A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente. Por meio dela criou-se o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sinama), no qual o órgão consultivo e deliberativo é o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Um dos principais objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente é compatibilizar o desenvolvimento econômico social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico. Para executar a Política foram criados instrumentos, entre eles a avaliação de impactos ambientais, o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras. O Conama, órgão misto composto por representantes dos Governos e da sociedade civil, estabelece normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou 26 potencialmente poluidoras por meio de Resoluções. Entre elas destacamos: Resolução nº 001, de 23 de janeiro de 1986, que estabelece as definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente. Define quais as atividades que devem ter licenciamento ambiental; Resolução nº 10, de 14 de dezembro de 1988, que define as Áreas de Proteção Ambiental (APAs); Resolução nº 13, de 6 de dezembro de 1990, que define faixa de proteção de 10 km no entorno das unidades de conservação e exige que qualquer atividade que possa afetar a biota, deverá ser obrigatoriamente licenciada pelo órgão ambiental competente; Resolução Conama nº 237, de 19 de dezembro de 1997, que estabelece as regras e etapas para o licenciamento ambiental e quais as atividades potencialmente poluidoras sujeitas ao licenciamento. Com o crescimento das pressões ao meio ambiente a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, a conhecida Lei de Crimes Ambientais, foi instituída. Por meio dela, o que era antes infração ambiental tornou-se crime com previsão de sanções e penas para quem descumpri-la. A Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) com objetivos de estabelecer critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação. Pela Constituição Federal, os Estados e o Distrito Federal possuem competência concorrente e suplementar a União no que diz respeito a legislar sobre o meio ambiente. As Leis Federais têm que ser adotadas pelos Estados e pelo Distrito Federal, no entanto, esses podem criar suas próprias Leis sempre com caráter mais restritivo que a Lei Federal. 2.6.1.3 -Licenciamento Ambiental e Avaliação de Impacto Ambiental A Lei da Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81) dispõe, em seu artigo 9º, inciso III e IV, como alguns de seus instrumentos, a obrigatoriedade de avaliação de impactos ambientais, licenciamento e revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras. Segundo o artigo 10 da supracitada Lei, “a construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerada efetiva e potencialmente poluidoras, bem como, as capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sinama, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, Ibama, em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis”. Ao regulamentar a Lei nº 6.938/81, o Decreto Federal nº 99.274, de 6 de junho de 1990, que substituiu Decreto nº 88.351, de 1º de junho de 1983, vinculou a avaliação de impacto ambiental aos sistemas de licenciamento, outorgando ao Conselho Nacional de Meio Ambiente – Conama, competência para fixar os critérios básicos para o licenciamento das atividades potencialmente poluidoras. O Conselho Nacional de Meio Ambiente - Conama, na esfera de sua competência, baixou a Resolução nº 001, de 23 de janeiro de 1986, estabelecendo critérios básicos e diretrizes gerais para o uso e implementação da avaliação de impacto ambiental como 27 um dos instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente. Essa Resolução, em seu artigo 2º prescreve que: “Dependerá da elaboração de estudo de impacto ambiental - EIA e respectivo relatório de impacto ambiental - RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e da SEMA em caráter supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente.” A Constituição Federal de 1988, e seu art. 225, parágrafo 1, inciso IV, também remete ao Estudo ambiental, incumbindo ao Poder Público a exigência de estudo prévio de impacto ambiental para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente. As atividades ou empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental foram inicialmente enumeradas pelo artigo 2º da Resolução Conama nº 01/86. Em 19 de dezembro de 1997 o Conama baixou a Resolução nº 237, editando nova relação (§ 1º, art. 2º) de empreendimentos e atividades sujeitas ao licenciamento, descritas no Anexo I da Resolução, entre elas o parcelamento do solo. Cabe ao órgão ambiental competente definir os critérios de exigibilidade, o detalhamento e a complementação do Anexo I, levando em consideração as especificações, os riscos ambientais, o porte e outras características do empreendimento ou atividade” (art. 2º §2º). A Resolução Conama nº 237/97 teve também como objetivo a revisão dos procedimentos e critérios utilizados no licenciamento ambiental, de forma a efetivar a utilização do sistema de licenciamento como instrumento de gestão ambiental, visando o desenvolvimento sustentável, a melhoria contínua e a regulamentação de aspectos do licenciamento ainda não definidos pela legislação. Estabelece critérios para o exercício da competência para o licenciamento; visa a integração dos órgãos competentes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sinama na execução da Política Nacional do Meio Ambiente, em conformidade com as respectivas competências; e prevê a utilização das mais variadas formas de estudos ambientais, como instrumento de avaliação de impacto para subsidiar o licenciamento. São três as licenças a serem emitidas pelo órgão ambiental competente, responsável pelo licenciamento (art. 8º da Resolução Conama nº 237/97): • Licença Prévia (LP) – concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação; • Licença de Instalação (LI) – autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante; • Licença de Operação (LO) – autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das Leis anteriores, com as 28 medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. Uma vez o EIA/RIMA aprovado, todas as suas recomendações e restrições, assim como aquelas acrescidas pelos órgãos licenciadores, passarão a ser obrigações do empreendedor. O não-cumprimento de tais prescrições obrigará o empreendedor às penas da Lei. 2.6.1.4 - Dispositivos Ambientais • Lei n º4.771, de 15 de setembro de 1965 - Código Florestal O Código Florestal foi instituído pela Lei nº 4.771/65, alterada pela Lei nº 7.803/89 e com dispositivos acrescidos pela MP 2.166-67, de 24 de agosto de 2001. Considera Área de Preservação Permanente, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: ▪ ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja: a) de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura; b) de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura; c) de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura; d) de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; e) de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; (redação dada à alínea pela Lei nº 7.803, de 18.7.1989). ▪ ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais; ▪ nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros de largura; ▪ no topo de morros, montes, montanhas e serras; ▪ nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45º, equivalente a 100% na linha de maior declive; ▪ nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; ▪ nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em 29 faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; ▪ em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação. Com relação à supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente, o Art. 4º da Lei nº 4.771/65 (com a alteração da MP 2166-67, de 24 de agosto de 2001) prevê casos em que esse ato pode ser autorizado, quando menciona que a supressão de vegetação em área de preservação permanente somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse social, devidamente caracterizados e motivados em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto. A supressão de que trata o diploma legal dependerá de autorização do órgão estadual competente, no caso a Semarh, com anuência prévia, quando couber, do órgão federal ou municipal de meio ambiente. Ainda segundo a legislação, o órgão ambiental competente indicará, antes de autorizar a retirada de vegetação em APP, as medidas mitigadoras e compensatórias que deverão ser adotadas pelo empreendedor. Conforme a Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989, para o caso de áreas urbanas, ou seja, compreendidas nos perímetros urbanos definidos por Lei, será observado o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que se refere este Artigo. • Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997 A Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos; (i) a água é um bem de domínio público; (ii) a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico; (iii) em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais; (iv) a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas; (v) a bacia hidrográfica é a unidade territorial de planejamento; (vi) a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada. Os cinco instrumentos criados pela Lei nº 9.433/97, são outros aspectos importante que devemos citar: - Plano Nacional de Recursos Hídricos; - A Outorga de Direito de Uso dos Recursos Hídricos; - A Cobrança pelo Uso da Água; - Enquadramento dos Corpos d’água em Classes de Uso; e 30 - Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos. • Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 Lei dos Crimes Ambientais dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. O Decreto nº 3179/99, que regulamenta a Lei nº 9605/98, dispõe sobre a especificaçãoi das sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. • Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000 A Lei nº 9.985, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, e o Decreto nº 4.330, de 22 de agosto de 2002, que regulamenta artigos dessa Lei, estabelecem critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação. Aplicável à área de estudo, verifica-se que o empreendimento encontra-se na área de influência do Parque Nacional de Brasília e da APA do Planalto Central (administrados pelo Ibama, por serem Unidades de Conservação Federal); e da APA do Lago Paranoá (administrados pelo GDF, por ser Unidade de Conservação Distrital). Como o licenciamento ambiental deste empreendimento considera significativas as alterações ambientais, o empreendedor, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, de acordo com o disposto na Lei. Segundo seu artigo 4º os objetivos do SNUC são: ▪ “contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais; ▪ proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional; ▪ contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais; ▪ promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais; ▪ promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento; ▪ proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica; ▪ proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural; 31 ▪ proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos; ▪ recuperar ou restaurar ecossistemas degradados; ▪ proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental; ▪ valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica; ▪ favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico; ▪ proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente". a) Categorias de Unidades de Conservação A Lei no 9.985 dividiu as unidades de conservação integrantes do SNUC em dois grandes grupos que, de acordo com suas características específicas, foram denominados de Unidades de Proteção Integral e de Uso Sustentável. O objetivo básico das unidades de proteção integral (art. 7º §1º) é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos na Lei. Integram essa categoria: Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refúgio da Vida Silvestre. O objetivo das Unidades de Uso Sustentável (art. 7º §2º) é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. No âmbito desse grupo estão: Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva da Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural. São de interesse para este estudo as unidades que têm influência no empreendimento em questão, quais sejam: Área de Proteção Ambiental e Parque Nacional. A categoria Área de Proteção Ambiental (art. 15), inicialmente criada pela Lei n.º 6.902, de 27 de abril de 1981, (art. 9º) e regulamentada pelo Decreto n.º 99.274, de 6 de junho de 1990, é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas. É constituída por terras públicas ou privadas e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Em se tratando de uma propriedade privada, localizada em uma Área de Proteção Ambiental, podem ser estabelecidas normas e restrições para utilização dessa propriedade, desde que sejam respeitados os limites constitucionais. Caberá ao 32 proprietário, nas áreas sob propriedade privada, estabelecer as condições para pesquisa e visitação pelo público, observadas as exigências e restrições legais. No caso de áreas sob domínio público as normas serão estabelecidas pelo órgão gestor da unidade. Outra característica da Área de Proteção Ambiental é que ela terá que dispor de um conselho presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes dos órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e da população residente, conforme se dispuser no regulamento desta Lei. O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas, atividades de educação ambiental, recreação e turismo ecológico. Esse tipo de unidade é de posse e domínio público, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites deverão ser desapropriadas. No que diz respeito à criação e gestão das unidades de conservação, a Lei no 9.985 de 2000 define que todas as Unidades devem possuir uma zona de amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos, com exceção da Área de Proteção Ambiental e da Reserva Particular do Patrimônio Natural (art. 25). Os limites dessas zonas poderão ser definidos no ato de criação da unidade ou posteriormente, e o órgão responsável pela administração da unidade estabelecerá normas específicas regulamentando a ocupação e o uso dos recursos da zona de amortecimento e corredores ecológicos. A Lei não especifica diretrizes para os limites da zona de amortecimento. Ressalta-se que quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou sua zona de amortecimento, o licenciamento ambiental só poderá ser concedido mediante autorização do órgão responsável por sua administração, e a unidade afetada, mesmo que não pertença ao Grupo de Proteção Integral, deverá ser uma das beneficiárias da compensação financeira (art. 36, § 3º ). b) Compensação ambiental A compensação financeira por danos causados ao meio ambiente foi inicialmente regulamentada pela Resolução Conama 002, de 18 de abril de 1996. No entanto, esse assunto foi incorporado e ajustado na Lei nº 9.985/2000 que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC. Essa Lei estabeleceu no caput do artigo 36 que, nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, com fundamento no EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, composto pelas unidades relacionadas no art. 8º (Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural, e Refúgio de Vida Silvestre). O montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor para o cumprimento desse dispositivo não pode ser inferior a 0,5% dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador, de acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento. Caberá ao órgão ambiental licenciador definir as unidades de conservação a serem beneficiadas, 33 considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas unidades de conservação. A regulamentação da Lei nº 9.985/2000, dada pelo Decreto nº 4.340 de 22 de agosto de 2002, também tratou da compensação por significativo impacto ambiental no seu capítulo VIII. No artigo 31 ficou determinado que, para fins da compensação de que trata o artigo 36 da Lei nº 9.985/2000, o órgão licenciador estabelecerá o grau de impacto a partir dos estudos ambientais realizados quando do processo de licenciamento sendo considerados os impactos negativos, não mitigáveis e passíveis de risco que possam comprometer a qualidade de vida de uma região ou causar danos aos recursos naturais. Os percentuais foram mantidos em no mínimo 0,5 % dos totais previstos para a implantação do empreendimento, considerando-se a amplitude dos impactos gerados conforme estabelecido anteriormente. Dessa forma, a determinação da compensação não está mais atrelada ao EIA/RIMA, podendo ser determinada por outros estudos ambientais realizados durante o processo de licenciamento. A aplicação de recursos da compensação ambiental nas unidades de conservação, existentes ou a serem criadas, devem obedecer a seguinte ordem de prioridade (artigo 33 do Decreto nº 4.340 de 22 de agsto de 2002): “I - regularização fundiária e demarcação das terras; II - elaboração, revisão e implantação de plano de manejo; III – aquisição de bens e serviços necessários à implantação, gestão, monitoramento e proteção da unidade, compreendendo sua área de amortecimento; IV – desenvolvimento de estudos necessários a criação de nova unidade de conservação; V – desenvolvimento de pesquisas necessárias para o manejo da unidade de conservação e área de amortecimento.” No caso de Área de Proteção Ambiental, área de Relevante Interesse Ecológico, Reserva Particular do Patrimônio Natural do poder público, os recursos da compensação somente poderão ser aplicados para custear as seguintes atividades: elaboração do plano de manejo, ou atividade de proteção da unidade, realização de pesquisas necessárias ao manejo da unidade, sendo vedada a aquisição de bens e equipamentos permanentes, implantação de programa de educação ambiental e financiamento de estudo de viabilidade econômica para o uso sustentável dos recursos naturais da unidade afetada. • Decreto Presidencial, de 10 de janeiro de 2002 Esse diploma legal cria a Área de Preservação Ambiental - APA do Planalto Central, localizada no Distrito Federal e no Estado de Goiás, com a finalidade de proteger os mananciais, regular o uso dos recursos hídricos e o parcelamento do solo, garantindo o uso racional dos recursos naturais e protegendo o patrimônio ambiental e cultural da região. Conforme o artigo 5º, na APA do Planalto Central, o licenciamento ambiental e 34 o respectivo supervisionamento dos demais processos dele decorrentes serão feitos pelo Ibama, no tocante às seguintes atividades: “I - implantação de projetos de urbanização, novos loteamentos e expansão ou modificação daqueles já existentes; II - implantação ou expansão de serviços públicos de água, esgoto e energia elétrica; III - remoção de vegetação nativa em qualquer estágio de sucessão; IV - abertura de novas ou ampliação das vias de comunicação existentes; V - modificação de gabarito de construção, taxa máxima de ocupação e módulo mínimo de parcelamento do solo; VI - construção de diques e barragens nos cursos d’água; e VII - implantação ou execução de qualquer atividade potencialmente degradadora do meio ambiente, nos termos da Lei.” - Resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente - Conama • Resolução Conama nº 04, de 18 de setembro de 1985 Em seu Art. 3° essa Resolução estabelece que são Reservas Ecológicas as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: − “ao redor das lagoas ou reservatórios d'água naturais ou artificiais, desde o seu nível mais alto medido horizontalmente, em faixa marginal cuja largura mínima será de 100 m para as represas hidrelétricas; − nas nascentes permanentes ou temporárias, incluindo os olhos d’água e veredas, seja qual for sua situação topográfica, com uma faixa mínima de 50 m e a partir de sua margem, de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia de drenagem contribuinte; − nas bordas de tabuleiros ou chapadas, em faixa com largura mínima de 100 metros; − nas áreas metropolitanas definidas em Lei, quando a vegetação natural se encontra em clímax ou em estágios médios e avançados de regeneração.” São consideradas Reservas Ecológicas as formações florísticas e as áreas de florestas de preservação permanente, mencionadas no Art. 18 da Lei n° 6.938/81, bem como as estabelecidas pelo Poder Público de acordo com o que preceitua o Art.1° do Decreto n° 89.336/84. • Resolução Conama nº 10, de 14 de dezembro de 1988 35 Essa Resolução regulamenta as Áreas de Proteção Ambiental - APA’s, e estabelece: “Art. 4º - Todas as APA’s deverão ter Zona de Vida Silvestre nas quais será proibido ou regulado o uso dos sistemas naturais.” “Art. 8º - Nenhum projeto de urbanização poderá ser implantado numa APA, sem a prévia autorização de sua entidade administradora, que exigirá: a) adequação com o zoneamento ecológico-econômico da área; b) implantação de sistema de coleta e tratamento de esgotos; c) sistema de vias públicas sempre que possível e curvas de nível e rampas suaves com galerias de águas pluviais; d) lotes de tamanho mínimo suficiente para o plantio de árvores em pelo menos 20% da área do terreno; e) programação de plantio de áreas verdes com uso de espécies nativas; f) traçado de ruas e lotes comercializáveis com respeito à topografia com inclinação inferior a 10%.” • Resolução Conama nº 13, de 6 de dezembro de 1990 A Resolução Conama nº 13 estabelece normas referentes ao entorno das Unidades de Conservação visando à proteção dos ecossistemas ali existentes. Nas áreas circundantes das Unidades de Conservação, num raio de dez quilômetros, qualquer atividade que possa afetar a biota, deverá ser obrigatoriamente licenciada pelo órgão ambiental competente e o licenciamento só será concedido mediante autorização do órgão responsável pela administração da Unidade de Conservação. • Resolução Conama nº 002, de 18 de abril de 1996 A Resolução Conama nº 002, define parâmetros para a compensação ambiental e estabelece que o valor dos serviços necessários ao cumprimento da compensação será proporcional ao dano ambiental e não poderá ser inferior a 0,5% dos custos totais previstos para implantação do empreendimento. • Resolução Conama nº 302 de 20 de março de 2002 A Resolução Conama nº 302/2002, dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. Em seu art. 2º são definidos conceitos que não haviam sido detalhados no código Florestal, entre eles, destacam-se as seguintes definições: 36 ”I - nível mais alto: nível alcançado por ocasião da cheia sazonal do curso d’água perene ou intermitente; II - nascente ou olho d’água: local onde aflora naturalmente, mesmo que de forma intermitente, a água subterrânea; VI - base de morro ou montanha: plano horizontal definido por planície ou superfície de lençol d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota da depressão mais baixa ao seu redor; XI - tabuleiro ou chapada: paisagem de topografia plana, com declividade média inferior a dez por cento, aproximadamente seis graus e superfície superior a dez hectares, terminada de forma abrupta em escarpa, caracterizando-se a chapada por grandes superfícies a mais de seiscentos metros de altitude; XII - escarpa: rampa de terrenos com inclinação igual ou superior a quarenta e cinco graus, que delimitam relevos de tabuleiros, chapadas e planalto, estando limitada no topo pela ruptura positiva de declividade (linha de escarpa) e no sopé por ruptura negativa de declividade, englobando os depósitos de colúvio que localizam-se próximo ao sopé da escarpa; XIII - área urbana consolidada: aquela que atende aos seguintes critérios: a) definição legal pelo poder público; b) existência de, no mínimo, quatro dos seguintes equipamentos de infra-estrutura urbana: 1. malha viária com canalização de águas pluviais, 2. rede de abastecimento de água; 3. rede de esgoto; 4. distribuição de energia elétrica e iluminação pública; 5. recolhimento de resíduos sólidos urbanos; 6. tratamento de resíduos sólidos urbanos; c) densidade demográfica superior a cinco mil habitantes por km2.” Segundo o artigo 3º, destacam-se como Área de Preservação Permanente as áreas situadas: “I - em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal, com largura mínima, de: a) trinta metros, para o curso d’água com menos de dez metros de largura; b) cinqüenta metros, para o curso d’água com dez a cinqüenta metros de largura; 37 c) cem metros, para o curso d’água com cinqüenta a duzentos metros de largura; d) duzentos metros, para o curso d’água com duzentos a seiscentos metros de largura; e) quinhentos metros, para o curso d’água com mais de seiscentos metros de largura; II - ao redor de nascente ou olho d’água, ainda que intermitente, com raio mínimo de cinqüenta metros de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidrográfica contribuinte.” • Resolução Conama nº 307, de 5 de julho de 2002 Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. São considerados como resíduos da construção civil os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha. A Resolução estabelece um prazo máximo de 18 meses para que os Municípios e o DF cessem a disposição de resíduos de construção civil em aterros domiciliares e em áreas de bota-fora (art. 4º) Fica estabelecido, pelo art. 11, o prazo máximo de doze meses para que os municípios e o Distrito Federal elaborem seus Planos Integrados de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil, contemplando os Programas Municipais de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil oriundos de geradores de pequenos volumes, e o prazo máximo de dezoito meses para sua implementação. A Resolução também obriga que os geradores (com exceção dos enquadrados no art. 7ºpequenos geradores) incluam, num prazo máximo de 24 meses, os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil nos projetos de obras a serem submetidos à aprovação ou ao licenciamento dos órgãos competentes, sendo que os projetos de gerenciamento de resíduos de empreendimentos sujeitos a licenciamento ambiental, deverá ser analisado dentro do processo de licenciamento, junto ao órgão ambiental competente. 2.6.2 Legislação Distrital 2.6.2.1 - Uso e Ocupação do Solo Dentre os dispositivos legais que regem o parcelamento do solo no Distrito Federal destacam-se a Lei Federal nº 6.766, de 19 de novembro de 1979, em conjunto com a Lei Complementar nº 17, de 28 de janeiro de 1997. Esta última, aprova o Plano Diretor de 38 Ordenamento Territorial do Distrito Federal – PDOT/97, e, além de definir as estratégias de ordenamento territorial e as diretrizes setoriais relacionadas aos transportes e à malha viária, ao saneamento básico e ambiental, aos assentamentos humanos e à habitação e ao desenvolvimento econômico; institui o Macrozoneamento do Distrito Federal. O Plano Diretor - PDOT é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana. A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no seu plano diretor, assegurando o atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social e ao desenvolvimento das atividades econômicas. Segundo o Plano Diretor de Ordenamento Territorial do DF - PDOT/97, a área encontra-se na Zona Urbana de Consolidação. A Zona Urbana de Consolidação é aquela na qual a ocupação deve considerar as restrições do estabelecido para as áreas de preservação do conjunto urbanístico do Plano Piloto de Brasília, tombado como Patrimônio Histórico Nacional e Cultural da Humanidade; das peculiaridades ambientais das Áreas de Proteção Ambiental do Lago Paranoá e das Bacias Gama e Cabeça de Veado; e de saneamento para as áreas circunscritas na Bacia do Lago Paranoá. As diretrizes do PDOT/97 para a Zona Urbana de Consolidação são (art. 20 § 2º) I. “Consolidado o Plano Piloto de Brasília como centro de caráter regional e nacional, Capital da República e Patrimônio Cultural da Humanidade, respeitadas as definições e critérios constantes do Decreto nº 10.829, de 14 de outubro de 1987, republicado em 23 de outubro de 1987, e da Portaria nº 314, de 8 de outubro de 1992, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan; II. Incentivadas as atividades de turismo, lazer, cultura e educação por meio de parcerias com o setor privado; III. Respeitada a capacidade de suporte dos corpos hídricos, especialmente do Lago Paranoá, como corpos receptores de efluentes; IV. Reforçada a autonomia e revitalização da centralidade própria de cada cidade; V. Considerada a flexibilização e a diversificação de usos na consolidação das funções urbanas; VI. Induzida a ocupação das áreas ociosas e com disponibilidade de infraestrutura; VII. Considerada a limitação de abastecimento de água nas localidades de Planaltina e Sobradinho. “ 39 Ainda no artigo 20, que trata dessa Zona, o PDOT/97 destaca que deve ser induzida a ocupação do setor Noroeste: “§ 3º O Poder Executivo deverá implementar, preferencialmente, o disposto no inciso VI do § 2º deste artigo no setor Noroeste, na Estrada Parque Indústria e Abastecimento, nas áreas do Centro de Atividades do Lago Norte, na orla do Lago Paranoá e nos lotes e projeções não ocupados da Zona Urbana de Consolidação.” Apesar disso, o artigo 14, do próprio PDOT/97, ressalta que “a ocupação das zonas urbanas incidentes sobre a Bacia do Lago Paranoá só poderá ocorrer a partir de um planejamento global que especifique a população prevista e a localização dos empreendimentos urbanísticos em consonância com a capacidade de suporte da Bacia, cujos fatores limitantes serão definidos pelo Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Distrito Federal”. • Lei Orgânica do DF A Lei Orgânica do DF que rege, observando os princípios constitucionais, o pleono exercício da autonomia política, administrativa e financeira do DF, trata, no Título VII, da política urbana e rural, estabelecendo, em seu Art. 314, para a política de desenvolvimento urbano do DF o objetivo de ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade, garantindo o bem estar de seus habitantes, e compreendendo o conjunto de medidas que promovam a melhoria da qualidade de vida, ocupação ordenada do território, uso dos bens e distribuição adequada de serviços e equipamentos públicos para a população. São instrumentos da política de desenvolvimento urbano e de ordenamento territorial do Distrito Federal as diversas disposições de planejamento urbano, jurídicas, tributárias, financeiras e de participação popular, necessárias à sua execução, conforme previstas no art. 325 da Lei Orgânica do Distrito Federal. • Lei nº 954, de 17 de novembro de 1995 Dispõe sobre a alienação de lotes ou parcelas de terras públicas no Distrito Federal. Em seu art. 1º atribui à Terracap autoridade para alienar terras públicas situadas no território do Distrito Federal situadas nas zonas urbanas, de expansão urbana e rurais, que estejam ocupadas por parcelamentos passíveis de regularização. • Lei nº 992, de 28 de dezembro de 1995 Dispõe sobre os parcelamentos do solo para fins urbanos no Distrito Federal e dá outras providências. Esta Lei define parâmetros, objetivos e procedimentos a serem seguidos pelos interessados em parcelar o solo, discriminando as esferas administrativas nas quais o processo de parcelamento deverá passar. 40 O Decreto nº 17.260, de 1º de abril de 1996, regulamenta a Lei nº 992, estabelecendo condições para o início do processo de aprovação do parcelamento urbano e estabelece o conteúdo do estudo preliminar do parcelamento que deverá ser submetido à análise. Após um ano, o Governo do Distrito Federal, publica o Decreto nº 18.913, de 15 de dezembro de 1997, que regulamenta a Lei nº 992, revogando as disposições contrárias, dispondo sobre as condições e diretrizes para a aprovação dos parcelamentos do solo para fins urbanos no Distrito Federal, estabelecendo normas para o requerimento; estudo preliminar de projetos de parcelamento urbano; características dos projetos complementares; cronograma e proposta de garantia; registro; implantação; e ocupação. • Lei nº 1.656, de 16 de setembro de 1997 Dispõe sobre a alienação de unidades imobiliárias no Setor Noroeste, Região Administrativa I. “Art. 1º As unidades imobiliárias de propriedade da Companhia Imobiliária de Brasília - Terracap, no Setor Noroeste, definido pelo documento Brasília Revisitada, anexo ao Decreto nº 10.829, de 14 de outubro de 1987, só poderão ser alienadas ou ocupadas pelo instrumento da concessão de direito real de uso ou da concessão de uso mediante licitação pública, nos termos da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e alterações posteriores.” “Parágrafo único. A utilização de qualquer outro instrumento deverá ser precedida de autorização legislativa.” • Lei nº 1.823, de 13 de janeiro de 1998 Aprova as áreas de estudo destinadas à implantação de setores habitacionais, objeto de aplicação da Lei nº 954/95. Além destes dispositivos legais, o conjunto de normas técnicas editadas pelo IPDF, regula os projetos de parcelamento urbano no DF. • Decreto nº 15.427 de 1 de fevereiro de 1994 Cria a Norma Técnica no 1, que define os procedimentos gerais para a aprovação de projetos de parcelamento urbano, compreendendo três etapas: Carta de Intenções, Estudo Preliminar e Projeto de Parcelamento. • Decreto 19.045, de 20 de fevereiro de 19986 Define a forma de apresentação e o conteúdo mínimo para cada um dos documentos componentes dos projetos de urbanismo, em revisão à Norma Técnica nº 2. • Decreto nº 16.242, de 18 de março de 19944 6 Esses Decretos referem-se às Instruções Normativas determinadas pelo IPDF (atual Sudur). Apesar dos Decretos não terem sido revogados, na prática, essas instruções não são atualmente aplicadas 41 Aprova a Norma Técnica no 3, que estabelece os índices e indicadores urbanísticos mínimos para as áreas públicas destinadas ao sistema de circulação, à implantação de equipamentos urbanos e comunitários e aos espaços livres de uso público. • Decreto nº 19.072, de 6 de março de 19984 Aprova a Instrução Normativa Técnica n° 001/97 do Instituto de Planejamento territorial e Urbano do Distrito Federal –IPDF que estabelece normas sobre a utilização de áreas públicas abrangidas pelo Tombamento do Conjunto Urbanístico de Brasília, na forma do disposto no art. 2 da Lei n° 769, de 23 de setembro de 1994 e no art. 11 do Decreto n° 17.079, de 28 de dezembro de 1995, que dispõe sobre a cobrança de preço público pela utilização de áreas públicas do Distrito Federal. • Decreto nº 21.202, de 17 de maio de 2000 Dispõe sobre a aprovação da Política Habitacional do Distrito Federal para o período de 1999 a 2002. No âmbito das definições da Política está a implantação do Setor Noroeste. 2.6.2.2 - Proteção dos Recursos Naturais O DF possui em sua Lei Orgânica, promulgada em 1993, o Capítulo XI no Título VI que trata do Meio Ambiente. Tanto o Poder legislativo local como o Poder Executivo podem dispor de suas competências para ordenar e regular as atividades antrópicas respeitando as demandas sociais e as limitações ambientais. Assim, o DF possui um conjunto de leis, decretos, portarias que formatam as políticas públicas ambientais. A principal delas é a Lei nº 041/98, que define a política ambiental para o DF. Em face das normas constitucionais e nos estritos limites da sua competência, o Governador do Distrito Federal sancionou, em 13 de setembro de 1989, a Lei nº 041, “que dispõe sobre a Política Ambiental do Distrito Federal e dá outras providências”. Esta Lei, bem como o Decreto nº 12.960, de 28 de dezembro de 1990, que a regulamenta, respeitadas as demais normas constantes na legislação federal vigente, procura disciplinar a questão ambiental no Distrito Federal, estabelecendo princípios, objetivos e normas básicas para proteção do meio ambiente e melhoria da qualidade de vida da população. Neste sentido, dispõe a referida Lei que a Política Ambiental do Distrito Federal tem por objetivo, dentre outros, possibilitar “a utilização adequada do espaço territorial e dos recursos hídricos destinados para fins urbanos e rurais, mediante uma criteriosa definição de uso e ocupação, normas e projetos, conservação e preservação, bem como de tratamento e disposição final de resíduos e efluentes de qualquer natureza” (Art. 3º, V). Para tanto deve “definir e controlar a ocupação e uso dos espaços territoriais de acordo com suas limitações e condicionantes ecológicas e ambiental” (Art. 6º, II), bem como adotar “... todas as medidas legais e administrativas necessárias à proteção do 42 meio ambiente e à prevenção da degradação ambiental, de qualquer origem ou natureza” (Art. 9º, caput). Nos termos do Art. 54 do Decreto nº 12.960/90, compete à Semarh, independentemente de outras licenças cabíveis, aprovar e fiscalizar a implantação de parcelamento do solo de qualquer natureza, tendo como pressuposto indeclinável para o licenciamento da atividade, a realização do Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EPIA) e respectivo Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (RIMA). Releva notar que, com a promulgação da Lei nº 353, de 18 de novembro de 1992 (que aprova o Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal (PDOT/97), institui o Sistema de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal, e dá outras providências), e da Lei Orgânica do Distrito Federal, em 8 de junho de 1993, a exigência anteriormente preconizada foi ratificada e, inclusive, reforçada como instrumento de proteção da qualidade do meio ambiente. Segundo o PDOT/97, a Área de Expansão Urbana Noroeste está localizado na Zona Urbana de Consolidação e faz contato com Áreas de Proteção Especiais, como por exemplo, áreas do entorno do Parque Nacional de Brasília (Zona de Conservação Ambiental), que são consideradas como áreas com Restrições Físico-Ambientais, pois funcionam como faixas de tamponamento no entorno de Unidades de Conservação. 2.6.2.3 - Licenciamento Ambiental e Avaliação de Impacto Ambiental Especificamente do Distrito Federal, a Lei Orgânica, em seu art. 289, parágrafo 1º determina: “Os projetos de parcelamento do solo no Distrito Federal terão sua aprovação condicionada à apresentação de estudo de impacto ambiental e respectivo relatório, para fins de licenciamento.” A Lei nº 1399, de 10 de março de 1997, altera o art. 15 da Lei n° 41 e diz: “É obrigatória a realização de estudo prévio de impacto ambiental para construção, instalação reforma, recuperação, ampliação e operação de empreendimentos ou atividades potencialmente causadores de significativa degradação ao meio ambiente.§ 1° - São considerados empreendimentos ou atividades potencialmente causadores de significar degradação ao meio ambiente, além dos previstos na legislação:"I - criação ou transformação de núcleos rurais, colônias agrícolas, projetos de assentamentos dirigidos, combinados agrourbanos, núcleos hortícolas suburbanos e projetos integrados de colônias;"II - projetos de parcelamento do solo;"III - outros projetos de ocupação ou transformação de uso do solo, a critério da Secretaria de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia”. Assim como na Legislação Federal, no âmbito distrital, o empreendimento se enquadra entre aqueles para os quais é exigido, para efeito de aprovação, o estudo de impacto ambiental e o correspondente relatório de impacto ambiental (RIMA). 43 2.6.2.4 - Dispositivos Ambientais • Lei nº 41, de 13, de setembro de 1989 Dispõe sobre a Política Ambiental do Distrito Federal, regulamentada pelo Decreto nº 12.960, de 28 de dezembro de 1990, onde o Art. 11 da Lei regula o processo de licenciamento de parcelamento do solo. A Lei 41/89 sofreu duas alterações estabelecidas nas Leis nº 1.399, de 10/3/97 – que dispõe sobre o licenciamento de atividades potencialmente poluidoras e a Lei nº 3277, de 31/12/2003, que dispõe sobre a composição de equipe multidisciplinar de que trata o art. 15 da Lei n° 41, de 13 de setembro de 1989. O Decreto Regulamentador da Lei da Política Ambiental do DF é o Decreto nº 12.960 de 28 de dezembro de 1990, e o Decreto nº 15.869 de 26 de agosto de 1994, que altera o parágrafo único do art. 56 e o art. 57 do Decreto nº 12.960, de 28 de dezembro de 1990, e dá outras providências: Licenciamento para parcelamentos Urbanos. • Decreto n° 12.055, de 14 de dezembro de 1989 Cria a APA do Lago Paranoá. • Decreto nº 14.783, de 17 de junho de 1993 Dispõe sobre o tombamento de espécies arbóreo-arbustivas, como copaíba, pequi, buriti, peroba, ipê e outras, bem como estabelece normas para a aprovação dos processos de parcelamento do solo. Para aprovação dos processos de parcelamento do solo, o Decreto exige constar em memorial descritivo do projeto: - “toda espécie botânica de porte superior a 2,50 m (dois metros e cinqüenta centímetros), existente em cada terreno ou gleba; e - toda espécie arbóreo-arbustiva de circunferência superior a 20 m (vinte metros) e 30 cm (trinta centímetros) do solo, existente no terreno ou gleba.” O Decreto nº 14.783/1993 prevê em seu artigo 3º que o corte, a erradicação, o transplantio e a poda de espécies árboreo-arbustivas situadas em zona urbana ou de extensão urbana, em área pública ou privada, só poderão ser executados mediante autorização das Administrações Regionais, ouvida a Novacap. A supressão de espécimens, nos casos de impossibilidade de técnica de transplantio, deverá ser compensada conforme art. 8º dessa Lei: “§2º A erradicação de um espécimen nativo acarretará o plantio de 30 mudas de espécies nativas;” “§3º A erradicação de um espécimen exótico acarretará o plantio de 10 mudas de espécies nativas.” 44 Em adição ao todo esforço de conservação de áreas significativas de Cerrado bem como remanescentes encravados no interior da malha urbana, o DF declarou imune ao corte, em área urbana, um conjunto de espécies típicas do bioma Cerrado, por meio do Decreto Distrital nº 14.783/93. O objetivo é de minimizar os impactos causados pela expansão urbana e principalmente proteger espécies nativas do Cerrado. As espécies tombadas são: Pterodon pubescens Benth (sucupira-branca), Mauritia flexuosa L.f. (Buriti), Vochysia thyrsoidea Polh. (Gomeira), Vochysia tucanorum Mart. (Pau-doce), todas as espécies de Dalbergia (Jacarandás), todas as espécies de Tabebuia (Ipês), Copaifera langsdorffii Desf. (copaíba), Caryocar brasiliense Camb. (Pequi), Eugenia dysenterica DC. (Cagaita), todas as espécies de Aspidosperma (Perobas), Myracrodruon (Astronium) urundeuva (Aroeira), Pseudobombax longiflorum (Imbiruçu), Eriotheca pubescens (Paineira-do-cerrado). No entanto, a Secretaria do Meio Ambiente e de Recursos Hídricos do DF (Semarh) pode autorizar as exceções para execução de obras, planos, atividades ou projetos de relevante interesse social ou de utilidade pública. Os parágrafos 2º e 3º, do artigo 8º desse Decreto foram modificados pelos Decretos Distritais nº 23.510 e nº 23.585 de dezembro de 2002 e de fevereiro de 2003, respectivamente. As alterações previram que “a erradicação de espécimen nativo ou de um espécimen exótico, acarretará ao seu responsável, a obrigatoriedade do plantio de 30 (trinta) e 10 (dez) mudas, respectivamente, de espécies nativas, podendo essa quantidade, a critério da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, ser reduzida em até 50% (cinqüenta por cento)...” e que “a compensação ambiental será revertida em benefício do meio ambiente, dos Parques Ecológicos e de Uso Múltiplos e das Unidades de Conservação do Distrito Federal na forma de prestação de serviço, doação de equipamento e/ou execução de obras através de acordo escrito a contrapartida será prestada em valores que se igualem ao custo total do plantio das mudas não compensadas considerando para tal, a aquisição das mudas, a abertura das covas, adubação e acompanhamento até 2 (dois) anos depois do plantio”. Além dessas legislações que visam proteger o meio ambiente, especialmente a vegetação e a flora do Cerrado, existe também a Lei Complementar nº 017, 28/1/97, que estabeleceu o macrozoneamento do Distrito Federal por meio do Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal – PDOT/97. Esse definiu 7 (sete) Zonas com diferentes tipos de uso conforme suas vocações de uso do solo e características físico-biológica. • Parques e Unidades de Conservação próximas ao empreendimento Em um raio de 10 quilômetros do empreendimento indicam-se um conjunto de áreas protegidas que devem ser citadas. Cabe salientar que, segundo o SNUC, Parques Ecológicos não são enquadrados em nenhuma categoria de Unidade de Conservação, mas serão citadas já que são áreas protegidas de uso múltiplo, conforme especifica a Lei Distrital nº 265 de 14/12/99. A seguir estão relacionadas as áreas protegidas de interesse para este estudo. a) Federais - APA do Rio São Bartolomeu – Criada pelo Decreto Federal n º88.940 de 7 de novembro de 1983. Lei Federal nº 9.262, de 12 de janeiro de 1996 passa a 45 - administração da APA para o Distrito Federal. Lei Distrital nº 1.149, de 11 de julho de 1996, institui oficialmente o rezoneamento da APA. Parque Nacional de Brasília – Criado pelo Decreto nº241, de 29 de novembro de 1961. APA do Planalto Central – Criada pelo Decreto Presidencial s/n de 10 de janeiro de 2002. b) Distritais - - - APA do Lago Paranoá – Criada pelo Decreto Distrital nº 12.055, de 14 de dezembro de 1989. APA de Cafuringa – Criada pelo Decreto n º11123, de 10 de junho de 1988. alterado pelo Decreto n º11251, de 132 de setembro de 1988. Parque Burle Marx - Decreto n° 12.249, de 7 de março de 1990, alterado pelo Decreto n° 13.231, de 4 de junho de 1991, cria o Parque Ecológico. Lei nº 2007, de 20 de julho de 1998 altera o nome do Parque Ecológico Norte para Parque Burle Marx. Recentemente teve sua poligonal ampliada por meio do Decreto Distrital nº 3280 de 31 de dezembro de 2003. Esse Decreto estabelece, também, a permnência do Parque à Semarh. Parque Urbano Bosque do Sudoeste – Criado pela Lei nº 2360, de 30 de abril de 1999. APM do Paranoazinho – Definida no artigo 30 da Lei Complementar nº 17 de 28 de janeiro de 1997, regulamentada pelo Decreto nº18.585, de 9 de setembro de 1997. Reserva Ecológica do Guará – Criada pelo Decreto Distrital nº 11.262, de 16 de setembro de 1988. Parque Ecológico Ezechias Heringer – criado pela Lei nº 1826, de 13 de janeiro de 1998. Parque Vivencial e Recreativo na Região Administrativa do Lago Norte – Criado pela Lei nº 2.429, de 28 de julho de 1999. Parque Ecológico e Vivencial da Vila Varjão – Criado pela Lei nº1.053, de 22 de abril de 1996. Parque Olhos D’água – Criado pela Lei nº 556, de 7 de outubro de 1993. Parque de Uso Múltiplo do Lago Norte – Criado pelo Decreto nº 23.315, de 25 de outubro de 2002. Parque Ecológico do Taquari - criado pelo Decreto nº 23.911, de 14 de julho de 2003. Parque Dona Sarah Kubtischeck – Denominado Parque Rogério Pithon Farias pelo Decreto nº 4.211, de 16 de junho de 1978, e posteriormente alterado para Parque Dona Sarah Kubitschek pela Lei no 1410, de 18 de março de 1997. • Lei Orgânica do DF A Lei Orgânica do Distrito Federal, no Capítulo XI do Título VI, que dispõe sobre meio ambiente estabelece, em seu art. 279, que o Poder Público deverá zelar pela 46 conservação, proteção e recuperação do meio ambiente, além de cumprir as seguintes obrigações, dentre outras: • planejar e desenvolver ações para a conservação, preservação, proteção, recuperação e fiscalização do meio ambiente; • promover o diagnóstico e zoneamento ambiental do território, definindo suas limitações e condicionantes ecológicas e ambientais para ocupação e uso dos espaços territoriais; • elaborar e implementar o plano de proteção ao meio ambiente, definindo áreas prioritárias de ação governamental; • estabelecer normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; • estabelecer normas e padrões de qualidade ambiental para aferição e monitoramento dos níveis de poluição do solo, subsolo, do ar, das águas e acústica, entre outras; • exercer o controle e o combate da poluição ambiental; • implantar e operar sistema de monitoramento ambiental; • licenciar e fiscalizar o desmatamento ou qualquer outra alteração da cobertura vegetal nativa, primitiva ou regenerada, bem como a exploração de recursos minerais; • promover medidas judiciais e administrativas necessárias para coibir danos ao meio ambiente, responsabilizados os servidores públicos pela mora ou falta de iniciativa; • colaborar e participar de planos e ações de interesse ambiental em âmbito nacional, regional e local; • estimular e promover o reflorestamento com espécies nativas em áreas degradadas, bem como manter índices mínimos de cobertura vegetal original necessários à proteção da fauna nativa; • identificar, criar e administrar unidades de conservação e demais áreas de interesse ambiental, estabelecendo normas a serem observadas nestas áreas, incluídos os respectivos planos de manejo. Segundo seu art. 280, as terras públicas, consideradas de interesse para a proteção ambiental, não poderão ser transferidas a particulares, a qualquer título. O parágrafo 2º do art. 295 estabelece que na criação pelo Poder Público de unidades de conservação, serão alocados recursos financeiros, estabelecidos prazos para regularização fundiária, demarcação, zoneamento e implantação da estrutura de 47 fiscalização. E ainda, no parágrafo 3º é proibida qualquer atividade pública ou privada que degrade ou altere as características naturais. Conforme o art. 301, são consideradas áreas de preservação permanente: lagos e lagoas; nascentes, remanescentes de matas ciliares ou de galerias, mananciais de bacias hidrográficas e faixas marginais de proteção de águas superficiais as áreas que abrigam exemplares da fauna e flora ameaçados de extinção, vulneráveis, raras, os locais de pouso e reprodução e as áreas de interesse arqueológico, histórico, científico, paisagístico e cultural declaradas em Lei. • Lei Complementar nº 265, de 14 de dezembro de 1999 A criação de parques ecológicos tem sido realizada, ao longo dos anos, por iniciativa tanto do Poder Executivo, quanto do Legislativo local, sob as mais diversas designações (ecológico, vivencial, recreativo) e sem critérios definidos, tendo em vista a falta de legislação que os regulamente e estabeleça as diretrizes dessa categoria de unidade de conservação no contexto do Distrito Federal. Para orientar a criação e implantação de parques, foi publicada no dia 14 de dezembro de 1999, na Câmara Legislativa, a Lei Complementar n° 265. Esse diploma legal em seu art. 3º classifica os Parques do Distrito Federal em Parques Ecológicos e Parques de Uso Múltiplo e constituem unidades de uso sustentável, instituídos pelo Poder Público, com objetivos e limites definidos. Os Parques Ecológicos devem possuir áreas de preservação permanente, nascentes, olhos d'água, veredas, matas ciliares, campos de murunduns ou manchas representativas de qualquer fitofisionomia do cerrado que abranjam, no mínimo, trinta por cento da área total da unidade. A Lei Complementar define, em seus artigos 5º e 7º, os objetivos dos Parques Ecológicos e de Uso Múltiplo: - Parques Ecológicos: conservar amostras dos ecossistemas naturais; proteger paisagens naturais de beleza cênica notável, bem como atributos excepcionais de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica e histórica; proteger e recuperar recursos hídricos, edáficos e genéticos; promover a recuperação de áreas degradadas e a sua revegetação com espécies nativas; incentivar atividades de pesquisa, estudos e monitoramento ambiental; estimular o desenvolvimento da educação ambiental e das atividades de recreação e lazer em contato harmônico com a natureza. - Parques de Uso Múltiplo: conservar áreas verdes, nativas, exóticas ou restauradas, de grande beleza cênica; promover a recuperação de áreas degradadas e a sua revegetação, com espécies nativas ou exóticas; estimular o desenvolvimento da educação ambiental e das atividades de recreação e lazer em contato harmônico com a natureza. Os Parques de Uso Múltiplo devem situar-se dentro de centros urbanos, ou contíguos a estes, em áreas de fácil acesso à população, predominantemente cobertas por vegetação, nativa ou exótica. As áreas selecionadas para criação e implantação de Parques de Uso 48 Múltiplo devem possuir infra-estrutura para o desenvolvimento de atividades recreativas, culturais, esportivas, educacionais e artísticas. Nos Parques Ecológicos e de Uso Múltiplo, é vedada qualquer atividade ou empreendimento, público ou privado, que comprometa as características naturais da área, ou que coloque em risco a integridade dos ecossistemas e da biota local, e as áreas degradadas situadas no interior dos mesmos serão objetos de recuperação. • Lei nº 1.869, de 21 de janeiro de 1998 Dispõe sobre os instrumentos de avaliação de impacto ambiental no Distrito Federal e dá outras providências. Em seu art. 1º prevê que a avaliação de impacto ambiental de empreendimentos, atividades e projetos no Distrito Federal, prevista no art. 289, § 6º da Lei Orgânica do DF, far-se-á mediante a exigência pelo poder público dos seguintes instrumentos: I. estudo prévio de impacto ambiental – EPIA; II. relatório de impacto de vizinhança – RIVI; e III. relatório de impacto ambiental prévio – RIAP. • Lei nº 2.725, de 13 de junho de 2001 A Lei nº 2.725, de 13 de junho de 2001 (publicada no DODF nº 116 em 19/6/2001), institui a Política de Recursos Hídricos do Distrito Federal, cria o Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Distrito Federal e dá outras providências. Revoga a Lei nº 512, de 28 de julho de 1993. • Lei nº 3.031, de 18 de julho de 2002 Institui a Política Florestal do Distrito Federal. São objetivos da Política Florestal do Distrito Federal: “ I - proteger os recursos naturais: flora, fauna, atmosfera, solo e água; II- desenvolver o potencial florestal do Distrito Federal para: a) produzir matéria-prima florestal de qualidade; b) viabilizar o uso racional do solo nas propriedades rurais, conforme sua aptidão agrossilvipastoril e nos limites permitidos ou estabelecidos; c) estimular para uso florestal, as terras utilizadas com atividades agropecuárias não competitivas; d) proporcionar matéria-prima e insumos necessários às atividades econômicas e à manutenção da população rural; III - gerar novas oportunidades de trabalho: a) nas propriedades, viabilizando uma nova fonte de renda e de mão-de-obra, contribuindo para a fixação do homem no meio rural; b) pela industrialização e comercialização da matéria-prima florestal produzida no Distrito Federal; 49 IV - incentivar o plantio e o manejo de espécies florestais nativas e exóticas para fins econômicos, sociais e ambientais; V - promover a recuperação das áreas degradadas por meio de recomposição florestal; VI - recompor a reserva legal por meio da regeneração natural ou reflorestamento; VII - organizar e diversificar a atividade florestal na propriedade rural; VIII - promover a capacitação de recursos humanos voltados à atividade florestal; XIV - desenvolver a pesquisa florestal em geral e, em especial, sobre o uso múltiplo de florestas, tanto nativas como exóticas; X - desenvolver a extensão e assistência técnica na atividade florestal; XI - desenvolver tecnologias de beneficiamento e transformação de produtos florestais; XII - contribuir com a composição paisagística do Distrito Federal; XIII - adequar, continuamente, esta Lei à realidade florestal do Distrito Federal; XIV - incentivar a prevenção de incêndios florestais no Distrito Federal.” • Decreto nº 23.156, de 9 de agosto de 2002 Cria o Conselho Gestor, o Grupo Coordenador de Manejo, o Grupo de Planejamento e Articulação Institucional para Projetos Sustentáveis e o Grupo de Educação Ambiental da Área de Proteção Ambiental do Lago Paranoá, regulamentando o disposto no Decreto nº 12.055, de 14 de dezembro de 1989, e dá outras providências. • Decreto nº 24.149, de 15 de outubro de 2003 Define as poligonais do Parque Nacional de Brasília, criado pelo Decreto Federal nº 241, de 29 de novembro de 1961, aumentando os limites dessa Unidade de Conservação. • Decreto nº 24.499, de 30 de março de 2004 Dispõe sobre o uso e ocupação do Lago Paranoá, de sua Área de Preservação Permanente e Entorno. 2.6.2.5 - Aspectos do Patrimônio Histórico Os instrumentos de preservação, quando incluídos no sistema de planejamento, tanto quanto os tombamentos, podem ser convenientes para uma cidade, dependendo do grau de adequação à sua realidade. O profundo conhecimento da cidade, de seus mecanismos de transformação, de crescimento e das suas necessidades de adaptação a novas realidades, é a base de qualquer medida de preservação urbana, muito mais do que conservar esse ou aquele edifício isolado, essa ou aquela praça. A preservação de uma cidade exige sua apreensão enquanto conjunto de relações dinâmicas entre forma e função. A cristalização demasiada da forma pode implicar em impedimento à realização das funções, essas em contínua transformação. Brasília inscreve-se na “Lista do Patrimônio Mundial da Unesco”, por razões diversas daquelas apresentadas normalmente. É pela modernidade de seu urbanismo e de sua arquitetura, inspirados pelo “Congresso Internacional de Arquitetura Moderna - CIAM”, pela “Carta de Atenas” e pelo “Movimento de Arquitetura Moderna”, que Brasília se 50 torna a maior e mais significativa experiência, no âmbito mundial, desta corrente de pensamento. Desde a época de sua inauguração (1960), o Plano Piloto de Brasília é preservado tal como apresentado por Lúcio Costa, através do art. 38 da Lei nº 3.751, de abril de 1960. Em 1981 é criado o “Grupo de Trabalho para Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Brasília” que, em dezembro de 1986, submete ao “Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco” o documento “Conjunto Representativo do Patrimônio Mundial Histórico, Cultural, Natural e Urbano de Brasília - Dossiê ao Comitê do Patrimônio Mundial/ Unesco”. Este documento é aprovado pelo Comitê e o Plano Piloto inserido na “Lista de Patrimônio Mundial” como “Bem da Humanidade”. Para a inclusão de Brasília na Lista de Bens Patrimônio da Humanidade, foi necessária, por exigência da Unesco, uma série de medidas preventivas que viessem a garantir a proteção da Cidade até a homologação da Lei de Preservação definitiva, que vinha sendo preparada. Neste sentido, foi regulamentada a Lei nº 3.751 - Lei Santiago Dantas, através do Decreto Distrital nº 10.829, de 14 de outubro de 1987, que define o perímetro de delimitação exata do Plano Piloto de Brasília, e inclui como objeto de preservação a proposta de “Brasília Revisitada” de Lúcio Costa e, posteriormente, o tombamento federal, fundamentado no Decreto-Lei Federal nº 25, de 30 de novembro de 1987, e regulamentado, no que se refere a Brasília, por meio da da Portaria nº 314 do Iphan, de 8 de outubro de 1992. O empreendimento, em função de estar inserido na área de tombamento de Brasília, deve ser elaborado atendendo às recomendações contidas no documento “Brasília Revisitada” Os princípios que nortearam a elaboração do plano de Brasília foram, portanto, seguidos. Um desses princípios é o da superquadra, com edifícios de seis pavimentos, pilotis e faixas verdes de arborização periférica. Outro é a idéia de unidade de vizinhança, englobando unidades residenciais e equipamentos como escolas e comércio local. Através da Lei nº 047, de 2 de outubro de 1989, que regulamenta os tombamentos no âmbito distrital, ficam regulamentados, em caráter definitivo, os bens antes resguardados em caráter provisório. No âmbito da proteção nacional, Brasília foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan, através da Portaria nº 314, de 8 de outubro de 1992 – Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural - IBPC. A intenção da legislação citada é manter as qualidades arquitetônicas, urbanísticas e ambientais da Cidade, que não podem ser postas em causa de modo a assegurar as características essenciais das quatro escalas distintas, em que se traduz a concepção urbana da Cidade: a monumental, e residencial, a gregária e a bucólica. Devido ao fato de Brasília dispor ainda de muitos espaços por construir, em cumprimento ao que prescreve o seu Plano Diretor (PDOT/97), a Cidade ainda está por ser completada, o que eqüivale a dizer que a legislação de proteção se estende sobre qualquer nova ocupação a ser nela implantada, incluindo-se, também, as recomendações 51 constantes no documento “Brasília Revisitada”. Portanto, toda expansão deverá obedecer à legislação e deverá ser aprovada pelas instâncias de proteção federal e distrital. Isso não eqüivale a uma total impossibilidade de se procederem a mudanças capazes de adaptar a Cidade às novas necessidades, se assim o entenderem os órgãos de proteção e planejamento competentes para tal. No entanto, a legislação apresenta aspectos problemáticos, pois submete aos mesmos critérios de preservação uma área de aproximadamente 112,25 km2, composta por setores e núcleos urbanos extremamente diferenciados. Na área tombada estão mantidos os critérios de ocupação vigente na data do tombamento e, ainda, são consideradas non aedificandi todas as áreas públicas livres não parceladas. Por outro lado, a abrangência da Lei é insuficiente, pois, não estabelece diretrizes de preservação para o entorno paisagístico, elemento essencial para a percepção visual do conjunto urbano. Como decorrência desta situação o processo de aprovação de alterações na área tombada é extremamente complexo. O conjunto tombado, apesar de já consolidado com a implantação quase total dos elementos estruturais de sua morfologia urbana, apresenta, ainda, setores não ocupados, áreas de expansão a serem implantadas, núcleos urbanos com problemas a serem equacionados. Modificações e ajustes na estrutura urbana, que não comprometeriam a preservação do patrimônio tombado, encontram dificuldades para sua aprovação. A definição mais clara e precisa do que é realmente essencial para a preservação do objeto principal do tombamento - o conjunto urbanístico do Plano Piloto - possibilitará uma maior flexibilidade para a tomada de ações inerentes ao processo de desenvolvimento urbano da cidade. Está, também, inserido na Área de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (Portaria nº 314 do Iphan) que foi tombada pela Unesco, sendo considerada Patrimônio Cultural da Humanidade. 2.6.3 Análise da Legislação Aplicada Da análise da legislação afeta ao empreendimento vale destacar os seguintes aspectos: - O empreendimento compatibiliza-se com o macrozoneamento previsto no Plano Diretor vigente (PDOT/97). Resta salientar, contudo que, em função da revogação do Decreto nº 21.132, de 14 de abril de 2000, sua aprovação depende de manifestação dos Conselhos instituídos pelo Governo do Distrito Federal – notadamente o Conplan e o Conpresb. - Para a implantação do empreendimento, contudo deve-se observar o disposto no artigo 14 da Lei do PDOT que determina considerar a necessidade a capacidade de suporte da Bacia, cujos fatores limitantes serão definidos pelo Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Distrito Federal. Um aspecto relevante para a consolidação do empreendimento refere-se à população de projeto – determinada para 40.000 habitantes (limite de saturação). - Para aprovação do empreendimento deverão ser ouvidos o Ibama, pelo fato da 52 área estar na área de influência do Parque Nacional; e o Iphan,em função da área estar inscrita no perímetro de tombamento do DF, e, em situação especial, a Funai – em função da existência de chácaras ocupadas por famílias indígenas. - A Lei nº 1656/97 determina que o poder público só poderá alienar áreas (lotes) no setor Noroeste por concessão de direito real de uso ou concessão de uso mediante licitação pública. A utilização de qualquer outro instrumento deverá ser precedida de autorização legislativa. - A implantação do empreendimento deve considerar o Decreto nº 14.783, de 1993 de tombamento de espécies arbóreo-arbustivas e procedimentos para a compensação florestal. Neste sentido, quando da elaboração do projeto de parcelamento, quando estarão definidas todas as projeções e lotes, deverá ser feito um inventário das espécies, de acordo com o Decreto, para fins de compensação florestal. - Durante a execução das obras de infra-estrutura urbana e das edificações dos proprietários dos lotes alienados deverão ser observados os critérios e diretrizes previstos na Resolução Conama nº 307/2002, que dispõe obre os resíduos da construção civil. - A destinação da área como predominantemente habitacional, seguindo o modelo de supequadras, bem como a implantação efetiva do Parque Burle Marx são fundamentais para consolidarem as diretrizes de tombamento da cidade – em especial, assegurar a manutenção da escala residencial e bucólica. - Em 1987 é elaborado o documento “Brasília Revisitada”, institucionalizado por meio do Decreto nº 10.829/87, que propõe áreas de expansão urbana – de caráter residencial, nas proximidades do Plano Piloto. A abordagem, no entanto, atémse ao aspecto habitacional, sugerindo tipologias de ocupação, considerando, fundamentalmente, a preservação das características essenciais das quatro escalas em que se traduz a concepção urbanística de Brasília (monumental, residencial, gregária e bucólica), e as possibilidades de adensamento e expansão do entorno do Plano Piloto. “Brasília Revisitada” orientou, ao longo do tempo, a formalização de propostas e projetos para o Setor de Habitações Coletivas Sudoeste (SHCSW) e das áreas do Setor Habitacional Estrada Parque (SHEP), do Setor Habitacional Taquari (SHTQ), do Setor Habitacional Buritis (SHB), e do Setor Residencial Noroeste (SHCNW). - Em 12 de fevereiro de 1974 foi criado o Camping de Brasília pelo Decreto nº 2.544, regulamentado em 1986, pela NGB 62/86, que é administrado pela Secretaria de Esportes e Turismo. - Decreto nº 3.908/77, cria gleba destinada à CEB, hoje, desocupada. - O Decreto nº 19.229, de 12 de maio de 1998 aprova o Plano de Ocupação do setor de Recreação Públiva Norte – Camping e estabelece o zoneamento da área, seguindo as diretrizes estabelecidas pelo PDOT/97, considerando que a área se 53 encontra em uma Zona Urbana de Consolidação. Tem por objetivo principal promover a sua integração com os setores lindeiros e o atendimento à demanda por áreas de lazer e turismo no Plano Piloto com o aproveitando da infraestrutura existente no local. - 2.7 O Decreto nº 21.132, de 14 de abril de 2000, aprovou este Plano de Ocupação do Setor Noroeste. Posteriormente, em função da necessidade de estabelecer um horizonte de 40.000 habitantes (aproximadamente) este Decreto foi revogado pelo Decreto n° 21.893, de 29 de dezembro de 2000. Planos e Programas Governamentais A seguir é feita uma breve descrição dos planos, programas e estudos governamentais que se remetem ou se relacionam à área do empreendimento objeto deste EIA/RIMA. • Brasília Revisitada - 1985/87 O documento “Brasília Revisitada”, elaborado por Lúcio Costa na década de 80, aponta diretrizes para complementação, preservação, adensamento e expansão de Brasília. No seu conteúdo, já é prevista a implantação do Setor Noroeste, conforme apresentado a seguir: “Na implantação dos dois novos bairros a oeste - Oeste Sul e Oeste Norte - foram previstas quadras econômicas (pilotis e três pavimentos) para responder à demanda habitacional popular e Superquadras (pilotis e seis pavimentos) para a classe média, articuladas entre si por pequenos centros de bairro, com ocupação mais densa, gabaritos mais baixos (dois pavimentos sem pilotis) e uso misto.” • Plano Diretor de Ordenamento Territorial – PDOT – 1993 O primeiro Plano Diretor de Ordenamento Territorial, reavalia estudos anteriores (PEOT, POT, Pouso) e subsidia outros mais recentes. A estratégia de uso e ocupação do solo adotada consiste em ocupar e adensar as áreas já ocupadas do DF, preferencialmente à criação de novas áreas e consolidar a ocupação dos núcleos urbanos de Sobradinho, Planaltina, Paranoá, Candangolândia, Cruzeiro, Plano Piloto, Lagos Sul e Norte, respeitadas as restrições ambientais e de saneamento. É importante salientar que o PEOT e o POT não fizeram menção à área relativa ao empreendimento. A inserção da área de estudo veio a ser consolidada pelo Pouso – que incorporou integralmente as diretrizes do documento Brasília Revisitada (transformado, posteriormente, em Decreto Distrital). Previsto nos artigos nos 316 e 317 da Lei Orgânica, o PDOT abrange todo o espaço físico do DF e regula a localização dos assentamentos urbanos e das atividades econômicas e sociais de sua população. Aprovado pela Lei nº 353, de 18 de novembro de 1992, define diretrizes básicas para as 54 ações de planejamento e gerenciamento do solo no DF, direcionando-as para o fortalecimento dos seguintes aspectos: – – – – – Complexo urbano/administrativo da Capital do País; Brasília Patrimônio Cultural da Humanidade; Importância no contexto geopolítico e econômico internacional; Contribuição do DF no desenvolvimento geral da região geoeconômica; e Espaço físico-social do DF. Propõe a correção de situações decorrentes das propostas consubstanciadas em plano de ordenamento territorial anterior - Plano Estrutural de Organização Territorial – PEOT/1977 - e indica o cenário que integra os três aglomerados urbanos do DF: – Brasília com as demais cidades da bacia do Paranoá; – Taguatinga, Ceilândia e Samambaia; e – Gama com seu entorno imediato (Luziânia/GO). A fim de efetivar as tendências constatadas, o PDOT/93 divide o território do DF em zonas, segundo usos e potencialidades identificadas à época, estabelecendo usos gerais em quatro categorias: – Zona Urbana - ZUR: aquela já parcelada ou que ainda o será, desde que contida no perímetro urbano; – Zona de Expansão Urbana - ZEU: aquela destinada à futura ocupação urbana; – Zona Rural - ZRU: aquela destinada, predominantemente, às atividades agrícolas, pecuária, extrativa vegetal, agroindustrial ou usos complementares compatíveis; e – Zona de Interesse Ambiental - ZIA: aquela destinada à conservação e preservação de suas características físico-ambientais e da fauna e flora. • Plano Diretor de Ordenamento Territorial - PDOT - 1997 O novo PDOT/97 para o Distrito Federal, aprovado pela Lei Complementar nº 17, de 29 de janeiro de 1997, altera o anterior (Lei nº 353/92). Entendendo que uma simples revisão do PDOT/93 não mais atenderia aos objetivos traçados pela nova visão de planejamento e forma de intervir no território, é elaborado um novo Plano Diretor de Ordenamento Territorial para o DF. O Plano ora em vigor, visa instrumentalizar as ações públicas, etapas e formas de articulação entre órgãos governamentais, não governamentais e a população envolvida, e tem como principais objetivos: – a implementação de fato de um sistema de planejamento territorial e urbano, operante, integrado e eficaz; – a preservação e valorização de Brasília como capital e Patrimônio Cultural da Humanidade; – a contribuição para implantação de um processo de planejamento permanente e participativo, democratizando a gestão dos espaços; – o equilíbrio na distribuição de serviços urbanos e equipamentos comunitários, de 55 forma compatível à preservação ambiental e cultural, minimizando a segregação sócio-espacial; – a distribuição de atividades e a definição de intensidades de ocupação, considerando a rede de infra-estrutura disponível, o sistema de transportes e condições ambientais; – a defesa do meio ambiente e dos recursos naturais em harmonia com a implantação e expansão dos assentamentos urbanos e atividades econômicas; e – a orientação para o desenvolvimento físico-territorial, compatível ao desenvolvimento socioeconômico, entre outros. O PDOT/97 definiu algumas estratégias que expressaram a nova forma de planejamento urbano para o Distrito Federal. Vale destacar duas delas: “Ocupar e adensar as áreas já urbanizadas do Distrito Federal, preferencialmente à criação de novas áreas de ocupação urbana, considerando estudos que identifiquem a viabilidade do empreendimento quanto às questões de abastecimento de água, esgotamento sanitário, estrutura viária e equipamentos públicos urbanos e comunitários” e “Consolidar a ocupação urbana do Plano Piloto, respeitadas as restrições ambientais, de saneamento e de sua condição de Patrimônio Histórico Nacional e Cultural da Humanidade”, que significa dizer que foi definido, de forma participativa e democrática, a priorização da consolidação de áreas já ocupadas, como é o caso da área planejada para a implantação da Área de Expansão Urbana Noroeste. Ver Mapa de do Plano Diretor de Ordenamento Territorial – PDOT, 1997 no EIA Volume IV (Mapas). • Planos Diretores Locais – PDL O Artigo nº 318 da Lei Orgânica define que os Planos Diretores Locais, coerentes ao Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT/97), são parte integrante do processo contínuo de planejamento que deve abranger áreas urbanas e de expansão urbana. O Artigo nº 319 dispõe que os PDL’s devem contemplar cada núcleo urbano, regulando o direito ao uso e ocupação do solo, mediante adensamento de áreas urbanizadas ou ocupações de novas áreas. O Plano Diretor Local objetiva a ordenação do desenvolvimento urbano em uma ação conjunta e programada do Poder Público e da comunidade atingida, garantindo assim, a legitimidade do plano. O PDL é elaborado a partir de uma análise crítica das questões abordadas pela população e pela equipe técnica, identificando características e tendências de crescimento. O Instituto de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (órgão antecessor da Sudur/Seduh), em parceria com as Administrações Regionais e a sociedade, elaborou os Planos Diretores Locais de Sobradinho, Taguatinga, Candangolândia, Ceilândia e Samambais, que foram aprovados pela Câmara Legislativa por meio das seguintes Leis Complementares: - Sobradinho - Lei Complementar nº 56/1997; - Taguatinga - Lei Complementar nº 90/1998; - Candangolândia - Lei Complementar nº 97/1998; 56 - Ceilândia - Lei Complementar nº 314/2000; e - Samambaia - Lei Compelementar nº 370/2000. A Sudur/Seduh está elabrando o Plano Diretor da Área de Preservação. O processo iniciado em 2002, ainda está na fase de estudos e consulta à sociedade. Vale ressaltar também que está em processo de consolidação os Planos Diretores de Planaltina e Gama. • Plano de Ocupação da Área do Camping O IPDF (atual Sudur), em 1997, por solicitação da Secretaria de Turismo do GDF, elaborou um plano de reparcelamento do lote atualmente ocupado pelo Camping de Brasília, situado no Setor de Recreação Pública Norte, e localizado ao lado do Parque Ecológico Norte e da área destinada ao Setor Residencial Noroeste. Aprovado pelo Decreto nº 19.229, de 12 de maio de 1998, o Plano de Ocupação estabelece o zoneamento da área, seguindo as diretrizes estabelecidas pelo PDOT/97, considerando que a área se encontra em uma Zona Urbana de Consolidação. Tem por objetivo principal promover a sua integração com os setores lindeiros e o atendimento à demanda por áreas de lazer e turismo no Plano Piloto com o aproveitando da infraestrutura existente no local. Considerando o fato de que a área é subutilizada, não se encontra inserida em nenhuma unidade de conservação e apresenta vocação para atividades esportivas em função daquelas desenvolvidas no entorno, o Plano de Ocupação da Área do Camping cria lotes destinados à implantação de parques temáticos, hotéis, atividades esportivas, centros comerciais e prestação de serviços, caracterizando o local como um pólo de lazer, entretenimento e compras. Preserva um trecho para a atividade original e propõe ainda a reorganização da malha urbana de modo a compatibilizá-la com o sistema viário do entorno. • Plano de Ocupação da Área de Expansão Urbana Noroeste Esse documento, base de análise deste estudo ambiental, é estruturado em partes que oferecem uma versão completa do plano de ocupação. A primeira é relativa ao Plano Urbanístico do Setor Habitacional Noroeste, onde se ressalta a importância dessa nova estrutura no contexto urbano da cidade, se explicitam os fundamentos da proposta, norteados pelas diretrizes estabelecidas no documento "Brasília Revisitada". A segunda diz respeito ao Plano Diretor do Parque Burle Marx, elaborado de forma integrada ao bairro, apoiado em consulta às vocações do sítio e ao conjunto de diretrizes estabelecidas pelo Instituto de Ecologia e Meio Ambiente – IEMA (atual Semarh). A terceira diz respeito às diretrizes de ocupação da encosta do ribeirão Bananal, considerado estratégico para a proteção ambiental da área como um todo. Em sua primeira versão, o Plano tinha uma população de projeto (saturação) de 80.000 habitantes. O Decreto nº 21.132, de 14 de abril de 2000, aprovou este Plano de 57 Ocupação do Setor Noroeste. Posteriormente, em função da necessidade de estabelecer um horizonte de 40.000 habitantes (aproximadamente) este Decreto foi revogado pelo Decreto n° 21.893, de 29 de dezembro de 2000. Os itens 3.2.1 e 3.2.2 apresentam o Plano Urbanístico do Bairro e o Plano Diretor do Parque. • Política Habitacional do Empreendimento O Decreto nº 21.202, de 17 de maio de 2000, aprovou a Política Habitacional para o Distrito Federal no período de 1999/2002, que foi formulada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação – Seduh. Com a continuidade da gestão do Governador Joaquim Roriz até o ano de 2006, o documento permanece válido até este período. O objetivo do poder público com esse instrumento é que o mesmo possa ser aperfeiçoado continuamente, a partir de encontros que propiciem o trabalho conjunto do governo e da sociedade civil, de modo a unir esforços para o enfrentamento dos problemas urbanos. A política de desenvolvimento urbano e habitacional proposta para a área de estudo tem como meta a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e é composta de vários programas. As três grandes linhas mestras de atuação do GDF, segundo a Política Habitacional, são a produção e melhoria de habitações e a regularização dos imóveis. A implantação do Setor Noroeste está prevista como um dos objetivos da linha produção de habitações. 2.8 Etapas de Implantação do Empreendimento O empreendimento não apresenta um Plano de Gestão de Implantação. Este é um procedimento que, de modo geral, não vem sendo adotado na política de desenvolvimento urbano do Distrito Federal. O Plano de Gestão envolve os cronogramas de implantação das infra-estruturas associados ao processo de alienação de lotes e projeções estabelecidos pela Terracap. Deve conter ainda o Plano de Arborização, a definição das normas de edificação e gabarito (NGB) dos edifícios a serem construídos, bem como das cotas de soleiras – para que se evitem problemas de implantação do sistema viário, como aconteceu no setor Sudoeste. 2.9 Empreendimentos Associados e Decorrentes Podem ser considerados como empreendimentos decorrentes os projetos e obras de infra-estrutura de saneamento e viária. Eles devem estar associados ao Plano de Gestão (que deverá ser apresentado durante a Licença de Instalação); destacando-se: a) Sistema de abastecimento de água; b) Sistema de esgotamento sanitário; c) Rede de drenagem pluvial que considere a sensibilidade ambiental do ribeirão Bananal e do lago Paranoá; 58 d) Sistema de distribuição de energia elétrica para o setor; e) Projetos de obras de arte (viadutos) previstos na concepção do empreendimento, visando escoar o tráfego resultante de sua implantação; f) O remanejamento de redes de infra-estrutura que interferem com a implantação do empreendimento; g) Recuperação de áreas degradadas durante o processo de implantação – especialmente das áreas de bota-fora; A revisão dos parcelamentos propostos para a área; tais como o terreno da Secretaria de Saúde (destinado ao Hospital de Apoio), os terrenos destinados a hospitais e clínicas de atendimento (sob a propriedade de Particulares); o terreno destinado à CEB (ainda não ocupado) e a possibilidade de acesso viário por meio do Parque Burle Marx, ligando o sistema viário à Asa Norte, demandarão a elaboração de uma estratégia de desmembramento de propriedades (ou revisão das poligonais), como reincorporação de glebas ao patrimônio público. Atualmente o Estatuto da Cidade prevê, como instrumento de gestão urbana, a Operação Urbana Consorciada – que permite a revisão de uma estrutura urbana onde o Poder Público e a iniciativa privada (por meio dos proprietários) estabelecem uma estratégia conjunta de intervenção no espaço urbano proposto. Outros empreendimentos associados importantes para a implantação do setor são: a) A ampliação das faixas de rolamento da DF-003 (Estrada Parque Indústria e Abastecimento); b) A implantação do Parque Burle Marx – que teve sua poligonal ampliada recentemente por meio do Decreto Distrital nº 3280 de 31 de dezembro de 2003, atendendo às diretrizes do plano urbanístico da Área de Expansão Noroeste; c) A definição de um Plano de Ocupação para a encosta do ribeirão Bananal, onde encontram-se situados terrenos oficiais e irregulares. Este Plano envolve a redefinição de normas e gabarito, visando assegurar a integridade dos recursos hídricos e proteger o corredor ecológico ainda existente entre o Parque Nacional e o Lago Paranoá. Resta salientar que o empreendimento prevê a necessidade de proteção dessa gleba, sem contudo, apresentar proposições de uso e ocupação do solo para o local. 59 3 CARACTERIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3.1 Localização do Empreendimento A Área de Expansão Urbana compreende um conjunto de quatro grandes glebas cobrindo uma extensão de aproximadamente 825 hectares. Localizada na Região Administrativa de Brasília – RA I e inscrita no polígono de tombamento do patrimônio cultural, abrange o Parque Burle Marx, o Setor Habitacional Noroeste, o Setor de Recreações Públicas Norte (Camping) e a encosta do Bananal. A decisão de parcelar parcialmente a área do Camping, permitiu um reordenamento geral daquele espaço, criando-se assim as três zonas específicas de intervenção: área do parque, setor habitacional e encosta do Bananal. A área é delimitada ao norte pelo ribeirão Bananal; a noroeste a Estrada Parque Indústria e Abastecimento – EPIA – rodovia que se coloca como limite físico entre a área do empreendimento, de um lado, e o Parque Nacional de Brasília e o Setor de Oficinas Norte – SOF-Norte, de outro; ao sul, o Setor Militar Urbano e o Autódromo (integrante do Setor de Recreação Pública); e a leste o Setor de Grandes Áreas Norte e o Setor Terminal Norte. Conforme o macrozoneamento do Plano Diretor de Ordenamento Territorial – PDOT/97, aprovado pela Lei Complementar nº 17, de 28 de janeiro de 1997, este Setor encontra-se em Zona Urbana de Consolidação. Para essa Zona é prevista a ocupação até o limite de capacidade da infra-estrutura projetada, considerando-se as restrições pertinentes quanto ao Patrimônio Cultural da Humanidade e quanto às questões ambientais e de saneamento. Segundo o § 3º do artigo 20 do PDOT/97, o Poder Executivo deverá induzir a ocupação de áreas ociosas e com disponibilidade de infraestrutura no Setor Noroeste, na Estrada Parque Indústria e Abastecimento, nas áreas do Centro de Atividades do Lago Norte, na orla do Lago Paranoá e nos lotes e projeções não ocupados da Zona Urbana de Consolidação. 3.2 Plano de Ocupação O Plano Urbanístico para a Área de Expansão Noroeste contempla o Plano Urbanístico do Setor Noroeste e o Plano Diretor do Parque Ecológico Burle Marx, concebendo – bairro e parque – como partes articuladas de um mesmo conjunto urbano. O projeto urbanístico do empreendimento é apresentado no Mapa da “Ocupação Urbana Proposta” (volume IV). 60 3.2.1 Plano Urbanístico para o Setor Habitacional Noroeste • Estrutura urbana A proposta urbanística para o bairro foi estruturada pelo lançamento de uma malha viária quadrada com células de cerca de 500 metros de lado, formando grandes unidades residenciais, constituídas pelo agrupamento de quatro superquadras de 250x250 metros. Esses agrupamentos, configurados e delimitados por vias orientadas no sentido norte-sul e leste-oeste, formarão amplas áreas de domínio dos pedestres. Dez superquadras, com edifícios de seis pavimentos sobre pilotis, serão alinhadas ao longo do parque. O contato do bairro com o parque se dará ao longo de uma avenida que terá a dupla função de delimitar o parque e dar acesso ao bairro. Outras dez quadras residenciais serão delimitadas a oeste por uma faixa linear de atividades onde estarão localizados, entre outros usos, postos de saúde, escolas secundárias, escolas parques, clubes de vizinhança, supermercados, praças públicas, cinemas e áreas de lazer. No sentido leste-oeste os conjuntos de cada quatro superquadras serão separados entre si por entrequadras de comércio local servidas por um binário que também dará acesso às superquadras. O comércio local será organizado em prédios semelhantes aos do Comércio Local da Asa Norte, dispostos em linha no interior do binário. Essas vias serão constituídas de um lado pelos blocos comerciais e de outro pelos equipamentos sociais das superquadras: pré-escola, escola de primeiro grau, área de lazer e restaurantes da unidade de vizinhança, dispostos ao longo de um calçadão, sombreado pela faixa arborizada que circunda cada quadra. Aí também serão localizados floristas, bancas de jornal e quiosques, especialmente projetados para abrigar pequenos prestadores de serviços indispensáveis aos moradores, como chaveiros, costureiras, sapateiros, bombeiros e eletricistas. As atividades comerciais deverão ser acomodadas em edifícios de três andares (loja com mezanino e mais dois pavimentos). Deverão ser criadas garagens em subsolo para os moradores, lojistas e funcionários. Esse gabarito também foi atribuído às edificações destinadas às atividades de segurança, saúde e culto, sendo que as últimas poderão contar com torres ou outros elementos de caráter simbólico e expressivo. Para a faixa longitudinal de atividades, que admitirá usos comerciais e residenciais, o plano adota um gabarito de seis pavimentos, cujas normas deverão configurar uma tipologia semelhante àquela adotada nas entrequadras 700 da Asa Norte. • Sistema viário e acessibilidade O sistema viário configura-se basicamente pelo lançamento de três avenidas orientadas no sentido norte-sul: a avenida que delimita o parque e duas avenidas que formam um binário separando as superquadras da faixa longitudinal de atividades. Para assegurar o fácil acesso ao bairro, essas duas avenidas deverão ser interligadas ao Eixo Monumental. Nas superquadras, bem como nas demais áreas, o plano procura privilegiar a circulação 61 de pedestres. O acesso às edificações residenciais será feito através de vias locais. Faixas arborizadas deverão separar as áreas residenciais das vias arteriais. No sentido leste-oeste foram projetados binários viários, separando os conjuntos de quadras, onde estarão localizados os setores de comércio local do bairro. Dois destes binários deverão se conectar com o sistema viário da Asa Norte, atravessando o Parque Burle Marx em desnível. Para a articulação do sistema viário proposto com as vias e rodovias existentes estão previstas a implantação de viadutos em desnível – cuja execução remete à aprovações específicas (licenciamento ambiental), quando efetivamente o setor habitacional estiver em sua fase final de consolidação. • População A população média estimada para cada superquadra é de cerca de 1.800 habitantes. Considerando que é proposta a criação de 20 superquadras a população residente nessas áreas será de aproximadamente 36.000 habitantes. Outra parcela irá residir em edificações de uso misto localizadas nas ruas de comércio local e na área central de atividades. Para essas áreas é estimada uma população de 3.800 habitantes, totalizando, para o bairro, cerca de 39.800 habitantes. • Equipamentos urbanos A estimativa populacional feita pelo plano considera que a área será ocupada por uma população de classe média com características semelhantes a que hoje reside no Plano Piloto, e que deverá demandar os equipamentos discriminados abaixo. Tabela 2 - Estimativa da Demanda de Equipamentos Públicos Comunitários . Equipamento (EPC) Quantidade Área do lote (m2) População a ser atendida p/unidade de equipamento Escola de 2° grau 2 10.000 1.400 Escola de 1° grau 20 5.000 1.050 Pré-escola 20 2.000 300 Centro de saúde 2 2.500 26.666 Corpo de bombeiro 1 3.000 80.000 Delegacia de polícia 1 3.000 40.000 Praça de esporte 3 7.000 - Edifício de culto 4 3.000 10.000 3.2.2 Plano Diretor do Parque Ecológico Burle Marx O Parque Burle Marx foi originalmente criado a partir do Decreto n.º 12.249, de 7 de março de 1990, retificado pelo Decreto nº 13.231, de 4 de junho de 1991, com o nome de Parque Ecológico Norte (PqEN), onde o Governo no Distrito Federal destinou uma área de 175,46 hectares “ao reencontro da população do DF com a natureza e sua 62 paisagem de origem – o Cerrado”. A elaboração do Plano Diretor do Parque foi realizada a partir de uma nova interpretação, quando surgiu a oportunidade de se estabelecer uma integração com o Projeto Urbanístico do Setor de Habitações Coletivas Noroeste. A idéia de se pensar a área como um todo propiciou a condição de criar um “bairro-parque”, onde a implantação do bairro ficou condicionada à implantação do Parque. Essa oportunidade permitiu uma nova configuração desta área de relevante interesse ambiental, paisagístico e recreacional para Brasília. Assim o Parque, que originalmente foi criado com 175 hectares, terá, ao final de sua implantação, cerca de 300 hectares – configurando-se como um importante equipamento público de interesse metropolitano. No contexto urbano, o Plano Diretor proposto para o Parque estabelece que este deve cumprir as seguintes funções: • De proteção da estrutura urbana existente (o Plano Piloto), onde a criação de uma franja verde na parte oeste-norte do Plano Piloto, à similaridade do Parque da Cidade (no lado oeste-sul), garante a necessária proteção da estrutura urbana tombada. Por outro lado, o Lago Paranoá – a franja azul, constitui-se o elemento essencial de preservação do lado leste. • De dotação de novos espaços de recreação e lazer para os moradores da região. As piscinas do Parque Nacional e o Parque da Cidade são atualmente os principais equipamentos de lazer e recreação da Grande Metrópole do DF. Com a ampliação da estrutura urbana, torna-se imprescindível dotar a cidade de mais um equipamento de lazer para atender as necessidades da população; • De preservação ecológica para o ecossistema cerrado do DF. A implantação do Parque Ecológico assegurará a manutenção de um corredor de diversidade biológica (fauna e flora) que interagirá, mesmo com algumas interferências de baixa densidade de ocupação humana, com unidades verdes existentes ou em processo de consolidação, quais sejam: O Parque Nacional de Brasília, a APA do Paranoá, a área próxima ao Setor Policial Sul (onde pretende-se criar o Parque dos Pássaros), o Jardim Zoológico e a ARIE do Riacho Fundo. Esse grande corredor consolida as diretrizes estabelecidasno documento enviado ao programa “Man and Biosphere” da Unesco, quando o Distrito Federal foi enquadrado na categoria de “Reserva da Biosfera” do Cerrado. A Figura 7 apresenta o corredor ecológico, descrito no Plano, entre as unidades ambientais. 63 8 – Parque do Guará 6 – Jardim Zoológico 7 – ARIE do Riacho Fundo 1-Parna Brasília 5 – Parque dos Pássaros 4 – Parque da Cidade 2 – Parque Burle Marx 3 – Parque Olhos D’água 9 – APA do Paranoá Legenda: - corredor ecológico Figura 7– Corredor ecológico de diversidade biológica que interagirá com unidades verdes existentes ou em processo de consolidação. Assim, para atender plenamente essas funções, essa unidade ambiental terá os seguintes objetivos: • Assegurar a preservação do patrimônio ambiental e urbanístico da cidade; • Promover a recuperação e preservação ambiental da área; • Permitir a integração com as áreas urbanas e áreas verdes contíguas; • Garantir a realização de atividades bucólicas; • Assegurar condições para a realização de educação ambiental; • Dotar sistemas de infra-estrutura de saneamento ambiental que considere a fragilidade dos recursos hídricos do DF; • Instalar atividades culturais e científicas ligadas à ecologia do bioma Cerrado; 64 • Proporcionar lazer e recreação para a população em diferentes faixas etárias; • Realizar atividades esportivas e eventos populares; • Instalar atividades burocráticas e administrativas, em especial a sede da Semarh. O novo desenho para o parque é resultante da incorporação de áreas consideradas estratégicas para seu efetivo funcionamento. As áreas incorporadas são as seguintes: • A incorporação parcial do terreno destinado ao Camping de Brasília (de 74,9 hectares). Localizado no Setor de Recreações Públicas Norte, consubstanciado pela planta PR 96/1, cujas normas estão estabelecidas na NGB (Normas de Uso e Gabarito) 62/86 e MDE (Memorial Descritivo) 054/98. Este MDE é um Plano de Ocupação que estabelece zonas diferentes deocupação com lotes de diferentes dimensões e usos específicos. Este novo parcelamento, realizado em 1998, objetivou propiciar a instalação de grandes empreendimentos de hotelaria, entretenimento e lazer, considerando o desvirtuamento de suas finalidades e a ociosidade de sua ocupação. Posteriormente, no âmbito governamental, esse projeto foi revisto pela necessidade de se manter, ao menos temporariamente, as instalações existentes do Camping e se resguardar esse setor à implantação do bairro habitacional – como previsto no Plano Brasília Revisitada. Assim, ao analisar o projeto como um todo (bairro e parque), constatou-se que duas glebas do antigo Camping poderiam ser integradas ao novo contorno do Parque: uma de 54,9 hectares, no alinhamento da adutora da Caesb; e outra de 20 hectares, onde hoje estão as principais instalações de acampamento. • O terreno do depósito de carros apreendidos do Detran. O atual lote destinado ao Departamento de Trânsito – onde predomina a função de depósito de veículos apreendidos impede a criação de um acesso principal ao Parque voltado para a área Central da cidade - na via que circunda o autódromo e liga a Asa Norte (na altura das Quadras 907/908) ao Palácio do Buriti. Este lote, localizado no Setor de Administração Municipal (SAM) está consubstanciado pela planta SAI-N PR 165/1. • A faixa de área aos fundos do Setor Terminal Norte (916 Norte), de 17,6 hectares aproximadamente, hoje pertencente à Terracap, possui um dos trechos de vegetação nativa mais preservados da região. Sua incorporação aos limites do Parque Burle Marx é importante para assegurar um corredor verde contínuo com a vegetação ciliar do ribeirão Bananal. A proposta para o Plano Diretor do Parque ajusta-se à idéia de integrá-lo ao Setor de Habitações Coletivas Noroeste, propiciando a criação de um “bairro-parque”, assim como na compatibilização da relação do Parque com as atividades existentes em seu entorno imediato, na necessidade de preservar a vegetação nativa remanescente e de promover a recuperação de áreas degradadas, condicionantes associados às conformações naturais do relevo, e define cinco zonas com as seguintes características de uso e ocupação do solo: Zona 1 – Atividades esportivas e culturais – abrigará toda a parte desportiva e de realização de shows e eventos musicais, artísticos e/ou religiosos. Sua localização permite que os equipamentos a serem implantados complementem aqueles existentes no 65 Setor de Recreação Pública Norte. Zona 2 – Produção de mudas e de recuperação ambiental – de estratégico interesse para a sustentabilidade ambiental da microbacia hidrográfica abrigará a estação de reúso da água a ser utilizada no parque. Esta zona deverá prover os espaços necessários à produção de mudas nativas que utilizarão a água da estação de reúso. Esta atividade servirá ao propósito de ampliar o mercado de espécies nativas e exóticas adaptadas e auferir renda para a manutenção do parque sob a forma de “lotes de produção”, que, por concessão de uso, poderão ser explorados pela iniciativa privada. O “acesso metropolitano” ao parque será integrado a essa zona, localizado no lote hoje pertencente ao Detran, podendo abrigar atividades que demandem grande afluxo de pessoas, tais como circos, parques de diversões, em separado da estação de reúso de água e dos viveiros. Zona 3 – Administração – de fácil acesso, é uma zona degradada com cerca de 6 hectares, a ser urbanizada e recuperada. Deverá abrigar a sede da Semarh e da Administração do Parque, poderá também abrigar o Museu de Ecologia do Cerrado e o Museu da Ciência. Zona 4 – Atividades recreativas, científicas e de ensino – Delimitada pelas duas vias transversais de ligação da Asa Norte com o bairro Noroeste, permitirá instalar um conjunto de atividades que caracterizam um parque urbano (espaços destinados à vivência, à contemplação e ao lazer), permitindo ainda o desenvolvimento de atividades educativas – Escola Parque da Natureza (ou de Educação Ambiental). Zona 5 – Preservação – com vegetação bastante preservada, delimita a área de preservação do Parque, onde poderão ser instalados trilhas ecológicas e eventuais viveiros de pássaros silvestres apreendidos, como estação para reintrodução de aves nas Unidades de Conservação do DF. O projeto pretende que a implantação do parque aconteça de forma integrada à ocupação do Bairro, propiciando a ocupação da última gleba remanescente do polígono de tombamento de Brasília em atendimento as diretrizes ambientais e urbanísticas estabelecidas. Com relação ao sistema viário o Plano Diretor do Parque propõe organizá-lo em dois níveis. O primeiro, externo, lançado ao longo de seu perímetro, integra-se ao sistema viário da Asa Norte e do Setor Noroeste, delimitando e provendo de acesso o Parque e propriedades vizinhas. Os estacionamentos deverão ser localizados em alguns pontos desse anel perimetral. No segundo nível prevê a implantação de via interna destinada à circulação de veículos de segurança e manutenção e ao tráfego de bicicletas e pedestres. O Plano propõe ainda que, no sentido leste-oeste, duas vias localizadas no comércio local do bairro Noroeste façam a conexão com a Asa Norte, atravessando o Parque em desnível. Ao todo foram previstos seis acessos ao Parque. A Figura 8 apresenta o Zoneamento do Parque Burle Marx. 66 Figura 8 - Plano Diretor do Parque Burle Marx - Zoneamento. 67 3.3 Descrição Sintética das Principais Características da Área do Projeto A Área de Expansão Urbana Noroeste passou por um processo de ocupação desordenado, caracterizado pela criação dispersa de glebas e lotes. O sítio tem sofrido diversas agressões, como ocupações irregulares, exploração irregular e inadequada de cascalho e areia, depósitos de entulhos e processos erosivos, que provocam impactos negativos no meio ambiente. A área apresenta localização privilegiada na Asa Norte – Plano Piloto. Está próxima a áreas de emprego e serviços e de equipamentos educacionais e de saúde. Em suas adjacências estão ainda localizados importantes recursos naturais e recreativos do DF, como o Parque Nacional de Brasília, onde se encontram as nascentes dos córregos do Acampamento e Bananal e do ribeirão do Torto, tributários do lago Paranoá; e o autódromo e o Centro Esportivo de Brasília. O sítio é bem servido de infra-estrutura de saneamento e de energia elétrica, além de contar com bom sistema viário de interligação com a cidade. Com relação à situação fundiária, a gleba em sua quase totalidade é de propriedade da Terracap, com exceção dos lotes citados no item 2.3.1 e da encosta do Bananal, administrada pela Secretaria de Estado de Agricultura e Produção do DF. A área está inserida na bacia do lago Paranoá e drena, em quase sua totalidade para o ribeirão Bananal. Originalmente, parte da gleba tinha sua drenagem para o ribeirão do Acampamento, que posteriormente foi interrompida com a construção da EPIA. Um pequeno trecho da área – localizado na porção sul, tem drenagem para o Lago Paranoá – por meio da Asa Norte. O relevo se apresenta de plano a ondulado suave, com cotas variando de 1.100 m a 1.140 m, tendo fluxo pronunciado no sentido noroeste e topografia constante sem rupturas em seu declive. Apresenta áreas de inundação entre o córrego do Acampamento até o encontro com o ribeirão Bananal, estendendo-se até a foz com o lago Paranoá. A topografia da área é favorável à urbanização, predominando declividades que não ultrapassam os 3%. O terreno do Parque Burle Marx apresenta declividades máximas em torno de 5%. A vegetação original é o cerrado lato sensu, porém mais da metade da área encontra-se degradada, mas ainda cumpre importante papel para a migração de avifauna, advindas especialmente do Parque Nacional e do lago Paranoá. 68 3.4 Descrição da Interligação com a Área já Urbanizada Com o objetivo de evitar a constituição de áreas estanques e divorciadas o Plano Urbanístico propõe a integração do sistema de circulação do novo bairro com a malha viária do DF, articulando-o às áreas urbanas já existentes. Para isso, leva em consideração os fluxos a serem gerados pelos moradores do bairro em direção à Asa Sul e à área central da cidade, sem desprezar sua estreita relação com o Parque Burle Marx e a Asa Norte. Três vias do bairro foram lançadas no sentido norte-sul. A primeira delas delimita o parque e a segunda constitui um binário ao longo do qual foi localizado o centro do bairro. Para assegurar o fácil acesso ao bairro e o rápido escoamento de fluxos de tráfego casa-trabalho e trabalho-casa dos futuros moradores do bairro, o Plano propõe que estas duas vias sejam interligadas ao Eixo Monumental, em ponto pouco abaixo da praça do Buriti. Esta solução também deverá possibilitar a articulação do Parque da Cidade com o Parque Burle Marx, por ciclovias e passeios de pedestres. Estas vias serão também interligadas à EPIA. No sentido leste-oeste foram projetadas vias que separam os conjuntos de quadras e onde estarão localizados os setores de comércio local do bairro. Duas destas vias deverão se conectar com o sistema viário da Asa Norte, atravessando o Parque em desnível. Estas conexões possibilitarão a integração das duas áreas urbanas facilitando o acesso dos moradores do Noroeste aos serviços e equipamentos já existentes na Asa Norte, entre os quais cabe destacar as universidades, a rede de escolas de primeiro e segundo graus, além do diversificado comércio da Avenida W3 e entrequadras comerciais locais. 3.5 Áreas de Preservação Legal e de Servidão 3.5.1. Áreas de Preservação Permanente (APP) As Áreas de Preservação Permanente (APPs), definidas no artigo 2º do Código Florestal, são florestas e demais formas de vegetação natural situadas ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água, com largura que varia de 30 metros a 500 metros conforme a largura do curso d’água; ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais; nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinquenta) metros de largura; no topo de morros, montes, montanhas e serras; nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive; nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação. Em áreas urbanas, no entanto, devese observar, também, o disposto nos Planos Diretores, desde que não afete os limites estabelecidos na Lei. O Poder Público pode declarar como áreas de preservação permanente as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas a atenuar a erosão das terras; a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; a assegurar condições de bem-estar 69 público, entre outros usos definidos na Lei. É permitido, no entanto, após prévia autorização do Poder Executivo Federal, a supressão parcial ou total dessas áreas quando for necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social. Na área de influência direta, ressaltamos, especialmente, a importância de duas Áreas de Preservação Permanente: as matas de galeria do ribeirão Bananal e do córrego Acampamento. 3.5.2 Unidades de Conservação Na área de influência do empreendimento, estão localizadas as seguintes unidades de conservação, conforme definição do SNUC: APA do Planalto Central, Parque Nacional e APA do Lago Paranoá. Na área de influência está inserido, também, o Parque Ecológico Burle Marx, que apesar de não ser uma Unidade de Conservação definida pelo SNUC, é uma importante área protegida segundo legislação do DF. O item 4.3.1 descreve cada uma dessas áreas protegidas. A Resolução Conama nº 13/90 determina uma faixa de proteção de 10 km no entorno de unidades de conservação. Essa faixa tem que ter seu uso disciplinado pelo órgão ambiental competente. O item 2.6, que trata de legislação aplicada ao empreendimento, descreve as áreas protegidas que estão em um raio de 10 km do empreendimento. 3.5.3 Área de Valor Histórico e Cultural O valor histórico e cultural de Brasília é reconhecido tanto pela população do Distrito Federal, quanto em níveis nacional e internacional, cabendo-lhe desta forma níveis diferentes de preservação e de responsabilidade quanto a sua manutenção e permanência. A região destinada à implantação da Área de Expansão Urbana Noroeste localiza-se dentro do perímetro de tombamento (Figura 9) e, mais especificamente, dentro da faixa de proteção proposta pela Unesco. 3.5.4 Faixa de servidão A poligonal de estudo é atravessada por diversas redes de água, esgoto, drenagem e energia elétrica, conforme pode ser verificado no Mapa de Infra-Estrutura – volume IV. 70 Figura 9 - Polígono da área tombada. Figura 8: 5 0 5 Km NO R O ESTE UR BAN A EX P A N S à O ÁREA DE R IM A E IA ÁR E A TO M BA D A S e t or H a b ita c io na l P a r q ue B u r le M a rx P o lí g o n o d a á r e a t o m b a d a L e g e nd a N NW NW 71 Foram solicitadas às empresas concessionárias informações sobre a dimensão das faixas de servidão das respectivas redes, no entanto, até a presente data as mesmas não se pronuciaram. Sabe-se, porém, que de acordo com a Lei Federal de parcelamento (nº 6766/79), quando não houver definição explícita do poder público, a faixa de servidão de redes de infra-estrutura urbana é de 15 metros. A rodovias do Distrito Federal têm suas faixas de domínio definidas pelo Decreto nº 19.577, de 28 de agosto de 1998. Nesse Decreto são classificadas as faixas de domínio das rodovias do Sistema Rodoviário do Distrito Federal em quatro grupos sendo que a EPIA pertence ao Grupo I. As rodovias do Grupo I têm faixas de domínio com largura de 130 (cento e trinta) metros, divididos simetricamente em relação ao eixo do canteiro central. Ainda segundo o Decreto, os limites das faixas de domínio das rodovias situadas em região com locação de áreas urbanas marginais já definidas serão fixados levando-se em consideração as plantas de zoneamento de setorização do projeto de urbanização aprovado pela Subsecretaria de Desenvolvimento Urbano e Preservação – Sudur. Nas faixas de domínio dessas rodovias, atendendo ao disposto na Lei Federal nº 6.766/79, deverá ser obrigatória a reserva de uma faixa “non aedificandi” de 15 (quinze) metros de cada lado da faixa de domínio, salvo maiores exigências da legislação específica. 3.6 Processo de Implantação A implantação do novo bairro e o desenvolvimento do Plano Diretor do Parque Burle Marx demandam ações de gestão urbana e ambiental que devem ser adequadamente tratadas. Para enfrentar estas questões faz-se necessário criar mecanismos de administração da implantação do bairro e de acompanhamento dos desdobramentos do plano diretor do parque. A regularização fundiária dos lotes de propriedade pública ou de terceiros localizados na área do bairro e do parque está entre as questões a serem tratadas com prioridade. Para efeito de uma primeira e preliminar análise as diversas situações fundiárias foram aqui agrupadas nos setores do bairro, do parque e da encosta do Bananal. O processo de implantação do bairro implica também em providências e negociações relativas à infraestrutura e aos equipamentos que o bairro necessitará para o seu funcionamento. 3.6.1. Área Residencial (ou Bairro Noroeste) A implantação do Plano Urbanístico do Bairro Noroeste, tal como proposto, pressupõe uma série de “operações urbanas" conduzidas no sentido de adaptar a situação fundiária dos terrenos existentes na área aos usos e gabaritos determinado no projeto. Na área estão assentados vários terrenos com usos e localizações que serão alterados pelo Plano Urbanístico, configurando diversas situações que, por suas características, deverão ter 72 um tratamento diferenciado e adequado às suas circunstâncias específicas. Nesse sentido são identificadas as três seguintes situações: • Terrenos de terceiros Esta é a situação de três lotes dispostos ao longo da via de acesso ao Hospital de Apoio (identificados no Mapa de Uso e Ocupação do Solo com as letras A, B e C). São eles: - SHCNW - Setor Habitacional e Comercial Noroeste, lote 1 (Letra A no Mapa de Uso e Ocupação do Solo)– destinado a hospital psiquiátrico – consubstanciado pela planta SAI-N, PR 7/6, cujas normas estão estabelecidas na mesma PR e complementadas pelo GB 008/1 (lote ocupado); - SHCNW lote 2 (Letra B no Mapa de Uso e Ocupação do Solo)– destinado a hospital psiquiátrico – consubstanciado pela planta SAI-N, PR 7/6, cujas normas estão estabelecidas na mesma PR e complementadas pelo GB 008/1 (lote desocupado); - SHCNW lote 3 (Letra C no Mapa de Uso e Ocupação do Solo) – destinado a hospital psiquiátrico – consubstanciado pela planta SAI-N, PR 7/6, cujas normas estão estabelecidas na mesma PR e complementadas pelo GB 008/1 (lote ocupado com invasão de área pública); Os três lotes, por sua localização, conflitam com a nova estrutura proposta e deverão ser desconstituídos, por meio de projeto de lei a ser aprovado na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Na legislação urbanística do DF existem vários instrumentos que possibilitam que a Terracap negocie com os proprietários a incorporação dessas glebas à nova estrutura urbana. O processo de negociação poderá ser feito através de desapropriação, permuta por terrenos a serem criados em decorrência do Plano Urbanístico ou aplicação de outorga onerosa do direito de construir e de mudança de uso. A outorga onerosa do direito de construir é prevista pelas Leis n° 1.170/96 e nº 1.832/98, e a outorga onerosa da alteração de uso é prevista pela Lei Complementar nº 294/2000. Esse Instrumento diferencia-se dos tradicionais aplicados (desapropriação e permuta) porque evita que o Poder Público aporte recursos para dispor dos lotes privados. Ao contrário, são os proprietários que aportam recursos como compensação das mudanças de uso e gabarito. • Área da Secretaria de Saúde A proposta apresenta uma pequena interferência de divisa com um canto não edificado do lote do Hospital de Apoio, da Secretaria de Estado da Saúde, implicando apenas uma desconstituição parcial e não importante que, todavia, deverá ser objeto de desapropriação. Este lote, localizado no SHCNW lote 4 (Letra D no Mapa de Uso e Ocupação do Solo), é consubstanciado pela planta SAI-N PR 7/6, cujas normas estão estabelecidas na mesma PR e complementadas pelo GB 008/1 (lote ocupado como Hospital de Apoio e o Departamento de Zoonoses da Secretaria de Saúde); 73 • Terrenos do parcelamento do Camping Esta é relativamente a mais simples das três situações aqui identificadas. Os terrenos criados com o parcelamento do Camping (MDE 054/98), com exceção dos ocupados pelo Albergue da Juventude e pelo Clube de Ultraleves, não foram ainda vendidos e continuam sendo de propriedade da Terracap, o que facilita a necessária revisão desse parcelamento. 3.6.2. Parque Burle Marx Como mencionado, a poligonal do Parque foi ampliada atendendo às diretrizes do Plano Urbanístico proposto. Alguns terrenos, porém, não puderam ser incorporados ao Parque porque foram alienados à terceiros – especialmente o Lote da Secretaria de Educação no SGAN G. 912. O processo de incorporação desse terreno à poligonal do parque, seria muito importante, pois permitiria estabelecer um grande acesso ao Parque pela Asa Norte. Na proposta original, a incorporação do terreno ao Parque permitiria a instalação de uma escola de educação ambiental no interior do parque. O desenvolvimento do plano diretor do parque depende também de medidas de administração fundiária – que estão em curso, de algumas áreas que estão contidas no espaço delimitado pelo seu novo perímetro. As áreas que deverão ser incorporadas à área do parque são relacionadas a seguir: • Depósito de veículos do DETRAN O lote do DETRAN, localizado no SAM (Setor de Administração Municipal), está consubstanciado na planta SAI-N PR 165/1 (Letra J no Mapa de Uso e Ocupação do Solo), cujas normas estão estabelecidas na mesma PR. Este terreno deve ser desapropriado e/ou remanejado para local mais adequado a depósito de veículos. Algumas áreas podem sediar essa atividade, entre elas destacam-se: - um terreno ao longo da EPIA, podendo se instalar no Setor de Oficinas sul ou norte (SOF), ou mesmo em área do Setor Noroeste; - ao longo da via Estrutural, ou no Setor de Transporte Rodoviário de Cargas (STRC) ou no Setor Complementar Indústria e Abastecimento (SCIA); - ao longo da EPNB, em terreno próximo à Área de Desenvolvimento Econômico (ADE) de Águas Claras. • Área da Terracap no extremo norte Como essa gleba pertence à Companhia Imobiliária sua incorporação ao Parque se dará por ato do executivo (decreto), após apreciação do Conselho de Administração da Terracap. 74 • Área do parcelamento do Camping Como no caso do bairro residencial, a revisão do parcelamento prevista na URB 054/98 é simples, pois os lotes ainda estão sob o controle da Terracap. 3.6.3. Encosta do Bananal Durante o processo de planejamento da área constatou-se que o vale do ribeirão Bananal, a partir da EPIA até ao delta do Lago Paranoá, tem um importante papel no contexto da preservação ambiental da região. Esse vale, hoje ocupado de forma rarefeita, assim deve ser mantido, visando a preservação da qualidade dos recursos hídricos que deságuam no Lago, e a proteção do corredor de avifauna que circula entre o Parque Nacional, o Parque Burle Marx e o estuário do Lago Paranoá. Pelo interesse ambiental, a ocupação da área deve ser restrita a usos e atividades com pequena taxa de ocupação do solo, de baixa densidade e elevada taxa de permeabilidade, a fim de evitar o assoreamento do canal. Parte dessa encosta, degradada pelas obras de drenagem urbana e pela atividade de botafora da construção civil, localizada próximo à EPIA deve ser recuperada, especialmente sua cobertura vegetal. As obras subseqüentes de drenagem urbana do futuro bairro devem ser licenciadas pelo órgão ambiental para assegurar medidas preventivas contra o possível assoreamento. Uma das medidas de minimização dos impactos negativos provocados pela drenagem é a necessidade de tratamento das águas pluviais (gradeamento, desarenação e, se necessário, decantação primária), caso, após aprovaçãodo projeto, haja lançamentos no córregoBananal. Esse tratamento, que seria considerado inédito na história da engenharia pluvial do DF, cumpriria o propósito de minimizar o aporte de fósforo ao Lago e evitar a elevação do nível do canal superficial e, conseqüentemente, proteger a mata ciliar local. Estudos aprofundados sobre a sensibilidade ambiental dessa área foram desenvolvidos pelo Relatório de Impacto de Vizinhança (RIVI) do Complexo de Excelência em Saúde, empreendido pela Terracap e elaborado pela Simbios Consultoria Ambiental (TERRACAP & SIMBIOS, 2000). Esse estudo concluiu pela necessidade de preservação da encosta do ribeirão Bananal, com vistas a proteger a área de possíveis intenções que não coadunem com o status ambiental, sugerindo, ao invés da implantação de parcelamento destinado a instalações de saúde, a criação de uma unidade ambiental (Área de Relevante Interesse Ecológico ou mesmo um Parque Ecológico Encosta do Bananal) que envolvesse toda a vertente norte das margens do córrego até ao balão do Torto. Segundo o estudo, a Encosta do Bananal deve ser conservada isenta da possibilidade de apropriação direta de seus recursos remanescente como última tentativa de proteção desse importante corredor ecológico inserido em área urbana. Vale salientar que esta proposta não foi implementada. 75 O equacionamento das questões deste setor deverá envolver a Secretaria de Agricultura, que é a atual ocupante da área, a Terracap que detém a propriedade e o Ibama face à ligação com o Parque Nacional. 3.7 Situação Fundiária A situação fundiária do empreendimento é descrita em trabalho realizado pelo IPDF (órgão que antecedeu à Sudur/Seduh), em 19997, quando foram consultadas as fichas de cadastro da Terracap e realizados trabalhos de campo. O Setor Noroeste (SHCNW), área anteriormente identificada como Setor de áreas Isoladas Norte e Noroeste, estava destinado, na década de 1960, aos lotes dos cemitérios Norte, Israelita e Serviço Funerário. O Decreto que aprovava estas destinações foi revogado, permitindo um novo parcelamento para a área. A gleba, como um todo, é desapropriada, pertencente à Terracap, contudo existem lotes registrados e aprovados por Decreto no interior da área que condicionam a elaboração do projeto de urbanismo para o setor. Esses lotes estão descritos a seguir e apresentados no Mapa de Uso e Ocupação do Solo (Voume III). a) Lotes registrados em cartório e não ocupados: - - - - - - SHCNW lote 2 (Letra B no Mapa de Uso e Ocupação do Solo) – destinado a hospital psiquiátrico, conforme planta SAI-N, PR 7/6. As normas deste lote estão registradas na mesma planta (na época do registro era usual estabelecer normas e gabarito na própria planta de parcelamento – PR). SHCNW lote 5 (Letra E no Mapa de Uso e Ocupação do Solo) – destinado a hospital psiquiátrico, conforme planta SAI-N, PR 7/6. As normas deste lote estão registradas na GB 0008/1. SHCNW lote 6 (Letra F no Mapa de Uso e Ocupação do Solo) – destinado a hospital psiquiátrico, conforme planta SAI-N, PR 7/6. As normas deste lote estão registradas na GB 0008/1. SHCNW lote sem número (Letra G no Mapa de Uso e Ocupação do Solo) – destinado à Polícia Militar do DF, conforme planta SAI-N, PR 155/1, que também registram as normas e gabarito. SHCNW lote sem número (Letra H no Mapa de Uso e Ocupação do Solo) – lote destinado à Companhia Energética de Brasília (CEB), conforme planta SAI-N, PR 155/1, que também registram as normas e gabarito. STN lote h (Letra I no Mapa de Uso e Ocupação do Solo) – destinado à Polícia Civil, conforme planta SAI-NW, PR 26/1. As normas deste lote estão definidas pela NGB 145/96. 7 O trabalho intitula-se “Relatório da situação fundiária e destinaçãodos lotes na área de grande influência do projeto para o Setor Noroeste”, elaborado pelo Arquiteto Lucas Kanyó e colaboradores – todos servidores do IPDF. 76 b) Lotes registrados em cartório e ocupados. - - SHCNW lote 1 – destinado a hospital psiquiátrico, conforme planta SAI-N, PR 7/6. As normas deste lote estão registradas na mesma planta – PR, mas foram complementadas pelo GB 0008/1. STN lote g – destinado ao Corpo de Bombeiros, conforme planta SAI-NW, PR 57/1. As normas deste lote estão definidas pela NGB 145/96. SAM lote destinado ao DETRAN (Letra K no Mapa de Uso e Ocupação do Solo), conforme planta SAI-N, PR 165/1. As normas deste lote estão definidas na mesma PR. c) Lotes resgistrados em cartório e implantados com ocupação de área pública. - - SHCNW lote 3 – destinado a hospital psiquiátrico, conforme planta SAI-N, PR 7/6. As normas deste lote estão registradas na mesma planta – PR, mas foram complementadas pelo GB 0008/1. SHCNW lote 4 – da Secretaria de Saúde, destinado originalmente à implantação do Hospital de Base, e hoje ocupado parcialmente com o Hospital de Apoio, Departamento de Zoonoses e Canil. O lote está resgistrado na planta SAI-N, PR 7/6. As normas deste lote estão registradas na mesma planta – PR, mas foram complementadas pelo GB 0008/1. Outro aspecto que merece atenção é a situação do Parque Ecológico Burle Marx e o Camping de Brasília. A área do parque está registrada pela planta de parcelamento URB 025/90 (Parque Ecológico Norte), com aproximadamente 174 hectares, e não possui normas. Recentemente a Comparques, à luz do plano urbanístico da Área de Expansão Urbana Noroeste, ampliou os limites do Parque sem que, se fosse providenciado o registro em cartório de uma nova planta de parcelamento. Verifica-se, no caso do Parque a necessidade premente de regularização fundiária com vistas à efetiva implantação do mesmo. O Camping de Brasília, localizado no Setor de Recreações Públicas Norte (SPRN), teve sua delimitação originalmente registrada na PR 96/1, e as normas e usos estabelecidos pela NGB 62/86 e no MDE (Memorial Descritivo) 054/98. Este MDE consubstancia a elaboração de um novo plano de ocupação para o Camping, definindo zonas de ocupação de diferentes dimensões, usos e normas. Nesta proposta há a possibilidade de subdivisão das zonas em sub-zonas – as quais devem ser repassadas por meio de concessão de uso. Segundo o MDE 054/98, as zonas que compõe o Camping são: - Zona 1 – destinada a entidades recreativas, culturais e desportivas, como determina o MDE 054/98. - Zona 2 – destinada a entidades recreativas, culturais, desportivas e estabelecimentos hoteleiros como camping e albergue, como determina o 77 referido memorial. Nesta zona registra-se a implantação do albergue da juventude. - Zona 3 – Camping de Brasília, como estabelecido pela SAI-N PR 96/1. - Zona 4 – Escola de pilotagem de ultraleve, como definido no MDE 054/98. Ressalta-se que a escola de pilotagem implantada excede os limites definidos na concessão de uso. Segue-se a listagem de plantas, os memoriais descritivos e as normas consultadas: - Planta SAI-N, PR 07/6, registrada em cartório e aprovada pelo Conselho de Administração da Novacap na sua 497a sessão, no dia 14de fevereiro de 1968. - Planta SAI-NW, PR 26/1, registrada em cartório e aprovada pelo Decreto “E” 392 de 12 de junho de 1968. - Planta SAI-NW, PR 57/1, registrada em cartório e aprovada pelo Decreto no 1.681 de 28 de abril de 1971. - Planta SAI-N, PR 87/1, registrada em cartório e aprovada pelo Decreto no 2.205 de 26 de fevereiro de 1973. - Planta SAI-N, PR 96/1, registrada em cartório e aprovada pelo Decreto no 2.544 de 12 de fevereiro de 1974. - Planta SAI-N, PR 155/1, registrada em cartório e aprovada pelo Decreto no 3.908 de 25 de outubro de 1976. - Planta SAI-N, PR 165/1, registrada em cartório e aprovada pelo Decreto no 4.197 de 7 de junho de 1978. - Planta URB 025/90, registrada em cartório e aprovada pelo Decreto no 12. 249 de 21 de março de 1990, publicado no DODF 054. - Planta URB 054/98, registrada em cartório e aprovada pelo Decreto no 19.229 de 13 de maio de 1998, publicado no DODF 088. - Memorial Descritivo MDE 054/98, registrado em cartório e aprovado pelo Decreto no 19.229 de 13 de maio de 1998, publicado no DODF 088. - Norma GB 0008/1 aprovada pelo Decreto no 7.937 de 23 de março de 1994, publicado no DODF 058. - Norma NGB 145/96 aprovada pelo Decreto no 17.820 de 14 de novembro de 1996. Como se verifica a implantação efetiva do projeto de parcelamento demanda, por parte do Governo do Distrito Federal (por intermédio da Terracap) uma ação de regularização 78 fundiária que considere a necessidade de remanejamento, supressões, negociações com terceiros e novos registros cartoriais. Ver Mapa de Uso e Ocupação do Solo (Figura 49, página 217 deste volume) no EIA Volume IV (Mapas). 4 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE ESTUDO Entende-se por meio ambiente o conjunto de condições e influências externas circundantes, que interagem com um organismo, uma população ou uma comunidade, e que por fim determinam sua forma, caráter, relações e sobrevivência. Assim, meio ambiente inclui um complexo de fatores físicos, sociais, culturais, econômicos e estéticos de uma determinada área ou região, tais como clima, solo, topografia, características geológicas e geomorfológicas, níveis de ruídos, qualidade do ar e das águas, vegetação e fauna, características demográficas, facilidades de serviços e equipamentos básicos, estrutura produtiva e aspectos de saneamento básico, entre outros. Impacto sobre o meio ambiente significa qualquer alteração nas condições ambientais naturais ou criação de um novo conjunto de condições ambientais, causado ou induzido por determinadas ações. Assim, num estudo de avaliação de impactos, especial atenção deve ser dada aos fatores ambientais mais evidentemente afetados com o empreendimento e aos locais críticos de uso e ocupação, os quais serão detectados através de um diagnóstico atual da área em estudo. O diagnóstico ambiental é a etapa de estudo onde são inventariadas todas as dimensões da sustentabilidade ambiental e analisados os processos e estados de preservação e degradação dos fatores do meio físico, biótico e socioeconômico. O presente estudo refere-se à caracterização dos meios físico, biótico e socioeconômico do empreendimento, sendo parte integrante do Estudo de Impacto Ambiental. O referido estudo é um instrumento de avaliação ambiental peculiar à implantação de atividades potencialmente poluidoras e/ou que possam promover impactos sobre o meio ambiente e sobre o entorno próximo (às atividades já implantadas, ao meio natural e às redes e aos sistemas de infra-estrutura urbana já implantados). 4.1 Definição da Área de Estudo A análise dos impactos ambientais de um empreendimento sobre o meio ambiente deve ser precedida da delimitação de áreas de influência onde as relações do empreendimento se farão sentir com repercussões de suas ações sobre os fatores ambientais, em especial, sobre os meios físico, biológico e socioeconômico. A legislação ambiental brasileira estabelece que o estudo de impacto ambiental deverá 79 definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica em que se localiza (Resolução Conama nº 001/86). Esta delimitação, ao contrário do que possa parecer, é tarefa complexa, tendo em vista as variáveis envolvidas. Existem diversos critérios de delimitação de áreas de influência, mas qualquer que seja adotado deve contemplar os diversos fatores ambientais impactados ou que venham a sofrer interferências por ações do empreendimento. Dentro desses critérios, empregados de forma universal, podem ser citados os políticoadministrativo-institucionais, os físico-ambientais, os socioeconômicos, o de distâncias fixas pré-estabelecidas - ficando o empreendimento no centro de uma área delimitada -, o de unidades ambientais, entre outros. Segundo Bolea8 (1984) há que se considerar também que, dependendo do fator analisado, a delimitação das áreas de influência assume contornos próprios – necessário ao entendimento da dinâmica do próprio fator. Considerando os aspectos acima comentados, são propostas áreas de influência descritas a seguir: Área de Estudo: foi definida no Termo de Referência como a área onde será implantado o empreendimento, compreendendo assim, a poligonal da Área de Expansão Urbana Noroeste. Área de Influência Direta (AID): foi definida como a área onde deverão ser geradas alterações diretas decorrentes da implementação das obras e sua posterior ocupação e uso. Pelas características do projeto, a AID incorpora: • pelo limite norte: o trecho que vai até o ribeirão Bananal, que recebe a drenagem da área definida para o Setor; • pelo limite leste: o Parque Burle Marx; • pelo limite sul: o Setor de Recreação Pública Norte (Camping); • pelos limites sudoeste e noroeste: é estabelecida uma faixa de 500 metros, definida como entorno segundo critérios urbanísticos, correspondendo à distância ideal a ser percorrida por pedestres. Com isso são incorporados à Área de Influência Direta um trecho do Setor Militar Urbano, o Setor de Oficinas Norte e um trecho do Parque Nacional, onde essa faixa se alarga, chegando a aproximadamente 1.000 metros, de modo a abranger a totalidade da área aberta à visitação pública nessa unidade de conservação. Área de Influência Indireta (AII): Tradicionalmente, por recomendação da legislação ambienal e por definição dos termos de referência que norteiam a elaboração de um 8 BOLEA, M. Tereza, Evaluación del impacto ambiental, Fundación MAPFRE, Madrid, 1984. 80 EIA/RIMA, a delimitação da AII coincide com a microbacia hidrográfica onde está inserido o empreendimento analisado. Contudo, a equipe multidisciplinar optou definir novos limites para a AII de Referência9, considerando a especificidade deste empreendimento, que está inserido entre uma área urbana consolidada cuja concepção urbanística está tombada pelo patrimônio histórico; e uma importante unidade de conservação – que abriga a barragem de Santa Maria, que se destina ao abastecimento de siginifactiva parte da população do DF. Caso fosse adotado o conceito de microbacia, a área de influência indireta abrangeria apenas a microbacia do córrego Bananal (Figura 9), e parte da Asa Norte do Plano Piloto, não permitindo um entendimento mais abrangente da dinâmica que envolve o empreendimento. As Figuras 10, 11, 12 e 13 ilustram as possibilidades analisadas para a definição da AII, quais sejam: Figura 10: ilustra a influência do empreendimento adotando o conceito de microbacia hidográfica; Figura 11: ilustra os limites do córrego Bananal à montante do empreendimento e os limites da área tombada à juzante do viaduto da EPIA sobre o córrego Bananal; Figura 12 – ilustra, como definição de AII de Referência os limites do Parque Nacional e a área de tombamento de Brasília. Este foi o conceito de AII de Referência adotado. Figura 13 – ilustra os limites do córrego Bananal à montante do empreendimento, e algumas unidades hidrográficas do lago Paranoá. Neste sentido a definição da AII de Referência compreende basicamente o Parque Nacional de Brasília, e a área de tombamento. 9 Em estudos ambientais de parcelamento urbano, devido à sua especificidade e dinâmica, a definição de área de influência indireta necessariamente não tem correlação imediata com a microbacia hidrográfica onde o empreendimento está inserido, pois, dependendo do fator analisado, a influência indireta extrapola os limites geográficos da microbacia. Assim, adotou-se o conceito de AII referência, como indicador mínimo da análise ambiental – sendo que,dependendo do fator analisado, poder-se-á adotar outros limites, sempre mais abrangentes do que o da microbacia referida. 81 N 0 5 Km Figura 10 – Influência do empreendimento adotando o conceito de microbacia hidográfica. NW Figura NOROESTE URBANA EXPANSÃO ÁREA DE RIMA EIA ÁREAS DE INFLUÊNCIA Setor Habitacional Parque Burle Marx Área de influência direta - AID Área de influência indireta - AII (Bacia do Córrego do Acampamento e trecho da Bacia do Lago Paranoá) Legenda 5 NW 82 N 0 5 Km NOROESTE URBANA EXPANSÃO ÁREA DE Figura 11 - Limites do córrego Bananal à montante do empreendimento e os limites da área tombada à juzante do viaduto da EPIA sobre o córrego Bananal. NW RIMA EIA ÁREAS DE INFLUÊNCIA Setor Habitacional Parque Burle Marx Área de influência direta - AID Área de influência indireta - AII (Unidade Hidrográfica do Bananal e Polígono da Área Tombada) Legenda 5 NW 83 N 0 5 Km Figura 12 – Limites do Parque Nacional e a área de tombamento de Brasília. NW NOROESTE URBANA EXPANSÃO ÁREA DE RIMA EIA ÁREAS DE INFLUÊNCIA Setor Habitacional Parque Burle Marx Área de influência direta - AID Área de influência indireta - AII (Regiões Administrativas de Brasília, Cruzeiro e Candangolândia) Legenda 5 NW 84 N 0 5 Km NOROESTE URBANA EXPANSÃO ÁREA DE Figura 13 – Limites do córrego Bananal à montante do empreendimento, e algumas unidades hidrográficas do lago Paranoá. NW RIMA EIA ÁREAS DE INFLUÊNCIA Setor Habitacional Parque Burle Marx Área de influência direta - AID Área de influência indireta - AII (Unidades Hidrográficas do Bananal e do Lago Paranoá) Legenda 5 NW 85 4.2 Meio Físico 4.2.1 Aspectos Climáticos O Distrito Federal situa-se no Planalto Central entre as latitudes 15° 30’/ 16° 03’ S e as longitudes 47° 18’/ 48° 17’ W. Essa região é caracterizada pela predominância do clima “tropical de Savana”, de acordo com a classificação feita por Köppen. Esse clima caracteriza-se por uma variação de temperatura durante o ano que pode resultar em temperaturas médias anuais de 18° a 22°C. No ano de 2001 verificou-se uma temperatura média anual de 21,2° C, por exemplo. Além disso, julho é caracterizado como o mês mais frio e apresenta variação de temperatura média de 16° a 18° C. Entretanto, foi registrado 20,1°C em julho de 2002, destacando assim as oscilações que podem ocorrer. Por outro lado, os meses de setembro e outubro são definidos como os mais quentes, apresentando usualmente médias de temperatura acima de 22°C. Ocorre uma queda vertiginosa da umidade relativa do ar com a chegada da seca, sendo que ela passa de valores acima de 70% para valores abaixo de 20% nas horas mais quentes do dia. Os meses de agosto e setembro são os mais secos e a umidade alcança valores muito baixos, que são próprios do clima desértico. No ano de 2002 chegou a ser registrada umidade de 10% no início de agosto, sendo este o valor mais baixo ocorrido na região nos últimos 41 anos. Devido a grande altitude, o clima do Distrito Federal possui semelhanças com o Temperado e pode ser classificado como Tropical, Tropical de Altitude I e Tropical de Altitude II. O Tropical corresponde às regiões com altitudes abaixo de 1000 m, sendo possível citar como exemplos as bacias hidrográficas do São Bartolomeu, do Preto, do Descoberto e do Maranhão. Nessas regiões a temperatura média é acima de 18º C no mês mais frio. O Tropical de Altitude I refere-se à regiões com altitudes entre 1000 e 1200 m, destacando-se a unidade geomorfológica do Pediplano de Brasília. A temperatura média é abaixo de 18° C no mês mais frio e deve ser acima de 22º C no mês mais quente. O Tropical de Altitude II caracteriza-se por temperaturas médias inferiores a 18° C no mês mais frio e inferiores a 22° C no mês mais quente. Corresponde à unidade geomorfológica Pediplano Contagem-Rodeador, englobando altitudes superiores a 1200 m. De uma forma geral, o Distrito Federal apresenta uma estação seca e uma chuvosa. O período das chuvas tem início em outubro e término em abril, sendo caracterizado por céu encoberto, temperaturas altas e a maior porcentagem de precipitação do ano. No ano de 2001, por exemplo, 89,5% do total da precipitação anual ocorreu na estação chuvosa. Entretanto, dezembro não foi o mês mais chuvoso em 2001 apesar de ser considerado o que apresenta os maiores índices pluviométricos totais. 86 A estação seca inicia-se em maio e termina em setembro, sendo caracterizada pela ausência de nuvens, umidade baixa e menor porcentagem de precipitação do ano. Na década de 90 a estação seca correspondeu a 7,3% do total de precipitação. A movimentação das massas de ar no Distrito Federal causa alterações climáticas. Essa movimentação é possível pois existem áreas de baixa pressão (ciclonal) e de alta pressão (anticiclonal). A diferença de pressão provoca o deslocamento das massas de ar. São duas as principais áreas dispersoras de massas de ar para o DF: a equatorial Continental, que atua no período de chuvas, e a equatorial Atlântica marítima, que atua na estação seca. A fase chuvosa corresponde principalmente ao verão. Nela, as massas que chegam ao DF apresentam bastante umidade, pois são provenientes de regiões aquecidas e com densa vegetação. Os ventos chegam do norte nessa época do ano, já que vêm do anticiclone Equatorial Continental (Região Norte do país). Essa umidade que chega ao DF determina condições de tempo características: nebulosidade, tempo encoberto, pancadas de chuva e até mesmo ventos fortes e granizo. Já a fase seca, que corresponde ao inverno, é dominada pelas massas provenientes do anticiclone Equatorial Atlântico marítimo, que apesar de ser úmido, acaba perdendo a maior parte de sua umidade em seu trajeto do oceano até a capital federal. Assim, os ventos dessa estação chegam no DF principalmente pelo Leste, e como são bastante secos, provocam dias de céu claro e com muita névoa seca. A temperatura mínima fica mais baixa e as chuvas se tornam escassas. O Comitê Meteorológico Internacional definiu em 1872 períodos de 30 anos como sendo padrão para o cálculo das médias dos dados meteorológicos, com o objetivo de assegurar a comparação entre os dados coletados nas diversas partes do planeta. O primeiro período inicia em 1° de janeiro de 1901 e estende-se até 31 de dezembro de 1930, o segundo período de 1° de janeiro de 1931 até 31 de dezembro de 1960 e o terceiro de 1º de janeiro de 1961 até 31 de dezembro de 1990. Estas médias, computadas nos períodos de 30 anos, são chamadas de Normais Climatológicas Padrão ou apenas Normais Climatológicas. No Brasil, porém, somente em 1910 a atividade de observação meteorológica passou a ser feita de forma sistemática. Por esse motivo, o primeiro período padrão possível de ser calculado foi o de 1931-1960. O segundo período e mais atual é referente ao intervalo de 1961-1990. As médias de parâmetos climatológicos de tal período foram editadas pelo Departamento Nacional de Meteorologia, em 1992, na série oficial das Normais Climatológicas de 1961-1990. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia - INMET, uma normal é um valor padrão reconhecido de um elemento meteorológico, considerando a média de sua ocorrência em um determinado local, por um número determinado de anos. "Normal" significa a distribuição dos dados dentro de uma faixa de incidência habitual. Os parâmetros podem incluir temperaturas (altas, baixas e variações), pressão, precipitação (chuva, neve, etc.), ventos (velocidade e direção), temporais, quantidade de nuvens, percentagem de 87 umidade relativa, etc. De maneira geral, os dados do clima têm maior utilidade quando comparados com valores padrões ou normais. Daí a necessidade de estabelecimento de períodos estandardizados, seguidos por todos os países. No cálculo das normais são obedecidos critérios recomendados pela Organização Meteorológica Mundial (ONM). As Normais Climatológicas possuem inúmeras aplicações, pois são fundamentais para a descrição do clima e sua variabilidade, para monitoramento do clima mensal, para o controle de qualidade dos dados utilizados na previsão do tempo, enfim são referências para todas as atividades que envolvam variáveis atmosféricas. Para a análise dos elementos climáticos na região foram utilizados os dados da estação do INMET (15°47’ lat.S e 47°56’ long.W - estação 83377), localizada no Setor Sudoeste ao lado do Eixo Monumental, uma vez que a mesma apresenta normais climatológicas e dados oficiais mais recentes disponíveis na literatura . Os parâmetros climáticos serão apresentados na forma de tabelas e gráficos que demonstram as normais climatológicas, representando, portanto, de forma satisfatória o comportamento climatológico da região. • Dados Pluviométricos A Tabela 3 a seguir e o hidrograma da Figura 14 apresentam os dados totais mensais de Precipitação Pluviométrica da estação do INMET em milímetros. Os dados mostram claramente a distribuição pluviométrica no ciclo hídrico, apresentando o padrão típico da região centro-oeste do Brasil e do domínio morfoclimático dos cerrados. O regime de chuvas caracteriza a forte sazonalidade e apresenta duas estações bem definidas, um verão chuvoso e inverno seco. Durante os meses de novembro, dezembro e janeiro em média 47% do volume total das chuvas são precipitados. A partir do mês de janeiro é iniciada a diminuição gradual das chuvas, sendo que nesse mês ocorrem, com grande freqüência, os veranicos quinzenais, os quais são distribuídos na primeira ou segunda quinzena. Tabela 3 - Totais mensais de Precipitação Pluviométrica da estação do INMET em milímetros. Mês Total Jan. 241.4 Fev. 214.7 Mar. 188.9 Abr. 123.8 Mai. 39.3 Jun. 8.8 Jul. 11.8 Ago. 12.8 Set. 51.9 Out. 172.1 Nov. 238.0 Dez. 248.6 Fonte: INMET (1992) – Normais Climatológicas – 1961-1990. 88 300 250 (mm) 200 150 100 50 0 jan. fev. mar. Abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez. Meses Figura 14 - Distribuição anual dos totais mensais de precipitação da estação do INMET. O conhecimento dos totais mensais de precipitação de chuvas é importante, contudo, mais relevante é o conhecimento dos valores de picos de precipitação, uma vez que esse tipo de regime de precipitação é o mais importante no controle do desenvolvimento dos processos erosivos. Assim, o gráfico da Figura 15 mostra os máximos de totais pluviométricos por dia, sendo os meses de março e novembro, os que apresentam os maiores valores históricos. Esse fenômeno está ligado aos picos de precipitação com recorrência de curto período (dois ou três anos) relativos ao início e fim do período de chuvas. No mês de novembro, quando as chuvas se iniciam, é comum a instalação de chuvas torrenciais com eventos superiores a 90 mm, acompanhados de fortes ventos e descargas elétricas. O mesmo tipo de fenômeno é observado no mês de março, quando as chamadas “chuvas de final do verão” apresentam uma forte componente torrencial. Esse fenômeno é especialmente observado após longos períodos (15 a 20 dias) sem registros de precipitação. Durante esses meses os processos erosivos são amplificados e um maior volume de solos é transportado em direção aos corpos receptores. Na área em estudo os valores médios totais de longo período ficam entre 1.550 e 1.450 mm, sendo considerada como uma região de alta taxa de precipitação média com relação às demais áreas do Distrito Federal. 89 Fonte: Inventário Hidrogeológico e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal (1998). Figura 15 - Altura máxima de precipitação em 24 horas, com dia e ano de ocorrência para cada mês. A Tabela 4 mostra os dados da Estação Brasília, a partir do ano de 1963 até 2001. A precipitação média nesses anos foi de 1521,2 mm, com valor mínimo de 1000,2 mm, registrado no ano de 1986, e com valor máximo de 2004,1 mm em 1965. Os meses de maiores médias de precipitação são os de janeiro, novembro e dezembro que apresentam médias de 225,7 mm, 242,0 mm e 240,1 mm respectivamente. Por outro lado, os meses de menores médias de precipitação são os de junho, julho e agosto, com médias de 7,6 mm, 9,2 mm e 14,4 mm respectivamente. A tabela ainda mostra que o mês que teve maior valor de precipitação foi janeiro de 1979 com 608,4 mm, seguido pelo mês de dezembro de 1972 com 473,3 mm. Os meses com menores valores de precipitação foram maio, junho, julho, agosto e setembro que apresentaram valores nulos em diferentes anos. 90 Tabela 4 - Total de Precipitação – Estação Brasília (1963-2001). ANO 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 Média Máxima Mínima JAN 177,4 463,6 275,8 230,7 90,3 82,7 196,3 471,5 211,1 21,7 176,2 90,7 233,3 130,5 254,3 291,1 608,4 442,6 234,0 398,8 347,3 137,5 319,0 199,3 78,6 141,8 244,6 209,0 357,6 213,0 113,3 166,5 204,6 84,7 321,0 220,2 70,9 130,0 179,4 226,1 608,4 21,7 FEV 235,6 334,9 163,3 352,1 170,9 404,8 138,9 233,3 117,3 91,9 173,9 206,5 227,7 349,9 78,5 319,1 190,2 458,1 69,5 81,9 291,8 136,3 158,0 136,6 155,1 290,7 273,8 172,2 227,7 317,9 256,8 134,6 158,3 90,7 195,9 128,1 109,3 168,3 106,9 202,8 458,1 69,5 MAR 24,2 212,6 319,3 169,3 285,4 205,7 180,5 188,5 190,5 105,5 229,1 259,9 53,1 167,1 118,6 194,9 224,4 68,4 371,2 233,4 207,3 159,9 178,4 84,2 313,4 289,2 177,1 80,9 243,9 135,8 78,1 324,4 253,3 203,5 361,9 263,1 228,5 228,6 192,3 200,1 371,2 24,2 ABR 144,0 91,7 165,5 106,8 213,6 148,8 91,0 98,6 125,8 142,1 85,2 90,7 189,8 76,0 127,5 114,8 72,5 118,3 87,7 114,7 218,8 92,2 117,4 69,3 190,3 223,5 49,4 101,1 240,1 298,1 93,8 143,1 145,3 88,7 136 66,7 60,9 98,8 193,4 129,0 298,1 49,4 MAI 9,1 55,7 6,6 87,2 4,4 27,5 120,8 0,0 33,0 27,6 17,7 43,8 59,3 77,4 13,5 58,6 34,1 25,2 17,8 105,3 54,9 1,6 50,9 9,1 63,1 12,1 0,0 84,9 6,9 4,5 24,1 69,4 38,4 16,6 60,7 38,7 8,9 0,0 36,2 36,0 120,8 0,0 JUN 0,0 0,0 31,8 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 33,8 0,0 23,7 0,0 0,0 0,0 38,0 0,0 0,0 21,6 22,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 5,9 43,8 25,2 0,3 0,0 0,0 6,7 14,6 0,0 0,0 23,9 7,4 3,3 0,0 0,0 7,76 43,8 0,0 MÊS JUL AGO 0,0 0,0 12,9 0,0 32,4 4,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 7,1 0,0 0,0 0,0 0,0 61,8 1,3 7,4 1,7 0,0 0,0 0,0 33,0 22,8 0,0 13,4 0,0 0,0 14,2 1,9 0,0 2,6 22,7 0,0 0,0 10,6 1,3 0,0 28,6 25,0 0,0 0,0 93,3 0,0 14,7 31,4 50,9 0,0 0,2 0,0 0,0 15,0 59,6 94,8 26,9 0,0 0,0 0,0 19,5 0,0 37,2 4,0 0,0 0,1 0,0 0,0 38,2 0,0 0,0 0,0 9,7 0,0 0,0 0,0 56,3 14,6 38,5 8,99 14,35 94,8 93,3 0,0 0,0 SET 0,0 32,0 73,1 102,2 39,0 49,0 4,8 97,3 124,0 20,4 71,7 0,0 30,4 74,0 34,4 32,8 33,3 68,8 2,8 80,4 73,5 59,0 56,3 13,2 58,9 16,2 110,0 98,3 25,8 95,4 74,6 0,0 0,7 24,8 85,2 20,7 65,3 105,3 50,5 51,39 124,0 0,0 OUT 82,5 189,5 360,6 136,9 64,3 88,3 195,5 206,6 268,3 231,8 311 177,3 121,1 100,7 149,5 100,9 104,5 8,4 437,5 161,9 177,1 214,1 229,0 105,7 80,6 162,5 191,0 164,2 173,8 202,5 75,1 49,7 144,1 107,3 104,3 125,8 200,1 201,8 132,3 162,52 437,5 8,4 NOV 356,5 279,9 449,4 154 218,4 314,8 303,6 228,8 367,7 333,4 196,2 186,1 155 244,3 163,2 196,6 191,2 196,7 349,9 127,7 315,6 87,3 127,9 112,3 322,5 230,4 212,0 198,3 407,7 339,2 225,1 278,9 144,3 208,8 189,5 300,5 290,6 232,7 199,6 241,96 449,4 87,3 DEZ 275,0 274,9 121,5 347,9 179,7 272,4 277,8 195,3 302 473,3 161,8 186,3 239,8 260,8 230,6 247,6 313,3 208,6 219,2 159,2 283,5 134,4 279,0 188,2 333,0 252,7 454,3 88,5 249,7 239,7 296,5 167,1 193,7 251,5 157,0 300,5 200,7 155,5 191,4 240,10 473,3 88,5 ANUAL 1304,3 1947,7 2004,1 1687,1 1266,1 1601,1 1509,2 1719,9 1836,6 1456,8 1446,5 1274,3 1332,3 1494,1 1222,3 1558,3 1797,2 1616,7 1823,9 1491,9 1994,8 1115,6 1530,6 1000,2 1601,6 1662,9 1812,0 1319,4 1933,2 1865,6 1281,3 1352,3 1282,8 1114,8 1635,4 1481,4 1238,5 1377,3 1335,1 1521,16 2004,1 1000,2 Fonte: INMET 91 • Ventos A Tabela 5, a seguir, apresenta os dados de direção e velocidade dos ventos do Distrito Federal obtidos no Inventário Hidrogeológico e dos Recursos Hídricos do DF. Tabela 5 - Direção e Velocidade dos Ventos - Ministério da Aeronáutica. Primeira Predominância Segunda Predominância Meses Direção Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Predominância Anual Nor-noroeste Norte Leste Leste Leste Leste Leste Leste Leste Leste Leste Leste Leste Velocidade (m/seg) 3.6 3.6 3.1 3.1 3.1 3.1 3.1 3.1 3.1 3.1 3.1 3.1 3.1 Direção Velocidade (m/seg) 3.6 3.1 3.6 3.6 3.1 4.1 3.6 3.6 3.6 3.1 3.6 4.1 3.6 Sur-Noroeste Leste Nordeste Nordeste Sudeste Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Nordeste Noroeste Nordeste Fonte: Inventário Hidrogeológico e dos Recursos Hídricos do DF (1998). Com relação aos ventos, o INMET registrou uma velocidade média de 2,43 m/s no ano de 2001 (Tabela 6). Além disso, agosto foi o mês que apresentou maior velocidade média do vento que foi de 4,4 m/s e maio foi o mês que apresentou a menor velocidade média, com 1,7 m/s. Ainda com relação ao ano de 2001, a velocidade máxima que o vento atingiu foi de 14 m/s e ocorreu no mês de agosto. Tabela 6 - Velocidade média e máxima dos ventos em cada mês de 2001 - (m/s). Jan 2,1 Fev 1,8 Mar 1,9 Abr 2,5 Jan 10 Fev 7 Mar 9 Abr 8 Velocidade média Jun Jul 2,4 2,5 Velocidade máxima Mai Jun Jul 7 9 10 Mai 1,7 Ago 4,4 Set 2,5 Out 2,4 Nov 2,3 Dez 2,7 Ago 14 Set 9 Out 7 Nov 9 Dez 10 Fonte: INMET A direção preferencial dos ventos no Distrito Federal no ano de 2001 (Tabela 7) foi para o Nordeste e para o Sudeste. Porém, no final do ano, nos meses de novembro e dezembro, a direção predominante do vento foi para noroeste. Tabela 7 - Direção preferencial dos ventos em 2001. Jan NE Calmo Fev NE Calmo Mar NE Calmo Abr NE SE Mai NE Calmo Jun NE SE Calmo Jul NE SE Ago SE NE Set NE Calmo SE Out NE Calmo Nov NW Calmo Dez NW NE Fonte: INMET 92 • Temperatura A temperatura no Distrito Federal é influenciada basicamente pela altitude, o que condiciona a definição dos tipos climáticos da região. Em termos médios, o regime térmico do DF oscila entre 19° a 22° C, dentro da faixa intertropical. A variação anual está relacionada com a posição da Terra em relação ao plano de translação, ou mais especificamente, às quatro estações do ano. A Tabela 8 e as Figuras 16, 17 e 18 apresentam o comportamento das temperaturas médias, máximas e mínimas mensais da estação do INMET. Tabela 8 - Comportamento da temp. média, mínima e máxima mensais da estação do INMET. Mês Temp. Média Temp. Máx. Temp. Mín. Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 21.6 21.8 22.0 21.4 20.2 19.1 19.1 21.2 22.5 22.1 21.7 21.5 26.9 26.7 27.1 26.6 25.7 25.2 25.1 27.3 28.3 27.5 26.6 26.2 17.4 17.4 17.5 16.8 15.0 13.3 12.9 14.6 16.0 17.4 17.5 17.5 Fonte: INMET (1992) – Normais Climatológicas – 1961-1990. Conforme pode ser analisada na Tabela 8, a temperatura média no Distrito Federal tende a um leve aumento de janeiro a março, e decai até os meses de junho e julho, nos quais registram-se os menores valores médios de temperatura. Com a chegada do mês de agosto, a temperatura tende a crescer atingindo seu ápice no mês de setembro quando há um novo declínio da temperatura média. Em função da grande ocupação urbana no Distrito Federal e conseqüente eliminação da cobertura vegetal natural e instalação de amplas superfícies com alta reflectância já é possível observar na região as denominadas “ilhas de calor”. Esse fenômeno pode, após longo período de tempo, modificar o microclima da região, alterando, inclusive, os regimes pluviométricos. Na área em estudo, embora já bastante alterada, não se pode determinar a presença de ilhas de calor, pois a ocupação urbana é limitada (Baptista, 1998). A Tabela 9 a seguir, apresenta as temperaturas médias registradas pelo INMET no ano de 2001. A temperatura média mensal foi maior nos meses de janeiro e fevereiro que apresentaram 22,5° C. As menores temperaturas médias mensais foram registradas em junho, julho e agosto, tendo sido de 19,4°C, 19,8°C e 19,6°C respectivamente. Tabela 9 - Temperatura média mensal de 2001. Jan 22,5 Fev 22,5 Mar 21,4 Abr 21,9 Mai 20,8 Jun 19,4 Jul 19,8 Ago 19,6 Set 21,9 Out 21,2 Nov 21,4 Dez 21,6 Fonte: INMET • Umidade Um dos componentes do ar atmosférico é o vapor d’água, que representa o percentual relacionado à umidade de saturação que é função da temperatura da massa de ar naquele momento (massa de vapor de ar em gramas em um metro cúbico de ar). Isto é, para 93 Média 21,2 26,6 16,2 baixas temperaturas, a massa de ar de saturação é pequena e para temperaturas maiores esta massa é maior (ex. para –25ºC a umidade de saturação é 0,705g; para 0º C a umidade de saturação é de 4,874 g e para 25ºC a umidade de saturação é de 23,05 g). Assim quando se diz que “em certo dia do mês de agosto a umidade relativa do ar é de 15%, quando a temperatura é de 30ºC" isto significa que, naquele momento, na composição total do ar existe apenas 4,5 g de vapor de água. Esse vapor é oriundo dos processos de evaporação das águas superficiais e de evapotranspiração. A porcentagem de umidade oscila diariamente em função dos períodos de maior ou menor temperatura. De acordo com essa oscilação chega-se à umidade relativa do ar, entendida como a variação percentual do vapor d’água na composição do ar atmosférico. Por exemplo: 50% de umidade relativa do ar significa que nesse momento a composição atmosférica possui apenas metade daquele 1% que seria normal da composição atmosférica. Na região dos cerrados é muito comum que o período de inverno, principalmente nos meses de julho a setembro, a umidade relativa do ar chegue a níveis muito baixos. As taxas de umidade relativa do ar, para a região em estudo, oscilam entre 50 a 80% aproximadamente, o que representa um declínio, normal no inverno, para o clima tropical semi-úmido. A visualização dessa tendência pode ser observada tanto na Tabela 10, como na Figura 19. A Tabela 10 mostra os valores de umidade média mensais, contudo, em meses quentes, nos horários da tarde, os valores podem alcançar o patamar de 14 a 15% (ex. nas tardes dos dias mais quentes do mês de agosto). A Organização Mundial da Saúde sugere que se o valor alcançar 12% as atividades humanas que requerem exercícios físicos devem ser cessadas. Tabela 10 - Normais de umidade relativa do ar média em porcentagem - estação do INMET. Mês (%) Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 76.0 77.0 76.0 75.0 68.0 61.0 56.0 49.0 53.0 66.0 75.0 79.0 Total 67,6 Fonte: INMET (1992) – Normais Climatológicas – 1961-1990. Conforme os dados da Tabela 11, a umidade média de 2001 foi 64,3%, destacando-se novembro por ter apresentado a maior umidade média mensal, que foi 78%. A menor umidade média mensal de 2001 ocorreu em agosto e foi de 49%. Tabela 11 - Média mensal da umidade relativa do ar em 2001. Jan 68 Fev 66 Mar 76 Abr 64 Mai 64 Jun 58 Jul 51 Ago 49 Set 53 Out 69 Nov 78 Dez 76 Fonte: INMET 94 Temperatura (C) 24,0 22,0 20,0 18,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Mês Figura 16 - Normais de temperatura média mensal na Estação Brasília (Período 1961 a 1990). Temperatura (C) 30,0 28,0 26,0 24,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Mês Figura 17- Normais de temperatura máxima mensal na Estação Brasília (Período 1961 a 1990). 95 20,0 Temperatura (C) 18,0 16,0 14,0 12,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Mês Figura 18 - Normais de temperatura mínima mensal na Estação Brasília (Período 1961 a 1990). 90,0 Um idade (%) 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Mês Figura 19 - Normais de umidade relativa do ar - Estação Brasília (Período 1961 a 1990). 96 • Evaporação Evaporação é o fenômeno de mudança do estado físico da água, da fase líquida para a fase gasosa. A energia responsável por esse processo é oriunda do sol, a qual aumenta o estado de excitação das moléculas de água próximas da superfície de um corpo aquoso (rio ou lago). Nestas condições a agitação das moléculas passa a ser tão elevada que estas podem ser desprendidas da massa líquida para o meio atmosférico sob a forma de vapor. O processo de evaporação é um dos dois componentes de entrada de água no meio atmosférico. Porém, quando da análise comparativa entre umidade relativa e evaporação percebe-se que as mesmas são inversamente proporcionais. Isso pode ser explicado com o auxílio da insolação total, do balanço hídrico e da precipitação pluviométrica. No período de inverno ocorrem as menores precipitações e o período de deficiência de água no solo. As massas de ar que atuam nessa estação do ano são massas secas e, em função da dinâmica atmosférica, tem-se maior evaporação. Esse vapor gerado é transportado pelas massas de ar, ocasionando um período de baixa umidade relativa do ar. Isso pode ser observado na Tabela 12 e na Figura 20, onde são apresentados os dados de evaporação observados nas três estações climatológicas da região de estudo, em tanques Classe A. Tabela 12 - Normais de evaporação total mensal, em milímetros- estação do INMET . Mês (mm) Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov De z Total 105.5 102.8 108.6 107.4 128.6 149.2 182.1 236.6 227.7 153.7 107.7 96.8 1706.7 Fonte: INMET (1992) – Normais Climatológicas – 1961-1990. • Insolação Total Entende-se por insolação total o número de horas e décimos de horas de incidência de radiação solar. As oscilações da insolação decorrem da posição da Terra em relação ao plano de órbita elipsoidal em torno do Sol, ou seja, dependendo das estações do ano, haverá dias mais longos ou não. A Tabela 13 apresenta as normais de insolação total para as estações Brasília. A Figura 21 apresenta a variação da insolação total, de acordo com os dados Tabela 13. Tabela 13 - Normais de insolação total, em horas e décimos. Jan 157.4 Fev 157.5 Mar 180.9 Abr 201.1 Mai 234.3 Jun 253.4 Jul 265.3 Ago 262.9 Set 203.2 Out 168.2 Nov 142.5 Dez 138.1 Total 2.364,8 Fonte: INMET (1992) – Normais Climatológicas – 1961-1990. Pode-se notar que o número de horas e décimos de incidência de radiação solar é maior no período de inverno. • Nebulosidade Nebulosidade é a cobertura do céu por nuvens ou nevoeiro. Em climatologia, é medida numa escala de 0 - céu completamente limpo, a 10 - céu completamente encoberto. As Tabelas 14 e 15, a seguir, apresentam as Normais de nebulosidade (1961-1990) e valores de nebulosidade para o período de 1991 a 2000. 97 Tabela 14 - Normais de nebulosidade (0-10). Jan 7.0 Fev 7.0 Mar 7.0 Abr 6.0 Mai 5.0 Jun 3.0 Jul 3.0 Ago 3.0 Set 4.0 Out 7.0 Nov 8.0 Dez 8.0 Ano 6.0 Fonte: INMET (1992) – Normais Climatológicas – 1961-1990. Tabela 15 - Nebulosidade (0-10) anual período (1991-2000). 1991 6,50 1992 5,70 1993 6,40 1994 5,80 1995 5,90 1996 6,00 1997 6,00 1998 5,50 1999 5,80 2000 6,30 Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Instituto Nacional de Meteorologia - INMET - Divisão de Observação Meteorológica - DIOME - Seção de Armazenamento de Dados Meteorológicos, in CODEPLAN – Anuário de Estatístico (2001). 250,0 Altura (m m ) 200,0 150,0 100,0 50,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Mês Figura 20 - Normais de evaporação total mensal (mm) - Estação Brasília (Período 1961 a 1990). 300,0 Horas e Décim os 260,0 220,0 180,0 140,0 100,0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Mês Figura 21 - Normais de insolação total - Estação Brasília (Período 1961 a 1990). 98 4.2.2 Qualidade do ar Nas cidades, em geral, a qualidade do ar está diretamente relacionada com o volume do tráfego de veículos. A prática de rodízios, o estímulo ao uso de transporte coletivo e comunitário e a alteração dos horários de funcionamento das fábricas são efeitos da preocupação com esse fator, aliada à questão dos congestionamentos. Os veículos automotores utilizam basicamente combustíveis fósseis, sendo que os principais poluentes provenientes da queima desses combustíveis são o monóxido de Carbono (CO), os hidrocarbonetos (HC), os óxidos de Nitrogênio (NOx) e os óxidos de Enxofre (SOx), além de outras partículas. O efeito da emissão desses elementos e compostos químicos na biosfera, associado a determinadas condições climáticas, tais como direção e velocidade do vento e taxas de umidade, entre outros, pode prejudicar a qualidade do ar. Os efeitos mais danosos da poluição do ar são sentidos sobre as pessoas, ocasionando alergias, doenças pulmonares e intoxicações. A poluição do ar também acarreta a deposição de partículas sobre monumentos e sítios históricos e a corrosão de materias metálicos. Além disso, apoluição do ar também afeta a biota resultando em desfolhamento vegetal e deposição de resíduos, morte e afugentamento de animais. As fontes de poluição do ar são definidas como qualquer processo, natural ou artificial, que possa emitir substâncias na atmosfera de forma a torná-la poluída. Podem ser divididas em duas categorias: fontes móveis e fontes estacionárias. Fontes móveis incluem automóveis, caminhões, ônibus, aviões e trens ferroviários. Fontes estacionárias incluem caldeiras, fornos, refinarias e processos industriais. Classificam-se ainda os poluentes do ar em duas categorias: poluentes primários e secundários. Os poluentes primários são os emitidos diretamente pelas fontes, sendo o CO, NOx, SOx, e HC os emitidos em maiores quantidades. Os poluentes secundários são aqueles formados por processos químicos na atmosfera. A poluição se dá como resultado da alteração das características físicas, químicas ou biológicas da atmosfera, causando danos ao homem, à fauna, à flora ou aos materiais. Dessa forma, pressupõe-se a existência de níveis de referência para indicar a existência ou não da poluição. O nível de referência sob o aspecto legal é denominado de Padrão de Qualidade do Ar. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabelece, na sua Resolução nº 003, de 28 de junho de 1990 o número de poluentes atmosféricos passíveis de monitoramento e controle no Brasil. São eles: partículas totais em suspensão, fumaça, partículas inaláveis, dióxido de enxofre (SO2), monóxido de carbono (CO), ozônio (O3) e dióxido de nitrogênio (NO2). Estabelece também padrões de qualidade do ar, como se segue: Padrões Primários de Qualidade do Ar - são as concentrações de poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. 99 Padrões Secundários de Qualidade do Ar - são as concentrações de poluentes abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem-estar da população, assim como o mínimo dano à fauna, à flora, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Na Tabela 16, a seguir, apresentam-se os níveis de poluição toleráveis, de acordo com a Resolução Conama nº 003/90, para os padrões primários e secundários acima definidos. Tabela 16 - Níveis de poluição toleráveis. Poluente Partículas Totais em Suspensão Fumaça Partículas Inaláveis Dióxido de Enxofre Dióxido de Nitrogênio Poluente Monóxido de Carbono Ozônio Padrão Primário Conc. Média Conc. Média de (µg/m3) 24 horas (µg/m3) 80 240 60 150 50 150 80 365 100 320 Concentração Média de 8 horas que não deve ser excedida mais que uma vez por ano (µg/m3) 10.000 - Padrão Secundário Conc. Média Conc. Média de 24 (µg/m3) horas (µg/m3)) 60 150 40 100 40 100 100 190 Concentração Média que não deve ser excedida mais que uma vez por ano (µg/m3) 40.000 160 Fonte: Resolução Conama nº 003/90. Na região de estudo, a emissão de poluentes do ar é causada principalmente por automóveis que circulam nas rodovias que delimitam a área. Desta forma, os poluentes atmosféricos mais importantes estão associados ao material particulado e a gases de combustão devido ao tráfego. As baixas alturas das edificações ao longo da DF-003 são um fator favorável que auxilia na dispersão da fumaça e outros poluentes na região. Na área de influência direta localiza-se o Setor de Oficinas Norte - SOFN, onde estão situados, principalmente, oficinas mecânicas, comércio de auto-peças, serviços de lanternagem e pintura, serviços de marcenaria e serralheria, restaurantes/lanchonetes e concreteiras. A emissão de poluentes característicos dessas atividades varia de baixo a alto potencial poluidor. No Anexo 1 são apresentadas tabelas que descrevem o potencial poluidor (alto, médio, baixo ou desprezível) e a tipologia das descargas (emissão de gases, de ruído, resíduos sólidos e efluentes líquidos) de algumas atividades comerciais, industriais, de prestação de serviços e de uso coletivo10. A movimentação de máquinas de natureza diversificada, durante a fase de implantação do empreendimento, poderá causar problemas relativos ao aumento do lançamento de particulados na atmosfera. Para minimizar este efeito na qualidade do ar, deve-se 10 A tabela apresentada foi originalmente elaborada por técnicos do IPDF para as áreas de oficinas e áreas de desenvolvimento econômico. Tal referência é citada no estudo ambiental (RIVI) para a ADE de Planaltina Leste e, por assemelhar-se ao SOFN, foi introduzida no anexo. 100 executar permanente aspersão de água nos trechos poeirentos para eliminação de nuvens de poeira, visando à prevenção de acidentes e redução da poluição do ar em áreas vizinhas. Na fase de operação do empreendimento, a emissão de poluentes do ar será causada principalmente por veículos que circularão nas vias do novo setor. Os poluentes estarão associados ao material particulado e a gases de combustão devido ao tráfego, como CO, hidrocarbonetos não-queimados, NOx e fuligem (índice de fumaça). 4.2.3 Poluição Sonora É considerada poluição sonora qualquer som indesejável, principalmente quando interfere em atividades humanas ou ecossistemas a serem preservados. Os problemas de poluição sonora agravam-se ao longo do tempo, nas áreas urbanas, e som em excesso é uma séria ameaça a saúde, ao bem-estar público e a qualidade de vida. O homem cada vez mais vem sendo submetido a condições sonoras agressivas no seu meio ambiente, e que este tem o direito garantido de conforto ambiental. O crescimento demográfico descontrolado, ocorrido nos centros urbanos acarretam uma concentração de diversos tipos de fontes de poluição sonora. A Resolução Conama nº 002, de 8 de março de 1990, institui em caráter nacional o Programa Nacional de Educação e Controle da Poluição Sonora – Programa do Silêncio, coordenado pelo Ibama e deverá contar com a participação de Ministérios do Poder Executivo, órgãos estaduais e municipais de meio ambiente, e demais entidades interessadas. A Lei Distrital nº 1.065, de 6 de maio de 1996, estabelece as normas de preservação ambiental quanto à poluição sonora, fixando níveis máximos de emissão de sons e ruídos, de acordo com o local e a duração da fonte. Segundo o art. 2º dessa Lei, é proibido perturbar o sossego e o bem-estar público e da vizinhança pela emissão de sons de qualquer natureza que ultrapassem os níveis máximos de intensidade fixados nesta Lei. Os níveis sonoros máximos permitidos em ambientes externos e internos são os fixados pelas Normas 10.151, Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas Visando o Conforto da Comunidade, e 10.152, Níveis de Ruído para Conforto Acústico, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. Na região de estudo, os maiores ruídos são os causados por automóveis que circulam nas rodovias que delimitam a área. No entanto, há uma intensificação desses níveis de ruídos com o desenvolvimento das atividades do SOFN. A emissão do barulho característico dessas atividades varia de baixo a alto potencial poluidor, conforme pode ser observado nas tabelas do Anexo 1 – volume III. 101 Durante a fase de implantação do empreendimento, a movimentação de máquinas e caminhões e a construção de edifícios podem causar problemas relativos à produção de ruídos e vibrações, que podem ser caracterizados como barulhos de médio a alto teor poluidor. Na fase de operação, os principais ruídos variam de baixo a médio potencial poluidor e serão causados principalmente pelo movimento dos veículos que trafegarão nas vias do empreendimento. 4.2.4 Geologia • Geologia Regional A região onde será implantado o Setor Noroeste está inserida na porção central do Distrito Federal, o qual situa-se (do ponto de vista regional) no centro da Faixa de Dobramentos Brasília no domínio da Província Estrutural do Tocantins. As exposições rochosas são raras dentro dos limites da área estudada, sendo que a caracterização do substrato rochoso foi feita com base em dados regionais e em função das características físicas dos solos. Informações de subsuperfície como poços tubulares ou fundações de obras de civis são inexistentes na área, pois se trata de uma região sem ocupação humana. Geologicamente, na região abordada ocorrem exclusivamente metassedimentos de baixo grau metamórfico atribuídos ao Grupo Paranoá, além das coberturas pedológicas recentes. As demais unidades regionais que compõem a geologia do Distrito Federal (os grupos Canastra, Araxá e Bambuí) não afloram nesta região (Figura 21). Dessa forma, no item dedicado à geologia regional será descrito apenas o contexto geral do Grupo Paranoá, de idade Meso/Neoproterozóica. 102 O Á Seqüência Deposicional Fácies Sedimentares PC 150 m Pelitos com lentes de dolomitos estromatolíticos R4 150 m Metarritmito argiloso Q3 30 m Quartzito R3 70 m Metarritmito A 50 m Ardósia Metarritmito argiloso N 100 m Sublitofácies pelítica com lentes de dolomito com estromatólitos SR Sublitofácies metarritmito R A SPC 170 m 60 m SRC 60 m Metassiltito argiloso A 120 m Sublitofácies metarritmito com lentes de calcário 150 m Quartzito microconglomerático R2 150 m Metarritmito Q1 80 m Quartzito fino a médio R1 80 m Metarritmito SM 50 m Conglomerado São Miguel P Q2 Figura 22 - Coluna litoestratigráfica da Seqüência Deposicional Paranoá, Região de Alto Paraíso/São João D’Aliança – GO (segundo Faria, 1995). Grupo Paranoá O Grupo Paranoá (BAETA et al.,1978, DARDENNE, 1978 e 1981, FARIA,1985 e 1989 e FREITAS-SILVA & CAMPOS, 1998) corresponde a uma unidade psamo-pelitocarbonatada distribuída na porção externa da Faixa de Dobramentos Brasília, sendo as áreas tipo definidas nas proximidades de Alto Paraíso de Goiás e São João D’Aliança no estado de Goiás. No Distrito Federal esta unidade ocupa 65% da área total do território e está em contato 103 com as demais unidades geológicas por contatos tectônicos relacionados aos sistemas de cavalgamentos São Bartolomeu, Descoberto e Paranã (FREITAS-SILVA & CAMPOS, 1998). Faria (1995) elaborou uma coluna integrada (Figura 21) para o Grupo Paranoá, que pode ser correlacionada regionalmente por toda a porção externa da Faixa Brasília, denominando as diferentes unidades da base para o topo conforma a seguinte estratigrafia: SM, R1, Q1, R2, Q2, S, A, R3, Q3, R4, PC. No Distrito Federal ocorrem as sete unidades do topo, sendo suas principais características descritas a seguir: - Unidade Q2: é caracterizada por quartzitos médios com leitos conglomeráticos em direção ao topo do pacote. Ocorre ampla variedade de estratificações cruzadas, inclusive com tipo revirados, indicando retrabalhamento por meso e macro marés. - Unidade S: é composta por metassiltitos argilosos de aspecto maciço e cor cinza esverdeado. No topo, intercalações rítmicas de bancos centimétricos de quartzitos finos a médios com níveis milimétricos de materiais sílticos e argilosos são freqüentes. São comuns as marcas onduladas, laminações plano-paralelas, laminações cruzadas e lentes arenosas nos níveis pelíticos. Na unidade S, localmente são comuns lentes de calcários e dolomitos estromatolíticos de dimensões variadas. - Unidade A: mostra contato transicional com a Unidade S. É constituída por ardósias cinza esverdeadas com cor de alteração vermelha característica, neste litotipo são observadas duas foliações representadas por clivagens ardosianas penetrativas. - Unidade R3: corresponde a um metarritmito arenoso, caracterizado por intercalações de bancos decimétricos a métricos de quartzitos e materiais pelíticos, compostos por metassiltitos e ardósias. Localmente são observados pacotes de até 10 metros de espessura que se destacam do conjunto rítmico. - Unidade Q3: composta por quartzitos brancos, finos, bastante silicificados, ricos em estratificações cruzadas tabulares e do tipo espinha de peixe, além de marcas onduladas assimétricas. - Unidade R4: metarritmito argiloso, composto por intercalações de materiais sílticos e argilosos além de delgados estratos de quartzitos finos rosados a avermelhados. Os níveis arenosos apresentam estruturas do tipo laminações cruzadas truncadas e hummockys. - Unidade PC: dominantemente pelítica com ardósias e metassiltitos cinzas associados com lentes de mármores finos com estruturas algais tipo estromatólitos. São comuns leitos decimétricos a métricos lenticulares ou não, de quartzitos médios a grossos, apresentando tonalidades escuras. Em função de um detalhamento estratigráfico FreitasSilva & Campos (1998) denominaram esta litofácies de unidade psamo-pelitocarbonatada (Unidade PPC). A sedimentação do Grupo Paranoá, em função das relações estratigráficas com os grupos Araí e Bambuí (respectivamente correspondentes à sua base e topo) e correlações 104 regionais com a Formação Vazante é posicionada no Meso-Neoproterozóico, entre 950 e 1100 Milhões de anos (DARDENNE, 1978, 1979 e FREITAS-SILVA, 1995). A presença de estromatólitos tipo conophyton em calcários e dolomitos corrobora o posicionamento cronoestratigráfico deste grupo. • Geologia Local Estratigrafia Dentro dos limites da área em estudo ocorrem rochas atribuídas às unidades S e A, do Grupo Paranoá além de coberturas de solos e regolitos recentes (FREITAS-SILVA & CAMPOS, 1998) (Figura 23). O Grupo Paranoá se distribui pela Chapada da Contagem (NOVAES-PINTO, 1994 a,b) e suas bordas, envolvendo as regiões mais rebaixadas no interior no Parque Nacional de Brasília e do Plano Piloto. Na Área de Expansão Urbana Noroeste a unidade basal é representada por metarritmitos arenosos e quartzitos pertencentes ao topo da Unidade S, incluindo também quartzitos laminados como aqueles aflorantes no Balão do Torto e no interior da área de influência direta do empreendimento, onde estas litologias e seus saprolitos foram explorados de forma relativamente extensa para a produção de areia. A unidade S encontra-se muito bem exposta nos antigos areais, no interior da área estudada, e na porção mais elevada próxima ao Viaduto do Torto. Esta unidade aflora em regiões de charneiras de anticlinais associados ao Domo Estrutural de Brasília, ocorrendo descontinuamente, em direção a sul/sudeste, desde o Balão do Torto até as imediações do Palácio do Buriti e deste ponto em direção a sudoeste até próximo à Hípica de Brasília, formando um arco que delineia o flanco leste do Domo de Brasília. Nas exposições situadas na área do empreendimento observa-se que, embora dominantemente arenosa, a Unidade S é representada por uma alternância de camadas de quartzitos finos, quartzitos grossos freqüentemente conglomeráticos, metarritmitos silto-argilosos, metassiltitos e eventuais metapelitos, estes últimos aumentam progressivamente em direção ao topo, marcando seu contato gradacional com a Unidade A (Unidade das Ardósias) que a recobre (Fotos 1, 2 e 3). Nos afloramentos encontrados da Unidade S estão bem preservadas estruturas primárias tais como acamamento, laminações, laminações cruzadas, estratificações cruzadas tabulares e acanaladas de médio a pequeno porte. Imediatamente acima da Unidade S, recobrindo a maior parte da área estudada e seu entorno, ocorre a Unidade A (Unidade das Ardósias). Esta unidade é composta por ardósias que, em função da baixa resistência aos processos intempéricos, não se encontra bem exposta na área de influência direta do empreendimento. Os afloramentos, na região da Câmara Legislativa, são restritos e descontínuos, sendo observados em cursos de drenagens, cortes de estradas e voçorocas. Petrograficamente, esta unidade é composta por ardósias de coloração roxa (quando intemperizada) característica, forte clivagem ardosiana e expressivo bandamento composicional especialmente próximo ao contato com as unidades sobrepostas e sotopostas. 105 111 3.2 1127.2 Cam 1131.6 1128.4 Cam 1138.0 1138.0 Cam HOSPITAL GERAL DE BRASILIA QE 1132.9 Cam 1137.1 rra Cam Te v. EC SMU M Cl Cam Cam 1075 1106.9 Te r ra REG O 1025.3 COR M 1132.6 C.F. 1142.8 1144.6 C.F . Cam 1137.5 1129.1 Euc C.F. A.T . Euc Cl Euc C.F . 1136.6 1134.9 1142.7 1148.1 Cl M DO 1147.3 Mov . TE P P 1136.6 1148.2 Cam 1138.1 C.F. C.F. 1145.9 1132.2 1109.1 1116.3 1112.3 Cerr Euc Euc Cl A.T. Cerr Cl 1050 NOVACAP VIVEIRO DE PLANTAS c Eu Cam 186.000 1142.3 Cl Cam de Cl M Cam de Cam Cam 1147.8 M M Cam 1137.8 1142.0 1145.5 1147.3 1146.4 Cam Cerr Cam 1146.9 rra Cam 1150.3 1150 Te Cam 1137.3 1142.5 Cam P M Cam 187.000 1142.4 Cam M 1125 110 0 Cerr Cam PRACA DUQUE DE CAXIAS 1138.8 1145.8 1147.5 1139.0 Cam INST.DE SAUDE E GERENCIA DE CON TROLE DE ZOONOSES M SETOR MILITAR URBANO 1142.6 P Cam Cam Cerr M M Cam Cam Cam EP AA DF -6 1 M 1146.3 1149.1 Ero sao 1112.7 Cam Cam Euc Cam CBMD TCB SETOR DE RECREACAO PUBLICA NORTE Euc AO DAC ICA FUN TAN BO ZOO CASA DE REPOUSO Cam Cl RIBEIRAO LABOR ATOR IO M Cam F Euc 1147.9 1092.8 SEP 2. DP M 1087.6 Cam Cam 1125 1132.2 1138.8 Euc Cam TE 1127.9 1121.4 1122.3 100 0.6 RA TE 1119.5 1120.2 1116.3 1120.4 1098.3 O IZAD JU DE S ORE MEN 1119.1 712 910 TE CEA 1069.2 TE 2.0 713 106 TE 1117.9 1119.3 1121.5 1119.2 1121.2 1116.8 GIO COLEECAO PROJ 6 114 706 310 CNPQ 311 190.000 Q.E. CS TE CS 1114.4 1101.1 1103.2 708 90 6 905 TE IS GERA CE UB . C.F 1092.1 S MINA 313 TE 70 9 1061.3 106 2.9 EGIO COL RADA SAG ILIA FAM 1112.3 EGI COL O 907 GISNO 1107.3 TE 314 90 9 116 Cam 1025 8 190.000 Q.E . 1002.0 2 EC-N .13 QI-2 1010.6 1 115 Cam 710 711 EC 908 EC 315 TE EC-316 NORTE SMHN STA. HELENA HOS PITAL BB APAE DF 1119.8 1121.6 Cam FUNDAC AO DE SERVICO SOCIAL SA DO CA CE 1123.1 AN DE TR Cam CE B 911 713 TE NA- Cl Cam 316 BRB PA M Cl EMBRA Cl M A.T . TE 714 AUT ODROMO NELSON PIQUET 1127.7 1128.1 Cam Cam 1082.5 912 1077.9 Cam 189.000 1132.4 1130.3 1126.7 Cam 715 Cam Cam IO JK LEG CO 913 TE SOS MESQUITA 913 ALD EIA MILO CA TE Cl Cl Cam 716 SAO Cam o sa Ero BB 914 Cam 1100 Cl EMBRAPA OLA ESC 1082.3 1063.4 915 Cam P 916 FACULD ADE E COLEGIO ALVOR ADA O T ITUT O INS UIST IC LING C.F. ANAL ARA CAM TIVA ISLA LEG TRIAGEM DE MENORES 1137.8 1142.9 Cam Cam 1097.2 Cam Cam 1075 Euc Cam Cl Cerr 1018.2 DE ZOOBO TANICA SAIN SETOR DE AREAS ISOLADAS NORTE RA I - BRASILIA Cam Cam Cam Cam 50 10 188.000 1147.0 Cam M 1010.8 M BAN M Cam 189.000 707 Figura 23 – Mapa de geologia. Cam 1150 Cerr Euc Cam Cam 1116.8 Cam SANATOR IO ESPIRITA DE BRASILIA Mov.d e Cl Cam Cam Cam Cam Cam Cam Terra 1142.9 Cerr Cam Cerr M Cam CASA DA ADM. M 1008.6 1008.1 Cam Cam Cam STN 4 112 ILIA AS 1095.9 BRB CONFEA ECT 308 EBR TEL 1079.4 309 TE Cam 5 1050 215 216 111 704 1113.8 705 1077.4 113 EC-113 TE NOR 4 VIA 185.000 1128.3 1105.7 de Mo Cam M Cam M Cam 1057.0 1051.2 CEMAVE Cam Cerr M M RESIDENCIAS FUNCIONAIS DO PARQUE Cam Cam C.F. M Cam Cam 188.000 DF00 3 A.T. Cam Mov. Cl Cl Cl SMAN SETOR DE ARMAZENAGEM E ABASTECIMENTO 1100 Eu c 50 106 3.6 105 5.7 Cam Cam Cam M 100 8.2 25 Ero sao 1127.2 1127.2 . A.T Cam Euc Cam 10 Cam CENTRO DE VISITANTES ADMINISTRACAO DO PARQUE Cam Cam Cam 10 A.T. 1122.9 SU BE ST DE EN AC ER AO GI A ST AC AO EN DE ER GI A SU BE Cam Cam Cam Cam 1060.8 105 0 Cam DE BRASILIA Cam W3 1113.9 S.F.E. Cam Cam Cam Cam 107 0.7 Cerr Cam Cam M Cam 187.000 6 9 11 7 QL-2 8 1109.4 305 EC TE IBA MA 307 CNPQ 1073.3 110 1103.1 TE EC JI 304 1097.3 Cam 1009.4 Cam 1063.9 107 EP EC TE 210 211 212 1088.8 1052.9 1070.0 109 9 ESTACAO TE 8.255.000 209 8.256.000 410 411 1046.1 412 412 8.257.000 1004.8 8.258.000 11 10 8.259.000 10 12 191.000 HIDROMETEOROLOGICA UNB Cam 1052.8 Cam NORTE 1035.5 Cam Cam 1076.7 Cam 415 EC - N.415 CAESB LAGO DO PARANOA 5 416 7 03 DF-0 Cam 1116.3 1115.9 Cam Cam 1068.8 Cam Cam PARQUE NACIONAL 1025 M 25 8.254.000 1112.4 Cam Cam Cam Cam 111 5.0 1100 Cam 107 5 Cam Cam 1072.2 Cam M 186.000 EC Cam 8.255.000 1107.5 1103.9 . A.T 8.256.000 1073.8 8.257.000 Cam 8.258.000 8.259.000 10 50 REGO Euc Euc M Euc A.T. O PA M EN T GO RE COR E uc M 1025 Cam A SUBTERRANE 5 Euc FN AC AM 5 A.T. 25 10 EP IA A .T . 185.000 JI 1 12 RTE - NO 104 191.000 EC 8.254.000 105 6 10 VIA RIO RODO G UA RA 312 EP IA E uc RTE - NO SO E NORT 50 10 EIXO 11 RN-4 34 1 .340 1050 DF -003 EC C .F. W2 A .T . ADUTORA Euc A.T. DF-0 09 - W4 RO TE NOR IARIO DOV D F- EIX O BR AD INHO F RTE 1-NO VIA-L 1 07 5 CDB 1025 SO - W3 VIA E 8 VIA NORT 10 7 DF-00 - L2 VIA 306 NO RTE 40 108 107 106 0 500 NW Área de estudo Área de influência direta As coberturas de solos foram utilizadas como parâmetro para o posicionamento do contato. O contato apresentado deve ser considerado encoberto. A ausência de exposições não permite definir o padrão estrutural da área, entretanto informações regionais indicam se tratar de um pequeno domo. Unidade S - Metarritmitos arenosos intercalados a bancos maciços ou estratificados de quartzitos brancos, finos a grossos. Possível ocorrência de lentes carbonáticas em profundidade. Unidade A - Ardósias roxas (cor de alteração) com clivagens evidentes, pouco coesas, com delgadas bandas siltosas. Grupo Paranoá - Meso/Neoproterozóico Legenda 242 225 209 210 194 243 226 NOROESTE URBANA EXPANSÃO ÁREA DE RIMA EIA GEOLOGIA 1000m DISTRITO FEDERAL 241 Base cartográfica: Sistema Cartográfica do Distrito Federal - SICAD, escala 1:10.000, Codeplan, 1991. Escala: 1:10.000 500 NW 240 224 239 238 237 223 222 221 220 219 236 234 235 218 217 216 232 231 230 229 228 233 215 214 213 212 211 162 208 207 206 205 204 203 202 201 200 199 198 197 196 195 193 146 178 192 191 190 189 188 187 186 185 184 183 182 181 173 172 180 175 174 157 156 171 170 169 179 161 177 160 176 159 142 158 141 140 139 155 138 154 137 153 145 127 144 126 143 125 124 123 122 121 120 152 168 136 165 164 163 119 149 148 147 151 167 150 166 116 133 115 132 114 131 135 129 112 118 128 111 78 95 134 110 94 61 29 44 77 60 43 14 28 117 105 104 103 102 101 100 99 98 97 109 87 86 85 84 83 82 81 80 93 92 91 90 89 88 67 66 65 64 63 76 75 74 73 72 71 70 69 68 46 59 58 57 56 55 54 53 52 51 50 49 48 47 N 41 25 39 42 13 27 12 26 11 24 38 37 36 35 34 33 32 31 30 10 9 23 8 22 7 21 6 20 5 19 4 18 3 17 2 16 1 15 Articulação das folhas SICAD 1:10.000 244 227 130 113 96 79 62 45 106 Foto 1 - Metassiltitos dobrados que compõem a maior porção da seção estratigráfica da Unidade S. Foto 2 - Bloco de quartzito presente em camadas maciças intercaladas no topo da Unidade S. Foto 3 - Detalhe de níveis de quartzitos grossos comumente observados nos areais presentes na área de interesse à implantação da Área de Expansão Urbana Noroeste. 107 Ocasionalmente, na Unidade das Ardósias ocorrem pequenas lentes de quartzitos finos, brancos e silicificados distribuídos descontinuamente. Nesta unidade, em função de sua baixa permeabilidade e plasticidade, é bastante comum a presença de enxames de veios de quartzo que preenchem fraturas abertas no conjunto das ardósias. Nesta situação são desenvolvidas as cascalheiras que, especialmente no passado, foram intensamente exploradas, sendo que os vestígios destas explorações, na região estudada, podem ser observados no interior do Parque Nacional de Brasília e nas proximidades do Viaduto do Torto. Geologia Estrutural Os dados relativos à deformação da área foram obtidos não apenas na área mapeada, mas principalmente na área do Parque Nacional de Brasília. Embora a quantidade de medidas estruturais não tenha permitido um tratamento estatístico tradicional das informações, os dados levantados em conjunto com aqueles existentes (FREITASSILVA & CAMPOS 1995, 1998), possibilitaram uma caracterização geral do arcabouço estrutural da região e sua comparação e enquadramento no arranjo tectônico do Distrito Federal. A área investigada corresponde à cúpula de um pequeno domo estrutural interno ao Domo de Brasília (FREITAS-SILVA & CAMPOS 1995, 1998). Essa estruturação permitiu que rochas situadas estratigraficamente abaixo das ardósias pudessem aflorar/subaflorar na área de influência direta da Área de Expansão Urbana Noroeste. Regionalmente, no Grupo Paranoá foram observadas dobras em estilos que variam desde chevrons (dobras flexurais) apertados simétricos a assimétricos até dobras abertas, as quais foram correlacionadas às dobras das fases F2 e F3 .As dobras D2 da fase F2 apresentam eixos em torno de NS, embora nesta região possam apresentar forte inflexão para NE, enquanto as dobras D3 da fase F3 apresentam eixos com direções pouco variáveis em torno de NS e embora com duplo caimento predominam os eixos com mergulho para norte. Estes dobramentos foram gerados durante a estruturação do Domo de Brasília e associado às dobras D2 ocorre uma foliação de plano axial S2 (mais evidente nos tipos petrográficos mais pelíticos). Superimposta a D2 e D3 ocorrem dobramentos cruzados D4 da Fase F4, caracterizados por dobramentos abertos, suaves a homoclinal com eixos orientados respectivamente a NNE e WNW e planos axiais subverticais e que apenas raramente desenvolvem clivagem de plano axial. Neste estágio deformacional foram desenvolvidas dobras amplas, abertas e ondulações, as quais foram responsáveis pela estruturação em domos e bacias observada no Distrito Federal, gerada a partir do redobramento (duplo caimento) dos eixos D2 e D3. Especificamente na área do empreendimento as camadas de metassiltitos, quartzitos e pelitos da Unidade S apresentam atitude dominante entre N60-80E com mergulhos baixos a moderados (20o a 50o) para NW e subordinadamente para SE. Contudo, a atitude dominante medida em afloramentos é função apenas do dobramento assimétrico D2, em estilo chevron (dobras flexurais), que afeta todo o conjunto rochoso tendo seus 108 eixos, nesta região do Distrito Federal, atitude média N40-65E/10-20. Desta forma, a envoltória das dobras da fase de deformação D2, define, em conjunto com sua interferência com as fases de dobramentos suaves D3 e D4, a disposição geral das camadas: noroeste com mergulho para nordeste, compondo o hemisfério nordeste do Domo Estrutural de Brasília. As duas fases deformacionais D2 e D3 correspondem ao estágio de deformação dúctilrúptil mais importante do Distrito Federal, sendo que a orientação do estiramento mineral, relacionado a estas fases coaxiais, indica movimentação de oeste para leste em direção ao antepaís, representado pelo Cráton do São Francisco (as atitudes de Lm variam em torno N80W/5-20). As dobras D4 são atribuídas à descompressão do orógeno brasiliano ao final do estágio dúctil-rúptil da deformação brasiliana. Ao final do Ciclo Brasiliano, já em um estágio francamente rúptil foi desenvolvida a fase F5, também observada na área estudada. Esta fase é representada por um conjunto de descontinuidades planares representada por fraturas e falhas normais. O pequeno número de medidas dificultou a interpretação genética dos sistemas de fraturas, os quais foram mais bem caracterizados através da análise de imagens de satélite e fotografias aéreas. Desta forma, foi possível evidenciar na área dois sistemas principais de fraturas/falhas. O primeiro de direção geral NS, com variação de até 15o para leste e oeste, tendo sido caracterizado como fraturas de alívio da compressão principal. Localmente este sistema aproveita a direção da foliação D3 para seu desenvolvimento. O segundo sistema é composto por duas famílias que representam um par de fraturas de cisalhamento conjugado N45E e N45W, com pequenas variações (Foto 4). Naturalmente ocorrem outras direções de menor importância, que foram desenvolvidas a partir da reativação de anisotropias geradas durante as fases de deformação anteriores (F1 a F3). Foto 4 – Plano de falha de cisalhamento exposta em frente de lavra de areia na área em 109 estudo. 110 4.2.5. Geomorfologia • Contexto Regional Novaes Pinto (1986) por meio das observações e relações de diversos fatores naturais da paisagem (hipsometria, litologia, geomorfologia, declividade, solo e vegetação), compartimentou a geomorfologia do Distrito Federal em conjuntos com aspectos morfológicos e genéticos distintos. O resultado foi a compartimentação do Distrito Federal em três tipos de macro-unidades geomorfológicas, denominados de: Região de Chapada, Área de Dissecação Intermediária e Região Dissecada de Vale, cada uma ocupando, respectivamente, 33,9%, 30,9% e 35,5% da área total do Distrito Federal. Estas macro-unidades apresentam-se subdivididas em unidades menores, constituindo no total de treze unidades geomorfológicas. A sua gênese está relacionada ao Neógeno, quando foram formadas, em torno do anticlinório de Brasília, pelas drenagens dos efluentes do rio São Bartolomeu. Durante o Plio-pleistoceno, essas depressões localizadas no sopé do etchiplano, sofreram aplainamento por pediplanação. Neste período as condições ambientais com alternâncias de períodos pluviais e interpluviais propiciaram nos pediplanos a dissecação pelos vales fluviais em intensidades variadas, originando a configuração diferenciada atual. Martins & Baptista (1998) apresentaram uma outra proposta para a compartimentação geomorfológica do Distrito Federal, baseada nas características descritivas do relevo, mais precisamente na altimetria e declividade. Como resultado, o Distrito Federal foi dividido em 5 compartimentos: Chapadas Elevadas ou Planaltos (20,4% do DF), Rebordos (11,7%), Escarpas (3,9%), Planos Intermediários (43,3%) e Planícies (19,2%), todos eles relacionados com os diferentes processos morfodinâmicos de erosão, deposição e pedogênese. As formações desses compartimentos foram cogenéticas e suas diferenças geomorfológicas obedeceram a um forte controle lito-estrutural. Como pode ser verificado nas relações das paisagens com as estruturas tectônicas brasilianas. Sobre os padrões estruturais do tipo domo e bacia, formaram se, respectivamente, as chapadas elevadas (nos flancos do domo) e os vales das grandes drenagens, moldados graças ao intemperismo diferencial atuante nas várias litologias. As principais características dos compartimentos geomorfológicos estão a seguir relacionadas: Chapadas Elevadas ou Planaltos: esta região tem suas cotas elevadas e padrão de relevo plano sustentado por quartzitos e metarritmitos arenosos do Grupo Paranoá. Os solos predominantes são representados por latossolos espessos com estrutura granular que confere a esses solos boa condutividade hidráulica e baixa capacidade de retenção de água. Essas áreas são planas ou suavemente onduladas, características que, 111 associadas ao tipo de solo e a litologia, favorecem a percolação das soluções aquosas, gerando um intemperismo químico intenso e profundo. Nessas áreas predominam os processos de pedogênese sobre os processos de erosão e deposição. Planos Intermediários ou Superfícies de Dissecação Intermediárias: apresenta relevo suave ondulado e são recobertas por latossolos na sua maior extensão, sendo que os cambissolos ocorrem ao longo dos vales mais encaixados. Como na caso das chapadas, nesse compartimento prevalecem os processos de pedogênese sobre o transporte e a acumulação. A Depressão do Paranoá e o Vale do Rio Preto são os melhores exemplos desse compartimento. Superfície de Dissecação de Vales ou Planícies: corresponde às áreas com maior densidade de drenagens, as mais baixas cotas, com maior amplitude de relevo e recobertas essencialmente por cambissolos e neossolos. Os melhores exemplos da ocorrência deste compartimento no território do Distrito Federal são os vales dos rios São Bartolomeu e Maranhão, onde as litologias mais impermeáveis favorecem o desenvolvimento dos processos de transporte e acumulação sobre os de pedogênese. Rebordos: esse compartimento não foi descrito por Novaes Pinto (1994). Localiza-se nas bordas das chapadas e a separam dos planos intermediários. Suas vertentes são relativamente suaves, se comparadas às escarpas, com poder erosivo de baixa intensidade. A sua gênese é associada a um forte controle lito-estrutural, pedológico e hidrodinâmico, pois nessas áreas predominam os latossolos vermelho-amarelos que podem estar associados às couraças lateríticas. As couraças são possivelmente geradas na própria borda, pela retenção do ferro proveniente de soluções intempéricas das áreas de relevo mais suave (chapadas). A geração da couraça aumenta a resistência à erosão da borda, ao mesmo tempo em que retém parte dos componentes químicos das soluções intempéricas. Dessa forma, os rebordos são áreas em que os processos de pedogênese, erosão e deposição ainda se encontram ativos, pois são os receptáculos químicos da chapada e impedem os processos físicos da denudação (transporte físico e químico). Escarpas: são definidas como regiões em que ocorreram rupturas abruptas no relevo. Elas ocorrem em restritas áreas onde as chapadas estão em passagem direta para o compartimento de Dissecação de Vales ou Planícies. Nesse contexto, as couraças não são observadas. As áreas de escarpas são aquelas onde o potencial erosivo é máximo, devendo as ações de monitoramento das perdas laminares de solos preferencialmente ser desenvolvidas nesse compartimento. • Geomorfologia Local De acordo com a compartimentação geomorfológica proposta por Novaes Pinto (1987, 1994a) o Setor Noroeste está inserido na Área de Dissecação Intermediária o qual, como já mencionado, é caracterizada genericamente por ser um modelado de relevo fraco ondulado, com declividades baixas a moderadas, situado entre as cotas altiméticas de 1000 e 1100 m (Foto 5). 112 Foto 5 - Vista panorâmica do relevo na área de interesse à implantação do setor Habitacional Noroeste. Notar o desnível observado a partir do ponto mais elevado para o ponto mais baixo . A região onde será instalado o empreendimento está situada no divisor do médio/baixo curso do córrego do Acampamento, baixo curso do ribeirão Bananal e o braço norte do Lago do Paranoá. Essa posição hidrográfica resulta no isolamento da área pela EPIA Norte e pela área de urbana da Asa Norte. Dentre os três sistemas hídricos citados, o ribeirão Bananal deverá ser submetido aos maiores impactos, pois receberá as águas de excedente pluviais deste setor. Especificamente na região do empreendimento, a evolução do relevo apresenta como importante condicionante, além da estruturação geológica, a presença de janela de quartzitos laminados da Unidade S a qual aflora nesta região devido a existência de dobras internas no anticlinório do Domo de Brasília (como definido no item geologia deste relatório). O modelado local tem como característica um padrão bastante monótono, pouco movimentado que, na escala de detalhe pode ser compartimentado em três sub-unidades geomorfológicas com características próprias: Região Suave Ondulada do Setor Noroeste (RSSN), Vale do Acampamento/Bananal (VAB) e Delta do Bananal (DB), este último sendo de natureza antrópica tendo sido formado em função da formação do Lago Paranoá (Figura 25). Região Suave Ondulada do Setor Noroeste (RSSN): Dominando cerca de 70% da área da poligonal da área de expansão urbana do setor habitacional é caracterizado por um relevo suave ondulado, com declividades que não ultrapassam 10%, em sua maior parte inferiores a 5% (Mapa de Classes de Declividade – volume IV). A cobertura pedológica dominante é representada por espessos latossolos, ocorrendo na sua porção centro leste neossolos quartzarênicos e regolíticos, sendo ambas as classes caracterizadas pela acentuada drenagem (Figura 26). A Região Suave Ondulada do Setor Noroeste corresponde a um tipo de modelado na 113 qual os processos de pedogênese predominam amplamente sobre os processos de dissecação e deposição sendo este último inexpressivo nesta unidade. Em função das baixas declividades, dos tipos de coberturas pedológicas e da cobertura vegetal (campos e cerrados) bem preservados, caracteriza uma unidade de elevada estabilidade natural, que contudo pode ser localmente quebrada em função de processos erosivos lineares ocasionados por concentração de fluxo de águas superficiais. Vale do Acampamento/Bananal (VAB): esta subunidade corresponde a um modelado de vertentes suaves, de baixas declividades, em geral inferiores a 15%, apenas localmente apresentando porções restritas com declividades moderadas (Figura 25). Nas vertentes que caracterizam esta subunidade predominam as coberturas pedológicas compostas por latossolos, entretanto são importantes também cambissolos e gleissolos. Em sua maior parte o terreno encontra-se protegido por matas ciliares bem preservadas. O Vale do Acampamento/Bananal constitui um modelado no qual os processos de dissecação-deposição e pedogênese se equilibram. Nas suas porções mais a montante pode haver um leve predomínio dos processos erosivos (dissecação). Enquanto que na região de confluência dos ribeirões Bananal e Acampamento há um predomínio dos processos de sedimentação estando este local sujeito a inundações sazonais e ficando inundado a maior parte do ano. As características encontradas na subunidade do Vale do Acampamento/Bananal definem um modelado estável. Contudo, trata-se de uma estabilidade natural bastante frágil que pode facilmente ser quebrada por ações antrópicas, não devendo ser permitido nesta área qualquer tipo de ocupação exceto possível derivação de água a fio d’água, com ou sem uma pequena tomada d´água que bem dimensionada não causaria qualquer dano a este setor. Delta do Bananal (DB): Como já mencionado, trata-se de um modelado antrópico tendo se desenvolvido em função da formação do lago Paranoá. Compreende uma região de declividade praticamente nula, plana, aonde o ribeirão Bananal deságua no lago Paranoá (Mapas de Geomorfologia e Classes de Declividade – Figura 25). Ao alcançar o braço norte do lago Paranoá a energia do ribeirão Bananal sofre uma brusca diminuição provocando assim a deposição por processos suspensivos de grande parte de sua carga sólida, desta maneira, neste modelado os processos de sedimentação predominam amplamente sobre os demais caracterizando um modelado de deposição, que tem como cobertura predominante sedimentos inconsolidados. O Delta do Bananal, embora de origem antrópica constitui um modelado peculiar que permitiu que um ecossistema semelhante aquele encontrado em pântanos fosse ali estabelecido, com vegetação adaptada a inundações sazonais denominadas como vegetação pântano arbustivo de delta (EITEN, 1984, 2001; CONDE, 1998). Constitui um modelado estável contudo muito sensível, no qual deve ser proibido qualquer tipo de ocupação. 114 1113.2 1127.2 Cam 1128.4 1138.0 1138.0 Cam HOSPITAL GERAL DE BRASILIA QE 1132.9 Cam 1137.1 Cam EC SMU Cl 1106.9 Te rra Cam Cam 1075 O Euc C.F. 1132.6 C.F. 1142.8 1144.6 Cl 1050 M C.F. A.T . C.F. 1136.6 1134.9 1142.7 1148.1 1147.3 Mo v. Cl M DO TE P P 1136.6 1148.2 Cam 1138.1 C.F. C.F. 1145.9 1132.2 1109.1 1116.3 1112.3 Cerr Cerr Euc Cl Eu c Euc Euc Cl A.T. NOVACAP Cam 1137.5 1129.1 186.000 1142.3 Cl Cam de REG 1025.3 COR VIVEIRO DE PLANTAS Euc Cam Cam P Cam Te Cam 1147.8 Cam 1137.8 1142.0 1145.5 1147.3 1146.4 Cam Cerr Cam 1146.9 rra Cam 1150.3 1150 1137.3 1142.5 de Cam Cam M M Cam 187.000 1142.4 Cam M 1125 1100 Cerr Cam PRACA DUQUE DE CAXIAS 1147.5 1145.8 1138.8 1139.0 Cam INST.DE SAUDE E GERENCIA DE CONTROLE DE ZOONOSES M SETOR MILITAR URBANO 1142.6 P Cam Cam Cerr M M Cam CEMAVE Cam AA DF -6 EP 1 Cam Cam Cerr M Cam CASA DA ADM. M 1146.3 1149.1 1142.9 Cerr sao Ero Cam 1150 Cerr Euc Cam Cam 1112.7 1116.8 Cam SANATORIO ESPIRITA DE BRASILIA Mov.de Cl Cam Cam Cam Cam Cam Cam Terra M 1008.6 M Cam Cam Euc Cam LABORATORIO M F Euc 1147.9 1092.8 SEP 2. DP 1087.6 Cam 1125 1132.2 1138.8 Euc Cam ao 1126.7 Cam os SAO COL Cam TE 1127.9 CE B 911 1121.4 1122.3 1119.5 1119.1 1120.2 1116.3 1120.4 1098.3 O IZAD JU DE S ORE MEN TE 910 TE CEA RA 712 713 2.0 106 TE 907 1117.9 1119.3 1121.5 1119.2 . 1116.8 COL EGIO ECAO PROJ CS 1114.4 6 114 706 310 CNPQ 311 190.000 Q.E. CS TE 6 1101.1 1103.2 708 90 905 TE IS S GERA B CEU C.F 1092.1 MINA 313 TE 709 1061.3 1062.9 EGIO COL RADA SAG LIA FAMI 1112.3 1121.2 COL EGIO GISNO 1107.3 TE 314 90 9 116 Cam 1025 8 190.000 Q.E . 1002.0 2 EC-N.13 QI-2 1010.6 1 115 Cam 710 711 EC 90 8 EC 315 TE EC-316 NORTE SMHN STA. HELENA 1069.2 1119.8 1121.6 1000.6 HOSPITAL BB TE A DO CAS CE Cam FUNDACAO DE SERVICO SOCIAL AE AP DF 713 TE NA- Cl Cam 316 BRB PA 1123.1 N TRA Cam DE Cl M BRA EM Cl M A.T . TE 714 AUTODROMO NELSON PIQUET 1127.7 1128.1 Cam Cam 1082.5 1077.9 Cam 912 JK 715 Cam EGIO MESQUITA 913 TE SOS 913 EIA ALD MILO CA TE 716 Cl Cl Cam Cam 707 189.000 1132.4 1130.3 Er BB 914 Cam 1100 Cl EMBRAPA OLA ESC 1082.3 1063.4 915 Cam P 916 FACULDADE E COLEGIO ALVORADA Cam C.F. TO TITU INS UISTICO LING ARA CAM IVA ISL AT LEG TRIAGEM DE MENORES 1137.8 1142.9 Cam Cam 1097.2 Cam Cam 1075 Euc Cam Cl Cerr 1018.2 M BAN ANAL M Cam 189.000 Cam STN 4 112 ILIA 1095.9 BRB CONFEA ECT 308 RAS LEB TE 1079.4 309 TE 5 Cam 215 216 111 704 1113.8 705 1077.4 113 -113 EC TE NOR 4 1050 6 9 11 7 QL-2 8 1109.4 305 EC TE A IBAM 307 CNPQ 1073.3 110 1103.1 TE EC JI 304 1097.3 Cam 1009.4 Cam ESTACAO 1063.9 107 EC 1004.8 8.258.000 11 10 8.259.000 410 411 TE 8.255.000 209 8.256.000 1046.1 412 412 8.257.000 EP TE 210 211 212 1088.8 1052.9 1070.0 109 9 10 12 191.000 HIDROMETEOROLOGICA UNB Cam 1052.8 Cam NORTE 1035.5 Cam Cam 1076.7 Cam 415 EC - N.415 CAESB LAGO DO PARANOA 5 416 7 306 NORTE 104 191.000 EC 8.254.000 105 6 10 92 109 91 108 90 107 89 106 88 105 87 104 86 103 85 102 84 101 83 100 82 99 81 98 80 97 146 145 144 143 142 141 140 139 NW Área de estudo Área de influência direta Hidrografia abaixo de 5 % de 5 % a 10 % de 10 % a 15 % de 15 % a 30 % de 30 % a 100 % acima de 100 % Classes de declividade: Legenda 209 243 226 210 NOROESTE URBANA EXPANSÃO ÁREA DE RIMA EIA 1000m DISTRITO FEDERAL CLASSES DE DECLIVIDADE Base cartográfica: Sistema Cartográfica do Distrito Federal - SICAD, escala 1:10.000, Codeplan, 1991. Escala: 1:10.000 500 500 236 231 230 229 228 0 239 238 237 219 218 217 234 216 233 215 232 214 213 212 211 NW 242 241 240 222 221 220 203 202 201 197 194 225 224 223 206 205 188 187 186 185 200 199 181 196 195 235 162 178 192 208 191 207 174 190 173 189 172 204 171 170 169 184 183 182 198 165 164 179 193 161 177 160 176 159 175 158 157 156 155 154 153 152 168 151 167 150 166 149 148 180 163 147 138 137 136 135 134 132 131 133 129 112 128 111 127 126 125 124 110 95 78 61 44 29 123 122 121 120 119 118 117 116 115 114 94 77 93 60 76 75 74 73 72 71 70 69 68 67 66 65 64 63 43 28 14 59 58 57 56 55 54 53 52 N 42 13 27 41 12 26 40 39 38 37 36 35 11 25 10 24 9 23 8 22 7 21 6 20 5 34 19 51 4 33 50 18 3 32 49 17 2 31 48 16 47 1 30 46 15 Articulação das folhas SICAD 1:10.000 Figura 24 – Mapa de Classes de declividade. CBMD TCB SETOR DE RECREACAO PUBLICA NORTE Euc Cam RA I - BRASILIA CASA DE REPOUSO Cam Cam Cam Cl RIBEIRAO DE ZOOBOTANICA SAIN SETOR DE AREAS ISOLADAS NORTE M AO A DAC FUNBOTANIC ZOO 1010.8 Cam Cam 50 10 188.000 1147.0 Cam 1008.1 Cam Cam VIA 185.000 1122.9 1128.3 1131.6 Cam v. rra Mo Te Cl M M 1051.2 Cam M RESIDENCIAS FUNCIONAIS DO PARQUE Cam Cam C.F. Cerr DF0 03 A.T. Cam 1105.7 de Cam SMAN Cl Cl Cl M Cam M M Cam 1057.0 Cam Cam Cam M Cam Cam 188.000 ao Eros 1127.2 Mov. Eu c 0 05 1 1063.6 1055.7 Cam M 25 A.T . 1113.9 S.F. E. 1127.2 Eu c SETOR DE ARMAZENAGEM E ABASTECIMENTO 0 110 ST DE ACAO ER GI A SU BE . A.T Cam EN SU BE DE ST EN AC ER AO GIA Cam Cam CENTRO DE VISITANTES ADMINISTRACAO DO PARQUE Cam M 1008.2 Cam 10 W3 Cam 1116.3 Cam Cam Cam Cam Cam Cam 1060.8 1050 Cam Cam 03 8.254.000 1112.4 Cam Cam Cam 1070.7 Cerr Cam DE BRASILIA M Cam 187.000 EC 1115.9 Cam Cam 1115.0 0 110 Cam Cam Cam Cam 1068.8 Cam Cam PARQUE NACIONAL 102 5 M JI Cam 8.255.000 1107.5 1103.9 . A.T 1075 Cam Cam 1072.2 Cam 50 Cam M 186.000 NEA 8.256.000 1073.8 8.257.000 Cam 8.258.000 8.259.000 10 REGO M Euc c Eu O EG 1025 RR CO M Euc A.T. A.T. 10 25 Cam Eu c FN TO PA M EN AC AM DF -0 95 EP IA A.T . 185.000 RTE 3 - NO 11 25 RTE - NO VIARIO RODO GUA RA 312 IA 50 10 EP 1050 EIXO 11 R N-4 34 1 .3 40 DF-0 Euc 025 DF- DF -003 W2 SO E NORT Eu c SUBTERRA . ADUTORA Eu c A.T. RTE IO NO A .T IAR DOV O RO EIX BR AD IN HO F CDB - W4 TE OR -L1-N SO VIA 1025 75 VIA C.F . EC 10 -W VIA RT E NO 10 8 7 DF-00 VIA - L2 45 244 227 130 113 96 79 62 115 1113.2 1127.2 Cam 1131.6 1128.4 Cam 1138.0 1138.0 Cam HOSPITAL GERAL DE BRASILIA QE 1132.9 Cam 1137.1 rra Cam Te EC SMU M Cl 1106.9 rra Cam Cam 1075 Te CO O 1025.3 EG RR M Euc 1132.6 C.F. 1142.8 1144.6 C.F. Cam 1137.5 1129.1 Cl 1050 C.F. A.T . C.F . 1136.6 1148.1 1147.3 Mo v. Cl M DO TE P P 1136.6 1148.2 Cam 1134.9 1142.7 c 1138.1 C.F . C.F . 1145.9 1132.2 1109.1 1116.3 1112.3 Cerr Cerr Euc Cl Eu Euc Euc Cl A.T. NOVACAP VIVEIRO DE PLANTAS Euc Cam 186.000 1142.3 Cl Cam de Cl M Cam de Cam Cam 1147.8 M M Cam 1137.8 1142.0 1145.5 1147.3 1146.4 Cam Cerr Cam 1146.9 rra Cam 1150.3 1150 Te Cam 1137.3 1142.5 Cam P M 1051.2 Cam 187.000 1142.4 Cam M 1125 1100 Cerr Cam 1147.5 1145.8 1138.8 PRACA DUQUE DE CAXIA S Cam 1139.0 Cam EP AA DF -6 1 Cam M 1146.3 1149.1 1142.9 sao Ero 1008.6 1150 Cam Cerr Euc 1112.7 M 50 Euc Cam CBMD TCB SETOR DE RECREACAO PUBLICA NORTE Euc Cam CASA DE REPOUSO Cam Cam M LABORATORIO F Euc 1142.9 SEP 2. DP 1087.6 Cam Cam 1125 1132.2 1138.8 Euc BB Cam 1127.9 AUTODROMO NELSON PIQUET 1127.7 1128.1 Cam TE 1121.4 100 0.6 A TE 1119.5 1119.1 1120.2 1116.3 1120.4 1098.3 O IZAD JU DE S ORE MEN TE 910 C EAR 1069.2 TE 712 713 1062.0 EC 9 1117.9 1119.3 1121.5 1119.2 1121.2 1116.8 EGIO COLJECAO PRO Cam . 190.000 Q.E. CS TE 6 114 706 310 CNPQ 311 1114.4 1101.1 1103.2 708 CS 1025 8 190.000 90 6 905 TE AIS GER CE UB C.F. 1092.1 S MINA 313 TE 709 1061.3 1062.9 EGIO COL RAD A SAG ILIA FAM 1112.3 LEGI CO O 907 GISN O 1107.3 TE 8 TE 314 90 116 Q.E 100 2.0 2 EC-N.13 QI-2 101 0.6 1 115 Cam 710 711 90 EC 315 TE EC-316 NORTE SMHN STA. HELENA HOSPITAL BB AP AE DF 1119.8 1121.6 Cam FUNDACAO DE SERVICO SOCIAL A DO CAS CE 1123.1 N TRA 1122.3 DE Cam CEB 911 713 TE NA- Cl Cam 316 BRB PA M Cl EMBRA Cl M A.T . 707 189.000 1132.4 1130.3 1126.7 Cam Cam Cam 1082.5 1077.9 Cam 912 O JK TE 71 4 Cam Cam 715 EGI COL MESQUITA 913 TE 913 EIA ALD Cl SOS MILO O CA SA TE 716 914 Cam ao os Er 1100 Cl EMBRAPA OLA ESC 1082.3 106 3.4 915 Cam P 916 FAC ULD ADE E COLEGIO ALVOR ADA TO T ITU CO INS STI GUI LIN C.F. ANAL M Cl Cam Cam 189.000 Cam STN 4 112 ILIA AS 1095.9 BRB CONFEA ECT 308 EBR TEL 1079.4 309 TE 5 Cam 215 216 111 704 1113.8 705 1077.4 113 EC- 113 TE NOR 4 1050 6 9 11 7 QL-2 8 1109.4 305 EC TE IBAMA 307 CNPQ 1073.3 110 1103.1 TE EC JI 304 1097.3 Cam 1009.4 1063.9 107 EP EC TE 210 211 Cam 212 1088.8 1052.9 1070.0 109 9 ESTACAO TE 8.255.000 209 8.256.000 410 411 1046.1 412 412 8.257.000 1004.8 8.258.000 11 10 8.259.000 10 12 191.000 HIDROMETEOROLOGICA UNB Cam 1052.8 Cam NORTE 1035.5 Cam Cam 1076.7 Cam 415 EC - N.4 15 CAESB LAGO DO PARANOA 5 416 7 306 NO RTE 104 191.000 EC 8.254.000 105 6 10 Figura 25 – Mapa de Geomorfologia. 1147.9 1092.8 BAN M A MAR CA ATIVA GISL LE TR IAGEM DE MENORES 1137.8 1097.2 Cam Cam Cam Cam Cl Cerr 101 8.2 1075 Euc Cam RA I - BRASILIA Cam Cam Cam Cl RIBEIRAO DE Z OOBOTANICA SAIN SETOR DE AREAS ISOLADAS NORTE M AO DAC ICA FUN TAN BO ZOO 1010.8 Cam Cam 10 188.000 1147.0 Cam 1008.1 Cam Cam 1116.8 Cam SANAT ORIO ESPIRITA DE BRASILIA Mov.de Cl Cam Cam Cam Cam Cam Cam Terra M Cerr Cam Cerr M Cam CASA DA ADM. Cam INST.DE SAUDE E GER ENCIA DE CONTROLE DE ZOONOSES M SETOR MILITAR URBANO 1142.6 P Cam Cam Cerr M M Cam CEMAVE Cam M M RESIDENCIAS FUNCIONAIS DO PARQUE Cam Cerr Cam Cam VIA 185.000 112 2.9 1105.7 de Mo v. Cam SMAN Cl Cl Cl M Cam M Cam 1057.0 Cam Cam C.F. M D F00 3 A.T. 1128.3 Mov. Euc 0 105 1063.6 1055.7 Cam Cam M 1008.2 Cam Cam 188.000 Erosao 1127.2 1127.2 c SETOR DE ARMAZENAGEM E ABASTECIMENTO 110 0 Eu Cam Cam CENTRO D E VISITANTES Cam ADMIN ISTRACAO DO PARQUE Cam M 25 A.T . Cam SU BE SU BE DE ST EN AC ER AO GIA ST AC AO EN DE ER GI A A.T Cam . Cam Cam Cam 1060.8 105 0 DE BRASIL IA Cam 10 W3 Cam S.F. E. Cam Cam Cam Cam Cam 107 0.7 Cerr Cam Cam Cam 03 DF-0 1113.9 1116.3 1115.9 Cam Cam 1068.8 Cam Cam PARQUE NACIONAL Cam 187.000 25 DF-0 8.254.000 1112.4 Cam Cam Cam Cam 1115.0 11 00 Cam 1075 Cam Cam 1072.2 Cam M 1025 M EC Cam 8.255.000 1107.5 110 3.9 . A.T 8.256.000 1073.8 8.257.000 Cam 8.258.000 8.259.000 1050 REGO M Eu c Euc 186.000 1025 GO RE COR Euc A .T . M Eu c A.T. 10 25 Cam SUBTERRANEA 25 Eu c Eu c EN TO PA M M AC A DF -095 EP IA A .T . 185.000 JI 11 312 O VIA RI RODO GUARA RTE - NO 50 EP IA 10 EIXO 113RN-4 4.3 1 40 1050 00 3 E NORT FN ADUTORA NORTE D F- RTE SO A.T. W2 A .T . - W4 VIA E uc - NO VIARIO RODO BR AD INHO EIXO TE 5 1025 C.F . EC 1 07 R 1-NO VIA-L SO - W3 VIA E 8 F CDB RT - NO 10 7 DF-00 - L2 VIA 105 104 103 102 101 100 99 98 97 N 109 108 107 106 88 87 86 85 84 83 82 81 80 239 238 232 231 229 228 0 NW Área de estudo Área de influência direta Delta do Bananal - DB: modelado antrópico constituído por área plana a suavemente ondulada, com ampla predominância dos processos de deposição. Vale do Acampamento/Bananal - VAB: modelado de vertentes com declividades baixas e localmente moderadas ao longo das quais os processos de intemperismo, transporte e deposição tendem a se equilibrar. Região Suave Ondulada do Setor Noroeste RSSN: relevo suave ondulado com declividades dominantemente baixas (< 10%), amplos interflúvios de formas convexas, onde predominam processos pedogenéticos. Legenda 242 225 209 193 177 161 145 128 111 78 243 226 210 194 178 162 146 129 112 95 NOROESTE URBANA EXPANSÃO ÁREA DE RIMA EIA GEOMORFOLOGIA 1000m DISTRITO FEDERAL 241 Base cartográfica: Sistema Cartográfica do Distrito Federal - SICAD, escala 1:10.000, Codeplan, 1991. Escala: 1:10.000 500 234 500 222 221 237 236 218 216 215 214 230 212 211 NW 208 223 206 205 204 220 203 219 202 217 200 199 198 197 213 196 195 224 192 207 190 189 188 187 186 201 184 183 182 181 180 179 240 191 174 172 171 170 169 167 235 160 176 159 175 158 173 156 155 154 153 152 168 151 150 164 163 185 144 143 142 141 157 140 139 138 137 136 135 134 149 165 148 147 233 127 126 125 124 123 122 121 120 119 118 117 166 116 133 115 132 114 131 110 94 61 44 93 92 91 90 89 69 68 67 66 65 64 63 77 60 29 76 75 74 73 72 71 70 47 46 43 14 28 59 42 13 27 58 41 12 26 57 40 11 25 39 56 24 10 9 38 55 23 8 37 54 22 7 36 53 21 6 35 52 20 5 34 51 19 33 4 18 50 3 32 49 17 2 31 30 48 16 1 15 Articulação das folhas SICAD 1:10.000 244 227 130 113 96 79 62 45 116 4.2.6. Solos • Caracterização Pedológica Na Área de Influência Direta foram reconhecidas e mapeadas seis classes de solos típicos da região do cerrado, sendo que quatro delas ocorrem dentro dos limites da área onde será efetivamente implantado o empreendimento (poligonal do futuro setor). Dentre os solos distribuídos na área estudada são observadas as seguintes classes pedológicas: Latossolo Vermelho com textura média a arenosa (LVd), Latossolo Vermelho-Amarelo com textura média a arenosa (LVA), Neossolo Quartzarênico Órtico (RQo), Neossolo Regolítico Psamítico (RRp), Gleissolo Háplico (GXd) e Cambissolo Háplico (CXbd). A descrição a seguir objetiva evidenciar as características físicas mais importantes destas coberturas. Latossolo Vermelho com textura média (LVd) – solos enriquecidos em óxidos e hidróxidos de ferro, ricos em grãos residuais de quartzo das rochas parentais, pois são desenvolvidos sobre porções arenosas da Unidade S ou a partir de colúvios derivados de ardósias com mistura de unidades quartzíticas da Unidade S. São originalmente recobertos por vegetação de cerrado típico, encontrando-se localmente parte de sua área substituída por pastagens (Foto 6). . Foto 6 - Vista em planta de latossolo vermelho de textura média. 117 São solos eluvionares desenvolvidos sobre relevo plano com extrema homogeneidade lateral e vertical. Sua espessura é em geral superior a 8 metros, podendo alcançar valores superiores a 20 metros, notadamente onde desenvolvidos sobre zonas de cisalhamento. A capacidade de absorção de água é elevada, em virtude da textura e relevo favoráveis à infiltração. Latossolo Vermelho-Amarelo médio/arenoso (LVAd) – são solos com menor concentração de hematita e portanto, apresentam matizes mais claros. São ligados à substratos mais quartzíticos, sendo desenvolvidos in situ ou com restrito retrabalhamento (solos eluvio-coluvionares). Em geral ocorrem marcando a transição entre o latossolo vermelho e o neossolo quartzarênico. Estes solos são associados a relevo plano e vegetação de cerrado e ou campo cerrado, parcialmente substituído ou invadido por pastagens. A textura média a arenosa, reflexo do substrato mais rico em termos quartzíticos, é responsável pelo seu relativamente mais alto índice de colapsividade. A erodibilidade é moderada a restrita, contudo quando submetidos a fluxos concentrados, pequenos processos erosivos do tipo linear podem ser desenvolvidos. O nível freático apresenta profundidades compatíveis com as dos latossolos vermelhos, contudo o risco de contaminação é maior, em função dos seus, em geral, maiores valores de condutividade hidráulica. Neossolos Quartzarênicos Órticos (RQo) – correspondem às areias quartzosas da antiga classificação brasileira de solos (Embrapa, 1999). São solos com textura arenosa, porcentagem de argila inferior a 15%, pequena concentração de hematita e por isso, apresentando matizes mais claras. São solos desenvolvidos in situ ou com restrito retrabalhamento (solos eluvio-coluvionares) e desenvolvidos sobre substratos quartzíticos. Na área prevista para implantação da Área de Expansão Noroeste esta cobertura foi explorada como fonte de areia fina, resultando, nestes locais, na degradação do perfil original. Estes solos são associados a relevo plano a suave ondulado e vegetação nativa, geralmente representada por campo cerrado. A textura arenosa, reflexo do substrato mais rico em quartzitos, é responsável pelo baixo índice de drenagem superficial destes solos e por sua elevada colapsividade. A erodibilidade natural é reduzida, em função de sua elevada permeabilidade e das condições de relevo em que ocorrem. Contudo quando submetido a fluxos superficiais concentrados, principalmente em áreas de declividades moderadas, acima de 5 a 10%, onde sob condições de precipitações moderadas a intensa o escoamento superficial predomina sobre a infiltração, devido a sua baixa coesão/alta friabilidade, erosões do tipo lineares podem ser desenvolvidas. O nível freático apresenta profundidades relativamente rasas, sendo comum seu afloramento por meio de fontes de depressão. O risco de contaminação é considerável em função dos elevados valores de condutividade hidráulica. Em termo de risco geotécnico, nos limites da área de influência, este tipo de solo está situado a riscos baixos, devido ao fato das declividades serem na maior parte da área inferiores a 118 10%. O maior problema é a elevada colapsividade associada a este tipo de cobertura. Neossolos Regolíticos Psamíticos (RRp) – correspondem a solos minerais derivados da decomposição dos quartzitos e intercalações de metapelitos e consiste em um perfil de seqüência de horizonte A – C, onde o horizonte C no caso em estudo, supera 200 cm de espessura. Comumente são encontrados fragmentos de quartzitos e metassiltitos em proporções da ordem de 5%. Este solo ocorre na transição entre os neossolos quartzarênicos e os latossolos vermelho-amarelos arenosos. Em princípio não foram enquadrados na classe dos neossolos quartzarênicos uma vez que contêm mais de 15% de argila. Também não foram agrupados aos latossolos em função da ausência do horizonte B latossólico. As feições geotécnicas são similares àquelas observadas para o Neossolos Quartzarênicos, a cobertura vegetal é caracterizada por estratos de cerrado sensu strictu e o relevo é classificado como suave ondulado. Cambissolos Háplicos Distróficos (CXbd) – Ocorrem apenas em uma pequena mancha na poligonal estudada, mas não ocorre no interior da área aonde será implantado o empreendimento. São coberturas minerais, não hidromórficas, delgadas com seqüência de horizontes A, B incipiente e C ou R. Como são solos pouco desenvolvidos comumente apresentam fragmentos da rocha mãe além de pedregosidade e até rochosidade. Ocorrem em situações de relevo ondulado a forte ondulado e em geral são recobertos por campos limpos ou sujos. Geotecnicamente, apresentam elevado risco erosivo, risco moderado de deslizamentos e colapsividade baixa. Gleissolos Háplicos (GX) – são solos de textura argilosa, permanentemente saturados na maior área de distribuição, sendo posicionados em relevo plano fracamente inclinado ao longo da calhas das principais drenagens. O fato de apresentarem-se encharcados e de representarem áreas de afloramento do nível freático, reflete as condições do substrato local, muito impermeável. A vegetação é do tipo campo limpo, podendo mais raramente apresentar espécies arbustivas especialmente adaptadas. Também existe mata de galeria. Os gleissolos são espessos, pouco drenados, ricos em matéria orgânica, muito plásticos e compressíveis. Do ponto de vista geotécnico, são áreas que devem ter a ocupação evitada, uma vez que apresentam elevado risco a recalques e conseqüentes deslizamentos por movimentação lateral. Além de apresentarem problemas geotécnicos, estes tipos de coberturas são associados a um ecossistema ambientalmente vulnerável, portanto devem ser preservados. Contudo, uma vez que este tipo de cobertura foi encontrado apenas ao longo do córrego Acampamento, no interior protegido do Parque Nacional de Brasília, este tipo de cobertura não oferece qualquer tipo de risco ou restrição à implantação do novo setor habitacional. Quanto à aptidão agrícola dos solos caracterizados na Área de Expansão Urbana Noroeste, mesmo sendo uma área com proposta de destinação urbana, e apesar de não 119 ter sido feito uma caracterização química das coberturas, a aptidão agrícola pode ser estabelecida a partir das propostas apresentadas por Resende et al. (1999) que consideram as características gerais dos solos e do tipo de relevo da área. Os latossolos são solos, caracteristicamente, enriquecidos em óxidos e hidróxidos de ferro e de alumínioe com baixa saturação de bases, enquanto os neossolos embora com uma concentração em geral menor de óxidos e hidróxidos são ainda mais empobrecidas em bases trocáveis, correspondem, portanto a solos distróficos e freqüentemente álicos. Contudo as classes de solos referidas no parágrafo precedente, que compõem mais de 70% da área investigada, apresentam excelentes características de seus demais condicionantes, quais sejam, condição de relevo suave ondulado, drenagem e oxigenação perfeitas, boa disponibilidade hídrica e sem impedimentos a mecanização, apresentam uma alta viabilidade de melhoramento, colocando estes solos na classe de aptidão I (terras cultiváveis sem problemas especiais de conservação) ou II (terras cultiváveis com problemas simples de conservação). No entanto, em função de sua baixa fertilidade natural e da acidez elevada são solos que demandam para seu melhoramento uma aplicação moderada a elevada de capital, nível de aplicação tecnológica médio a alto, o que em relação aos níveis de manejo os classificam nos níveis B e C. Os demais solos mapeados (cambissolo e gleissolos) ocorrem de forma subordinada na Área de Expansão Urbana Noroeste, encontram-se em quase toda sua totalidade em áreas de preservação permanente (APP), apresentam restrições mais severas incluindo, no caso dos gleissolos deficiência de drenagem e susceptibilidade a inundação. Desta maneira são incluídos na classe VIII da capacidade de uso, isto é, como terras impróprias para culturas, pastagens ou reflorestamentos, sendo destinados a preservação da fauna e flora silvestres bem como proteção dos mananciais ao longo dos quais ocorrem. Ver mapa de solos na Figura 26. 120 1113.2 Cam 1127.2 Cam 1128.4 1138.0 1138.0 HOSPITAL GERAL DE BRASILIA QE 1132.9 Cam 1137.1 Cam EC SMU Cl 1106.9 Te r ra Cam Cam 1075 Euc M 1132.6 C.F. 1142.8 1144.6 C.F. C.F. A.T . C.F. 1148.1 1134.9 1142.7 1136.6 1138.1 C.F. C.F. 1145.9 1132.2 1109.1 1116.3 1112.3 Cerr M 1147.3 v. Cl Mo TE P P 1136.6 1148.2 Cam Euc Cl Eu c Euc Euc Cl A.T. Cerr Cl 1050 NOVACAP Cam 1137.5 1129.1 186.000 1142.3 Cl Cam de GO RE 1025.3 R CO VIVEIRO DE PLANTAS Euc Cam Cam P Cam Cam 1147.8 Cam 1137.8 1142.0 1145.5 1147.3 1146.4 Cam Cerr Cam 1146.9 rra Cam 1150.3 1150 Te Cam 1137.3 1142.5 de Cam M Cam 187.000 1142.4 Cam M 1125 1100 Cerr Cam PRACA DUQUE DE CAXIAS 1147.5 1145.8 1138.8 1139.0 Cam INST.DE SAUDE E GERENCIA DE CONTROLE DE ZOONOSES M SETOR MILITAR URBANO 1142.6 P Cam Cam # 05 Cerr M M Cam Cam EP AA DF -6 1 Cam M 1146.3 sao Ero 1149.1 Cam Cam Cam Cam 1112.7 1116.8 1150 Cerr Euc SANATORIO ESPIRITA DE BRASILIA Mov.de Cl Cam Cam Cam Cam Cam Terra 1142.9 Cerr Cam Cerr M Cam Cam Cam Cam Euc Cam Euc # 1147.9 Euc 01 LABORATORIO 1092.8 1142.9 SEP 2. DP LE BAN M 1087.6 Cam Cam 1125 1132.2 LEG Cam TE 1127.9 911 1122.3 1120.2 1116.3 1119.5 1119.1 1119.8 1120.4 1098.3 ADO JUIZ DE S ORE MEN TE 910 RA TE CEA 1069.2 TE SA DO 1121.6 1123.1 AN 1121.4 DE TR Cam CA CE 712 713 1062.0 BB 1119.3 1121.5 1119.2 UB 1116.8 EGIO COL ECAO PROJ 6 114 706 310 CNPQ 311 190.000 Q.E. CS TE CS 1114.4 1101.1 1103.2 708 90 6 905 TE IS GERA CE C.F. 1092.1 S MINA 313 TE 709 1061.3 106 2.9 GIO COLE ADA SAGRLIA FAMI 1112.3 EGI 1121.2 COL O 907 GISNO 1107.3 TE 90 8 TE 314 90 9 116 Cam 1025 8 190.000 Q. E. 1002.0 2 EC-N.13 QI-2 1010.6 1 115 Cam 710 711 EC 1117.9 EC 315 TE EC-3 16 NORTE SMHN STA. HELENA HOSPITAL 1000.6 FUNDACAO DE SERVICO SOCIAL AE AP DF 713 TE NA- Cam 316 BRB PA EMBRA CEB TE 714 AUTODROMO NELSON PIQUET 1127.7 1128.1 Cam Cam 1082.5 1077.9 Cam 912 IO JK 715 Cam M Cl Cl Cam 707 189.000 1132.4 1130.3 1126.7 CO 913 TE S OS MESQUITA 913 914 EIA ALD CA MILO 716 TE A S AO Cam s ao Ero BB Cl Cl M A.T . Cam STN 4 112 TEL ASI LIA ECT 308 EBR 1095.9 BRB CONFEA 1079.4 309 TE 5 Cam 215 216 111 704 1113.8 705 1077.4 113 EC-113 TE NOR 4 1050 6 9 11 7 QL-2 8 1109.4 305 EC TE A IBAM 307 CNPQ 1073.3 110 1103.1 TE EC JI 304 1097.3 Cam 1009.4 Cam 1063.9 107 EP EC TE 210 211 212 1088.8 1052.9 1070.0 109 9 ESTACAO TE 8.255.000 209 8.256.000 410 411 1046.1 412 412 8.257.000 1004.8 8.258.000 11 10 8.259.000 10 12 191.000 HIDROMETEOROLOGICA UNB Cam 1052.8 Cam NORTE 1035.5 Cam Cam 1076.7 Cam 415 EC - N.415 CAESB LAGO DO PARANOA 5 416 7 306 NORTE Figura 26 – Mapa de Solos. 1138.8 Euc COL Cam 1100 Cl EMBRAPA Cam ES 1082.3 1063.4 915 Cam P 916 FACULDADE E COLEGIO ALVORADA TO TITU INS UISTICO LING C.F. AN AL ARA CAMATIVA GISL TRIAGEM DE MENORES 1137.8 1097.2 Cam Cam 02 Cam Cam Cl Cerr 1018.2 1075 # Cam 03 Cam # F CBMD TCB SETOR DE RECREACAO PUBLICA NORTE Euc AO DAC ICA FUN TAN OBO ZO CASA DE REPOUSO Cam Cl M DE ZOOBOTANICA SAIN SETOR DE AREAS ISOLADAS NORTE M RA I - BRASILIA Cam Cam Cam 04 Cam 50 10 188.000 1147.0 # Cam M 1010.8 RIBEIRAO Cl Cam Cam VIA 185.000 1128.3 1131.6 Cam rra Cam Te v. Cl M DO M M CEMAVE Cam CASA DA ADM. M 1008.6 100 8.1 M Cam 189.000 A.T . 1122.9 1105.7 de Mo Cam SMAN SETOR DE ARMAZENAGEM E ABASTECIMENTO 1100 Mov. Eu c Cl Cl Cl M Cam M M Cam 1057.0 1051.2 Cam Cerr M M RESIDENCIAS FUNCIONAIS DO PARQUE Cam Cam C.F. M Cam Cam ao Eros 1127.2 1127.2 . A.T Cam Eu c Cam 0 1063.6 1055.7 Cam Cam Cam M 1008.2 Cam Cam 188.000 W3 1113.9 S.F. E. SU BE DE ST EN AC ER AO GI A ST AC AO EN DE ER GI A SU BE Cam 105 CENTRO DE VISITANTES Cam ADMINISTRACAO DO PARQUE Cam Cam Cam 10 25 DF- 003 Cam 1116.3 Cam Cam Cam Cam Cam 1060.8 1050 DE BRASILIA M Cam 25 DF-0 8.254.000 1112.4 Cam Cam Cam 1070.7 Cerr Cam Cam PARQUE NACIONAL Cam 187.000 EC 1115.9 Cam Cam 1115.0 0 110 Cam Cam Cam Cam 1068.8 Cam Cam 1025 M JI Cam 8.255.000 110 7.5 1103.9 . A.T 1075 Cam Cam 1072.2 Cam 0 M 186.000 D F00 3 A.T. 8.256.000 1073.8 8.257.000 Cam 8.258.000 8.259.000 105 REGO M Eu c Eu c O 102 5 REG COR E uc A.T. M E uc c A.T. 10 25 Cam Eu c PA M EN TO AC AM DF -09 5 EP IA A.T . 185.000 SUBTERRANEA 1 12 5 RTE - NO EIX O 104 191.000 EC 8.254.000 105 6 10 VIA RIO RODO GUA RA 50 10 IA 312 EP 1050 1 13RN-4 4.3 1 40 RTE Euc E NORT FN ADUTORA TE DF00 3 W2 SO A.T. NOR A .T . 4 -W Eu VIARIO RODO EIXO BR AD INHO VIA 3 - NO TE OR -L1-N SO -W 1025 75 VIA C.F. EC 10 VIA RT E - NO 8 F CDB - L2 10 7 DF-00 VIA N # NW Área de estudo Área de influência direta Pontos de amostragem dos ensaios de infiltração. Gxd - Gleissolo Háplico Distrófico, relevo plano, fase floresta ciliar e campos limpos úmidos. Cxbd - Cambissolo Háplico, textura argilosa cascalhenta, relevo ondulado, fase cerrado. RRq - Neossolo Regolítico Psamitico, relevo plano a suave ondulado, fase cerrado. RQo - Neossolo Quartzarênico Órtico, relevo plano a suave ondulado, campo sujo. Pedregosidade comum. LVAd - Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico, relevo suave ondulado, fase cerrado, textura média a arenosa. LVd - Latossolo Vermelho Distrófico, relevo suave ondulado, fase cerrado (menos ou mais degradado), textura argilosa a média. Legenda 243 226 210 194 178 162 1000m NOROESTE URBANA EXPANSÃO ÁREA DE RIMA EIA SOLOS 242 225 209 193 177 161 DISTRITO FEDERAL 241 Base cartográfica: Sistema Cartográfica do Distrito Federal - SICAD, escala 1:10.000, Codeplan, 1991. Escala: 1:10.000 500 500 238 237 236 234 233 232 231 230 229 228 0 223 222 221 220 219 218 217 216 215 214 213 212 211 NW 207 206 205 204 203 202 201 200 199 198 197 196 195 240 208 189 188 187 186 185 184 183 182 181 180 179 239 192 191 190 224 176 175 174 173 172 170 169 167 166 165 164 146 160 159 158 157 156 171 154 153 152 168 151 150 149 148 145 144 143 142 141 140 139 155 138 137 136 135 134 116 133 115 132 129 112 128 163 235 78 95 127 147 126 125 124 123 131 122 121 120 114 119 118 117 111 110 109 108 107 106 105 104 103 102 101 100 99 98 97 94 93 92 91 90 89 88 87 86 85 84 83 82 80 81 29 61 44 77 43 60 76 75 74 73 72 71 70 69 68 64 63 67 28 14 66 42 65 27 41 59 13 26 40 58 12 25 39 57 11 24 56 10 9 38 55 23 8 37 54 22 7 36 53 21 6 35 52 20 5 34 51 19 4 33 48 47 50 18 3 32 31 30 46 49 17 2 16 1 15 Articulação das folhas SICAD 1:10.000 244 227 130 113 96 79 62 45 121 • Caracterização Geotécnica (Área de Influência Direta) O presente item tem como objetivo uma avaliação preliminar das condições geotécnicas gerais das coberturas de solos e não pretende apresentar uma caracterização detalhada ao nível de execução de projetos. Para tal finalidade, estudos específicos deverão ser desenvolvidos durante a implantação das obras. A metodologia para o enquadramento geotécnico baseou-se na avaliação de campo, incluindo as feições físicas como cor, espessura, granulometria, textura, teor de argilas, presença de agregados, fase pedregosa e rochosidade. Amostras coletadas nos pontos de realização dos ensaios foram estudadas com auxílio da lupa binocular em laboratório. A avaliação geotécnica das coberturas foi elaborada tendo em conta as características avaliadas com base na Classificação de Casagrande Simplificada (Tabela 17) e em associação com as feições de relevo (declividade) e outras propriedades geotécnicas tais como erodibilidade e colapsividade (Tabela 18). As características geotécnicas gerais dos solos presentes na área investigada encontram-se apresentadas no Mapa de Geotecnia (Figura 27). De uma maneira geral os parâmetros geotécnicos relevantes dos solos presentes na área do empreendimento indicam valores elevados a moderados de colapsividade e erodibilidade. Na área onde efetivamente vão ser implantadas edificações, predominam solos latossólicos e neossolos, sob condições de relevo suave-ondulado que atenua sensivelmente os risco de erosão, que podem ser iniciadas por processos de concentração de fluxo de águas superficiais, entretanto este risco pode ser totalmente eliminado com o bom dimensionamento das obras. Como as grandes obras devem ter seu alicerces calcados no substrato rochoso o risco de colapsividade é eliminado. Dentre as práticas que devem ser implementadas para se evitar possíveis efeitos de processos erosivos é fundamental que o sistema de drenagem urbana seja implantado a partir do início da instalação do setor habitacional, de forma que na época de sua ocupação, as galerias e sistema de águas pluviais já possam entrar em operação. Em conclusão, as feições geotécnicas dos solos presentes na Área de Expanção Urbana Noroeste são favoráveis à ocupação urbana no modelo que o projeto do empreendimento é proposto. 122 1113.2 1127.2 Cam 1128.4 1138.0 1138.0 HOSPITAL GERAL DE BRASILIA QE 1132.9 Cam 1137.1 Cam EC SMU Cl 1106.9 Te r ra Cam Cam 1075 O Euc M 1132.6 C.F. 1142.8 1144.6 C.F. C.F . A.T . C.F. 1148.1 1134.9 1142.7 1136.6 1138.1 C.F. C.F. 1145.9 1132.2 1109.1 1116.3 1112.3 Cerr Cl M DO 1147.3 Mov . TE P P 1136.6 1148.2 Cam Euc Cl Euc Euc Euc Cl A.T. Cerr Cl 1050 NOVACAP Cam 1137.5 1129.1 186.000 1142.3 Cl Cam de REG 1025.3 COR VIVEIRO DE PLANTAS Euc Cam Cam de Cam Cam 1147.8 M M Cam 1137.8 1142.0 1145.5 1147.3 1146.4 Cam Cerr Cam 1146.9 rra Cam 1150.3 1150 Te Cam 1137.3 1142.5 Cam P M Cam 187.000 1142.4 Cam M 1125 1100 Cerr Cam 1147.5 1145.8 1138.8 PRACA DUQUE DE CAXIAS Cam 1139.0 Cam EP AA D F -6 1 Cam M 1146.3 1149.1 1142.9 sao Ero 1008.6 Cam 1150 Cerr Euc 1112.7 M 50 Cam Euc A Cam Euc CBMDF TCB SETOR DE RECREACAO PUBLICA NORTE Euc AO DAC FUN TA NIC OBO ZO CASA DE REPOUSO Cam Cl LABORATORIO M Cam 1147.9 1092.8 M SEP 2. DP P 916 1132.2 1138.8 Euc 1125 o sa Cam TE 1127.9 911 TE 1119.5 1119.1 1120.2 1116.3 1120.4 1098.3 O IZAD DE S ORE MEN TE 910 A C EAR 712 713 TE 907 GISNO 1117.9 1119.3 1121.5 1119.2 1121.2 1116.8 GIO COLEECAO PROJ 6 114 706 310 CNPQ 311 190.000 Q.E. CS TE CS 1114.4 1101.1 1103.2 708 90 6 905 TE IS B GERA CEU C.F. 1092.1 S MINA 313 TE 709 1061.3 106 2.9 EGIO COL RADA SAG ILIA FAM 1112.3 EGIO COL 1107.3 TE 314 909 116 Cam 1025 8 190.000 Q.E . 1002.0 2 EC-N.13 QI-2 1010.6 1 115 Cam 710 711 EC 90 8 EC 315 TE EC-316 NORTE SMHN 1062.0 1069.2 JU 1119.8 1121.6 1000.6 HOSPITAL STA. HELEN A BB TE SA DO CA CE Cam FUNDACAO DE SERVICO SOCIA L APAE DF 713 TE NA- Cl Cam 316 BRB 1123.1 N 1121.4 TRA B 1122.3 DE Cam CE M Cl BRA PA EM Cl M A.T . TE 714 AUTODROMO NELSON PIQUET 1127.7 1128.1 Cam Cam 1082.5 189.000 1132.4 1130.3 1126.7 912 1077.9 Cam JK 715 Cam EGIO COL 913 TE MESQUITA 913 Cl SOS IL O EIA ALD CAM TE 716 SAO Cam Ero Cam 1100 BB 914 OLA Cam ESC 1082.3 1063.4 915 Cam Cl EMBRAPA Cl Cam Cam Cam STN 4 112 ILIA AS 1095.9 BRB CONFEA ECT 308 EBR TEL 1079.4 309 TE 5 Cam 215 216 111 704 1113.8 705 1077.4 113 EC- 113 NORTE 4 1050 6 9 11 7 QL-2 8 1109.4 1103.1 TE EC JI 304 1097.3 Cam 1009.4 Cam 1063.9 107 EP EC TE 210 211 212 1088.8 9 ESTACAO TE 8.255.000 209 8.256.000 410 411 1046.1 412 412 8.257.000 1004.8 8.258.000 11 10 8.259.000 10 12 191.000 HIDROME TEOROLOGICA UNB Cam 1052.8 1052.9 1070.0 109 305 EC TE IBAMA 307 CNPQ 1073.3 110 Cam NORTE 1035.5 Cam Cam 1076.7 Cam 415 EC - N.4 15 CAESB LAGO DO PARANOA 5 416 7 306 NORTE Figura 27 - Mapa de Geotecnia. 1087.6 Cam Cam FACULDADE E COLEGIO ALVORADA UTO ICO IN STIT UIST LING C.F. BANA NAL ARA CAMATIVA ISL LEG TRIAGEM DE MENORES 1137.8 1142.9 Cam Cam 1097.2 Cam Cam 1075 Euc Cam Cl Cerr 101 8.2 DE ZOOBOTAN ICA SAIN SETOR DE AREAS ISOLADAS NORTE M RA I - BRASILIA Cam Cam Cam Cam 10 Cam 101 0.8 RIBEIRAO M Cam 189.000 707 188.000 1147.0 Cam 1008.1 Cam Cam 1116.8 Cam SANATOR IO ESPIRITA DE BRASILIA Mov.de Cl Cam Cam Cam Cam Cam Cam Terra M Cerr Cam Cerr M Cam INST.DE SAUDE E GERENCIA DE CONTROLE DE ZOONOSES M SETOR MILITAR URBANO 1142.6 P Cam Cam Cerr M M Cam CEMAVE Cam CASA DA ADM. Cam M M RESIDENCIAS FUNCIONAIS DO PARQUE Cam Cerr Cam Cam VIA 185.000 1122.9 1131.6 Cam rra Cam Te v. Cl M M Cam 1057.0 1051.2 Cam C.F. M Cam Cam 188.000 D F00 3 A.T. 1128.3 1105.7 de Mo Cam SMAN SETOR DE ARMAZENAGEM E ABASTECIMENTO 1100 Mov. Euc Cam Cl Cl Cl M Cam M 1063.6 1055.7 Cam Cam Cam M 1008.2 25 Erosao 1127.2 1127.2 . A.T Cam Eu c 0 105 CENTRO DE VISITANTES Cam ADMINISTRACAO DO PARQUE Cam Cam Cam 10 A.T. Cam SU BE DE ST EN AC ER AO GI A SU BE ST AC AO EN DE ER GI A Cam Cam Cam Cam 106 0.8 1050 DE BRASILIA M Cam W3 1113.9 S.F. E. Cam Cam Cam Cam 1070.7 Cerr Cam Cam PARQUE NACIONAL Cam 187.000 03 Cam 1116.3 111 5.9 Cam Cam 1068.8 Cam Cam 1025 M 25 8.254.000 111 2.4 Cam Cam Cam Cam 1115.0 0 110 Cam 107 5 Cam Cam 1072.2 Cam 0 M 186.000 EC Cam 8.255.000 1107.5 1103.9 . .T A 8.256.000 107 3.8 8.257.000 Cam 8.258.000 8.259.000 105 REGO M E uc E uc O 1025 REG COR M Euc A.T. c A. T. 10 25 Cam SUBTERR ANEA 5 Eu c FN PA M EN TO AC AM DF -09 5 EP IA A .T . 185.000 JI 1 12 RTE 104 191.000 EC 8.254.000 105 6 10 VIARIO RODO GUA RA 312 EP IA 50 10 11 RN-4 34 1 .3 40 Eu c RTE SO RTE 4 NO E uc ADUTORA 1050 D F003 DF-0 O EIX C.F - NO W2 A .T . A.T. Eu -W AD INHO - NO DF-0 BR EIXO RODOV TE NOR IAR IO SO VIA RTE NO -L1- 75 VIA 1025 . EC 10 CDBF 3 -W E 8 VIA NORT 10 7 DF-00 - L2 VIA N 0 500 240 NW Área de influência direta Área de estudo Obs.: Na área a ser ocupada os solos não apresentam qualquer limitação geotécnica à ocupação. Cxbd - erodibilidade alta, pedregosidade e line stone, alto fluxo superficial e infiltração baixa a muito baixa, espessura da ordem de 50 cm, GC na classificação simplificada de Casagrande. RQo - erodibilidade alta (atenuada pelo relevo), colapsividade muito alta, presença de matacões, drenagem excessiva, espessura menor que 2 metros, baixa compacidade, SW segundo Casagrande. RRq - erodibilidade alta (atenuada pelo relevo), colapsividade alta, drenagem excessiva, espessura maior que 3 metros, baixa compacidade, SW na classificação universal simplificada de Casagrande. LVAd - erodibilidade moderada, colapsividade moderada, drenagem perfeita, espessura de solum maior que 5 metros, moderada compacidade, SM na classificação simplificada de Casagrande. LVd - erodibilidade baixa, colapsividade baixa, drenagem boa, espessura de solum maior que 8 metros, alta compacidade, Sc na classificação de Casagrande. Gxd - erodibilidade muito baixa, alta plasticidade, risco de inundação, drenagem imperfeita, espessura inferior a 2 metros, Pt na classificação geotécnica de Casagrande. Legenda 242 225 209 193 243 226 210 194 NOROESTE URBANA EXPANSÃO ÁREA DE RIMA EIA GEOTECNIA 1000m DISTRITO FEDERAL 241 Base cartográfica: Sistema Cartográfica do Distrito Federal - SICAD, escala 1:10.000, Codeplan, 1991. Escala: 1:10.000 500 NW 239 238 237 236 235 234 233 230 229 228 232 222 221 220 219 218 217 216 215 214 213 212 211 231 208 207 205 204 203 202 197 196 195 178 192 191 190 206 189 188 187 186 185 201 184 200 183 199 182 198 181 180 179 224 162 176 175 174 223 146 161 160 159 158 173 170 169 168 164 177 145 144 143 142 157 172 171 154 153 152 167 148 141 140 156 139 155 138 137 136 151 150 166 149 165 132 163 123 122 121 120 119 118 135 117 134 116 133 115 131 114 147 129 128 127 112 126 111 78 95 125 110 44 94 77 61 29 43 60 28 14 124 104 103 102 101 100 99 98 97 109 108 107 106 105 83 82 81 80 93 92 91 90 89 88 87 86 85 84 64 63 76 75 74 72 71 70 69 68 67 66 65 73 42 59 27 13 41 58 26 12 40 56 55 54 53 52 57 25 39 11 24 38 37 36 35 10 9 23 8 22 7 21 6 20 5 34 19 51 4 33 50 18 3 32 49 17 2 31 48 16 1 47 30 46 15 Articulação das folhas SICAD 1:10.000 244 227 130 113 96 79 62 45 123 Tabela 17 - Classificação geotécnica dos solos Universal de Casagrande Simplificada. Limpos Solos Seixos Grossos 50% ou mais da fração grossa é retida na peneira no 4 Com Finos Areia Limpa Mais de 50% da fração grossa passa na peneira no 4 e é retida na peneira 200 GW Seixos e misturas de areia-seixo, bem graduados, com pouco ou nenhum fino GP Seixos e misturas areia-seixo, mal graduados com pouco ou nenhum fino Seixos com silte e misturas seixo-areia, mal graduadas. Seixos com argila e misturas seixo-areia-argila, mal graduadas Areias e areia com seixo, bem graduado, com pouco ou nenhum fino. GM GC SW SP Com finos Solos Finos Silte e Argilas Com limite de liquidez menor ou igual a 50% SM SC ML CL OL Silte e Argilas Com limite de liquidez maior que 50% Solos com muita matéria orgânica Fonte: Maciel Filho, 1997. MH OH CH Pt Areias e areias com seixo, mal graduadas, com pouco ou nenhum fino. Areias argilosas e misturas de areia e silte, mal graduadas Areias argilosas e misturas de areia e argila, mal graduadas Siltes inorgânicos e areias muito finas, pó de pedra, areias finas siltosas ou argilosas com baixa plasticidade. Argilas inorgânicas de baixa ou média plasticidade, argilas com seixo argilas arenosas, siltosas e magra. Siltes orgânicos e sua mistura com argilas de baixa plasticidade. Siltes inorgânicos, areias finas ou siltes micáceos ou diatomáceos. Argilas orgânicas de média a alta plasticidade. Argilas inorgânicas de alta plasticidade, argilas gordas. Turfas e outros solos com muita matéria orgânica. Tabela 18 - Classes de riscos geotécnicos. Risco SIMBOLOGIA Geotécnico CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES CONDIÇÕES PARA USO 124 BAIXO I DO Área densamente ocupada com pequenos lotes e potencial de acidentes associado a pequenos cortes e depósitos de lixo/entulho. Possível de ocupação, porém, requer melhorias de estrutura urbana, principalmente relativas a acesso e drenagem. I EO Área esparsamente não ocupada com boas Favorável à ocupação, Requer características geotécnicas (declividade, completa implantação de infrasolos, etc.) à ocupação. estrutura urbana (acesso, drenagem, abastecimento de água/esgoto, etc) antes de sua utilização. IU Área densamente ocupada com razoável Possível de ocupação, não devendo infra-estrutura urbana e baixo potencial de ser adensada, somente melhorando acidentes os equipamentos urbanos já existentes. MÉDIO II DO Áreas ocupadas, constituídas por taludes Imprópria à ocupação nas naturais com declividade moderada e/ou condições atuais, caso a ocupação pequeno número de cortes. se adense o risco se agravará. A mitigação do risco atual está condicionada, principalmente, à melhoria de acesso, drenagem pluvial, rede de esgoto e coleta de lixo/entulho. II EO Áreas esparsamente com características Imprópria à ocupação, devem ser geotécnicas (declividade, solos, hidrologia) utilizadas para reflorestamento e desfavoráveis à ocupação. preservação permanente. ALTO III DR Talvegues naturais sujeitos a grandes vazões Imprópria à ocupação. Necessidade durante chuvas intensas. Grande potencial de de limpeza dos eixos de talvegues e acidentes (corrida de detritos/blocos de da remoção das moradias nestas rochas). áreas. III DL Áreas constituídas por talvegues naturais em Imprópria à ocupação. Necessidade solo com declividade acentuada. de remoção das moradias seguida por reflorestamento. III L Áreas de grande potencial de acidentes Exigem a adoção de medidas para a associados, principalmente, a ocupação eliminação do risco. Até a execução desordenada com execução de cortes e aterros das medidas recomendadas as instáveis e formações de depósitos de moradias devem ser interditadas. lixo/entulho. III P Taludes rochosos naturais ou de pedreiras e As áreas de escarpas são impróprias sua área de influência, com grande potencial à ocupação. A ocupação na base das de acidentes (queda de lascas e/ou blocos). escarpas está condicionada à execução de obras de contenção nos taludes. Fonte: Fernandes & Amaral,1998. 125 Ensaios de Infiltração in situ A técnica de testes de infiltração objetiva estimar a condutividade hidráulica vertical do meio testado (Kv), medindo-se a relação entre quantidade de água infiltrada e o tempo necessário para a percolação. Os testes de infiltração foram realizados em quatro pontos no interior do perímetro da área de interesse, visando definir a condutividade dos meios porosos em sua zona não saturada. A localização dos pontos de realização dos testes foi escolhida objetivando cobrir as quatro classes de solos presentes na área de influência direta. Procurando avaliar a condutividade hidráulica em diferentes perfis do solo, foram realizados testes de infiltração na superfície e testes em profundidades diferenciadas. O teste de infiltração em superfície foi realizado utilizando-se a técnica dos “anéis concêntricos”, e para os testes em profundidade utilizou-se a técnica denominada “open end hole”. Os dados obtidos através dos testes de infiltração são de suma importância para a determinação do potencial de recarga do meio e de seu risco de contaminação, quando da movimentação vertical descendente de água e efluentes em períodos de chuva. O método dos “anéis concêntricos” com nível de água variável (ensaio de infiltração na superfície do terreno), consiste na utilização de dois anéis de aço soldados em forma de cilindros, sendo que o cilindro interno tem a medida de 350 mm altura e 250 mm diâmetro. Os dados obtidos foram aplicados à seguinte fórmula para se obter o coeficiente de infiltração: Kf = U x I / ∆t x ln h0/ ht; onde: I - Profundidade do anel no solo; ∆t - Tempo inicial - Tempo final da medição; h0 - Nível inicial da água após a saturação externa; ht - Nível da água ao tempo t; U - Fator de conversão mm/min para m/s; Kf - Condutividade hidráulica do meio. O método “open end hole” consiste em utilizar tubos de PVC para determinar o coeficiente de infiltração no subsolo. No presente caso foram utilizados tubos de 100 mm de diâmetro com 89, 129, 170 e 219 centímetros de comprimento. Este conjunto de ensaio é feito através de quatro furos no solo, utilizando-se trados manuais de 100 mm de diâmetro. Os furos têm em média 50, 100, 150 e 220 centímetros de profundidade. Após a tradagem, mede-se a profundidade de cada furo. Nos furos de 0,50 m instalou-se o tubo de 0,8 m; no furo de 1,0 m - tubo de 1,3 m; no furo de 1,5 m – tubo de 1,8 m e por último no furo de 2,2 metros instalou-se o tubo de 126 2,4 m. Estando os tubos instalados, mede-se a porção do tubo que permanece acima da superfície. Os dados coletados nos procedimentos acima foram tratados na seguinte fórmula: K = r1/4 ∆t x 2,303 x log h1/h2, com resultado em m/s Os principais parâmetros utilizados no método são: h1 - nível da água no início da medição; h2 - nível da água após o intervalo de tempo ∆ t; ∆t - tempo de infiltração; r1 - raio interno do tubo (2” = 5,08 cm); Furo de trado: Profundidade escavada t0 - Tempo inicial da medição; tf - Tempo final da medição; h1 - Altura do nível d'água inicial; h2 - Altura do nível d'água final em Dt; Dt - Tempo de infiltração; r - Raio interno do tubo; K - Condutividade hidráulica do meio. As informações referentes aos ensaios de infiltração (anéis concêntricos e open end hole) foram organizadas em quadros contendo dados gerais levantados em campo, conforme a localização e o método utilizado. As Tabelas 19 a 28 apresentam os resultados dos ensaios onde a condutividade hidráulica é medida em m/s. As Fotos 7 e 8 a seguir mostram a execução destes tipos de ensaios em campo. No caso específico do presente estudo, as profundidades de investigação foram no máximo de 220 cm, uma vez que em alguns casos não é possível perfurar uma profundidade maior (devido à presença de rocha) e em outros casos não há necessidade, pois como os solos são arenosos não há variações consideráveis da condutividade hidráulica entre 2 e 3 metros de profundidade. Ver Figura 27 com Mapa de Geotecnia. 127 Foto 7 – Execução de ensaio em superfície com uso dos anéis concêntricos com carga variável. Foto 8 - Vista geral do ensaio em profundidade com uso de método open end hole, os tubos cravados representam as diferentes profundidades de investigação. 128 Tabela 19 - Ensaio de infiltração em superfície - anéis concêntricos. Neossolo Quartzarênico UTM 0188336 - 8255995 I t0 h0 tf hf Dt U K (mm) (min) (mm) (min) (mm) (min) (m/s) 75,00 0,00 137,00 15,00 13,00 15,00 0,00001667 4,1 x 10-4 Fonte: TCBR. Tabela 20 - Ensaio de infiltração em profundidade – open end hole. Obs: por dificuldades de transposição do material (presença de matacões) não foi possível perfurar até 2,2 m. Neossolo Quartzarênico UTM 0188336 - 8255995 Furo de Trado (m) L (m) t0 (min) h1 (cm) h2 tf r (m) K (m/s) (cm) (min) 0,5 58 5:04 47,8 16,5 25:45 0,050 1,0 x 10-5 1,0 101,5 4:50 95,8 37,2 25:20 0,050 9,6 x 10-6 1,2 162 4:35 161,6 106,1 25:04 0,050 4,2 x 10-6 Fonte: TCBR. Tabela 21 - Ensaio de infiltração em superfície - anéis concêntricos. Latossolo Vermelho-Amarelo Arenoso UTM 0188423 - 8256591 I t0 h0 Tf Hf Dt (min) U K (mm) (min) (mm) (min) (mm) (m/s) 30,00 0,00 155,00 27:240 31,00 27:24 0,00001667 5,3 x 10-5 Fonte: TCBR. Tabela 22 - Ensaio de infiltração em profundidade - open end hole. Latossolo Vermelho-Amarelo Arenoso UTM 0188423 - 8256591 Furo de Trado (m) L T0 (s) h1 (cm) h2 (cm) tf (s) 0,5 75 3:31 67,4 24,8 27:53 1 105 3:45 98,1 69,3 28:22 1,5 174 3:55 165,9 124,7 28:40 2,2 218 4:05 207,5 163,1 29:26 R (m) 0,050 0,050 0,050 0,050 K (m/s) 8,5 x 10-6 2,5 x 10-6 2,9 x 10-6 1,9 x 10-6 Fonte: TCBR. Tabela 23 - Ensaio de infiltração em superfície - anéis concêntricos. Latossolo Vermelho Argiloso UTM 0188278 - 8257420 I t0 h0 Tf Hf Dt U K (mm) (min) (mm) (min) (mm) (min) (m/s) 68,00 0,00 135,00 7:20 9,00 7:20 0,00001667 4,1 x 10-4 Fonte: TCBR. 129 Tabela 24 - Ensaio de infiltração em profundidade – open end hole. Latossolo Vermelho Argiloso UTM 0188278 – 8257420 Furo de Trado (m) L (m) t0 (s) h1 (cm) h2 (cm) tf s) 0,50 56 7:46 47,4 26,1 34:44 1,0 102,5 8:00 88,1 54,1 34:31 1,5 166,5 8:10 158 114,4 34:17 2,2 217 8:20 207,7 158,3 33:59 R (m) 0,050 0,050 0,050 0,050 K (m/s) 4,6 x 10-6 3,8 x 10-6 2,5 x 10-6 2,2 x 10-6 Fonte: TCBR. Tabela 25 - Ensaio de infiltração em superfície – anéis concêntricos. Neossolo Regolítico Psamítico UTM 0187967 - 8256881 I t0 h0 Tf Hf Dt U K (mm) (min) (mm) (min) (mm) (min) (m/s) 75,00 0,00 135,00 5:00 5,00 5:00 0,00001667 8,2 x 10-4 Fonte: TCBR. Tabela 26 - Ensaio de infiltração em profundidade – open end hole. Neossolo Regolítico Psamítico UTM 0187967 - 8256881 Furo de Trado (m) L t0 (s) h1 (cm) h 2 (cm) tf (s) 0,6 65 0:00 57,7 18,7 23:27 1,0 105,5 0:10 97,6 42,7 23:43 1,5 158 0:20 150,5 100,2 23:55 2,1 213 0:30 203,2 143,8 24:10 R (m) 0,050 0,050 0,050 0,050 K (m/s) 1,0 x 10-5 7,3 x 10-6 3,5 x 10-6 3,0 x 10-6 Fonte: TCBR. Tabela 27 - Ensaio de infiltração em superfície – anéis concêntricos. Neossolo Regolítico Psamítico (compactado) UTM 0186983 - 8256205 I t0 h0 Tf Hf Dt U K (mm) (min) (mm) (min) (mm) (min) (m/s) 75,00 0,00 140,00 20:00 9,00 20:00 0,00001667 1,4 x 10-4 Fonte: TCBR. Tabela 28 - Ensaio de infiltração em profundidade – open end hole. Neossolo Regolítico Psamítico UTM 0186983 – 8256205 Furo de Trado (m) L t0 (s) h1 (cm) h2 (cm) tf (s) R (m) 0,6 71,5 3:00 67,1 30,3 21:43 0,050 K (m/s) 8,8 x 10-6 130 1,0 1,5 2,1 103,4 162,8 212 3:15 3:25 3:35 97,2 154,3 202,7 60,9 98,3 132,5 22:00 0,050 22:30 0,050 22:47 0,050 5,1 x 10-6 4,9 x 10-6 4,6 x 10-6 Fonte: TCBR. Os resultados dos ensaios de campo mostram que os solos da região estudada apresentam condutividades hidráulicas elevadas a muito elevadas. Na superfície, apenas o latossolo vermelho-amarelo apresentou valor da ordem de 10-5 m/s, os demais têm condutividade da ordem de 10-4 m/s, o que é considerado um valor muito alto para solos da região do cerrado. Para o latossolo vermelho com textura argilosa esperava-se o valor menor, entretanto, a alta densidade de raízes e a alta biopedoturbação por organismos elevam a permeabilidade na superfície do terreno. Em subsuperfície os valores são mantidos em patamares considerados moderados da ordem de grandeza de 10-6 m/s. Nos diversos perfis houve uma leve tendência de fraca diminuição da condutividade em profundidade, entretanto em nenhum dos cinco ensaios realizados os valores caíram para o patamar de 10-7 m/s (valor que é comum nos latossolos do Distrito Federal). Os elevados valores médios de condutividade hidráulica são interpretados como função da grande proximidade da área de exposição dos quartzitos do topo da Unidade S. Como esta unidade e seus solos derivados são arenosos e estão topograficamente acima dos demais há uma tendência natural de espalhamento das areias que conferem a maior permeabilidade geral das coberturas. 4.2.7. Hidrogeologia O Distrito Federal está situado na Província Hidrogeológica Brasileira denominada de Escudo Central, a qual inclui parcialmente a Faixa de Dobramentos Brasília e se estende para norte/noroeste ocupando a parte sul do Cráton Amazônico (Mapa Hidrogeológico do Brasil, escala 1:5.000.000). Esta província é amplamente dominada por aqüíferos fissurais coberta por manto de intemperismo (solos e rochas alteradas) com características e espessuras variáveis (Barros, 1992 e 1993, Campos & Freitas-Silva 1998). O polígono do Distrito Federal está situado em uma elevação regional que não apresenta grandes drenagens superficiais, sendo um divisor natural de três grandes bacias hidrográficas. Na Área de Expansão Urbana Noroeste, como nas demais regiões do Distrito Federal (Tabela 29), estão presentes dois domínios hidrogeológicos distintos, caracterizados pelos aqüíferos do domínio poroso e pelos aqüíferos do domínio fraturado. Aqüífero do Domínio Poroso Neste domínio aqüífero a água subterrânea é armazenada nos espaços intersticiais dos constituintes dos solos ou das rochas alteradas, correspondendo às águas subterrâneas 131 rasas. Na área do empreendimento este domínio aqüífero é representado predominantemente por latossolos de textura média a arenosa e neossolos quartzarênicos, em geral com perfis espessos e bem desenvolvidos, em condições de relevo plano a suave ondulado que caracterizam o subsistema P1. Nas imediações ainda pode ser encontrado o subsistema P3, nas áreas de ocorrências dos neossolos flúvicos e hidromórficos. Tabela 29 - Resumo da classificação dos Domínios, Sistemas/Subsistemas aqüíferos do Distrito Federal com respectivas vazões médias (CAMPOS & FREITAS-SILVA, 1998). AQUÍFERO (Sistema/Subsistema) AQUÍFEROS DO DOMÍNIO POROSO SISTEMAS P1, P2, P3 e P4 AQUÍFEROS DO DOMÍNIO FRATURADO SISTEMA PARANOÁ Subsistema S/A Subsistema A Subsistema Q3/R3 Subsistema R4 Subsistema PPC SISTEMA CANASTRA Subsistema F Subsistema F/Q/M SISTEMA BAMBUÍ SISTEMA ARAXÁ MÉDIAS DAS VAZÕES (l/h) < 800 12.500 4.000 12.000 6.000 9.000 7.500 33.000 5.500 3.000 O domínio poroso é representado por aqüíferos livres e contínuos lateralmente, sendo os parâmetros hidrodinâmicos (K, T e S) diretamente proporcionais à espessura dos solos e à sua porosidade/permeabilidade. A recarga dos aqüíferos porosos é dada por meio da infiltração das águas de chuva. Este processo é importante como um filtro natural para as águas que alcançam os aqüíferos do domínio fraturado. Os exutórios são representados por fontes de depressão e contato, ou podem estar vinculados às regiões de solos hidromórficos nas proximidades de nascentes do sistema de drenagem. No caso da área do empreendimento, em função de suas características próprias (ocupação urbana de alta densidade) a água subterrânea contida neste domínio pode ser aproveitada apenas para usos menos nobres, devendo cuidados serem tomados de forma a apenas preservar e mitigar os impactos sobre a qualidade de filtros naturais e reservatórios temporários das águas que vão alimentar o Sistema Aqüífero Fraturado. Aqüífero do Domínio Fraturado A água subterrânea, associada a este domínio aqüífero, está armazenada ao longo de descontinuidades relacionadas a falhas, fraturas, juntas e diáclases, já que as rochas do Grupo Paranoá não apresentam porosidade primária residual. Os processos 132 metamórficos foram responsáveis pela recristalização de minerais e cimentação, os quais obliteraram totalmente a porosidade original. Este domínio é representado por sistemas de aqüífero livres ou confinados, de restrita extensão lateral, com forte anisotropia e heterogeneidade, sendo responsável pelo armazenamento e circulação das águas subterrâneas profundas. Os parâmetros hidráulicos são proporcionais à densidade das anisotropias nas rochas subjacentes (quanto maior a densidade de fraturas maior os valores de K e S). Os aqüíferos fraturados são geralmente aproveitados através de poços tubulares profundos (no Distrito Federal com profundidades entre 100 a 200 metros). A recarga se faz através da percolação descendente de águas de precipitação pluviométrica, sendo, na região, favorecida pela atitude verticalizada das fraturas de rochas psamíticas. Outros fatores também são importantes no controle da recarga, tais como: o relevo, o tipo de cobertura vegetal, espessura das coberturas de solos, condições de uso do solo e porcentagem de áreas urbanizadas. Dois subsistemas do Sistema Paranoá ocorrem na área: os subsistemas A e S/A. Como a área do empreendimento está localizada sobre rochas dos subsistemas A e S/A, estes serão aqui detalhados. O Subsistema A apresenta uma densidade de fraturamento reduzida, uma vez que se trata de rochas com alta plasticidade, dificultando a manutenção dos espaços abertos. Este tipo de rocha apresenta uma tendência geral de acomatação, ou seja, de fechamento e selamento das descontinuidades. As vazões máximas de poços tubulares destes aqüíferos raramente alcançam 10m3/h, sendo as médias inferiores a 4,5m3/h. O Subsistema S/A apresenta elevada importância hidrogeológica local, compondo o aqüífero do Distrito Federal de maior vazão específica. As vazões médias são superiores a 12 m3/h, tendo sido registrado vazões superiores a 40 m3/h. Quanto à qualidade das águas subterrâneas, embora não tenham sido executadas análises físico-químicas e bacteriológicas específicas, pode-se afirmar que se tratam de águas de excelente qualidade natural, com baixa mineralização total e sem qualquer risco de contaminação bacteriológica. Quanto ao total de sólidos dissolvidos o teor pode ser determinado a partir da analogia direta com águas de nascentes e poços tubulares profundos situados no mesmo contexto hidrogeológico, sendo via de regra valores baixos, em função da baixa reatividade das rochas reservatório (quartzitos, metassiltitos e ardósias). Quanto à possibilidade de contaminação, pode-se concluir pela baixa densidade de ocupação humana da área e pela ausência de focos potenciais de cargas poluentes, que o risco é mínimo e que as águas têm uma tendência atual de excelente qualidade. A futura ocupação também não deverá afetar a qualidade natural das águas subterrâneas, pois o projeto de urbanização inclui a instalação de um sistema de saneamento coletivo, com tratamento dos efluentes e coleta regular dos resíduos sólidos desde o início de implementação do empreendimento. Como o uso das águas subterrâneas não é uma alternativa ao abastecimento, não é necessário tecer considerações sobre a quantificação das reservas hídricas subterrâneas 133 disponíveis. Mesmo considerando algum tipo de uso deste manancial (escolas, postos de combustíveis, Parque Burle Marx e outros usos institucionais) não deverá haver diminuição significativa das reservas existentes, uma vez que, o modelo de urbanização (habitações coletivas) resultará na manutenção de grandes áreas verdes entre os prédios residenciais, garantindo assim a recarga dos aqüíferos. Fontes naturais de vazão espontânea (perenes ou intermitentes) não são observadas na poligonal do futuro Setor Habitacional. No interior do Parque Nacional de Brasília essas estruturas hidrogeológicas são comuns, contudo não deverão ser afetadas pela ocupação urbana da área em questão, pois fazem parte de sistemas de fluxo hidrogeológico distintos. As feições hidrogeológicas (Figura 28) gerais associadas aos elevados valores de condutividade hidráulicas da zona não saturada e com as condições geomorfológicas fazem da região do empreendimento e suas vizinhanças uma excelente área de recarga natural dos aqüíferos. No entanto, a área a ser urbanizada, com cerca de 275 ha, está situada na região de um divisor de águas: cerca de 50% situa-se na bacia de contribuição direta para o Lago Paranoá, (braço norte); e os restantes 50% na bacia do ribeirão Bananal. Ambas, porém, integram a bacia hidrográfica do Lago Paranoá, com 28.869 ha, fortemente antropizada. Está claro, destarte, que a área em estudo, devendo contar com um projeto urbanístico moderno, incoprporando uma série de recomendações para minimizar os impactos da impermeabilização (buscando-se hoje índices que podem ser inferiores a 60%), representa menos de 1% da área da bacia como um todo. Ademais, com relação à bacia do rebeirão Bananal, a área situa-se hidrogeologicamente a jusante da área do Parque Nacional, não havendo, portanto, impactos em termos de recarga de águas subterrâneas naquela direção. 134 1127.2 Cam 1128.4 1138.0 QE 1132.9 HOSPITAL GERAL DE BRASILIA 1138.0 EC SMU Euc 1132.6 C.F. 1142.8 1144.6 C.F. C.F. A.T . C.F . 1148.1 1134.9 1142.7 1136.6 1138.1 C.F. C.F. 1145.9 1132.2 1109.1 1116.3 1112.3 Cerr M Cl 1147.3 Mov . TE P P 1136.6 1148.2 Cam Euc Cl Eu c Euc Euc Cl A.T. Cerr Cl 105 0 NOVACAP Cam 1137.5 1129.1 186.000 1142.3 Cl Cam 1106.9 M Cam P Cam Te Cam 1147.8 Cam 1137.8 1142.0 1145.5 1147.3 1146.4 Cam Cerr Cam 1146.9 rra Cam 1150.3 1150 1137.3 1142.5 de Cam Cam M M Cam 187.000 1142.4 Cam M 1125 1100 Cerr Cam PRACA DUQUE DE CAXIAS 1147.5 1145.8 1138.8 1139.0 Cam INST .DE SAUDE E GERENCIA DE CONTROLE DE ZOONOSES M SETOR MILITAR URBANO 1142.6 P Cam Cam Cerr M M Cam EP AA DF -6 1 Cam M 1146.3 1149.1 Ero sao Cam 1150 Cerr Euc Cam Cam 1112.7 1116.8 Cam SANAT ORIO ESPIRITA DE BRASILIA Mov.de Cl Cam Cam Cam Cam Cam Cam Terra 1142.9 Cerr Cam Cerr M Cam CASA DA ADM. M 1008.6 M Cam Euc Cam Euc CBMDF TCB SETOR DE RECREACAO PUBLICA NORTE Euc Cam LABORATORIO 1147.9 1092.8 1142.9 SEP 2. DP 1087.6 Cam Cam 1132.2 o Cam 1077.9 912 911 1121.4 1122.3 CE 1121.6 TE 1098.3 1120.2 1116.3 1120.4 1119.5 1119.1 1119.8 712 910 RA TE CEA O IZAD JU DE ES OR MEN A DO CAS 1069.2 TE 2.0 713 106 BB TE 907 GISNO 1117.9 1119.3 1121.5 1119.2 1121.2 B 1116.8 GIO COLEECAO PROJ 6 114 706 310 CNPQ 311 190.000 Q.E. CS TE CS 1114.4 1101.1 1103.2 708 90 6 905 TE IS S GERA CEU C.F. 1092.1 MINA 313 TE 709 1061.3 1062.9 EGIO COL RADA SAG ILIA FAM 1112.3 EGIO COL 1107.3 TE 314 909 116 Cam 1025 8 190.000 Q.E . 1002.0 2 EC-N.13 QI-2 1010.6 1 115 Cam 710 711 EC 908 EC 315 TE EC-3 16 NORTE SMHN FUNDACAO DE SERVICO SOCIAL APAE DF 713 TE 1123.1 N TRA B BRB 316 1000.6 HOSPITAL STA. HELENA Cam NA- Cl Cam Cam STN 4 112 TEL ILIA AS ECT 308 EBR 1095.9 BRB CONFEA 1079.4 309 TE Cam 5 1050 215 216 111 704 1113.8 705 1077.4 113 EC-113 TE NOR 4 W3 6 9 11 7 QL-2 8 1109.4 305 EC TE IBAMA 307 CNPQ 1073.3 110 1103.1 TE EC JI 304 1097.3 Cam 1009.4 Cam 1063.9 107 EP EC TE 210 211 212 1088.8 1052.9 1070.0 109 9 ESTA CAO TE 6 104 191.000 EC 8.254.000 105 10 8.255.000 209 8.256.000 410 411 1046.1 412 412 8.257.000 100 4.8 8.258.000 11 10 8.259.000 10 12 191.000 HIDROMETE OROLOGICA UNB Cam 1052.8 Cam NORTE 1035.5 Cam Cam 1076.7 Cam 415 EC - N.415 CAESB LAGO DO PARANOA 5 416 7 306 NORTE Figura 28 – Hidrogeologia. 1127.9 CE Cam DE Cl M BRA PA EM Cl M A.T . TE 714 TE AUTOD ROMO NELSON PIQUET 1127.7 Cam Cam 1082.5 1128.1 715 Cam IO JK LEG CO Cam 189.000 1132.4 1130.3 1126.7 Cam sa Ero TE SOS 913 EIA ILO Cl MESQUITA 913 ALD CAM TE 716 914 Cam 1100 1138.8 Euc 1125 BB EMBRAPA Cl A S AO COL ES 1082.3 1063.4 915 Cam P 916 FAC ULDAD E E COLEGIO ALVORADA Cam C.F . TO T ITU O INS STIC GUI LIN ARA CAM IVA LAT LE GIS TR IAGEM DE MEN ORES 1137.8 1097.2 Cam Cam Cam Cam Cl Cerr 1018.2 1075 Euc Cam RA I - BRASILIA Cam Cl M DE ZOOBOTANICA SAIN SETOR DE AREAS ISOLADAS NORTE M O CA CA NDA FU BOT ANI ZOO CASA D E REPOUSO Cam Cam Cam Cam 50 10 Cam 1010.8 M BANA NAL Cl Cam Cam 707 188.000 1147.0 Cam 100 8.1 RIBEIRAO M Cam 189.000 VIA 185.000 1122.9 1128.3 Cam 1137.1 Cam Cam Cl Cam 1075 Te r ra GO 1025.3 RRE CO VIVEIRO DE PLANT AS Euc Cam DO M Cam CEMA VE Cam M RESIDENCIAS FUNCIONAIS DO PARQUE Cam Cam C.F. Cerr DF -003 A.T. Cam 1131.6 Cam rra Cam Te de Cl M M Cam 1057.0 1051.2 Cam Cam M M Cam Cam A.T . 111 3.9 1105.7 de Mo v. Cam SMAN SETOR DE ARMAZENAGEM E ABASTECIMENTO 1100 Mov. Eu c Cam Cl Cl Cl M Cam M 106 3.6 1055.7 Cam Cam M 1008.2 Cam Cam 188.000 ao Eros 1127.2 1127.2 . A.T Cam Euc 50 10 CEN TRO DE VISITANTES Cam ADMINISTRACAO DO PARQUE Cam Cam Cam 10 25 DF- 003 Cam S.F. E. SU BE DE ST EN AC ER AO GIA SU BE ST AC AO EN DE ER GI A Cam Cam Cam Cam 106 0.8 1050 DE BRASILIA M Cam DF- 025 8.254.000 1113.2 1116.3 111 5.9 Cam Cam Cam Cam 1070.7 Cerr Cam Cam PARQUE NACIONAL Cam 187.000 EC 111 2.4 Cam Cam 1068.8 Cam Cam 1025 M JI Cam 8.255.000 Cam Cam Cam Cam 1115.0 1100 Cam 107 5 Cam Cam 1072.2 Cam 0 M 186.000 312 1107.5 1103.9 . A.T 8.256.000 107 3.8 8.257.000 Cam 8.258.000 8.259.000 105 REGO M c Eu EN TO PA M O 1025 REG COR M c A. T. 10 25 Cam E uc c Eu A.T. AC AM 95 EP IA A.T . 185.000 SUBTERRANEA 11 25 RTE - NO EIXO VIARIO RODO GUA RA 50 10 EP IA 1050 1 13RN-4 4.3 1 40 E uc Eu c FN SO E NORT Eu c ADUTORA TE DF -003 EC C.F. RTE A.T . A.T. Eu - W4 W2 -0 NORTE IARIO DOV RO EIXO DF F - NO OR BR AD INHO VIA -L1-N 1 07 5 CDB 1025 SO 3 -W VIA RTE 8 VIA - NO 10 7 DF-00 VIA - L2 N 239 238 237 236 234 233 232 231 230 229 228 NW Área de influência direta Área de estudo SUBSISTEMA S/A - Aquífero anisotrópico, livre ou confinado, com alta condutividade hidráulica, vazão média de 12,0 m3/h e elevada importância hidrogeológica local. SUBSISTEMA A - Aquífero anisotrópico, livre, com baixa condutividade hidráulica, vazão média de 4,0 m3/h e baixa importância hidrogeológica local. Sistema Paranoá DOMÍNIO FRATURADO SISTEMA P4 - Aquífero livre, localmente sem zona saturada. SISTEMA P2 - Aquífero livre, intergranular, com condutividade hidráulica moderada, com baixo a moderado risco a contaminação. SISTEMA P1 - Aquífero livre, com elevada condutividade hidráulica , contínuo lateralmente, com grande importância para a recarga dos aquíferos regionais. DOMÍNIO INTERGRANULAR Legenda 44 242 225 209 193 177 161 145 128 111 94 77 243 226 210 194 178 162 146 129 112 95 78 61 29 43 60 28 14 NOROESTE URBANA EXPANSÃO ÁREA DE RIMA EIA HIDROGEOLOGIA 1000m DISTRITO FEDERAL 241 Base cartográfica: Sistema Cartográfica do Distrito Federal - SICAD, escala 1:10.000, Codeplan, 1991. Escala: 1:10.000 500 NW 500 223 222 221 220 219 218 217 216 215 214 213 212 211 0 208 207 206 205 204 203 202 201 200 199 198 197 196 224 192 191 190 240 176 175 174 189 188 187 186 185 184 183 182 235 160 159 158 173 172 171 170 169 168 167 166 195 143 142 157 156 155 154 153 152 151 150 141 140 139 138 137 136 135 134 180 179 181 164 163 165 148 147 149 132 131 133 144 124 123 122 121 120 119 118 116 115 114 117 127 126 110 125 104 103 102 101 100 99 98 97 109 108 107 106 105 83 82 81 80 93 92 91 90 89 88 87 86 85 84 64 63 76 75 74 72 71 70 69 68 67 66 65 73 42 59 27 13 41 58 26 12 40 56 55 54 53 52 57 25 39 11 24 38 37 36 35 10 9 23 8 22 7 21 6 20 5 34 19 51 4 33 50 18 3 32 49 17 2 31 48 16 1 47 30 46 15 Articulação das folhas SICAD 1:10.000 244 227 130 113 96 79 62 45 135 4.2.8. Recursos Hídricos A Área de Expansão Urbana Noroeste está situada em duas sub-bacias, a do Bananal e do Lago Paranoá, que são formadoras da bacia hidrográfica do Lago Paranoá. Tal bacia é formada também pelas sub-bacias dos ribeirões Torto/Santa Maria, Riacho Fundo e Gama. Ver Figura 29 com Mapa de Unidades Hidrográficas. Sub-bacia do Lago Paranoá A sub-bacia do Lago Paranoá ocupa uma área de 288,69 km2, funcionando como bacia de captação dos principais cursos d’água que drenam o sítio urbano da cidade de Brasília. A unidade lacustre, integrante de destaque na paisagem da bacia do rio Paranoá, resulta de uma antiga depressão inundada, que foi reorganizada pelo planejamento para instalação da cidade. Assim, é constituída pelo lago, pelas áreas de drenagens de pequenos córregos que contribuem diretamente com o lago, tais como: Cabeça de Veado, Canjerana e Antas, na região do Lago Sul; Taquari, Gerivá e Palha, na região do Lago Norte; além das áreas que contribuem diretamente com o espelho d’água. O Lago Paranoá foi formado em 1959, com objetivos de paisagismo, recreação e geração de energia elétrica. Com área superficial de 38 km2, um volume de 498x106 m3, uma profundidade média de 12,42 m e uma largura máxima de 5 km, apresenta um tempo de detenção estimado em 300 dias. Em sua bacia de drenagem, de 1.046 km2, existe intensa atividade humana, destacando-se a ocupação urbana. Sua formação se deu a partir do fechamento da barragem do rio Paranoá, represando águas do Riacho Fundo, ribeirão do Gama e do córrego Cabeça de Veado, ao sul, e dos ribeirões do Torto e do Bananal, ao norte, além de outros pequenos tributários que alimentavam as cachoeiras que desciam rumo ao rio São Bartolomeu. Além de contar com as contribuições dos afluentes principais, o lago Paranoá recebe águas de drenagens pluviais urbanas e dos efluentes de duas estações de tratamento de esgotos ETE, ETE Brasília Sul e ETE Brasília Norte. No final deste item será descrito o processo de poluição e o programa de despoluição do Lago Paranoá. Sub-bacia do Ribeirão Bananal As nascentes do ribeirão Bananal situam-se dentro do limite da área do Parque Nacional de Brasília, onde também está localizada a maior parte de sua bacia de drenagem. O ribeirão Bananal recebe ainda contribuições dos seguintes cursos d’água: córrego Capão Comprido, córrego Poço d’Águas, córrego do Rego e córrego do Acampamento. A área de drenagem dessa bacia, no posto fluviométrico denominado EPIA (praticamente no cruzamento dessa estrada com o ribeirão), é de 134 km2. Seu principal afluente é o córrego do Acampamento, cuja confluência ocorre nas proximidades da EPIA – DF-003. O comprimento do curso d’água principal, no caso o ribeirão Bananal, é de 18,5 km. 136 M 8. 257.500 Cam 8. 260.000 DO Mov. Pinh Pinh 8. 250.000 Cl Pinh M Cam Pinh de Terra Cam Cam EPTG Cam Cerr M Cam Terra Mov. de 182.500 . A.T Casc. Casc. SIA Cam Casc. Cam Cam 1100 Cam Mov. de Terra ESTACAO RODOFERROVIARIA Cam RA I - BRASILIA Cam Casc. COMPRID O RA X - GUARA Cam Mov. de Terra NA- 1062. 0 Casc. 1118. 7 O DF - 085 Cerr PARQUE DO GUARA Cam Cam Cam M RR CO EG M Cl Cam Terra de Mov. 1097.2 Cam Casc. CO M Cam Cam . .T A 1073. 8 O NA L EG RR 095 Cam DF BA NA Mov.de Terra M Cam 185.000 Pinh RR EG Cam CO Cam Pinh CRUZEIRO CRUZEIRO Cam Cam 1075 DO Cam 1050 1074.1 Eu c M Cl P AM AM AC Cam A.T. A.T. Cam Mov. SEDE DE R-DF Cam O 5 Cam 107 1078. 9 Terra de Pinh Cam Cam Cerr TO EN DO M 1076. 1 Cl 1 M 1078. 0 1075 Cam 1147. 3 Pinh Pinh Cam Pinh Cam 11 50 A.T L . Cam Cam Pinh M M 1100 Cerr Pinh Cam Cam 187.500 Cam Cl Cam 11 50 Pinh Cam M Cam M C.F . Pinh Cl BRASILIA Cam Pinh Cerr Euc Mov.de Terra 187.500 1172.2 Cerr M Cam Cerr Cam Cam TORTO REPR ESA DO Cam Cerr C.F. Euc ASA SUL Pinh Pinh Cam Euc Mov. de Terra M 1050 ENTA Cam ONUM Cam 1150. 3 1150 M Cerr EIXO M Cam A.T . Cam REGO Cam 1074.5 M RA XI-CRUZEIRO Cerr Euc A.T. Eu c 107 5 Cam Cam 0 105 M Cam Cam M M Cerr 1018.2 Cl M BAN Cam Euc RA I - BRASILIA Cam M M Cl ANAL Cl M Cl Cam Cam Eu c Cam . Cam A.T M 1100 A.T . 1117. 8 Cl Cam F D M M Cam M Cam EA RAN TER SUB Cam M A.T. 03 -0 1122. 5 1000.6 Cam NA- TO RA ADU Casc. Cam ASA NORTE Cam Cam . Cam M A.T GO RE AO RIBEIR M OR C AS A NORTE M 1147. 8 Cam Cam Casc. 1061.5 Cam Cam RIBEIRAO M A.T. R.F.F.S.A. CL M Cam M 1100 Cam 11 00 AO Cam A.T. EP 8. 252.500 8. 255.000 5 107 M 1106. 3 DE BRASILIA PARQUE NACIONAL EIR O PA CA Cam 1050 185. 000 CR UZ EI RO RIB Cam A.T . Cam O M M 105 0 RT O LAGO NORTE 5 00 TO DE Cam 1035. 5 Cam Cam LAGO DO PARANOA DF-34 0 105 RTE IO NO VIAR RODO EIXO 50 10 A.T. M 1053.2 Cerr EPP N 1050 Cl Cam Cam 1047. 5 DF-33 DF - 015 Cam VARJAO Cam INHO AD BR SO M 10 M Cam 50 Cam 11 Cam 25 00 7 Cam IA EP DF-48 192. 500 1060.2 CO Urubu Cam DF Cam Cam Cam 1050 DO Pinh Cerr Mov. Terra de Mov. 1036. 8 Cam 1068. 3 192.500 Terra de Pinh Pinh Pinh Cl LAGO NORTE Cl Cam M LAGO DO PARANOA 1051. 9 - 00 7 1049.9 DF - 007 rr 1100 Cam Cam Cam 1150 M M Cl Cam 1050 Cam 5 Cam 102 Cam Cam Pinh Cam M Euc Euc .T A 0 . M Euc 110 Cam Euc M Cam Mov. Cam Cam Cam Pinh Cam de Terra Cam Cl Cam M M M O D Cl 195. 000 195.000 Cam Cam Cam R Cam IVA EP P . GER A.T 10 50 M 1150 Cam CO 1025.8 O 102 5 M M Cl 5 DF 102 DF-01 Cam VILA PL ANALTO Cam Euc Cam Cam Euc Cam Euc Cerr Euc Euc Euc Cerr Euc Cam Cam Cam JABURU NA- Euc 1000.6 Cam M M LAGO NORTE Mov. de Terra 1012. 5 LAGOA DO 1022.7 Cl Cam Cam M M Cam Euc Cam Cam M Cam Cl M 00 9 DF-32 1025 Cam Cam MA PAL M Cam Euc 440 Cam M DF - -0 01 Cam DF Cl 1027. 3 DA Cam O Cl Cam Cam M EP PN EG RR 1012.7 Cam M Cl Cam Cl RA XVIII - LAGO NORTE SO BR AD IN H 1033. 9 Cam Cam 120 0 LAGO D O PARANOA M M M RA I - BRASILIA DF-2=MEL Mov. de Terra RA XVIII - LAGO NORTE DF -0 09 1035. 3 Cam M Cam RA I - BRASILIA A.P.A. DO PARANOA Mov. de Terra M M Cam Euc LAGO DO PARANOA Euc Cam 1000. 6 EP PN A.T. DF - M 005 Cam 1200 1223. 5 TORTO Cam 3 - 00 DF RA XVIII - LAGO NORTE DF Cl Cam A Euc 8. 250.000 Cam DO 8. 252.500 8. 255.000 8. 257.500 Cam 8. 260.000 Euc Cam M 8. 262.500 N 36 27 18 37 28 19 10 02 0 38 29 20 11 03 39 30 21 12 04 1 40 31 22 13 05 2 41 32 23 14 06 NW Área de estudo Área de influência direta Cursos d`água Lagos Lago Paranoá Santa Maria / Torto Riacho Fundo Sobradinho Unidades Hidrográficas: Bananal Legenda 34 25 43 16 08 NOROESTE URBANA EXPANSÃO ÁREA DE RIMA EIA 3 Km DISTRITO FEDERAL 42 33 24 15 07 UNIDADES HIDROGRÁFICAS Base cartográfica: Sistema Cartográfica do Distrito Federal - SICAD, escala 1:25.000, Codeplan, 1991. Escala: 1:25.000 1 NW 35 26 17 09 01 Articulação das folhas SICAD 1:25.000 Figura 29 - Mapa de Unidades Hidrográficas. 190.000 Cam DF - 009 Casc. Cam Cam U AC Cam RA XVIII LAGO NORTE IA EP 1100 . 1105. 4 A.T M A.P.A. DO PARANOA M 1150 O EG RR O C Cam Cam Cam 1017. 7 1100 190. 000 EG OR R C RA I - BRASILIA Euc 182.500 A .T . 1100 Euc DF P ON TE M E NT O c EP IA A .T . EPPR DA COR REG O 8. 262.500 O EG RR CO AM D F A. - 0 T. 03 CO R RE GO M A A.T. P NT AC AM D'A . GUARA CO 003 PO DF - EGO CORR Eu A.T. RTE DF EIXO O NO VIARI RODO 1100 EPTT . A.T - 00 A.T 0 SUB TERRANEA 0 105 AO IR BE A.T. 00 7 1025 DF PALH 0 110 R RE GO ADUTORA 105 CO RI EPIA 137 A declividade média do curso principal foi determinada através do método da Eletrobras (S10;85). Por esse método, a declividade média é obtida pela divisão da diferença entre as altitudes a 10% e a 85% do comprimento do rio, medidos a partir da foz, e o comprimento correspondente a 75% do valor real da extensão do curso principal. Para o ribeirão Bananal, a declividade média S10,85 é de 5,61 m/km. A densidade de drenagem é definida como a relação entre a soma dos comprimentos dos cursos d’água da bacia dividida pela sua área de drenagem. Sob esse aspecto, os dados da Caesb indicam uma densidade de drenagem de 0,36 km/km2. Pode ser também considerado, como representativo prático desse parâmetro fisiográfico, o resultado da divisão do número de confluências pela área de drenagem da bacia. Utilizando-se essa última forma de cálculo, o resultado indica 0,0373 junções/km2 para o ribeirão Bananal. Para caracterizar as vazões de estiagem do ribeirão do Bananal foi calculada a Q7,10 - a média das vazões mínimas de sete dias consecutivos com período de retorno de 10 anos (Tabela 30). Para a determinação de Q7,10 foram obtidos na Caesb os registros das vazões médias diárias na estação EPIA no ribeirão Bananal. Foram utilizados apenas os dados de vazão relativos aos anos em que não houve falhas de observação nas épocas de estiagem. Para cada ano de observação, foi identificado o período de sete dias consecutivos que indicava a menor média de volumes escoados. A média das vazões médias diárias foi calculada, e em seguida efetuou-se uma análise estatística dos dados de vazão, ajustando a amostra a uma distribuição de probabilidade Log-Normal. Assim, calculou-se a vazão mínima de sete dias consecutivos com tempo de recorrência de 10 anos. A Tabela 30 mostra os dados da série histórica das vazões mínimas registrada na estação fluviométrica da Caesb situada no ribeirão Bananal, em um ponto cuja área de drenagem é de 134,0 km2. O valor da Q7,10 é de 0,801 m3/s. De acordo com os dados registrados, analisando-se as descargas médias mensais no período de 1970 até 2001, verifica-se que os menores valores ocorrem entre os meses de maio a novembro, caracterizando o período de estiagem, sendo o mês de setembro o mês mais seco. A Tabela 31 mostra as vazões médias mensais para todo o período de observação existente. As médias de toda a série das descargas médias mensais nesse período variam entre 1,48 e 3,26 m3/s. O período de cheias é observado nos meses de dezembro a abril, quando se verificam as maiores médias mensais. 138 Tabela 30 - Vazões Mínimas de 7 de Dias Consecutivos no Ribeirão Bananal (m3/s). Curso d'água Ribeirão Bananal Ano Q min. de 7 dias consecutivos 1970 1,371 1971 1,096 1972 1,223 1973 1,270 1974 1,370 1975 1,304 1978 0,740 1979 1,493 1980 1,434 1981 1,147 1982 1,620 1983 1,774 1984 1,503 1985 1,340 1986 0,969 1987 0,764 1988 0,989 1989 1,411 1990 1,413 1991 1,459 1992 1,820 1993 1,581 1994 1,651 1995 0,983 1996 0,874 1997 1,076 1998 0,853 1999 0,837 2000 1,041 2001 0,889 Média de Ln(Q) 0,14543 Estação EPIA Q min. Em (m³/s) Ln (Q) ordem crescente 0,527 -0,640555 0,740 -0,301105 0,764 -0,269187 0,837 -0,177931 0,853 -0,158996 0,874 -0,134675 0,889 -0,117658 0,969 -0,031491 0,983 -0,017146 0,989 -0,011061 1,041 0,040182 1,076 0,073250 1,096 0,091667 1,147 0,137150 1,223 0,201307 1,270 0,239017 1,304 0,265436 1,340 0,292670 1,370 0,314811 1,371 0,315540 1,411 0,344299 1,413 0,345715 1,434 0,360468 1,459 0,377751 1,493 0,400788 1,503 0,407463 1,581 0,458058 1,620 0,482426 1,651 0,501381 1,774 0,573237 D. Padrão de Ln (Q) 0,286225 D. Log Normal P(x<xi) 0,0030 0,0594 0,0737 0,1293 0,1438 0,1639 0,1790 0,2683 0,2850 0,2923 0,3565 0,4005 0,4255 0,4885 0,5774 0,6282 0,6625 0,6965 0,7230 0,7239 0,7564 0,7580 0,7738 0,7915 0,8138 0,8200 0,8626 0,8805 0,8932 0,9325 Q7,10 (l/s) 0,801 P% 0,30 5,94 7,37 12,93 14,38 16,39 17,90 26,83 28,50 29,23 35,65 40,05 42,55 48,85 57,74 62,82 66,25 69,65 72,30 72,39 75,64 75,80 77,38 79,15 81,38 82,00 86,26 88,05 89,32 93,25 Fonte: Dados da Companhia de Saneamento do Distrito Federal-Caesb. De acordo com os estudos hidrológicos efetuados durante a elaboração do Plano Diretor de Água, Esgotos e Controle da Poluição Hídrica (CAESB/ENGEVIX, 1990), a vazão máxima com período de retorno de 25 anos é de 35,4 m3/s na Estação EPIA. Conforme informações da Caesb, para o período de 1970 a 2002, a média das vazões máximas foi de 13 m3/s, chegando a atingir até 38,4 m3/s. 139 Tabela 31 - Ribeirão Bananal na Estação EPIA - Vazões Médias Mensais (m3/s). Ano Jan Fev Mar Abr Mai 1970 Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média Anual 1,97 1,62 1,59 1,61 1,97 2,68 2,36 - 1971 2,05 2,05 2,18 2,27 1,71 1,51 1,27 1,25 1,28 2,47 3,36 4,95 2,20 1972 2,60 2,99 2,77 3,08 2,32 1,99 1,82 1,53 1,43 1,92 2,52 3,23 2,35 1973 4,15 4,81 5,11 2,87 1,85 1,67 2,14 1,66 1,67 2,85 3,68 2,91 2,95 1974 2,68 3,16 4,52 3,84 2,81 2,22 1,8 1,61 1,45 2,20 1,89 2,47 2,55 1975 3,09 2,75 2,11 3,67 2,61 2,18 2,26 1,94 1,46 1,55 2,13 2,60 2,36 1976 1977 2,53 2,18 1978 2,13 2,06 1,89 1,43 0,79 1,52 1,59 2,14 1979 4,83 3,8 4,32 3,48 2,69 2,28 2,03 1,75 1,82 1,76 2,27 3,04 2,84 1980 4,43 5,94 3,77 3,72 2,95 2,42 2,13 1,93 1,92 1,68 2,52 3,34 3,06 1981 3,38 2,10 3,06 2,39 1,93 1,78 1,53 1,38 1,22 9,69 3,88 3,27 2,97 1982 4,71 3,38 4,15 4,15 2,96 2,26 1,99 1,88 1,78 2,29 2,04 2,23 2,82 1983 4,18 5,53 5,63 4,61 3,14 2,59 2,13 2,08 2,23 2,57 3,36 3,7 3,48 1984 3,4 3,16 3,58 3,91 2,63 2,26 2,04 2,03 1,98 2,05 1,79 1,87 2,56 1985 2,64 2,37 2,74 2,70 2,16 1,86 1,75 1,60 1,52 1,94 1,79 2,17 2,10 1986 2,56 2,19 1,98 1,62 1,48 1,34 1,25 1,22 1,06 1,16 1,15 1,45 1,54 1987 1,24 1,47 2,45 1,96 1,55 1,22 1,00 0,87 0,86 0,95 1,62 2,88 1,51 1988 1,53 2,09 2,65 2,74 1,71 1,49 1,33 1,19 1,03 1,68 1,98 2,45 1,82 1989 2,77 2,99 2,91 2,04 1,77 1,75 1,59 1,66 1,87 2,16 2,79 5,72 2,50 1990 4,37 4,26 3,43 3,07 2,53 2,06 2,46 1,74 2,07 1,95 2,13 2,17 2,69 1991 2,86 3,22 4,06 4,19 2,90 2,35 2,00 1,73 1,67 1,95 3,02 3,5 2,79 1992 3,87 5,83 3,8 4,32 3,08 2,54 2,20 2,00 2,06 3,24 4,76 4,67 3,53 1993 3,71 4,52 3,51 3,56 2,84 2,50 2,08 2,05 2,16 2,07 2,13 3,59 2,89 1994 3,94 3,18 4,76 3,45 2,95 2,66 2,47 1,90 1,69 1,77 2,52 2,64 2,83 1995 2,41 2,83 2,98 2,27 1,88 1,40 1,22 1,15 1,02 1,18 1,53 3,21 1,92 1996 1,59 1,47 1,58 1,7 1,29 1,1 1,06 1,03 0,97 1,54 1,99 2,21 1,46 1997 3,65 2,43 3,84 3,33 2,49 2,35 1,98 1,74 1,46 1,21 2,03 1,45 2,33 1998 1,93 2,21 2,05 1,32 1,14 0,99 0,89 0,91 0,89 1,27 2,28 3,63 1,63 1999 2,66 1,83 2,26 1,45 1,3 1,16 1,08 0,96 0,97 1,21 1,90 2,24 1,59 2000 1,94 2,2 2,62 1,96 1,57 1,36 1,27 1,26 1,37 1,31 2,18 2,09 1,76 2001 1,80 1,72 2,32 2,08 1,37 1,16 0,97 0,96 0,98 1,14 1,30 1,60 1,45 Média 3,02 3,06 3,26 2,92 2,20 1,88 1,71 1,53 1,48 2,08 Fonte: Dados da Companhia de Saneamento do Distrito Federal-Caesb. 2,36 2,86 13,00 Com relação ao transporte de sedimentos, o que existe de informações referentes à descarga sólida no ribeirão Bananal são as medições feitas pela Caesb nos anos de 1988 e 1989. A Tabela 32 mostra os resultados dessas medições. 140 Tabela 32 - Medição de Descarga Sólida no Ribeirão Bananal – 1988/89 Desc. Sólida (ton/dia) Data Desc. Liq. (m3/s) 31/08/88 1,080 1,736 13/09/88 0,990 1,155 27/09/88 0,930 0,755 12/10/88 0,990 0,385 25/10/88 1,940 4,760 7/11/88 3,030 23,273 18/11/88 0,880 8,326 22/11/88 3,370 3,290 29/11/88 1,578 15,706 6/12/88 2,580 4,280 2/12/88 1,880 5,425 20/12/88 2,580 10,544 28/12/88 1,715 2,741 3/01/89 2,260 2,538 9/01/89 2,820 16,763 16/01/89 2,070 2,826 23/01/89 1,990 1,479 30/01/89 1,720 0,505 11/02/89 4,330 32,248 14/02/89 2,580 1,516 21/02/89 2,260 3,983 1/03/89 2,260 0,898 7/03/89 3,340 10,879 15/03/89 2,440 2,656 21/03/89 2,730 6,557 28/03/89 2,260 2,304 6/04/89 1,780 0,631 19/04/89 1,890 1,225 3/05/89 1,640 6,971 16/05/89 1,520 0,972 5/06/89 1,578 1,145 13/06/89 1,578 0,777 27/06/89 1,715 3,201 11/07/89 1,320 1,015 27/07/89 1,280 0,343 Fonte: Caesb/ Engevix, 1990 4.2.8.1 Balanço Hídrico As informações sobre Balanço Hídricos descritas a seguir, foram extraídas do Inventário Hidrogeológico do Distrito Federal (IEMA/UnB,1998). O balanço hídrico é a contabilidade da entrada e da saída de água em um solo, assim 141 pode-se estimar a quantidade de água que foi transferida para e atmosfera e a quantidade armazenada no solo. Isto permite um planejamento prévio dos diversos usos do solo, principalmente o agrícola, assim como uma utilização racional dos recursos hídricos da região. Uma das expressões para o cálculo do balanço hídrico foi desenvolvida por Thornthwaite e Mather em 1955 e consiste na determinação dos excessos e deficiências de água no solo e dos índices de aridez, de umidade e do índice hídrico. O índice de aridez (Equação 1) expressa a deficiência hídrica, em porcentagem de evapotranspiração potencial, definido por: I a = 100 ⋅ def , onde: Etp (1) Ia = índice de aridez (admensional); def = deficiência hídrica (mm); Etp = evapotranspiração potencial (mm) O índice de umidade (Equação 2) é entendido como o excesso de água expresso em porcentagem da necessidade, ou seja, a evapotranspiração potencial. É expresso por: I u = 100 ⋅ exc , onde: Etp (2) Iu = índice de umidade (admensional); exc = excedente hídrico (mm); Etp = evapotranspiração potencial (mm). Já o índice hídrico ou índice efetivo de umidade é a análise da diferença entre o índice de aridez e de umidade, porém o de aridez tem menor peso na equação (3), ou seja, um excesso de 6 mm é capaz de prover um déficit de 10 mm, devido à redução da taxa de evapotranspiração. O índice hídrico é obtido por meio da seguinte expressão: Ih = ( Iu − 0,6 Ia ) , onde: (3) Ih = índice hídrico (admensional). 142 O cálculo do balanço hídrico necessita das informações de precipitação e temperatura para posterior determinação das evapotranspirações real e potencial. A partir desses dados é possível determinar os excedentes e déficits de água no solo, mas para isso é necessário o conhecimento da capacidade de armazenamento de água no solo, que varia em função de sua condutividade hidráulica, de sua textura e de sua estrutura. Adota-se para os solos da faixa intertropical o limite médio de 100 mm de capacidade de armazenamento. A Tabela 33 mostra os componentes do cálculo do balanço hídrico para a estação Brasília. Tabela 33 - Dados climatológicos para Balanço Hídrico - Brasília Mês Temp. Prec. Etp Precip.– Arm Variação de Etr Exc Def. (°C) (mm) (mm) Etp(mm) (mm) Arm.(mm) (mm) (mm) (mm) Jan. 21,6 241 93 148 100 0 93 148 0 Fev 21,8 215 84 131 100 0 84 131 0 Mar 22,0 189 92 97 100 0 92 97 0 Abr 21,4 124 80 44 100 0 80 44 0 Mai 20,2 39 70 -31 74 -26 65 0 5 Jun 19,1 9 58 -49 45 -29 38 0 20 Jul 19,1 12 61 -49 27 -18 30 0 31 Ago 21,2 13 80 -67 14 -13 26 0 54 Set 22,5 52 92 -40 9 -5 57 0 35 Out 22,1 172 94 78 87 78 94 0 0 Nov 21,7 238 90 148 100 13 90 135 0 Dez 21,5 249 93 156 100 0 93 156 0 Ano 21,2 1552 987 565 856 0 842 710 145 Ia total 9,3427835 Iu total 45,747423 Ih total 40,141753 Fonte: Iema/Sematec/UnB (1998) . In: Inventário Hidrogeológico e dos Recursos Hídricos Superficiais do Distrito Federal. Thornthwaite definiu, de acordo com os índices de aridez, de umidade e hídrico, a seguinte classificação climática, apresentada na Tabela 34 a seguir: Tabela 34 - Classificação climática de Thornthwaite. Tipo Climático Índice Hídrico A - super úmido > 100 B4 – úmido 100 ⇒ 80 B3 – úmido 80 ⇒ 60 B2 – úmido 60 ⇒ 40 B1 – úmido 40 ⇒ 20 C2 – úmido e sub-úmido 20 ⇒ 0 C1 – úmido e sub-úmido 0 ⇒ -20 D - semi-árido -20 ⇒ -40 E – árido -40 ⇒ -60 Fonte: Iema/Sematec/UnB (1998) . In: Inventário Hidrogeológico e dos Recursos Hídricos Superficiais do Distrito Federal. 143 Thornthwaite definiu ainda uma subdivisão em função dos índices de aridez e de umidade, conforme exposto na Tabela 35. Tabela 35 -Subdivisão de Thornthwaite em função dos índices de aridez e de umidade. Climas úmidos Índice de Climas secos Índice de umidade aridez r pequeno ou 0 – 16,7 d Pequeno ou 0 - 10 nenhum déficit nenhum excesso S moderado 16,7 – 33,3 S Moderado 10 - 20 déficit no verão excesso no inverno W moderado 16,7 – 33,3 W Moderado 10 - 20 déficit no excesso no inverno verão S2 grande déficit no > 33,3 S2 Grande excesso > 20 verão no inverno W2 grande déficit no > 33,3 W2 Grande excesso > 20 inverno no verão Fonte: Iema/Sematec/UnB (1998) . In: Inventário Hidrogeológico e dos Recursos Hídricos Superficiais do Distrito Federal. De acordo com a classificação de Thornthwaite, a estação Brasília possui um tipo climático B2r - úmido, com pequena ou nenhuma deficiência hídrica, que pode ser visualizado na Figura 30. Fonte: Iema/Sematec/UnB (1998) . In: Inventário Hidrogeológico e dos Recursos Hídricos Superficiais do Distrito Federal. Figura 30 - Balanço Hídrico da Estação Brasília. 144 Analisando a figura, é possível visualizar os períodos de excesso (correspondentes ao verão e primavera), a deficiência hídrica (quando a evapotranspiração potencial excede a precipitação pluviométrica) e a época de recarga do solo (quando a precipitação excede a evapotranspiração potencial). O balanço hídrico, de maneira geral, sintetiza os regimes climáticos anteriormente descritos. 4.2.8.2 Qualidade da água RIBEIRÃO BANANAL A Resolução Conama n° 20/1986 classificou as águas do território brasileiro em águas doces (salinidade < 0,05%), salobras (salinidade entre 0,05 e 3%) e salinas (salinidade > 3%). Em função dos usos previstos, foram criadas nove classes de qualidade. A Tabela 36 apresenta um resumo dos usos preponderantes para as águas doces, sendo que a classe especial pressupõe usos mais nobres e a classe 4 os menos nobres. As classes 5 e 6 são relativas às águas salinas e as classes 7 e 8 referem-se às águas salobras. Tabela 36 - Classificação das águas doces em função dos usos preponderantes de águas doces, conforme Resolução Conama nº 20/1986. Usos das Águas Doces Abastecimento doméstico Preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas Proteção das comunidades aquáticas Recreação de contato primário Irrigação de culturas Criação de espécies natural e/ou intensiva (aqüicultura) destinadas à alimentação humana Dessedentação de animais Navegação Harmonia paisagística Usos menos exigentes Classes de Águas Doces Especial 1 2 3 X Xa Xb Xb 4 X X X Xc X X Xd X X Xe X X X X Fonte: Von Sperling, 1995 Obs: (a) após tratamento simplificado; (b) após tratamento convencional; (c) hortaliças e frutas próximas ao solo e que sejam ingeridas cruas; (d) hortaliças e plantas frutíferas; (e) culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras. De acordo com a Resolução Conama n° 20/1986, os cursos d'água de classes 1 e 2 podem ser utilizados para o abastecimento doméstico e a proteção das comunidades aquáticas. Os cursos d'água de classe 3 também podem ser utilizados para a dessedentação de animais. Sendo assim, é importante comparar os padrões de qualidade destas classes com os critérios científicos de preservação da vida aquática, saúde humana e animal, com vistas a verificar a conformidade dos padrões caracterizados por esta Resolução. As concessionárias responsáveis pelo abastecimento público estão, cada vez mais, deparando-se com situações críticas em relação à qualidade das águas em suas captações, devido, principalmente, à acelerada degradação ambiental. Com a finalidade 145 de garantir o desenvolvimento sustentável, os órgãos ambientais têm produzido diversas leis, portarias e resoluções, visando a preservação dos recursos hídricos, tais como a Resolução do Conama n° 20/1986 (Classificação e Usos das Águas), a Lei n° 9.605/1998 (relacionada a crimes ambientais) e a Portaria n° 1.469/2000 (padrões de potabilidade para a água distribuída). Os padrões de qualidade ambiental das águas visam, fundamentalmente, a proteção da saúde pública e o controle de substâncias potencialmente prejudiciais à saúde do homem, por exemplo, microorganismos patogênicos e substâncias tóxicas. O ribeirão Bananal tem sido monitorado pela Caesb desde 1978, como parte do monitoramento do Lago Paranoá, do qual é tributário. O ponto de coleta de amostras para a análise de qualidade da água do monitoramento sistemático é após a confluência do córrego do Acampamento, próximo do cruzamento da EPIA – Estrada Parque Indústria e Abastecimento sobre o ribeirão. Para esse ponto, o monitoramento é feito pela Seção de Controle e Acompanhamento da Qualidade de Mananciais, com freqüência mensal. Os parâmetros avaliados são temperatura, pH, turbidez, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido demanda química de oxigênio, fósforo total, fosfato, nitrogênio total, amônia, nitrito, nitrato, cloretos, sólidos dissolvidos e sólidos em suspensão. A Caesb utiliza o IQA (Índice de Qualidade da Água) para facilitar o entendimento dos resultados das análises físicas, químicas e biológicas nos cursos d'água monitorados. Este IQA é calculado em função dos parâmetros cor, turbidez, pH, cloreto, amônia, DQO, ferro total e coliformes totais, aos quais é atribuído um peso específico de acordo com seu grau de significância. O IQA visa classificar as águas de acordo com suas principais características, visando o abastecimento público. Esse índice varia de 0 a 100 e permite uma avaliação sistemática da qualidade físico-química e bacteriológica da água e classificação das águas conforme às seguintes classes: IQA 91 – 100 80 – 90 52 – 79 37 – 51 20 – 36 0 – 19 Classificação ÓTIMA (para abastecimento público com prévia desinfecção) MUITO BOA ( tratamento por filtração direta) BOA ( tratamento convencional) ACEITÁVEL ( tratamento convencional + polimento) IMPRÓPRIA ( não permite tratamento economicamente viável) TOTALMENTE IMPRÓPRIA Os parâmetros fornecidos pela Caesb não permitem o cálculo do IQA para todo o período de 25 anos (1978 a 2003), porque 3 parâmetros – ferro, coliformes e cor – não eram monitorados sistematicamente, já que o ribeirão Bananal não era considerado alternativa de fornecimento de água para o sistema produtor da Caesb. A seguir será apresentada uma análise dos parâmetros monitorados pela Caesb no ribeirão Bananal. No Anexo 2 – volume III, seguem os dados fiscos, químicos e bacteriológicos do ribeirão Bananal de 1978 a 2003. 146 Tabela 37 - Análise de parâmetros monitorados no ribeirão Bananal. PNH3 NO3 NO2 TKN N-Tot PO4 (mg/l) (mg/l) (mg/l) (mg/l) (mg/l) (mg/l) Cloreto (mg/l) SDT (mg/l) 330 152 16 - - 0,87 - 1 - - 250 500 10 1 - - 250 500 327 - - - - 117 - 323 341 340 239 - - 152 16 - 323 341 340 239 - - 152 16 6,79 2,12 0,01 0,09 0,08 0,01 0,65 0,68 0,71 28,00 6,60 1,00 0,00 0,02 0,03 0,01 0,07 0,73 0,50 Turbidez (uT) PH OD (mg/l) DQO (mg/l) Nº de amostras analisadas 104 344 134 323 327 341 340 239 320 Limite - IQA correspondente à classificação Muito Boa (1) Limite - Classe 1 da Conama 20/86 10 > 5,9 - 4,2 - 0,35 - - 40 >6, <9 >6 - 0,025 1 10 Limite - Classe 2 da Conama 20/86 100 >6, <9 >5 - 0,025 1 Nº de amostras que atendem ao IQA - classificação Muito Boa 94 341 - 302 - Nº de amostras que atendem a Classe 1 - Conama 20/89 100 341 118 - Nº de amostras que atendem a Classe 2 - Conama 20/89 103 336 133 Média 7,17 6,93 1,50 7,20 Valor mais freqüente (1) Esse valor é o limite para o IQA correspondente à classificação Muito Boa, se os demais parâmetros também estiverem satisfazendo as condições dessa classificação. Turbidez A turbidez representa o grau de interferência à passagem de luz através da água. Tem sua origem natural através da incorporação de partículas de rocha, silte e argila, algas e microrganismos; não possui inconvenientes sanitários, embora possa reduzir a penetração de luz, prejudicando a fotossíntese dos organismos do fitoplâncton. A turbidez também interfere no uso das águas para recreação de contato primário e na preservação da comunidade aquática. Das 104 amostras analisadas pela Caesb, apenas uma excedeu o limite da Classe 2 e quatro ultrapassaram o limite da Classe 1 da Resolução Conama nº 020/86. Em mais de 90% dos casos, sob o parâmetro turbidez, essas águas contribuiriam para definir uma classificação “Muito Boa” para o IQA. Sólidos Suspensos Os sólidos suspensos (SS) são formados por detritos orgânicos, plâncton e sedimentos de erosão. Estes são responsáveis pela turbidez da água, prejudicando os aspectos estéticos da água e a produtividade do ecossistema pela redução da penetração da luz. Com relação à sua caracterização química, eles podem ser classificados em voláteis ou fixos. A Resolução Conama n° 20/1986 não apresenta padrão para sólidos suspensos. Entretanto, eles são limitados na Resolução através dos valores de turbidez. Já para SDT 147 (sólidos dissolvidos totais), a Resolução Conama fixa em 500 mg/l, o limite para as Classes 1, 2 e 3. Somente a partir de maio de 2002, a Caesb analisa SS e SDT no ribeirão Bananal. Para o período analisado, 100% das amostras enquadram suas águas em Classe 1 para o parâmetro SDT. Conteúdo Orgânico A avaliação histórica do conteúdo orgânico é realizada na Caesb em função dos parâmetros Oxigênio Dissolvido (OD), Demanda Química de Oxigênio (DQO), Nitrogênio Total (N Total), Nitrogênio Total de Kjedahl (NTK) e Temperatura. Oxigênio Dissolvido e Oxigênio Consumido A quantidade de oxigênio dissolvido (OD) em águas naturais é muito variável e depende da temperatura, da salinidade, da turbulência da água e da pressão atmosférica. Porém, as flutuações diurnas e sazonais, ocasionadas pelas variações de temperatura, atividade fotossintética e a descarga de efluentes, também influenciam na sua concentração. A importância do teor de OD em cursos d'água está relacionada à quantidade necessária para a manutenção e a preservação da vida aquática. Para os organismos aquáticos, são prejudiciais as variações de OD, e a quantidade mínima deste gás que permite a manutenção dos processos metabólicos é variável, dependendo da espécie e dentro da espécie, para cada indivíduo. Das 134 amostras analisadas pela Caesb, 4 apresentaram valor inferior ao limite da Classe 1 e apenas 1 apresentou resultado abaixo do permitido para Classe 2 da Resolução Conama nº 20/86. Demanda Química de Oxiqênio A demanda química de oxigênio (DQO) expressa a quantidade de oxigênio necessária para oxidar quimicamente a matéria orgânica e inorgânica. A DQO é empregada para estimar a concentração de matéria orgânica presente na água, da mesma forma como ocorre com a DBO5, porém em condições bastante energéticas. Na Resolução Conama nº 20/1986 não há limite estabelecido para a DQO. Em ambientes lênticos, teores maiores do que 10 mg/l O2 podem prejudicar a manutenção e a preservação da vida aquática, e, em ambientes lóticos, níveis de DQO de até 30 mg/l O2 são aceitáveis. Em mais de 90% das amostras avaliadas pela Caesb, sob o parâmetro DQO, essas águas contribuiriam para definir uma classificação “Muito Boa” para o IQA. 148 Nitrogênio Total (N Total) e Nitrogênio Total de Kjedahl (NTK) Os teores de nitrogênio total estão diretamente ligados à quantidade de substâncias orgânicas nos cursos d'água originadas de efluentes domésticos e orgânicos industriais, águas de chuvas e carreamento de compostos nitrogenados usados como fertilizantes. Na Resolução Conama nº 20/1986 não há padrão para o nitrogênio total; porém, um teor máximo de 10 mg/l N é indicado para a manutenção e a preservação da vida aquática, uma vez que a degradação da matéria nitrogenada irá produzir NH3 (responsável pela agressão à ictiofauna) e NOx (responsável pela eutrofização). Das 344 amostras, 100% apresentou valor inferior a 2,2 mg/l, com média de 0,68 e valor mais freqüente 1,01 mg/l. O NTK é a soma das formas de nitrogênio orgânico e amoniacal. Ele contribui para a completa abundância de nutrientes em cursos d'água e sua eutrofização. O teor de NTK em rios, que não recebem excesso de insumos orgânicos, varia de 1 a 5 mg/l. Temperatura Os processos biológicos, as reações químicas e bioquímicas que ocorrem na água, bem como a solubilidade dos gases dissolvidos, sofrem influência direta da temperatura. A variabilidade da temperatura nos cursos d'água é resultante de fenômenos climáticos naturais ou da descarga de efluentes industriais (poluição térmica). Altas temperaturas podem estimular o crescimento de organismos produtores de gosto e odores, reduzir a solubilidade dos gases, aumentar o metabolismo, a respiração, a demanda de oxigênio de organismos aquáticos e a toxicidade das substâncias. Conteúdo Iônico A avaliação histórica do conteúdo iônico é feita com base nos parâmetros condutividade e cloretos. Condutividade A condutividade é uma expressão numérica da habilidade da água em conduzir a corrente elétrica, devido à presença de substâncias dissolvidas ionizadas. Ela é dependente do teor total de substâncias ionizadas dissolvidas na água, da temperatura, da mobilidade, da valência e dos teores de cada íon, e do pH, podendo variar ligeiramente em função da atividade de fotossíntese e da respiração. A Resolução Conama nº 20/1986 não define valores limites para a condutividade; entretanto, um valor menor que 150 µmho/cm é aconselhável para a manutenção e a preservação da vida aquática. 149 Valores superiores a este padrão podem provocar, nos peixes, a perda das guelras e dos órgãos externos, causando a sua morte, bem como podem ocasionar modificações em organismos aquáticos (comportamento e fisiologia) e danos à fauna aquática a longo prazo, com possibilidade de eliminação da espécie. Para o uso na agricultura irrigada é recomendado um valor inferior a 750 µmho/cm. A média do valor de condutividade para as amostras avaliadas é de 34 µmho/cm, a moda 32 µmho/cm e o valor máximo 74 µmho/cm. Cloretos Os cloretos estão presentes nas águas brutas na forma de cloretos de sódio. cálcio e magnésio. Em águas doces, podem variar entre 3 e 1000 mg/l Cl. Os cloretos em concentrações normais não são prejudiciais ao ser humano. Teores superiores a 250 mg/l Cl causam um sabor salgado às águas, podendo ser intolerável para muitas pessoas. Por isso, os padrões normativos da Resolução Conama nº 20/1986 recomendam que a concentração de cloretos seja limitada em 250 mg/l Cl em águas destinadas ao consumo humano. Das amostras avaliadas, verifica-se que todas – 152 – continham uma concentração de cloretos bem menor que o limite máximo da Classe 2. Para o cálculo do IQA da Caesb, o valor máximo permitido de cloretos é de 0,87 mg/l. Em mais de 75% das amostras avaliadas, sob esse aspecto, essas águas contribuiriam para definir uma classificação “Muito Boa” para o IQA. O consumo médio do homem é de cerca de 6 gramas de cloretos por dia. Esta quantidade representa um aumento na concentração de cloretos, nos efluentes domésticos, de cerca de 15 mg/l Cl, contribuindo com apreciáveis quantidades de cloretos para os cursos d'água. Agressividade Natural A avaliação histórica da agressividade natural pode ser realizada em função dos parâmetros alcalinidade, amônia e pH. Alcalinidade A alcalinidade é uma medida dos componentes básicos da água, geralmente devida a bicarbonatos, carbonatos e hidróxidos, no caso de águas naturais. Não tem significado sanitário, mas em níveis elevados pode conferir sabor desagradável à água. Os componentes da alcalinidade podem modificar a toxicidade de metais pesados. A Resolução Conama nº 20 não apresenta um valor limite para a alcalinidade, porém aconselha-se que, em águas para abastecimento público, o teor não exceda a 500 mg/l CaCO3. Em águas naturais a concentração varia de 30 a 500 mg/l CaCO3. 150 Para o ribeirão Bananal, não há monitoramento da alcalinidade. Amônia O nitrogênio inorgânico, em condições anaeróbias, está sob forma de amônia, sendo um indicador de ambientes que apresentam alta taxa de decomposição bacteriana. Altas concentrações podem ser resultantes da decomposição da matéria orgânica, podendo esta ter origem natural ou ser decorrente de lançamentos de efluentes domésticos, industriais, excrementos de animais e uso de fertilizantes. A Resolução Conama n° 20/1986 apresenta o limite, para amônia não ionizável, como sendo 0,02 mg/l NH3 para as classes 1 e 2. Este padrão foi estabelecido em função de um dos usos das águas, na classe 2, ser a proteção e a preservação das comunidades aquáticas. Acima deste valor este parâmetro é tóxico para algumas espécies de peixes. Para o nitrogênio amoniacal, este valor pode ser de 1,0 mg/l NH3, porém na forma do íon amônio. Esse parâmetro, considerado um indicador de poluição orgânica recente, mostra, ao longo de todos os anos, valores bastante satisfatórios. A Caesb monitora o parâmetro nitrogênio amoniacal para o ribeirão Bananal. Verificouse que todas as amostras analisadas – 341 – continham uma concentração de amônia menor que o limite máximo da Resolução nº 20/86. Para o cálculo do IQA da Caesb, o valor máximo permitido para o nitrogênio amoniacal é de 0,35 mg/l. Em mais de 95% das amostras avaliadas, sob esse aspecto, essas águas contribuiriam para definir uma classificação “Muito Boa” para o IQA. pH Nos cursos d'água, o efeito mais significativo do pH é o provável efeito letal para peixes e outras vidas aquáticas. A temperatura, o OD, e o teor de cátions e ânions, influenciam no valor do pH. O pH é bastante significativo nas águas utilizadas para abastecimento humano, pois afeta o gosto e a eficiência dos processos de tratamento, contribuindo para a corrosão das instalações hidráulicas e dos sistemas de distribuição. A Resolução Conama nº 20/1986 estabelece uma faixa de variação do pH, para as águas doces, variando entre 6 a 9, para as classes l, 2, 3 e 4. Para as amostras analisadas – 344, verificou-se que, com relação ao pH, apenas 8 excederam os limites da Classe 2, da Resolução Conama 020/86. Para o cálculo do IQA da Caesb, o valor mínimo permitido para o pH é de 5,9. Em mais de 99% dos casos, sob esse parâmetro, essas águas contribuiriam para definir uma classificação “Muito Boa” para o IQA. Apenas três valores estão abaixo de 5,9 e ainda assim estão bem próximos desse limite. 151 Produtividade por Nutrientes Na avaliação histórica da produtividade por nutrientes podem ser empregados os parâmetros fosfato total, ortofosfato (P solúvel), nitratos e nitritos. Fosfatos Os fosfatos, juntamente com os nitratos, são elementos indispensáveis à síntese da matéria viva, e por isto são limitantes da fotossíntese quando se encontram em quantidades insuficientes. A presença de fosfatos acima dos padrões ambientais pode ocasionar a eutrofização acelerada. Esta causa odores e gosto nas águas, toxidez para os organismos aquáticos, além de prejudicar o tratamento da água, pois interfere nos processos de coagulação, floculação e no tratamento soda-cal. A Resolução Conama nº 20/1986 estabelece o limite de fosfato total de 0,025 mg/l P para as classes 1, 2 e 3. Um teor de fosfato de 0,02 mg/l P previne a floração de algas, e concentrações inferiores a 0,003 mg/l P demonstram ambientes deficientes de fósforo. Das 327 amostras avaliadas pela Caesb, apenas 4 apresentaram valores superiores ao permitido para a Classe 2. Ortofosfatos Os ortofosfatos estão disponíveis para o metabolismo biológico sem necessidade de conversões a formas mais simples nos cursos d'água. Entre as fontes contribuintes de ortofosfatos para os recursos hídricos, estão o sal, os detergentes, os fertilizantes e os efluentes domésticos e industriais. A Resolução Conama n° 20/1986 não prevê padrão para Ortofosfatos. Para o ribeirão Bananal, não há monitoramento da alcalinidade. Nitratos A presença de nitrato na água é uma indicação da última etapa de oxidação da matéria nitrogenada. Ele pode indicar poluição devido a resíduos de origem animal anteriormente à de origem vegetal, uma vez que os resíduos animais são mais ricos em nitrogênio e são de decomposição mais fácil. As águas superficiais de boa qualidade geralmente são pobres em nitratos, já que este ânion é facilmente absorvido pela vegetação em crescimento. Para o parâmetro Nitratos, a Resolução Conama nº 20/1986 estipula um limite máximo, para águas de classes 1, 2 e 3, como sendo 10 mg/l N. Este limite, geralmente, é proposto para águas de abastecimento público, tendo como finalidade prevenir a doença da metahemoglobinemia (síndrome do bebê azul). 152 Das 340 amostras avaliadas, verifica-se que todas continham uma concentração de nitrato bem menor que o limite máximo da Classe 1. A média encontrada para amostras foi de 0,08 mg/l. Nitritos O nitrito é uma forma intermediária do nitrogênio, e que pode ser resultante da oxidação da amônia pelas nitrossomas em condições aeróbias ou da redução de nitratos em condições anaeróbias. Os nitritos são rapidamente oxidados a nitratos, e, raramente, estão presentes nas águas de superfície, ou residuárias, com teores superiores a 1,0 mg/l N. A Resolução Conama n° 20/1986 determina o limite máximo de 1,0 mg/l N para as águas das classes l, 2 e 3. Águas com teor de Nitritos acima desse valor são, normalmente, muito poluídas e inaceitáveis para o abastecimento público. Das 239 amostras avaliadas, verifica-se que todas continham uma concentração de nitrato bem menor que o limite máximo da Classe 1. A média encontrada para amostras foi de 0,01 mg/l. Conteúdo Bacteriano Sanitário A avaliação do conteúdo bacteriano sanitário é feita com base nos parâmetros coliforme fecal (CF) e coliforme total (CT). Os coliformes são bactérias patogênicas indicadoras de contaminação fecal de origem humana ou de animais de sangue quente, já que estas são encontradas em grandes quantidades nas fezes destes. O homem elimina, em média, 1010 a 1011 coliformes por dia. A Resolução Conama nº 20/1986 estabelece o limite de 200, 1.000 e 4.000 NMP/100 ml de coliformes fecais para as classes 1, 2 e 3, respectivamente, e de 1.000, 5.000 e 20.000 NMP/100 ml de coliformes totais para estas mesmas classes. Os dados bacteriológicos de coliformes totais não constam do monitoramento sistemático feito pela Caesb, até o ano de 2003. Foi feita uma única análise de coliformes totais, em setembro de 2003, onde foi verificado que se encontrava uma quantidade de coliformes totais maior que 2.400 NMP/100 ml. Trata-se de um valor alto, indicador de contaminação por bactérias que podem estar associadas a microorganismos causadores de doenças de veiculação hídrica. Entretanto, trata-se de uma análise isolada (não há seqüência de dados), em que foi constatada a existência de coliformes totais. A presença desses organismos é indicativa de contaminação das águas por fezes de animais de sangue quente. Isso quer dizer que a montante do ponto de amostragem ocorreu alguma contaminação, seja por algum lançamento de esgotos clandestino(que é improvável, mas pode ter algum extravasamento de fossa ou algum dessa natureza), ou seja pela presença de animais silvestres (que é o mais provavel pela característica da área do ribeirão Bananal). É importante ressaltar, que tal valor não é tão alto, porque ainda mantém o corpo d’água Classe 2, e nem a amostragem é representativa, uma vez que só há uma única análise. Assim, não é possível diagnosticar 153 o porquê da existência de coliformes com base em uma única observação. O que se pode ter são apenas esses indicativos de possibilidades. LAGO PARANOÁ No início da década de 70, o lago Paranoá já apresentava problemas de qualidade da água decorrentes dessas atividades antrópicas, que resultaram, entre outros aspectos, em um rápido processo de eutrofização. Entre as principais causas identificadas de deterioração da qualidade das águas do lago, destaca-se a contribuição dos efluentes domésticos tratados de maneira insuficiente, uma conseqüência do adensamento da ocupação humana na bacia do lago Paranoá. O Programa de Despoluição da Bacia do Lago Paranoá teve início em 1975, com a criação do GEP – Grupo de Estudos de Poluição. Esse grupo indicou uma série de estudos e projetos necessários para minimizar o acelerado processo de deterioração pelo qual passava o Lago Paranoá, que culminou, em 1978, com uma grande mortandade de peixes devido à falta de oxigênio em suas águas e a geração de odores que afetaram grande parte da comunidade do Plano Piloto e do Lago Sul. A mortandade de peixes voltou a ocorrer, de forma menos expressiva, algumas vezes na década seguinte. Os estudos efetuados constataram que a principal causa de poluição era o lançamento de esgotos brutos ou tratados de forma inadequada na bacia, e que seria necessário implantar o processo de tratamento terciário nas ETEs da bacia, para remoção de fósforo e nitrogênio, já que foi verificado que o aporte de fósforo devido aos esgotos era o principal fator causador da eutrofização do lago. O estudo mostrou também que não podiam ser desprezados os demais aspectos que contribuem para o processo de eutrofização, como o uso do solo na bacia, que resulta na carga de nutrientes pelas águas pluviais. O Programa também definiu que a Caesb deveria estar dotada de uma infraestrutura técnica capaz de dar suporte aos complexos problemas relacionados à qualidade da água do Lago Paranoá. Com a participação do PNUD, da OMS e da Secretaria Especial do Meio Ambiente, a Caesb implantou seu Laboratório de Limnologia, instalou uma rede hidrometeorológica e promoveu a capacitação do corpo técnico da empresa. Com esses instrumentos a Caesb implantou três programas relacionados ao Lago Paranoá: - Programa Limnológico, iniciado em 1976, que tem o objetivo de controlar a qualidade da água do Lago Paranoá e promover o entendimento da dinâmica do ecossistema lacustre, visando subsidiar as ações de recuperação e manejo. Para esse monitoramento, foram estabelecidos cinco pontos de coleta, nos compartimentos denominados braços A, B, C, D e E. Esses compartimentos correspondem, respectivamente, aos trechos de inundação do riacho Fundo, do ribeirão do Gama, ao corpo central (rio Paranoá), ao ribeirão do Torto e ao ribeirão Bananal. 154 Para esse monitoramento, os parâmetros utilizados são Fósforo Total, Nitrogênio Total Kjeldahl (TKN), Oxigênio Consumido (DQO) e Clorofila, a um metro de profundidade, indicadores do estado trófico de corpos hídricos. A avaliação da eutrofização dos corpos d’água depende da integração de numerosos indicadores biológicos e físico-químicos. A maioria dos índices de eutrofização foi desenvolvida com base na experiência de manejo de lagos temperados. Entretanto, sabe-se que lagos tropicais têm dinâmica bastante diferente, especialmente nos parâmetros usados para classificação trófica. As informações apresentadas a seguir estão baseadas principalmente no relatório produzido por Pereira e Cavalcanti, 1996. - Programa de Controle de Floração de Algas, utilizado como mecanismo de controle de crescimento de algas azuis, na década de 80 e 90, por meio da aplicação de sulfato de cobre; - Programa de Balneabilidade, implantado com o objetivo de informar à comunidade as condições de balneabilidade do Lago Paranoá em diversos pontos de interesse, possibilitando também a identificação de eventuais lançamentos clandestinos. Paralelamente, foram desenvolvidos estudos voltados ao controle do uso e da ocupação do solo da bacia hidrográfica do Paranoá. Em 1977, o GDF, com o apoio da Caesb, elaborou o PEOT – Plano Estrutural de Organização Territorial do Distrito Federal, que recomendou que a população urbana da bacia fosse limitada a 725.000 habitantes. Outros estudos urbanísticos se seguiram, como o Pouso (1986) e o PDOT (1993/1997). As soluções de saneamento das localidades situadas na bacia do Lago Paranoá e os aspectos ambientais envolvidos também foram avaliados nos Planos Diretores de Água e Esgoto desenvolvidos nas décadas de 70 e 90 e do ano de 2000. Como resultado dos estudos desenvolvidos, o período entre o final da década de 80 até meados da década seguinte foi marcado pela implementação das obras previstas, ocasião em que diversos empreendimentos relacionados ao sistema de esgotamento sanitário dentro da bacia do Paranoá foram construídos, possibilitando reverter o processo de degradação do Lago. Destacam-se inúmeras obras como: - Ampliação das ETE Brasília Sul e Brasília Norte, elevando a capacidade de atendimento de cerca de 500.000 habitantes para um total de 710.000 habitantes e passando o nível de tratamento para terciário. O processo atualmente adotado para o tratamento do esgoto nessas ETE é capaz de remover 95% de fósforo total, 90% da matéria orgânica e 95% do nitrogênio total afluente, utilizando um processo biológico seguido de um polimento químico final de sulfato de alumínio com polieletrólito e sistema de flotação. - Implantação de interceptores e emissários interligando o sistema coletor do Guará I e II, Cruzeiro Velho e Novo, Área Octogonal, Candangolândia, STRC, SIN, SOF- Sul e parte do SIA; - Desativação das Lagoas de Estabilização do Guará; - Implantação de redes coletoras nos setores SOF-Sul, STRC, SIN, Lúcio Costa, Riacho 155 Fundo, Vila Metropolitana, SOF-Norte, SAA, Sudoeste, parte do Lago Sul e Lago Norte; - Implantação de estações elevatórias na Asa Sul, Lago Sul e Lago Norte, Vila Metropolitana e Guará; - Implantação da ETE Riacho Fundo, com processo de tratamento de esgotos à nível terciário. Os resultados positivos de todos os esforços empreendidos passaram a ser percebidos a partir de 1993, com a melhoria da qualidade da água do Lago Paranoá. Desde então, tem se verificado sensíveis melhoras nas concentrações de fósforo e clorofila a, que são indicadores do processo de eutrofização, como também, nos aspectos bacteriológicos. A Figura 31 apresenta a quantidade de fósforo lançada no lago de 1976 a 2000, pelas diversas fontes. Os esgotos de todas as cidades localizadas dentro da bacia do lago, que eram lançados sem tratamento nos tributários, foram conectados nos interceptores e encaminhados às estações de tratamento. Verifica-se que após o início da operação das estações de tratamento de esgotos, as cargas de fósforo foram paulatinamente reduzidas. No ano de 2000, verificou-se um acréscimo no aporte de fósforo ao Lago Paranoá, principalmente pelos tributários, causado basicamente pelo descuido com o uso e ocupação da bacia. Fonte: Olhares sobre o Lago Paranoá (2001). Figura 31 – Aporte de fósforo ao Lago Paranoá. Essa situação não passou despercebida pelo Lago Paranoá, conforme caracterizado pelas Figuras 32 e 33, que traduzem a evolução da qualidade das águas do lago nos seus cinco segmentos, quanto aos indicadores de eutrofização fósforo e clorofila respectivamente. A concentração de fósforo cujos valores médios variavam entre 40 a 60 µg/l até 1995, passou para valores entre 20 e 40 µg/l, entre 1995 e 2000, atingindo a média de 10 µg/l, em 2000 e 2001. A concentração de clorofila a tem apresentado comportamento semelhante, com decréscimo contínuo dos valores. 156 Fonte: Siágua - CAESB (2002). Figura 32 – Concentração de fósforo na coluna d’água. Fonte: Olhares sobre o Lago Paranoá (2001). Figura 33 – Concentração de clorofila coluna d’água. Analisando as Figuras 32 e 33, observa-se claramente a evolução das concentrações dos dois indicadores na coluna d’água, as quais acompanham a redução do aporte de fósforo ocorrida pelas interligações dos sistemas de esgotamento sanitário e do funcionamento das estações de tratamento. Dessa forma, verifica-se que os valores médios de concentração de fósforo total atualmente observados no Lago tem atendido ao limite ambiental recomendado de 25µg/m3. Para os cenários de 2010, 2020 e 2030, simulados pelo Plano Diretor 157 elaborado em 2000 sob responsabilidade da Caesb, verificou-se que as concentrações de fósforo no Lago Paranoá irão permanecer nos mesmos níveis da situação atual, considerando os lançamentos das ETE Brasília Sul, ETE Brasília Norte e ETE - Riacho Fundo e exportando os efluentes da futura ETE Vicente Pires. As melhorias na qualidade da água não se fizeram sentir somente nos parâmetros indicadores de eutrofização, mas também naqueles que demonstram a sua contaminação bacteriológica. Em uma das primeiras avaliações do lago, ocorrida em outubro/1975, vastas áreas tinham suas águas impróprias para banhos ou atividades que implicavam imersão parcial ou total do corpo, sendo que somente a região central e o braço do ribeirão do Torto apresentavam condições próprias à balneabilidade. Em maio de 1979, a situação era similar à verificada em 1975. Atualmente, estima-se que mais de 90% da área superficial do lago encontra-se em condições adequadas para uso recreacional pela população do Distrito Federal. Em atenção ao Programa de Despoluição do Lago Paranoá, a Caesb implementou várias ações complementares voltadas à gestão do esgotamento sanitário da bacia do Lago Paranoá que contribuíram significativamente para os resultados alcançados. Destacam-se as seguintes: - Criação de equipe de fiscalização – a Caesb implementou uma área de fiscalização do sistema de esgoto e orientação ao usuário, voltada à identificação de ligações clandestinas e que tem permitido reduzir o número de lançamentos de esgotos em águas pluviais e de águas pluviais nas redes coletoras de esgoto, bem como a adequação dos efluentes comerciais e industriais, oriundos de postos de gasolina, oficinas mecânicas e hospitais, adequando-os às condições de interligação do sistema de esgotamento sanitário. - Controle do uso e ocupação do solo – Com base nas diretrizes estabelecidas nos estudos de capacidade de suporte do Lago Paranoá e nos planos diretores urbanísticos e de água e esgotos e recursos hídricos, a Caesb tem procurado manter o aporte de fósforo ao corpo hídrico dentro dos limites estabelecidos. Para isso, tem sido respeitado o limite populacional contribuinte às ETE da bacia, por meio da exportação dos efluentes excedentes e permitida somente a implantação de ETE com tratamento à nível terciário. Adicionalmente, a Caesb tem recomendado medidas relacionadas à redução do escoamento superficial nas novas áreas de estacionamento propostas na bacia. O Projeto de manipulação do tempo de residência e o Programa de Biomanipulação, desenvolvidos a partir de 1998 e 1999, respectivamente, vêm contribuindo positivamente para a favorável evolução da qualidade da água do Lago Paranoá nos últimos anos. O primeiro projeto vem sendo desenvolvido em parceria com a CEB e consiste, basicamente, na renovação periódica de uma parcela do volume do lago, que contribui para a redução da concentração de algas e de nutrientes. O Programa de manipulação utiliza o manejo das espécies aquáticas do ecossistema para o mesmo objetivo. Atualmente, cumpridas as metas iniciais do Programa de Despoluição, a Caesb tem 158 passado a implementar as ações voltadas à manutenção da qualidade atingida. Dessa forma o Programa têm dado ênfase à melhoria e monitoramento do sistema de esgotamento existente, ao aperfeiçoamento da concepção das novas unidades a serem implantadas, ao controle da qualidade da água, à fiscalização da utilização do sistema de esgotamento sanitário existente e ao subsídio aos órgãos de planejamento urbano no tocante à problemática da bacia, principalmente quanto ao uso e ocupação do solo. Nestes aspectos a Caesb tem adotado as seguintes diretrizes principais visando cumprir as restrições estabelecidas para o corpo d’água em questão: - Continuar a promover a coleta e o tratamento terciário dos esgotos gerados; - Dotar as unidades do sistema de esgotos com dispositivos que aumentem a segurança operacional, como o uso de geradores de emergência, poços de segurança e telemetria, no sentido de reduzir a probabilidade de impactos ambientais; - Trabalhar em conjunto com os órgãos de planejamento urbano, no sentido de evitar o adensamento populacional da bacia, bem como a implantação de atividades potencialmente poluidoras; - Promover a conscientização da sociedade local para a necessidade de preservação do Lago Paranoá. Novos estudos relacionados à capacidade de suporte do Lago Paranoá encontram-se em desenvolvimento no novo Plano Diretor de Água e Esgotos. Tais estudos possibilitarão a definição de novos valores limites para o corpo d’água e, conseqüentemente, novos horizontes populacionais a serem obedecidos. A importância do Lago Paranoá no Distrito Federal não se restringe apenas ao seu aspecto ambiental, o qual foi visivelmente beneficiado com o estabelecimento de condições adequadas de sobrevivência das espécies aquáticas, restabelecimento de ecossistema local e aumento da biodiversidade. O aspecto econômico-social mostrou-se de suma importância e pôde ser efetivamente observado nos últimos anos, com o crescente número de eventos relacionados a esportes e lazer, pela implantação de pontos de recreação e turismo nas margens do lago, pela promoção da pesca esportiva e profissional, e pelo estabelecimento de um cenário paisagístico privilegiado na região. 159 4.2.9 Suprimento e Uso dos Recursos Naturais Os principais recursos naturais existentes na área prevista para a implantação do Setor Noroeste são solos arenosos que formam pequenas jazidas de areia e solos concrecionários que formam pequenas cascalheiras. O outro tipo de bem mineral existente na área são as águas subterrâneas. A principal forma de explotação mineral identificada na área é a retirada de areia para construção civil. Observa-se a existência de um antigo “areal” localizado próximo ao Sanatório Espírita de Brasília. Este areal está localizado na área de ocorrência das areias quartzozas residuais de um substrato de rocha quartzítica. A dimensão aproximada é de 100 por 300 metros. A extração de areia não atingiu grandes profundidades, limitada pelo substrato rochoso consistente. A explotação de areia gerou uma degradação ambiental pontual, que requer um plano de recuperação. As outras formas de explotação de solos, de qualquer tipo, incluindo os concrecionários, é bastante pontual. O volume de solo arenoso existente na área, bem como a fragilidade ambiental do sítio onde estes se localizam implicam que estes recursos não devem ser mais explotados. Recomendase que a área não seja utilizada para explotação de solos de qualquer natureza. A brita e a areia a serem empregadas como material granular para as obras de pavimentação serão adquiridas pelas empreiteiras diretamente dos fornecedores no Distrito Federal. Esses materiais são extraídos, respectivamente, em pedreiras localizadas na porção noroeste do DF, ao longo da DF-205 Leste e em bancos de areia do rio São Bartolomeu a leste/sudeste de Brasília. A recomendação feita nas especificações técnicas dos documentos de licitação para contratação das obras, pelo DER, é de que sejam utilizadas pelas empreiteiras, apenas materiais de jazidas licenciadas pela Semarh. O cascalho necessário para a construção da infra-estrutura do pavimento de vias urbanas do novo setor deverá ser obtido de alguma jazida indicada pela Terracap, que deverá ser licenciada pela Semarh. Os planos de explotação de jazidas devem explicar os procedimentos e a seqüência das operações para que a recuperação possa ser também concluída ao final da lavra, como também descritas as medidas preventivas para controle de processos erosivos durante e após a lavra. Quanto às áreas de empréstimo, no caso da eventual necessidade de solo para elevação do greide, o empréstimo poderá ser realizado nas faixas de domínio de rodovias próximas ao novo setor, em locais a serem definidos em conjunto com a fiscalização da SUMAM e previamente à implementação das obras. O inventário hidrogeológico de Brasília registra que na área em questão foram construídos alguns poços profundos para a explotação de água subterrânea. Estes poços estão localizados sobre o aqüífero fissural do sub-sistema quartzito, que apresenta melhor potencial de produção de água no DF. Não foi possível confirmar se estes poços ainda estão sendo utilizados, pois os mesmos estão localizados em propriedades privadas, onde não foi permitido o acesso. Pode-se concluir, no entanto que a 160 explotação de água subterrânea é bem restrita para abastecimento de atividades institucionais. Assinala-se, na planta de localização do empreendimento (Figura 34) a localização aproximada das três propriedades inde se pôde identificar a existência de poços profundos. O uso de água subterrânea para complementação do abastecimento de água de atividades institucionais, como hospitais, é recomendado pelo referido inventário hidrogeológico, desde que atendidas as normas de proteção sanitárias pertinentes. Não se identifica qualquer restrição ambiental para continuidade da explotação de água subterrânea com essa finalidade. 161 0 1 2 NOROESTE URBANA EXPANSÃO ÁREA DE RIMA EIA Figura 34 – Localização das três propriedades com poços profundos. NW 3 Km LOCALIZAÇÃO Poço profundo (localização aproximada) Setor Habitacional Parque Área de estudo Legenda Escala: 1:80.000 1 N NW 162 4.3 Meio Biológico 4.3.1 Ecossistemas Terrestres 4.3.1.1 Vegetação e Flora O bioma Cerrado distingue-se de todos os outros tipos vegetacionais brasileiros, por formar uma paisagem particular e inconfundível, com componentes florísticos característicos, exibindo enorme variabilidade paisagística. Essa variabilidade é constituída por uma série de formações vegetacionais muito ricas do ponto de vista botânico. Essa diversidade de ambientes é favorecida por sua localização central, que propicia a interface com os outros biomas brasileiros. Como conseqüência, há grande riqueza da biota, compartilhamento de espécies e intercâmbio gênico através da extensa malha hidrográfica que liga as três maiores bacias brasileiras no Bioma: Amazônica, Paraná e São Francisco (DIAS, 1992; RATTER & DARGIE, 1992). Sua flora é extremamente rica, com cerca de 6.329 espécies de plantas vasculares (MENDONÇA et al, 1998). Porém, muito pouco dessa biodiversidade é conhecida e preservada. Estima-se que 2,5 % de sua área estão protegidos em unidades de conservação, dos quais, 0,71% constituem unidades de conservação de uso sustentável e 1,79%, unidades de conservação de proteção integral (www.ibama.gov.br acessado em dezembro de 2003). Com uma área de 5.814 km2, o Distrito Federal (DF), está inserido na área core do bioma Cerrado e representa 0,06% da superfície do País (UNESCO, 2000). A população do Distrito Federal é de aproximadamente 2 milhões de pessoas (ano 2000), ou 352 habitantes por quilômetro quadrado, com forte predominância da população urbana (90%) (IBGE, 2000). Com o acelerado processo de crescimento demográfico no DF, novas áreas urbanas têm sido demandadas. A implantação do Setor Noroeste, por exemplo, irá atender à demanda da população da classe média que ainda não tem moradia própria, além de inibir a criação ilegal de condomínios e grilagem de terras. A análise da vegetação fornece informações importantes para avaliação dos diferentes níveis de alteração existente na área de estudo e para definição de estratégias que permitam conciliar a conservação dos recursos naturais com o desenvolvimento urbano. É evidente que toda atividade antrópica provoca algum tipo de impacto ao meio ambiente. No entanto, políticas públicas devem considerar o crescimento da população e a conseqüente expansão urbana bem como a importância de se proteger o meio ambiente. Toda política pública deve ser integrada e a questão ambiental deve ter a necessária transversalidade nas políticas setoriais de desenvolvimento econômico - social. Assim, o gestor público ao definir as ações do governo deve avaliar os custos e benefícios e prever medidas mitigadoras de impactos inerentes à interferência do homem no meio natural. 163 Levantamentos florísticos e fitossociológicos contribuem com informações adequadas para a elaboração e planejamento de ações em projetos ambientais, visando à preservação da vegetação em nível regional e à conservação da diversidade local. • Objetivos - Caracterizar os ecossistemas terrestres por meio da descrição da cobertura vegetal, identificando os diferentes tipos fisionômicos e composição florística; - Identificar as áreas de preservação permanente, as unidades de conservação e as demais áreas protegidas pela legislação ambiental, na área do empreendimento; - Identificar as prováveis alterações na vegetação existente na área decorrentes da implantação do empreendimento; - Caracterizar os impactos significativos do empreendimento na vegetação sugerindo medidas mitigadoras. • Metodologia O relatório sobre a vegetação e flora da área de estudo foi elaborado a partir de levantamentos bibliográficos, análise do mapa ambiental do Distrito Federal (GDF, 2000) na escala 1:150.000, interpretação de imagens de satélite IKONOS de 2002 e visitas ao campo, que possibilitaram elaborar o Mapa de Vegetação – volume IV. As coordenadas UTM dos pontos amostrais encontram-se na Tabela 38 e no Mapa de Vegetação – volume IV. Para a caracterização da cobertura e composição vegetal foi utilizado o Método de Caminhamento (FILGUEIRAS et. al 1994), que consiste em levantamentos florísticos qualitativos expeditos, por fisionomia reconhecida e que propicia, além da caracterização da vegetação, a elaboração de lista de espécies. Foi utilizada a terminologia proposta por Ribeiro & Walter (1998) para descrever os tipos fisionômicos encontrados na área. Foram registrados e descritos os trechos, de vegetação alterada, reflorestamentos, arborização urbana e caracterizados os impactos sobre a vegetação. Foi elaborada uma lista de espécies vegetais a partir de reconhecimento em campo e compilação de dados publicados sobre a área (PROENÇA, 2001), em especial, o Parque Nacional de Brasília, em seus trechos que estão na área de influência (Anexo Volume II 3). A nomenclatura botânica adotada está de acordo com Proença (2001). Também foi feita documentação fotográfica nos pontos de observação. A caracterização da vegetação será subdividida em: 1) formações vegetacionais primárias; e, 2) formações secundárias e áreas antropizadas. Tabela 38 - Locais de amostragem florística e descrição fisionômica da área de estudo - Área 164 de Expansão Urbana Noroeste. Nº 01 02 Coordenadas UTM 189 054 W e 8 256 418 S 188 944 W e 8 256 394 S 03 189 290 W e 8 254 606 S 04 189 369 W e 8 254 741 S 05 188 956 W e 8 255 182 S 06 187 836 W e 8 254 810 S 07 188 548 W e 8 254 447 S 08 187 964 W e 8 255 649 S 09 186 940 W e 8 255 582 S 10 11 187 167 W e 8 257 164 S 188 264 W e 8 259 159 S 12 187 617 W e 8 257 763 S 13 186 724 W e 8 256 362 S 14 186 576 W e 8 256 037 S 15 188 808 W e 8 258 534 S 16 17 18 19 188 712 W e 8 259 016 188 564 W e 8 258 937 S 188 463 W e 8 258 758 S 188 732 W e 8 258 839 S 20 188 542 W e 8 258 747 S Fisionomia Área perturbada Cerrado Sentido Restrito do tipo Cerrado Típico perturbado Cerrado Sentido Restrito do tipo Cerrado Típico perturbado Cerrado Sentido Restrito do tipo Cerrado Típico perturbado, processos erosivos. Cerrado Sentido Restrito do tipo Cerrado Típico perturbado Cerrado Típico antropizado e reflorestamento de Pinus sp. Cerrado Ralo perturbado, plantio de Pinus sp. queimado com regeneração de cerrado Regeneração do cerrado sob plantio de Pinus sp. Cerrado Ralo perturbado Local Fundos da Mesquita Proximidades da Mesquita Atrás do Detran Atrás do Detran Próx. à rede de alta tensão Próx. do Albergue da Juventude Camping Clube Área do Camping Clube Atrás do Instituto de Saúde (Zoonoses) Campo Sujo Área da Terracap Mata de Galeria Inundável do Área próxima do Parque ribeirão Bananal Nacional de Brasília Campo Sujo com Cerrado Típico Área da Terracap ao fundo Cerrado Sentido Restrito do tipo Área da CEB próximo à Cerrado Típico em bom estado de EPIA (DF-003) conservação Cerrado Sentido Restrito do tipo Área da CEB próximo à Cerrado Típico em bom estado de EPIA (DF-003) conservação Vegetação perturbada, com Próx. à Fundação Casa do espécies do cerrado Cerrado Mata do ribeirão Bananal Fundação Casa do Cerrado Cerrado antropizado e queimado Fundação Casa do Cerrado Lago artificial Fundação Casa do Cerrado Mancha de leucena (Leucaena Fundação Casa do Cerrado leucocephala) Canal de drenagem próximo ao Fundação Casa do Cerrado lago, mancha de capoeira com espécies de mata de galeria 165 • Resultados e Discussão • Vegetação da Área de Influência Direta Os Cerrados, em sentido amplo, incluem as formações vegetacionais abertas do Brasil Central, com fisionomias que variam desde o campo limpo ao cerradão e os campos rupestres, as formações florestais matas de galeria, matas ciliares e as matas mesofíticas e veredas. O bioma Cerrado distribui-se em cerca de 23% do território brasileiro, ocorrendo em 14 estados da federação, incluindo áreas contínuas e disjuntas (DIAS, 1992, RATTER & DARGIE, 1992). Estudos recentes sobre a diversidade biológica do Cerrado apontam a existência de 6.062 espécies vegetais (MENDONÇA et al. 1998), concluindo que a flora fanerogâmica do Cerrado é muito rica, fato que contribui para atribuir ao cerrado o reconhecimento como um dos ecossistemas mundiais mais ricos. Entre os elementos da flora, destacam-se: carvoeiro (Sclerolobium paniculatum), tatarema (Sclerolobium aureum), benjoeiro (Styrax ferrugineus), pequi (Caryocar brasiliense), cagaita (Eugenia dysenterica), sucupira-branca (Pterodon emarginatus), jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa), jacarandá-do-cerrado (Dalbergia miscolobium), faveira (Dimorphandra mollis), paus-santo (Kielmeyera coriacea; K. speciosa), gomeira (Vochysia thyrsoidea), paus-terra (Qualea grandiflora, Q. multiflora, Q. parviflora), barbatimão (Stryphnodendron adstringens), lixeira (Curatella americana) e bananeira (Salvertia convallariodora), entre outras. A vegetação do Distrito Federal (DF) foi descrita por Eiten (2001). O citado autor define 10 tipos de vegetação natural para o DF, que incluem: cerrado lato sensu com nove estruturas de camada lenhosa, algumas com subdivisões; floresta sempre verde mesofítica de interflúvio sobre latossolo; floresta mesofítica sobre solo derivados de calcário (quase toda de interflúvio, com três graus de caducifolia); transição cerradocampo rupestre; floresta-galeria bem-drenada e pantanosa, campo úmido (brejo estacional); campo de murunduns; brejos permanentes; vereda e vegetação aquática. A área de influência do Setor Habitacional Noroeste apresenta relevo suave a suave ondulado, coberto por vegetação de cerrado. Nos vales, onde ocorrem o córregos do Acampamento e o ribeirão Bananal aparecem formações florestais do tipo mata de galeria (Foto 9). 166 Foto 9 - Vista da Mata de Galeria do ribeirão Bananal, mostrando as espécies dominantes: buriti (Mauritia flexuosa) e pindaíba-do-brejo (Xylopia emarginata). Embora muito fragmentadas, devido ao forte impacto das atividades antrópicas, as fisionomias observadas na área de estudo, são comuns a outras regiões do Bioma Cerrado e a outras áreas do Distrito Federal. Na área ocorrem formações florestais (Matas de Galerias), formações savânicas (Cerrado sentido restrito, do tipo Cerrado típico e ralo) e formações campestres (Campos). É importante destacar que a área encontra-se bastante antropizada, com presença de áreas de retirada de areia, depósito de lixos e entulhos, presença de espécies exóticas e cicatrizes que indicam a presença freqüente de fogo. A) Vegetação Primária Formações Florestais (Matas de Galeria) As matas de galeria são formações florestais perenifólias, que acompanham as linhas de drenagens do Brasil central. Localizam-se, geralmente, nos fundos de vale ou nas cabeceiras de drenagens, onde os cursos de água ainda não escavaram um canal definitivo. Quase sempre são circundadas por faixas de vegetação não florestal (campos e cerrados) em ambas as margens, ou raro por cerradões e matas secas. Apresentam árvores com altura variando de 20 a 30m e cobertura do dossel de 70-95%. Seu interior apresenta alto teor de umidade, que favorece a ocorrência de plantas trepadeiras e epífitas e sub-bosque pouco desenvolvido. Diferenciam-se das matas ciliares por ocorrerem margeando cursos d’água estreitos, que permitem que as copas das árvores das duas margens se toquem, formando galerias (RIBEIRO & WALTER 1998). Na área de estudo a fisionomia de Mata de Galeria ocorre ao longo do córrego 167 Acampamento e do ribeirão Bananal (Tabela 38, Ponto 11, Foto 9). Caracterizam-se como matas de galeria inundáveis, ocorrendo sobre relevo muito suave, com água aflorando em alguns locais. As espécies que ocorrem são: buriti (Mauritia flexuosa) e pindaíba-do-brejo (Xylopia emarginata) que são espécies emergentes, ata-brava (Talauma ovata), jacareúba (Calophyllum brasiliense), pau-pombo (Tapirira guianensis), Richeria grandis, sangra-d'água (Croton urucurana), entre outras. Formações Savânicas Savanas são ecossistemas tropicais ou quase tropicais, caracterizados pela presença de um estrato arbóreo distribuído sobre uma camada herbáceo-arbustiva, com predominância de gramíneas e ciperáceas heliófitas, e que tem como fatores determinantes, o conteúdo nutricional e o teor de água do solo, considerados fatores chaves que vão determinar os padrões de herbivoria e fogo (FROST et al., 1986). As formações savânicas do bioma Cerrado apresentam diferentes densidades arbóreas. De acordo com Ribeiro & Walter (1998), compreende o Cerrado Sentido Restrito, que se subdivide em Cerrado Denso, Típico, Ralo e Rupestre, Parque de Cerrado, Palmeiral e Vereda. Os cerrados ocorrem sobre solos ácidos, pobres em fósforo e nitrogênio, excesso de ferro e alumínio e baixos teores de matéria orgânica. Os solos de maior ocorrência como substratos desses tipos fisionômicos são Latossolos, Cambissolos, Areias Quartzosas, Litossolos, Plintossolos Pétricos ou Solos Hidromórficos. Ocorrendo sob clima fortemente estacional, caracteriza-se como uma vegetação caducifólia na estação seca. De modo geral, as fisionomias do Cerrado apresentam árvores baixas (até 6m de altura), tortuosas, de cascas grossas fendidas e sulcadas, raízes profundas e folhas rígidas e coriáceas, com gemas apicais protegidas por densa pilosidade (RIBEIRO & WALTER 1998). O Cerrado Sentido Restrito é a fisionomia natural predominante na área de estudo (Tabela 38, Pontos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 13 e 14) variando sua densidade e porte. Ocorrem os tipos Cerrado típico e Cerrado ralo (Fotos 10, 11, 12, 13 e 14). O Cerrado Sentido Restrito do tipo Cerrado típico (Tabela 38, pontos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 13 e 14) distribui-se na porção central da área, apresentando níveis diferenciados de conservação, como conseqüência da ação de invasores, que retiram madeira para construção de moradias, cercas ou como lenha para cozimento de alimentos. Entre as espécies que ocorrem no Cerrado Típico da área de estudo citam-se: muricis (Byrsonima verbascifolia, B. crassa, B. basiloba, B. coccolobifolia), pequi (Caryocar brasiliense), coração-de-negro (Piptocarpha rotundifolia), carvoeiro (Sclerolobium paniculatum var. subvelutinum), mandiocão (Schefflera macrocarpa), jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa), pacari (Lafoensia pacari), faveiro (Dimorphandra mollis), paus-terra (Qualea grandiflora, Q. parviflora), pau-santo (Kielmeyera coriacea), lixeira (Davilla elliptica), folha-de-carne (Casearia sylvestris), jacarandá (Machaerium opacum), carnede-vaca (Roupala montana), benjoeiro (Styrax ferrugineus), barbatimão (Stryphnodendron adstringens), cabelo-de-negro (Ouratea hexasperma), entre outras, conforme listado no Anexo 3 – volume III. 168 Foto 10 - Área da Terracap, mostrando atrás da cerca Cerrado sentido restrito, subtipo Cerrado típico, bem preservado. Foto 11 - Área da Terracap, mostrando atrás da cerca Cerrado sentido restrito, subtipo Cerrado típico, bem preservado. 169 Foto 12 - Área da Terracap, mostrando atrás da cerca Cerrado sentido restrito, subtipo Cerrado típico, bem preservado. Foto 13 - Área da Terracap, mostrando Cerrado sentido restrito, com perturbação na borda. 170 Foto 14 - Área de Campo sujo, à frente, e Cerrado ralo ao fundo, no Parque Ecológico Burle Marx. O Cerrado sentido restrito do tipo Cerrado ralo (Tabela 38, Pontos 07, 09 – Fotos 15, 16, 17, 18) é caracterizado pela predominância do estrato herbáceo-subarbustivo sobre o estrato arbóreo, que é pouco desenvolvido, apresentando árvores baixas e espaçadas. Distribui-se na área de uso público do Parque Nacional de Brasília (Foto 19), nas proximidades do Setor Militar Urbano, Setor Terminal Norte, nos fundos do Instituto de Saúde e Controle de Zoonoses (Canil), Sanatório Espírita de Brasília, limitando-se com a EPIA (rodovia DF-003) e com o Cerrado Típico na própria área. Muitos trechos estão antropizados. É possível observar restos de construções, pneus usados, vidros, e, inclusive, uma área abandonada que no passado foi usada para a retirada de areia, licenciada pela Semarh (antigo Iema/Sematec) para a Novacap. As espécies vegetais registradas no Cerrado Ralo foram pacari (Lafoensia pacari), Mimosa pseudoradula, desabuso (M. claussenii), M. lanuginosa, cagaita (Eugenia dysenterica), lixeirinha (Davilla elliptica), Erythroxylum campestre, muchiba (E. suberosum), Cissampelos ovalifolia, capim-flexinha (Echinolaena inflexa), capimbraquiária (Brachyaria sp.), Paspalum estellatum, Croton goyazensis, Axonopus sp. 171 Foto 15- Fundos do Parque Burle Marx, limite com a via da Zoonose. Foto 16 - Fundos do Parque Burle Marx, limite com a via da Zoonose. 172 Foto 17 - Fundos do Parque Burle Marx, limite com a via da Zoonose. Foto 18 - Vista da área degradada, atrás do Sanatório Espírita de Brasília. 173 Foto 19 - Vista do PARNA – Brasília, limite com a EPIA. Formações Campestres Formações Campestres ocorrem em áreas de solo raso, com pedras ou excesso de água. Caracterizam-se pela presença de um estrato herbáceo-subarbustivo bem desenvolvido, com a presença rara de arbustos e ausência de indivíduos arbóreos. As formações campestres podem ser: campo sujo, campo limpo e campo rupestre. O campo limpo pode ser úmido ou seco. No Campo Sujo ocorre entre a camada herbácea, que é principalmente graminosa, grande número de indivíduos subarbustivos latifoliados (Mimosa sp., Cuphea sp., Crotalaria sp.). O Campo Limpo é essencialmente herbáceo, com predominância de espécies de gramíneas (Aristida sp., Paspalum sp., Panicum sp., Echinolaena inflexa) e ciperáceas (Bulbostilys, Rhynchospora) (RIBEIRO & WALTER, 1998). As formações campestres na área de estudo são favorecidas pelo relevo suave ondulado. Na área de influência do empreendimento, o Campo Sujo ocorre margeando a Rodovia EPIA (DF-003) próximo ao Parque Nacional de Brasília (Parna-Brasília) (ponto 12), nas proximidades da área de uso público do Parna-Brasília, e ainda, na área pertencente à Terracap perto do Parque Ecológico Burle Marx (Foto 20). 174 Foto 20 - Campo sujo no limite norte, do Parque Ecológico Burle Marx. O estrato rasteiro apresenta cobertura vegetal composta, predominantemente, de gramíneas e ciperáceas, como, Echinolaena inflexa (capim-flechinha), Paspalum stellatum, Rhynchospora sp., Aristida sp., Axonopus barbigerus, A. marginatus, Panicum cervicatum, Paspalum gardnerianum, Schisachyrium tenerum e Trachypogon sp., e espécies latifoliadas como: Sabicea brasiliensis (sangue-de-cristo), Chamaechrista desvauxii, Chresta sphaerocephala, cigana (Calliandra dysantha), bolsa-de-pastor (Zeyheria digitallis), Dalechampia caperonioides, língua-de-tiú (Casearia sylvestris), Croton goyazensis, Mimosa albolanata, M. pseudoradula e M. lanuginosa. B) Vegetação Secundária e Áreas Antropizadas A vegetação secundária é formada por áreas desmatadas que foram ocupadas por gramíneas exóticas, cultivo de espécies fruteiras, pequenos reflorestamentos de Pinus sp., processos sucessionais ocorrendo em locais de descarte de lixo, entulho e de retirada de areia (Pontos 1, 4, 6, 7, 8 e 15- Fotos (21, 22, 23, 24, 25). 175 Foto 21 - Parque Ecológico Burle Marx, vista de área antropizada com remoção da vegetação e exposição de solo com textura arenosa. Foto 22 - Estrada que atravessa o Parque Ecológico Burle Marx, revelando a textura arenosa do solo; à direita, restos de entulho. 176 Foto 23 - Cerrado sentido restrito fortemente degradado, presença de lixo, entulho e marcas de queimadas recente; solo exposto com aspecto arenoso e início regeneração da vegetação, com a ocupação de ervas e subarbustos. Foto 24 - Fundos do Detran, área anteriormente desmatada e atualmente dominada por gramíneas exóticas; presença de espécies remanescentes de cerrado. 177 Foto 25 - Rede elétrica. Presença de área degradada em processo de sucessão ecológica. Presença de mamona, Ricinus communis (Euphorbiaceae). Capoeiras A capoeira é uma vegetação originada da regeneração da vegetação primária, freqüentemente fechada, composta de espécies heliófitas, ruderais que podem atingir até 4-5m de altura. Dominam a área, promovendo uma rápida cobertura do solo e, ao longo do tempo, favorecem a germinação de sementes e estabelecimento de plântulas de espécies de outros estágios sucessionais. Na área de influência do Setor Habitacional Noroeste, as capoeiras ocorrem ao longo das estradas e trilhas, cuja vegetação foi removida (Tabela 38, Pontos 1, 3, 4 e 8). As espécies de maior ocorrência foram: leucena (Leucaena leucocephala), mamona (Ricinus communis), Althernanthera sp. Amaranthus spinosus, picão (Bidens pilosa), serralhinha (Emilia sonchifolia), dente-de-leão (Taraxacum officinale), assa-peixe (Vernonia spp.) (Asteraceae), guanxuma (Sida cordifolia), misturadas ao capim-gordura (Melinis minutiflora), braquiária (Brachiaria decumbens), capim-favorito (Rhynchelytrum repens), guizeiro (Crotalaria sp.). Grandes extensões de área estão ocupadas por indivíduos arbóreos de ipê-de-jardim (Tecoma stans), mangueiras (Mangifera indica) e margaridão (Montanoa sp.), sugerindo que o uso anterior da área poderia ter sido chácaras. 178 Reflorestamentos Foram observados plantios de pinheiros (Pinus spp.), na área do Camping Clube, que por falta de manejo e pela ocorrência de queimadas, encontram-se com o aspecto de abandono. Sob estes pinheiros verifica-se que está havendo um processo sucessional com a regeneração do cerrado (Tabela 38, pontos 7 e 8). Em outros locais da área do empreendimento, ocorrem árvores esparsas de eucalipto (Eucalyptus spp.) como foi observado em trechos nos fundos de quadras da Asa Norte (ponto 1). Áreas Desmatadas, de Solo Exposto e Processos Erosivos Na área de influência da Área de Expansão Noroeste ocorrem áreas desmatadas, de retirada de terra, madeira e extração de areia. Grande parte da área do empreendimento apresenta solos de textura arenosa que favorece a ocorrência de processos erosivos. Processos erosivos dignos de nota encontram-se nas estradas sob a rede elétrica de alta tensão, onde, além do revolvimento da terra, já se verifica a ocorrência de erosão laminar e ravinamento. Ademais, a ocupação do Setor militar urbano, situado a montante da área em estudo, do ponto de vista do escoamento natural das águas superficiais e subsuperficiais, é também foco de processos erosivos que se podem observar em alguns locais. Registra-se que a drenagtem daquele setor é reconhecidamente, deficiente, existindo o projeto de um interceptor para dar vazão às águas pluviais torrenciais, cruzando justamente a área do empreendimento, como tratado no capítulo referente à infra-estrutura (com referência às indicações a respeito, fornecidas pela NOVACAP). Áreas de Deposição de Lixo e Entulho A deposição de lixo e entulho a céu aberto ocorre em toda a área, com diferentes níveis de gravidade (Fotos 26 e 27). Esta atividade é favorecida pela presença de inúmeras estradas e trilhas em toda a área, que podem comportar o trânsito de pequenos veículos motorizados e carroças de tração animal. Há todo tipo de material descartado, tais como restos de obras, lixo, pneus, latas, embalagens plásticas, carcaças de eletrodomésticos, partes de automóveis, bicicletas, entre outros. Em algumas destas áreas verifica-se que está se iniciando uma sucessão secundária, com a ocorrência de mamona, capimgordura, capim-favorito, braquiária, assa-peixes, ipê-de-jardim e leucena. 179 Foto 26 - Deposição de entulho e restos de obras na área do Parque Ecológico Burle Marx, Distrito Federal. Foto 27 - Terreno baldio no Parque Burle Marx, servindo de local para depósito de entulho e lixo, Cerrado Ralo ao fundo. Em primeiro plano indivíduos arbóreos de Vochysia thyrsoidea. 180 Áreas com Moradores (invasores) Foram observados muitos moradores dentro da área, ocupando barracas de lona e arranjos com tábuas e papelões. É também comum a presença de carroceiros transitando na área. Provavelmente, eles têm participação na deposição do lixo e entulho e na dispersão de plantas invasoras pelos excrementos dos animais (Tabela 38, ponto 2 e 12- Fotos 28 e 29). Foto 28 - Vista da Ocupação Indígena. 181 Foto 29- Ocupações Indígenas. • Análise Florística As espécies amostradas na área de influência do empreendimento, juntamente com nome vulgar, distribuição e hábito encontram-se no Anexo 3 – volume III. Foram encontradas 542 espécies, 312 gêneros e 91 famílias, sendo que 64% das espécies pertencem a 15 famílias. As dez famílias de maior riqueza específica foram: Orchidaceae (52), Leguminosae (48), Asteraceae (33), Myrtaceae (33), Melastomataceae (29), Malpighiaceae (23), Poaceae (21), Bignoniaceae (19) e Rubiaceae (19). Registraram-se, ainda, 23 espécies exóticas. Entre as espécies nativas, merece destaque a ocorrência de Podocarpus sellowii (Podocarpaceae), conhecido como pinheiro do brejo, no Parque Nacional de Brasília. Até então, no DF, esta espécie estava citada apenas para o Parque do Guará. Foram encontradas, também, espécies de valor econômico, como: madeireiras (carvoeiro, paus-terra, peroba); alimentícias (araticum, pequi, murici, marmelada-decachorro, jatobá); produtoras de fibras têxteis (embiruçu, buriti), espécies utilizadas no artesanato (pau-terras, pau-santo, peroba, Aristida recurvata), espécies oleíferas (buriti), medicinais (barbatimão, sofre-do-rim-quem-quer, pequi, pé-de-perdiz, pau-pombo), taníferas (barbatimão, carvoeiros) e, parentes silvestres de espécies cultivadas (caju – Anacardium spp., ata, graviola – Annona spp., caqui – Diospyros spp. entre outras). Do ponto de vista da conservação de recursos genéticos, alguns grupos são considerados prioritários (IUCN,1980; Alho & Martins, 1995). Esses grupos incluem as espécies silvestres: (1) raras e ameaçadas (em nível local, regional, nacional e global); (2) de valor econômico (medicinais e aromáticas, fruteiras, produtoras de fibras, óleos, ceras e 182 taninos, legumes e verduras, raízes, ornamentais, tóxicas, madeireiras, forrageiras e parentes silvestres das “land races”, isto é, espécies cultivadas; (3) espécies necessárias para restauração ou reabilitação de ecossistemas; (4) espécies-chaves, i.e, aquelas particularmente importantes na manutenção e estabilidade de ecossistemas; e, (5) espécies taxonomicamente isoladas. Entre as espécies cultivadas, são prioritários os cultivares primitivos e espécies semi-domésticas. Embora sendo um estudo de curto prazo, foi possível demonstrar a riqueza florística, fisionômica da área, assim como o valor genético existente. Na área do Parque Nacional ocorre a espécie Astronium fraxinifolium (gonçalo-alves), declarada como “vulnerável” aos processos de extinção, de acordo com a Portaria do Ibama nº 37-N, de 3 de abril de 1992, que estabelece uma Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção (www.ibama.gov.br). Além dessas, outras três ocorrem no Parque e que são consideradas como ameaçadas de extinção: a Cordia trichotoma, Myroxilum balsamum e Paspalum imbricatum (TERRACAP & TCBR, 1998). Das espécies imunes ao corte, determinadas pelo Decreto nº 14.783, de 17 de junho de 1993, foram registradas as seguintes espécies na área estudada: copaíba (Copaifera langsdorfii), sucupira-branca (Pterodon pubescens), pequi (Caryocar brasiliensis), cagaita (Eugenia dysenterica), buriti (Mauritia flexuosa), gomeira (Vochysia thyrsoidea), peroba (Aspidosperma spp.), jacarandás (Dalbergia spp.) e ipês (Tabebuia spp.). Ver Figura 29 que apresenta o Mapa de Vegetação. 183 1113.2 Cam 1127.2 Cam 1128.4 QE 1132.9 HOSPITAL GERAL DE BRASILIA 1138.0 EC SMU Euc 1132.6 C.F. 1142.8 1144.6 C.F. Cam 1137.5 1129.1 186.000 1142.3 Cl rra 1106.9 Te Cam Cam 1075 Cl Cl 1050 C.F. A.T . C.F. 1136.6 1134.9 1142.7 1148.1 1147.3 Mo v. Cl TE P P 1136.6 1148.2 Cam 1138.1 C.F. C.F. 1145.9 1132.2 1116.3 1109.1 1112.3 Cerr Cerr Cl Euc Euc Euc Cl A.T. NOVACAP Euc M Cam P Cam 1137.3 Cam 1147.8 1146.9 rra Cam 1150.3 1150 Te Cam 14 1142.5 de # Cam 1137.8 1142.0 1145.5 1147.3 1146.4 Cam 13 Cerr Cam # Cam # Cam 187.000 1142.4 M Cam Cam PRACA DUQUE DE CAXIAS 1147.5 1145.8 1138.8 1139.0 Cam INST.DE SAUDE E GERENCIA DE CONTROLE DE ZOONOSES 1125 0 110 Cerr 10 # M SETOR MILITAR URBANO Cam 1142.6 P 09 Cam Cerr M M Cam Cam EP AA DF -6 1 Cam Cam Cerr M M 1146.3 1149.1 1142.9 Cerr Cam Cam # 06 1112.7 # Cam Cam Euc Cam Euc DF CBM TCB SETOR DE RECREACAO PUBLICA NORTE Euc Cam # # LABORATORIO 1147.9 1097.2 1092.8 1087.6 Cam 1142.9 1137.8 # SEP 2. DP TO TITU INSUISTICO LING 916 # ao Cam 1127.9 1119.5 1119.1 1120.2 1116.3 1120.4 1098.3 ADO JUIZ DE S ORE MEN TE 910 RA TE CEA 712 713 2.0 106 TE 907 GISNO 1117.9 S 1119.3 1121.5 1119.2 GIO COLEECAO PROJ 1116.8 IS 708 CS 1114.4 6 114 706 310 CNPQ 311 190.000 Q.E. CS TE 90 6 1101.1 1103.2 905 TE GERA B CEU C.F. 1092.1 MINA 313 TE 709 1061.3 1062.9 GIO COLE ADA SAGRLIA FAMI 1112.3 O LEGI 1121.2 CO 1107.3 TE 314 90 9 116 Cam 1025 8 190.000 Q.E . 1002.0 2 EC-N.13 QI-2 1010.6 1 115 Cam 710 711 EC 90 8 EC 315 TE EC-316 NORTE SMHN STA. HELENA 1069.2 1119.8 1121.6 1123.1 AN 1121.4 TR 1122.3 DE 04# Cam 1000.6 HOSPITAL BB TE A DO CAS CE Cam FUNDACAO DE SERVICO SOCIAL AE AP DF 713 TE NA- Cl Cam 316 BRB PA BRA Cl M 911 CEB TE 03 # AUTODROMO NELSON PIQUET 1127.7 1128.1 Cam Cam 1082.5 JK 912 1077.9 Cam 189.000 1132.4 1130.3 1126.7 Cam os EGIO MESQUITA COL TE 714 EM Cl M A.T . Cam STN 4 TEL LIA ASI ECT 308 EBR 1095.9 BRB CONFEA 1079.4 309 TE 111 Cam 5 1050 215 216 112 1113.8 704 705 1077.4 113 113 EC- TE NOR 4 W3 6 11 9 7 QL-2 8 1109.4 1103.1 TE EC JI 304 1097.3 Cam 1009.4 Cam 1063.9 107 EP EC TE 210 211 212 1088.8 9 ESTACAO TE 8.255.000 209 8.256.000 410 411 1046.1 412 412 8.257.000 1004.8 8.258.000 11 10 8.259.000 10 12 191.000 HIDROMETEOROLOGICA UNB Cam 1052.8 1052.9 1070.0 109 305 EC TE A IBAM 307 CNPQ 1073.3 110 Cam NORTE 1035.5 Cam Cam 1076.7 Cam 415 EC - N.415 CAESB LAGO DO PARANOA 5 416 7 306 NO RTE 104 191.000 EC 8.254.000 105 6 10 N 107 106 105 104 103 102 101 100 99 98 225 0 500 Área de estudo Área de inf luência direta Pontos de amostragem florística e descrição fisionômica Lago Área degradada NW # Mata ciliar Área urbanizada Área alterada Cerrado ralo Cerrado típico Campo Campo de murunduns Legenda 242 194 243 226 210 NOROESTE URBANA EXPANSÃO ÁREA DE RIMA EIA VEGETAÇÃO 1000m DISTRITO FEDERAL 241 224 223 239 Base cartográfica: Sistema Cartográfica do Distrito Feder al - SICAD, escala 1:10.000, Codeplan, 1991. Escala: 1:10.000 500 NW 235 240 222 221 237 236 234 232 231 230 229 228 238 220 219 217 216 233 215 214 213 212 211 218 162 178 193 209 208 161 192 177 160 176 205 204 203 202 201 200 197 159 189 188 187 186 185 184 199 182 181 196 195 207 174 173 172 171 170 169 168 167 183 166 165 180 163 179 175 158 157 156 155 154 153 152 151 150 198 149 148 164 147 191 146 145 144 206 129 190 143 142 141 140 139 138 137 136 135 134 132 131 133 125 124 112 128 111 110 109 108 95 78 61 44 29 127 94 93 92 91 126 77 76 75 123 122 121 120 119 118 117 116 115 114 97 90 89 88 87 86 85 84 83 82 81 80 60 59 58 43 74 73 72 71 70 69 68 67 66 65 64 41 40 39 56 54 52 51 50 49 48 63 14 28 13 27 42 12 26 25 24 38 55 37 36 53 35 34 33 32 31 57 11 10 9 23 8 22 7 21 6 20 5 19 18 3 17 2 16 1 30 47 15 4 Articulação das folhas SICAD 1:10.000 46 Figura 35 – Mapa de vegetação. 1138.8 1132.2 Er 715 Cam 01 # 913 TE SOS 913 EIA ALD Cl Cl ILO CAM TE 716 914 Cam 1100 05 1082.3 BB A SAO Cam # COL ES 02 Euc 1125 1063.4 915 Cam P C.F. Cl EMBRAPA 15 FACULDADE E COLEGIO ALVORADA Cam 07 # AN AL ARA CAMATIVA ISL LEG TRIAGEM DE MENORES 20 Cam Cam Cam 1075 Cam Cl Cerr 1018.2 Euc Cam RA I - BRASILIA Cam 17 18 BAN 16 19 # # DE ZOOBOTANICA SAIN SETOR DE AREAS ISOLADAS NORTE AO DAC ICA FUN TAN BO ZOO CASA DE REPOUSO Cam Cam Cam Cam 50 10 Cam # M M Cam Cam 707 188.000 1147.0 08 Cam Cam 1116.8 1150 Cerr Euc SANATORIO ESPIRITA DE BRASILIA s ao Ero Terra Mov.de Cl Cam Cam 12 Cam # Cam Cam Cam Cl RIBEIRAO M Cam 189.000 VIA 185.000 1128.3 1138.0 1137.1 Cam Cam de M M M CEMAVE Cam M M A.T. 1122.9 1127.2 1131.6 Cam Cam rra Cam Te v. GO 1025.3 RE COR VIVEIRO DE PLANTAS Euc Cam DO M 1051.2 Cam CASA DA ADM. Cam C.F. 1008.6 1010.8 M ao Eros 1113.9 S.F.E. 1105.7 de Mo Cam SMAN Cl M M Cam 1057.0 Cam Cam M 1008.1 11 # Cam Cam A.T . Cam 1116.3 1127.2 Mov. Euc SETOR DE ARMAZENAGEM E ABASTECIMENTO 1100 SU BE ST AC AO EN DE ER GI A Eu c Cl Cl Cl M Cam M 1063.6 1055.7 Cam Cerr RESIDENCIAS FUNCIONAIS DO PARQUE Cam M M Cam Cam 188.000 03 DF-0 8.254.000 1112.4 . Cam A.T SU BE DE ST EN AC ER AO GIA Cam 50 10 CENTRO DE VISITANTES Cam ADMINISTRACAO DO PARQUE Cam Cam M 1008.2 Cam 10 25 EC 1115.9 1115.0 Cam Cam Cam Cam Cam Cam 1060.8 1050 Cam Cam JI Cam 8.255.000 Cam Cam Cam Cam Cam 1070.7 Cerr Cam DE BRASILIA M Cam 187.000 312 1107.5 1103.9 00 11 Cam Cam Cam Cam 1068.8 Cam Cam PARQUE NACIONAL 102 5 M ANEA SUBTERR . A.T 1075 Cam Cam 107 2.2 Cam 0 Cam M 186.000 RTE 3 - NO 8.256.000 1073.8 8.257.000 Cam 8.258.000 8.259.000 105 REGO M Eu c Eu c GO RE COR M 1025 Cam Eu c A.T. TO PA ME N AM AC DF -0 95 A.T. 10 25 IA EP . A.T -00 3 DF 185.000 RTE - NO 50 11 25 10 O O VIARI RODO GUA RA 1050 EP IA E uc ADUTORA 25 DF-0 EIX 11 RN-4 34 1 .3 4 0 E NORT FN A.T. W2 SO - W4 Eu c TE IO NOR IAR DOV O RO EIX Euc 1025 DF00 3 EC C.F . VIA Eu c -W TE OR A .T . -L1-N VIA SO BR AD IN HO VIA RTE NO 10 75 F CDB - L2 10 8 7 DF-00 VIA 244 227 130 113 96 79 62 45 184 • Unidades de Conservação e Áreas Protegidas na Área de Influência Direta e Indireta do Empreendimento A) Unidades de Conservação Federais Área de Proteção Ambiental (APA) do Planalto Central As Áreas de Proteção Ambiental pertencem ao grupo de unidades de conservação de uso sustentável. Constituídas por áreas públicas e/ou privadas, têm o objetivo de disciplinar o processo de ocupação das terras e promover a proteção dos recursos abióticos e bióticos dentro de seus limites, de modo a assegurar o bem-estar das populações humanas que aí vivem, resguardar ou incrementar as condições ecológicas locais e manter paisagens e atributos culturais relevantes. As Áreas de Proteção Ambiental (APA) possuem um Conselho Consultivo, presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes dos órgãos públicos, de organizações representativas da sociedade civil e da população residente no local, conforme o disposto em regulamento e no ato de criação da unidade. Nas áreas da APA sob domínio público Federal as pesquisas científicas dependem de prévia autorização do Ibama, estando sujeitas às normas por este estabelecidas. A APA do Planalto Central foi criada pelo Decreto Federal s/n.º de 10 de janeiro de 2002 com objetivos de proteger os mananciais, regular o uso dos recursos hídricos e o parcelamento do solo, garantindo o uso racional dos recursos naturais e protegendo o patrimônio ambiental e cultural da região. A unidade possui uma área de 504.608,00 ha abrangendo o Distrito Federal e os municípios de Padre Bernardo, Planaltina do Goiás e Águas Lindas de Goiás no Estado de Goiás. Atualmente a unidade está parcialmente incluída no corredor ecológico Paranã/Pirineus. Faz parte da APA do Planalto Central a Área com Restrição Físico Ambiental do Entorno do Parque Nacional. No entanto, as APAs da Bacia do Rio Descoberto e da Bacia do Rio São Bartolomeu, o Parque Nacional de Brasília, a Floresta Nacional de Brasília, e as Zonas Urbanas de Consolidação de Sobradinho e Planaltina ficam excluídas do perímetro da referida APA (www.ibama.gov.br). A área da encosta do Bananal localizada na poligonal de estudo está situada na APA do Planalto Central. Parque Nacional de Brasília (Parna-Brasília) Os Parques Nacionais pertencem ao grupo de unidades de conservação de proteção integral, e destinam-se à preservação integral de áreas naturais com características de grande relevância sob os aspectos ecológico, beleza cênica, científico, cultural, educativo e recreativo, vedadas as modificações ambientais e a interferência humana direta. Excetuam-se as medidas de recuperação de seus sistemas alterados e as ações de 185 manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos naturais, conforme estabelecido em seu plano de manejo. Os Parques Nacionais comportam a visitação pública com fins recreativos e educacionais, regulamentada pelo plano de manejo da unidade. As pesquisas científicas, quando autorizadas pelo órgão responsável pela sua administração, estão sujeitas às condições e restrições determinadas por este, bem como ao que for definido em seu plano de manejo. O Parque Nacional de Brasília foi criado pelo Decreto n. º 241 de 29.11.1961 e sua criação está diretamente relacionada com a construção de Brasília, quando foi feito um acordo entre o Ministério da Agricultura e a Novacap que mantinha, em parte da área, um viveiro destinado à arborização da nova capital. Com uma área de aproximadamente 30.000 hectares, localiza-se à noroeste do Distrito Federal, ficando a cerca de 10 km do centro do Plano Piloto. O acesso é feito por rodovia pavimentada através da Estrada Parque Indústria e Abastecimento - EPIA e das vias que procedem do Setor Militar Urbano, da Câmara Legislativa do Distrito Federal e do Parque de Exposição Granja do Torto. A administração do Parque compete ao Ibama (www.ibama.gov.br). O Parque Nacional de Brasília situa-se entre as coordenadas 15º35’ – 15º45’S e 47º53’ 48º05’W (RAMOS, 1995) com fitofisionomias da vegetação do cerrado, com predominância de cerrado sensu stricto, com várias densidades arbóreas, campos limpo e úmido, veredas e matas de galeria. Preserva em seu interior o lago de Santa Maria, formado pelos córregos Milho Cozido, Vargem Grande, Barriguda, Ludovico ou Morrinhos, e que fornece água para parte da população de Brasília. Esses corpos d’água escoam para o Lago Paranoá pelo ribeirão do Torto. Além desses, há, também, o ribeirão Bananal e córrego Acampamento vertendo suas águas no Paranoá. As águas do ribeirão Bananal são de boa qualidade por estarem protegidas pelo Parque Nacional, no entanto, o trecho que não está protegido entre o Parque e o Lago Paranoá está sofrendo processo de assoreamento devido ao uso inadequado de suas margens (CARDOSO et al, 2001). As matas de galeria do Parque Nacional de Brasília ocorrem em solos bem drenados, com exceção da mata Acampamento e Três Barras, que ocorrem em solos inundados, mesmo na estação seca. Juntas, apresentam uma grande diversidade de espécies arbóreas, destacando-se o babaçu (Attalea speciosa), angico (Anadenanthera colubrina), canela-de-velho (Aspidosperma subincanum), landim (Calophyllum brasiliense), jequitibá-rosa (Cariniana estrellensis), louro (Cryptocaria aeschersoniana), ingá (Inga marginata), milho torrado (Maprounea guianensis), bálsamo (Myroxylon peruiferum), e canelas (Nectandra cissiflora, N. gardnerii, Ocotea aciphylla, O. spixiana), amescla (Protium heptaphyllum) (RAMOS, 1995). B) Unidades de Conservação e outras Áreas Protegidas do Distrito Federal Reserva da Biosfera do Cerrado (RBC) Cerca de 226.000 ha, ou 40% do território do Distrito Federal, fazem parte da Reserva da Biosfera do Cerrado, título esse fornecido pela Unesco a áreas consideradas patrimônio natural da humanidade devido a relevantes características naturais e sociais (www.semarh.df.gov.br). A Reserva da Biosfera foi incluída no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), 186 em seu artigo 41, e é definida como “um modelo, adotado internacionalmente, de gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais, com os objetivos básicos de preservação da diversidade biológica, o desenvolvimento de atividades de pesquisa, o monitoramento ambiental, a educação ambiental, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida das populações.” A Reserva da Biosfera do Cerrado foi criada pela Lei n° 742, aprovada em 28 de julho de 1994. O objetivo de sua criação foi conciliar a proteção da natureza com o bem estar da população. A RBC é composta pelas zonas núcleo, transição e tampão. As zonas núcleo são o Parque Nacional de Brasília, a Estação Ecológica de Águas Emendadas, o complexo Jardim Botânico de Brasília, a Reserva Ecológica do IBGE e a Fazenda Água Limpa da UnB. As Zonas Tampão são áreas que envolvem as zonas núcleos, como um anel protetor, e as Zonas de Transição são constituídas pelas APAs das Bacias do Rio São Bartolomeu, do Rio do Descoberto, do Gama e Cabeça-de-Veado e a APA de Cafuringa (www.semarh.df.gov.br). Área de Proteção Ambiental (APA) do Lago Paranoá Criada pelo Decreto Distrital nº 12.055, de 14 de dezembro de 1989, com uma área de cerca de 16.000 hectares, a APA do Lago Paranoá tem como objetivo a proteção de parte da Bacia Hidrográfica do Lago Paranoá, os ninhais de aves aquáticas, a vegetação remanescente de cerrado, a encosta íngreme na parte Norte e as Matas Ciliares que protegem os córregos e ribeirões, garantindo a qualidade das águas que abastecem o Lago Paranoá. O Conselho Gestor, o Grupo Coordenador de Manejo, o Grupo de Planejamento e Articulação Institucional para Projetos Sustentáveis e o Grupo de Educação Ambiental da APA do Lago Paranoá foram criados pelo Decreto nº 23.156, de 9 de agosto de 2002. Localizada em meio à área urbana do Distrito Federal, abrange as seguintes Regiões Administrativas: RA I - Brasília, RA VII - Paranoá, RA XVI - Lago Sul, RA XVIII Lago Norte; caracterizadas como áreas de adensamento populacional. Todas as áreas urbanas acima citadas encontram-se localizadas na APA do Planalto Central. Em seus limites engloba as ARIEs do Bosque, do Paranoá Sul e do Setor Habitacional Dom Bosco, além da Reserva Ecológica do Lago Paranoá e oito Parques Ecológicos de Uso Múltiplo. Junto ao Parque Nacional de Brasília, à APA das Bacias do Gama e Cabeça de Veado, à ARIE da Granja do Ipê, ao Parque Ecológico do Guará e à Reserva Ecológica do Guará, forma um corredor ecológico que protege a quase totalidade da Bacia Hidrográfica do Lago Paranoá. A APA ocupa terrenos da Chapada da Contagem e da Chapada de Brasília, basicamente constituída de latossolos, além dos terrenos das encostas constituídas de cambissolos, no Lago Norte. Os solos hidromórficos e aluviões ocorrem nos estuários dos córregos tributários do Lago Paranoá (FERRANT et al, 2001). O uso e ocupação do Lago Paranoá e de sua Área de Preservação Permanente e Entorno foram estabelecidos pelo Decreto nº 24.499, de 30 de março de 2004. 187 Parque Ecológico Burle Marx A Lei Complementar nº 265/99 que dispõe sobre a criação dos Parques Ecológicos e de Usos Múltiplos considera-os como unidades de conservação de uso sustentável. Os Parques Ecológicos, por exemplo, o Burle Marx, têm como objetivos: conservar amostras dos ecossistemas naturais; proteger paisagens naturais de beleza cênica notável, bem como atributos excepcionais de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica e histórica; proteger e recuperar recursos hídricos, edáficos e genéticos; promover a recuperação de áreas degradadas e a sua revegetação com espécies nativas; incentivar atividades de pesquisa, estudos e monitoramento ambiental e estimular o desenvolvimento da educação ambiental e das atividades de recreação e lazer em contato harmônico com a natureza. A Lei prevê a necessidade da constituição de Conselho Gestor composto paritariamente por representantes do Poder Público e da sociedade civil para uma gestão compartilhada e participativa. A Lei define também que as áreas circunvizinhas aos Parques Ecológicos são consideradas Zonas de Transição e as atividades aí desenvolvidas devem ser compatíveis com a área protegida, de forma a não comprometer a sua conservação. Essas atividades serão regulamentadas, caso a caso, pelo órgão ambiental do Distrito Federal, ouvido o Conselho Gestor. O Parque Ecológico Burle Marx inicialmente denominado Parque Ecológico Norte, localizado na porção noroeste da Asa Norte no Plano Piloto, foi criado pelo Decreto no 12.249 de 7/3/90 com o objetivo de valorizar a cidade de Brasília por suas características de cidade-parque, com abundante vegetação, permeando as edificações e oferecendo a população espaços livres, horizontais e abertos (RAMOS et al, 2001). Em 14 de abril de 2000 foi publicado o Decreto nº 21.132 no qual é aprovado o Plano de Ocupação da área de expansão do Noroeste composto por basicamente três partes, quais sejam: O Plano Urbanístico do Setor Habitacional Noroeste, no qual se ressalta a importância dessa nova estrutura no contexto urbano da cidade, se explicitam os fundamentos da proposta, norteados pelas diretrizes estabelecidas no documento "Brasília Revisitada"; o Plano Diretor do Parque Burle Marx, elaborado de forma integrada ao bairro, apoiado em consulta às vocações do sítio e ao conjunto de diretrizes estabelecidas pelo Instituto de Ecologia e Meio Ambiente e a última parte diz respeito às diretrizes de ocupação da encosta do ribeirão Bananal, considerado estratégico para a proteção ambiental da área como um todo. O Decreto definiu a necessidade de ampliar a área do Parque para aproximadamente 300 hectares, incorporando a ele um terreno do DETRAN, parte do camping, um lote pertencente à Secretaria de Educação e uma faixa de área aos fundos do Setor Terminal Norte, na 916 norte, pertencente a Terracap (RAMOS et al, 2001). O Parque é um fator primordial para preservação das áreas verdes do Plano Piloto podendo funcionar como corredor ecológico ligando importantes unidades ambientais entre as quais o Parque Nacional de Brasília, a APA do Lago Paranoá e a ARIE do Riacho Fundo (RAMOS et a., 2001). 188 A implantação do Parque, segundo o Decreto nº 21.132, deverá atender os seguintes objetivos: assegurar a preservação do patrimônio ambiental e urbanístico da cidade; promover a recuperação e preservação ambiental da área; permitir a integração com as áreas urbanas e áreas verdes contíguas; garantir a realização de atividades bucólicas e assegurar condições para a realização de educação ambiental; implantar sistemas de infra-estrutura de saneamento ambiental que considere a fragilidade dos recursos hídricos do DF; instalar atividades culturais e científicas ligadas à ecologia do bioma Cerrado; proporcionar lazer e recreação para a população em diferentes faixas etárias; realizar atividades esportivas e eventos populares; e instalar a sede da Semarh. A área do Parque é constituída por uma chapada com declividade suave. A vegetação original é cerrado sensu lato, tendo mais da metade de sua área em diferentes níveis de degradação decorrente de ocupações ilegais, introdução de espécies exóticas, queimadas e deposição de lixo e entulhos (Fotos 21 e 22). Recentemente, no dia 31 de dezembro de 2003, foi publicado no Diário Oficial do Distrito Federal a Lei Distrital 3280 que efetivou a ampliação da área do Parque para 280,5 hectares. O Projeto Corredor Ecológico Paraná-Pirineus é resultado de um acordo de cooperação técnica entre o Ibama e a Agência de Cooperação Internacional do Japão – JICA. O corredor ecológico foi criado em 2002 para contribuir com a conservação, o manejo e o uso sustentável dos recursos naturais da região por meio de gestões integradas. Todo o processo deve resultar na melhoria da qualidade de vida das populações residentes nas áreas que compõem o corredor. C) Áreas com Regimes Especiais de Proteção Áreas de Preservação Permanente (APP) As Áreas de Preservação Permanente (APPs), definidas no artigo 2º do Código Florestal, são florestas e demais formas de vegetação natural situadas ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água, com largura que varia de 30 metros a 500 metros conforme a largura do curso d’água; ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais; nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinquenta) metros de largura; no topo de morros, montes, montanhas e serras; nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive; nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação. Em áreas urbanas, no entanto, devese observar o disposto nos Planos Diretores. Na área de influência direta, ressaltamos, especialmente, a importância de duas Áreas de Preservação Permanente: as matas de galeria do ribeirão Bananal e do córrego Acampamento, 189 além das margens do Lago Paranoá. Faixa de proteção no entorno de unidades de conservação A Resolução Conama nº 13/90 determina uma faixa de proteção de 10 km no entorno de unidades de conservação. Essa faixa tem que ter seu uso disciplinado pelo órgão ambiental competente. Ver Figura 36 que apresenta o Mapa de Áreas Protegidas. 190 1127.2 Cam 1128.4 HOSPITAL GERAL DE BRASILIA 1138.0 QE EC SMU Euc 1132.6 C.F. 1142.8 1144.6 C.F. C.F . A.T . C.F. 1148.1 1134.9 1142.7 1136.6 1138.1 C.F. C.F. 1145.9 1132.2 1109.1 1116.3 1112.3 Cerr M 1147.3 Mo v. Cl TE P P 1136.6 1148.2 Cam Euc Cl Eu c Euc Euc Cl A.T. Cerr Cl 1050 NOVACAP Cam 1137.5 1129.1 186.000 1142.3 Cl Cam 1106.9 M Cam P Cam Te Cam 1147.8 1146.9 rra Cam 1150.3 1150 1137.3 1142.5 de Cam Cam 1137.8 1142.0 1145.5 1147.3 1146.4 Cam Cerr Cam TO Cam M M Cam 187.000 1142.4 Cam M 1125 1100 Cerr Cam PRACA DUQUE DE CAXIAS 1147.5 1145.8 1138.8 1139.0 Cam INST.DE SAUDE E GERENCIA DE CONTROLE DE ZOONOSES M SETOR MILITAR URBANO 1142.6 P Cam Cam Cerr M M Cam EP AA DF -6 1 Cam M 1146.3 1149.1 1142.9 sao Ero Cam 1150 Cerr Euc Cam Cam 1112.7 1116.8 Cam SANATOR IO ESPIRITA DE BRASILIA Mov.de Cl Cam Cam Cam Cam Cam Cam Terra M Cerr Cam Cerr M Cam CASA DA ADM. Cam 1008.6 M 50 Cam Cam Euc Cam CBMD TCB SETOR DE RECREACAO PUBLICA NORTE Euc A Cam M LABORATORIO F 1147.9 1092.8 1087.6 Cam 916 1132.2 1138.8 Euc 1125 TE 716 Cam TE 1127.9 911 CEB 1121.4 1122.3 TE 1119.5 1119.1 1120.2 1116.3 1120.4 1098.3 O AD DE S ORE MEN TE 910 A C EAR 712 713 TE 1117.9 1119.3 1121.5 1119.2 1116.8 GIO COLEECAO PROJ 6 114 706 310 CNPQ 311 190.000 Q.E. CS TE CS 1114.4 1101.1 1103.2 708 90 6 905 TE IS B GERA CEU C.F. 1092.1 S MINA 313 TE 709 1061.3 106 2.9 EGIO COL RADA SAG ILIA FAM 1112.3 LEGI 1121.2 CO O 907 GISNO 1107.3 TE 314 90 9 116 Cam 1025 8 190.000 Q.E . 1002.0 2 EC-N.13 QI-2 1010.6 1 115 Cam 710 711 EC 90 8 EC 315 TE EC-316 NORTE SMHN 1062.0 1069.2 JUIZ 1119.8 1121.6 1000.6 HOSPITAL STA. HELEN A BB TE A DO CAS CE Cam FUNDACAO DE SERVICO SOCIA L APAE DF 713 TE NA- Cl Cam 316 BRB 1123.1 AN DE TR Cam M Cl PA EMBRA Cl M A.T . TE 714 AUTODROMO NELSON PIQUET 1127.7 1128.1 Cam Cam 1082.5 1077.9 Cam JK 912 MESQUITA IO LEG CO 715 Cam Cam 707 189.000 1132.4 1130.3 1126.7 Cam o sa TE SOS 913 EIA ALD 913 914 Cam Ero BB Cl Cl Cam MIL O O CA A SA OL Cam 1100 Cl EMBRAPA ESC 1082.3 1063.4 915 Cam P C.F. UTO ICO IN STIT UIST LING FACULDADE E COLEGIO ALVORADA Cam 1137.8 1142.9 SEP 2. DP A MAR CA ATIVA GISL LE TRIAGEM DE MENORES M BANA NAL M Cam 189.000 Cam STN 4 112 ASI LIA 1095.9 BRB CONFEA ECT 308 EBR TEL 1079.4 309 TE 5 Cam 215 216 111 704 1113.8 705 1077.4 113 EC-113 TE NOR 4 1050 6 9 11 7 QL-2 8 1109.4 1103.1 TE EC JI 304 1097.3 Cam 1009.4 Cam 1063.9 107 EP EC TE 210 211 212 1088.8 9 ESTACAO TE 8.255.000 209 8.256.000 410 411 1046.1 412 412 8.257.000 1004.8 8.258.000 11 10 8.259.000 10 12 191.000 HIDROME TEOROLOGICA UNB Cam 1052.8 1052.9 1070.0 109 305 EC TE IBAMA 307 CNPQ 1073.3 110 Cam NORTE 1035.5 Cam Cam 1076.7 Cam 415 EC - N.4 15 CAESB LAGO DO PARANOA 5 416 7 306 NORTE 104 191.000 EC 8.254.000 105 6 10 Figura 36 – Mapa de áreas protegidas. Euc 1097.2 Cam Cam Cam Cam Cl Cerr 101 8.2 1075 Euc Cam RA I - BRASILIA CASA DE REPOUSO Cam Cam Cam Cl RIBEIRAO DE ZOOBOTAN ICA SAIN SETOR DE AREAS ISOLADAS NORTE M CAO DA NIC A FUN BOT ZOO 101 0.8 Cam Cam 10 188.000 1147.0 Cam 1008.1 Cam Cam VIA 185.000 1122.9 1138.0 1132.9 Cam 1137.1 Cam Cam Cl Cam 1075 Te r ra GO RE 1025.3 COR VIVEIRO DE PLANTAS c Eu Cam DO M Cam CEMAVE Cam Cerr M M RESIDENCIAS FUNCIONAIS DO PARQUE Cam M Cam Cam 188.000 D F00 3 A.T. 1128.3 1131.6 Cam rra Cam Te de Cl M M Cam 1057.0 1051.2 Cam C.F. 25 A.T. Cam 1105.7 de Mo v. Cam SMAN SETOR DE ARMAZENAGEM E ABASTECIMENTO 1100 Mov. Eu c Cam Cl Cl Cl M Cam M 1063.6 1055.7 Cam Cam Cam M 1008.2 Cam 10 Erosao 1127.2 1127.2 . A.T Cam Euc 0 105 CENTRO DE VISITANTES Cam ADMINISTRACAO DO PARQUE Cam Cam Cam W3 1113.9 SU BE ST DE EN AC ER AO GI A SU BE ST AC AO EN DE ER GI A Cam Cam Cam Cam 106 0.8 1050 DE BRASILIA M Cam 187.000 03 DF-0 Cam S.F. E. Cam Cam Cam Cam 1070.7 Cerr Cam Cam PARQUE NACIONAL 102 5 M 25 DF-0 8.254.000 1113.2 1116.3 111 5.9 Cam Cam 1068.8 Cam Cam 186.000 EC 111 2.4 Cam Cam Cam Cam 1115.0 0 110 Cam 107 5 Cam Cam 1072.2 Cam 0 M O JI Cam 8.255.000 1107.5 1103.9 . A.T 8.256.000 107 3.8 8.257.000 Cam 8.258.000 8.259.000 105 REGO M E uc Euc REG COR Euc A.T. M 1 025 Cam Eu c Eu c S OF N c PA M EN M AC A DF -095 A.T. 25 10 EP IA A .T . 185.000 1 12 5 SUBTERRANEA VIA RIO RODO GUA RA 312 EP IA E uc E NORT O 11 RN-4 34 1 .3 40 RTE - NO W2 50 D F003 10 EIX C.F RTE - NO A .T . ADUTORA 1050 . A.T. Eu 4 -W IN HO VIA TE NOR IARIO RODOV BR AD EIXO RTE SO VIA NO -L1- 5 CDBF 3 -W 1025 1 07 EC 8 VIA E NORT 10 7 DF-00 - L2 VIA N 111 110 109 108 107 500 NW Área de estudo Área de influência direta Parque Olhos d`Água Parque Burle Marx Área de preservação permanente - APP APA do Lago Paranoá APA do Planalto Central Polígono de preservação (área tombada) Parque Nacional de Brasília - PARNA Legenda 243 226 210 1000m DISTRITO FEDERAL NOROESTE URBANA EXPANSÃO ÁREA DE RIMA EIA ÁREAS PROTEGIDAS Base cartográfica: Sistema Cartográfica do Distrito Federal - SICAD, escala 1:10.000, Codeplan, 1991. Escala: 1:10.000 500 0 240 239 238 237 234 233 232 231 230 229 228 NW 242 241 223 222 221 220 219 218 217 216 215 214 213 212 211 194 225 224 207 206 205 204 203 202 199 198 197 196 195 236 178 193 209 192 208 191 190 189 188 187 186 185 201 184 200 183 182 181 180 179 235 162 177 146 161 175 172 171 170 169 168 167 166 164 163 145 160 176 159 174 173 156 155 154 153 152 151 150 165 148 147 144 143 142 158 141 157 140 139 138 137 136 135 134 149 132 131 123 122 121 120 119 118 117 116 133 115 114 129 112 128 127 126 125 124 99 98 97 106 105 104 103 102 101 83 100 82 81 80 95 78 61 44 94 93 92 91 90 88 87 86 85 84 64 63 89 29 77 43 60 76 75 72 71 70 69 68 67 66 65 74 28 14 73 42 59 27 13 41 58 26 12 40 56 55 54 53 52 51 50 49 48 47 57 25 39 11 24 38 37 36 10 9 23 8 22 7 21 6 34 33 32 31 30 46 35 20 5 19 4 18 3 17 2 16 1 15 Articulação das folhas SICAD 1:10.000 45 244 227 130 113 96 79 62 191 4.3.1.2. Fauna O Brasil possui uma grande diversidade de ecossistemas, produto da grande variação climática e geomorfológica de um país de dimensões continentais. Possui a maior floresta tropical do Planeta (Amazônica) e uma das mais ricas e ameaçadas do planeta (Mata Atlântica), além da maior área de savana dentro de um país: o Cerrado, ocupando ¼ do seu território. O Cerrado atualmente já perdeu 40% da sua vegetação nativa e está entre os 25 ecossistemas mais críticos (hotspots) do planeta e possui apenas 1,5% do seu território protegido em Unidades de Conservação Nos últimos dois séculos o homem causou o desaparecimento de mais de 200 espécies de animais. No Brasil, das 3.131 espécies de vertebrados silvestres, exceto peixes, 394 estão vulneráveis ou ameaçadas de extinção (12,7% do total) e dentre as 25 espécies mais ameaçadas do Planeta, cinco vivem no país. As principais causas que levam a extinção de espécies silvestres brasileiras atualmente são a destruição e fragmentação dos habitats (desflorestamento, desmatamento e queimadas). Além destas, outras como a degradação dos habitats (poluição das águas, do ar, do solo) e a caça e pesca predatória (comercial, subsistência, tráfico de animais), também contribuem. Para a maioria das espécies, normalmente a extinção é conseqüência da associação de mais de uma dessas causas. A perda de habitat é conseqüência direta das modificações realizadas pelo homem na superfície terrestre, diminuindo o número de ambientes que possuem características ecológicas que possibilitam a manutenção de diversas espécies, populações e comunidades naturais. Este processo na melhor das hipóteses, produz um mosaico de áreas com diferentes estados de conservação, deixando porções remanescentes de habitats nativos entre áreas alteradas, separados uns dos outros - fragmentos. Os fragmentos são mais suscetíveis aos riscos demográficos e genéticos devido ao pequeno tamanho das populações remanescentes, ao efeito de borda, além dos perigos enfrentados pelos organismos ao se moverem entre os fragmentos. A magnitude de tais efeitos depende da extensão e da forma do fragmento, de seu número, da distância entre eles e do ambiente do entorno. A expansão urbana no DF continua exercendo uma grande pressão sobre os ambientes naturais remanescentes, isolando cada vez mais as populações de animais nas poucas áreas protegidas existentes. Mesmo paisagens alteradas são capazes de manter ou servir de locais de deslocamento (corredor ecológico) para algumas espécies silvestres. Assim a conservação dos habitats naturais de cerrado no ambiente urbano, é imprescindível para manter componentes da comunidade faunística da região. 192 O objetivo principal do presente estudo é a elaboração do inventário da fauna existente na área do empreendimento e as possíveis interferências das obras com os habitats presentes e com sua fauna associada. • Metodologia A metodologia utilizada foi coleta de dados secundários por meio de consulta bibliográfica referente à fauna regional (área de influência indireta) e do levantamento de dados primários através do registro da fauna local e atual, com a coleta de dados de campo in locu em inspeções à área de estudo (área de influência direta). Como região de amostragem para o inventário com dados secundários (área de influência indireta), considerou-se a área do Cerrado do Distrito Federal, com ênfase nos animais representados no Parque Nacional de Brasília (Parna-Brasília) – bacia do ribeirão Bananal. Para a coleta de dados primários foram efetuadas várias visitas à área de estudo, onde foram percorridas praticamente todas as estradas e trilhas, dentro da poligonal da Área de Expansão Urbana Noroeste e do Parque Burle Marx. Durante os estudos de campo foram verificados locais propícios à presença de animais ou de indícios, como áreas de termorregulação, deslocamento, abrigos, tocas, entre outros. Durante as visitas de campo foram registradas as espécies de animais presentes na área de estudo (observação direta) e/ou sinais de sua presença, como vocalizações, pegadas, fezes, ninhos, abrigos, entre outros (observação indireta), assim como a aplicação de entrevistas com moradores ou freqüentadores do local. Como complementação do inventário também foram consideradas as ocorrências possíveis de espécies nos locais amostrados, levando-se em conta o tipo de ambiente e o seu estado de preservação, a distribuição geográfica (dados bibliográficos) e características das espécies esperadas, aliado as informações obtidas com as entrevistas, além de outras observações pessoais e da experiência do pesquisador. • Resultados e Diagnóstico As visitas de campo (reconhecimento e investigação) foram efetuadas durante o mês de outubro de 2003, na estação chuvosa. O esforço amostral final foi de 20 horas/homem. Nos últimos anos, a área influência direta vem sofrendo agressões com as atividades degradantes do ponto de vista ambiental. Os principais impactos encontrados são a exploração irregular de cascalho e areia e diversas invasões e ocupações humanas irregulares. Estas agressões foram e continuam sendo causadas, principalmente pelos chamados “carroceiros”, que vivem no interior ou no seu entorno, e que utilizam o local como depósito de entulho, principalmente ao longo das várias estradas e trilhas existentes no interior da área, promovendo assim, a introdução de material exótico, tanto inorgânico como orgânico. Estas atividades além de degradar o ambiente, trazem ou atraem para o interior da área espécies domésticas e exóticas. Outro impacto negativo verificado no local foi a utilização, pelos invasores, da vegetação nativa remanescente (lenha, cerca, construção de moradia) e dos animais silvestres por meio da caça 193 (espécies cinegéticas), da captura (espécies utilizadas como bichos de estimação – aves) ou do seu extermínio (espécies “repugnantes” - serpentes). Na elaboração do inventário, a área de influência indireta foi separada em dois locais de amostragem, o Parque Nacional de Brasília e a mata do ribeirão Bananal, onde foram utilizados dados secundários. A área diretamente afetada foi dividida no Parque Burle Marx e na poligonal do Setor Noroeste, sendo utilizados dados primários. Na área de influência indireta foram listadas 88 espécies da mastofauna, 164 da avifauna e 72 espécies da herpetofauna, sendo 22 de anfíbios e 50 de répteis. As tabelas do Anexo 3 – volume III apresentam as listas das espécies identificadas. Para a área influência direta, tanto a poligonal do Setor Noroeste como o Parque Burle Marx, apresentaram-se semelhantes em termos fitofisionômicos. O local é composto por um gradiente de habitas de Cerrado, como campo sujo, campo cerrado e cerrado sensu strictu. Todos os habitats também apresentaram diferentes graus de degradação, variando de ambientes pouco alterados, até totalmente degradados (cascalheiras e aterro de entulho). No total geral foram consideradas para a área de influência direta, dentre espécies silvestres exóticas e nativas, e domésticas, 33 espécies de mamíferos, 70 de aves, 06 de anfíbios e 22 de répteis (Anexo 3 – volume III). Não foram registradas espécies raras, endêmicas ou que constem na lista oficial de espécies da fauna silvestres brasileiras ameaçadas de extinção. Dentre as espécies consideradas no inventário, foram registradas algumas exóticas (não brasileiras) como a ratazana (Rattus spp), o camundongo (Mus musculus), o pardal (Passer domesticus), a pomba doméstica (Columba livia), a lagartixa-de-parede (Hemidactylus mabouia) e a barata doméstica (Periplaneta americana), assim como a presença de um grande número de espécimes de espécies domésticas, como cavalos (Equus caballus), cães (Canis familiaris), gatos (Felis catus) e galinhas (Galus spp.). Estas são espécies que sempre acompanham o homem e que são consideradas como um forte indicativo de degradação ambiental local, pois além de competirem com as espécies silvestres por recursos como alimentação e abrigo, podem também atuar na disseminação de doenças e como predadores, extinguindo e/ou expulsando as espécies nativas da área. Apesar de alguns locais apresentarem visualmente uma estrutura preservada de Cerrado (campo sujo e campo cerrado), principalmente na porção norte da área de estudo, estes não foram resultaram em uma comunidade faunística esperada, com representantes de espécies silvestres residentes de médio e grande porte. A presença esporádica de animais de maior porte considerada nestas áreas, são de indivíduos transeuntes, provavelmente oriundos do Parna-Brasília e que utilizam o local como área de deslocamento (dispersão) ou como uma parcela do seu local de forrageamento (área de alimentação), apesar das barreiras (equipamentos urbanos – rodovias, construções) existentes entre as áreas do Parna-Brasília e da Área de Expansão Urbana Noroeste. 194 Assim, devido a presença humana de forma desordenada e de suas atividades depredatórias, a fauna silvestre nativa remanescente encontrada atualmente dentro da área de influência direta, é composta por espécies de pequeno porte e de ampla valência ecológica, oportunistas, generalistas e que preferencialmente habitam áreas abertas, como algumas espécies de roedores, morcegos, aves, lagartos, cobras, sapos e pererecas. Não foi registrada a presença de refúgios ou áreas de reprodução específicas para a fauna, como cursos d’água (riachos ou lagoas), matas de galeria e grutas ou cavernas, dentro da área de influência direta (Setor Noroeste e Parque Burle Marx). Especialmente em relação a avifauna, devido a sua grande capacidade de deslocamento (vôo), a área de estudo ainda atua como corredor de fauna, importante para a manutenção do fluxo gênico regional. Contudo, é importante ressaltar que este inventário é preliminar e que com o aumento do esforço de amostragem e com a execução de novas metodologias, como a utilização de armadilhas (capturas), este número deverá aumentar e também será possível a confirmação de uma série de espécies registradas como de provável ocorrência. 4.3.2 Ecossistemas Aquáticos O Distrito Federal situa-se em uma região de cerrado com uma variação sazonal marcada por uma estação chuvosa e uma seca. A presença de ambientes lóticos, lênticos naturais e artificiais, com características típicas de cada um, faz com que o estudo ambiental tanto da fauna quanto da flora, seja de fundamental importância para o entendimento dos diversos ambientes encontrados nesta região. Com relação aos estudos sobre macroinvertebrados bentônicos feitos em algumas unidades hidrográficas pertencentes à bacia do Lago Paranoá, foram encontrados os moluscos gastrópodes, Physella cubensis, Melanoides tuberculatus, Pomacea sp e Biomphalaria sp; os moluscos bivalves, Pisidium sp; insetos das ordens Diptera, Coleoptera, Odonata, Ephemeroptera, Himenóptera; Anelídeos, Oligoquetas e Hirudíneos, além de briozoários Ectoprocta. Estes organismos ocorrem em locais com pouco aporte de poluição. Os ribeirões do Bananal e do Torto, em comparação com os demais córregos formadores do Lago Paranoá, são considerados os que têm águas de melhor qualidade. • Ictiofauna As informações sobre a ictiofauna foram extraídas do livro Olhares sobre o Lago Paranoá (2001), do capítulo escrito por Ribeiro e colaboradores. Na formação do Lago Paranoá, a barragem foi construída sobre a antiga Cachoeira do Paranoá que, por sua altura, era uma importante barreira para a dispersão da fauna aquática, determinando um longo período de isolamento das comunidades de peixes do alto rio Paranoá. Segundo pesquisadores da ictiofauna. Isso explica a baixa similaridade (30%) entre as comunidades de peixes tributários do Lago Paranoá com as demais comunidades de peixes do DF (RIBEIRO & WALTER,1998). 195 A comunidade de peixes do rio Paranoá é formada por 67 espécies, das quais 52 (77,6%) são nativas e 15 (22,4%) exóticas. Entre as nativas, 42 espécies ocupam os tributários formadores do lago, 17 distribuem-se no baixo rio Paranoá, a jusante da barragem, e apenas 11 (21%) adaptaram-se às condições do novo lago. A ictiofauna nativa da Bacia do Rio Paranoá, a qual o ribeirão Bananal era integrante, é formada, principalmente, por peixes de escama da ordem Characiformes (57%) e por peixes de couro da ordem Siluformes (30,6%). As famílias Characidae, com 12 espécies (25%) e Crenunchidae, com 8 espécies (16,6%), são as mais representativas na comunidade. Os charutinhos do gênero Characidium (com 8 espécies – 17%) e os lambaris do gênero Astyanax (com 4 espécies 8,5%) apresentam os maiores números de espécies. A ação sinergística e cumulativa das diferentes mudanças ambientais provocadas pelo barramento sobre as comunidades aquáticas é marcada pela extinção local de algumas espécies e alteração na abundância da maioria. Permanecem apenas espécies "préadaptadas" ao ambiente lacustre isto é, aquelas que podem reproduzir-se e alimentar-se no novo ambiente. Há estudiosos que reconhecem quatro estágios hipotéticos na colonização de reservatórios a partir das comunidades dos riachos formadores: (1) espécies de peixes que se alimentam e se reproduzem nos tributários; (2) espécies de peixes que se alimentam no reservatório e se reproduzem nos tributários; (3) espécies de peixes que se alimentam e se reproduzem tanto no reservatório como nos tributários; (4) espécies de peixes que se alimentam e se reproduzem apenas no reservatório. As pesquisas sobre o lago Paranoá mostram que apenas 21% das espécies nativas dos tributários conseguiram adaptar-se com sucessão no lago Paranoá, seguindo rotas distintas de colonização. O acará-preto e o acará-amarelo, raros nos tributários, parecem ter encontrado no reservatório melhores condições de alimentação e desova, sobretudo nas áreas marginais com vegetação, podendo-se supor que estejam no último estágio de colonização. O acará-preto, comum nas décadas de 1970 e 1980, parece ter diminuído nos anos 1990, enquanto o acará-amarelo vem aumentando significativamente sua presença no lago na última década. As traíras e jejus, que nos tributários ocupam os brejos-veredas vivem em hábitats semelhantes (áreas com plantas aquáticas e troncos) nas margens do lago, onde são encontrados ao longo de todo ano, sugerindo que também ocupem os estágios finais de colonização. Esses exímios predadores de emboscada vêm conseguindo estabelecer populações crescentes no lago, na última década. Outro ocupante dos brejo-veredas, o sarapó especializou-se em viver junto às raízes das ilhas flutuantes de plantas aquáticas do lago. A evidência de que os sarapós do lago são bem maiores que os dos tributários parece sugerir um processo ainda parcial de colonização no reservatório. Os cascudos e lambaris, comuns nos córregos com fundos de cascalho-pedras, parecem ter colonizado o Lago Paranoá nas margens com o mesmo substrato. Todavia, enquanto os 196 cascudos foram mais abundantes até a década de 70, os lambaris, então quase ausentes do lago, vêm estabelecendo populações abundantes, sobretudo a partir dos anos 90. O bagre, comum no fundo dos poços dos tributários, ocupa o fundo do lago principalmente nos braços do Gama e Bananal, mas suas populações no lago parecem estar diminuindo a cada década. O sagüiru ou saúba, também muito freqüente até a década de 80, parece restrito os estuários dos braços do Torto, Bananal e Gama. Não há evidências conclusivas sobre o local de desova dessas espécies, mas o fato de quase desaparecerem do lago na época das chuvas (período de desova) sugere que ainda desovem nos tributários. Os reservatórios podem ser vistos como ambientes intermediários entre os rios e os lagos verdadeiros. Os rios são ambientes antigos, enquanto os lagos são recentes. Por isso, poucas espécies lóticas (de águas correntes) conseguem sobreviver em ambientes lênticos (de águas paradas). Espécies invasoras também podem provocar transformações nas comunidades de peixes lóticos e a introdução de espécies exóticas tem sido uma rota importante para os invasores. As introduções de peixes no Lago Paranoá se iniciaram no ano de 1960. A Tabela 39, a seguir, apresenta as espécies de peixes introduzidas no lago e seus respectivos anos. Tabela 39 - Principais espécies introduzidas no Lago Paranoá. Década Principais espécies introduzidas 60 Tilapia rendalli (tilápia do congo), Micropterus slamoides (black-bass), Lepomis macrochira (bluegill) 70 Cyprinus carpio (carpa comum), Cichla ocellaris (tucunaré), Oreochromis niloticus (tilápia do nilo) 80 Caallychthys callychtys (tamoatá), Colossoma macropumum (tambaqui) Algumas espécies exóticas têm invadido os tributários, a partir da década de 90, já tendo estabelecido populações importantes nos trechos mais alterados por ações antrópicas (foz dos tributários – efeito de represamento do trecho inferior dos córregos em áreas onde o assoreamento do canal modificou o substrato natural). Nesses locais, as espécies nativas já estão sendo substituídas por espécies exóticas. 4.4 Meio Antrópico Se a finalidade do planejamento é o desenvolvimento do homem e a melhoria de suas condições de vida, seu estudo é primordial nesta ação. Nessa perspectiva, as informações referentes às características da população constituem os principais dados com que devem contar todos aqueles que estão envolvidos na ação planejadora. Os níveis de desenvolvimento alcançados por uma região estão, em grande parte, 197 relacionados com a distribuição e capacitação de sua população. 4.4.1 Dinâmica e Estrutura Populacional 4.4.1.1 - Evolução da População do Distrito Federal A construção da nova capital no Planalto Central visou, primordialmente, diminuir as desigualdades existentes entre a população litorânea e a do interior, procurando minimizar as distorções econômicas e sociais reinantes e objetivando a verdadeira integração nacional. Dentro de uma visão mais ampla, a interiorização da Capital da República pode ser entendida como a primeira realização para o surgimento de uma política de planejamento regional no Brasil. A oportunidade da mudança do Governo Federal para Brasília e a sua construção mobilizaram toda nação, e para aqui correram contigentes humanos vindos de diferentes regiões do país, em busca do promissor mercado de trabalho que então se vislumbrava. Brasília surgiu, portanto, como pólo de atração de correntes migratórias de todas as regiões do país, registrando então elevadas taxas de crescimento demográfico. Tabela 40 - Evolução da População no Distrito Federal. LOCALIDADES CENSO CENSO CENSO CENSO CENSO CENSO 60 70 80 91 96 00 60/70 TAXA DE CRESCIMENTO MÉDIO ANUAL 70/80 80/91 91/96 96/00 Brasília 68.665 149.982 275.087 262.264 202.426 198.422 6,2 -0,4 -1,0 -0,50 Cruzeiro - 6.685 35.614 51.230 56.008 63.883 - 8,1 18,2 3,4 1,8 3,34 Guará - 24.864 82.482 97.374 102.709 115.385 - 12,7 1,5 1,7 2,95 N. Bandeirante 21.033 11.268 17.477 27.888 31.327 36.472 -0,6 4,5 4,3 2,4 3,87 Gama - 72.405 132.726 136.207 121.601 130.580 - 6,2 0,2 -2,2 1,80 Taguatinga 26.111 107.347 192.999 228.249 221.254 243.575 15,1 5,5 1,5 -0,6 2,43 Ceilândia - 82.205 280.362 364.289 342.885 344.039 - 12,8 2,4 -1,2 0,08 Brazlândia - 9.592 19.144 41.119 47.714 52.698 - 7,1 7,2 3,0 2,51 Sobradinho 8.478 39.458 62.980 81.521 101.136 128.789 16,6 4,8 2,4 4,4 6,23 Paranoá - - - 39.066 47.126 54.902 - - 3,89 3,8 Planaltina 2.917 18.508 39.964 Samambaia - - - 90.185 116.452 147.114 20,3 127.431 157.341 164.319 - 8,0 - 7,7 5,3 6,02 1,09 - Santa Maria - - - - 87.706 98.679 - - - 4,3 - São Sebastião - - - - 44.235 64.322 - - - - 9,81 2,99 Recanto das Emas - - - - 51.671 93.287 - - - - 15,92 Lago Sul - - - - 28.946 28.137 - - - - -0,71 Lago Norte - - - - 26.211 29.505 - - - - 3,00 Candangolândia - - - - 13.827 15.634 - - - - 3,12 Riacho Fundo - - - - 21.371 41.404 - - - - 17,98 Urbano Rural D. Federal 127.204 522.314 1.138.835 1.546.823 14.538 21.700 37.913 85.205 141.742 544.014 1.176.748 1.632.028 1.821.946 2.051.146 15,2 6,4 2,6 1,0 89.647 4,1 5,7 7,7 3,9 1.951.644 2.140.793 14,1 8,1 2,8 1,2 129.698 198 Fonte: Censo Demográfico, 1960,70,80,91 e 2000 e contagem populacional 1996 – IBGE.; Anuário Estatístico do DF, 2001 Seduh Obs: Nos censos até 1991, Lago Sul e Lago Norte, pertencem a Brasília. Na população rural estão inclusos alguns condomínios, que são entendidos pelo IBGE como área rural O acelerado crescimento populacional (taxa anual de 14,1% no decênio 1960/70) compeliu o Governo a criar cidades-satélites não previstas no plano urbano inicial e expandir as existentes, a fim de abrigar as populações excedentes. Na década 1970/80 as taxas de crescimento populacional passaram a ser mais moderadas, em decorrência não somente da reorientação de fluxos migratórios para a região do Centro-Oeste, como também pela alteração das expectativas que caracterizaram os deslocamentos pioneiros, em função da diminuição na oferta de novos empregos em Brasília. Apesar de inferior ao crescimento constatado no período de 1960/1970, o aumento populacional do Distrito Federal, no período de 1970/1980 foi de 8% em média, o que representou, em números absolutos, um acréscimo de 639.750 nos habitantes incorporados à população local, sendo que 480.002 foram migrantes oriundos das diversas regiões do país. No censo de 1991, observa-se que a taxa de crescimento da população do Plano Piloto cai, a população se desloca para outras Regiões Administrativas, tais como: Guará e Cruzeiro. Neste período, é criada a R.A. Samambaia, que já nasce com um contingente populacional elevado, 127.431 habitantes. Na contagem populacional 1996, feita pelo IBGE, o Plano Piloto é desmembrado do Lago Sul e Lago Norte, com isso há uma queda mais acentuada na taxa de crescimento populacional no Plano Piloto, a população passa de 262.264 para 202.496 habitantes. A partir da contagem 1996, surgem novas Regiões Administrativas, tais como: Candangolândia, Lago Sul, Lago Norte, Riacho Fundo, Recanto das Emas, Santa Maria e São Sebastião, basicamente formada por população de baixa renda, com exceção dos Lagos Sul e Norte. A população do Distrito Federal se encontra predominantemente concentrada em aglomerados urbanos, cerca de 96 %. Fato perfeitamente compreensível por se tratar de uma unidade da federação com uma base econômica centrada no setor terciário, um território de pequenas dimensões e um setor primário pouco significativo comparado ao padrão de consumo local. Na década de 1990, a população do Distrito Federal sofreu grandes transformações na sua distribuição físico-espacial. Estas transformações devidas, principalmente, à elevação dos preços de aluguéis fizeram com que a população migrasse para outros núcleos urbanos, promovendo uma nova dinâmica na distribuição espacial da população.Regiões Administrativas como Brasília perderam população para outras como Cruzeiro e Guará. Houve incremento também em novas cidades, como Samambaia e Paranoá (anteriormente agregado a Brasília), que serviram como opções mais baratas de moradia para a população. 199 O aumento demográfico traz, como efeito, o inchaço dos grandes centros urbanos, contribuindo para agravar a qualidade de vida de suas populações. A estimativa é que a população do DF tenha uma população projetada em 2005 de 2.277.259 habitantes (SEDUH, 2000). O desemprego é um dos agravantes do crescimento demográfico sem planejamento. A População Economicamente Ativa do Distrito Federal é composta atualmente de aproximadamente 895 mil pessoas. O desemprego tem alcançado índices altíssimos no Distrito Federal, em 2000, a taxa foi de 19,6%, o que representa aproximadamente um contigente de 175,4 mil pessoas desempregadas, que atinge mais fortemente a população de baixa renda. A partir da renda familiar média, estabelecida como parâmetro, os estudos da Codeplan agruparam as Regiões Administrativas, segundo as suas particularidades econômicas, em cinco grupos: - Grupo 1- Brasília, Lago Norte e Lago Sul - padrão de vida elevado, acima da média no DF, com rendimento médio mensal das famílias entre 32,5 SM (Salário Mínimo) de Brasília aos 65,8 SM, do Lago Sul. Nesse grupo residem 70,6% nesta faixa de renda, apesar de abrigar 13,9% da sua população total; - Grupo 2- Cruzeiro, Guará, Núcleo Bandeirante e Taguatinga - o rendimento médio mensal das famílias varia entre 16,1 SM de Taguatinga e os 29,05 SM do Cruzeiro, onde 36,2% das famílias tem rendimento médio mensal entre 10 e 25 SM e 33,5% entre 2 e 10 SM. É expressivo o percentual com rendimento na faixa de 25 a 40 SM, com 14,3% contra a média de 8,95% no DF. E, ainda, com 24,3% das famílias na faixa mais elevada da renda, acima de 40 SM mensais; - Grupo 3- Gama, Sobradinho, Riacho Fundo e Candangolândia -compreende as RAs que têm rendimento médio mensal familiar entre 9,0 SM no Gama e 11 ,4 SM em Candangolândia. O maior percentual das famílias neste grupo, ou seja, 49,8% tem renda média de 2 a 10 SM. Em seguida, está o subgrupo de 25,0%, onde as famílias possuem um rendimento mensal entre 10 e 25 SM e, finalmente, aquelas que auferem até 2 SM, representando 16,6% do total; - Grupo 4- Brazlândia, Planaltina, Ceilândia e Samambaia- compreende as RAs que têm o rendimento médio mensal entre 6 SM de Planaltina e os 7 ,6 SM de Samambaia e Ceilândia. Este grupo possui 33,7% da população do Distrito Federal, e a grande maioria das famílias, 60,3%, têm rendimento médio mensal entre 2 e 10 SM, sendo expressivo o percentual daquelas com renda de até 2 SM, 20,5%; - Grupo 5- Paranoá, Santa Maria, São Sebastião e Recanto das Emas- compreende as RAs que têm o menor rendimento médio do Distrito Federal, oscilando entre os 4,6 SM do Paranoá e os 5,3 SM de São Sebastião. A expressiva taxa de 65, 7% das famílias possui renda média mensal entre 2 e 10 SM e 29,4% de até 2 SM. Apenas 8% situam-se na faixa de 10 a 25 SM e os que têm rendimento acima de 25 SM, não chegam a 1 %. 200 As diferenças de renda entre as Regiões Administrativas são acompanhadas por diversos indicadores, entre os quais podem-se destacar as condições da moradia, o acesso aos equipamentos de infra-estrutura urbana, o nível de escolaridade, entre outros. Todos esses dados vêm expressar os resultados referentes à renda familiar, que confirmam a hierarquia e a segregação espacial existente entre as RAs, segundo o perfil socioeconômico da população do Distrito Federal. O Distrito Federal é carente em termos habitacionais, a região cresceu mais do que o esperado, e os aspectos econômicos e de infra-estrutura não acompanharam tal ritmo. Hoje a população sofre com a falta de habitações e com a conseqüente supervalorização dos imóveis para compra ou aluguel. 4.4.1.2 - Caracterização da Região Administrativa de Brasília A Região Administrativa de Brasília – RA I – foi criada através da Lei nº 49/89 e do Decreto nº 11.921/89. Até 1994, a RA I incluía os Lago Sul e Norte, a partir deste ano, essas áreas se tornaram regiões administrativas independentes. Através da Lei nº 1.648, de 16.9.97, a RA I passa a denominar-se Região Administrativa Plano Piloto, não havendo, porém, alterações na área, nos limites e nas suas confrontações. Atualmente a RA I compreende o Plano Piloto, o Setor Militar Urbano e a Vila Planalto. Nesta Região Administrativa encontram-se a sede administrativa do Governo do Distrito Federal (executivo, legislativo e judiciário) e a sede dos três poderes da República: Executivo, Legislativo e Judiciário. O Plano Piloto é uma localidade exclusivamente urbana, com área territorial de 472,12 km2, cerca de 8% da área do DF (SEDUH, 2000). Possui uma população, segundo o Censo 2000, de 198.422 habitantes, o que representa 9,7 % da população total do Distrito Federal. A sua densidade demográfica, segundo dados da Codeplan para o ano de 2000, é de 492,01hab/km2. A RA I apresenta boas taxas de saneamento básico, 100% da população têm rede pública de abastecimento de água, 91,5% dos imóveis são providos de esgotamento sanitário e 100% de abastecimento de energia elétrica. É bem servida de equipamentos urbanos, tais como: comércio, serviços, cinemas, restaurantes, bares, escolas, farmácias, hospitais, distribuídos homogeneamente em todos os setores da cidade. Com um contingente de, aproximadamente, 1.000.000 veículos circulando no DF (200.000 vindos de fora diariamente), o que representa 2,3 pessoas por veículo, explicase, de certa forma, porque as vias de circulação vêm se constituindo em um grande transtorno para a comunidade, principalmente nos horários de pico. O índice elevado de motorização do Distrito Federal (mais especificamente do Plano Piloto) é acompanhado por um processo de deterioração do sistema de transporte coletivo. Este fenômeno, que se reproduz nas grandes cidades do 3o mundo, e já identificado pelo HABITAT II (Conferência das Nações Unidas para Assentamentos Humanos,1996) como um dos grandes desafios para os administradores públicos no século XXI, tende a gerar demandas crescentes para a ampliação da capacidade de tráfego e estacionamento do 201 sistema de circulação urbana das cidades. Tal tendência, quando aplicável sobre uma estrutura urbana como Brasília – com crescentes índices de motorização, elevada categoria de renda e precário serviço de transporte coletivo, tende a promover crescentes congestionamentos em horas de pico, o que ao longo do tempo, gera pressões sobre a ocupação de áreas verdes, ameaçando o conceito de escala bucólica. A implantação do novo setor residencial certamente resultará pressões sobre a capacidade de tráfego instalada das vias existentes. Esse fator demanda a implantação de novas estruturas de intersecção propostas pelo projeto urbanístico – sem as quais, os conflitos de circulação se agravarão. Outro aspecto a ser analisado é o fator de que a política pública de transporte coletivo do Distrito Federal precisa ser revista - verifica-se, que independente da implantação do novo setor, o sistema de transporte urbano coletivo não atende satisfatoriamente a população. • Caracterização da População de Brasília (Plano Piloto) A população do Plano Piloto, Censo 2000, é de 198.422 habitantes. A população residente integra aproximadamente 65.526 famílias residentes em domicílios particulares (IBGE,2000), apresentando uma média familiar de 3 pessoas. A média familiar de Brasília é a menor encontrada no Distrito Federal. Esse indicador certamente tende a se repetir quando da implantação do setor residencial Noroeste. O nível de escolaridade no Plano Piloto é alto: 31,65% das pessoas possuem o 3º grau completo; 11,16% possuem o 3º grau incompleto; e 17,87% concluíram o 2º grau (Codeplan, 2000). Isto representa que 60,68% da população possuem, no mínimo, o nível de escolarização de segundo grau (Figura 37). 1% 1% 4% 4% Analfabeto 17% Sabe ler e escrever Pré-escolar 32% 1º grau incompleto 4% 1º grau completo 2º grau incompleto 2º grau completo 8% Superior incompleto Superior completo Menores 7 anos sem escola 11% 18% Fonte: Codeplan (2002). 202 Figura 37 - Grau de Escolaridade da População do Plano Piloto. Observa-se que, em relação à naturalidade da população residente, 30,2% são nascidos no Distrito Federal; 13,3% em Minas Gerais; 11,8% no Rio de Janeiro; 5,3% em São Paulo, o restante da população é natural dos demais estados. Da população que reside no Plano Piloto, 18% residem no Distrito Federal de 1 a 4 anos; 15,3% residem de 15 a 19 anos; 15,1% residem de 20 a 24 anos e 13% a mais de 30 anos. 4.4.1.3- Características de Emprego e Renda Em se tratando de um empreendimento destinado ao atendimento do mercado imobiliário para a classe média, interessa mencionar alguns aspectos relevantes relativos à característica de emprego e renda do Distrito Federal. Na última década constata-se no DF uma concentração de renda acentuada. Segundo o Anuário Estatístico do Distrito Federal (SEDUH, 2000), o índice GINI saltou de 0,5566 em 1992 para 0,4634 em 1997 – demonstrando que aumentou a participação do PIB das pessoas mais ricas em relação as outras categorias de renda. Nas áreas mais próximas ao empreendimento os núcleos que apresentam maior rendimento familiar são respectivamente o Lago Sul, com 65,76 salários mínimos; o Lago Norte, com 52,7 salários mínimos; e Brasília, com 32,53 salários mínimos (dados de 1997) e Sudoeste com 40,5 salários mínimos (dados do PDAD 2004). Resta salientar que o perfil de rendimento familiar do DF, comparativamente com outras unidades da federação é um dos maiores do país. Tal característica confere a uma considerável parte da população economicamente ativa, condições de adquirir imóveis no local do empreendimento – caso se implante, como aconteceu no Setor Sudoeste e Águas Claras, uma política governamental voltada ao atendimento da classe média (por meio de venda à cooperativas habitacionais, ou pela oferta de tipologias mais acessíveis à população, por exemplo). A população economicamente ativa (PEA), em 1999, era constituída de 70% de assalariados aproximadamente, sendo que destes 55,5% estava vinculado ao setor privado, e 22,4% trabalhava sem carteira de trabalho. Em termos de atividade das pessoas ocupadas, o setor Serviço responde por 55,9% da PEA, a Administração Pública com 21,2% e o Comércio com 14,2% - indicando que a base econômica do DF é o setor terciário. Verifica-se, por outro lado, que a Construção Civil, que antigamente mobilizava grande parte da economia do DF, contribui com apenas 3,9% da PEA – quase o mesmo valor da Indústria de Transformação. A realização de empreendimentos oficiais de expansão urbana e imobiliária tende a alterar o quadro apresentado. 4.4.1.4 – Expectativas com Relação ao Setor A criação de um novo setor residencial no Plano Piloto tem como objetivo aumentar a 203 oferta de moradias. Com a finalidade de saber as expectativas da comunidade com relação ao Setor Residencial Noroeste, foi realizada, ainda na elaboração do EIA/RIMA elaborado pela TC/BR em 1998, uma pesquisa de opinião junto aos moradores do Plano Piloto, Cruzeiro, Setor Sudoeste e Áreas Octogonais, que fazem parte da área de interesse, devido à sua proximidade com a área do empreendimento. A pesquisa foi feita mediante a aplicação de questionários, com perguntas de cunho sócio-econômico, voltadas para a criação do novo setor residencial. O universo amostral foi de 200 pessoas – distribuídas proporcionalmente entre o tamanho das populações dos núcleos urbanos consultados. Tomou-se cuidado para que a pesquisa fosse aleatória, aplicada apenas entre os moradores das localidades acima citadas, e de modo bastante abrangente dentro dos setores entrevistados, a fim de evitar distorções de informações. Indicam-se, a seguir, os principais resultados dessa pesquisa, constantes do EIA/RIMA de 1998, fazendo-se distinção entre Plano Piloto e demais áreas pesquisadas – Cruzeiro, Sudoeste e Octogonal, cujas respostas apresentaram maior uniformidade. • Análise dos Resultados da Pesquisa no Plano Piloto Os questionários foram respondidos por 50% de pessoas do sexo masculino e 50% do sexo feminino. Dos moradores, 31,7% tinham de 41 a 50 anos; 27,7% de 31 a 40 anos; 17,6% de 21 a 30 anos; 14,9% de 51 a 60 anos e 8,1% tinham mais de 60 anos de idade. Dos entrevistados 41,2% possuem o 3º grau completo e 31,8% concluíram o 2º grau (Figura 38). 7,4% 1º Grau Incompleto 1º Grau Completo 31,8% 2º Grau Incompleto 41,2% 2º Grau Completo Superior Incompleto Superior Completo Mestrado Doutorado 2,7% 10,1% 0,7% 4,1% 2,0% Figura 38 - Grau de Escolaridade dos Entrevistados. Com respeito ao tempo de residência no Distrito Federal: 31,7% residem de 21 a 30 anos; 30,4% de 11 a 20; 22,3% residem a mais de 30 anos; 6,8% têm de 6 a 10 anos de residência; 6,1% residem de 2 a 5 anos e apenas 2,7% residem no DF a menos de dois anos. Dos entrevistados, 66,9% possuem imóvel próprio e 33,1% não possuem. Sobre a renda 204 média mensal familiar dos entrevistados: 27% recebem entre 10 a 20 salários mínimos vigentes, 23% de 20 a 30 salários, 21,6% de 30 a 50, 8,8% acima de 50 salários, 18,2% de 5 a 10 e 1,4% de 1 a 5 salários mínimos. Quando foi perguntado aos entrevistados a opinião sobre a criação de um novo setor habitacional para classe média no Plano Piloto, 41,2% acharam ótimo e 40,5% disseram que seria bom (Figura 39). 40,5% 41,2% Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo 4,7% 2,7% 6,8% 4,1% Não sabe/Não tem opinião Figura 39 - Opinião sobre a Criação de um Novo Setor Residencial. Com relação à necessidade da criação de um novo setor habitacional em Brasília para classe média, 73% responderam que sentem a necessidade de um novo setor (Figura 40). 73,0 % %80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 23,0 % 30,0 20,0 4,0 % 10,0 0,0 Sim Não Não sabe/Não tem opinião Figura 40 - Opinião sobre a necessidade da Criação de um Novo Setor Residencial. 205 Quando foram questionados se a criação deste novo setor afetaria a qualidade de vida dos moradores de Brasília, no que diz respeito a acesso, transporte, serviços, comércio, lazer, etc, 54,7% disseram que a implantação de um novo setor residencial não afetaria a qualidade de vida da comunidade (Figura 41). 54,7 % 60,0 50,0 Sim Positivamente 30,4 % 40,0 Sim Negativamente 30,0 Não 14,9 % 20,0 10,0 0,0 Figura 41 - Opinião sobre a Qualidade de Vida. Sobre a criação desse novo setor residencial para classe média em Brasília, perguntou-se se haveria interesse na aquisição de imóvel. 62,8% responderam que teriam interesse (Figura 42). 70,0 62,8 % 60,0 50,0 33,8 % 40,0 30,0 20,0 3,4 % 10,0 0,0 Sim Não Não sabe/Não tem opinião Figura 42 - Interesse na Aquisição de Imóveis. 206 • Análise dos Resultados da Pesquisa de Opinião no Cruzeiro Setor Sudoeste e Áreas Octogonais A pesquisa foi respondida por 51,9% de pessoas do sexo masculino e 48,1% do sexo feminino. Destes, 28,9% têm de 21 a 30 anos; 26,9% de 31 a 40 anos; 19,2% de 41 a 50 anos; 19,2% de 51 a 60 anos e 5,8% acima de 60 anos de idade. Dos entrevistados, 32,7% possuem o 2º grau completo e 25% o superior completo (Figura 43). 32,7% 5,8% 3,8% 1º Grau Incom pleto 1º Grau Com pleto 2º Grau Incom pleto 2º Grau Com pleto Superior Incompleto Superior Com pleto 9,6% 19,3% Mestrado Doutorado 0,0% 3,8% 25,0% Figura 43 - Grau de Escolaridade dos Entrevistados. Sobre o tempo de residência dos entrevistados no DF: 38,5% residem de 21 a 30 anos; 30,8% de 11 a 20 anos; 19,2% residem a mais de 30 anos; 7,7% entre 5 e 10 anos e 3,8% residem de 2 a 5 anos, sendo que, 55,8% possuem imóvel no Distrito Federal e 44,2% não possuem. Com respeito à renda média mensal familiar: 26,9% ganham de 10 a 20 salários mínimos; 21,2% de 20 a 30 salários; 19,2% de 5 a 10 salários; 11,5% de 1 a 5 salários e 7,7% acima de 50 salários mínimos vigentes. Quando foi perguntado aos entrevistados a opinião sobre a criação de um novo setor residencial para classe média em Brasília, 44,2% acharam ótimo e 38,5% disseram que seria bom e 13,5% não responderam (Figura 44). 207 44,2% 38,5% Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo Não sabe/Não tem opinião 7,7% 2,0% 3,8% 3,8% Figura 44 - Opinião Sobre a Criação de um Novo Setor Residencial. Com relação à necessidade de criação de um novo setor residencial em Brasília para classe média, 67,3% responderam que sentem necessidade de um novo setor (Figura 45). % 67,3 % 70,0 60,0 50,0 40,0 25,0 % 30,0 20,0 7,7 % 10,0 0,0 Sim Não Não sabe/Não tem opinião Figura 45 - Opinião Sobre a Necessidade de Criação de um Novo Setor Residencial. Quando foram questionados se a criação deste novo setor afetaria a qualidade de vida dos moradores de Brasília no que diz respeito ao acesso a transporte, serviços, comércio, lazer, etc, 59,6% disseram que um novo setor residencial não afetaria a qualidade de vida da comunidade (Figura 46). 208 % 59,6 % 60,0 50,0 Sim Positivamente 40,0 Sim Negativamente 28,9 % Não 30,0 Não sabe/Não tem opinião 20,0 9,6 % 1,9 % 10,0 0,0 Figura 46 - Opinião Sobre a Qualidade de Vida. Sobre a criação desse novo setor residencial perguntou-se aos entrevistados se haveria interesse na aquisição de um imóvel neste novo setor, 73,1% responderam que haveria interesse (Figura 47). % 73,1 % 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 26,9 % 30,0 20,0 0,0 % 10,0 0,0 Sim Não Não sabe/Não tem opinião Figura 47 - Interesse na Aquisição de Imóveis. Através da pesquisa de opinião, realizada em Brasília, Cruzeiro, Setor Sudoeste e Áreas Octogonais, pode-se concluir que a implantação de um novo setor residencial para classe média será bem aceita pela população da cidade. A pesquisa não apresentou indícios que demonstrassem qualquer apreensão com relação a alterações na qualidade de vida da população. 4.4.2 Novas Visões sobre a Implantação do Setor Noroeste Ribas (2003) ao apontar o princípio da incerteza das metodologias de estudo de impacto 209 ambiental de assentamentos urbanos, salienta que a percepção da sociedade sobre o panorama da qualidade ambiental presente tem influências sobre a visão que a mesma tem sobre um novo empreendimento, independente dos efetivos impactos ambientais (positivos e negativos) sobre um determinado espaço territorial. Isso implica dizer que, em um cenário de degradação ambiental crescente de um determinado espaço territorial, há uma tendência da sociedade11 em transferir parte ou total responsabilidade do atual quadro de degradação ao novo empreendimento que pretenda ser implantado no espaço territorial em questão. De modo reverso, em um cenário de crescente controle ambiental e melhoria efetiva da qualidade ambiental, o mesmo grupo de atores sociais, tende a minimizar os efeitos deletérios de um novo assentamento urbano que pretenda se implantar no espaço em análise. Nessa perspectiva, verifica-se, desde a pesquisa realizada no 1o EIA/RIMA (TERRACAP &TC/BR, 1998) elaborado em 1998, que a deterioração da qualidade ambiental, tem influenciado os atores relevantes acerca dos potenciais impactos negativos do empreendimento – independente deles acontecerem efetivamente. Os aspectos que mais interferem sobre a opinião negativa acerca do novo empreendimento são: a) a circulação urbana, que, com o aumento do número de veículos tem provocado um aumento do número crescente de pontos passíveis de congestionamento nas horas-pico; b) a integridade do Parque Nacional, que, com a implantação da Vila Estrutural e a consolidação dos condomínios (parcelamentos irregulares) Lago Oeste, tem aumentado o grau de insularização de seu perímetro, dificultando a integração com outros ecótonos nativos; c) a capacidade do Lago Paranoá em receber novos aportes de nutrientes que, com a saturação da capacidade de tratamento das ETE, demanda novos estudos sobre o nível de eutrofização existente e potenciais riscos para o futuro; e, d) a demanda crescente por água em um panorama de estagnação da oferta (capacidade limitada dos atuais sistemas de abastecimento), podendo comprometer a qualidade do atual nível de abastecimento – considerado um dos melhores do país; Nesse panorama, sob a iminência da implantação deste novo empreendimento, a partir das prioridades políticas do governo atual, é que um conjunto de atores, organizados no “Fórum das ONGs ambientalistas do DF” vem se manifestando acerca da implantação desse empreendimento. A seguir apresenta-se o conjunto de opiniões veiculadas na mídia acerca do assunto: a) Jornal de Brasília (25/09/2003) – “Ambientalistas querem mais cautela”. 11 Ou grupo de atores sociais diretamente interessado em um determinado empreendimento. 210 “Os ambientalistas são cautelosos quanto ao empreendimento. Para eles, ainda há espaço de sobra no DF para a habitação da classe média, como a Asa Norte, o Sudoeste e Águas Claras”. Essa tese, porém, é falsa segundo a Seduh, porque todas as projeções na Asa Norte pertencem à Fundação Universidade de Brasília, enquanto no Sudoeste e Águas Claras, as projeções estão todas vendidas. "É preciso discutir as ofertas de moradias e depois disso analisar a sustentabilidade da bacia, antes de falar do Noroeste", diz a secretáriaexecutiva do Fórum das Organizações Não-Governamentais Ambientalistas do DF, Dolores Pierson.” A posição do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional regional (Iphan) também é de cautela. "O Noroeste não é bom nem ruim, dependendo do que se vai fazer lá", diz Cláudio Queiroz, gerente-regional do Iphan. Para Queiroz, quando Lúcio Costa sugeriu o setor no documento "Brasília Revisitada", a proposta estava baseada no crescimento populacional.” b) Jornal de Brasília (26/09/2003) – “Plebiscito pode decidir Noroeste - Fórum que discute novo setor sugere decisão por referendo” “O Setor Habitacional Noroeste ainda nem saiu do papel e apesar de estar previsto por Lúcio Costa desde 1987, não é uma unanimidade entre moradores da Asa Norte, ambientalistas e políticos locais. Parte desse mesmo grupo quer a realização de um plebiscito, para que os brasilienses decidam se querem ou não o Noroeste. O setor voltou a ser debatido ontem, durante o fórum "Setor Noroeste: Brasília Desfigurada?", realizado na UnB, sobre a necessidade e viabilidade do novo bairro. A discussão, no entanto, não teve a presença dos responsáveis pelo projeto, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) e a Terracap, que foram convidados pelos organizadores, mas não compareceram. "É prematuro sair condenando um projeto que ainda nem foi concluído e apresentado. O setor está em processo de estudo e há um desconhecimento sobre o que foi feito para adequá-lo à preservação ambiental", afirma a secretáriaadjunta da Seduh, Glória Rincon. A pendenga a respeito do Noroeste é principalmente ambiental. Uma liminar da Justiça, em novembro de 2000, obrigou a Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) a adequar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) à região. Desde então, o empreendimento está parado. O projeto inicial previa uma área de 300 hectares e 40 mil habitantes e mudou para 825 hectares e 80 mil habitantes. O projeto baixou para 40 mil habitantes, mas dos 825 hectares, 300 hectares são de um parque ecológico e de uso múltiplo, o Burle Marx. Além disso, a área está próxima ao Parque Nacional e possui nascentes que formam a Bacia do Paranoá. Em maio deste ano, a Terracap chegou a marcar 211 uma audiência pública para a aprovação do setor - procedimento exigido por lei que foi cancelada pela Justiça até que a Terracap complementasse os estudos de impacto ambiental.” Além dessas manifestações registra-se, de igual modo, as manifestações das entidades relacionadas com a construção civil (Sinduscon, Ademi e Asbraco) em favor do empreendimento. Segundo essas entidades, o empreendimento ampliará a oferta de unidades habitacionais provocando, de imediato, três efeitos positivos: a) sobre a economia em geral, com o aquecimento do setor da construção civil; b) sobre o controle da ocupação do uso do solo diminuindo a pressão sobre a demanda de habitações para a classe média – que na falta de iniciativas públicas, investe no mercado de loteamentos irregulares; c) sobre a preservação da área tombada, que estaria assegurada com o planejamento da ocupação da área, que pela sua acessibilidade e excelente localização, tende a sofrer inúmeras tentativas de ocupação irregular. De igual modo o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-DF) também vem se manifestando sobre o tema: c) Jornal do Brasil, Sucursal/Brasília (10/1/2003) – “Iphan aprova projeto”. “Para o arquiteto Cláudio Queiroz, superintendente do Iphan em Brasília, a criação do bairro nos moldes estabelecidos por Lúcio Costa não afeta a estrutura da cidade. Ele se preocupa apenas com os edifícios de cobertura, que acabam criando um sétimo andar.” “Segundo o presidente da Terracap, Eri Varela, o GDF deve gastar R$ 80 milhões com a infra-estrutura do setor. Cada quadra, equipada com água, luz, asfalto, jardins e rede de água e esgoto sai por, aproximadamente, R$ 3,5 milhões. O novo bairro será vizinho do recém-criado Parque Burle Marx, de 174 hectares.” 4.4.3 Uso e Ocupação Atual da Área de Estudo Quanto ao uso do solo, foram identificadas as seguintes ocupações na área do empreendimento: • Área de Interesse Hospitalar e Militar Nesta área localizam-se o Instituto de Saúde e Gerência de Zoonoses; o Sanatório Espírita de Brasília; e uma casa de repouso – “O Sítio do meu Avô” –, que se encontra desativada. • Área Invadida por Barracos Na área destinada ao setor, verifica-se a existência de ocupação de caráter irregular. Na porção central do setor, ocorrem algumas invasões de população de baixa renda, que inclusive se apropriam de trecho de uma via, onde foram construídos, alguns barracos esparsos, cujos ocupantes criam animais e fazem desmatamentos para plantios diversos. 212 • Área Ocupada por Indígenas Contígua aos barracos foi constatada a existência de área ocupada por indígenas. Segundo informações de um deles, tal região foi ocupada por índios desde 1968. Existem 6 barracos ocupados por famílias indígenas com etnias diferentes, dentre elas: Cariri, Cariri Xacó, Tuxá, Funiô. Os índios fazem pequenas plantações de milho, alface, mandioca, criam galinhas e alguns deles vendem artesanato. Apesar de alegarem direito à posse, a Terracap informa que a área é totalmente desapropriada e não tem qualquer acordo com a Funai para cessão de ocupação da gleba por grupos indígenas. As Fotos 28 e 29 apresentam essas ocupações. • Áreas Degradadas Nas proximidades do Instituto de Controle de Zoonoses foi constatada a existência de uma área de empréstimo, utilizada como jazida de areia e cascalho, denominada Jazida do Canil, que atua sob a licença nº 310 do Iema/Sematec, cuja data de concessão foi 9/8/95, com período de validade de 365 dias. Nas adjacências dessa área, está localizada uma região desmatada, onde foi verificado uma grande extensão de movimento de terra, constituído principalmente de material argiloso, e observado a deposição de entulho de obras. As Fotos 30 a 33 ilustram algumas áreas degradadas. 213 Foto 30- Vista da área degradada com material argiloso, atrás do Sanatório Espírita de Brasília. Foto 31- Vista da área degradada, atrás do Sanatório Espírita de Brasília. 214 Foto 32 - Vista da área degradada, atrás da Casa de Repouso. Foto 33 - Vista da área degradada, atrás da Casa de Repouso. Predominância de material arenoso. 215 • Áreas Incorporadas ao Parque Burle Marx O novo desenho para o parque é resultante da incorporação de áreas consideradas estratégicas para seu efetivo funcionamento. As áreas incorporadas são as seguintes: • Uma parcela do terreno destinado ao Camping de Brasília (de 74,9 hectares). Em 1998, o terreno destinado ao Camping foi parcelado, com vistas a propiciar a instalação de grandes empreendimentos de hotelaria, entretenimento e lazer, considerando o desvirtuamento de suas finalidades e a ociosidade de sua ocupação. No âmbito governamental, esse projeto foi revisto pela necessidade de se manter, ao menos temporariamente, as instalações existentes do Camping e se resguardar esse setor à implantação do bairro habitacional – como previsto no Plano Brasília Revisitada. Assim, ao analisar o projeto como um todo (bairro e parque), constatouse que duas glebas do antigo Camping poderiam ser integradas ao novo contorno do Parque: uma de 54,9 hectares, no alinhamento da adutora da Caesb; e outra de 20 hectares, onde hoje estão as principais instalações de acampamento (Área 1). • O terreno do depósito de carros apreendidos do DETRAN (Área 2); • A faixa de área aos fundos do Setor Terminal Norte (916 Norte), de 17,6 hectares aproximadamente, hoje pertencente à Terracap, possui um dos trechos de vegetação nativa mais preservados da região. Sua incorporação aos limites do Parque é importante para assegurar um corredor verde contínuo com a vegetação ciliar do ribeirão Bananal (Área 3). Essas áreassão papresentadas no Ceoqui a seguir (Figura 48), que mostra ainda uma outra área correspondente a 3 lotes no Setor de Grandes Áreas Norte (SGAN) de propriedade original da Secretaria de Educação do DF, e posteriormente aliciada a terceiros (Área 4). A área do parque tem diferentes níveis de degradação decorrente de ocupações ilegais, introdução de espécies exóticas, queimadas e deposição de lixo e entulhos. 216 Figura 48 - Novos Limites do Parque. • Outras Ocupações Próximo a casa de repouso, constatou-se, também, a existência de uma caixa d’água da Caesb na porção sudeste da área. Uma parcela do Setor de Áreas Isoladas Norte – SAIN Parque Rural, onde está situada a Fundação Zoobotânica, está localizada na porção norte da poligonal de estudo. O restante da área encontra-se desocupada, apresentando vegetação nativa de Cerrado e algumas trilhas abertas na mata. Como principais condicionantes à proposta de parcelamento, ressalta-se a presença de: − desnível do terreno no sentido norte/sul; − trechos com vegetação nativa; − redes adutoras subterrâneas, interceptores de esgoto, linhas de alta tensão, redes de drenagem que atravessam a poligonal da área de estudo; − ocupações irregulares de invasores e indígenas, conforme descrito acima. 217 O entorno da área do empreendimento apresenta uma série de setores já ocupados e em uso. Na margem oposta a EPIA – DF-003, encontram-se o Setor de Oficinas Norte, um hipermercado e o Parque Nacional, onde se localiza a “Água Mineral”. A Estrada Parque Armazenagem e Abastecimento – EPAA (DF-61), situada na porção sul do empreendimento, articula o Setor Militar Urbano às áreas de Interesse Hospitalar e Militar e dá acesso ao Camping de Brasília. No limite leste da área de estudo, onde se localizam diversos equipamentos públicos como escolas, universidades, academias desportivas e igrejas. Na porção nordeste do limite da área, estão situados outros equipamentos tais como, a 2ª Delegacia de Polícia e um Quartel do Corpo de Bombeiros, além de uma parcela do SAIN, onde estão localizadas a Câmara Legislativa e a Embrapa. 4.4.4 Áreas de Valor Histórico, Cultural e Paisagístico A região destinada à implantação da Área de Expansão Urbana Noroeste localiza-se dentro do perímetro de tombamento e, mais especificamente, dentro da faixa de proteção proposta pela Unesco, conforme mostrado na Figura 7 (apresentada na página 64). Quanto aos seus aspectos cênicos, a área do empreendimento possui uma topografia suave. Sua localização elevada, em relação ao Lago Paranoá, proporciona belos visuais do entorno que merecem ser bem aproveitadas. Entretanto, não se observa a existência de pontos focais de interesse cênico (promontórios ou mirantes). A proposta urbanística do empreendimento assume parâmetros compatíveis com as exigências definidas pelo tombamento para este tipo de área, ou seja, respeita as escalas residencial e bucólica da cidade e as disposições das Leis de tombamento a que está sujeita. Além disso, o empreendimento não deverá representar uma interferência na percepção visual do conjunto tombado, pois está situado após uma faixa de baixa ocupação, ou seja, de transição – Parque Burle Marx, que compõe parte do cinturão verde da cidade. Ver Figura 49 que apresenta o mapa de uso e ocupação do solo. 218 111 3.9 Cam 1127.2 1128.3 1105.7 de Cam 1131.6 1128.4 Cam 1138.0 1138.0 Cam HOSPITAL GERAL DE BRASILIA QE 1132.9 Cam 1137.1 rra Cam Te Mo v. Cam SMAN Cl Cl Cl M M EC SMU Cl Cam Cam 1075 1106.9 Te r ra GO 1025.3 RRE CO M M C.F. 1144.6 1132.6 C.F. 1142.8 Cl Euc Cerr Euc Euc Cl A.T. Cl C.F. . 1112.3 C.F . 1136.6 1134.9 1142.7 1148.1 C.F. 1145.9 1132.2 1147.3 Mov . TE P P 1136.6 1148.2 Cam 1138.1 C.F. 1116.3 1109.1 Cerr A.T M DO SOFN Cam 1137.5 1129.1 Euc 105 0 NOVACAP 1057.0 Eu c Cl Cam VIVEIRO DE PLANT AS Euc Cam 186.000 1142.3 Cl Cam de Cl Cam M 106 3.6 1055.7 Cam Cam Cam de 1137.3 Cam 1147.8 1146.9 rra Cam 1150.3 1150 Te Cam 1137.8 1142.0 1145.5 1147.3 1146.4 Cam Cerr Cam H Cam Cam M M SMU 1142.5 Cam P M 1051.2 Cam Cam 187.000 1142.4 Cam M Cerr Cerr Cam Cam Cerr M Cam CASA DA ADM. M M Cl Cam PRACA DUQUE DE CAXIAS 1147.5 1145.8 1138.8 1139.0 Cam D INST .DE SAUDE E GERENCIA DE CONTROLE DE ZOONOSES 1125 1100 Cam EP AA DF -6 1 1146.3 1149.1 1142.9 Cerr Ero Terra sao Cam Cam M Cam 100 8.1 Cam 1150 Cerr Cam LABORATORIO M Cam P 916 1092.8 1087.6 Cam 1137.8 1097.2 Cam Cam 1142.9 1132.2 TE SOS 715 EM BRA TE 1127.7 1128.1 Cam 911 B 189.000 1132.4 1127.9 AUTOD ROMO NELSON PIQUET 1121.4 Cam 1010.6 TE 712 EC EC 711 314 1121.6 1119.1 1119.8 1120.2 1116.3 1120.4 1098.3 O IZAD JU DE ES OR MEN TE 910 RA TE CEA 1069.2 1119.5 GISNO 907 909 1117.9 MINA 1119.3 1121.5 1119.2 1121.2 B 1116.8 GIO COLEECAO PROJ 114 190.000 Q.E. CS TE 706 310 CNPQ 311 1114.4 1101.1 1103.2 708 90 6 905 TE IS S GERA CEU C.F. 1092.1 709 1061.3 EGIO COL RADA SAG ILIA FAM 1112.3 EGIO COL 1107.3 TE 908 TE 710 313 TE CS 6 Cam STN 4 112 TEL ILIA AS ECT 308 EBR 1095.9 BRB CONFEA 1079.4 309 TE 6 9 11 7 QL-2 8 1073.3 110 Cam 1009.4 Cam Cam 1109.4 305 IBAMA EC TE 1103.1 TE EC JI 304 1097.3 EP EC TE 210 1063.9 107 1088.8 1052.9 1070.0 109 211 212 410 411 TE 6 104 191.000 EC 8.254.000 105 10 8.255.000 209 8.256.000 1046.1 412 412 8.257.000 100 4.8 8.258.000 UNB 1052.8 Cam 1035.5 Cam Cam 1076.7 307 CNPQ NORTE ESTA CAO 11 10 8.259.000 10 12 191.000 HIDROMETE OROLOGICA UNB 9 SHCN Cam 415 EC - N.415 CAESB LAGO DO PARANOA 5 416 7 ERN Cam 5 1050 215 216 111 704 1113.8 705 1077.4 113 -113 EC TE NOR 4 SHCN 1062.9 115 116 Cam 1025 8 190.000 Q.E . 1002.0 2 EC-N.13 QI-2 SHCGN A DO CAS CE 1123.1 N TRA 1122.3 DE Cam CE APAE DF 2.0 713 106 BB 315 TE EC-3 16 NORTE SMHN FUNDACAO DE SERVICO SOCIAL 316 713 TE 1000.6 HOSPITAL STA. HELENA Cam NA- 1 SHLN BRB PA M Cl Cl Cam SRPN-TR1 1130.3 1126.7 Cam o J Cam Cam 1082.5 1077.9 Cam 912 MESQUITA TE 714 Cam IO JK LEG CO 913 EIA Cl Cl M A.T . SGAN Cam sa Ero ALD 913 914 Cam 1100 1138.8 Euc 1125 TE 716 ILO O CAM A SA ESCOL 1082.3 1063.4 915 Cam PQEN Cam BB STN C.F . TO T ITU O INS STIC GUI LIN FAC ULDAD E E COLEGIO ALVORADA SAM 1147.9 SEP 2. DP Cl EMBRAPA Cam W3 306 NORTE N 109 108 107 239 238 220 237 219 236 218 217 234 216 233 215 232 214 231 213 230 212 229 211 228 NW Área de estudo Área de influência direta 242 225 209 193 177 161 145 128 111 78 243 226 210 194 178 162 146 129 112 95 1000m USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NOROESTE URBANA EXPANSÃO ÁREA DE RIMA EIA SHCNW - Setor de Habitações Coletivas Noroeste PQEN - Parque Burle Marx ERN - Eixo Rodoviário Norte PFB - Pátio Ferroviário de Brasília PQEB PQEAT - Parque de Esposiçõess do Torto PQNB - Parque Nacional de Brasilia SAA - Setor de Armazenagem e Abastecimento SAM SEPN SGAN - Setor de Grandes Áreas Norte SGO - Setor de Garagens Oficiais SHCGN - Setor de Habitacao Coletiva Geminada Norte SHCN - Setor de Habitações Coletivas Norte SHLN - Setor Hospitalar Local Norte SMC SMU - Setor Militar Urbano SOFN - Setor de Oficinas Norte SRPN-Trecho 1 SRPN-Trecho 2 STN - Setor Terminal Norte UNB - Universidade de Brasília Setorização (URB-89/89): Lotes institucionais A - Sanatório B - Lote desocupado C - Casa de Repouso D - Instituto de Saúde e Controle de Zoonoses E - Lote desocupado F - Lote desocupado G - PMDF H - CEB I - Polícia Civil J - DETRAN K - Corpo de Bombeiros Ocupações informais Área degradada Legenda 44 94 77 61 29 43 60 28 14 DISTRITO FEDERAL 241 Base cartográfica: Sistema Cartográfica do Distrito Federal - SICAD, escala 1:10.000, Codeplan, 1991. Escala: 1:10.000 500 NW 500 223 222 221 204 203 200 199 198 197 196 195 0 207 206 205 188 187 186 202 185 201 184 183 182 181 180 179 224 192 208 191 190 189 172 171 170 169 168 167 166 240 176 175 173 156 155 154 153 152 151 150 165 235 160 159 174 141 157 140 139 138 137 136 135 134 149 148 164 144 143 142 158 124 123 122 121 120 119 118 117 116 133 132 131 115 114 163 127 110 126 125 147 99 98 97 106 105 104 103 102 101 83 100 82 81 80 93 92 91 90 89 88 87 86 85 84 64 63 76 75 74 72 71 70 69 68 67 66 65 73 42 59 27 13 41 58 26 12 40 56 55 54 53 52 57 25 39 11 24 38 37 36 35 10 9 23 8 22 7 21 6 20 5 34 19 51 4 33 50 18 3 32 49 17 2 31 48 16 1 47 30 46 15 Articulação das folhas SICAD 1:10.000 Figura 49 – Mapa de uso e ocupação do solo. CBMDF TCB Euc ARA CAM IVA IS LAT LEG TR IAGEM DE MEN ORES K I Cam Cam 1075 Euc Cam Cl Cerr M BANA NAL Cl Cam Cam 189.000 PQEB M Cam 707 188.000 1147.0 Euc SETOR DE RECREACAO PUBLICA NORTE Euc Cl RIBEIRAO 1018.2 SRPN-TR2 SGO Euc 1112.7 1116.8 CASA D E REPOUSO Cam Cam RA I - BRASILIA Cam Cam Cam Cam Cam DE ZOOBOTANICA SAIN SETOR DE AREAS ISOLADAS NORTE M CA OCA ANI FUNDA BOT ZOO 1010.8 Cam Cam 50 10 F E C A B SANAT ORIO ESPIRITA DE BRASILIA Mov.de 1008.6 Cam Cam Cam Cam Cam Cam Cam M M RESIDENCIAS FUNCIONAIS DO PARQUE Cam Cam C.F. M SHCNW M SETOR MILITAR URBANO Cam Cam Cerr M M Cam CEMA VE Cam 1142.6 P G Cam M 1008.2 Cam PQEAT 188.000 VIA 185.000 1122.9 Cam 1127.2 Mov. Eu c Cam SETOR DE ARMAZENAGEM E ABASTECIMENTO 1100 SAA 1127.2 . A.T Cam SU BE ST AC EN DE AO ER GI A Euc 50 10 CEN TRO DE VISITANTES ADMINISTRACAO DO PARQUE Cam Cam Cam 10 25 ao Eros 8.254.000 S.F. E. Cam SU BE DE ST EN AC ER AO GIA Cam Cam 106 0.8 Cam PQNB 1050 DE BRASILIA M Cam A.T . 1113.2 1116.3 111 5.9 Cam Cam Cam Cam PARQUE NACIONAL Cam 187.000 DF -003 A.T. PFB Cam Cam Cam Cam 1070.7 Cerr SMC Cam 1068.8 Cam Cam 1025 M EC 111 2.4 Cam Cam Cam Cam 1115.0 1100 Cam 107 5 Cam Cam 1072.2 Cam 0 M 186.000 JI Cam 8.255.000 1107.5 1103.9 . A.T 8.256.000 107 3.8 8.257.000 Cam 8.258.000 8.259.000 105 REGO M c Eu EN TO PA M O 1025 REG COR M E uc c Eu A.T. c A. T. 10 25 Cam Eu c FN AC AM 95 EP IA A.T . 185.000 SUBTERRANEA 11 25 RTE - NO EIXO VIARIO RODO GUA RA 312 IA Eu c E NORT E uc RTE SO W2 50 10 EP DF- 003 1 13RN-4 4.3 1 40 DF- 025 DF -003 EC C.F. ADUTORA 1050 A.T . A.T. Eu - W4 IAR ODOV R TE IO NO -0 - NO TE DF R EIXO OR BR AD INHO VIA -L1-N 1 07 5 F 1025 SO 3 -W VIA RTE 8 CDB VIA - NO 10 7 DF-00 VIA - L2 45 244 227 130 113 96 79 62 219 4.4.5 Infra-estrutura A caracterização da infra-estrutura urbana existente na área do empreendimento foi desenvolvida considerando a proposta apresentada no Plano Urbanístico da Área de Expansão Urbana Noroeste, juntamente com as informações apresentadas no diagnóstico ambiental, no Estudo de Impacto Ambiental do Setor Residencial Noroeste (1998), no de Águas e Esgotos do Distrito Federal (2000), bem como nas informações disponibilizadas pelas concessionárias. • Abastecimento de Água As informações fornecidas pela CAESB relativas ao sistema de saneamento (abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto) foram consultadas por meio dos Ofícios 632/2003 – DITEC; 676/2003-DITECe 030/2004-DITEC. As respostas foram informadas pelo Oficio 194/2003- DT; e os despachos no processo 0092 2004 000603 Folhas nº 1 a 68. O Sistema Santa Maria/Torto é constituído pela agregação de cinco mananciais produtores. Na Tabela 41 estão descritas as principais características desses subsistemas, incluindo as regiões de abastecimento, as vazões efetivamente captáveis e as demandas médias nas zonas urbanas atuais. Tanto as demandas médias nas zonas urbanas quanto as vazões disponíveis referem-se ao ano 2000. A disponibilidade hídrica do Sistema Integrado Santa Maria/Torto apresenta algumas variações anuais, atingindo 2.104 l/s em 2002. Tabela 41 – Subsistemas que compõem o Sistema Integrado Santa Maria /Torto Subsistema Produtor RA’s Abastecidas Santa Maria Torto Brasília, Cruzeiro, parte do Lago Norte, Lago Sul e Paranoá Lago Sul Paranoá Lago Norte e Paranoá2 Cabeça de Veado Cachoeirinha Taquari 1 e 2 SISTEMA SANTA MARIA / TORTO Demandas Médias nas Zonas Urbanas Atuais (l/s) 1.342,1 166,6 Vazões efetivamente captáveis (l/s) 1 1260 504 205,9 62,8 82,0 1859,4 123,2 31,2 16,8 1935,2 Fonte: Plano Diretor de Água e Esgotos do Distrito Federal (2000). Obs.:1 As vazões efetivamente captáveis referemse às vazões mínimas nas captações a fio d’água e à vazão de regularização no caso da Barragem de Santa Maria; 2 A demanda média na zona urbana atual não inclui a demanda do Paranoá, já considerada no subsistema Cachoeirinha. Embora a capacidade de produção dos mananciais esteja próxima à demanda da região abastecida, sistematicamente, o Sistema Integrado do Rio Descoberto/Pedras vem reforçando o Sistema Santa Maria/Torto, de forma a suprir às demandas do dia de maior consumo. Esse reforço tem sido necessário devido à impossibilidade de se usar a capacidade plena da ETA Brasília. Assim, em 2002, o Sistema Descoberto transferiu uma vazão média de 463 l/s para o Sistema Santa Maria/Torto, que representa cerca de 22 % da disponibilidade hídrica desse último sistema. O Índice de Qualidade da Água - IQA médio obtido pelo Laboratório de Controle de 220 Qualidade da Água da Caesb, a partir das características físico-químicas e bacteriológicas das águas dos mananciais do Sistema Integrado Santa Maria/Torto, classifica tais águas como de qualidade “muito boa” a “ótima”. Tal condição é assegurada pelo bom estado de preservação das bacias hidrográficas das captações, com poucas interferências de ações antrópicas. As bacias hidrográficas das captações do córrego Santa Maria e do ribeirão do Torto, respectivamente com 101 km2 e 210 km2, encontram-se em grande parte no Parque Nacional de Brasília. A área restante foi definida como Área de Proteção de Mananciais pelo PDOT/97. A bacia de captação do córrego Cabeça de Veado, com área de 21,5 Km2, encontra-se na Área de Proteção Ambiental do Gama/Cabeça de Veado e na Estação Ecológica do Jardim Botânico. As bacias das captações do Taquari e Cachoeirinha possuem áreas de drenagem de 5,4 km2 e 9,2 km2, respectivamente. A bacia de captação do Taquari situa-se parte na Área de Proteção Ambiental do Lago Paranoá e parte em Área de Proteção de Mananciais, enquanto a bacia do Cachoeirinha situa-se parte na Área de Proteção do Rio São Bartolomeu e parte em área de Proteção de Mananciais. A ocupação predominante na bacia do Taquari é o cerrado, com parte sendo utilizada reflorestada. Somente na bacia do Cachoeirinha encontra-se maior atividade antrópica como loteamento, indústria, agricultura e uma parte sendo reflorestada. Em termos de capacidade de tratamento de água, o Sistema Integrado Santa Maria/Torto possui uma elevada capacidade nominal totalizando 3.066 l/s. A ETA de maior porte é a ETA Brasília com capacidade nominal de 2.800 l/s, sendo responsável pelo tratamento das águas provenientes dos mananciais Santa Maria e Torto. Entretanto, a inadequação do processo de tratamento atual em relação à qualidade das águas captadas vem prejudicando a operação da unidade e provocando a limitação da capacidade de tratamento da ETA. As demais unidades de tratamento de água do Sistema Integrado Santa Maria/Torto totalizam uma capacidade de tratamento de 266 l/s. Em épocas chuvosas, a Unidade de Tratamento Simplificado Taquari, que efetua apenas a cloração e fluoretação, é temporariamente desativada. O sistema de distribuição de água na Região Administrativa de Brasília conta com dois reservatórios. O reservatório apoiado RAP – PP1, com capacidade de 30.000 m3, que recebe a água da ETA – Brasília, por gravidade, e abastece a Asa Norte e adjacências, região onde está situada a Área de Expansão Noroeste. O RAP – PP1 alimenta, por meio de duas elevatórias, o reservatório RAP – CZ1, que é responsável pelo abastecimento das zonas altas do Plano Piloto, incluindo Setor Sudoeste, Cruzeiro, Setor Militar Urbano, dentre outras. A capacidade de armazenamento desse reservatório é de 50.000 m3. O Reservatório RAP – PP2, com capacidade de 60.000 m3, recebe a água por gravidade da ETA - Brasília e, quando necessário, o reforço do Sistema Rio Descoberto/Pedras por meio da adutora reversível. É a unidade responsável pelo abastecimento da Asa Sul, parte do Lago Sul e Esplanada dos Ministérios. De acordo com o diagnóstico do Plano Diretor de Água e Esgotos, o subsistema produtor da Região Administrativa do Paranoá possui capacidade para atender à 221 demanda local atual. Já os subsistemas produtores localizados no Lago Sul e Lago Norte necessitam ser reforçados pelo subsistema Santa Maria e Torto. As unidades de adução e reservação do Paranoá e Lago Norte também se mostram suficientes para suprir à demanda local atual. Entretanto, no Lago Sul, devido à baixa capacidade de reservação faz-se necessário o reforço do subsistema Santa Maria/Torto para atender à demanda das variações horárias de consumo. O diagnóstico adotou o ano 2000 como referência. No referido diagnóstico, as unidades de adução e reservação do subsistema Santa Maria/Torto apresentam capacidades compatíveis com a demanda do ano 2000, sendo que algumas unidades encontram-se próximas ao limite de projeto. Conforme mencionado, a principal unidade limitante à capacidade de abastecimento desse subsistema é a ETA Brasília, associada à disponibilidade hídrica dos mananciais, que já está bastante próxima à atual demanda de água. Sendo assim, em curto prazo, a área abastecida pelo Sistema Integrado Santa Maria/Torto continuará a contar com o reforço do Sistema Integrado Descoberto/Pedras. Em relação ao Sistema Descoberto/Pedras, verificou que em 2000 a disponibilidade hídrica foi de 5.316,8 l/s, sendo que 5.100 l/s refere-se à vazão captável no Rio Descoberto e a vazão complementar de 216,8 l/s refere-se às outras captações que somam oito unidades. A capacidade nominal de tratamento das ETAs que compõem o sistema atinge 6.130 l/s, sendo que a ETA Descoberto apresenta a capacidade nominal de 6.000 l/s. De acordo com o IQA médio obtido pela Caesb, a água do Lago Descoberto pode ser classificada como “boa” a “muito boa”. Entretanto, a qualidade da água do principal manancial de abastecimento do Distrito Federal vem sendo prejudicada pela ação antrópica na bacia, destacando-se as atividades rurais e a ocupação urbana, principalmente na área do Governo de Goiás, como o município de Águas Lindas. A demanda do dia de maior consumo nas áreas abastecidas com o Sistema Integrado Descoberto/Pedras em 2000 totalizou 3.628 l/s, que corresponde à cerca de 68% da capacidade do sistema. Acrescendo-se o suprimento do déficit hídrico do Sistema Santa Maria/ Torto estimado em 400 a 450 l/s, calcula-se que o Sistema Descoberto/Pedras tenha um superávit de 1.100 l/s. Esse valor, obtido pelo Plano Diretor para o ano 2000, embora sofra variações anuais em função da disponibilidade hídrica dos mananciais, representa a folga que os sistemas dispõem para atender às novas demandas na região de abastecimento. Em termos de interferência do empreendimento proposto com unidades do sistema de abastecimento de água, verifica-se que a adutora Santa Maria/Torto interfere com a área, porém sem que seja precisa remanejá-la. A faixa de servidão é de 10 metros como demonstra o Mapa de Infra-estrutura no Volume IV do EIA. A situação de abastecimento de água do Distrito Federal pode ser evidenciada por meio do balanço hídrico entre a demanda do dia de maior consumo e a disponibilidade hídrica dos mananciais atualmente em operação. Mantendo-se a configuração atual, verifica-se que a capacidade dos mananciais será atingida em 2005, embora a capacidade nominal de tratamento das ETAs ainda não terá sido alcançada. Assim, o novo sistema de 222 abastecimento de água, proposto pelo Plano Diretor, está previsto de entrar em operação em 2006. Visando apontar uma solução para o abastecimento de água do Distrito Federal até o ano de 2030, o Plano Diretor de Água e Esgotos estudou 12 alternativas, as quais somando-se as alternativas variantes totalizaram 25 alternativas estudadas. Os mananciais selecionados para construção de barramento foram: Rio Alagado, Rio Areias, Rio Descoberto, Rio da Palma, ribeirão Saia Velha, rio do Sal e rio São Bartolomeu. Os mananciais onde se considerou a construção de captação a fio d’água foram: Lago Corumbá (no Braço do ribeirão Alagado, do rio Areias e no rio Descoberto), Rio Descoberto, Rio Maranhão e Rio São Bartolomeu. Dentre as alternativas estudadas, a solução recomendada previu o uso de quatro novos mananciais de água, os quais devem ser implantados na seguinte ordem: i) Rio São Bartolomeu; ii) Rio do Sal; iii) Rio da Palma; e, iv) Futuro Lago Corumbá IV. Dessa forma, o primeiro sistema a ser implantado, Sistema do Rio São Bartolomeu, atenderá às regiões de Planaltina, Sobradinho, São Sebastião e áreas adjacentes. Em seguida, deverão entrar em operação o Sistema do Rio do Sal e o Sistema do Rio da Palma. Esses dois últimos sistemas caracterizam-se por serem obras de menor porte, com aproveitamento da capacidade dos sistemas existentes. O sistema de abastecimento do futuro Lago Corumbá IV, por tratar de obra de grande porte, será o último sistema a entrar em operação. Considerando a solução apresentada no Plano Diretor para o abastecimento de água do Distrito Federal, conclui-se que os Sistemas Santa Maria/Torto e Rio Descoberto/Pedras serão os responsáveis por atender tanto à demanda de água resultante do crescimento vegetativo, quanto à demanda oriunda de novas ocupações urbanas nas áreas por eles abastecidas até a implantação do Sistema do Rio do Sal e do Rio da Palma. O Setor Noroeste inclui-se dentre as expansões urbanas previstas no Plano Diretor que serão atendidas pelo Sistema Santa Maria/Torto, contando com o reforço do Sistema Descoberto/Pedras. Assim, uma vez que as ocupações urbanas ocorrem de forma gradual, pode-se estimar a demanda de água do Setor ao longo do tempo, a partir das populações previstas nos três horizontes de planejamento adotados, que são: 2010, 2020 e 2030. Considerando os parâmetros abaixo, adotados no Plano Diretor, a demanda de água para o novo Setor em final de plano totalizará 207,29 l/s. Supondo uma taxa de crescimento constante entre os períodos analisados e o início da ocupação em 2005 com 3.000 habitantes, estima-se que as demandas anuais de água irão variar de acordo com a Tabela 42. Ressalta-se que a população de saturação adotada no Plano Diretor foi substituída pela população considerada no Plano Urbanístico de 39.800 habitantes. 223 Tabela 42 - Demandas estimadas de água para a Área de Expansão Noroeste. Ano População 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 3.000 4.139 5.711 7.879 10.871 15.000 16.077 17.231 18.469 19.795 21.216 22.739 24.372 Vazão da Hora de Maior consumo Qh (l/s) 12,50 17,25 23,79 32,83 45,29 71,88 77,04 82,57 88,50 94,85 101,66 108,96 116,78 Ano População 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 26.122 27.997 30.000 30.861 31.747 32.658 33.595 34.559 35.551 36.571 37.621 38.701 39.800 Vazão da Hora de Maior consumo Qh (l/s) 125,17 134,15 156,25 160,73 165,35 170,09 174,97 180,00 185,16 190,48 195,94 201,57 207,29 Os parâmetros utilizados no cálculo da vazão da hora de maior consumo foram adotados pelo Plano Diretor. São eles: Consumo “per capita” de água: 200 litros por habitante por dia (Entre 2005 e 2010); Consumo “per capita” de água: 230 litros por habitante por dia (Entre 2010 e 2020); Consumo “per capita” de água: 250 litros por habitante por dia (Entre 2020 e 2030); Coeficiente do dia de maior consumo: K1= 1,2; Coeficiente da hora de maior consumo: K2= 1,5 Estima-se que o Parque Burle Marx terá uma freqüência de aproximadamente 10.000 pessoas por dia. Assim, o consumo máximo de água será de 10,4 l/s, mantendo-se os demais parâmetros e adotando-se um consumo de 50 litros de água por pessoa. Por se tratar de demandas pontuais, propõe que o abastecimento de água do Parque seja feito pelas áreas urbanas lindeiras, a Asa Norte ou o futuro Setor Noroeste. Diante do exposto, verifica-se que a solução de abastecimento de água para o Setor em estudo deve ser analisada concomitantemente com as demais demandas a serem supridas pelos Sistemas Integrados Santa Maria/Torto e Descoberto/Pedras. Nesse sentido, propõe-se que a SEDUH, em articulação com a CAESB, projete os crescimentos populacionais e as demandas máximas diárias requeridas pelos empreendimentos envolvidos. Tais demandas devem ser comparadas com a disponibilidade hídrica desses sistemas, permitindo definir não só a população máxima passível de atendimento como, também, as etapas de implantação que os empreendimentos deverão obedecer. 224 O posicionamento da Caesb quanto à solução de abastecimento para o Setor Noroeste confirma o uso do Rio da Palma como manancial de reforço para fornecimento de água para a ETA Brasília e prevê a substituição do processo atual, denominado Filtração Direta, para o processo denominado, Tratamento Completo com Flotação.No processo de Filtração Direta a etapa de decantação é suprimida do processo de tratamento e a água bruta, após a adição de coagulantes, é encaminhada diretamente aos filtros rápidos. Nesse processo, os filtros são responsáveis pela remoção das impurezas que causam cor e turbidez e, também, dos produtos químicos adicionados, porém o bom funcionamento do processo depende fundamentalmente da boa qualidade da água bruta.. Assim, devido à ocorrência de florações de algas no lago de Santa Maria, os filtros da ETA Brasília têm apresentado um baixo desempenho, devido a sua colmatação por esses microorganismos, provocando um gasto excessivo de água de lavagem e a perda de sólidos na água tratada. Como solução, será implantado o Tratamento Completo com Flotação, composto por seis tanques de floculação, seguidos de seis tanques de flotação. Nos floculadores será promovida a mistura lenta da água bruta com o coagulante adicionado no canal de entrada. Em seguida, a água floculada é encaminhada à unidade de flotação, onde as impurezas serão removidas por meio do arraste dos flocos pela injeção de ar dissolvido e posterior remoção do material flotado na camada superficial do líquido. O abastecimento da Expansão Noroeste, em princípio, pode ser feito, por gravidade, pelo Reservatório RAP PP-1, sendo que as áreas de cotas mais elevadas podem ser abastecidas pela rede de distribuição do SMU, que vem do Reservatório RAP-CZ-1. • Esgotamento Sanitário A região onde se localiza o empreendimento é atendida pelo sistema de esgotamento sanitário da Bacia Norte do Lago Paranoá. As informações fornecidas pela CAESB relativas ao sistema de saneamento (abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto) foram consultadas por meio dos Ofícios 632/2003 – DITEC; 676/2003-DITECe 030/2004-DITEC. As respostas foram informadas pelo Oficio 194/2003- DT; e os despachos no processo 0092 2004 000603 - Folhas nº 1 a 68. Essa Bacia conta com um sistema de coleta responsável pelo esgotamento das seguintes áreas: Asa Norte, Setor Militar Urbano - SMU, Setor de Cavalaria e Guarda – SCG, Setor de Oficinas Norte – SOF - Norte, Setor de Armazenamento e Abastecimento SAA, parte do Setor de Clubes Esportivos Norte – SCEN, UnB, dentre outras. As principais unidades responsáveis pelo transporte dos efluentes coletados até a ETE Brasília Norte são: Interceptor RCG, Interceptor SMU, Interceptor Asa Norte e Estações Elevatórias EE-414N e EE-416N. Segundo diagnóstico do Plano Diretor, essas unidades encontram-se operando em condições satisfatórias, considerando o ano 2000 como referência. Além de receber os esgotos sanitários provenientes da Bacia Norte, a ETE Brasília Norte recebe ainda os efluentes gerados no Lago Norte e Vila Varjão, encaminhados por uma travessia sub-aquática a partir da estação elevatória EE-1 do SHIN. Na ETE Brasília Norte, os efluentes são tratados, a nível terciário, pelo processo de 225 lodos ativados tipo Phoredox, com remoção biológica de nutrientes, seguido de polimento químico por flotação. A ETE Brasília Norte foi dimensionada para atender uma população de 250.000 habitantes, correspondendo a aproximadamente 920 l/s. Em 2002, essa ETE tratou uma vazão média de 445 l/s, portanto, próximo a 50% da sua capacidade. A disposição final do efluente tratado é feita no Lago Paranoá. Esse corpo d’água possui características bastante restritivas no que se refere ao lançamento de efluentes, em função do processo de eutrofização ocorrido nas décadas de 70 e 80. Naquela oportunidade, houve grande mortandade de peixes e outras espécies aquáticas, além de geração de odores que afetaram a comunidade do Plano Piloto. Tal situação levou a Caesb a implementar um Programa de Despoluição, envolvendo diversas ações voltadas à redução do aporte de nutrientes ao Lago Paranoá, de forma atingir um nível trófico capaz de promover o equilíbrio das espécies aquáticas, além de manter condições adequadas de balneabilidade e paisagismo. Dentre as ações efetivadas, destacam-se as seguintes: i) construção das novas ETEs Sul e Norte com capacidade de tratamento a nível terciário; ii) complementação do sistema de esgotamento sanitário na Bacia; iii) implementação dos Programas de Controle Limnológico e de Balneabilidade; iv) aumento da fiscalização de ligações clandestinas; v) projeto de biomanipulação das espécies aquáticas, conforme descrito no item 4.2.5 – Recursos Hídricos. O Plano Urbanístico proposto apresenta interferências com as seguintes unidades do sistema de esgoto existente: uma rede coletora de diâmetro 300 mm e o Interceptor SMU, de diâmetro 500 mm. Considerando as condições topográficas e o porte dessas unidades, recomenda-se que tais interferências sejam respeitadas durante a elaboração do projeto urbanístico. A faixa de servidão dos interceptores éde 12 metros como demonstra o Mapa de Infra-estrutura no Volume IV do EIA No que se refere ao esgotamento sanitário da Área de Expansão Noroeste, verifica-se que as sub-bacias de esgotamento da área residencial se interligam ao sistema existente em três locais. Segundo avaliação da Caesb, será necessário prever o remanejamento de alguns interceptores (I-416-1, I-416-2 e I-SMU), além da construção de novos interceptores (I-PAN-14 e Interligação-I-SMU) para atender a área em estudo e outras áreas urbanas lindeiras, como a Vila Estrutural. Para que o sistema de transporte atenda à demanda de final de plano, estima-se uma extensão de 9.700 m de interceptores que deverão ser remanejados e construídos, além da ampliação da estação elevatória EE416N. Considerando os parâmetros utilizados no Plano Diretor obtêm-se uma vazão máxima horário de esgotos, em final de plano, de 145,10 l/s. São eles: - Consumo “per capita” de água: 250 litros por habitante por dia; - Coeficiente do dia de maior consumo: K1= 1,2; - Coeficiente da hora de maior consumo: K2= 1,5; 226 - Taxa de retorno: 0,70. Contribuição “per capita” de DBO5: 54 g DBO5/hab.dia, considerando esgotos de origem doméstica. Contribuição “per capita” de P: 2 g P/hab.dia Em termos de tratamento dos esgotos, a ETE Brasília Norte utiliza o processo de tratamento por lodos ativados, tipo Phoredox, seguido de tratamento químico por flotação. O processo atinge, em média, 98% de remoção de DBO5 e 96% de remoção de P. A ETE Brasília Sul também utiliza o mesmo processo e possui eficiências de remoção semelhantes. Essas elevadas remoções de DBO5 e P têm sido uma das formas de se controlar o aporte de cargas para o lago Paranoá e garantem condições adequadas para manter esse corpo d’água em um nível trófico compatível com os usos recreativo, paisagístico, dentre outros, a que se destina. De acordo com a simulação de qualidade da água elaborada no Plano Diretor, o lago Paranoá possui capacidade de assimilação dos nutrientes provenientes das ETE Brasília Sul, Brasília Norte e Riacho Fundo até 2030, mantendo-se os níveis de eficiência atuais dessas unidades. As cargas oriundas de fontes difusas, como escoamento superficial, lançamentos clandestinos e contribuição dos lençóis freáticos também são significativas e devem ser minimizadas. O referido Plano prevê a exportação dos esgotos gerados em novas áreas da bacia sul como Águas Claras e Vicente Pires, para outra bacia, uma vez que o braço do lago que apresenta maior risco a eutrofização é o Riacho Fundo, em virtude da maior aporte de carga sobre o mesmo. Para os demais braços do lago Paranoá, formado pelos seus tributários, inclusive o braço do córrego Bananal, a simulação prevê que a ocorrência de concentrações de P em valores não recomendáveis (> 25µg/l) serão aceitáveis, da ordem de 2% para o braço do córrego Bananal. Em relação aos efluentes provenientes do Parque Burle Marx, pode-se recomendar a disposição local, por meio de fossa e sumidouro ou valas de infiltração, considerando as reduzidas vazões geradas, a provável distância entre os pontos geradores e a grande área disponível. Ressalta-se, entretanto, a importância de se analisar as características geológicas locais, que podem dificultar a adequada operação desse sistema em virtude da possível presença de rochas quartzítcas. Tais características indicam que o uso de solução de disposição local dos esgotos deve ser recomendado somente em pontos específicos do Parque, após verificação da taxa de infiltração do solo local frente à vazão de esgotos gerada. Dessa forma, recomenda-se que as ocupações que gerem volume considerável de esgotos, como as áreas de atividades culturais e a nova sede da Semarh, sejam localizadas próximas às áreas servidas por rede coletora, de forma a facilitar o esgotamento por meio do sistema existente ou a ser implantado. Dada a presença de rochas quartzíticas, recomenda-se que seja otimizada a condição de escoamento das redes coletoras, de forma a possibilitar que as mesmas sejam implantadas em profundidades rasas. 227 Considerando que a ETE Brasília Norte trabalha atualmente com cerca de 50% de sua capacidade nominal, verifica-se que ela poderá receber não somente as contribuições decorrentes do adensamento e crescimento do sistema de esgotos atual, mas também de alguns novos empreendimentos. Em médio prazo, a unidade deverá ser ampliada de forma a absorver às demandas previstas, conforme previsto pelo Plano Diretor. Ainda em relação ao sistema de esgotos existente, algumas ações estão sendo previstas pela Caesb visando à melhoria de desempenho da ETE Brasília Norte e a minimização de impactos ambientais decorrentes de mau uso do sistema de esgotos. Destacam-se as seguintes: - intensificação da fiscalização de usuários, com o objetivo de identificar ligações clandestinas de águas pluviais nas redes de esgotos, uma vez que essas causam sobrecarga hidráulica em algumas unidades da ETE, por ocasião de chuvas intensas, provocando transbordamentos que podem atingir o Lago Paranoá; - implantação de solução adequada para disposição final dos resíduos sólidos do processo, especialmente os lodos que são dispostos provisoriamente na estação em locais sujeitos a eventuais transbordamentos e contaminação do Lago Paranoá; - melhoria do processo de tratamento dos lodos, por meio da recuperação e ampliação dos digestores anaeróbios, visando à continuidade operacional do processo; - verificação hidráulica dos canais de entrada e unidades do tratamento preliminar e ampliação dessas unidades, se for o caso. Considerando a situação de escassez de água para o abastecimento, a limitada capacidade de esgotamento do sistema coletor, bem como a necessidade de se buscar o uso de soluções sustentáveis, sugere-se que seja feita uma avaliação de se implantar sistemas de reúso de água. Tal solução já vem sendo adotada em algumas localidades que convivem com a escassez de recursos hídricos. O reuso de água pode ser feito individualmente nos próprios edifícios, ou por sub-bacia de esgotamento, caso se identifique um uso específico dos efluentes tratados, como, por exemplo, a irrigação de um parque. No caso de reuso em edifícios os esgotos provenientes de chuveiros, banheiras, tanques e máquinas de lavar, também chamados de “águas cinzentas”, são coletados separadamente dos esgotos de vasos sanitários e pias e encaminhados a um sistema de tratamento normalmente composto por uma unidade de filtração seguida de cloração. Os efluentes tratados são encaminhados a um sistema de reservação e distribuição independente, que alimentará as instalações hidráulicas dos vasos sanitários e torneiras de lavagens de piso e de irrigação de áreas verdes. Os demais esgotos são encaminhados à rede pública. Este sistema de reuso possibilita reduções no consumo de água tratada em torno de 30 a 50%. • Outra opção de reúso seria –construir os edifícios com duas instalações hidráulicas sanitárias independentes, uma para as”águas conzentas” e outra para os demais 228 efluentes domésticos. O sistema coletor também deverá ser conduzido separadamente, sendo que as “águas cinzentas” seriam encaminhadas a uma ETE que poderia ficar localizada no Parque Burle Marx, enquanto que os esgotos provenientes dos vasos sanitários seriam encaminhados ao sistema de esgotamento sanitário da ETE Brasília Norte. A ETE que trataria as águas cinzentas teria um tratamento simplificado, composto por etapas de remoção de sólidos e de matéria orgânica em baixas concentrações e desinfecção. O principal objetivo dessa ETE seria o reúso da água para irrigação do Parque Burle Marx. Eventualmente, a água do Lago Paranoá poderia ser utilizada como complementar no processo de irrigação. Tal unidade configura o caráter de sustentabilidade ambiental que se pretende para o Parque. • Energia Elétrica A CEB – Companhia Energética de Brasília é a empresa responsável pelo suprimento de energia no Distrito Federal, além de outros serviços como distribuição de gás natural, prestação de serviços de telecomunicações, transmissão de dados e consultoria. A região onde se situa o empreendimento, a exemplo das áreas do entorno, bem como das demais áreas urbanas do Distrito Federal, vem sendo plenamente atendida pela empresa. As informações fornecidas pela CEB relativas ao sistema de energia foram consultadas por meio do Ofício 636/2003 – DITEC. As respostas foram informadas pelo Oficio 099/2003-DD O consumo de energia no Distrito Federal em 2002 foi de 3.460 GWh distribuídos a 630.414 unidades consumidoras. A demanda de energia desse mesmo ano foi de 3.857.037 MWh. A partir desses dados, verifica-se que o consumo médio mensal de energia por unidade consumidora em 2002 foi 457 KWh, enquanto a demanda mensal média de energia requerida por unidade consumidora foi de 510 KWh. O consumo médio mensal de energia somente para as unidades consumidoras residenciais foi de 195 KWh no mesmo ano. Em termos de interferência, verifica-se que a rede de distribuição de 13,8 KV e a linha de transmissão de 34,5 KV interferem com a Área de Expansão Noroeste, entretanto, segundo a consulta a CEB, é possível o remanejamento das interferências, devendo ser solicitado um orçamento quando se fizer necessário. A faixa de servidão é de 20 metros como demonstra o Mapa de Infra-estrutura no Volume IV do EIA Considerando as características de urbanização apresentadas no Plano de Ocupação, a CEB estima que a área irá gerar uma demanda de energia em torno de 15.000 kVA. No projeto urbanístico deverão ser previstas nas entre-quadras áreas para implantação de subestações de distribuição compactas no nível do solo, totalizando uma potência instalada de 23.000 kVA. A alimentação das subestações poderá ser feita, tanto por alimentadores subterrâneos, quanto por alimentadores aéreos compactos. As derivações para as subestações e os ramais de baixa tensão serão subterrâneas. A solicitação de atendimento efetiva deverá ser feita com antecedência mínima de 12 meses da realização da obra e irá gerar um projeto e orçamento, cujos custos serão definidos conforme legislação em vigor. 229 • Drenagem Pluvial A Área de Expansão Noroeste está situada na Bacia do Lago Paranoá, sendo constituída por duas sub-bacias: a primeira drenando para o ribeirão Bananal e a segunda drenando da direção das Quadras 910/911 da Asa Norte, que já é servida por um sistema de drenagem pluvial. A área em estudo, atualmente, é coberta predominantemente por cerrado com algumas edificações isoladas. As informações fornecidas pela NOVACAP relativas ao sistema de drenagem foram consultadas por meio do Ofício 637/2003 – DITEC. As respostas foram informadas pelo Oficio COD 60.299 O sistema de drenagem de águas pluviais no Setor Militar Urbano, limítrofe à Área de Expansão Noroeste, faz o lançamento final, a céu aberto, na área do Camping. Nessa região, verifica-se a ocorrência de erosões decorrentes do escoamento superficial. Próximo à área do empreendimento, existe ainda uma galeria que recebe as redes de águas pluviais do Setor de Abastecimento e Armazenamento – SAA, Setor de Oficinas Norte – SOF-Norte e parte do Setor Militar Urbano – SMU, e lança no ribeirão Bananal à jusante da confluência com o córrego Acampamento. Essa galeria não interfere com a expansão proposta. A faixa de servidão da galeria existente é de 15 metros como demonstra o Mapa de Infra-estrutura no Volume IV do EIA A Novacap prevê a implantação de uma galeria já projetada que irá interligar o SMU – Setor Militar Urbano à galeria de águas pluviais existente nas proximidades das Quadras 910 e 911 Norte. O caminhamento proposto nesse projeto para a galeria interfere com a área em estudo. A faixa de servidão da galeria projetada é de 15 metros como demonstra o Mapa de Infra-estrutura no Volume IV do EIA As unidades existentes e projetadas do sistema de drenagem na região do empreendimento não consideraram o acréscimo de contribuição relativo à implantação da Área de Expansão Noroeste. A implantação da Expansão Noroeste, em conformidade com o Plano Urbanístico apresentado, irá provocar um aumento do escoamento superficial como conseqüência da impermeabilização da área. O acréscimo mais significativo do escoamento superficial será o resultante do setor residencial, devido à presença das construções, vias públicas, estacionamentos e passeios. A área destinada ao Parque Burle Marx praticamente irá permanecer com a cobertura natural, permitindo que o escoamento superficial seja mantido na mesma condição atual. Para estimativa da vazão de águas pluviais decorrente da implantação da Área de Expansão Noroeste utilizou-se o Método Racional, em conformidade com as recomendações contidas no “Termo de Referência e Especificações para Elaboração de Projetos de Sistemas de Drenagem Pluvial” – Novacap. A vazão gerada pelo escoamento superficial na área (Q) é dada pela seguinte expressão: 230 Q = C . I . A . Cr, onde: C – Coeficiente de escoamento superficial I – Intensidade da Chuva (mm/min) A – Área de drenagem (m2) Cr – Coeficiente de retardamento Assim, foram adotados os seguintes parâmetros e feitas as seguintes considerações: C = 0,15, para áreas integralmente gramadas; C = 0,40, para áreas residenciais com área ajardinadas; C= 0,70, para áreas intensamente urbanizadas e sem áreas verdes; C = 0,90, para as áreas calçadas ou impermeabilizadas; - Período de recorrência (F): 5 anos; - Tempo de entrada na primeira boca de lobo (tc): 15 minutos; - Intensidade da chuva (mm/min): I = 21,7 xF 0,16 ; (t c + 11) 0,815 - Coeficiente de Retardamento (Cr): dado por A-k: K = 0,00, para áreas até 10 hectares; K = 0,05, para áreas entre 10 e 50 hectares; K = 0,10, para áreas entre 50 e150 hectares; K = 0,15, para área entre 150 e 300 hectares; - Área impermeabilizada (vias públicas, passeios, etc.) = 25 hectares (10% da área de uso residencial, estimada em 250 hectares); - Área residencial ajardinada = 200 hectares (90% da área de uso residencial); - Área integralmente gramada = 300 hectares (100% da área do Parque Burle Marx); A partir dessas considerações estimam-se as seguintes vazões de escoamento superficial na Área de Expansão Noroeste: - Vazão da área residencial (sem a expansão) = 5,4 m3/s (100% área gramada); - Vazão da área residencial (com a expansão) = 19,4 m3/s (conforme critério acima); 231 - Vazão de acréscimo da área residencial = 15 m3/s; - Vazão na área do Parque Burle Marx = 6,3 m3/s (100% área gramada). As vazões médias do ribeirão Bananal, observadas entre 1970 e 2001, próximo à confluência com o córrego Acampamento na Estação EPIA, variam entre 1,48 a 3,26 m3/s, enquanto a média das vazões máximas, para o período de 1970 a 2002, foi de 13 m3/s, chegando a atingir até 38,4 m3/s. Considerando que o ponto de medição ainda está a montante do provável ponto de lançamento das águas pluviais do empreendimento proposto, pode-se supor que as vazões no local de lançamento serão maiores do que as vazões anteriormente citadas. Entretanto, ressalta-se a ocorrência de áreas inundadas ao longo do ribeirão Bananal, demonstrando a baixa capacidade desse corpo d’água para absorver novas contribuições pluviais. A presença dessas áreas reflete o processo de assoreamento dos tributários do Lago Paranoá e o processo de impermeabilização da bacia, ambos resultantes principalmente da ocupação urbana. Diante do exposto, verifica-se que é importante que o sistema de drenagem da Expansão Noroeste utilize recursos que minimizem o escoamento superficial e o lançamento no ribeirão Bananal. Assim, para a drenagem da área residencial, sugerem-se medidas que podem promover a infiltração das águas pluviais no solo, tais como: - Adoção de pavimentos permeáveis nas áreas de estacionamentos, áreas de circulação de pessoas e similares, como forma de reduzir o coeficiente de escoamento superficial nessas áreas; - Execução de galerias construídas com paredes e fundos de materiais porosos capazes de promover a infiltração de parte da água coletada; - Adotar reservatórios domiciliares que permitam a redução das vazões de pico, possibilitando reduzir o porte das tubulações e galerias, bem como as vazões de descarga nos corpos receptores; - Maximizar áreas livres permeáveis com cobertura de vegetação gramínea ou arbustiva. Considerando o processo de assoreamento pelo qual vem passando o Lago Paranoá, recomenda-se também que seja avaliada a necessidade de se implantar uma estação de tratamento de águas pluviais para remoção de sólidos, inclusive verificando-se a influência das unidades anteriormente recomendadas na qualidade de água coletada. O sistema de drenagem do Parque Burle Marx poderá contemplar a adoção de estruturas que também promovam a infiltração das águas pluviais no solo, visando manter o escoamento superficial na área no mesmo nível do escoamento natural. Para tanto, sugere-se o uso de bacias de contenção, que podem ser associados aos espelhos d’água previstos no Parque, além de seguir as recomendações citadas para a área residencial no que couber. 232 É importante observar que tais medidas irão contribuir para o carreamento de fósforo para o Lago Paranoá por meio do escoamento superficial. Considerando a topografia local frente à ocupação proposta no Plano Urbanístico, verifica-se que o sistema de drenagem da área residencial será constituído por duas subbacias. A primeira, correspondendo a aproximadamente 60% da área, irá contribuir diretamente para o ribeirão Bananal e a segunda sub-bacia, com cerca de 40% da área, irá escoar na direção das Quadras 910 e 911 Norte. Assim, na primeira sub-bacia, a rede de drenagem interna poderá fazer o lançamento final direto no ribeirão Bananal, após verificação da sua capacidade. Para definição do lançamento final da rede de águas pluviais da segunda sub-bacia, deve-se verificar se o acréscimo de vazão devido à impermeabilização, da ordem de 7,8 m3/s, pode ser absorvido pelas galerias existentes. Caso isso não se verifique, é possível fazer uma reversão mediante a execução de uma galeria que atravessa o Parque Burle Marx diagonalmente até a Quadra 913, para posteriormente lançar no ribeirão Bananal. Ressalta-se que o acréscimo de contribuição refere-se apenas à área residencial, uma vez que a área relativa ao Parque Burle Marx irá manter, em quase a sua totalidade, a mesma cobertura superficial do terreno. Considerando os aspectos geológicos levantado, verifica-se que são necessários alguns cuidados especiais durante a elaboração do projeto e na execução do sistema de drenagem da Expansão Noroeste. Na área da encosta do Bananal, onde serão implantados os emissários, predominam os solos hidromórficos, que são solos bastante frágeis no aspecto erosivo. Nesses locais, sugere-se a adoção das seguintes medidas: - Construção de emissários com fundo e paredes porosas, de forma a permitir a infiltração de parte da água coletada; - Uso de dissipadores de energia no trecho final dos emissários, precedendo o lançamento das águas pluviais nos corpos d’água; - Adoção de maior período de recorrência para as obras de lançamento e trechos finais dos emissários. Na Área de Expansão Noroeste há predominância de latossolos, os quais além de apresentarem um elevado potencial de erodibilidade, quando expostos à ação de chuvas e de vento, também se caracterizam pelo risco de colapsividade. A colapsividade está associada à perda da resistência estrutural do solo, devido à redução de volume quando na presença de água. De um modo geral, o sistema de drenagem que atenderá à Área de Expansão Noroeste será facilmente exeqüível, em virtude da declividade favorável observada no local. Os pontos críticos desse sistema referem-se à possibilidade de se encontrar solos com a presença de quartzitos, o que provocará um aumento no custo de implantação. 233 Destaca-se, no entanto, que a implantação do sistema de drenagem pluvial deverá ocorrer paralelamente à implantação do próprio setor, como forma de evitar o surgimento de erosões decorrentes da disposição inadequada das águas pluviais oriundas da ocupação urbana. A Figura 50 apresenta os pontos de lançamento e direcionamento da drenagem de águas pluviais. • Resíduos Sólidos A Belacap – Serviço de Ajardinamento e Limpeza Urbana do Distrito Federal é a empresa responsável pela coleta e disposição final dos resíduos sólidos urbanos no Distrito Federal. Além dessa atribuição, a empresa também é a responsável pela execução de varrição, roçagem manual e mecânica, capina, rastelagem, pintura de meio fio e lavagem de abrigos. As informações fornecidas pela BELACAP relativas ao sistema de coleta e tratamento de resíduos sólidos foram consultadas por meio do Ofício 638/2003 – DITEC. As respostas foram informadas pelo Oficio 276/03-DO/BELACAP O serviço de coleta de resíduos sólidos é feito por meio de caminhões da Belacap ou de empresas terceirizadas com freqüência diária em grande parte das localidades do Distrito Federal. Os resíduos coletados são encaminhados às Estações de Transferências, onde ficam depositados provisoriamente até que sejam encaminhados por caminhões de grande porte às Usinas de Tratamento de Lixo. O Distrito Federal conta com três Usinas de Tratamento de Lixo: - Usina de Tratamento de Lixo (UTL) – localizada na Asa Sul, a UTL tem capacidade nominal de 250 toneladas por dia. No local, situa-se também a Usina Central de Coleta Seletiva, onde se processa a triagem dos materiais recicláveis e separação dos resíduos orgânicos; - Usina Central de Tratamento de Lixo (UCTL) – situada no Setor P Sul da Ceilândia, a UCTL tem capacidade nominal de 600 toneladas por dia. No local, situa-se também a Usina de Incineração de Lixo Especial, com capacidade nominal de 30 toneladas por dia, sendo a responsável pela incineração de resíduos sólidos tóxicos, contaminados e similares, como os resíduos hospitalares, drogas, entorpecentes e animais mortos; - Usina de Compostagem e Reciclagem de Brazlândia (UDBraz) – a unidade é a responsável pelo recebimento e tratamento dos resíduos sólidos coletados em Brazlândia. As duas principais Usinas de Tratamento de Lixo do Distrito Federal, a UTL e a UCTL, utilizam o processo de fermentação aeróbia ou compostagem acelerada. Os resíduos sólidos passam por um processo de triagem, onde os materiais recicláveis como papéis, plásticos, vidros e metais são selecionados. Após essa segregação, os resíduos sólidos constituídos basicamente por matéria orgânica são triturados, homogeneizados e encaminhados a um reator, com um tempo de detenção de aproximadamente 4 dias. 234 No reator, os resíduos orgânicos são digeridos biologicamente por meio de bactérias aeróbias, com a injeção e controle de ar e de umidade. A elevação da temperatura até cerca de 75°C, decorrente do metabolismo das bactérias termofílicas, possibilita a destruição dos organismos patogênicos presentes nos resíduos orgânicos. Em seguida, os compostos orgânicos são encaminhados para um pátio, onde são mantidos por 45 a 60 dias, visando à finalização do processo de fermentação. O produto orgânico gerado, chamado de “composto” é utilizado como condicionador de solos e vendido aos agricultores locais. A partir das Usinas de Tratamento também são obtidos os materiais reciclados como alumínio, latas, vidros, papéis, plásticos, que são vendidos às empresas especializadas. A destinação final dos resíduos sólidos no Distrito Federal é feita no Aterro Controlado do Jóquei Clube, localizado na Estrutural. Esse aterro recebe os resíduos sólidos remanescentes das Usinas de Tratamento e, também, os resíduos sólidos coletados diretamente de algumas localidades. Os resíduos sólidos gerados pela Área de Expansão Noroeste, de acordo com a Belacap, já estão inseridos no planejamento operacional de coleta de resíduos sólidos. Com o início da demanda de coleta, a Expansão Noroeste passará a se integrar na programação existente do Distrito de Limpeza da Asa Norte, a exemplo das áreas adjacentes já atendidas pela empresa. Em final de plano, estima-se que serão gerados aproximadamente 40 toneladas de resíduos sólidos por dia pelo empreendimento proposto, considerando um per capita médio de 1,0 Kg de resíduos por dia. Os resíduos coletados serão encaminhados à Estação de Transferência da Asa Norte localizada próxima ao Setor de Garagens Oficiais Norte. Da Estação os resíduos sólidos poderão ser transportados diretamente para o Aterro do Jóquei Clube ou para a Usina Central de Tratamento de Lixo de Ceilândia. Nesse último caso, os resíduos sólidos serão submetidos aos processos de triagem e de tratamento, produzindo materiais reciclados e composto orgânico. Considerando que o empreendimento proposto possui características similares às demais ocupações urbanas do DF, pode-se assumir que a composição dos resíduos sólidos que serão gerados pela Expansão Noroeste será a mesma composição observada nos resíduos sólidos atualmente coletados nas unidades residenciais e comerciais. A Tabela 43 apresenta uma estimativa da composição desses resíduos. 235 Tabela 43 - Estimativa da composição dos resíduos sólidos domiciliares e comerciais coletados no Distrito Federal. Tipo de Resíduos Papel Papelão Plástico fino Plástico duro Matéria orgânica Alumínio Lata Sucata Vidro caco Borracha PET Madeira Garrafa Rejeito Trapo Cerâmica Média (%) 17,82 9,30 7,91 5,65 46,11 1,75 1,00 1,45 0,55 1,17 0,24 1,80 0,90 1,40 0,95 1,00 Fonte: Belacap (Outubro/2003). A Figura 50 apresenta a localização do aterro do Jóquei (Estrutural). O Mapa de Infraestrutura (Figura 51) mostra as interferências das redes na área. 236 # 0 2 3Km NOROESTE URBANA EXPANSÃO ÁREA DE RIMA EIA PONTOS DE LANÇAMENTO DE DRENAGEM E LOCALIZAÇÃO DE ATERRO SANITÁRIO Aterro da Estrutural Invasão da Estrutural Possíveis pontos de e Ponto de lançamento lançamento e direcionamento direcionamento da drenagem de águas pluviais da drenagem de águas pluviais NW # 1 Parque Burle Marx Setor Habitacional Legenda N Figura 50 – Pontos de lançamento de drenagem e localização de aterro sanitário. # 1 NW 237 Cam 1127.2 Cam 1128.4 QE 1132.9 EC SMU 186.000 1132.6 C.F. 1142.8 1144.6 C.F. Cam 1137.5 1129.1 Euc Cl C.F. A.T . C.F. 1136.6 1134.9 1142.7 1148.1 1147.3 M ov . Cl TE P P 1136.6 1148.2 Cam 1138.1 C.F. C.F. 1145.9 1132.2 1116.3 1109.1 1112.3 Cerr Cerr Cl Euc Euc Euc Cl A.T. Cam P Cam Te 1150 Cam 1147.8 Cam 1137.8 1142.0 1145.5 1147.3 1146.4 Cam Cerr Cam 1146.9 rra Cam 1150.3 1137.3 1142.5 de Cam Cam Cam 187.000 1142.4 Cam M 1125 Cam 1147.5 1145.8 1138.8 PRACA DUQUE DE CAXIAS Cam 1139.0 Cam EP AA DF -6 Cerr 1 Cam 1146.3 sao Ero 1149.1 Cam Cam Cam Cam 1112.7 1116.8 1150 Cerr Euc SANATORIO ESPIRITA DE BRASILIA Mov.de Cl Cam Cam Cam Cam Cam Terra 1142.9 Cerr Cam Cam Euc Euc DF CBM TCB SETOR DE RECREACAO PUBLICA NORTE Euc Cam Cam LABORATORIO 1147.9 1092.8 BAN SEP 2. DP M 1087.6 Cam Cam 1125 1132.2 1138.8 Euc BB Cam 1126.7 Cam Cam TE 1127.9 911 1122.3 TE 1120.2 1116.3 1119.5 1119.1 1119.8 1120.4 1098.3 O AD JUIZ DE S ORE MEN TE 910 1069.2 TE ARA CE A DO 1121.6 1123.1 AN CAS CE AE AP DF 712 713 2.0 106 BB 314 1119.3 1121.5 1119.2 B 1116.8 EGIO COL ECAO PROJ CS 1114.4 6 114 706 310 CNPQ 311 190.000 Q.E. CS TE 6 1101.1 1103.2 708 90 905 TE AIS S GER CEU C.F. 1092.1 MINA 313 TE 709 1061.3 1062.9 GIO COLERADA SAG ILIA FAM 1112.3 O 1121.2 COL EGI GISNO 907 90 9 1107.3 TE 908 TE 116 Cam 1025 8 190.000 Q.E . 1002.0 2 EC-N.13 QI-2 1010.6 1 115 Cam 710 711 EC 1117.9 EC 315 TE EC-316 NORTE SMHN STA. HELENA HOSPITAL 1000.6 FUNDACAO DE SERVICO SOCIAL 316 713 TE NA- Cl Cam BRB PA BRA Cl M 1121.4 TR Cam DE EM Cl CEB TE 714 AUTODROMO NELSON PIQUET 1127.7 1128.1 Cam Cam 1082.5 1077.9 Cam 912 JK 715 Cam EGIO COL MESQUITA 913 TE SOS Cl 913 EIA ALD MILO CA 189.000 1132.4 1130.3 SAO TE 716 914 Cam o sa ro E 1100 Cl EMBRAPA OLA ESC 1082.3 1063.4 915 Cam P 916 FACULDADE E COLEGIO ALVORADA TO TITU INS UISTICO LING C.F. AN AL A MAR CA TIVA ISLA LEG TRIAGEM DE MENORES 1137.8 1142.9 Cam Cam 1097.2 Cam Cam 1075 Euc Cam RA I - BRASILIA Cam Cl Cerr 1018.2 DE ZOOBOTANICA SAIN SETOR DE AREAS ISOLADAS NORTE CAO DA ICA FUN TAN BO ZOO CASA DE REPOUSO Cam Cam Cam 188.000 1147.0 Cam Cam 50 10 Cam Cl M M Cam 707 Cam STN 4 TEL LIA ASI ECT 308 EBR 1095.9 BRB CONFEA 1079.4 309 TE 111 Cam 5 1050 215 216 112 1113.8 704 705 1077.4 113 113 EC- TE NOR 4 Figura 51 - Mapa de infra-estrutura. 1100 Cerr INST.DE SAUDE E GERENCIA DE CONTROLE DE ZOONOSES M SETOR MILITAR URBANO 1142.6 P Cam Cam Cerr M M M M M RIBEIRAO Cl Cam A.T . VIA 185.000 1128.3 1138.0 HOSPITAL GERAL DE BRASILIA 1142.3 Cl 1106.9 Te r ra Cam Cam 1075 Cl 1050 NOVACAP Eu c M DO M M M Cam Cam 1008.6 1010.8 D F0 03 A.T. 1122.9 1138.0 1137.1 Cam Cam de M M Cam CEMAVE Cam CASA DA ADM. M RESIDENCIAS FUNCIONAIS DO PARQUE Cam Cam C.F. M 1008.1 M Cam A.T. 1113.9 1131.6 Cam Cam rra v. Cam Te Mo Cam GO 1025.3 RE COR VIVEIRO DE PLANTAS Euc Cam M M Cam 1057.0 1051.2 Cam Cam Cerr Cam ao 1127.2 1105.7 de Cl M Cl Cam M Cl Cl SMAN SETOR DE ARMAZENAGEM E ABASTECIMENTO 1100 Mov. Eu c 50 1063.6 1055.7 Cam Cam M M Cam Cam 189.000 W3 Cam S.F.E. 1127.2 . A.T Cam Eu c Cam 10 Cam CENTRO DE VISITANTES ADMINISTRACAO DO PARQUE Cam M 1008.2 Cam Cam 6 9 11 7 QL-2 8 1109.4 1103.1 TE EC JI 1009.4 Cam 1063.9 EP EC TE 210 211 107 304 1097.3 Cam 212 1088.8 9 ESTACAO TE 8.255.000 209 8.256.000 410 411 1046.1 412 412 8.257.000 1004.8 8.258.000 11 10 8.259.000 10 12 191.000 HIDROMETEOROLOGICA UNB Cam 1052.8 1052.9 1070.0 109 305 EC TE A IBAM 307 CNPQ 1073.3 110 Cam NORTE 1035.5 Cam Cam 1076.7 Cam 415 EC - N.415 CAESB LAGO DO PARANOA 5 416 7 03 DF-0 8.254.000 1113.2 1116.3 1115.9 SU BE DE ST EN AC ER AO GIA SU BE ST AC AO EN DE ER GI A Cam Cam Cam Cam 1060.8 1050 Cam Cam 188.000 EC 1112.4 Cam Cam Cam Cam 1070.7 Cerr Cam DE BRASILIA M Cam 10 25 JI Cam 8.255.000 Cam Cam 1115.0 0 110 Cam Cam 1068.8 Cam Cam 102 5 PARQUE NACIONAL Cam Eros 1107.5 1103.9 . A.T Cam Cam Cam M Cam 187.000 NEA 8.256.000 1075 Cam Cam 1072.2 Cam 0 M M RTE - NO 1073.8 8.257.000 Cam 8.258.000 8.259.000 105 REGO 186.000 TO M EN PA GO RE RTE - NO 1 12 5 1025 COR M E uc A.T. 10 25 Cam Eu c c Eu A.T. AC AM 95 EP IA . A.T 185.000 312 104 191.000 EC 8.254.000 105 6 10 VIARIO RODO GUA RA 1050 EP IA 50 10 EIXO 11 RN -4 34 1 .34 0 Eu c FN SUBTERRA TE Euc W2 SO E NORT Eu c ADUTORA IO NOR 025 DF- DF0 03 EC C.F. A.T. IAR DOV RO A.T . - W4 VIA E uc EIXO E NORT DF -0 - W3 1025 75 1VIA-L SO BR AD IN HO VIA RTE - NO 10 F CDB - L2 10 8 07 DF-0 VIA 306 NORTE 72 71 88 105 70 87 104 69 86 103 68 85 102 67 84 101 66 83 100 65 82 99 64 81 98 63 80 97 234 233 232 231 230 229 228 NW Área de influência direta Área de estudo Águas pluviais (galeria existente) (faixa de servidão: 15 metros) Águas pluviais (galeria projetada) (faixa de servidão: 15 metros) Estrada Parque Indústria e Abastecimento - EPIA (faixa de domínio: 130 metros) Rede de água (faixa de servidão: 10 metros) Interceptores de esgoto (faixa de servidão: 12 metros) Linha de alta tensão (faixa de servidão: 20 metros) Redes de infra-estrutura: Legenda 243 226 210 194 178 162 146 129 112 1000m DISTRITO FEDERAL 177 78 95 NOROESTE URBANA EXPANSÃO ÁREA DE RIMA EIA INFRA-ESTRUTURA Base cartográfica: Sistema Cartográfica do Distr ito Federal - SICAD, escala 1:10.000, Codeplan, 1991. Escala: 1:10.000 500 500 241 239 238 237 236 218 217 216 215 214 213 212 211 0 242 224 223 222 221 220 219 201 200 199 198 197 196 195 NW 225 208 207 206 205 203 202 182 181 235 209 192 191 190 189 204 187 186 185 184 183 166 165 180 240 193 176 175 174 173 172 188 171 170 169 168 167 150 149 164 161 160 159 158 157 156 155 154 153 152 151 134 133 132 148 145 179 144 143 142 141 140 128 163 139 138 137 136 135 117 127 126 125 124 123 111 109 108 107 106 110 94 93 92 91 90 89 147 122 121 120 119 118 44 77 61 29 43 76 75 74 73 60 28 14 59 58 57 131 116 115 114 N 56 55 54 51 46 27 41 40 39 38 37 35 52 34 50 49 48 47 42 13 12 26 11 25 10 24 9 23 8 22 7 21 36 53 6 20 5 19 33 32 31 30 4 18 3 17 2 16 1 15 Articulação das folhas SICAD 1:10.000 45 244 227 130 113 96 79 62 238 Sistema Viário A área conta com um amplo sistema viário do qual se destaca um via arterial de categoria regional, constituída pela Estrada Parque Indústria e Abastecimento – EPIA ou rodovia DF-003. A EPIA integra um dos principais eixos de saída e acesso de bens e mercadorias da cidade, além de atender a um vasto fluxo quotidiano de deslocamentos casa-trabalho e viagens com outras motivações. É por essa via que também se fará o acesso da área ao terminal rodoviário interestadual. A presença de outras vias arteriais de caráter mais local deve ser destacada. A primeira delas é a Estrada Parque Armazenagem e Abastecimento - EPAA que liga a EPIA ao Eixo Monumental na altura da Praça do Buriti. A segunda liga a EPIA ao final da Asa Norte, dando acesso à W-3 Norte e ao binário constituído pela W-4/W-5, no qual estão localizadas uma série de instituições religiosas e educacionais de 1º e 2º grau e universidades. Adicionalmente, será importante ainda considerar a proximidade da Área de Expansão Urbana Noroeste da região central de Brasília, localizada a não mais do que 10 a 15 minutos de automóvel de qualquer ponto do setor. Caracterização do Sistema Viário do Empreendimento Segundo o Plano Urbanístico da Área de Expansão Urbana Noroeste, o projeto foi elaborado de modo a evitar grandes intervenções rodoviárias, favorecendo soluções que deverão enfatizar a urbanidade e provocar o menor impacto ambiental possível. O projeto procurou também privilegiar, sempre que possível, os deslocamentos dos pedestres em relação à circulação motorizada. Conforme o Plano de Ocupação, o sistema viário do empreendimento configura-se basicamente pelo lançamento de três avenidas orientadas no sentido norte-sul: a avenida que delimita o parque e duas avenidas que formam um binário separando as superquadras da faixa longitudinal de atividades. Para assegurar o fácil acesso ao bairro, essas duas avenidas deverão ser interligadas ao Eixo Monumental. Nas superquadras, bem como nas demais áreas, o plano procura privilegiar a circulação de pedestres. O acesso às edificações residenciais será feito através de vias locais. Faixas arborizadas deverão separar as áreas residenciais das vias arteriais. No sentido leste-oeste foram projetados binários viários, separando os conjuntos de quadras, onde estarão localizados os setores de comércio local do bairro. Dois destes binários deverão se conectar com o sistema viário da Asa Norte, atravessando o Parque Burle Marx em desnível. Para o Parque Burle Marx, o sistema viário proposto tem a finalidade de organizar os limites do parque e permitir a ligação viária entre o Bairro Noroeste e a Asa Norte. A malha de ruas evitará acesso de veículos particulares para seu interior, onde será permitido apenas veículos de segurança e manutenção. Foi concebido um anel viário perimetral, que ficará fora da cerca do Parque e abrigará, em pontos estratégicos, áreas 239 de estacionamento de veículos particulares. O anel viário sevirá também como aceiro de segurança contra incêndios na vegetação do Parque. As ligações propostas entre a Asa Norte e o Bairro Noroeste serão em trincheira, assegurarão a liberação do solo aos pedestres e ciclistas. Em uma das ligações, na altura da Q. 910/911 Norte, haverá uma parada de ônibus, que facilitará o acesso público ao parque. Os novos limites do Parque permitem a instalação de um acesso principal (em frente ao autódromo), com estacionamento.Os outros acessos localizam-se ao lado das vias que cruzam o parque, e uma entrada pela Asa Norte à altura da Quadra 912, totalizando 6 acessos. Devido à necessidade de proporcionar um rápido escoamento dos fluxos de tráfego casa-trabalho e trabalho-casa, dos futuros moradores do bairro, o Plano de Ocupação recomenda, por fim, que seja estudada, no futuro, a construção de uma articulação do sistema viário com o Eixo Monumental, em um ponto um pouco abaixo da Praça Buriti. A Figura 52 apresenta o sistema viário proposto para o empreendimento. Figura 52 - Sistema viário proposto para o empreendimento. 240 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. ALHO, C. J. R. Distribuição da fauna num gradiente de recursos em mosaico. In: Cerrado: caracterização, ocupação e perspectivas. Brasília: Editora Universidade de Brasília (UnB)/Sematec, 1990. p. 213–262. ALHO, C. J. R. & MARTINS, E. S. De grão em grão o cerrado perde espaço. (Cerrado - impactos do processo de ocupação). Brasília: WWF, 1995. 66 p. ALHO, C. J. R., REIS, M. L., SEIXAS, P. Mamíferos de Brasil. In: Ceballos, G y J.A. Simonetti. Diversidad y Conservación de los Mamíferos Neotropicales. Fundo de Cultura Econômica. México, 2002. ANTAS, P.T.Z., CAVALCANTI, R.B., CRUZ, M.C.V. Aves Comuns do Planalto Central. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1988. AURICCHIO, P. Primatas do Brasil. São Paulo:Terra Brasilis Editora Ltda, 1995. BAETA Jr., J.B.A, MARTINS, E.G., LEITE, E.A., RAMOS, J.B., SÁ, J.A.G., RIBEIRO, M.B., PIRES, P.R.O. 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